Camilo Mota
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Falta de remédios compromete saúde de irmãos
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Ano XXV- nº 260 - Saquarema, Araruama e Região dos Lagos - fevereiro de 2018 André Barbosa
Araruama comemora 159 anos
O município de Araruama comemora no dia 6 de fevereiro 159 anos de emancipação. nico e pela realização da sessão solene da Câmara Municipal que entregou títulos de A data foi marcada este ano apenas por uma curta cerimônia cívica, um culto ecumê- cidadania e outras homenagens. Página 3. Regina Mota Renato Fulgoni
Artesãos de São Pedro da Aldeia recebem reconhecimento profissional
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Saquarema divulga edital para ocupação de espaços culturais
Guardas Municipais fazem reivindicações em Saquarema
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nº 260 - fevereiro de 2018
As múltiplas faces de Pirandello
A Legenda dos Dias ACADEMIA BRASILEIRA DE POESIA, sucessora da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni,
fundada em 1985 – Boletim nº 01 – Novembro, 2017
COMENTÁRIO, de J. Roberto Gullino
O
estilo de poesia metrificada mais usuado no país adentro é a trova, de normas rígidas para não se transformar numa quadrinha, contrariando a declaração da cantora Adriana Calcanhoto que, na FLIPE de 2014, disse ser o haicai, estilo que ela mesmo disse não entender muito e que iria debater com quem sabia menos ainda puro surrealismo. Assim, hoje mostramos um belo soneto e muitas trovas aos nossos leitores.
UM SOPRO CONTROVERSO de Yvone Bastos, Rio de Janeiro
Há uma dor que compraz ao se compor um verso, quando a ideia, a bailar, descerra o pensamento e a nossa alma transborda em calor, sem reverso, sem medo, sem pudor e sem ressentimento. Transpira a arder em febre, um sopro controverso... como a flor, linda e rosa, ao desfolhar-se ao vento; despetalada, em pranto, inculpa o fado adverso, no revide e prazer de cantar seu lamento. No ressoar, cantante, a mágoa vem e insiste, voltando a espicaçar, ferindo como lança... E, inda que doloroso, há um prazer que persiste. E as palavras, brotando em rimas a verter o coração sangrando, ao remexer lembranças... Não importa se dói! Não importa sofrer!
ALGUMAS TROVAS E constrói-se o arranha-céu... No topo, o pobre operário. Na copa do seu chapéu, o miserável salário. Lindo Nóbrega – SP
Ó linda trova perfeita que nos dá tanto prazer! Tão fácil depois de feita, tão difícil de fazer!... Adelmar Tavares
Que mais desejo da vida, além do que sempre quis? É que ao final desta vida possa dizer: Sou feliz! Jessé Nascimento – RJ
Onde anda o corpo da gente, a sombra vai pelo chão... – É assim também a saudade, a sombra do coração! Adelmar Tavares
Vive o homem neste mundo em busca de amor e paz, mas pelo dinheiro imundo vende a alma a Satanás. Benedito Machado Homem, MG
Lotada de amor profundo, meiga e doce em seu mister, que graça teria o mundo, sem a graça da mulher? Aparício Fernandes
Quantos heróis esquecidos deste mundo, sem medalhas. E quantos brasões no peito de refinados canalhas. Cândido Canela, MG
Miséria de pão maltrata... Mas quanta gente, Senhor, sabeis que morre ou se mata quando há miséria de amor! Lilinha Fernandes
A mentira, a hipocrisia, por um silêncio arranjado, domina o mundo, hoje em dia, pondo a virtude de lado. Aristheu Buhões, AL
Sucesso é levar a vida da maneira que se quer. É agir, ir com fé à lida para o que der e vier. João Costa, RJ
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É
muito comum nos referirmos a um escritor como romancista, contista, poeta, etc.. Contudo, esquecemos que a maior parte deles tem se dedicado aos mais diferentes gêneros literários. Chamamos Fernando Pessoa de poeta, mas sua obra em prosa é mais númerosa que sua poesia e seu fazer poético está intimamente ligado as ideias expostas em muitos desses textos. Machado de Assis é visto como romancista ou contista, mas deixou várias peças de teatro, alguns livros de poesia e muitas crônicas. O fato de darmos maior valor a alguns gêneros, por se sobressarem mais pela sua qualidade, não quer dizer que os demais não tenham importância. Ignorar parte da obra faz com que tenhamos uma visão limitada e, muitas vezes, distorcida da sua produção. Até porque, o fato de ter se dedicado a escrita desses textos demonstra a importância que o autor lhes dava. Um exemplo interessante de como é importante conhecermos a obra de um autor como um todo é o caso do dramaturgo, poeta, romancista, ensaísta, roteirista e novelista (ou contista, depende de como se classifica os textos) italiano Luigi Pirandello. Ele nasceu em Agrigento, no dia 28 de junho de 1867, tendo falecido em Roma, no dia 10 de dezembro de 1936. Ele começou a escrever muito jovem, tendo escrito sua primeira peça aos doze anos e seu primeiro poema, até onde sabemos, aos dezesseis. Como muitos autores, o contexto histórico vivenciado pela Itália naquele período e a
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presentes naquele período (como o hermetismo, o decadentismo ou o futurismo, por exemplo). Talvez, pelo fato de que não ser um inovador, mas um poeta que segue os modelos clássicos, sua produção poética tenha despertado menor interesse dos leitores. O que não quer dizer que não tenha qualidade. Além disso, ela também está ligada tematicamente falando, ao restante de obra. Além das peças, ela também está relacionada com sua obra ficcional. Até mesmo o humor vai estar presente em alguns poemas. Já sua produção romanesca é quantitativamente menor, tendo escrito apenas sete romances, com destaque para “O Falecido Matias Pascal”, “Cadernos de Serafino Gubbio Operador” e “Um, nenhum e cem mil”, todos os três traduzidos no Brasil. Seus romances são extremamente interessantes e tratam de questões complexas envolvendo a natureza humana. Trata de temas e ideias recorrentes no restante de sua produção de modo que deveriam ser lidos juntamente com o restante dela. Assim como seus ensaios, que envolvem não só o fazer teatral, mas
*Professor de História em Itaperuna-RJ.
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sua vida familiar e pessoal vão ter grande impacto na sua obra. Dentre os muitos prêmios recebidos ao longo de sua vida destacamos o ter ganhado o Nobel de Literatura em 1934. É considerado um dos grandes dramaturgos do século XX, tendo promovido a renovação do teatro com peças extremamente originais como podemos ver pela obra “Seis personagens à procura de um autor. Nela temos seis personagens invadindo o ensaio de uma peça na tentativa de convencer o diretor a encenar suas vidas, já que o criador deles os havia rejeitado. Sua dramaturgia está intimamente relacionada a algumas ideias expostas em seus ensaios, com destaque para o texto “O Humorismo”. Mas, do ponto de vista temático, de sua visão de mundo e de suas ideias também está relacionada aos contos, alguns deles transformados em peças, romances e poemas. No que diz respeito a sua poesia, vemos que foi profícuo, tendo publicado oito livros, todos sem tradução. Chama a atenção o fato de que ele não se filia de forma exclusiva a nenhuma das correntes literárias que estão
discussões de caráter teórico que refletem as ideias que vão nortear a sua escrita. De uma forma ou outra, muitos dos grandes escritores também foram teóricos da literatura, como Octavio Paz, Haroldo de Campos, Henry James e o próprio Pirandello, entre outros. Por fim, temos a sua produção novelística. A ideia inicial do escritor era escrever 365 novelas, uma para cada dia do ano, mas acabou deixando esse projeto inacabado. Ele conseguiu escrever somente duzentos e cinquenta e uma. Mesmo inacabado, seu conjunto de novelas é o mais importante da literatura moderna. Nenhum outro escritor tentou algo dessa magnitude. Além disso, do ponto de vista temático e do ponto de vista teórico podemos igualmente conectar sua produção novelística aos romances, peças, poemas e ensaios.Talvez isso o tenha motivado a adaptar algumas delas para o teatro. Varias coletâneas de novelas foram publicadas no Brasil e são de fácil acesso para o leitor. Poderiamos também incluir seus roteiros, mas como quase todos são adaptações é natural que as conexões estejam presentes. Assim, por tudo o que foi dito nós podemos ver que, quanto mais amplo for o nosso conhecimento da obra de um autor, mais claramente podemos identificar o modo como seus textos se interconectam. Isso contribui para o melhor entendimento do conjunto de sua produção, assim como para o de cada obra em particular.
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EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda, CNPJ 07.546.414/0001-60. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.
Av. John Kennedy, 121 sala 13 - Centro - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesis. Edição digital: www.issuu.com/jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Editora Esquema Ltda.
Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.
nº 260 - fevereiro de 2018
Sessão solene celebra 159 anos de Araruama
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Diretora do Jornal Poiésis recebe título de cidadã araruamense A Câmara Municipal de Araruama realizou no dia 6/02 a sessão solene comemorativa aos 159 de emancipação política-administrativa de Araruama. O evento aconteceu na Primeira Igreja Batista (PIBA), contanto com a presença de centenas de pessoas. Entre os homenageados estava a jornalista e diretora do Jornal Poiésis, Regina Mota, que foi agraciada com o Título de Cidadã Araruamense. O médico e poeta Cid Magioli, presidente da Academia Araruamense de Letras, recebeu o Título Honra ao Mérito Poético. Na solenidade também houve entrega da Medalha Tupinambá, e das medalhas de Mérito Empresarial e Mérito Jornalístico.
Fotos: Camilo Mota
A jornalista Regina Mota recebeu o título de Cidadã Araruamense. Na foto com o vereador Walmir Belchior, Lourdes Belchior e Jaqueline Pacheco.
Cursos de Reiki em Araruama
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eiki é uma técnica japonesa, de fácil aprendizado, através da qual se desenvolvem aspectos positivos para a saúde, promovendo relaxamento, maior poder de concentração, além de melhora significativa no funcionamento do sistema imunológico e do controle dos estados emocionais. Tudo isso é possível através da prática de imposição de mãos e de uma técnica simples de meditação. Professor de Reiki há 13 anos, o psicanalista e terapeuta holístico Camilo Mota ressalta a importância da técnica para o bem estar do indivíduo. “Vários estudos científicos comprovam a eficácia do Reiki no restabelecimento da saúde física e emocional das pessoas. No ano passado, a técnica foi incluída no SUS dentro do programa de Práticas Complementares de Saúde. Mas não é apenas isso o que importa. O Reiki é um caminho de conhecimento, uma forma que a pessoa tem de adquirir maior controle sobre sua própria vida, através de uma prática simples na
Saquarema realiza chamada pública para artistas e produtores
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qual aprenderá a meditar e a usar a energia vital tanto para beneficiar a si mesma, como também poderá usar o Reiki em outras pessoas e também animais caseiros”, disse. O curso completo possui quatro níveis, mas apenas com o primeiro já é possível praticar a técnica sem dificuldade. No dia 3 de março, haverá mais uma turma para o Curso de Introdução ao Reiki, nível 1, em Araruama, ministrado por Camilo Mota. Também já estão abertas inscrições para os outros níveis, para atender alunos que já venham praticando a técnica há mais tempo. Confira as datas. 03/03 – Curso de Reiki ní-
vel 1 10/03 - Curso de Reiki nível 3A 11/03 - Curso de Reiki nível 2 17/03 - Grupo de Estudos de Reiki 24/03 - Curso de Karuna Reiki Praticante 1&2 As aulas são realizadas na Avenida John Kennedy, 121 sala 13, no Centro de Araruama. Maiores informações e inscrições podem ser obtidas através do WhatsApp (22) 99770-7322, do e-mail camilomota@terapeutaholistico. com.br ou no site oficial do terapeuta em www.camilomota.com.br.
Crianças em Saquarema sofrem por falta de remédio
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ortadoras da doença denominada Mucopolissacaridose Tipo 1, duas crianças de Saquarema já estão sofrendo as consequências pela falta do medicamento específico para o tratamento, a Laronidase, importado dos Estados Unidos e que não é distribuído pelo Ministério da Saúde há cinco meses. Diogo Eduardo de Oliveira Matos, 12, e Isaac Vitor de Oliveira Matos, 9, começaram o tratamento em 2009, quando foram diagnosticados com a doença. Eles são assistidos pelo Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, mais conhecido como Hospital do Fundão, no Rio. Com a falta da medicação as crianças já começam a sentir os efeitos colaterais, como fraqueza e dores nas articulações. O sofrimento é tanto que os pais já estão divulgando campanhas na internet para mobilizar a população para a doença e para conseguir adquirir o medicamento através do governo federal. “Trata-se de uma síndrome genética e progressiva que afeta a parte motora da criança. O Diogo deve tomar a medicação quinzenalmente e o Isaac semanalmente.
Dr. Cid Magioli, presidente da AARALETRAS, foi agraciado com a Medalha do Mérito Poético
Camilo Mota
Ao ligar para a Secretaria de Saúde em Brasília eles alegam falência no governo, depois dizem que estão se organizando para as devidas providências”, disse Angélica Ramos de Oliveira Matos, mãe das crianças. Já o pai, Diogo Matos, afirma que a luta não é somente deles. “Não é só pelos nossos filhos que lutamos para conseguir essa medicação, mas sim por todos os que necessitam do mesmo. Existe inclusive a Associação de Apoiadores aos Portadores de Mucopolissacaridose e de Doenças Raras – Anjos da Guarda, que trabalha
em prol dos acometidos pela síndrome”, disse. Na última semana de janeiro Diogo e Angélica seguiram até Brasília, onde tentaram articular junto às autoridades competentes a viabilização do fornecimento do medicamento, contudo, eles devem ficar no aguardo, pois somente em fevereiro a Câmara dos Deputados volta a funcionar normalmente e é daí que vem a esperança deles, que as autoridades tomem uma decisão eficiente e minimizem o sofrimento dos portadores de Mucopolissacaridose e de seus familiares.
Regina Mota
Prefeitura de Saquarema está realizando Chamada Pública de Ocupação Artística e Cultural do Teatro Mário Lago, Casa de Cultura Walmir Ayala e da Salarte do Teatro Mário Lago. Os artistas selecionados terão a oportunidade de ter seus trabalhos reconhecidos pelo município, através de exposições. As inscrições encerram-se no dia 15 de fevereiro e são direcionadas às pessoas físicas ou jurídicas, estabelecidas em qualquer parte do Brasil ou do mundo, com o objetivo de colaborar coma política de transparência e democratização do acesso dos artistas e produtores aos projetos de manifestações de artes plásticas e visuais. A avaliação das propostas será realizada no dia 24/02 e o resultado até dia 28. As propostas selecionadas não receberão quaisquer ajuda financeira por parte do município. Os artistas interessados devem enviar a proposta para o email: teatromunicipalmariolago@hotmail.com
Guarda Municipal de Saquarema faz protestos Regina Mota
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Guarda Municipal Civil de Saquarema realizou na manhã do dia 05/02 mais uma manifestação na área central da cidade, com caminhada que saiu da Praça dos Pescadores até a Prefeitura, onde carregaram faixas que solicitavam aumento salarial e adequação à Lei 13.022. Nem a chuva que caía na cidade na hora do movimento intimidou os guardas, familiares e simpatizantes de percorrerem as ruas centrais para solicitar reivindicações,
com o apoio do Movimento Frente Pró GM/RJ e a Guarda Civil de Niterói. Este ano foi a terceira vez que eles saíram para reivindicar o retorno das gratificações, reajuste salarial, congelado há quatro anos, e melhores condições de trabalho. As manifestações já tiveram repercussões em várias mídias como a internet e televisão. A prefeita Manoela Peres Alves deu um depoimento em sua página na rede social onde explicou que o município não pode atender
as reivindicações no momento. “São coisas obviamente justas que eles estão querendo, mas são coisas que não são viáveis para a prefeitura hoje. Não posso tirar verba do Turismo e da Saúde para pagamento de pessoal. Uma manifestação dessa só justificaria se as portas do gabinete estivessem fechadas, elas estão sempre abertas, basta vir e marcar uma reunião para ver o que se pode fazer”, disse Manoela no vídeo exposto em rede social no dia 23/01.
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Carteira Nacional de Artesãos é entregue em São Pedro da Aldeia
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Prefeitura de São Pedro da Aldeia, por meio da secretaria adjunta de Cultura, em parceria com o Governo do Estado, realizou a entrega da Carteira Nacional do Artesão a dezenas de profissionais da classe. A cerimônia aconteceu no Teatro Municipal de São Pedro da Aldeia e contou com a presença do vice-prefeito Mauro Lobo, da subsecretária de Estado de Turismo, Nea Mariozz; da secretária adjunta de Cultura, Edlúcia Marques, entre outras autoridades. A carteira nacional dos artesãos é gratuita, tem valor de identificação e oferece diversos benefícios aos artesãos. Fruto do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), a carteira permite que o trabalhador participe de feiras de artesanato, nacionais e no exterior, cursos, obtenha crédito e melhores formas de pagamento e valores de atacado em lojas parceiras. “Essa valorização é um caminho que se abre, é o reconhecimento de uma pro-
fissão muito importante. Parabenizo a Nea Mariozz pelo brilhante trabalho à frente da subsecretaria de Estado de Turismo e a nossa secretaria adjunta de Cultura, Edlúcia Marques, pelo empenho e dedicação. O trabalho feito pelo artesão é um dom que Deus dá, de transformar algo simples em uma obra de arte. Esse reconhecimento é apenas o começo, os artesãos precisam se unir, buscarem propostas para que conquistem ainda mais melhorias”, disse o vice-prefeito Mauro Lobo. Durante o evento, além da entrega das carteiras, a subsecretária de Turismo, Nea Mariozz, anunciou a assinatura de um termo de cooperação técnica entre a prefeitura aldeense e o estado. “O trabalho que está sendo desenvolvido pelo Programa do Artesanato tem uma continuidade. Precisamos que o artesanato seja fomentado dentro de São Pedro da Aldeia e em todos os municípios. Esse acordo de cooperação técnica é para seguir-
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mos criando uma comissão, com membros da prefeitura e também da parte civil. Esse termo serve para que possamos buscar auxílio no Ministério da Indústria e Comércio, onde está o artesanato do país. Esse acordo ficará exposto na Casa de Cultura, para que os artesãos possam consultar”, explicou. A subsecretária de Estado
de Turismo destacou ainda a importância da valorização profissional para os artesãos. “Essa entrega das carteiras marca um dia de muita felicidade e vitória aqui em São Pedro da Aldeia, têm pessoas que chegam até mim e dizem estar esperando isso há 40 anos. Essa carteira é um reconhecimento de todos os artesãos, nós estamos apenas
Leis que beneficiam homens e mulheres são sancionadas pelo governador do Rio
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lei estadual 7.856, que cria o Programa de Prevenção ao Assédio nos Transportes Coletivos Públicos e Privados foi sancionada pelo governador Luiz Fernando Pezão no dia 15/01. De autoria da deputada estadual Márcia Jeovani, a meta da nova legislação é incentivar a denúncia dessas situações de violência sexual e também prevenir ocorrências de assalto. A lei obriga que as empresas de transporte público colem no interior de veículos, estações e terminais cartazes que incentivem a denúncia em casos de assédio, bem como disponibilizar orientação à vítima sobre como proceder para denunciar e identificar o agressor. Os cartazes deverão conter, também, os números das polícias Militar (190), Civil (197), da Central de Atendimento à Mulher (180) e do Alô Alerj SOS Mulher (0800 282 0119). Além disso, eles também deverão orientar as vítimas a guardarem informações para a identificação do agressor
entregando esse documento que vai dar a chance de caminharem com mais força. Atualmente, temos oito artesãos dentro do Corcovado, dez no AquaRio, quarenta no Jardim Zoológico e partir de agora a rede hoteleira também terá material exposto dos artesãos. Esse trabalho só acontece se os artesãos acreditarem nesse crescimento, esse
é um momento histórico para o artesanato em geral”, disse Nea. Emocionada, a secretária adjunta de Cultura, Edlúcia Marques, relembrou a luta para realizar o sonho da carteira dos artesãos. “Há um ano estávamos na Casa de Cultura sonhando com a possibilidade de trazer essa carteira dos artesãos para São Pedro da Aldeia, agora estamos realizando. É com muita alegria que conseguimos entregar a carteira nacional para os artesãos, fruto de uma gestão que lutou, foi a outros municípios para saber o caminho das pedras. Estamos muito felizes por cada artesão de São Pedro da Aldeia”, contou. Com 82 anos, Guimar Pereira de Souza foi a primeira contemplada com a carteira dos artesãos. “Sou artesã há 70 anos, esse é um sonho realizado. Os artesãos precisam se unir para buscarmos grandes vitórias. A carteira é um grande reconhecimento para todos nós”, comemorou. [Luana Macedo/Ascom/PMSPA]
ENAARTE realiza novo encontro em fevereiro Regina Mota
A deputada estadual Marcia Jeovani é autora da lei que previne o assédio nos transportes coletivos
e do local onde o assédio ocorreu como horário, linha de ônibus, linha de metrô, roupa que o agressor estava usando, bem como suas características físicas. Outra importante lei sancionada pelo governador Pezão e publicada no diário Oficial do Poder Executivo no dia 09/01, é sobre o Programa de Prevenção da Saúde Cardiovascular destinado a homens e mulheres acima
dos 40 anos que apresentem fatores de risco e histórico familiar. É o que determina a Lei 7.832/18. Segundo a proposta, as pessoas enquadradas no grupo de risco terão direito a avaliações periódicas na rede pública de saúde, com a realização de exames clínicos e laboratoriais, além de acompanhamento nutricional. A lei permite que o estado faça parcerias com
os municípios para a implementação do programa. De autoria da deputada Marcia Jeovani (DEM), o programa também incentiva a criação de campanhas anuais de prevenção e tratamento de doenças cardíacas. “O objetivo é garantir o melhor tratamento para essas pessoas acima dos 40 anos, que apresentem fatores de risco”, explicou a parlamentar.
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rganizado por Jane Pessanha, o Encontro de Amigos da Arte (ENAARTE) é um espaço aberto à confraternização e à participação de estudantes de música, além de cantores e músicos amadores e profissionais. Na primeira apresentação deste ano, em janeiro, o evento foi totalmente dedicado ao carnaval, fazendo um
grande apanhado de sambas e, principalmente, de marchinhas. No próximo dia 28 de fevereiro, quarta-feira, a partir das 17h, acontece mais um encontro no Espaço Multicultural Gene Insanno, em Araruama, com tema livre. Para participar é preciso entrar em contato com Jane Pessanha através do celular ou WhatsApp (22)99819-8393.
Mostra de Teatro de Rua
LBV de Cabo Frio abre vagas para atividades gratuitas
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Centro Comunitário da Legião da Boa Vontade (LBV) em Cabo Frio/RJ está com inscrições abertas para o programa: Vida Plena, que colabora para a inserção sociocultural e o fortalecimento da cidadania de idosos a partir dos 60 anos, por meio da construção de vínculos interpessoais, intergeracionais e familiares. Dentro do programa Vida
Plena, a Instituição atende cerca de 20 idosas, oferecendo, gratuitamente, oficina de artesanatos, de cidadania ecumênica e a de Corpo e Movimento, fisioterapia, palestras, passeios entre outros. As atividades acontecem às segundas e quartas-feiras, na parte da manhã. O programa: Criança – Futuro no Presente!, tem 10 vagas e oferece oficina de
informática, atividades lúdicas, educativas, culturais, esportivas no período inverso ao escolar, para crianças de 6 a 11 anos, integrantes de famílias de baixa renda, auxiliando pais e responsáveis que não têm onde deixar os filhos. As atividades acontecem de segunda a sexta-feira, nos períodos da manhã e da tarde. Ao promover a inclusão
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social e a melhoria da qualidade de vida dos atendidos, além de conceder oportunidades e condições de exercer a cidadania plena, a LBV auxilia para a melhoria da autoestima deles. O Centro Comunitário de Assistência Social, da LBV, no RJ, está localizado na Av. Joaquim Nogueira, 772 – São Cristóvão. Informações pelo telefone: (22) 2648-9000.
O grupo Teatrama realiza a 7ª Mostra Araruama de Teatro de Rua de 15 a 18 de fevereiro. O evento acontece na Praça Antônio Raposo e tem entrada franca. Confira a programação:
15/02 - O Rei Leão 16/02 - O Rei Leão 17/02 - Sonho de Uma Noite de Verão 18/02 - Os Saltimbancos Todas as apresentações acontecem às 19 horas.
MEDITANDO II Encontro de Meditação e Terapias Naturais Araruama 2018
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nº 260 - fevereiro de 2018
Conto Teatral Gerson Valle - “Amor foge a dicionários / e a regulamentos vários.” Lembra-se do poema de Carlos Drummond de Andrade e como lhe dávamos razão? - Sabe que esqueci!? “Sem-razões do amor” é o poema, não? Nós o vivíamos recitando, mas tinha esquecido. Você acaba de lembrá-lo para mim. Acho que me esqueci porque deixei de acreditar neste tipo de posicionamento. São versos que parecem justificar o autor. Todo posicionamento amoroso é válido, não é o que quer dizer? Independe de sua definição, de como se coloca... Isto pode induzir a gestos abusivos, perseguições insistentes a pessoas que não estão a fim... Imagino o Drummond, com toda sua educação letradíssima, no Ministério em que trabalhava, caladão em sua discrição mineira, olhando de lado uma “secretariazinha”, disfarçando o olhar para suas pernas cruzadas (“por que tanta perna, meu Deus”, não é o que ele se perguntava quando via passar um bonde, como coloca no “Poema das sete faces?”). Não sei se é maldade minha, mas aquela sua maneira sempre me passou algo de dissimulado, como todos os homens de seu tempo. Saindo da repartição não deixaria um poema na mesa da pobre coitada indefesa de pernas bem traçadas? A tentá-la, talvez. Pelo machismo de suas convicções, vontade de afirmação no mundo ante “tantas pernas” disponíveis e ao mesmo tempo distantes, por não estarem entregues às suas mãos, língua, que sei? Ouvi de uma velhinha que trabalhou com
ele que uma vez, baixinho, só pra ela ouvir, perguntou se não queria assistir uma fita com ele, como chamavam filme de cinema então... Não creio que ela estivesse mentindo para mim. Isto a gente sabe que é assédio, não? Paquerar colegas do trabalho, sobretudo de nível inferior, e ele era chefe de gabinete, chefe, compreende?, é criminoso... É forçar a barra, quase um estupro!... - Uau!, mas há vinte e cinco anos, foi você quem me perguntou se eu queria ir ao cinema, e éramos colegas de trabalho, dávamos aula de Literatura na mesma faculdade. Foi assédio? Sei que no cinema fui o primeiro a lhe dar a mão e o beijo na boca... Havia uma quase obrigação de o homem iniciar a relação, não era assim? Eu me sentiria um bobão se não tivesse tentado, no escurinho, a seu lado, sentindo seu calor... Se por um lado havia este formalismo, por outro tudo era muito tentador para mim, que já gostava de você. Depois, você já antecipara o convite da ida ao cinema. No nosso tempo isso já começava a ser admitido. Quando se gosta de alguém, tais formalismos são mesmo necessários? É preciso saber se não se está contrariando regras ao se elogiar um parceiro de trabalho, homem ou mulher? Tudo é circunscrito a sexo, não havendo um gesto, uma intenção que não seja para uma transadinha? O mundo é uma grande arena onde só se pode externar o amor se não tiver nenhuma circunstância que nos comprometa? O amor depende mesmo dessas conveniências? Tenho por mim que não. E ainda que assim fosse, por que se incri-
ASSÉDIO
minar o desejo quando aparece por uma vizinha de prédio, de sala de aula, de oficina de trabalho? Tanto de um gênero quanto de outros... Claro que nunca veria como assédio sexual seu convite de irmos ao cinema, como tantos colocam agora. Proibir-se o desejo? Pode haver algo mais tenebroso? Isto seria a destruição da própria Humanidade! Manifestar o desejo é o que estão chamando genericamente de “assédio”? Então, sem assédio não há namoro, casamento, filhos...! Lembro-me de uns versos do Mário Quintana que marca bem quanto o amor ultrapassa o senso comum, as regras sociais: “Senhora, eu vos amo tanto / Que até por vosso marido / Me dá um certo quebranto”. - Os homens sempre gostaram de fazer piada sobre todo tipo de relacionamento amoroso. Nunca gostaram de levar muito a sério suas investidas sobre o sexo oposto. Se calhar, calhou, não é? Você mesmo acaba de confessar que no início do nosso relacionamento houve um instante em que você me assediou para um beijo, sem saber no que daria. Se eu o refutasse, dava um pigarrinho, né?, e não se falava mais neste assunto... Acham que sempre têm de tentar, e isto pode não ter consequência. Não é assim tão sério. O sexo é uma brincadeirinha que, num escorregão pode até violentar vontades, e tudo fosse esquecido... - Sabe o que acho, querida? Essa história do feminismo, da conquista de um novo olhar no relacionamento macho/fêmea, está subindo à cabeça de vocês todas. Quem diria?, até mesmo de você que, intelectualizada, sempre se
POEMAS IMPASSE Marco Aurêh Tanta coisa por fazer Tanta! E o tempo passando feito navalha Corte! Letras por compor músicas Grito! Boca por criar cantos Silêncio! Marco Aurêh é músico e compositor, reside em Petrópolis-RJ.
Almandrade Inflamável é o atrito dos versos adversos súbito cansaço ironia voracidade o brilho e o tédio dos metais palavras envelhecidas com múltiplos sentidos contraditórios em cada esquina. Almandrade é poeta e artista plástico, mora em Salvador-BA.
certa aluninha, a Glauce, e não me diga que não é verdade, na mentira usual de todo homem sempre! E para mim, você há mais de uma década que não olha como no tempo de namoro... Outro dia tivemos um pega na cama em que você chegou a usar de um tranco forçado para manter a relação dentro de seu interesse, e agir do lado masculino. Você sabe o que estou falando. Você me anulou na cama, meus gestos, vontades, impondo-se à força bruta, chegando a me virar para manter-se firme e me abraçar por trás, o que nunca tínhamos feito!!! Tem de renovar, respirar novos ares, senão a tesão não vem, não é? Sem um pouco do jogo de futebol a que você se referiu, com a disputa física no meio do campo, o machista não sabe se afirmar, não faz gol! Me senti como a boneca inflada onde você pode descarregar suas frustrações com mais ódio que amor. Depois vira pro lado e dorme, como quem puxa a válvula ao usar o vaso sanitário. Por piedade deixei você chafurdar no corpo de desejadas glauces... - Meu Deus do céu! O que se combate como criminoso agora é o comportamento masculino, sua forma natural de ser, a “parte que lhe cabe neste latifúndio”, como no verso do João Cabral?, e você entende bem a linguagem figurada que uso aqui... - Cansei, não estou mais a fim de jogar futebol não. E pessoas como você, arraigadas nos valores da Literatura do passado, da educação transmitida por milênios nas suas costas, não se dá conta sequer que o mundo para rolar não precisa da primazia masculi-
na! Isto já está mudando. As novas gerações, os rapazes de hoje já não são tão agressivos. Tenho observado, por exemplo, as maneiras daquele irmão do namorado de nossa filha, o Zé, tão gentil, sempre dando lugar aos outros nas conversas, posições de uma forma geral. Os homens podem ser diferentes. O machismo já era e você está muito viciado em seus hábitos para se dar conta disso... - O Zé? E depois me acusa de pedofilia por conta da atenção a uma aluna prendada como a Glauce! Está na cara: você sonha um caso com esse garotão! Vá em frente. Deve fasciná-lo poder lhe dar uns amassos, a atração de uma relação similar a um incesto!, você da idade que deve ter a mãe dele!, fugir dos padrões... Tal taradice estimula qualquer ereção. As feministas imputam aos homens agressões sexuais para se afirmarem. Carinho trocado com o pau espontâneo da juventude, entretanto, é lírico como o baile burguês dos quinze anos das moçoilas de outrora – lembra da Natasha de “Guerra e Paz”? Depois de velha deu para ser pagodeira!? - Olha, cara, eu não admito! Você não tem o direito! Aliás, a nada, não tem direito a mais nada! Desde que compreendi que você nunca ultrapassou antigos instintos do machismo estuprador, perdeu todo o direito de conviver comigo! Quero o divórcio! Gerson Valle é poeta e escritor, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis, atual presidente da Academia Petropolitana de Letras.
DEPRESSÃO HONRA Hugo Pontes A gente é tudo gente boa, honesta e trabalhadora. Mas quem acredita na gente? Como mudar o sentimento do mundo Sem mudar a aparência?
Camilo Mota Onde já não mais habita o verbo se esconde um rosto que foge: mãos que ocultam lágrimas, soluço engolido a seco. Guardo o medo longe dos outros, e o alimento devagarinho como a um estranho que vem me pedir abrigo.
Hugo Pontes é natural de Três Corações-MG, reside em Poços de Caldas.
Dou-lhe primeiro os restos, mas depois entrego-lhe inteira toda a sorte do meu amor. Resta-me o silêncio, e a dor.
A PALAVRA É DE PRATA E O SILÊNCIO É DE OURO
Camilo Mota é psicanalista, poeta, editor do Jornal Poiésis, membro titular da Academia Araruamense de Letras e da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni.
Roseana Murray
[INFLAMÁVEL]
mostrou tão racional, sensata... Há sempre um chute inicial em toda partida de futebol, assim como nos relacionamentos. Se se for taxar de assédio a não certeza de como a bola vai rolar no campo, não se joga mais nunca! E só ser possível se chutar para gol se a bola entrar é de um surrealismo absoluto! Por outro lado, cadê a posição libertária de admitir o amor em todas as categorias, condições sociais, casados, homo, bi, trans, etc, etc.? De repente o mais sensível dos poetas é censurado por uma possível tesão sentida por uma moça de seu trabalho? Você está falando sério? Nietzsche colocou admiravelmente a questão: “Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal”. Se você não pensa mais assim, parece-me que você pode vir a negar nosso próprio amor. Ou será que ele foi traçado pelos deuses, antes mesmo de existirmos, ou, como antigamente, pelos nossos pais, por interesses materiais da família que absolviam o “pecado” de nossa prática sexual? E tudo que não se passe dentro do esperado convencional seja sedução, imposição machista, estupro criminoso...? - Não é só nos versos de Drummond e em sua maneira de ser que sabemos por um ou outro comentário que era machista não! Era todo homem de seu tempo, toda a Literatura que se fazia. E desde sempre! Balzac, Dostoiévski, Machado, todos transmitem os valores das sociedades machistas que viviam! Você mesmo, tão liberal, se dizendo meu amigo, há muito que força a barra para parecer me tratar com igualdade! Conheço de longe seu olhar de desejo para
O silêncio é uma caixa imensa onde cabem e ressoam todas as palavras e há que pescá-las com cuidado. Existem as redondas e macias, palavras vaga-lumes, que iluminam a boca de amor e doçura, e outras com espinhos, essa é melhor deixar no fundo da caixa do mundo. Dentro do silêncio as palavras iluminadas nadam como peixes dourados. Roseana Murray é autora de “Quem vê cara não vê coração” (Callis & Instituto Houaiss, 2012), reside em Saquarema-RJ.
BLACKPEACE Luís Augusto Cassas os urubus são nossos condores de estimação de luto permanente em protesto contra a discriminação Luís Augusto Cassas mora em São Luís-MA, é autor de “Ópera Barroca”, de onde extraímos o poema acima.
BODAS DE SANGUE Marcelo J. Fernandes quando fiz cinquenta anos não houve festim, rumor, balão. uma solidão nunca vivida levou-me, sem luta, ao cinema, pela mão desejara desde sempre um carrossel de amigos os irmãos de alma em libação rara e irreal, filmetes de depoimentos “essa é a sua vida” de um jota silvestre atemporal onde eu me visse de japona e kichute novos sob o indefectível uniforme creme & cinza do colégio de padres de castigo na parede, na fila, ou na porta da TV Rio, vendo os astros do Tele-Catch Montilla a celebração é ato exercício-celibato como um rito imutável a liturgia do mesmo pároco: o vinho, espanhol, espesso e falciforme; e a hóstia, que se rasga, alquebrada, disforme, exangue as bodas são de sangue - já o disse Aldir – e noivo de mim menino, as lágrimas lavam as peças desse antimuseu: no útero seco e vazio da sala, só Tarantino e eu. Marcelo J. Fernandes é poeta, membro da Academia Brasileira de Poesia, reside em Petrópolis-RJ
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