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Literatura, Pensamento & Arte
A fome e seu refrão
Luísa Valle
Ano XVI - nº 167 - fevereiro de 2010 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro
UMA VIAGEM AO PERU
O escritor e jornalista Luiz Horácio escreve sobre “O refrão da fome”, do Nobel de Literatura Jean Marie Le Clezio, lançado no Brasil em tradução de Leonardo Froes. Página 2.
O direito de deseleger O maestro Jorge Antunes propõe no artigo publicado na página 3 a possibilidade de se criar no Brasil o direito de deseleger. Segundo ele, "o processo é simples: por meio de um abaixo-assinado, cidadãos e cidadãs solicitam a convocação de eleições revocatórias, questionando a manutenção do mandato de alguém."
Poesia de todo lado Nesta edição, poemas de Celso Brito, Gladys Barrientos, Eunice Mendes, Nicolas Behr, Aricy Curvello e Gerson Valle. Páginas 4 e 5.
Ambientado nas montanhas peruanas, o novo conto de Gerson Valle, publicado nas páginas 6 e 7, mostra uma profunda reflexão sobre a América Latina de ontem e de hoje e
sua relação com as heranças pré-colombianas e europeias. Com uma ficção que esbarra no ensaio, ele oferece ao leitor uma visão mosaica, realista e lírica ao mesmo tempo. Na objetividade
pós-moderna que ultrapassa tendências subjetivas do século XX, Valle faz retomar a Literatura ao papel de provocadora de reflexões, de forma genérica, sobre a condição humana.
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nº 167 - fevereiro de 2010 EXPEDIENTE
O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota Diretora Comercial: Regina Mota Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Celso Caciano Brito, Francisco Pontes de Miranda Ferreira Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb Diagramação: Camilo Mota CAIXA POSTAL 110.912 BACAXÁ - SAQUAREMA - RJ CEP 28993-970 ( ( ( ( (
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O refrão da fome
RESENHA Luiz Horácio Rodrigues
Refrão da fome (Cosac Naify, 2009, Tradução de Leonardo Fróes) é um romance sem herói, sem heroína, é um romance com sobreviventes. Sobreviver significa vencer a violência. Não importando a forma que esta se estabeleça. Refrão da fome é uma história de tensão, do início ao fim. Essa tensão aumenta à medida que a menina protagonista cresce, não há trégua. O escritor Jean Marie Le Clézio vai descascando, camada por camada, a violência, algumas de suas nuances, que sobrevivem inclusive à guerra. Em seu estilo preciso, claro, quase didático, Le Clézio, Prêmio Nobel de Literatura de 2008, pode ser classificado como um memorialista. Ele traz à tona retratos, repletos de minúcias do passado, para tencioná-los no presente. E quem sabe, também no futuro. Em Refrão da Fome, o escritor, mais um, examina, sem luvas, mas com delicadeza a ferida incicatrizável causada pela Segunda Guerra Mundial. Vale lembrar que excetuando-se o cenário de guerra, tal ferida não difere em muito das feridas provocadas pelo homem na atualidade. Refrão da fome retrata a tragédia de Ethel, da menina inocente aos 12 até seus vinte anos de idade, então sem resquícios da ilusão e ciente do potencial predador do ser humano. Entenda-se, também, por potencial predador o fascínio pelos bens materiais. Fascínio esse capaz de levar o pai de Ethel a roubá-la. Do auge da ilusão ao apogeu da miséria. O período de sofrimento da menina, sua infância e a adolescência, tem início nos anos 30 e perdura até o final da guerra, em 1945. No entender deste aprendiz, Refrão da fome é um romance de formação. Mas por favor, afobado leitor, de formação se objetivarmos a trajetória de Ethel e um romance com rastros biográficos se partirmos para o lado do autor. Entendido? Não, não entendeu?
Talvez eu precise dar uma aula sobre autoficção, autor implícito e autor-criador e autor- pessoa. Não farei isso agora. Em outra oportunidade, por que não? Voltemos a Ethel. Bem nascida, vive em bairro nobre de Paris, gasta sua infância ao lado do tioavô, Samuel Soliman. Le Clézio descreve a amizade entre eles utilizando um lirismo nada comum. Os passeios, a cumplicidade, a fantasia, o sonho compartilhado com Samuel, o velho comprara um pavilhão indiano na Exposição Colonial de 1931, a ideia de erguê-lo um dia em seu quintal, a expectativa dessa construção que acompanhará Ethel até a frustração pressentida pelo leitor, o futuro desenhado pelo tio-avô. Caso você entenda Refrão da fome como um poema, um poema que trará seu último verso na morte de Samuel, você não terá cometido crime algum contra a literatura. Muito pelo contrário. E terá exposto sua sensibilidade, privilegiado leitor de Le Clézio. Logo entra em cena Xénia, uma imigrante russa, de origem nobre mas devastada economicamente; a russa despertará a amizade e paixão em Ethel. Xénia, no entanto, será mais uma frustração na trajetória de Ethel. Ao desaparecer e logo participar seu casamento e ao reaparecer como alguém extremamente arrogante e com ares de superioridade. Alimenta um amor burocrático pelo inglês Laurent, militar atuando no front. Esse amor atravessará o romance. O único aspecto duradouro, apesar da fragilidade, na vida de Ethel. Vida que desce ao porão sombrio com a debacle econômica da família, a guerra e seus tentáculos implacáveis, um deles, os alemães invadindo a França. Le Clézio apresenta a desgraça
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sem exageros ou truques analgésicos, mostra uma família aparentemente tranquila em sua rotina burguesa de tênues atribulações. Por falar em burguesia, Le Clézio vai às entranhas da burguesia francesa, representada pela família, e suas relações, de Ethel. Burguesia alienada e, talvez a única escorregadela de Le Clézio, extremamente infantilizada. Ao longo da trama vêm à tona assuntos relacionados com as ex-colônias francesas, os imigrantes árabes a “macular” o território francês. Refrão da fome, insisto, é um romance de formação, é um romance político, é um romance que só poderia ser escrito por um francês. Do mesmo modo que François Truffaut é insuperável ao mostrar a infância no cinema, Le Clézio e Raymond Quenau (Zazie no metrô) são insuperáveis na literatura. Não se trata de contar uma história edulcorada, só porque tem criança protagonizando, coisa comum entre nossos autores, armadilha que não cai Quenau e tampouco Le Clézio. A violência está presente em ambas histórias. Em Refrão da fome vestindo alguns disfarces, guerra, miséria, trapaça, ganância, morte... A violência que cresce, conforme a referência a “refrão” (ritournelle de la faim), o narrador se reporta aos últimos compassos, de estrondoso crescendo) de Bolero,de Maurice Ravel. “O Bolero não é uma peça musical como as outras. É uma profecia. Conta a história de uma cólera, uma fome. Quando acaba em violência, o silêncio que se segue é terrível para os sobreviventes aturdidos”. Palavras do narrador.
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nº 167 - fevereiro de 2010
Jorge Antunes
Pelo direito de deseleger
Otávio, o tribuno, caiu. Ele se opôs a um projeto de reforma agrária que daria terras para a plebe. Tibério pediu uma votação popular que destituiu Otávio. Isso foi em 133 a.C. Se não adotarmos o mesmo mecanismo de participação popular viveremos eternamente a frustração de eleitores traídos. A Assembleia Constituinte de 1988 optou por regular apenas três mecanismos voltados à soberania popular: o plebiscito, o referendo e a iniciativa popular. Existem mais dois outros instrumentos, praticados em alguns países, que até hoje os nossos legisladores têm rechaçado: o referendo revogatório e o veto popular. O referendo revogatório permite ao eleitorado destituir um representante, através do voto direto, antes da data regular de fim de mandato. Esse mecanismo dá poder especial ao povo, de modo a que ele não tenha que continuar a ter como representante alguém que se revela corrupto, incompetente ou inoperante. O mecanismo existe nos Estados Unidos da América, onde recebe o nome de “recall”. Existe também na Suécia, com o nome de “abberufungsrecht”. Os mandatos revogáveis existiram na Comuna de Paris. Na Suécia o mecanismo foi implantado em 1846, no Cantão de Berna. Hoje ele existe na maioria dos estados norteamericanos, tendo sido adotado, pela primeira vez, em Los Angeles, em 1903. Nos Estados Unidos o mecanismo do “recall” é, na maioria
dos estados, um direito político do povo, não podendo, portanto, ser revisto pelos tribunais. O instrumento de participação popular foi usado na Califórnia em 2003, quando o governador Gray Davis teve seu mandato revogado pelo voto popular. O ator Arnold Schwarzenegger foi eleito para substituí-lo. O processo é simples: por meio de um abaixo-assinado, cidadãos e cidadãs solicitam a convocação de eleições revocatórias, questionando a manutenção do mandato de alguém. No Brasil o tema é muito pouco discutido e, assim, acaba por receber, de estudiosos, várias denominações diferentes: voto destituinte, plebiscito de confirmação de mandato, deseleição, voto revocatório, referendo revogatório, plebiscito por autoconvocação popular, destituição etc. O referendo revogatório existe na Argentina, em âmbito provincial. Existe também na Colômbia, no Equador e no Perú, sempre apli-
O processo é simples: por meio de um abaixoassinado, cidadãos e cidadãs solicitam a convocação de eleições revocatórias, questionando a manutenção do mandato de alguém.
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cáveis a alcaides, prefeitos, deputados provinciais e governadores. Na Venezuela o referendo revogatório já existia, em âmbito estadual, bem antes da Revolução Bolivariana. A Assembléia Constituinte, no governo de Hugo Chavez, apenas estendeu o instrumento para o âmbito nacional. No Brasil foram raros os representantes que lutaram pela adoção do mecanismo. Na Constituinte de 1988, foi heróica a luta de Lysâneas Maciel, que defendeu a adoção do “voto destituinte”. A idéia foi fortemente rejeitada por seus pares. Uma exceção foi o apoio do Deputado Domingos Leonelli. Em 2003 o exemplo bem sucedido da Califórnia encorajou Jefferson Péres e Antônio Carlos Valladares a apresentarem, no Senado, um projeto de emenda constitucional implantando o “referendo revogatório”. Mas a PEC acabou arquivada. Com a eclosão do escândalo do
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mensalão, em 2005 um projeto semelhante foi apresentado por três deputados do PSol: Babá, Luciana Genro e João Alfredo. Esse projeto, de conteúdo genérico, propôs a possibilidade da convocatória de um plebiscito, subscrita por um por cento do eleitorado. Também fadado ao arquivamento, esse projeto não vem demonstrando, em seu arrastado andamento, indícios de prosperar. A democracia semidireta, adotada em nosso país, pode caminhar para uma aproximação à democracia pura. A democracia direta, nos moldes dos atenienses, não é possível em comunidades com milhões de pessoas. Mas o mecanismo do “referendo revogatório” pode atenuar a forma clássica do governo representativo. Mas somente o povo organizado, nas ruas, pode exigir a adoção do novo mecanismo. Seria necessário empreender luta pela mudança da Constituição e, ao mesmo tempo, campanhas nas Unidades da Federação propondo-se a implantação do novo instrumento de soberania popular, com uma emenda em suas Leis Orgânicas. A iniciativa popular, por meio de abaixo-assinado, poderia permitir a apresentação da emenda nas Assembleias. Enfim, outra campanha “Diretas Já” seria necessária. Desta vez, para dar ao povo o direito de, através do voto direto, deseleger mandatários corruptos, ineptos, incompetentes e traidores do povo. Jorge Antunes é Maestro, compositor, poeta, professor titular da Universidade de Brasília
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nº 167 - fevereiro de 2010
MACHUPICCHU
RECEITA
Gerson Valle
Nicolas Behr
Quando o turista atinge a cidade de Machupicchu os olhos se tornam máquina fotográfica, memorizando a emoção dos planos e abismos instáveis da paisagem no equilíbrio contrastante de um relicário. Os templos e casas no meio da mata, escondidos por séculos no cume da montanha, encontram o encanto do todo no silêncio do nada. Os caminhos do entorno preparam, na beleza natural das árvores, morros, o encontro do topo onde a espécie moldou as escarpas em planos e escadas, transportando as pedras para a acolhida tranquila entre os trâmites dos deuses.
Ingredientes: dois conflitos de gerações quatro esperanças perdidas três litros de sangue fervido cinco sonhos eróticos duas canções dos Beatles Modo de Preparar: dissolva os sonhos eróticos nos dois litros de sangue fervido e deixe gelar seu coração leve a mistura ao fogo adicionando dois conflitos de gerações às esperanças perdidas
Os templos estão mudos, as casas, destelhadas, os celeiros guardam apenas o ar rarefeito das alturas abençoadas. E no chão, a grama lembra os alimentos desnecessários entre abismos do esquecimento. O turista sente-se só na casa do sol, no império dos incas. Já nenhum ser humano ali habita. Tudo se abraça no céu por equilíbrio das nuvens com a garra das pedras e espíritos da Terra adorados outrora, na aparência insólita de serem eternos.
corte tudo em pedacinhos e repita com as canções dos Beatles o mesmo processo usado com os sonhos eróticos mas desta vez deixe ferver um pouco mais e mexa até dissolver parte do sangue pode ser substituído por suco de groselha mas os resultados não serão os mesmos
Gerson Valle é membro da Academia Brasileira de Poesia – Casa de Raul de Leoni e do conselho editorial do Jornal Poiésis.
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sirva o poema simples ou com ilusões Nicolas Behr é natural de Cuiabá (1958), mora em Brasília desde 1974. O poema acima faz parte de seu livro “Caroço de goiaba” (1978), reproduzido na “MicroAntologia” da coleção Livro na Rua, Série Escritores Brasileiros Contemporâneos nº 12 (Thesaurus Editora, 2005)
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[SOU SEMPRE EU] Eunice Mendes sou sempre eu sou eu que amo que chamo que governo. e agora, meu Deus que não sou eu? o que faço? caio desfalecida nesses braços que me dizem serem meus?... meu sonho e meu regaço. desfaço-me? Eunice Mendes é natural de Santos-SP (1960), edita com Walmor Colmenero a revista artesanal de divulgação literária “Poetizando”.
retirantes Celso Brito a esperança tece tardes sem fim no deserto de mulheres simples de homens tristes atrás do cigarro de cães no borralho e casas caiadas a esperança é tudo que resta no fim de mais um dia de sol a terra seca racha sob os pés e os separam do resto do mundo a esperança tece vidas no fim no deserto de muitos sonhos e sem saber se um dia voltam filhos vão partindo... Celso Brito é poeta, reside em Saquarema-RJ, é membro do conselho editorial do Jornal Poiésis.
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UM DIA DE LLUVIA (COMO TANTOS OTROS) Gladys A. de Barrientos
AINDA É TEMPO
Me gusta la lluvia que cae En los verdes trigales y el viento Que sopla sus tristes lamentos, Cuando el água corre las piedras lavando.
Aricy Curvello
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Qualidade e variedade na hora do lanche
já é tarde mas ainda é tempo de significar. tudo pode ser outra coisa sobre outras que não têm rosto. ainda é tempo, ainda
Me gusta el ruído que hacen Las gotas cristalinas, llenas de burbujas Gotitas de llanto parecen decir Estás sola y triste... y tu corazón?
tentarás. o futuro ficou para trás e não terás vinte anos outra vez interrompidos, ardor paralisado em neblina, contudo é preciso
Se quedo perdido por la senda seca Sin brújula, sin tiempo, sin sol Maltratado doliente y maltrecho Y del cielo mil ojos se me apiedaban Diciendo... que haces por la tierra?
dilacerar ainda. corta, mastiga, devora essa pasta essa geleia geral esse rio de ódio e alimentos sem clareza. não vês o delírio dos burocratas toneladas de papel e milhares de guichês quilômetros de filas e corredores nus? e o silêncio no coração do homem
Los granos de arena se cantarolaban Cuchichando apenas... es um tonto o qué? Pequeño y miedoso no sabe volver. Me gusta la lluvia que suave murmura Um canto a los vientos Que sopla sus tristes gemidos Y limpia las piedras del rio que va. Gladys A. de Barrientos é natural da Bolívia e reside há muitos anos em Petrópolis-RJ. É poeta, escritora e cronista.
Aricy Curvello reside em Serra-ES. O poema acima é de sua obra “Os dias selvagens te ensinam” (1979), reproduzido no “Roteiro da Poesia Brasileira – Anos 70” (São Paulo, Global, 2009, seleção e prefácio de Afonso Henriques Neto)
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conto
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UMA VIAGEM AO PERU
Gerson Valle — Mas, não foi sempre assim? – “contrargumentou-se” Saionara, após indignar-se ante certas posturas adotadas por vários guias em sua viagem de turismo pelo Peru. Para ela, Cusco lembra sua estimada Ouro Preto aumentada. No entanto, os guias não enfatizam os interiores das belas igrejas e conjuntos coloniais espanhóis tanto quanto a colocação de pedras de ruínas incas. demonstrando má vontade para com os espanhois e a Igreja Católica. Eles exterminaram uma grande cultura, não tem dúvida. Onde era um templo ou palácio inca, que denotava conhecimentos arquitetônicos, astronômicos, ecológicos, os “padrecos” e governadores espanhois aproveitavam a base de pedra para nela contruirem suas catedrais. Impuseram à força a religião, a língua, os costumes... O povo, porém, continua falando seu quíchua, usando sempre que pode suas roupas típicas. Como a protestar contra a dominação e violência sofridas. Ou, mais ainda, como a querer se vingar da invasão e intolerância dos espanhóis, como percebia na entonação dos guias. A ela, Saionara, professora de História antenada, não escapa tal “tom” vingativo. A má vontade contra os dominadores de outrora fazia com que estes parecessem verdadeiros bárbaros em seus preconceitos cristãos, “mentirinhas de milagres para boi dormir”, exageros de forma nas “obras de igrejas” e pieguice nas representações dos santos... No entanto, havia ali tanto empenho, tanta verdadeira e complexa arte, tanta expressão humanista vinda do Renascimento europeu, avolumada no Barroco, que o ódio ficava a lhes dever uma reflexão mais atenta. Para começar, não lhe parecia correta qualquer comparação qualitativa entre duas civilizações tão distintas. Os próprios povos pré-colombianos não lutavam entre si? Não havia muitos que séculos antes foram exterminados violentamente? Os espanhois não se aproveitaram, inclusive, dessas ri-
Luísa Valle
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validades, sendo auxiliados por nativos inimigos do “império inca”?... Como historiadora Saionara sabe que o passado sempre narra violências perpetradas por interesses dos mais poderosos, preconceitos por ignorância, sempre no limite da fase de desenvolvimento científico que se passa, injustiças cometidas em nome de deuses, princípios de uma nobreza relativa no tempo e mentalidade das civilizações... Mas não era por isto que concordaria com determinados colegas que abominavam a Igreja Católica por causa da Inquisição. Meus Deus!, discutia com eles indignada, não se pode esquecer todos os ensinamentos de amor, caridade, compreensão para com o próximo, e tantas qualidades revolucionárias, sim, que o cristianismo trouxe ao mundo, por causa de uma concepção extremista que o poder e a riqueza que conquistaram fizeram em algumas mentes que se tornaram confusas, cruéis, num período histórico! E até a fé teve certa culpa, sim. Como no caso dos incas, além da ambição de tomar-lhes o ouro e a prata, muitos “padrecos” tinham a sinceridade de querer trazer-lhes para o que consideravam “verdade”, “lavar-lhes a alma no verdadeiro Deus”, indignando-se com certas práticas que consideravam bárbaras, não se podendo esquecer aí dos
sacrifícios humanos... É certo que maior foi o sacrifício que com isto impuseram àquele povo, anulandolhes à força a cultura, destruindolhes a civilização, ameaçando-lhes no fogo da “santa” Inquisição! Mas, não é louvável também a vingança que desconhece as “riquezas” das artes que os renascentistas trouxeram ao Peru, com suas construções artisticamente tão sábias, seus princípios cristãos, que, mesmo quando hipocritamente colocados, estão presentes nos ensinamentos, à mão para serem resgatados por quem realmente seja honesto... Vingança que gera vingança, que gera nova vingança? Assim é sempre a História? Daí sua pergunta, “contrargumentando” sua indignação que constatara ódio atual aos conquistadores espanhóis: “Mas não foi sempre assim?” Era filha de mulata com nisei, ambos de São Paulo. Nunca conheceu o pai, que largara sua mãe e fora para o Japão num momento em que os niseis tentaram a imigração inversa, com vistas à procura do novo eldorado econômico. Ele fugiu, literalmente, de sua mãe, deixando-a grávida, sem avisar para onde ia, com medo dela querer ir junto e atrapalhá-lo, como não-japonesa, na tentativa de “renacionalização”. Ironicamente, com raiva, ao ser batizada, sua mãe
acenou para o oriente, pronunciando “saionara”, que sabia ser despedida em japonês, no orgulho de não mais querer rever o ex-namorado. Na inspiração, deu-lhe este nome. Como doou, praticamente, a filha, a um casal de cariocas para quem prestara serviços domésticos, na esperança dela ser melhor criada. No Rio, de fato, acabou professora, frequentando pessoas intelectualizadas e formando a personalidade entre a procura de justiça motivada bastante pelo seu histórico de vida e os conhecimentos que lhe prestavam auxílio na busca da própria justiça. Um filme mais velho que ela a marcara fundo na mocidade: “Hiroshima, mon amour”, de Alain Resnais com roteiro de Marguerite Duras. Inesquecível o diálogo, na cama, de uma francesa com um japonês. Só este namoro já lhe trazia um interesse especial por motivos pessoais que podemos supor. Por mais que a francesa procurasse compreender a tragédia da bomba atômica sobre a cidade, o japonês insistia que “tu n’as rien vu à Hiroshima”... O estrangeiro é sempre turista. Não vê tudo, mesmo que estude o local, ouça as pessoas, trabalhe num documentário como a personagem do filme... Apenas passa por ali. Como compreender uma tragédia em detalhes? Seus vários ângulos e consequências? Como a distância do tempo pode recuperar uma história? E um “flash-back” faz a francesa rever a cidade de Nevers, logo após a II Guerra, com ela, adolescente, sendo tripudiada pela população, cabelo zerado para ser identificada por todos como traidora, por ter se amigado com um soldado alemão durante a ocupação. O amor não compreendido por quem não o viveu. Apenas a aparência superficial das coisas, o ódio medroso explodindo com a recuperação da liberdade, os meandros dos momentos de tensão deixados para trás. Tudo, entretanto, na superficialidade genérica registrada pela História! Os fatos esfumaçados pelo tempo, restando o ódio, a vin-
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gança, sentimentos primários... Seria autêntica a imagem de seu pai transmitida no ódio da mãe? E ela, a que parte da mãe ou do pai deveria se filiar, não odiar, vingar? De repente, em Machupicchu, com a visão encantada de uma cidade congelada sem as vicissitudes dos habitantes do passado, a impressão de turista que nunca vê tudo, como no diálogo do filme, lhe vem mais fortemente. Tudo se pode idealizar se passando naquele cenário majestoso, inclusive misticismos óbvios. Ali fica sendo o bem, e o mal o que lhe é contrário. O engano das posições parciais, antropocentrismos engendrando estranheza ao diferente de si, medo, ódio, guerra, todo conhecimento de História lhe vem à cabeça, e insiste no “Mas não foi sempre assim?” E assim continua sendo, prossegue pensando, com as culturas se maldizendo. Árabes e judeus, ocidentais e orientais, ricos e pobres... Lembra de sua leitura recente do livro de Paolo Barnard, “Perchè ci odiano?”, da editora italiana Bur, de 2006, que mostra que quase tudo que sabemos do terrorismo islâmico é falso, porque encarado do lado dos inimigos dele. Por que Osama Bin Laden, por exemplo, é o terrorista mais emblemático? Por ter sido talvez o autor do atentado que matou 3.000 pessoas nos Estados Unidos? E Johnson, Ford e Kissinger que, com suas guerras, mataram mais de um milhão e meio de pessoas no “distante” oriente, fazendo cocô longe da porta de suas casas? Não são muito mais terroristas e bandidos que o tal do Bin Laden? O ocidente ainda deu um prêmio Nobel ao monstruoso novo Hitler, Henry Kissinger, a quem o livro de Barnard é, ironicamente, dedicado. Aliás, o erro sempre se repete em nossas visões do lado de cá que odeia o lado de lá, e viceversa, e o Nobel foi dado também ao presidente Obama, que insistiu na justificativa das incursões católicas medievais pelas trevas: “fazer a guerra justa”... Quando a guerra é justa?, pergunta Saionara a seus alunos. “Justa, minha boa gente, é somente a paz!”, e dá um sorrizinho lembrando-se da Utopia do sensato e santo Thomas Morus: “nenhuma
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guerra que se conhece na História, no presente e no futuro que se possa prever, é justa”! “Sim”, tem vontade de dizer aos guias de seu turismo peruano, “os espanhois católicos foram injustos ao destruir uma civilização e imporem a sua por cima”. Mas, também, é injusto o ódio agora que vocês têm por eles. Que adianta chorar o leite derramado? Vão perpetrar nova “guerra justa contra o passado”? O passado! Este seu lar, “turismo de sempre”, a História! De onde nós viemos? De onde ela mesma veio? Como mudar a situação da guerra permanente entre as diferenças? Como ser ela a parte do pai japonês, da mãe mulata, em si já trazendo as diferenças talvez de um português e uma africana, quem sabe escrava estuprada, injustiçada...? No entanto, ela é Saionara, se vê no espelho, é tudo isto junto! Uma parte dela vai odiar a outra parte? Não há como conciliar, sobreviver, unir-se e ser uma identidade nova? Juntando, construindo, se amando? Chega cansada ao hotel depois de muita caminhada, subida pelas escadas de pedras de Ollantaytambo, chegando ao ar rarefeito dos 3.750 metros de altitude, onde ficara algumas vezes com pouco fôlego, e, deitandose, repete a frase do filme francês: “Tu n’ as rien vu à.....” Aonde? São tantos os seus turismos... Aonde ela não viu nada? Em Ollantaytambo? Nos livros que lê? Nos filmes que assiste? Em si mesma?... Na possível paz justa de suas utopias, para que tudo não seja sempre assim? Suspira sobre um leve terremoto que a embala, e adormece sem o sentir. Gerson Valle é escritor e poeta, autor de “Vozes novas para velhos ventos” (Thesaurus, 2007), membro da Academia Brasileira de Poesia.
MAMAS garante vitórias para mulheres em Saquarema O Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema (MAMAS) foi recebido pela prefeita de Saquarema, Franciane Motta, em seu gabinete no dia 27/01. O grupo já havia reivindicado em março de 2009 a criação da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres no município, e garantiu neste novo encontro o comprometimento da prefeita, que fará o anúncio oficial da criação do órgão durante as comemorações pelo Dia Internacional da Mulher, em março próximo. O objetivo da criação da Coordenadoria é contribuir na promoção da equidade de gênero, através da implementação de políticas públicas que efetivem os direitos humanos das mulheres. Com isso, espera-se avançar na superação das desigualdades de gênero em Saquarema, além de cumprir as metas já estabelecidas no Plano Nacional de Políticas para as Mulheres. “Uma das ações do Plano Nacional é jus-
tamente a criação da Coordenadoria para fazer a articulação das políticas públicas, integrando os governos federal, estadual e municipal”, ressaltou Gleyde Selma da Hora, da coordenação executiva do Movimento. O MAMAS tem mostrado, com suas ações, a importância da organização e da união em torno de um objetivo comum. No final do ano passado, o grupo conseguiu incluir no Plano Plurianual (PPA) do município dotação orçamentária total de R$ 28 mil (para o período de 2010 a 2013) para ações de conscientização e valorização das mulheres. O Movimento espera agora a tão aguardada criação da Coordenadoria de Políticas para as Mulheres, que facilitará, inclusive, o aporte de verbas federais para desenvolvimento de novos projetos no município. Para o evento de março está sendo agendada a presença da ministra Nilcéia Freire.
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Equilíbrio emocional e felicidade O estado de felicidade acontece quando estamos em harmonia com nosso ser interior, com a alma universal. Quando passamos a ouvir mais as mensagens puras e cristalinas que fluem de nosso íntimo e que passam a ser utilizadas em nosso dia a dia. Quando percebemos que a vida é uma totalidade, regida por nossa espiritualidade e não pelas vicissitudes do mundo material. Para isso, um passo simples é diariamente repetirmos para nós mesmos os 5 princípios do Reiki e meditarmos ativamente sobre eles. Meditação ativa significa transformar a afirmação em realidade, em prática, em atos concretos. Conheça mais sobre Reiki, Florais de Bach e a Terapia Holística acessando www.camilomota.terapeutaholistico.com.br Atendimento e cursos com hora marcada em Bacaxá. Ligue e agende: (22) 8836-8483 e 9201-3349.
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