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Com periodicidade trimestral, ANS lança novo boletim sobre planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) anunciou nesta semana o lançamento de um novo boletim periódico sobre dados do setor de planos de saúde no Brasil: o Panorama - Saúde Suplementar. Criado com o objetivo de reunir informações relevantes para dar transparência à sociedade, o informativo terá periodicidade trimestral e tratará de temas como números do setor, informações assistenciais e econômicofinanceiras, demandas de beneficiários, normativas editadas pela ANS e programas e projetos desenvolvidos pela Agência visando a melhoria do setor.

“O Panorama - Saúde Suplementar é uma contribuição importante da Agência para a sociedade, pois vai facilitar o acesso a informações e à compreensão sobre o cenário do setor de planos de saúde. Quanto mais as pessoas conhecerem e entenderem o funcionamento do setor, mais preparadas estarão para tomar decisões de forma consciente”, destaca o diretor-presidente da ANS, Paulo Rebello.

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Para o diretor de De-

Ponto De Vista

A nova publicação traz análises técnicas sobre seu conteúdo, a fim de proporcionar “uma visão mais panorâmica do setor” senvolvimento Setorial da ANS, Maurício Nunes, a publicação tem um diferencial importante: “A ANS já tem uma cultura de disponibilizar dados em diversos formatos e ferramentas, tanto em seu site como no Portal Brasileiro de

Dados Abertos. A nova publicação, além de reunir dados e informações já disponíveis, traz análises técnicas sobre o conteúdo, o que proporciona uma visão mais panorâmica do setor”, pontua.

A primeira edição traz dados referentes ao primeiro trimestre de 2023 e alguns dados atualizados até maio contemplando análises de um período mais abrangente. Os reflexos da pandemia de Covid-19 e seus possíveis desdobramentos no setor de planos de saúde também são abordados em diferentes seções da publicação.

O novo boletim está organizado em seções como “Beneficiários de planos de saúde”; “Assistência à saúde”; “Utilização da rede SUS por beneficiários”; “Cenário econômicofinanceiro” e “Demandas de consumidores”.

A publicação pode ser acessada pelo site https://www.gov.br/ans/ pt-br/assuntos/noticias/ numeros-do-setor/ans -lanca-novo-boletim-sobre-planos-de-saude/ PanoramaSaudeSuplementar01_julho2023.pdf.

Liberdade de escolhas

Aline Tayná

A liberdade de escolha carrega consigo de nições equivocadas, onde muitos acreditam que liberdade é fazer tudo que quer, muitas vezes sem considerar as consequências, ou quem será atingido por tal escolha. No entanto, o existencialismo entende como uma de nição clara de liberdade a possibilidade de fazer escolhas. Sartre diz: “Estamos condenados a ser livres”, e isso signi ca que não há como não ser livre, pois não podemos não escolher. Fazer escolhas não é um processo fácil, pois implica avaliar as opções e também renunciar. Todos nós carregamos conosco a liberdade de escolha, porém cada um realiza suas escolhas a partir de suas perspectivas e experiências de vida. O ato de escolher é algo totalmente inevitável, pois a todo o momento precisamos decidir por alguma coisa. Por exemplo, ao se deitar, você escolhe fechar seus olhos e tentar dormir ou mexer no celular até pegar no sono. Ao ser convidado para um evento, você tem o direito de escolher aceitar ou recusar o convite, e o mesmo acontece em tantas outras realidades ao longo de apenas um dia.

A escolha nem sempre é algo agradável, pois pode ser muito angustiante re etir sobre os prós e contras de qualquer decisão a ser tomada. Pois, a partir do momento que conscientemente fazemos uma escolha, carregamos a responsabilidade sobre a mesma. Contudo, nem sempre acertamos em nossas escolhas, o que deveria nos garantir certo aprendizado, pois como é de conhecimento popular “devemos aprender com nossos erros”.

Considerando o processo de escolha em cada faixa etária, devemos começar ensinando nossas crianças a re etir sobre a importância de uma boa escolha, a partir da avaliação dos desejos momentâneos, sem se deixar levar pelo imediatismo. Como dito anteriormente, ao fazermos uma escolha renunciamos uma possibilidade.

A liberdade de escolha é uma habilidade que deve ser estimulada ao longo de toda nossa existência, visto que a forma como vivemos é um ato de escolha. Por isso, é importante considerar nossas vivências ao ensinar nossos lhos, sejam eles crianças ou adoles- centes, que “viver é isto: car se equilibrando todo o tempo entre escolhas e consequências” (Sartre).

Se um pai ou uma mãe mostra para o lho pequeno que se ele não guardar os brinquedos cará sem assistir a um desenho, está levando a criança a re etir sobre a consequência.

O mesmo deve ser feito com o lho adolescente quando ele pede para sair com os amigos, ou seja, é necessário que os pais apresentem os pontos que o levarão a re etir antes de dizer sim ou não (liberdade de escolha).

Nossas escolhas não devem ser feitas a partir de uma verda- aMPliar a cOBerTUra

Vitápolis. Em todas as demais unidades de saúde do município a aplicação dos imunizantes acontece de segunda a sexta-feira, das 9 às 15 horas.

As pessoas que pretendem receber os imunizantes devem levar carteirinhas de vacinação e CPF.

A aplicação das vacinas contra a Covid-19 e contra a Gripe podem ser recebidas simultaneamente, independentemente da idade, inclusive as crianças a partir de 6 meses. Dados da Secretaria de Saúde de Itapevi de

Ponto De Vista

Paternidade: uma jornada rumo ao desconhecido

René Breuel

Quando minha esposa engravidou, uma onda de emoções con itantes me invadiu. Embora tentasse parecer con ante, a verdade é que a paternidade despertou dúvidas e temores em mim. Eu questionava se estava preparado para ser pai e se era o momento certo. Medos em relação às novas responsabilidades e mudanças na dinâmica familiar me atormentavam. Sentia uma invasão em minha esfera pessoal e me culpava por não ser tão generoso quanto gostaria. Tudo isso me causava vergonha. Durante algum tempo, escondi essa agitação interna, mas em uma noite, decidi ser sincero e expor meus medos à minha companheira de vida. Confessei que não tinha certeza se estava preparado para ser pai, devido à falta de tempo e às demandas que um lho traria. Estava disposto a aceitar a ideia de terlhos, contanto que ela assumisse a maioria das responsabilidades. Essa con ssão desa ou nossa dinâmica como casal. Sempre acreditei em um casamento igualitário, onde minha esposa tivesse as mesmas oportunidades de carreira que eu. Valorizava seu impacto positivo nas pessoas ao seu redor e estava disposto a dividir as tarefas domésticas. Porém, ao perceber que teríamos mais responsabilidades com a chegada dos lhos, senti-me sobrecarregado. Sabia que transferir todas as responsabilidades para ela seria prejudicial ao relacionamento.

julho apontam que a cidade registra uma cobertura de 20,45% em toda a população. O índice entre os jovens (18 e 19 anos) chega a 7% de cobertura. Para as pessoas de 20 a 24 anos, esse patamar é de 7,96%. No caso dos habitantes que vão dos 25 a 29 anos, alcança 9,50%. As faixas etárias vinculadas aos idosos contam com os maiores índices de cobertura e acima da média registrada em Itapevi. O índice entre a população com idades de 75 a 79 anos alcança 68,46%. De 70 a 74 anos, o patamar chega a 67,13%, segundo números divulgados nesta semana pela Prefeitura. Em uma conversa franca, ela me questionou e deixou claro que eu também deveria assumir minha parcela de responsabilidade na criação dos lhos. Suas palavras tocaram meu coração. Percebi que tinha medo, mas desejava ser um pai presente e participativo. Ela também me tranquilizou, segurou minha mão e compartilhou suas próprias inseguranças em relação à maternidade. Compreendi que precisava fazer minha parte. Essa conversa marcou uma virada em nossa jornada. Percebi, então, que se não estivesse casado com minha esposa, teria mais tempo para mim mesmo. No entanto, não trocaria um minuto ao lado dela por nada. Compreendi que o tempo que ela exigia de mim valia a pena, e isso me fez re etir sobre como seria com nossos lhos. Essa conversa trouxe à tona a verdadeira essência de nosso relacionamento. Embora minha esposa demandasse tempo, amava cada minuto que passávamos juntos. Agora conseguia imaginar que sentiria o mesmo amor e gratidão com nossos lhos. Eles certamente exigem o meu tempo, mas estou certo de que cada momento ao lado deles é uma dádiva. René Breuel é um escritor paulistano que mora em Roma, na Itália. Autor da obra “Não é fácil ser pai” (Mundo Cristão), possui mestrado em Escrita Criativa e em Teologia. É casado e pai de dois meninos

Pedantismo cruel

José Renato Nalini

de absoluta, pré-determinada, mas de uma leitura consciente das possibilidades.

Não existe uma idade certa para estimular o que é certo ou errado, pois todos os dias nós somos modelo de escolha para o outro, principalmente para nossos lhos. Por isso, é importante, antes de tudo, conversar e deixar claras as opções, as consequências e a responsabilidade que eles têm sobre suas próprias escolhas.

Aline Tayná de Carvalho Barbosa Rodrigues é psicóloga escolar no Instituto Canção Nova, em Cachoeira Paulista (SP)

Incomoda-me, às vezes, o tom ácido da crítica literária endereçada a escritores que ousam publicar, às vezes custeando a edição de suas obras. Reconheço que há regras inflexíveis do vernáculo castiço, com as quais não se pode transigir. Mas o escrever é algo personalíssimo. Alguns caem ao gosto do leitor e se tornam fenômenos de vendas. Outros não. Existem os herméticos, os obscuros, os nebulosos, os simplórios. Há um universo todo à disposição de quem se propõe escrever. Acredito que cada qual oferece o seu melhor. Nunca vi alguém afirmar: “Caprichei neste mau livro! Quero castigar quem se dispuser a lê-lo!”. Questão de gosto, de preferência e de estilo. Os primeiros livros de Saramago, confesso, causavam certo estranhamento. Verbetes em sequência infindável, sem ponto, sem vírgula, sem pausa para respirar. E no entanto, ele continuou a produzir e foi Nobel de Literatura. O crítico é um profissional que deveria incentivar o leitor e o escritor. Estimulando a ambos. Um a ler e a ler cada vez mais. O outro, a prosseguir na escrita, até disposto a atender aos conselhos da crítica inteligente e não des- trutiva. Mas há críticos que se deleitam ao demolir as frágeis estruturas de quem arrostou a selva trágica da literatura. Não deixem palavra sobre palavra. São inclementes. Sufocam qualquer gérmen de vocação para a escrita.

Abusam do pedantismo, que é a exibição não pudenda de sua erudição. Algo que também acontece nas palestras literárias, que segundo Mário de Andrade, precisariam ser “coisa leve, rápida, divertida, em que as verdades passem sorrindo, entre brincadeiras. O ouvinte de conferências literárias é uma espécie patológica que sofre de idiotia de primeiro grau”. Já ouvi dizer que o crítico é impiedoso com o autor, porque gostaria ele de ser autor e não tem coragem. Seu exibicionismo, sua severidade excessiva, o rigor com que avalia o trabalho alheio é mero disfarce, porque desejaria escrever de forma tal, que não merecesse críticas como as suas.

Sobre esta categoria de críticos, se poderia afirmar: quem sabe escreve; quem não sabe, critica aquele que escreve.

José Renato Nalini é diretor universitário, docente de pós-graduação e secretário-geral da Academia Paulista de Letras

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