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Mulher Diretor / Editor: Sandro Adriano Carrilho

Castro-PR, Quarta-feira, 08 de março de 2017 * Ano XXVII *

ESPECIAL MULHER

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Elas gritam!

COLETIVO FEMININO

Durante séculos a mulher enxergouse com olhar masculino, não se sentia com direito de questionar, agir, exigir alguma coisa, pela inferioridade incutida à sua personalidade, e isso piorava se ela não tivesse um homem para 'falar' por ela... Hoje os tempos são outros, ela tem voz e mete a boca no trombone!

Elas se uniram com um mesmo ideal Luciana Westephal Espalhadas pelo mundo, as mulheres se diferem em muitos aspectos. No entanto, uma luta atinge e aflige todas — viver em uma sociedade com resquícios de educação patriarcal e onde, na prática, os direitos não são iguais, como supõe a teoria. “Juntos somos mais fortes”. Os coletivos feministas são a prova disso. Saúde, política, arte, sexualidade, maternidade, espiritualidade, comunicação. As temáticas são diversas, mas a raiz é uma só: reunir, empoderar e criar laços entre mulheres. Em Castro, desde julho de 2016, também existe essa mobilização feminina e de acordo com Aline Copacheski, presidente do grupo, a manifestação aconteceu após o caso do estupro coletivo de uma mulher de 16 anos, no Rio de Janeiro. “A partir

deste crime, um grupo de mulheres castrenses se mobilizou primeiramente com uma oficina de cartazes expondo a revolta e a dor diante da situação ocorrida e, principalmente, pela repercussão que o caso teve, onde muitas pessoas julgaram a menina ser culpada pelo crime cometido. Foi desde então, que surgiu o Coletivo de Resistência Feminista Îasy”, explicou. A partir disso, pela união e aliança de mulheres, também chamada de sororidade, o coletivo Îasy vem realizando diversas atividades propondo intervenções destinadas à mulheres, “buscando sempre considerar a diversidade étnica, socioeconômica, de orientação sexual e de gênero”. Atualmente o coletivo realiza palestras, oficinas, arrecadações, e campanhas que buscam ajudar as mulheres e também esclarecer a

população sobre os diversos tipos de violência contra elas. “As intervenções do coletivo já ocorreram dentro de escolas, serviços de saúde, asilo, delegacia e na própria rua, sempre levando em consideração as diversas formas de violência e que a violência simbólica é o tipo de violência mais comum e naturalizada no cotidiano”, comentou Aline, Com relação ao papel do coletivo a presidente explicou que “além das próprias intervenções, o papel é dar visibilidade ao problema da violência, como também estimular a sororidade, já que mulheres são incentivadas desde pequenas a competirem. Além disso, cabe também a importância de valorizar o trabalho e a iniciativa feminina em diversas áreas, inclusive pela reivindicação de seus direitos”, finalizou.


QUARTA-FEIRA, 08 DE MARÇO DE 2017

MULHERES NA SEGURANÇA

Aída dos Santos A primeira brasileira a disputar uma final olímpica. Ficou em quarto lugar no salto em altura na competição de Tóquio, em 1964, sendo a única mulher da delegação do Brasil na ocasião.

Elas fazem os mesmos papéis Divulgação

Elas estão na segurança pública, delegacias e quartel

A soldado Candeo entrou na profissão agora, ela, com 28 anos, está no seu primeiro ano de militar. “Ser militar era um sonho de berço. Tenho policiais na família então sempre tive esse interesse. Essa profissão me orgulha bastante”. Candeo comentou que acha o trabalho da polícia muito digno e não vê a mulher fora disso. “Um trabalho honroso, de respeito e maturidade, a mulher precisava estar inserida nisso. Inclusive fico muito feliz em poder ver minhas colegas e sentir o espaço e respeito que estamos ganhando a cada dia”, comentou.

Luciana Westphal

MULHER

A Organização das Nações Unidas (ONU) instituiu, em 1975, a data de 8 de março como o ‘Dia Internacional da Mulher’. A data é relacionada a uma proposta feita em 1910, pela líder feminista alemã Clara Zetkin, durante o 2º Congresso Internacional de Mulheres Socialistas para lembrar operárias mortas durante um incêndio que ocorreu em uma fábrica em Nova York, em 1857. A história da primeira brasileira a integrar uma unidade militar é bem diferente, pois mostra a força do gênero considerado por alguns como frágil. Maria Quitéria de Jesus Medeiros lutou pela manutenção da Independência do Brasil. Ela alistou-se no regimento de artilharia, como soldado Medeiros, depois foi transferida para a infantaria e passou a integrar o Batalhão dos Voluntários do Imperador, em 1822. Como sabemos, as mulheres são isentas do serviço militar, assim prevê a Constituição, no entanto, é permitida a prestação do serviço militar por elas de forma voluntária, segundo critérios de conveniência e oportunidade.

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Terceiro sargento Katia, aspirante Ana Luisa e terceiro sargento Jessica Soares

De acordo com os dados, a participação feminina nas Forças Armadas soma 22.253 mulheres, efetivo dividido entre Marinha do Brasil (6.922), Exército Brasileiro (6.009) e Força Aérea Brasileira (9.299). Os números são altos, porém, a presença feminina ainda é relativamente pequena. Ela gira em torno de 6%, diante do efetivo total, de 322.940 pessoas, No 5° Esquadrão de Cavalaria Mecanizada, localizado em Castro, a situação não é diferente. Atualmente cinco mulheres pertencem ao grupo, que conta com um contingente de 216 militares. Segundo informações do Quartel, a primeira mulher a servir as forças armadas na cidade foi a Tenente Débora, que atuava como médica. Logo

depois, entrou também a Tenente Tatiana, a dentista. As duas serviram no ano de 2011. Bombeiros A situação do Corpo de Bombeiros também tem a mulher em número bastante diferente. O efetivo contra com 23 pessoas, dessas, apenas uma é mulher; a soldado Tatiana. Tatiana faz parte da primeira turma da companhia que contava com mulheres e atua na área há 10 anos. “A minha história dentro da corporação é bastante tranquila. Eu sempre fui respeitada e tenho orgulho em fazer parte do Corpo de Bombeiros”. Quando questionada sobre ser a única mulher dentro da corporação e como vê esse papel feminino militar, a soldado foi

Especial mulher, você! Muitas mulheres são bonitas... És a mais linda Muitas mulhres são brilhantes... És meu diamante Muitas mulheres têm sorriso bonito... Teu sorriso vem da alma Muitas mulheres têm uma voz bonita... A tua é doce, tênue e gostosa de ouvir Muitas mulheres falam de amor, Você é o amor tão falado Muitas mulheres venceram batalhas... És guerreira mestra nesta arte Muitas mulheres tiram lágrimas... Você as enxuga com delicadeza Muitas mulheres se acham maravilhosas... Você é a mais rara das belezas Muitas mulheres têm ação... És pura e verdadeira ação Muitas mulheres são valiosas... Você é a mais bela das jóias. *Marcelo Fouquet Rosembrock

Página Um Jornais e Publicações Ltda www.paginaum.com ESPECIAL MULHER CNPJ 81.405.763/0001-14 Fundado em 1° de outubro de 1.989 Redação e Administração Benjamin Constant, 490 Tel. (42) 3232-5148 CEP 84.165-220 - Castro - PR

Tiragem 3.000 exemplares Circulação Castro, Carambeí, Piraí do Sul, Telêmaco Borba, Jaguariaíva, Arapoti, Palmeira, Tibagi e Ponta Grossa Distribuição Marenda Impressão Folha de Londrina

Dia da Mulher O Colégio Instituto Cristão parabeniza a todas pelo dia de hoje. Que essa data seja apenas um lembrete de que as mulheres são fundamentais para todos nós.

bastante objetiva. “Nunca vejo esse fato por questão de gêneros. As pessoas precisam fazer suas funções, isso que interessa. Não, se ela foi feita por um homem ou uma mulher. Somos treinados para ser soldado, cabo socorrista e a minha obrigação é exercer aquilo que fui treinada. No entanto, sem dúvidas que é muito legal nos vermos nessa profissão e conquistando esse espaço”, finalizou. Polícia A Polícia Civil também conta com apenas uma mulher, entre os seis policiais. Já o número da Polícia Militar é maior, de 30 policiais, contando com administrativo e rua, 10 é número de mulheres que trabalham na 3ª Companhia, em Castro.

Guarda Municipal Em Castro, de 23 Guardas Municipais, sete são mulheres, as quais trabalham duro como os homem a fim de preservar a segurança de uma cidade inteira. “Sou da primeira turma que se formou para virar Guarda Municipal. Éramos em seis mulheres e acabamos exercendo apenas quatro. Tenho orgulho do meu trabalho. Sempre fui tratada com respeito e tenho responsabilidades iguais as dos meus colegas”. Divulgação

Tatiana Doin, Bombeira há 10 anos


QUARTA-FEIRA, 08 DE MARÇO DE 2017

'Nesta profissão é preciso ter garra e muita persistência'

Da Redação Em universos antes só dominados por homens, a mulher começou a ganhar espaço e hoje está a frente em diversas profissões. Sem medo de desafios, Gilmara Aparecida Brandt encara sua profissão como uma missão. Ainda nas primeiras horas da manhã, ela chega na garagem e vai direto para o assento do ônibus que faz o trajeto da linha circular , em Castro. Única mulher entre os mais de trinta motoristas da Viação Cidade de Castro, passa o dia todo atrás de um volante e roda pela maioria dos bairros da cidade, além da região central. Experiência, tira de letra. Faz cinco anos que dirige ônibus. Antes, só o carro da família e depois uma van, onde com certeza tomou de vez o gosto em transportar passageiros. Aliás, com relação aos passageiros, ela diz que a maioria logo que ‘embarca’, ao vê-la sentada em frente ao volante, sentem até uma certa estranheza. “Mas a maioria acha até interessante e logo se acostumam”, revela. Já no trânsito, ela conta que boa parte dos motoristas até respeita. “Mas existem aqueles que ao ver uma mulher ao volante são capazes até de xingar. Mas ela prefere ignorar. “Nesta profissão é preciso ter garra e muita persistência, além de muita coragem. E isto aprendi a ter”, diz com orgulho. Casada, Gilmara Aparecida divide o seu tempo de descanso com o marido e seus quatro filhos. “Mesmo

Mulheres conquistam espaço no campo * Paulo Figueiredo

"No trabalho, sou tratada com muito carinho e respeito" depois de enfrentar a rotina do trânsito, hoje bastante tumultuado, é preciso saber conciliar o trabalho com a minha família e ainda assumir trabalhos domésticos e isso tenho feito com muita coragem”, comentou. No trabalho O respeito também vem de seus colegas de profissão. “No trabalho, sou tratada com muito carinho e respeito pelos outros motoristas e não tem diferença”, conta. Antes mesmo que o ônibus dirigido por Gilmara fizesse parada em um ponto

na vila Santa Cruz, nossa reportagem conversou com um passageiro. Era a primeira vez que o estagiário Rafael Hueto embarcaria num ônibus dirigido por uma mulher. “Isto é muito interessante. Acho inclusive que com uma mulher no volante, o ambiente fica melhor e menos estressado”, analisou. A nossa conversa com a motorista durou menos que cinco minutos. “Tenho que voltar a fazer a linha”, disse, de forma discreta. E como faz todos os dias, girou a chave na ignição, colocou o cinto e saiu, suavemente, retomando o seu trajeto.

A cada ano, estatísticas comprovam o quanto tem crescido em números e importância a participação da mulher do mercado de trabalho, principalmente no campo. De acordo com dados do último Censo, promovido em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o trabalho realizado pelas mulheres no campo – seja como produtoras, agrônomas ou engenheiras - corresponde a 42,4% da renda familiar, enquanto que, nas cidades, esse número é de 40,7%. O levantamento aponta também que elas já chefiam 57,3 milhões de domicílios – 38,7% de todas as residências brasileiras. Segundo uma análise feita pela Associação Brasileira do Agronegócio (Abag), que entrevistou mais de 300 mulheres, 88% delas se consideram independentes financeiramente; 57% participam ativamente de sindicatos e associações rurais; 60% possuem curso superior; e 55% acessam a internet diariamente. Ou seja, os números mostram que as mulheres estão em todos os segmentos de negócios. E, se antes costumavam se dedicar a atividades domésticas, de plantio e roçado, agora muitas dessas brasileiras executam serviços até pouco tempo considerados pesados. Um dos fatores que tornaram isso possível foi a

adaptação realizada pelo mercado de maquinários agrícolas, a fim de desenvolver tecnologias mais leves, ergonômicas, potentes e que exigem menos esforço físico na operação. São tratores para o corte de grama, sopradores, motocultivadores e roçadeiras, que substituem os tradicionais facões, enxadas e outras ferramentas pesadas. Dessa forma, elas conseguem dominar com facilidade o manuseio de equipamentos, seja para aparar a grama de sítios e fazendas, preparar o terreno para o plantio nas zonas rurais ou, até mesmo, para podar árvores, cercas-vivas e realizar outros cuidados nos jardins residenciais. O mercado de trabalho evoluiu e, nos últimos anos, homens e mulheres se dividem nas mesmas tarefas. Hoje, está cada vez mais evidente que todos estão aptos a realizar as mesmas funções, basta oferecer as ferramentas adequadas. Isso tudo tem mudado também a mentalidade e a maneira de atuar das empresas, que aperfeiçoam desde as técnicas até a estrutura de vendas para que possam se comunicar melhor e atender esse público tão especial. * Paulo Figueiredo é consultor técnico de produtos da Husqvarna, líder global no fornecimento de equipamentos para o manejo de áreas verdes.

Pesquisas recentes constataram que viajar desacompanhada tornou-se uma tendência entre as mulheres brasileiras, tanto pela crescente procura deste público por passagens - detectada pela empresa nos últimos meses - quanto pelas sugestões postadas em um dos mais famosos grupos de viagem do Facebook: o Mochileiros.

MULHER

Tem mulher no volante

AL do Paraná homenageia as policiais militares Da Assessoria As policiais militares do Paraná foram homenageadas na segunda-feira (06) durante a seção da Assembleia Legislativa do Paraná. O evento, em alusão ao “Dia Internacional da Mulher”, reuniu várias

profissionais de diferentes áreas, e a homenagem à PM foi uma sugestão da Comissão de Defesa Contra a Violência à Mulher. ”É uma grande honra poder representar todas as mulheres da corporação. Porque somos profissionais, filhas, irmãs,

esposas, mães e sempre temos várias funções que precisam ser reconhecidas. É gratificante poder estar aqui em nome da nossa instituição recebendo esta homenagem”, disse a tenente-coronel Alexandra Ramos de Santos. Todas as profissionais

receberam um diploma e um buquê de flores em homenagem à data, além de um laço branco representando o tema da comissão que é “Todos pela Paz”. A deputada Mara Lima destacou a importância do papel da mulher na sociedade e a luta diária que

todas passam em busca de respeito e igualdade. Também estiveram no evento, representando a PM, a major-dentista Letícia Chun Pei Pan; a capitão Dalva Rosane Felipack; as soldados Daniele Santos, Vanessa Quareli Azevedo e Jéssica Pogan Lima.

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Quarta-Feira, 8 de Março de 2017

" Mulher

Para marcar o Dia Internacional da Mulher, o Página Um traz 13 mulheres que fazem a diferença no meio social

Emiliane Rabe

Simone Moreira Ferraz

Rejane Peconick

Rosangela Aparecida Machado

Lia Mara Carvalho Carneiro Just

Thaís Helene Fidelix Baggio

Ana Paula Ortiz Aline de Boer

Marilda Langendyk

Nadja Marques

Camila Machado Araujo Maria Baiana

Claudia Cardoso


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