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Podemos ser melhores nas redes sociais Editorial

Às vezes, na intenção de manifestar nosso repúdio a algo que encontramos na internet, corremos para repassar um conteúdo. Talvez sem saber se é verdade, mas, independentemente disso, alimentados por uma ira muito verdadeira. Às vezes de forma contida, mas outras nem tanto, nos engajamos. Reagimos de forma impulsiva a qualquer coisa que nos provoque emoções exacerbadas nas redes sociais, e nos comportamos exatamente como não deveríamos, de forma desumana.

Passamos a ser parte de um movimento friamente calculado: um algoritmo, um dado qualquer que um cientista ou especialista em marketing digital pensou em seu “lab” como parte de uma estratégia de controle de mercado, de manipulação política ou de mero consumo. Reagimos de maneira aparentemente natural a um estímulo arti cial, e de forma bem pouco inteligente. Não paramos para pensar que, talvez, sejamos vítimas de uma armadilha digital.

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A Igreja nos convida, nas redes sociais, a ser “re exivos, não reativos”. Essa ideia, entre outras, foi apresentada em 29 de maio, em documento inédito do Dicastério para a Comunicação intitulado “Rumo à presença plena: uma re exão pastoral sobre a participação nas redes sociais”. Foi assinado pelo Prefeito do Dicastério, Paolo Ru ni, e pelo secretário, Monsenhor Lucio A. Ruiz, mas é, na verdade, fruto de uma ampla consulta a especialistas, jovens comunicadores e educadores.

Já não se trata mais de “se”, mas “como” os cristãos e a Igreja devem participar no mundo digital. Por trás das nossas telas de celular e de computadores há sempre outra pessoa, lembra o documento: “A boa comunicação começa pela escuta e a consciência de que outra pessoa está diante de mim.”

Outro como nós, com cabeça, coração e amado por Deus. Ao responder à pergunta sobre como devemos nos relacionar de forma autêntica e profunda nas redes sociais, o documento não apresenta uma série de

O Amor acaba?

Eduardo Rodrigues Da Cruz

Reproduzo aqui o título de uma coluna recente, publicada nas redes sociais, sobre um tema tão fundamental na vida humana. A autora constata que sim, o amor tem acabado e, depois de falar de algumas razões para tanto, sugere algumas pistas para que o amor pelo menos “dure um pouco mais do que um curta-metragem”. Considerando-se o vale-tudo a que assistimos hoje em dia, a matéria é até bem equilibrada, e seu ponto central re ete a herança cristã do Ágape: “O amor precisa de empatia (se colocar no lugar do outro) e generosidade”. Porém, sua conclusão posterior é desanimadora: “Algumas pessoas simplesmente não conseguem manter isso”.

A matéria fala de relacionamentos a dois, como se fosse um m em si próprio. Não há referência à constituição de uma família, nem dos lhos que usualmente venham a enriquecer o relacionamento. Sem esse contexto que fala da realidade da vida e da reprodução propriamente humana, o amor, de fato, tende a se enfraquecer. Mas o ponto que quero ressaltar advém da a rmação de que “algumas pessoas não conseguem manter empatia e generosidade”.

normas nem manual. Apresenta um modelo: o do Bom Samaritano (Lc 10,25-37), da parábola narrada por Jesus quando perguntado: “Quem é o meu próximo?”

Cabe a nós, então, perguntarmos a Ele: “Quem é o meu próximo nas redes sociais?” E a resposta já sabemos. Mas a forma como temos nos comportado nas redes sociais nem sempre é compatível com o Evangelho de Cristo. Assim, é preciso estar mais atentos.

Primeiro, nossos comportamentos individuais, nas redes, podem ser mais orientados à paci cidade e à escuta. É preciso ver no “outro” digital o rosto de Cristo, para que também o meu rosto possa re etir o Dele.

“Deveríamos recordar que tudo o que compartilhamos nas nossas postagens, comentários e likes, com palavras pronunciadas ou escritas, com lmes ou imagens animadas, deveria estar em sintonia com o estilo que aprendemos com Cristo, que transmitiu sua mensagem não apenas mediante discursos, mas com todas as

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