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Literatura, Pensamento & Arte
Ano XVI - nº 169 - abril de 2010 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia, Petrópolis, Teresópolis, Rio de Janeiro Alexandre Rivero
CHOPIN, O PIANO E SCHUMANN Frederic Chopin e Robert Schumann têm em comum o vínculo com o piano, instrumento relativamente novo no ano de 1810, quando ambos nasceram. No bicentenário de nascimento dos dois grandes compositores românticos, Gerson Valle escreve nas páginas 8 e 9 homenageando-os, tendo como pano de fundo a profunda relação deles com o instrumento.
Infinitamente Vinícius
Araruama terá salão de artes plásticas em abril Página 6
Posse acadêmica Regina Mota
O professor e poeta Atahualpa A. P. Filho comenta o projeto de lei que promoveu, post mortem, Vinícius de Moraes a embaixador do Brasil. Segundo o autor, “a poesia, as canções dele têm a marca registrada do Brasil. Esse embaixador baixou no terreiro do povo. E desse terreiro nunca ele será cassado”. Página 2.
Foi realizada em 27/03 a cerimônia de abertura dos trabalhos deste ano da Academia Brasileira de Poesia Casa Raul de Leoni, no Palácio Quitandinha em Petrópolis. Na ocasião, foram empossados como membro titular o poeta Francisco Quixaba e como membro correspondente Reynaldo Valinho Alvarez. Coluna Em Foco, página 12.
Majela Colares e as cores do tempo Fernando Py escreve sobre o poeta cearense Majela Colares, que lançou ano passado a segunda edição de sua obra “As cores do tempo”. Segundo o crítico, a poesia de Colares demonstra sua boa formação
literária e filosófica. O livro reúne toda a obra do poeta, desde sua estreia (Confissões de dívida e outros poemas, 1993-2001) até Quadrante Lunar (publicado em 2005). Página 10.
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nº 169 - abril de 2010
Que seja infinito...
EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota Diretora Comercial: Regina Mota Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Celso Caciano Brito, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb Diagramação: Camilo Mota CAIXA POSTAL 110.912 BACAXÁ - SAQUAREMA - RJ CEP 28993-970 ( ( ( ( (
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jornalpoiesis@gmail.com www.jornalpoiesis.com Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, Petrópolis, Teresópolis e Rio de Janeiro. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, em formato A4, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo do Word (.doc ou .docx). Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.
Ataualpa A .P. Filho Há trinta anos, partiu Vinícius de Moraes, ficaram a poesia, as canções, o amor na intensidade do momento vivido. Mas ninguém ama impunemente... Em uma entrevista, concedida a Clarice Lispector, ele disse: “eu ainda acho que o amor que constroi para a eternidade é o amor paixão, o mais precário, o mais perigoso, certamente o mais doloroso. Esse amor é o único que tem a dimensão do infinito.” A entrevistadora, diante dessa resposta, faz-lhe outra pergunta: “você já amou desse modo?” Ele respondeu: “Eu só tenho amado desse modo.” Nessa entrevista, Clarice afirma que Vinícius amou o amor e nele inclui as mulheres. Muitos diziam que ele, em se tratando de relações conjugais, não era muito chegado às questões morais... Gostaria de continuar falando do amor não na vida, mas na obra de Vinícius de Moraes, mas o que me motivou a fazer esse texto foi o Projeto de Lei 6417/09, do Executivo, que promove, post-mortem, Vinícius de Moraes a ministro de primeira classe (embaixador), o cargo mais elevado da carreira diplomática. O Plenário da Câmara aprovou esse projeto no dia 09 de fevereiro do corrente ano. Esse projeto também será analisado pelo Senado. Desde que li essa notícia, achei que ela merecia uma reflexão. Em “O Samba da Benção”, Ele se apresenta: “Eu, por exemplo, o capitão do mato/ Vinícius de Moraes/ Poeta e ex-diplomata/ o branco mais preto do Brasil/ na linha direta de Xangô...”. O Poetinha, como era chamado por muitos, (esse sufixo vem pela afetividade não pelo diminutivo) deixou de ser diplomata na década de sessenta. Em 1979, tentou ser readmitido com base
na Lei da Anistia, mas foi “indeferida a reversão”. Só em 1998, que a Justiça Federal anistiou (post-mortem) o ex-diplomata que falecera em 09 de julho de 1980. Em 2006, também post-mortem, foi reintegrado ao quadro do Itamaraty. Fato este que permitiu aos dependentes dele o recebimento de pensão relativo ao cargo. A justiça tarda. E agora em 2010, está sendo promovido a ministro de primeira classe. Vinícius, há muito tempo, já foi promovido a embaixador de primeira classe no coração de muita gente. Longe de funções burocráticas, representa o nosso País em todos os continentes. A poesia, as canções dele têm a marca registrada do Brasil. Esse embaixador baixou no terreiro do povo. E desse terreiro nunca ele será cassado. Vinícius viveu amando. Sem ele, em que estágio estaria o amor na poesia do Modernismo Brasileiro? Carlos Drummond afirmara que, entre os modernistas, Vinícius foi o único que viveu como Poeta. Todos sabem que o alcoolismo é uma doença. A Poesia, a Música não são consequências etílicas, senão todo alcoolista seria um poeta, ou um músico. Na década de sessenta, as autorida-
des que na época governavam o País afirmavam que a vida boêmia era incompatível com as funções de um diplomata. Os passos de Vinicius à noite eram vigiados... Na entrevista que citei, Clarice Lispector fez a seguinte pergunta ao exdiplomata: “Como é que você se deu dentro da vida diplomática, você que é o antiformal por excelência, você que é livre por excelência?”. O ex-diplomata, respondeu: “Acontece que detesto tudo o que oprime o homem, inclusive a gravata. Ora, é notório que o diplomata é um homem que usa gravata. Dentro da diplomacia fiz bons amigos até hoje. Depois houve outro fato: as raízes e o sangue falaram mais alto. Acho muito difícil um homem que não volta ao seu quintal, para chegar ou pelo menos aproximar-se do conhecimento de si mesmo.” Vinícius amou o Brasil mais que muitos que se dizem patriotas e que se acham com o direito de cassar a liberdade dos outros. Mesmo longe das academias, mesmo excluído da diplomacia, O Poetinha tornou-se embaixador imortal do Brasil: “Não te direi o nome, pátria minha/ Teu nome é pátria amada, é patriazinha/ Não rima com mãe gentil/ Vives em mim como uma filha, que és/ Uma ilha de ternura: a Ilha Brasil, talvez./ Agora chamarei a amiga cotovia/ E pedirei que peça ao rouxinol do dia/ Que peça ao sabiá/ Para levar-te presto este avigrama: ‘Pátria minha, saudades de quem te ama... / Vinícius de Moraes’” – Esses versos são do poema “Pátria Minha”. Ataualpa A .P. Filho é professor, membro da Academia Brasileira de Poesia
Tamoios, senhores do litoral Lançamento na Região dos Lagos acontece em abril
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O livro TAMOIOS - Senhores do Litoral, de Paulo Luiz Oliveira, será lançado em Saquarema, no dia 19 de abril, na Escola Municipal Orgé Ferreira da Silva (Av. Oceânica, nº 360 - Itaúna, às 19h30). A obra também terá lançamentos em Araruama, Cabo Frio, Búzios e
Arraial do Cabo. Todas estas cidades fazem parte da história da Confederação dos Tamoios, quando índios Tupinambás se uniram numa guerra contra o colonizador português. Mais informações sobre o autor e a obra estão disponíveis no site www.pauloluizoliveira.com.br
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Nova diretoria toma posse Corpo de Bombeiros faz na OAB/Saquarema parceria com Primeiro Passo Regina Mota
Foi lançado no dia 31 de março o Curso de Bombeiro Mirim na Colônia de Pescadores Z-24, de Saquarema. Trata-se de uma parceria entre o Corpo de Bombeiros e o Projeto Primeiro Passo, que atenderá crianças na faixa etária entre 8 e 13 anos. Durante quatro meses os bombeiros mirins participarão de duas aulas semanais. Serão 15 participantes do Projeto Primeiro Passo e 15 do Colégio Municipal Gustavo Campos da Silveira, totalizando 30 crianças. No final do curso as três primeiras colocadas terão vagas garantidas no Projeto Botinho, realizado também pelos
Bombeiros. Durante as aulas os jovens terão noções de Ética, Civismo, Cidadania, Civilidade, Organização Política e Social do Brasil, Ordem Unida, uso de extintor de incêndio, saberão as principais causas de incêndio, como solicitar o socorro do Corpo de Bombeiros, haverá conscientização para que não façam chamadas desnecessárias através do 193, os perigos do botijão de gás, acidentes de trânsito e doméstico, prevenção de acidentes em elevadores. Na parte da saúde será abordada a higiene pessoal e primeiros socorros, entre outros.
Seja CDF! Quem é CDF passa! O tradicional curso CDF de Saquarema, com a maior aprovação em universidades públicas, terá novas turmas com início das aulas em abril, sendo eles: Pré-Militar (sábado), turma para EFOMM, ITA, ESPCEA, ESA, AFA, Escola Naval; Pré Militar (à tarde), turma para Epicar, Colégio Naval, Colégio Militar, IFF e Faetec; Projeto UERJ 2011, 1º Exame(sábado). O CDF é um curso sério, com professores formados e especializados em vestibulares e concursos públicos. Os trabalhos são feitos com material próprio e direcionado aos principais vestibulares do Rio e o ENEM. Aprovados em 2010: Camila França (2º lugar UFF, Odontologia), Thays Ma-
CDF
cedo (UERJ/UFF, Enfermagem), Nathalia Macedo (UERJ/UFF, Enfermagem), Eduardo Pereira (UERJ, Enfermagem), Lucas de Mendonça (UERJ, Relações Públicas e UFF, Estudo de Mídia), Camila Cecília (UERJ/UFF, Serviço Social), Ranna Carolina (UFF/UERJ, Psicologia), Bruna Fernanda (UFRJ, Farmácia), Brisa (UFF, Ciências da Computação), Carolina Augusta (UFF, Veterinária), Camila Chelles (UFF, Serviço Social), Sávio Cândido (UFF, Ciência da Computação), Emmy Muniz (UFRJ, Farmácia), Cristiano Buarque (UFRJ, Enfermagem), Douglas Alves (UFRJ, Física), Késsia (UERJ, Engenharia Civil), Kawana (UERJ, Educação Física), Ronaldo (UFRRJ, Física), Camila Ohana (UFF, Pedagogia).
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Tomou posse no dia 9 de março a nova diretoria da 51ª Subseção da OAB de Saquarema. A solenidade contou com a presença de várias autoridades locais, além de membros da OAB local e de cidades vizinhas. A eleição realizada em novembro reelegeu pela terceira vez o advogado Miguel Saraiva, com 85,48% dos votos válidos, para o triênio 2010/2012. A nova diretoria assim ficou composta: Miguel Saraiva (presidente), Elomir Mauricio (secretário geral), Elizabeth Gonçalves (tesoureira), Orlando Amorim
Camilo Mota
(secretário adjunto), Jorge Costa (primeiro suplente), Maria Angélica de Oliveira (segunda suplente). As fotos estão disponíveis no site www. novasaquarema.com.br.
Artistas se reúnem com secretário de Turismo Músicos, escritores, atores e bailarinos reuniram-se dia 17/03 com o secretário Municipal de Turismo de Saquarema, Armando Ehrenfreund, no Teatro Municipal Mario Lago. O encontro, mediado pela jornalista Regina Mota, foi promovido como forma da classe artística local apresentar seus projetos, iniciando um diálogo coletivo com o Poder Público Municipal. “Vínhamos observando desde o ano passado que muitos artistas locais estavam sendo esquecidos dentro do próprio município nos eventos realizados pela Secretaria de Turismo, por isso decidimos combinar esta reunião para que os artistas pudessem conhecer o secretário e mostrar seus trabalhos”, disse ela. Durante a reunião, cada grupo ou artista pôde apresentar um resumo de seus trabalhos, indicando também algumas dificuldades comuns, como a falta de espaço para os atores ensaiarem convenientemente seus espetáculos. Armando frisou a importância da classe artística e cultural trabalhar em conjunto e se mobilizar em torno de conquistar mais espaço para diálogo junto à Prefeitura e seus órgãos. “Podemos definir inclusive obje-
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tivos em comum”, ressaltou, lembrando da possibilidade da futura revitalização da Praça de Eventos, no Centro, contar com participação dos agentes culturais, o que pode vir a ocorrer com maior aproximação com a Secretaria de Obras, por exemplo. Armando Ehrenfreund também falou sobre a intenção de sua secretaria em revitalizar culturalmente a Festa de Nossa Senhora de Nazareth, que se realiza anualmente no dia 8 de setembro. “Nossa intenção é que ocorra uma grande manifestação cultural, espontânea, com participação de artistas da cidade em suas várias áreas — dança, teatro, música, artesanato”, afirmou. O secretário também se comprometeu a visitar cada um dos grupos de produção cultural presentes ao encontro, a fim de conhecer os trabalhos mais de perto. Também ficou acertada entre os participantes do evento uma mobilização maior no sentido de ser criada uma estrutura de associativismo que possa gerar o fortalecimento da classe artística no município, no sentido de sua organização e busca de realização de objetivos comuns.
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TARDE ACINZENTADA
FIO DE VOZ
Ula Alvarez
Sylvio Adalberto A José Damião dos Santos
CANTO DO AMOR DESESPERADO Oswaldo Lino Soares Deixe-me ver tuas mãos ainda que o mundo acabe ou que se instale o conflito com palavras sendo gritos, injúrias – punhais afiados, em sítios transfigurados com chão de vidro moído que pisam pés retalhados num rio de sangue perdido. Quando olho tuas mãos, esqueço o que está em volta. Minha imaginação se solta. Levanto os pés do chão. Entro em levitação. Oswaldo Lino Soares é membro da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni, reside em Petrópolis-RJ.
Quando te chamo de irmão E para que entendas O grau de parentesco que nos une. Repetirei quantas vezes for necessário Para que minha voz Penetre a crosta de tua consciência. Eu te asseguro, não está escrito, Nem sancionado como lei Que podemos virar o rosto ao semelhante. O poema acima foi escrito na adolescência da auSe na hora da partilha alguém ficou tora, e publicado em livro em 1972, às vésperas de [com mais Foi apenas por ter chegado primeiro completar seus 17 anos. Ou por que tivesse as mãos e os olhos [grandes. Mas isso não lhe dá o direito De tratar com indiferença seu igual. Não importa o tamanho da tua dor LAÇOS ETERNOS O peso dela só a ti diz respeito Muitos dos teus semelhantes Jota de Jesus Comem e dormem no chão Mas a tua cama permanece limpa Eis-me aqui, Em tua lata de lixo há mais comida no espaço compreendido Do que precisa minha fome urgente (ou incompreendido) Minha ânsia de afeto entre a Terra e o infinito... Só poderá ser saciada na tua mão à espera de uma nova vida [estendida Jota de Jesus é natural de ItaE a única finalidade desse fio de voz (quiçá de melhores dias) baiana-SE (4/4/1947), reside [quase inaudível em Saquarema-RJ, é membro É fazer com que percebas de uma vez O que o amanhã nos reserva? Que somos feitos de argila e vento. fundador do Núcleo de Poesia Trevas ou Luz? Sylvio Adalberto é membro da Academia Brasileira de Poesia e do conselho editorial do Jornal Poiésis.
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Que bom seria Se a noite fugidia retornasse à porta. Que bom seria, Se a antiga folia estivesse morta. Seria um bom tão pouco E um provável tão impossível O admissível torto Desta noite quase à porta. Tarde farta, céu acinzentado.
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Declaração de Amor
fantástico
Jonas Ohana
Marcelo J. Fernandes
Num olhar em tempestade de par em par, eu revivo as minhas lágrimas moídas, choro a nuvem que antes fora o nosso lar e agora chove fogo sobre minhas feridas.
o soro dominical goteja, lento e letal do êmbolo às minhas veias sabatinas. a tarde desmaia como uma donzela finissecular, pouco convincente, lenta, pálida enquanto a treva anuncia a sua chegada surda, e a trilha sonora noturna é uma roupa que não me serve mais.
Fino laço arrebentado no presente no antigo luxo de ruína onde houve berço, o teto sobre as suas pilastras de blefe quais revelaram as insídias que hoje esqueço. Quando eu guardei-lhe na mais fraca memória, disse ao filho que você nunca existira; a obra ruída que bem marcaste em glória é falseada por dialetos de mentira.
na portaria, uma lâmpada baça e amarela é acesa. agora, inevitável, é domingo.
Jonas Ohana é estudante do ensino médio, participa do Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira, em Saquarema.
Paulo Luiz Barata SOU A SETA , VOU VARANDO ESPAÇOS. EROS, O DEUS, ME LANÇA ATÉ VOCÊ ---> ---> --->. QUE PRAZER CONTEMPLAR SEU ROSTO, (DE DEUSA HERA) ÉRAMOS UM SÓ SER.
Marcelo J. Fernandes é Mestre em Literatura Brasileira, professor universitário e membro do conselho editorial do Jornal Poiésis.
Paulo Luiz Barata é autor de “Senya Semiotyka: Spirituals, ímans e porrilóquios” (Rio de Janeiro, Livre Expressão, 2008)
Charles O. Soares Quão frágeis são os sonhos! Lindos, mágicos... é verdade. Alegram, extasiam, envolvem, Elevam-nos num chão de luz Há, pois, de não se amparar nos sonhos. Voláteis, etéreos esvaem-se Levando consigo a solidez dos sorrisos, A plasticidade do futuro Vai-se também com sua fluidez. E por fim, rouba a certeza que se julga ter. Os sonhos não morrem, passam E vagam e vagam... De quando em quando nos acenam de longe. Mas jamais retornam ao berço vazio.
depois de tanto tempo pela estrada a fora em tardes tão iguais e distantes, acende-se, pontualmente, o mesmo facho nos mesmos dias nus e sobrevém, âmbar e débil, o velho resto de luz.
ANDROGINIA
A Fragilidade dos Sonhos
Charles O. Soares é membro do conselho editorial do Jornal Poiésis e da Academia de Letras e Artes da Região dos Lagos (ALEART), reside em Saquarema-RJ.
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Araruama terá salão de artes plásticas em abril Artistas amadores e profissionais já estão sendo convidados para participar do 1º Salão de Artes Coletivo Cultural Araruama, que estará aberto a visitação de 1º a 9 de maio no Centro Cultural Pinho, em Araruama. A vernissage acontece no dia 30/04, às 20 horas. As inscrições e entrega das obras do dia 23 a 25 de abril, no horário de 10h às 18 horas, no Coletivo Cultural Araruama (Avenida Araruama, 1111, loja 24, Centro Comercial Pinho, Vila Capri). Serão aceitas até duas obras em
cada categoria: pintura, escultura e desenho. Para mais informações sobre o Coletivo Cultural Araruama e acesso à ficha de inscrição, acesse www.coletivoculturalararuama.com.
Páscoa,momento de união, de parar para refletir, de ver a vida de maneira diferente, de ver gente como a gente. Jesus morreu e ressuscitou para mostrar ao mundo o verdadeiro sentido da Vida.
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Jornal Poiésis fez homenagem às mulheres Numa realização do Jornal Poiésis, com o apoio da Prefeitura de Saquarema e do empresariado local, o Festival da Mulher realizado no dia 13 de março no Fly Shopping de Bacaxá, em comemoração ao Dia Internacional da Mulher, foi um sucesso. A participação de cerca de 300 pessoas teve um significado bastante positivo e demonstrou mais uma vez que o público anseia por movimentos que levem até eles um pouco de arte e cultura. Durante o evento houve números de dança com o Projeto Primeiro Passo e dança do ventre com Marcia Oliveira. Os psicólogos Biancha Mamede e Ronaldo Garcia falaram sobre assuntos pertinentes à mulher. A parte musical ficou por conta do coral Escola Que Canta (da Escola Municipal Castelo Branco), da cantora Érica e do maestro Ulysses Peçanha. Paralelamente aconteceram atividades com as crianças, organizadas por Valéria Beltrão. O artesanato local foi representado pelo Grupo Entre Nós, pela artesã Rita Maciel, moradora de Jaconé e da sua amiga “Oncinha”. Os quadros expostos eram assinados por Emygdia Gomes de Melo e Ricardo Coelho. O Núcleo de Poesia Alberto de Oliveira expôs um varal de poesias e algumas foram declamadas pelos seus autores. Entre as apresentações inúmeros brindes foram sorteados entre os presentes.
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O PIANO E OS 200 ANOS DE SCHUMANN E CHOPIN Montagem: Camilo Mota
Gerson Valle Em 1810 o piano era um instrumento relativamente novo, e neste ano nasceram dois ícones da segunda fase do Romantismo musical, Robert Schumann e Frédéric Chopin, que tiveram suas obras fortemente vinculadas a aquele instrumento. O segundo, inclusive, com uns 95% de sua produção escrita exclusivamente para ele, sendo os outros 5% com a presença dele também (como as canções para canto e piano, a sonata para violoncelo e piano e algumas peças para orquestra e piano, onde, aliás, a orquestra apenas “acompanha” o desenvolvimento pianístico...). Já Schumann abordou todos os gêneros, com obras sinfônicas, para vozes e outros instrumentos, mas... Sim, mas sua formação primeira foi como pianista, aluno de Wieck (considerado dos maiores professores de piano da ocasião), por opção, quando se encontrava em Leipzig sustentado pela mãe viúva, para estudar Direito na famosa faculdade de lá, e assim ter uma profissão que pudesse garantir o equilíbrio financeiro no futuro. Na dúvida entre sua vocação para a Literatura e a Música, obcecado pelos novos valores românticos tanto de uma quanto de outra, largou a faculdade, dedicando-se inteiramente ao teclado, e aos “milagres” de seu dedilhado, combinações harmônicas dos dez dedos e variações de toque, suave ou agressivo... O piano é o instrumento mais de acordo com o “temperamento” exaltado e lírico do movimento romântico. E, ao decidir ser compositor, as primeiras obras de Schumann são quase todas exclusivamente pianísticas, tal como o Chopin da vida
toda. E tão “pianísticas”, que são composições que representam fortemente a linguagem saida da técnica de execução deste instrumento. Música escrita e pensada para o piano! No que pese a beleza de suas 4 sinfonias ou da abertura “Manfredo”, e de uma enormidade de obras para instrumentação variada com muitos momentos de emotividade vibrante ou acalentada, o Schumann mais marcante está nas peças para piano solo (Carnaval, Cenas Infantis, Papillons, Fantasia op. 17, Kreisleriana, etc), no Concerto para piano e orquestra em lá menor (talvez o mais liricamente tocante de todos os concertos existentes), no quinteto para piano e cordas em mi bemol maior (Uma das peças de câmara do Romantismo que se pode colocar ao lado das de Beethoven da fase média e das melhores de Schubert!) e nas canções (“lieder”). O piano em suas canções não é um simples acompanhante. Interliga-se no canto e interpreta com ele o sentido da poesia dos melhores poetas do Romantismo alemão. Só no ano de 1840 foram 130 “lieder” maravilhosos, talvez inspirado pela alegria por ter
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saído vitorioso da ação judicial contra o ex-professor Wieck, que queria impedi-lo de se casar com sua filha Clara, pianista de projeção internacional. Robert e Clara Schumann é um dos casais símbolos do amor correspondido, muito amigos, com um filho praticamente por ano, e de final trágico como toda história romântica, com Schumann morrendo aos 46 anos, depois de 3 anos internado num manicômio, ouvindo uma orquestra invisível, vendo anjos e falando com os mortos – como se passasse romanticamente a viver as alucinações dos contos de Hoffmann, que sempre tanto o impressionaram. Antes do século XIX costumavase comparar o órgão a uma orquestra, por suas possibilidades sonoras. Os teclados favorecem a colocação polifônica de harmonia complexa, mas o cravo, por exemplo, não varia muito sua dinâmica, não atingindo os “fortes” de uma orquestra. Já o piano, aparecido no final do século XVIII, após alguns experimentos do “martelo” repercutindo nas cordas, em vez da corda pinçada do cravo, e sem o som “preso” nas vibrações dos tubos do órgão, acabou sendo o ins-
trumento perfeito para o intérprete, sozinho com seu instrumento, completar idéias só possíveis com uma orquestra. Em Beethoven, pode-se dizer, o potencial sonoro do piano se consolida. Um acorde em “fortissíssimo” repetido como que enfrentando o volume da orquestra, em seu Concerto Imperador, é bem representativo disto. Como o fato de sua sonata op. 106 chamar-se “Hammerklavier”, para só ser tocada neste instrumento (piano). Quando Beethoven morre, Schumann e Chopin têm 17 anos. É outra geração que aperfeiçoa a técnica pianística em seus toques de “legatos”, “leggieros” e “estacatos”, graduações de “pianos” e de “fortes”, agilidade motora, contorno de frases onde cabem “rubatos” e acentuação de notas, etc, acabando o piano (nome abreviado de “piano-forte”) por representar todo o movimento romântico com sua “técnica para expressividades”. É claro que, depois disto, o potencial do instrumento continuou seu percurso. No final do século XIX Debussy levaria seus acordes a novas combinações harmônicas, tirando dele “impressões” sonoras. No século XX, um Bartok, Prokofieff, Villa-Lobos ou o “jazz” viriam explorar mais o fato do piano ser um instrumento de percussão. Mas, a base do piano permanece no romantismo de Schumann e Chopin. O “caso” Franz Liszt mereceria observações um tanto diversas, mais voltado para um terceiro romantismo, ao lado do teatroorquestral Richard Wagner, meio místico, sim, mas com forte tendência exibicionista dos grandes concertos. Lembro uma observação de um personagem de Thomas Mann, no “Doutor Fausto”: toda a “orgia de
nº 169 - abril de 2010 suavidade melodiosa e desesperada” de “Tristão e Isolda” de Wagner, que necessita da “batalha sangrenta de voluptuosidade de um misticismo teatral robusto em sua perversidade” se realiza na “intimidade pianística” numa peça como o Noturno em dó sustenido menor, op. 27, de Chopin... É significativo, aliás, que Chopin não gostasse de se apresentar em recitais. Prefiria, aristocraticamente, tocar para poucos de seu nível cultural. Como se, introspectivo, até meio taciturno, esta fosse sua forma de se expressar entre amigos. Como Schumann, Chopin se enquadra nas manifestações de “intimismo” do Romantismo com sua “esquizofrenia” própria. Conhecido desde a infância, na Polônia, como pianista e compositor, aos 20 anos, já tuberculoso, deixa para trás o país natal, amigos, pais e irmãs, quando lá fracassa uma insurreição para a independência, se autoexilando em Paris. Vai morrer aos 39 anos, morando sempre só, apesar de frequentar e ser admirado por uma das sociedades artístico-literárias das mais ilustres que já houve (Delacroix, Balzac, Berlioz, Victor Hugo, Liszt, Stendhal, Lamartine, Alfred de Musset, Vigny, Heinrich Heine, Rossini, etc). Daí ter mantido relação amorosa com a escritora George Sand durante 9 anos, dos quais, na maior parte, ela parece ter sido mais enfermeira de seus acessos de tosse escarrando sangue e repouso inválido na cama do que qualquer outra coisa... Paradoxalmente, o doente solitário intimista veio a se tornar num dos maiores sucessos de massa de todos os tempos. Dificilmente, de sua época para cá, houve no ocidente alguém que deixasse de apreciar alguma de suas melodias, lembrando que a Marcha Fúnebre da segunda sonata tornou-se referência da morte (e ele conviveu com a morte a
ameaçá-lo por mais de vinte anos!). E dificilmente, também, algum compositor deixou de levar em conta sua maneira de escrever para piano (inclusive na música popular, como atesta nosso Ernesto Nazareth). É como que, mesmo mudando a maneira de se tocar o piano, a primeira referência que a todos vem deste instrumento é a da interpretação romântica, no personalismo de um Chopin ou Schumann. O instrumento parece se justificar pela existência das obras que eles escreveram. Nelson Freire é um dos pianistas vivos mais merecidamente consagrados. Tira como poucos as sonoridades maleáveis dos impressionistas, ou a agressividade rítmica dos modernistas e, paralelamente, a expressividade com que toca a “Fantasia” de Schumann torna-o talvez seu maior intérprete. Assim como é dos mais expressivos chopinianos de qualquer tempo e lugar registrado em gravação, como Poiésis convida seus leitores a comprovarem na recém-lançada série dos Noturnos completos em CD. Conhecendo tanto o piano, publicou um artigo no jornal “O Estado de São Paulo”, de 27/02/2010, a propósito dos 200 anos de Chopin, onde depõe sobre a importância ainda atual de sua linguagem: “Às vezes me perguntam em entrevistas se eu gostaria de tocar outro instrumento. E eu me pego pensando que não – pois sem o piano, eu não teria a música de Chopin”. O piano, Schumann, Chopin e todo o romantismo que os envolvia como juventude e novidade sobrevivem. São a expressão de nosso interior imutável, mesmo na distância dos bicentenários. GERSON VALLE é o autor da novela “A igreja invadida”, que se encontra no site http://freitasbas.lojatemporaria.com/a-igreja-invadida.html
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TRISTEZA MARINHA
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Camilo Mota
Fernando Py Mar, yo no tengo a nadie Mar, ya ni tengo amor (Horacio Sanguinetti - Tristeza marina)
Atravesso estas águas de um verde falso e caprichoso e me lembro de ti. Pois tu és como as águas que ora contemplo, e muito me prendi outrora à tua imagem, aos teus olhos profundos, ao teu corpo de silenciosos abandonos. Lembro o teu sorriso na última despedida, procuravas parecer calma e indiferente. No entanto sofrias com a minha partida. Porém eras caprichosa, e porque não me submeti à tua vontade absurda, me trataste serena e altiva naquele instante. Acusavas-me de preferir o mar a ti. E me lançaste a acusação como um ultimato que eu, é claro, não aceitei - e parti. Valia mais o mar com suas ondas, o horizonte descoberto, as nuvens e gaivotas no céu. Tua imagem fez-se pequena, eu mal podia distinguir teu lenço e a cruz pendente sobre o colo. Não mais ouvi a tua voz. Imagino que rezavas, talvez por mim, para que eu voltasse,
Joao Carvalho Neto autor do livro “Psicanálise da Alma”
Regina Alves
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deixasse o mar. Adeus... adeus... adeus... - sentia um murmúrio dentro de mim, como um eco apagado mas insistente da tua voz. - Não - respondia eu -, não posso deixar a vida do mar, desde pequeno me acostumei a ele, não quero mudar. - E em breve deixei de te ver, e somente o mar possuiu minha atenção. O céu azul e as nuvens brancas. As gaivotas e os peixes. O vento e as águas agitadas. Mar, meu amigo e meu irmão! Acolhe-me agora, que já não tenho ninguém em terra a me esperar. Sigo neste barco de pesca e nunca hei de morar senão nele. Sempre navegando, sempre em tua presença, mar! Mas estas águas verdes que lambem o barco como um beijo, estas espumas claras que se desfazem para ressurgir aqui e ali, este vento furibundo que o horizonte me envia, fazem-me, não sei por quê, sentir saudades. Saudades da terra firme, da vida mais calma e mais segura, saudade de tuas carícias, de teus olhos verdes, do teu amor. Fernando Py é membro da Academia Petropolitana de Letras.
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10 Mensagem de Páscoa Elzo Souza Silveira* Na constante busca da felicidade todos procuram fora o que está dentro de cada ser humano. A Páscoa nos convida a refletir sobre isso, sobre a introspecção para ajudar na melhora dos nossos atos, da nossa maneira de ver o próximo e respeitá-lo como ele é. Páscoa é celebração da Ressurreição de Cristo. É mais do que o simples ato de presentear os amigos e familiares com chocolates, mas, convidá-los a meditar conosco sobre a importância desta data tão bonita. Não adianta querer transformar o mundo se não formos capazes de transformar a nós mesmos. A todos aqueles que de alguma forma buscam melhorar o mundo e que acreditam que ele pode ser diferente. Amai-vos uns aos outros e assim o Senhor os amará. Ficam aqui meus votos de Feliz Páscoa! *Elzo Silveira é secretário municipal de Serviços Públicos e de Transportes de Saquarema
“A Terra é um só país, e os seres humanos, seus cidadãos.” Bahá’u’lláh
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AS CORES DO TEMPO DE MAJELA COLARES Fernando Py O poeta cearense Majela Colares, radicado no Recife, publica a 2 a edição do seu livro de poesia, As cores do tempo (Rio de Janeiro: Calibán, 2009). O volume compreende toda a sua produção, desde o livro de estréia, Confissão de dívida e outros poemas (1993; 2001), até Quadrante lunar (2005). Em Confissão de dívida, o poeta transita entre a confissão explícita, como no ‘Poema anônimo’, e vários outros que indicam a sua “confissão de dívida” para com os maiores poetas do nosso tempo. Esses poemas também confessam as suas leituras, ou seja, sua formação literária e filosófica bem estruturada, o que lhe permitiu colocar-se em posição de muito destaque entre os contemporâneos, e lhe valeu uma nova edição caprichada do livro de estréia. Outono de pedra (1994) é composto de um único poema dividido em doze partes independentes. O poeta se refere ao drama do retirante e seus tormentos de vida na cidade grande. Elabora uma linguagem apropriada e põe a descoberto uma situação lastimável no poema em que as palavras-chave são “pedra”, “terra”, “colher” e “sol”. Apesar de estar ainda nos começos de sua obra poética, já mostrava segurança no manejo dos versos, além de exibir boa inventividade verbal. Em O soldador de palavras (1997), desenvolve a técnica do verso: para ele, “Fazer poemas
Dentista Dr. Guilherme Bravo Reis (22) 2653-2303
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“Colares vai expondo com bastante propriedade a sua visão fragmentária não só da vida neste tempos conturbados, mas também dos problemas que o poeta enfrenta e vence na elaboração de sua obra.” é soldar palavras”; desse modo, estabelece uma ligação sólida entre elas a fim de compor um conjunto bem acabado. Além disso, o poeta se preocupa em conceituar o seu fazer poético, e refletir sobre o tempo e sua
natureza. O soldador de palavras representa um salto qualitativo na sua poesia. Já em A linha extrema (1999), Colares volta a elaborar um único poema longo, estruturado em terças-rimas como a Divina Comédia de Dante. Porém, diversamente do poeta florentino, o poeta compõe três tercetos mais um monóstico final, que se repete como verso inicial da série seguinte de tercetos. No conjunto, o monóstico final da última série de tercetos correspondse exatamente ao verso inicial da série que abre o livro, o que confere ao poema um encadeamento cíclico. Nele, Colares disseca a própria natureza do ser humano, numa constante indagação ontológica e metafísica. Portanto, Quadrante lunar é o começo da cristalização de um poeta já senhor de todos os seus recursos. A par de exibir sua constante preocupação com questões existenciais e a passagem do tempo, Colares vai expondo com bastante propriedade a sua visão fragmentária não só da vida neste tempos conturbados, mas também dos problemas que o poeta enfrenta e vence na elaboração de sua obra. Com uma bagagem poética ainda pequena, porém respeitável, atinge com As cores do tempo uma categoria extraordinária, reforçando a idéia de ser atualmente um dos nossos maiores poetas. Fernando Py é poeta, tradutor e crítico literário, reside em Petrópolis-RJ.
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Discos voadores são tema de palestra em Araruama A presença alienígena no passado histórico e pré-histórico, o sentido das abduções e a mensagem espiritual do fenômeno UFO são algumas das abordagens que o conferencista Marco Antonio Petit desenvolverá na palestra e debate “Discos voadores: evidências definitivas”, que acontece no dia 10 de abril, 15 às 19 horas, no Teatro Municipal de Araruama. As inscrições poderão ser feitas no próprio dia do evento, a partir
das 14h30. O investimento é de apenas R$ 5. O evento é ilustrado com farta documentação, incluindo fotografias dos arquivos confidenciais da Força Aérea de vários países, inclusive a brasileira, além da NASA e da Agência Espacial Europeia. Marco Antonio Petit é co-editor da revista UFO, autor de seis livros sobre o tema e um dos principais responsáveis pela campanha “UFOs - Liberdade de Informação, Já”.
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Em Foco regina@netterra.com.br
Festa de gala no Quitandinha - Na noite de posse de Francisco Quixaba Sobrinho, os imortais Camilo Mota, Fernando Py e Sylvio Adalberto se encontram com Reynaldo Valinho Alvarez. Foi uma noite inesquecível, de troca de experiências e de bate-papos literários que ficarão na história.
Aureh, grande músico e amigo - Dentre as figuras interessantes que circularam no Hotel Quitandinha no dia 27 de março, estava Marco Aureh, hoje gerente do Centro de Cultura Raul de Leoni, em Petrópolis, e coordenador do Prêmio Maestro Guerra Peixe de Cultura. Marco Aureh também faz parte do Conselho Editorial do Poiésis.
Piloto de Saquarema é destaque em Ubatuba - O piloto de voo livre Pedro Junior foi entrevistado pela Ubatuaba em Revista. Muito interessante a matéria que também pode ser vista através do site: www.ubatubaemrevista.com.br
Regina Mota
Ministra Nilcéia Freire recebe documento Bahá’í Na festa das mulheres, realizada pela Prefeitura de Saquarema, entregamos um documento feito pela Comunidade Internacional Bahá’í que falava sobre as pessoas que estão sendo presas no Irã pelo simples fato de serem pertencentes a essa religião.
Novo advogado - No dia 9 de março, o empresário Evaldo Tadeu Melo (Valoriza Imobiliária) recebeu sua carteira da OAB das mãos do presidente da 51ª Subseção, Miguel Saraiva. Na foto, ao lado do filho Pedro e da esposa Andreia. Evaldo é um dos grandes incentivadores da cultura em Saquarema. Parabéns! Confeiteiro e artista - O imenso bolo que fora distribuído entre as participantes do Festival da Mulher foi feito com muito carinho por Osmar Coelho, do Lagos Supermercados. Simpatia em dobro - O advogado Josemar Almeida e sua filha Ariane esbanjaram simpatia durante a noite da posse de Francisco Quixaba no Hotel Quitandinha.
Dudu King Trio e Fábio Fonseca - Quando você for a Petrópolis e ver anunciado um show de Dudu King e Fábio Fonseca, não perca. Blues da melhor qualidade! Assistimos à apresentação no Centro de Cultura Raul de Leoni, que foi inesquecível.
Sala de Leitura inaugurada - A Escola Municipal Edilson Vignoli Marins inaugurou a sala no dia do aniversário da escola. O evento contou com a presença da secretária de Educação, Ana Paula Giri Fortunato.
Amigas para sempre - A psicóloga Biancha Mamede foi um dos destaques do Festival da Mulher no Fly Shopping.
Marquinhos da Rádio Serra Mar - Sempre que precisamos dos serviços da Rádio Serra Mar FM, de Saquarema, é o simpático Marcos quem nos atende, sempre com muito carisma e competência. Parabéns! Continue sempre assim.