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Missão Belém: sempre a postos para resgatar a dignidade dos irmãos em situação de rua
TODOS OS DIAS, CERCA DE 50 PESSOAS EM SITUAÇÃO DE RUA PROCURAM A UNIDADE NA PRAÇA DA SÉ EM BUSCA DE ALIMENTO, ACOLHIDA E ROUPAS; MENSALMENTE, MAIS DE 1,5 MIL IRMÃOS RECEBEM ATENDIMENTO ROSEANE
Antonildo da Silva, 54, deixou a Bahia em busca de melhores condições de vida, e desde 2008, após car desempregado, passou a viver nas ruas. Recentemente, foi acolhido pelos missionários da Missão Belém.
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“Que lugar abençoado. Aqui tenho um colchão, roupa limpa, banho e o melhor: amigos e a Palavra de Deus”, disse emocionado, sentado em sua cama. “Sinto que Deus mandou anjos para me resgatar do frio e da miséria”, contou.
Antonildo é uma das 2,2 mil pessoas acolhidas pela Missão Belém em suas 180 casas, nas quais os atendimentos acontecem todos os dias de forma gratuita e voluntária. Diariamente, no Edifício Na- www.osaopaulo.org.br
Diariamente, no site do jornal O SÃO PAULO, você pode acessar notícias sobre a Igreja e a sociedade em São Paulo, no Brasil e no mundo. A seguir, algumas notícias e artigos publicados recentemente.
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Estender A M O
O primeiro contato com a associação acontece no Projeto Vida Nova, localizado na Praça da Sé, que foi inaugurado em 2018, como gesto concreto da Arquidiocese de São Paulo no Jubileu Extraordinário da Misericórdia. Nesse local, as pessoas que desejam deixar as ruas ou a dependência química recebem a primeira acolhida até serem encaminhadas para uma das casas da entidade.
Diariamente, os irmãos em situação de rua vão até a sede espontaneamente, em busca de banho, comida, roupas limpas, atendimento médico e um espaço para sair das ruas e, em muitos casos, a libertação dos vícios.
Outros aceitam o convite dos missionários da Missão Belém que percorrem as ruas da capital estendendo a mão e possibilitando um caminho de libertação. Em 18 anos de atuação, a Missão Belém já atendeu mais de 150 mil pessoas em situação de rua.
COMO JESUS, AMAR E ACOLHER
“Inicialmente, as pessoas que chegam são recebidas como ‘hóspedes’ nas residências localizadas no prédio do Projeto Vida Nova, na Praça da Sé e ali cam por um período de um mês. Em seguida, são encaminhadas para as outras casas de atuação da missão”, destacou Luciano Santana, responsável pela captação de recursos para a manutenção do projeto que, mensalmente, acolhe em média, 1,5 mil pessoas.
Santana ressaltou que no espaço são oferecidos os cuidados básicos, como higiene, roupa limpa, alimentação, descanso e acompanhamento de saúde, serviços prestados por pro ssionais voluntários e, também, por meio do encaminhamento ao Sistema Único de Saúde (SUS).
Após o cadastro, o atendido é encaminhado para o banho, e recebe um kit de higiene e roupas limpas. Em seguida, se alimenta e participa dos momentos de convivência e oração da comunidade.
“Nesse primeiro momento, além da atenção às necessidades básicas, o objetivo é que recuperem as forças e sejam introduzidas na espiritualidade da Missão Belém”, salientou Santana, recordando que o método “acolhida e espiritualidade” são os motivadores da recuperação de 60% dos atendidos pela entidade.
Joaquim Rocha dos Santos, 28, aos 12 anos provou as drogas e passou a viver nas ruas. No início deste ano, com fome e sede, ingressou no espaço da Missão Belém, na Praça da Sé.
“Vim porque sabia que eles davam co- mida. Mas, o serviço prestado foi muito além. Eles me acolheram com um abraço, um sorriso – mesmo sujo e cheirando mal – e me senti gente de novo”, disse, com lágrimas nos olhos.
Os acolhidos podem, também, se voluntariar a colaborar na Missão e manutenção da casa: ajudando a acolher e cuidar dos novos irmãos que chegam, e, também, nas responsabilidades de organização e manutenção do espaço.
Atualmente, Santos é um dos membros da Pastoral da Rua, que, diariamente, percorre a capital em busca de resgatar outras pessoas das ruas e das drogas. “Já estive na rua e sei como é difícil dormir no chão e embaixo de uma marquise. Na pastoral, busco conscientizar os irmãos a largar o vício e a sair das ruas”, disse.
“Nas casas de acolhimento, há uma rotina de espiritualidade com momentos de oração do Terço e de meditação da Palavra, com o intuito de, a partir do exemplo de Jesus que ama e acolhe, encontrar um novo sentido para a vida”, explica Santana.
A Missão Belém foi fundada pelo Padre Gianpietro Carraro e a Irmã Cacilda da Silva Leste, com o objetivo de atuar no resgate de pessoas em situação de rua e em drogadição. O fundador, em entrevista ao O SÃO PAULO, enfatizou que a Associação é um gesto concreto para amenizar um pouco o sofrimento de centenas de pessoas, ancorado no Evangelho e nos ensinamentos de Jesus: amar e acolher o irmão. “Com a obra, queremos transmitir o amor de Deus e resgatar o sentido da vida dessas pessoas. E, claro, para quem nada possui, esse amor também é comida, roupa, cuidados médicos etc.”.
Aten O S Realidades
Com a chegada do inverno e das noites frias, a Missão intensi ca suas ações para aquecer quem vive nas ruas. A Pastoral de Rua vai ao encontro de quem está à margem com cobertores, uma sopa ou chá quente para aquecer e minimizar o frio nas madrugadas com baixas temperaturas. Recentemente, começou a construção da sede do Projeto Nova Guadalupe, no bairro do Belenzinho, na zona Leste de São Paulo, espaço para acolher os doentes mais graves entre as pessoas em situação de rua acolhidas pela comunidade.
A Missão Belém está estruturando um projeto e idealizando um espaço para um trabalho de acolhida das crianças de mulheres em situação de rua. “No entorno da Praça da Sé, muitas crianças passam o dia e a noite na rua; queremos abraçar e acolher esses pequeninos com atividades educativas, uma forma de projetar um futuro melhor a elas”, disse Santana.
Conhe A A Miss O
BELÉM E COLABORE:
Endereço: Praça da Sé, 47 –Centro, São Paulo
Site para doações: https://www.missaobelem.org