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Espiritualidade

Coração de Jesus, fonte de misericórdia

ADEMIR MEZZARI, RCJ BISPO AUXILIAR DA ARQUIDIOCESE NA REGIÃO IPIRANGA

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Omês de junho é dedicado à devoção ao Coração Divino de Jesus e celebramos também a sua solenidade. Esta festa do Sacratíssimo Coração recorda-nos sobretudo do momento em que este Coração foi traspassado pela lança e de seu lado aberto brotaram sangue e água, sinais do Batismo e da Eucaristia, salvação para a humanidade. Faz parte de nossa cultura referir-se ao coração como espaço dos sentimentos, da compaixão e misericórdia, do amor.

Não há dúvida de que o coração é símbolo do amor: amor de Deus, de Jesus Cristo, do Espírito Santo, entre nós, da Igreja, e do nosso amor também à Trindade Santa. Não podemos esquecer aquele gesto tão belo e profundo de São João que teve a graça de se reclinar no peito de Jesus, e ouvir o pulsar de Seu coração, que tanto amou a humanidade, a ponto de dar Sua vida pela nossa salvação. A devoção ao Sagrado Coração de Jesus revela, portanto, o in nito amor de Deus por cada um de nós, seus lhos. Logo, é um chamado para que aprendamos a amar como Ele nos amou, e continua nos amando. Deus é amor e quem ama permanece em Deus. Mas não é apenas um dia, a festa litúrgica, mas todos os dias nos remetem a esta devoção tão cara à vida e missão da Igreja. E temos a devota prática de recitar ou cantar a Ladainha do Sacratíssimo Coração de Jesus. Rezamos com muita fé: “Coração de Jesus formado pelo Espírito

Santo no seio da Virgem Maria, tende piedade de nós”. Esta invocação ao Coração de Jesus se refere diretamente ao mistério que meditamos recitando o “Angelus Domini” - “o Anjo do Senhor anunciou a Maria”. De fato, foi por obra do Espírito Santo que foi formada no seio da Virgem de Nazaré a humanidade de Cristo, Filho do Eterno Pai. Neste mês de junho, vamos rezar com fé a Ladainha do Sagrado Coração de Jesus. É uma maravilhosa oração, centralizada no mistério interior de Cristo: Deus-Homem. A ladainha do Coração de Jesus atinge abundantemente as fontes bíblicas e, ao mesmo tempo, re ete as mais profundas experiências dos corações humanos. É também prece de devoção e de autêntico diálogo. Nela, falamos do coração e, ao mesmo tempo, permitimos aos corações falarem com este único Coração, que é fonte de vida e de santidade e “desejo das colinas eternas”.

O Coração de Jesus é paciente e de

Você Pergunta

PADRE CIDO PEREIRA osaopaulo@uol.com.br

A pergunta em questão me foi feita pelo Reginaldo Ferraz. Primeiro, que história é esta? É claro que ninguém é obrigado a rezar o Rosário. Há muitas outras formas de orar e cada um é livre para escolher a que melhor se adapte ao seu jeito de ser. O importante é orar. As devoções, as novenas, as preces que a Igreja nos propõe são instrumentos que nos ajudam a orar e orar sempre como Jesus nos ensinou. Mas não acreditar na Con ssão é falta de fé na Palavra de Jesus. Aí a coisa é mais grave. Não acreditar na Conssão é desmentir o próprio Cristo que instituiu esse sacramento. Lembre-se do Ressuscitado aparecendo aos apóstolos e dizendo-lhes: “A paz esteja convosco. Recebam o Espírito Santo. A quem vocês perdoarem os pecados, estes lhes serão perdoados. A quem vocês reti- verem os pecados, eles serão retidos.” Reginaldo, pense comigo: cada sacramento foi instituído por Jesus para signi car um gesto salvador seu continuado na história. O Cristo nos faz lhos de Deus no Batismo. O Cristo nos unge para a missão na Crisma. Ele nos alimenta na Eucaristia. Ele nos perdoa na Penitência ou Con ssão. Ele nos cura no Matrimônio. Ele unge seus ministros na Ordem. Ele abençoa o amor humano na Con ssão. conscientes de pessoas humanas que desenvolvem, fornecem e operam a inteligência arti cial, escolhendo, inclusive, o modo de selecionar e aplicar sua rica base de dados. Trazem aspectos discriminatórios de nidos pelo ser humano que afrontam, muitas vezes, a lógica comum de igualdade, liberdade e dignidade humana, entre outros, estabelecendo uma seleção social inadequada, ilegítima e injusta de quem pode ou não se servir de determinados serviços, frequentar determinados locais ou praticar determinadas condutas. Estamos a ver que todas as questões éticas que surgem, portanto, não são próprias da inteligência arti cial, mas do ser humano que dela se aproveita. Não resolve, portanto, demonizar a inteligência articial ou construir, a partir dela, os cenários apocalípticos. O pecado continuará a ser humano, demasiadamente humano.

CrisleineYamajiéadvogada,doutora emDireitoCivileprofessoradeDireitoPrivado. E-mail:direitosedeveresosaopaulo@gmail.com grande misericórdia, generoso para com todos os que o invocam. Esta oração, a Ladainha, recitada e meditada, torna-se uma verdadeira escola de vida interior. Ao recitarmos a ladainha e venerando o Coração Divino, compreendemos o mistério da Redenção em toda a sua divina e também humana profundidade. Ao mesmo tempo, tornamo-nos sensíveis à necessidade de reparação. Cristo nos abre o seu Coração para que na sua reparação nos unamos com Ele para a salvação do mundo. Estamos no Ano Vocacional, que tem um lema tão belo: ”Corações ardentes, pés a caminho”. Do Coração de Cristo brota uma Palavra que faz arder nosso coração. Vamos rezar com fé ao Coração Dulcíssimo de Jesus, pedindo boas, santas e muitas vocações para a Igreja a serviço do Reino de Deus: “A colheita é grande, os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao Senhor da colheita que envie trabalhadores para sua colheita!” (Mt 9, 37-38).

Por que não acreditar na Con ssão se o perdão recebido nesse sacramento é garantido pelo próprio Jesus? Pensemos na sabedoria desse sacramento. Quando nós confessamos os pecados, fazemos a experiência de nosso pecado e, ao mesmo tempo, a experiência da misericórdia de Deus. Ele gosta de perdoar e perdoa sempre que confessamos nossos pecados. Que possamos entender as maravilhas deste sacramento que nos reconcilia com Deus e com os irmãos.

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