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Governo italiano homenageia sacerdotes por trabalho com os mais pobres e migrantes em São Paulo

Na sexta-feira, 2, data em que se comemorou a Festa da República Italiana, os Padres Gianpietro Carraro, fundador da Missão Belém, e Paolo Parise, coordenador da Missão Paz, foram homenageados com o título de Cavaliere dell’Ordine della Stella d’Italia (Cavaleiro da Ordem da Estrela da Itália). O evento foi promovido pelo Consulado Geral da Itália em São Paulo, na Casa das Caldeiras, no bairro da Água Branca.

Os dois sacerdotes italianos, missionários na Arquidiocese de São Paulo, receberam a honraria concedida pelo presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, àqueles que, no exterior, adquiriram méritos particulares na promoção de relacionamentos de amizade e colaboração entre a Itália e o país em que operam e na promoção dos laços deste último com a Itália.

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O título foi entregue pelo Cônsul Geral da Itália em São Paulo, Domenico Fornara, que agradeceu aos clérigos o serviço realizado, em nome da Igreja, em favor dos mais necessitados.

Na mesma ocasião, Rita Blasioli Costa, ex-conselheira dos italianos no exterior, recebeu o título de comendadora da Ordem da Estrela da Itália.

PADRE GIANPIETRO

Natural de Sandon di Fosso, perto de Veneza, no norte da Itália, Padre Giampietro nasceu em 1962. Desde a infân- cia, respirou um profundo clima de fé. Ingressou no seminário aos 10 anos e foi ordenado aos 24.

Viveu os primeiros anos de sacerdócio em seu país, engajando-se na animação missionária. Em 1994, veio em missão para o Brasil, deparando-se com a miséria das favelas, cortiços, e pessoas em situação de rua. Em 2005, com a Irmã Cacilda da Silva Leste, fundou a Missão Belém em um pequeno barraco de madeira, na comunidade Nelson Cruz, no Belenzinho, em São Paulo.

Em 17 anos, cerca de 100 mil pessoas foram acolhidas e grande parte se deve aos próprios ex-irmãos de rua restaurados e que se tornaram missionários. Hoje, a Missão abriga 2,2 mil pessoas acolhidas em 180 casas, tudo isso feito de forma gratuita e voluntária.

“É profundamente emocionante a sua proximidade para com os doentes terminais, os últimos dos últimos, a quem oferecem apoio e cuidados médicos. A Missão Belém, reconhecida pelas maiores instituições civis e religiosas, con rma o seu profundo apreço pelos valores da solidariedade, que sempre caracterizou a imigração italiana nesta cidade”, a rmou o cônsul-geral ao saudar o Padre Gianpietro.

Ao fazer seu agradecimento, Padre Gianpietro a rmou que essa homenagem era, na verdade, um reconhecimento do trabalho de todos os membros da Missão Belém. “São tantos voluntários, benfeitores e membros que deram suas vidas como consagrados a essa obra. Obrigado a todos os que nos ajudam nesta missão”, completou.

Padre Paolo Parise

Natural de Marostica, no Norte da Itália, Padre Paolo tem 56 anos e é sacerdote há 28. Missionário de São Carlos Borromeu (Scalabrinianos), vive no Brasil desde 2010 e é um dos coordenadores da Missão Paz, serviço voltado ao atendimento de migrantes e refugiados. É também Vigário

Paroquial da Paróquia Nossa Senhora da Paz e Pároco da Paróquia Pessoal Italiana São Francisco de Assis e Santa Catarina de Sena, com sede no mesmo local.

Em mais de 90 anos de história, a Missão Paz atuou em favor de migrantes de diferentes partes do mundo. Atualmente, atende por ano pessoas de mais de 70 nacionalidades. Sua estrutura atual é formada por cinco grandes eixos: a Casa do Migrante, o Centro Pastoral e de Mediação dos Migrantes (CPMM), o Centro de Estudos Migratórios (CEM), os Eixos Transversais e a Igreja Nossa Senhora da Paz.

“Há muitos anos, ele [Padre Paolo] é interlocutor altamente considerado pelas instituições municipais, estaduais e federais, que já solicitaram sua colaboração no processo legislativo da Lei de Imigração votada em 2017 pelo Congresso Nacional”, enfatizou o cônsul-geral.

Ao agradecer a homenagem, Padre Paolo se de niu como uma “peça de um mosaico” que compõe uma obra constituída de milhares de outros pedaços. Usando uma analogia da cultura italiana, o missionário comparou a Missão Paz a uma “Ferrari” que corria com 20% da sua capacidade e que, aos poucos, conseguiu alcançar maior velocidade. “Em 10 anos, atendemos 115 mil migrantes refugiados, de 132 nacionalidades”, relatou.

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