Poiésis 265

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anos Ano XXV- nº 265 - Saquarema, Araruama e Região dos Lagos - julho de 2018

Aprenda a fazer uma deliciosa maionese vegana

Pré vestibular para negros e carentes é lançado em Araruama

Kiko e Renata Babo estreiam este mês a nova coluna de culinária do Jornal Poiésis (Alimentação e Amor), com a proposta de falar sobre alimentação vegana (sem ingredientes de origem animal) e sutil (para benefício do corpo, mente e alma). Página 5.

A poesia de Sylvio Adalberto O novo livro do poeta petropolitano é o destaque da resenha escrita pelo crítico literário Fernando Py. A obra apresenta os consagrados Poemínimos (poemas curtos de natureza um tanto filosófica), além de sonetos e versos livres. Página 3.

A oportunidade de ingresso em universidades públicas ganha novo aliado para estudantes negros e também aqueles

oriundos de classes sociais menos favorecidas. Teve início no Sindicato dos Servidores Municipais de Araruama o curso pré

vestibular através de parceria entre a Associação Cultural Raízes de Araruama e Educafro/ Rio. Página 4.

Enaarte promove apresentações musicais em agosto

Artesãos recebem carteira nacional em Saquarema

Página 5

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nº 265 - julho/2018

A Legenda dos Dias

UM RIO DE VIDA ETERNA

ACADEMIA BRASILEIRA DE POESIA

Informativo da Fé Bahá’í na Região dos Lagos

sucessora da Academia Petropolitana de Poesia Raul de Leoni,

Qual é sua religião?

fundada em 1985 – Boletim nº 08 – Julho, 2018

COMENTÁRIO, de J. Roberto Gullino

Alceu Wamosy (RS. 1895-1925), escreveu poemas cheios de de-sencanto, em uma produção que se destacou no sul do país e que é uma das obras mais significativas do Simbolismo brasileiro, sendo o seu soneto “Duas Almas” um dos mais belos produzido em língua portuguesa.

DUAS ALMAS

SONHO HUMILDE

Ó tu, que vens de longe, ó tu, que vens [cansada, entra, e, sob este teto encontrarás [carinho: Eu nunca fui amado, e vivo tão sozinho, vives sozinha sempre, e nunca foste [amada...

Assim te quero amar; quero adorar-te [assim, sempre de joelhos, sempre,

[ó mármore sagrado; e que teu corpo ideal não seja, [para mim, mais que um horto de sonho, ou que

[um jardim fechado.

A neve anda a branquear, lividamente, [a estrada, e a minha alcova tem a tepidez de um [ninho.

Entra, ao menos até que as curvas do [caminho se banhem no esplendor nascente da [alvorada.

E amanhã, quando a luz do sol dourar, [radiosa, essa estrada sem fim, deserta, imensa [e nua, podes partir de novo, ó nômade [formosa!

Já não serei tão só, nem irás tão [sozinha: Há de ficar comigo uma saudade tua...

Hás de levar contigo uma saudade [minha...

Em todo amor defeso há um encanto

[sem fim, que o faz extreme e leal, lúcido e [iluminado: A mulher que se adora é a Torre de

[Marfim, mais alta do que o mal, para além do [pecado.

O amor deve viver perpetuado no [sonho!

Só desejar é bom: Possuir é renunciar à ilusão, que nos torna o desejo [risonho.

Ter só teu corpo é ter um tesouro [maldito; mas, possuir-te na alma e adorar-te [no olhar, é ter o céu inteiro, é ter todo

[o infinito!

DUAS TROVAS Nos passos do bailarino, na garganta do cantor, em cada tango argentino geme uma história de amor.

A. A. de Assis – PR

O amigo que nos quer bem é aquele que, sem temor, oculta uma dor que tem e vem sanar nossa dor...

Ademar Macedo – RN

Felora Daliri Sherafat

U

ma amiga me perguntou qual é a sua religião? Respondi que eu não tenho religião. A amiga, surpreendida, indagou: como assim! Não tem religião? Disse que a Religião não é uma propriedade das pessoas, é algo de Deus. É um mapa, oferecido por Ele, para os homens seguirem um caminho correto. Ela questionou: se você não tem religião, então o que te sustenta? Disse: eu tenho fé, é ela que me sustenta. A fé é minha; e a religião pertence a Deus.

Expliquei que a religião é a guia, é uma bússola oferecida por Deus para que as pessoas sejam protegidas dos erros e possam evoluir por Suas orientações e guias de forma correta e na direção certa. Já a fé é algo adquirido, pela própria pessoa, mediante a confiança e certeza nas orientações e guias divinas que recebeu.

As pessoas, na maioria, pelo costumo se apegam a um trecho do caminho, a um pedaço do mapa oferecido pela religião. Elas se encantam por uma pequena parte do total, e se acostumam, e ainda se batizam nesta parte como “minha religião”. Escutamos muito a frase “na minha religião seguimos esta ou outra regra”. Realmente, não podemos enxergar a amplitude da religião, não sabemos do seu início, nem do seu fim. Não cabe às mentes humanas a audácia de dizer a “minha religião”, limitando-a ao tamanho da sua mente o que ainda é uma parcela pequena das grandiosas Revelações.

O que um indivíduo pode deter da religião é a fé. Esta fé significa a certeza de que o caminho que segue é correto. Mesmo que a religião tenha aspectos e atividades na escala humana, mas a fé é algo transcendental, adquirida pelo que captamos da dimensão espiritual.

Não temos poder de entender os mistérios das Revelações e Manifestações divinas que surgiram. Nós apenas temos a oportunidade de, num espaço de tempo, caminhar no trilho traçado por Eles para não se perder na escuridão do mundo material. A fé é a ener-

gia, força, poder espiritual que é resultado da crença na religião, e é esta que eu tenho.

A fé ajuda a perceber que os Manifestantes divinos, Promotores da grande Religião de Deus, são interligados, e Todos promovem a mesma causa. E a fé fornece a força vital que ajuda a pessoa a prosseguir no caminho traçado por estes Luminares, um caminho contínuo, que pode até ter paradas, mas, ela te leva a seguir o trilho. E quanto mais prosseguir o caminho a certeza de que o caminho é certo aumentará a fé, daí vem a vontade de dizer a Deus: “ó meu Deus, eu sei que o caminho que traçou é bom para mim”.

Das palavras de Deus e da religião, a única coisa que ficará para o homem é a certeza e a fé, de que há Deus, e Ele designou seus enviados como Abraão, Moisés, Zoroastro, Jesus, Buda, Mohamad, Bahá’u’lláh como Sua guia para mostrar o trilho, o caminho de uma vida correta na floresta perigosa do mundo.

Enfim, não se deve ter a posse da religião, tem que permitir que a nossa fé possa contagiar outros. Então, se alguém me perguntar que caminho que estou seguindo, eu direi que no trilho das guias traçadas por Bahá’u’lláh que a continuação do trilho de Jesus Cristo e Mohamad.

Há uma grande distância entre quem faz propaganda da sua religião para disseminá-la, e aquele que não fala da religião, apenas demonstra sua fé contagiante que esquenta a alma dos outros.

Já percebi que quando falo da religião, de que o meu trilho é bom, as pessoas ficam duvidando e ficam sem vontade de me seguir.

Mas, quando conto as histórias da minha vida, as caminhadas e os desafios que com poder da fé enfrentei, elas ficam apaixonadas, sem perceber entram no meu trilho e as vejo junto comigo, na mesma caminhada. E se alguém perguntar a elas em que trilho estão caminhando elas respondem, no trilho de Bahá’ulláh.

Felora Daliri Sherafat é membro da Comunidade Internacional Bahá’í, mora em Aracaju-SE. Site oficial da Fé Bahá’í: www.bahai.org.br

EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda, CNPJ 07.546.414/0001-60. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb. Av. John Kennedy, 121 sala 13 - Centro - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 99982-4039 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis. com.br. Facebook: www.facebook.com/jornalpoiesis. Edição digital: www.

issuu.com/jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Editora Esquema Ltda.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.

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nº 265 - julho/2018 RESENHA

Sentir para sempre

Fernando Py

Artesãos de Saquarema recebem carteira nacional

Divulgação/Secom PMS

T

emos novo livro de Sylvio Adalberto: “Sentir é terno” (Petrópolis: edição do autor, 2018).

Novo porque é recente; mas é novo também devido ao fato de que renova auspiciosamente a sua poesia. Vejamos: os textos do volume estão divididos em três partes, cada qual encimada pelas palavras do título. “Sentir” engloba mais de cento e trinta poemínimos, vocábulo que compreende minúsculos poemas densamente carregados de emoção e valor. Muitas vezes são pequeninos aforismos quase quintanianos, que nos informam a respeito do humor, da descrença, das inquietações do poeta, e até se mostram bastante concisos - como aquele “Viver é ofício / poesia é vício.” E é certo que esses poemínimos se desenvolvem numa amplitude temática bastante variável, desde reparos à vida na Terra, à criação de Deus e dos homens, refuta certas verdades tidas como assentes, registra principalmente comentários sobre a poesia e os poetas, como este: “Um garimpeiro / que escalavra lavras / é um poeta / à cata de palavras.”

E será curioso verificar que certos finais destes micropoemas são aproveitados em finais de poemas maiores da seção “Terno”: “A noite brilha em seus ocos / e nem precisa motivos / já que o destino dos vivos / depende da mão dos loucos” (‘Música noturna’); ou : “quem morre por uma causa / não morre só uma vez”(‘O que fazer’). “É” compreende 10 belos sonetos, dos quais se pode destacar: “Canção da vida” , “Música noturna”, “Canção de Natal”, “Soneto de amor” e os dois

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dedicados, respectivamente, a D. Quixote e Sancho Pança. “Terno” abrange poemas de variada construção, quase todos como se relatassem uma história que vai se diversificando à medida que avança. O mais belo exemplo é “Luaredo”, onde o autor cria o neologismo “enluecer”, de grande efeito fônico e encantatório. Outros poemas de excelente feitura : ‘Não é bem isso’, ‘Anoitecências’, ‘Ao sabor dos ventos’, ‘Nascente’, ‘Parâmetros’, ‘O que fazer’, ‘Noturno de Itaipava’, ‘Ventania’ e ‘Canto inútil’ .

Este último é na verdade um soneto, só que os dois tercetos estão encartados entre os dois quartetos. Não há dúvida de que este livro é, no todo, uma preciosa colaboração de Sylvio Adalberto à literatura petropolitana e brasileira.

Fernando Py é poeta, tradutor e crítico literário, membro da Academia Petropolitana de Letras.

Prefeitura de Saquarema, em parceria com a Secretaria de Estado de Turismo, entregou no dia 3 de julho a Carteira Nacional do Artesão a 110 pessoas que atuam no município.

Durante o evento, os artesãos receberam informações sobre o Programa de Artesanato do Estado do Rio de Janeiro, que busca reconhecer o artesanato como atividade econômica geradora de desenvolvimento regional, com todo o seu foco voltado para a prática de ações que visam o empreendedorismo.

A Carteira Nacional do Artesão é emitida gratuitamente seguindo as orientações constantes na Base Conceitual do Artesanato Brasileiro. O seu uso é obrigatório em todos os eventos de di-

vulgação, promoção e comercialização do Programa do Artesanato Brasileiro – PAB. Ela propicia benefícios como: participação em feiras de artesanato nacionais e internacionais, e em oficinas e cursos de artesanato ofertados pelo PAB. Funciona também como identificação nacional do trabalhador e traz facilidades para obter crédito e para realizar oficinas e cursos na área.

Quem desejar obter a carteira e ainda não se cadastrou no Programa, pode buscar orientação na Subsecretaria Municipal de Cultura de Saquarema, que funciona na Casa de Cultura Walmir Ayala, na Rua Coronel Madureira, 88, no Centro, em frente à Prefeitura Municipal.

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nº 265 - julho/2018

Raízes e Educafro lançam pré-vestibular em Araruama

Fotos: Regina Mota

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Associação Cultural Raízes de Araruama, em parceria com a Educafro/Rio lançou no dia 30/06, no Sindicato dos Servidores Municipais, o Pré-Vestibular Comunitário, que deverá atender, a princípio, a 50 jovens que estudam na rede pública de ensino.

Ruan Carlos da Silva, um dos diretores da associação, abriu o evento falando dos trabalhos realizados e enfatizou a importância de mais essa conquista. “Trabalhamos pelo combate ao racismo, intolerância religiosa e respeito ao próximo. A Associação Cultural Raízes, ao fazer essa parceria com a Educafro/Rio demonstra que mais uma vitória foi conquistada. Esses 50 alunos que iniciarão o pré-vestibular são oriundos de colégios estaduais e Cieps. Nosso objetivo é priorizar alunos das escolas públicas”, relatou Ruan.

Maria Eldeane Sobral de Sena, representante da Educafro/Rio, se emocionou ao contar um pouco de sua história de vida e das lutas enfrentadas para conseguir chegar ao seu posto atual, Diretora Executiva e Pesquisadora Sobre Mulheres Negras Nordestinas.

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“Só se ocupa espaços com qualificação. É lutando e batalhando que se sai das ruas. Quando houver qualquer barreira lembre-se de nossas histórias, de como lutamos para chegarmos até aqui”, disse ela.

A Educafro possui núcleos de pré-vestibular espalhados por todo o país. Uma de suas missões é de promover a inclusão da população negra (em especial) e pobre (em geral) nas universidades públicas e particulares, com bolsas de estudos. Através de parcerias a instituição oferece a oportunidade do aluno se engajar em vários cursos, ou até mesmo fazer intercâmbio para estudar fora do país.

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nº 265 - julho/2018

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Alimentação e Amor Professores do Mais Educação se reúnem em Araruama

nome mudou, a aparência mudou mas a intenção dessa coluna continua a mesma, levar saúde e bem-estar aos leitores desse jornal. Para isso, Renata Babo e seu companheiro, Kiko, aceitaram a proposta de, mensalmente, falar um pouco de alimentação vegana (sem ingredientes de origem animal) e sutil (benéfica para corpo, mente e alma), sempre trazendo uma deliciosa receita.

Criadores da primeira loja de alimentos a granel e espaço de Yoga e meditação 100% vegano sutil da região, o Uday Yoga, mostrarão nessa coluna que é possível ter uma alimentação que seja boa para sua saúde, para a saúde do planeta, que seja ética em relação aos outros seres que habitam a Terra e antes de tudo, simples e saborosa. Participe questionando, comentando e pedindo receitas através do e-mail.

Estamos na vida para isso, caminhar juntos, um apoiando o outro.

MAIONESE VEGANA

Castanha de caju crua Limão Açafrão Azeite Sal 1/2 xícara de castanhas de caju de molho por uns 30 minutos. Água filtrada o suficiente para bater até obter um creme.

3 colheres de sopa de azeite de oliva.

Caldo (suco, sumo) de limão a gosto.

1 pitadinha de açafrão em pó Sal a gosto.

Bata no liquidificador a castanha com água Adicione o açafrão o limão e o sal e continue batendo Vá adicionando devagar o azeite.

Colocar em um recipiente e levar para a geladeira

Divulgação

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s professores do Programa Novo Mais Educação das escolas municipais de Araruama se reuniram no dia 28 de julho para refletirem sobre a prática do trabalho desenvolvido com crianças e adolescentes que se aprimoram em Português e Matemática no contra turno.

A primeira reunião aconteceu na Escola Politécnica e foi organizada pela Secretaria Municipal de Educação. Segundo a coordenadora Claudia Alves Siqueira são 38 escolas que atuam com o Novo Mais Educação na cidade. “Precisamos dar um olhar pedagógico ao programa, tirar todas as dúvidas e entender como ele funciona”, disse ela.

O Orientador Pedagógico e Formador do programa, Ivo Marins, ressaltou a importância de refletir sobre

a prática do trabalho. “Vamos ver como está o dia a dia dos nossos trabalhos, as dificuldades encontradas e os obstáculos. Devemos conciliar a aprendizagem no processo de ser feliz. Juntar o prazer de ensinar com a alegria. Ser professor é muito mais do que transmitir conhecimento”, comentou Ivo. O Programa Novo Mais Educação foi criado pelo Ministério da Educação, através da Portaria 1.144/2016 através do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, regido pela Resolução 17/2017, em cumprimento de uma das metas do Plano Nacional de Educação – PNE. O objetivo é de melhorar a aprendizagem em Língua Portuguesa e Matemática no Ensino Fundamental, otimizando o tempo de permanência dos alunos na escola.

Enaarte será dia 1º de agosto

P

repare o seu coração, para as coisas que eles vão cantar. É nesse clima de emoção e confraternização que todo mês acontece o Encontro de Artistas e Amigos da Arte (Enaarte), coordenado pela professora Jane Pessanha.

O evento é realizado no Espaço Multicultural Gene Insanno, em Araruama. A próxima edição será no dia 1º de agosto, a partir das 17 horas. A entrada é franca, mas a plateia pode colaborar com doações de materiais de limpeza para a manutenção do espaço.

O Gene Insanno fica na rua ao lado da Baterama.

Fotos: Camilo Mota

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nº 265 - julho/2018

Em Foco

ARTEVIDA

Regina Mota Gerson Valle

Homenagem - O vereador Amigo Walmir homenageou com moções de aplausos integrantes da Polícia Militar pelos trabalhos relevantes em prol da segurança em Araruama. O comandante da 25ª Companhia, o Tenente Coronel André Henrique de Oliveira Silva, esteve presente.

De volta - A vereadora Cristiane Meireles Lopes (PPS) retornou à Camara de Araruama. Ela tem trabalhos reconhecidos do período em que esteve no cargo de SubSecretária de Política Social, bem como no trabalho de vereância, de 2013 a 2016, quando apresentou vários projetos em benefício da população. Essa é a segunda vez que ela ocupa uma cadeira no Legislativo.

Novo programa - A mais nova opção de rádio em Araruama, a Mar Aberto FM (98,7), conta agora com o programa Ponto de Encontro, com Thalita Ribeiro. O Jornal Poiésis foi convidado a participar para falar dos 25 anos de existência, que comemorará em agosto. Aguardem a programação!

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VIOLÊNCIA CONTRA MULHER Denuncie!

Disque: 180

Um amigo meu pintor nos antigos de nossas tentativas dos arremedos de nossos medos perguntou-me se anoto os fragmentários diálogos de meu percurso diário, para compor minhas narrativas como ele tirava das cores vistas seus quadros ajustados nas molduras e outros tipos de sepulturas.

Mas ele, agora, não usa mais tintas, perguntando-me sempre ainda se exponho minhas propostas literárias como ele as suas nas salas tiradas das latas de lixo de todas as ruas, as suas verdades cruas tiradas do que pensa ser vida idealizada no seu nada, como se a arte tivesse de copiar a verdade externa descosida da individualidade morta pela aparência imitadora das ocasiões passada em nossa estética interna, reflexão de um mundo em expansão por cada palavra, ato da imaginação, plano a suplantar, sonhos do além-mar, além cá, além lá, fora da possibilidade das pernas, corpos pensantes em cruzamentos aleatórios, vigas desprotegidas do tempo, falta de afinação esmorecida, caminhos oblíquos do não.

Onde estou e não sei quem sou?

Qual confronto me obriga a criar, amar, torcer a vontade do encontro de talvez tudo mudar?

Que percurso sobrevive à escrita, à escuta, ao tudo que tenho desolado em mim?

A arte sai daqui?

Da tumba dos devaneios dos deuses, suposta essência que somos?

De nossa desconhecida propensão a falir, refazendo civilizações perdidas, renascidas no olhar, pensamento amalgamado ao turbilhão, bicho solto de nossa esfera fadada a amanhecer no sol de outras emanações?

A escrita me propõe ser mais do que sou, e a vida ao longe decompõe-se ferida.

Sou eu ainda?

Gerson Valle é presidente da Academia Petropolitana de Letras, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis.

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nº 265 - julho/2018

POESIA

ZODIACAL

Soneto da Corrupção

CARPE DIEM

Hugo Pontes

Marcelo J. Fernandes

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espreito, à fresta, meu filho no espelho: o físico sem vezo livre de resíduos e falhas; os pelos inaugurais orientam novas rotas, curvas e urgências.

Camilo Mota Tudo é linguagem e crenças sob o céu estrelado de inverno.

Meu signo é a palavra que se reinventa no zodíaco de sons e silêncios.

Mitos vibram nas células do meu corpo, contando histórias de bichos e homens.

Na roda de descobertas formas um leão contempla sagitário, a virgem se diverte entre gêmeos, um carneiro salta, peixes oscilam em mar revolto.

Tudo é movimento enquanto um caranguejo se banha ao luar e o touro lambe a nuca de uma criança.

A língua afina os signos.

Estrelas tecem o destino.

Do alto vem a luz: basta ver para onde apontam os olhos.

A palavra cria horizontes para viagens ao infinito do homem: seu próprio céu oracular.

Camilo Mota é psicanalista, poeta, editor do Jornal Poiésis e membro da Academia Araruamense de Letras e da Academia Brasileira de Poesia Casa de Raul de Leoni.

PULAR CORDA Roseana Murray Se pudesse o menino pularia corda com a linha do horizonte, se deitaria sobre a curvatura da Terra para sempre e sempre saudar o sol, encheria os bolsos de terra e girassóis.

Mas chove uma chuva fina e o menino vai até a cozinha fritar ideias 15.12.2014

Roseana Murray é autora de livros de poesia e contos para crianças, jovens e adultos, reside em Saquarema-RJ. O poema acima faz parte da obra “Brinquedos e Brincadeiras” (FTD).

%%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ $$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$$ %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% %%%%%%%%%%%%%%%%%%%%% Hugo Pontes é natural de Três Corações-MG, poeta visual, formado em Letras, mora em Poços de Caldas-MG.

O PALHAÇO Elson Jacinto Buscou na sombra o pomar da vida, Encontrou cereja e creme na cara.

Coloriu a treva medonha sem estrela.

Era alegre arlequim de alma envelhecida.

Fez do picadeiro o presente negado por Noel, Fez tanto que riu do espelho.

Ai do baldaquim que não sobrou uma gota de mel.

Ai dele que amou com tanta alegria poética.

Ai dele que foi ladrão sem coração de mulher.

Ai dele que apagaria o fogo... Suas ceroulas.

Sua gravata provocava uma graça sexual, Com tanta paixão espiritual, Que riu do ontem sem poesia.

Agora, vamos ao cemitério fazer fanfarra, Par dormir sem amor ou público, Enquanto os grandes palhaços ressuscitavam o espetáculo, Ele morrera de rir da sua barriga vazia.

Elson Jacinto é natural do Rio de Janeiro (1962), autor de “O tirar das máscaras” e “Revelação 2”, entre outros.

Mora em Araruama-RJ.

tanto frescor se oferece à namorada sem faltas, omissões ou mentiras, ao lado de juras eternas - enquanto puras. páginas incorruptas, as palavras em desordem a vida se organiza em tempos sem vincos ou amarras. assisto à festa de seu corpo solar, vitruviano, traçado a nanquim pelo poeta, enfim.

Marcelo J. Fernandes é doutor em Literatura Brasileira, membro da Academia Petropolitana de Letras e da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni.

[CELEBRAMOS UM PACTO] Prisca Agustoni Celebramos um pacto.

Os lábios maduros sangram e a mão afasta seu alvo: as senhas não abrem o corpo, são dígitos sem memória.

Celebramos um pacto abrindo as rubras veias da noite.

Prisca Agustoni é poeta e tradutora, nasceu em Lugano, Suíça. Mora atualmente em Juiz de Fora-MG.

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nº 265 - julho/2018

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