Daumas se apresenta no Teatro Mario Lago
Página 3
Camilo Mota
Divulgação
www.jornalpoiesis.com.br
Literatura, Pensamento & Arte
Saquarema terá grande coral de Natal Página 8
Ano XIX- nº 201 - dezembro de 2012 - Saquarema, Araruama, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis Informe Publicitário
Um conto de Natal No mês de aniversário, quem ganha o presente é você!
o ont 5de0d% esc
até
Rua 96, nº 2018 - esquina com R. 14 Jaconé - Saquarema - RJ ( (22) 2652-3848 - 9286 -0515
Segurança Conselho discute o problema das drogas em Saquarema O uso de drogas e ações para sua inibição no município foram os temas principais da reunião do Conselho Comunitário de Segurança de Saquarema no mês de novembro. As reuniões acontecem sempre na primeira quartafeira do mês na sede da OAB
e são abertas à participação da comunidade. Página 3.
Artesanato Artesãs criam novas formas para colorir o Natal Terezinha Ruade e Marcia Pires estão sempre inovando em produtos artesanais. Guirlandas, panôs e até panos de prato ganham novas formas, cores e texturas através de suas mãos. Página 5.
O Jornal Poiésis encerra 2012 trazendo para seus leitores o conto “O Natal de João Ventania”, escrito por Ivan Herzog (19332012), publicado na coluna da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni. O texto, além de
seu inestimável valor literário, é um símbolo de um tempo em que a vida se renova na consciência das pessoas. Nós, que fizemos nascer este periódico a partir da vivência com a literatura e com uma filosofia humanista e transpessoal,
Escola Corujinha promove curso sobre emergências
Divulgação
Saúde Os homens e o Yôga Apesar da grande presença feminina atualmente no Yôga, a pratica milenar teve origem entre os homens e prossegue através dos séculos como uma filosofia que auxilia no desenvolvimento da determinação, aprimoramento das funções mentais, auto-superação, de-
não poderíamos deixar de celebrar tal momento senão através da arte. É esta mesma arte que nos ensina o quanto ainda temos que caminhar para estarmos em harmonia com o legado de Jesus e de todos os profetas, com a vibração
do Amor e suas consequências para a humanidade e o planeta, com o compromisso de conhecermos a nós mesmos a cada novo dia e estabelecermos firmeza e constância em nossa meta de viver a vida como uma dádiva. Página 7.
Rio de Janeiro, esse desconhecido
Regina Mota
senvolvimento pessoal e muita saúde. Página 4.
Política O 3º Sargento do Corpo de Bombeiros Mauro Gomes deu orientações à equipe de funcionários da Casa Escola Corujinha sobre prevenção de acidentes e ações
Miguel Jeovani busca recursos para Araruama em Brasília Página 3
de evacuação em casos de emergências. A iniciativa da direção da escola é uma das pioneiras no país e vai ser levada também para seus alunos. Página 4.
Violência contra a mulher é tema de audiência pública na Alerj Página 5
Em recente pesquisa divulgada por um jornal fluminense, as preferências de consumo do carioca chamaram a atenção pela falta de conhecimento acerca de sua própria cultura e características mais peculiares e significativas. O fenômeno será reflexo de uma visão cada vez mais globalizada e estratificada, em que o consumo de marcas é mais importante do que a própria
qualidade de vida? O questionamento é respondido pelo jornalista Francisco Pontes de Miranda Ferreira, em artigo na página 5. “Necessitamos de um trabalho de conscientização e um crescimento da autoestima do carioca, antes dele se tornar um mero consumidor de artigos e serviços supérfluos, industriais e muito pouco saudáveis”, afirma ele.
2 EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb. Diagramação: Camilo Mota. CAIXA POSTAL 110.912 BACAXÁ - SAQUAREMA RJ CEP 28993-970 ( (22) 2653-3597 ( (22) 92013349 ( (22) 8818-6164 ( (22) 9982-4039 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis. com.br. Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis. Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.
nº 201 - dezembro de 2012
CONTO
A BAO A QU Márcio Salerno
Márcio Salerno O BALCÃO DA TORRE mais alta da cidade de Chitor, afirmam, é o local de onde se pode divisar a paisagem mais bela do mundo, seja urbana, seja selvagem. Eu estou aqui, mas também estou lá. Ali está a escada, o início dos muitos degraus até chegar à meta pretendida. E nem todo mundo que começa a subida, termina. A paisagem mais deslumbrante, sim. Mas tem algo mais. Algo que sinto, colado a meus calcanhares, enquanto subo. Não dá para divisar ela (ele?) em toda sua extensão, mas consigo perceber alguns de seus olhos piscando, aqui e ali, acima e ao lado de minha pessoa. Não tenho medo de animais mitológicos, nem se fosse o Manticore quem ali estivesse, eu seguiria em frente. Pois o que são seres imaginários, comparados com a dureza do dia-a-dia nesta terra de muitos deuses? Mas o tempo passa, os degraus são vencidos, um a um, o cansaço não me domina, pois quero chegar lá em cima. E ela (ele?) continua me seguindo, posso sentir sua presença, embora os olhos estejam quase apagados. Finalmente, chego ao fim da escadaria, ganho
a sacada e olho ao redor. Sim, a paisagem é bela. Mas não tão mais bela que a vista que se estende ante nós quando você chega ao cimo de um monte qualquer, nem precisa ser o Everest ou o K2. É difícil se deixar seduzir pela Natureza, quando sabemos bem do que é feita nossa espécie. A humana, quero dizer. Animais são diferentes. Bem melhores. Olho para trás, na esperança de vê-la (vê-lo?) por inteiro, mas só consigo divisar um vislumbre de alguma coisa que se arrastou até ali, mas não conseguiu se recompor por inteiro, como reza sua lenda. Ouço um som que pa-
rece seda sendo arrastada sobre si própria, uma, duas, algumas vezes, até que o vulto desaparece escada abaixo. Ela (ele?) vai se colocar aos pés do primeiro degrau outra vez, esperando que o próximo visitante consiga chegar até o fim e fazer com que a criatura surja em toda sua plenitude. Olho para a paisagem a meu redor e abaixo, mais uma vez, antes de retornar ao convívio de meus iguais, oh! Destino! Não me sinto feliz, nem realizado. Ela (ele?) não conseguiu se recompor porque seu guia espiritual, ou seja, eu, estou fragmentado por dentro e por fora. Eu não
estou inteiro, eu frustrei suas expectativas, sou eu o culpado. As portas da percepção, às vezes, se abrem para mim, sem necessidade de drogas ou de hipnose. Mas eles se abriam para William Blake, também, e quem o compreende hoje,
à exceção de alguns poucos? Vou embora. Piso em cima dela (dele?) ao chegar ao último degrau, pois me esqueci que estava ali. Muitos olhos tristes, vertendo lágrimas, me observam, em meio à penumbra. Acho que aquelas lágrimas são para mim. Ela (ele?) se recomporá quando a pessoa certa a (o) levar até o cimo. Mas quem ou o que vai ME recompor? Ao longe, o grito estridente e triste da Banshee soa. Acho que só eu posso escutar.
Márcio Salerno é escritor, artista plástico, jornalista e tradutor. Atualmente edita o JORNAL DE PETRÓPOLIS. Como artista participou, entre setembro e outubro de 2012, da exposição MUNICIPAL – UMA EXPOSIÇÃO COLETIVA, na Galeria Aloísio Magalhães do Centro de Cultura Raul de Leoni, em Petrópolis.
Vidraçaria Recanto do Sol
Promoção! Concorra a uma moto na compra de box blindex.
Sorteio dia 23/12/2012 Box - Vidro Temperado - Espelho Fechamento - Vidro Importado Vidros coloridos, lisos e canelados BOX PRONTA ENTREGA
Aceitamos
Av. Saquarema, 5170 Bacaxá - Saquarema ( (22) 2653-4190 / 9262-6507
3
nº 201 - dezembro de 2012
SEGURANÇA
Drogas são tema de debate no Conselho de Segurança de Saquarema
No dia 07/11, a Ordem dos Advogados do Brasil, subseção de Saquarema, sediou mais uma vez o encontro do Conselho Comunitário de Segurança. Um dos problemas mais graves que está tomando conta de todo o território nacional foi tema de discussão: as drogas. O evento, presidido por Almir Pereira da Silva, contou com a participação de populares e de autoridades locais como o secretário municipal de Segurança Pública, coronel Jorge Romeu, além de representantes das polícias Militar e Civil, Cor-
po de Bombeiros e Defesa Civil. O presidente da Comissão de Segurança da OAB , Gilvandro de Araújo Aguiar, distribuiu uma circular abordando o aumento do consumo de maconha, considerada uma droga “democrata”, que não discrimina pobre ou rico, celebridade ou simples mortal. Segundo o advogado, em matéria de droga, a maconha vem concentrando a atenção mundial com posicionamentos divergentes entre os governos e os estudiosos, uns classificando-a de erva maldita e outros de produto orgânico. O
Regina Mota
texto faz referência a um dos mais renomados psiquiatras do país, Valentim Gentil Filho, que nunca fez uso da droga e que chegou a afirmar que se
ESPORTE
O jovem Luiz Fernando Palermo sagrou-se campeão estadual de karatê. A competição aconteceu dia 25/11, no Centro Esportivo Miécimo da Silva, em Campo Grande, na capital fluminense. Com apresentações precisas na modalidade katá, ele garantiu a medalha de ouro para a equipe de Saquarema. Ou-
Miguel Jeovani vai a Brasília em busca de recursos para Araruama
Divulgação
tros atletas saquaremenses também conquistaram medalhas: Débora Oliveira
(ouro, kumite), Jorge Velasque (bronze, kata), Pedro Costa (bronze, kata), Maxsuel Silva (bronze, kata), Douglas Santos (prata, kata; bronze, kumite), Layla Iecker (prata, kumite; bronze, kata), Patrik Oliveira (prata, kumite), Ana Oliveira (bronze, kumite), Pedro Machado (prata, kata; bronze, kumite), Bento Rodrigues (bronze, kumite).
DANÇA
Daumas Academia apresenta Bem Viver a Vida Divulgação
A Daumas Academia apresenta seu espetáculo de fim de ano no Teatro Municipal Mario Lago nos dias 14, 15 e 16 de dezembro. Em “Bem Viver a Vida”, o grupo liderado por Rita Daumas faz um agradecimento à natureza bem aventurada de Saquarema e à liberdade de atos e atitudes advindos do bem viver adquirido com a qualidade de vida no município. No palco, um movimento de beleza contínua entre gnomos, água, frutas e es-
peranças. As apresentações serão às 20 horas na
sexta e no sábado, e às 18h no domingo.
TEATRO Alunos de Raphael Tavares encenam Alice A peça “Alice no país das maravilhas” será encenada no dia 2 de dezembro pelos alunos da Oficina de Teatro Raphael Tavares, no Teatro Municipal Mario Lago, em Saquarema. O espetáculo terá duas sessões, às 18h e às 19h30. Após dez meses de ensaio, os 18 alunos, com faixa etária entre 7 e 11 anos,
apresentarão a peça que foi adaptada por Raphael, com cenário bem divertido e que completa o trabalho feito com dedicação e carinho, especialmente para as crianças, mas que muitos adultos também se deixam envolver pela magia das cores, falas e musicalidade. Os ingressos estão à venda na banca de revistas
Melo Imóveis
Dra. Emygdia Melo
às escolas, fazer palestras instrutivas e dar orientações aos jovens. Nós como cidadãos temos que fazer nossa parte”, disse. “O problema maior está na família, os jovens e adolescentes banalizaram a questão. A nossa legislação causa sensação de impunidade”, completou o comandante da PM, capitão Ricardo David Lima e Silva. O Conselho Comunitário de Segurança se reúne toda primeira quarta-feira do mês, na sede da OABSaquarema, de 19h às 21 horas, aberto à participação popular.
POLÍTICA
Karateca saquaremense é campeão estadual 2012
CRECI/RJ 30.201 / OAB-RJ 38.046
fosse escolher uma droga a ser banida, seria a maconha. O idealizador do Projeto Ser Feliz com Prazer Saudável, pastor Pedro
Paulo Januário, falou amplamente sobre o assunto. O projeto funciona na Rua Professor Francisco Fonseca, 305, em Bacaxá e atende aos que têm problemas com bebida alcoólica, cigarro ou outro produto químico. O horário de funcionamento é de segunda e terça-feira, das 9 às 17 horas. A advogada Telma Guedes também discorreu sobre o tema. “As drogas são de fato muito preocupantes, pois são grandes motivadoras das agressões. Não temos que desistir jamais, temos que persistir na luta contra elas, ir
Administração, Venda e Locação de Imóveis Advocacia em Geral
( (22) 2653-5427 e (22) 2031-0838 R. Prof. Souza, 34 lj 5 - Bacaxá (subida do Brizolão)
da Praça de Skate, na Praia da Vila. Os antecipados custam R$ 10. Já no dia será esse valor para a meia entrada, R$15, com a filipeta e R$20, a inteira.
Divulgação
Luigi do Valle O deputado estadual e prefeito eleito de Araruama, Miguel Jeovani (PR), junto com o vice Anderson Moura, estiveram em Brasília buscando apoio de políticos que atuam no Congresso Nacional. Miguel e Anderson realizaram um cronograma de reuniões na capital federal para solicitar apoio na inclusão de emendas parlamentares ou de bancada para a cidade e definir as prioridades da Prefeitura de Araruama após sua posse em janeiro de 2013. “Estivemos esta semana na capital federal para interceder junto aos deputados federais a disponibilidade de emendas parlamentares ou de bancada para o município de Araruama, que visem projetos de grande alcance social para a nossa população, principalmente no que tange aos programas de trabalho na saúde, educação, infraestrutura urbana e turismo”, disse Miguel Jeovani. Esses pedidos foram feitos aos deputados federais Garotinho e Paulo Feijó, ambos do Partido da República, através do ofício nº 278, de 6 de novembro
Anderson Moura, Miguel Jeovani e Baltazar Gomes, chefe de gabinete do deputado federal Eduardo Lopes (PRB)
de 2012. “Da mesma forma protocolamos junto aos senadores Eduardo Lopes (PRB) e Lindberg Farias (PT) os pedidos de emendas. Enfim, junto aos senadores e deputados federais, nós conquistamos total apoio. O trabalho e a responsabilidade farão a diferença para construirmos uma Araruama muito
melhor”, contou. Na ocasião, também foram abordadas as restrições do município de Araruama no Cadastro Único de Convênios (CAUC), o que impede a prefeitura de receber os recursos de convênios e de emendas importantes para o crescimento e desenvolvimento do município.
REIKI - TERAPIA FLORAL - PSICANÁLISE Atendimento terapêutico com hora marcada, em consultório ou domicílio.
CURSOS DE REIKI Aprenda a se conectar com a energia vital do universo e traga mais harmonia para sua vida. Acesse: www.reikiadistancia.com.br Pagamento facilitado através de cartão de crédito.
( (22) 8102-0959 / 2653-3087
Camilo de Lélis Mendonça Mota Terapeuta Holístico, CRT 42617
TRÊS COMUNICADOS IMPORTANTES
JCEL EMPRÉSTIMOS, sob a direção de Lea Saquarema, comemora 9 anos de serviços prestados e agradece a todos clientes e amigos pela preferência, e espera continuar contando com a mesma preferência de todos para seus novos serviços.
LEA SAQUAREMA comunica que no dia 25 de dezembro vai solicitar que Deus passe em cada lar, com seus anjos, levando muita paz, amor, fraternidade e união. E para 2013, pedirá ao Pai que toque no coração das pessoas para que reflitam sobre o seguinte: “Se houver conduta correta no coração, haverá beleza no caráter; se houver beleza no caráter, haverá harmonia no lar; se houver harmonia no lar, haverá ordem na nação; se houver ordem na nação, haverá paz no mundo.”
FELIZ 2013 a todos!
JCEL EMPRÉSTIMOS
JCEL EMPRÉSTIMOS E INTERMEDIAÇÕES Trabalhando por você Empréstimos Consignados Transações Imobiliárias Consultas ao SPC, Cheque, IPVA Xerox - Fax
R. Domingos da Fonseca, 5 - Bacaxá - ( 2653-4544 (ao lado do depósito de doces, perto do Itaú)
4
nº 201 - dezembro de 2012
CRÔNICA
EDUCAÇÃO
Corujinha inova e leva curso de prevenção para a escola Escola é lugar de educação, cidadania, conhecimento, convivência e segurança. Tendo em mente estes conceitos, a Casa Escola Corujinha mais uma vez se sobressai em Saquarema com a iniciativa de levar para sua equipe e alunos um curso de prevenção e evacuação de emergência. A iniciativa da direção está baseada na portaria 1444/2002 do Corpo de Bombeiros, que estabelece as normas de segurança contra incêndio em unidades escolares. O Corujinha é uma das primeiras escolas no país a se preocupar com o assunto e a colocar em prática a portaria. No dia 27 de outubro a equipe de funcionários participou do treinamento realizado pelo 3º Sargento do Corpo de Bombeiros, Mauro Sergio Santos Gomes. “A primeira parte foi direcionada à equipe, para que eles saibam dos seus papeis na hora
Divulgação
de socorrer as crianças num possível sinistro. Na próxima etapa, serão as crianças que receberão noções de primeiros socorros e procedimentos como o uso do telefone para pedir ajuda, caso aconteça algo na escola e o que ela deve fazer até a evacuação”, disse ele. Entre as emergências envolvidas no curso estão incêndio, vendaval, ameaça de bomba, tentativa de sequestro, pane elétrica e catástrofes naturais. A diretora Maria José Alves de Melo Sá se preo-
cupou em levar o plano de prevenção e evacuação de emergência à escola após assistir a uma palestra na cidade do Rio de Janeiro, o que a fez despertar para a necessidade de também fazer parte do rol de estabelecimentos de ensino que visam uma maior proteção e bem estar de funcionários e alunos. “Apesar de não fazer parte da disciplina escolar, acho de extrema importância que todos aqui estejamos preparados para um possível sinistro”, completou.
MÚSICA
Banda Natus sustenta a força do rock Próximo show será no reveillon da Pousada Catavento Fotos: Regina Mota
A-mor-te
Ana Suy Sesarino Kuss Amava como quem respirava sem pirar, como quem andava, como quem piscava - sem esforço. Não era um amor doído, doido ou louco. Não era paixão e nem essas coisas que a mídia e a ciência adoram explicar. Não é você quem ama, são os seus hormônios, feromônios neurotransmissores e substâncias que blá-blá-blá estão desregulados. Amor, ali não era doença moderna. Era uma existência alheia que morava levemente em si mesmo. Como um pedaço de boca vermelho-feminino que fora cuidadosamente guardado dentro do peito dele. Como um olhar-masculino capturado e guardado no tornozelo dela. Como uma madeixa de cabelos dela cheirando a xampu, aprisionados na nuca dele. Como um suspiro que sai do próprio corpo e visita a casa do vizinho, é recebido com chá com bolo e fica pra jogar conversa fora. Um suspiro fora do corpo, era só isso o amor, um sentimento despretensioso e sem ambição. Não demandava correspondência, prova ou coisa alguma. Não era neurose, era amor. Você me dá sono, ele disse. Ela respondeu entortando a testa de susto, e ele explicou que era porque ela o deixava tranquilo. Parece bom. E era. A existência de um justificava a respiração do outro sem que eles se fundissem num só. Tinham dores e frustrações, mas deixavam as poeiras d’alma para o mundo, e não para o outro. Num dia quente e ensolarado ela morreu. Seu corpo parou de funcionar, o sangue deixou de correr e passou a caminhar, devagar, mais devagar e ain-
“Só que a morte não é o avesso da vida, é apenas uma condição para ela. Quando se começa a amar, o amor é infinito. Ainda que a vida termine, o amor é sempre infinito.” da mais d e v a g a r – até que parou e quase começou a andar de ré, num movimento inverso à vida. Só que a morte não é o avesso da vida, é apenas uma condição para ela. Quando se começa a amar, o amor é infinito. Ainda que a vida termine, o amor é sempre
Camilo Mota / 12-11-2010
infinito. A correspondência termina, o arrepio na espinha da existência acaba, as palavras se calam. Não é porque você morreu que deixarei de amá-la. E não é porque você morreu que irei amá-la ainda mais. O amor não está inscrito no tempo, está escrito na minha alma. Não comia. Não dormia. Não bebia. O corpo parara de funcionar em plena vida. Virou estrela, que em plena morte se vê o brilho. Tal como o amor. É num instante que ele acontece, depois nos alimentamos do brilho de um morto. O amor é infinito e por isso sempre morto, pois nada do que é vivo é sem fim.
Ana Suy Sesarino Kuss é psicóloga, psicanalista, especialista em psicologia clínica e mestranda em psicologia clínica na linha de pesquisa da psicanálise.
YÔGA
Yôga, uma arte de cavalheiros
Divulgação
Rosangela de Castro A Banda Natus continua apostando no valor das raízes do rock, levando para seus shows o peso das guitarras e o ritmo contagiante que não deixa ninguém parado. Foi assim na apresentação realizada no Teatro Municipal Mario Lago em Saquarema no dia 22/11. Formada por Lorraine Pitaluga (voz e guitarra), Daiane Pitaluga (guitarra solo), Zadak Vicente (baixo), Denilson Canno (teclado) e Jonatas Brasil (bateria), a Natus apresentou canções próprias e sucessos clássicos de Led Zeppe-
lin, Van Hallen, Roxette, Cazuza, entre outros. O grupo agora se prepara para animar a festa de reveillon na Pousada
VEROLOGIA
EVOLUÇÃO PSICOLÓGICA “O SER HUMANO PODE SER O QUE DEVE SER”
Catavento, no dia 31 de dezembro. Mais informações sobre a banda podem ser obtidas no site www.bandanatus.com.br
Anuncie no Poiésis!
(Cristófilo Nageo)
DEPRESSÃO: CAUSA E COMO ELIMINÁ-LA.
Quer ser feliz, independente e desinibido? Quer resolver seus problemas e eliminar seus sofrimentos? Estude Verologia (Ciência da Verdade Essencial)
(
(22) 2664-0794 / (21) 9590-4827
Inscrições: 3ª e 5ª, 15h às 17h, e sábados de 8h às 11h R. Major Félix Moreira, 39 sl 211 - Araruama (Prédio da UNIMED)
(22) 2653-3597 (22) 9982-4039
Tudo indicava que seria uma modinha passageira. Mas não foi, pois as técnicas do yôga desenvolvem o que o indivíduo mais precisa neste momento, para acompanhar o ritmo do planeta: foco, determinação, aprimoramento das funções mentais, auto-superação, desenvolvimento pessoal e muita saúde. Por isso, a cada dia, um número maior de pessoas adere ao estilo de vida proposto por esta filosofia que existe há cinco mil anos. Há uma avalanche de reportagens sobre o tema, mas o detalhe que nunca foi mencionado é que durante milênios foi praticado apenas por homens, como nas artes marciais - era raro encontrar uma presença feminina no ambiente. Desde a antiguidade, praticamente todos os mestres mais conhecidos foram homens: Patañjali, autor do Yôga Sútra que viveu no século II AC; Matseyndra , Gorakshanath, Gheranda, Swatmarama, Purnananda, todos autores de importan-
tes tratados do período medieval; e os contemporâneos Ramakrishna, Sivananda, Vivekananda, Aurobindo, Satyananda, entre muitos outros. Na literatura mais antiga nota-se que a informação é direcionada ao sexo masculino. Num tratado medieval, descreve-se uma importante posição de meditação da seguinte forma: “posicione o calcanhar abaixo do pênis e o outro (calcanhar) acima deste” (Hatha Yôga Pradipika, tradução de Satyananda). Outro livro, também desse período, menciona uma observação curiosa: “O principal dos Yôgis é sempre mais querido que o mais querido pelas mulheres. É preeminente sábio e reple-
to de nobres ações.” (Sat Chakra Nirupana, tradução de Sri John Woodroffe). O registro mais antigo é o de um sinete com a figura de um yôgi sentado numa posição de meditação, com atributos nitidamente masculinos. Este foi encontrado nas escavações de Mohenjo Daro e Harappa, cidades do Vale do Hindu, que tiveram o seu apogeu entre 3500 a 2000 AC. Mas, e as mulheres? Naquela época não se sabe, mas hoje, elas estão por toda parte: no futebol, no surf, nas artes marciais, no yôga, no poder. Para mais informações sobre Yôga e o Método DeRose em Saquarema, acesse www.yogario.com.br.
5
nº 201 - dezembro de 2012
SOCIOLOGIA
O Carioca ignora o Rio: o que está acontecendo? Francisco Pontes de Miranda Ferreira O jornal “O Globo” publicou em outubro um caderno especial sobre as preferências do consumidor carioca. O carioca está ignorando o que há de mais característico e belo na cidade e região. O Rio de Janeiro é uma cidade que tem o privilégio de possuir uma natureza exuberante que invade a própria área urbana, proporcionando uma qualidade de vida excepcional. Possui também um Centro e diversos bairros de valor histórico único como Catete, Lapa, Santo Cristo, Santa Teresa e muito outros. O Rio de Janeiro tem um clima tropical que incentiva a vida ao ar livre e o consumo de sucos, frutas, água de coco e cerveja e chope. A Região Serrana do Rio de Janeiro que é responsável por cerca de 70% da produção de alimentos frescos consumidos na Região Metropolitana, por sua vez, vem passando por transformações importantes onde cresce a produção orgânica e artesanal de verduras, hortaliças, queijos e cervejas. Em todas as grandes cidades do mundo assistimos uma forte tendência pela opção a favor dos produtos regionais e agroecológicos. Infelizmente, a reportagem de “O Globo” aponta uma tendência contrária dos
cariocas. Segunda a reportagem, a bebida favorita do Rio é a Coca-Cola. A cidade do Rio, justamente, tem como marca as maravilhosas casas de suco, onde é possível obter-se uma bebida natural e fresca. Meus amigos estrangeiros visitando a cidade sempre ficaram encantados com a oferta de um suco tropical, feito na hora e uma água de coco gelada em quase qualquer esquina. A reportagem apontou como a cerveja favorita do carioca uma industrializada que é produzida para todo o país. Característica do Rio, certamente, é um Chope gelado num bar da esquina. Hoje a Região Serrana do Rio de Janeiro produz cervejas artesanais de altíssima qualidade. A reportagem nem menciona. O sorvete favorito, segundo a reportagem, é um embalado e industrial também servido igual em todo o país. Entretanto, existem muitos outros fabricados em pequenos estabelecimentos, artesanais e que privilegiam as frutas tropicais tão abundantes em nosso país. Em reportagem recente no caderno de turismo de “O Globo” foi elogiada a escolha de Toronto, no Canadá, por produtos frescos, orgânicos e regionais. Restaurantes de Londres, Paris e Nova Iorque destacam em suas entradas e cardápios a opção
Regina Mota
por produtos frescos, orgânicos e regionais. O Rio tem um cinturão verde na Região Serrana que produz isso e que o carioca ignorou na pesquisa. Ainda, segundo a reportagem, uma empresa de petróleo é citada entre as que mais contribuem para o meio ambiente. Absurdo total. Não há nada mais insustentável e perigoso para o ambiente do que a extração, o refino e o transporte de petróleo e gás. A baía de Guanabara em 2000 foi atingida por um grave vazamento de óleo de uma refinaria. A produção de derivados de petróleo ameaça os manguezais, a própria água da baía de Guanabara e a população
bo”. O carioca não sabe disso? Na reportagem os cariocas estão preocupados em classificar os melhores shoppings. Enfatizamos novamente que o Rio sempre teve como característica e privilégio a vida, até noturna, ao ar livre e possui um dos centros históricos mais interessantes do mundo. Nunca vi um cidadão de Lisboa, Barcelona ou Roma recomendar um shopping. Academias de ginástica também aparecem na pesquisa de consumo. O Rio tem como símbolo as praias, as florestas e as montanhas. Podemos citar um monte de trilhas, caminhadas, parques e praias do Rio.
Francisco Pontes de Miranda Ferreira é jornalista, membro do conselho editorial do Jornal Poiésis.
ARTESANATO
MULHER
MAMAS participa de audiência pública na Alerj O Movimento Articulado de Mulheres Amigas de Saquarema – MAMAS participou no dia 27 de novembro da audiência pública que marcou os 16 dias (de 25 de novembro a 10 de dezembro) de ativismo pela não violência contra a mulher, realizada na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), através da Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher, presidida pela deputada estadual Inês Pandeló (PT). O tema da audiência foi “A questão da reforma do Código Penal e os Direitos da Mulher”, havendo discussão e debates sobre as mudanças da legislação. De acordo com Inês Pandeló, há emendas que, se concretizadas, inviabilizam as leis de proteção às mulheres. “Além da questão da Lei Maria da Penha, que pode sofrer alterações, nós, junto com a Associação dos Magistrados Brasileiros, também temos emendas a propor. Uma delas é o femicídio (sic), tipificar esse tipo de homicídio, para que haja uma estatística melhor de quantas mulheres estariam morrendo só pelo fato de serem mulheres”, disse a parlamentar. A juíza Adriana Ramos de Mello, do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, defendeu a criação da ti-
tradicional de pescadores e caranguejeiros com oleodutos, gasodutos e o transporte de óleo e equipamentos. Está em construção, no entorno da baía de Guanabara, o Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ). Empreendimento que vai contra todas as teorias das ciências ambientais contemporâneas. Hoje se defende investimentos a favor de energias renováveis e locais. A era das mega usinas está ultrapassada e os impactos negativos sociais e ambientais do COMPERJ já estão sendo sentidos em Itaboraí, São Gonçalo e Magé, como muito bem documentados em reportagens recentes do jornal “O Glo-
Diferencial que o Rio oferece. Quase nenhuma cidade grande do mundo tem esse potencial. Shoppings e academias de ginástica são ambientes fechados e semelhantes em qualquer local do planeta. Certamente, não se trata de uma matéria paga e enganosa dos produtos e serviços selecionados. Deve ser mesmo a opinião do consumidor carioca que está ignorando o que há de mais bonito, saudável e interessante na cidade e em seu entorno. Metrópole que pretende receber visitantes para a Copa e a Olimpíada para conhecerem de perto a Coca Cola, bebidas e alimentos industrializados e artificiais, shoppings e os efeitos negativos da indústria de petróleo? Necessitamos de um trabalho de conscientização e um crescimento da autoestima do carioca, antes dele se tornar um mero consumidor de artigos e serviços supérfluos, industriais e muito pouco saudáveis. Fato que prejudica a própria cidade que, justamente, possui um potencial enorme e excepcional para ser vanguarda de uma nova tendência, de uma nova era.
A beleza do artesanato do Entre Nós Fotos: Camilo Mota
Divulgação / Gabriel Telles
A deputada estadual Inês Pandeló (PT) preside a Comissão de Defesa dos Direitos da Mulher
pificação do homicídio de mulheres, o “femicídio”. “O Brasil é o sétimo país em homicídio de mulheres, em um quantitativo de 84 países. É muito importante que a gente tenha um tipo específico de homicídio, para obtermos mais dados oficiais e, a partir daí, implementarmos políticas públicas”, disse. Para a presidente do MAMAS, Terezinha Ruade, o assunto é de extrema importância e merece uma atenção especial. “É importante continuar discutindo a questão da violência contra a mulher, ela existe sim, e não atinge somente a mulher, ela leva consigo a falência da família. Essa discussão é muito ampla, nós do Movimento de Mulheres continuamos defendendo a idéia de que para garantir os direitos das mulheres é preciso
combater a violência, uma das piores violações aos direitos humanos”, afirmou. O evento, realizado no Auditório Senador Nelson Carneiro, prédio anexo ao Palácio Tiradentes, contou também com a presença da juíza do 1º Juizado de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher, Adriana Ramos de Mello, e da diretora executiva do Conselho de Cidadania, Estudo, Pesquisa, Informação e Ação (Cepia), Leila Linhares. Atividade em Saquarema - Dentro da proposta dos 16 dias de ativismo pela não violência contra a mulher, o MAMAS estará atuando durante a IV Feira Cultural de Saquarema, nos dias 1 e 2 de dezembro, distribuindo panfletos informativos e prestando esclarecimentos sobre o assunto.
É na apresentação de telas pintadas com delicadeza, bordados minuciosamente aplicados, detalhes trabalhados em cada peça que se resume o belíssimo artesanato feito pelo Entre Nós, das amigas Terezinha Ruade e Maria Marcia Trece Pires. Com a aproximação do
Natal, vários trabalhos foram voltados para o tema, aumentando ainda mais o colorido das linhas, tintas e miçangas. Muitos desses artesanatos poderão ser apreciados durante a IV Feira Cultural de Saquarema, quando estarão sendo expostos ao lado da barraca do Mamas.
A Feira será realizada nos dias 1 e 2 de dezembro, na praça Oscar de Macedo Soares, em Saquarema. Após essa data os interessados poderão telefonar para agendar uma visita e fazer encomendas, através dos telefones (22) 2651-1291 ou 2655-2825.
6
nº 201 - dezembro de 2012
LITERATURA Gerson Valle Holos, do grego, significa todo, inteiro. O holismo é a interação das partes com o todo. Acredito que a visão holística, que não perde o conjunto da existência, encerre a melhor tendência à coexistência pacífica na renovação do mundo em nosso tempo. A globalização já prefigura um sentimento holístico que leva a pensarmos numa integração entre os povos, e não mais em separações incentivando rivalidades, em partes que não atingem a essência do todo. Parece-me que o mundo da Poesia, por sua representação simbólica subjetiva, saída do âmago do indivíduo em sintonia com o universo, pode servir como melhor paradigma numa virada histórica da Humanidade rumo à concórdia universal. No mundo ocidental, mais que no oriente tradicional, os sucessivos “modismos” sempre contrapõem o novo a seu antecessor. Se uma época é voltada ao equilíbrio classicista, a seguinte vê com melhores olhos o aventuresco romântico, e vice-versa. Quase que havendo uma guerra entre gerações, de filhos contra pais, comentanto sarcasticamente suas diferenças como sendo primarismos ou barbarismos. No século XX, quando a corrida pela transformação, considerada “progresso”, a par do desenvolvimento da própria ciência que aí também se acelerou, veio atingir obrigações de posições sucessivamente antagônicas no curso da mesma vida de uma pessoa. Aí o velho ri-se de suas convicções da mocidade como se fossem primárias, bárbaras, não pelo conhecido amadurecimento trazido pela experiência, mas pelo reflexo da
POR UMA POESIA HOLÍSTICA necessidade imposta pelas modas. Curiosamente, na Poesia, os “modernismos” atidos ao século XX despontam já no meio do século XIX. Tematicamente, podem ser caracterizados pela oposição ao lirismo tradicional. Assim, contrariamente à grandiloquência romântica de um Victor Hugo (que entre nós pode ser detectada na escola condoreira de um Castro Alves) aparece na poesia a vida urbana com um Charles Baudelaire, que não canta as flores idealizadas, mas como o título de seu livro, as flores do mal (1857). As preocupações ambientais com a poluição das cidades grandes vão direto às “Cidades Tentaculares” (1895) do belga Émile Verhaeren. Já na década de 1870, a poesia contestatória à visão acomodada e burguesa do mundo aparece no jovem rebelde Arthur Rimbaud. O formalismo parnasiano evidentemente veio contrariar o não formalismo romântico, mas logo contrariado (e aí o tempo da moda se vai encurtando) com o desvairado simbolismo, que vai, na França dos pintores e músicos impressionistas “fin-de-siècle”, esgarçando o significado racional do poema, e, com Stéphane Mallarmé é levado quase ao término do verso tradicional. O poema considerado marco deste fenômeno é “Un coup de dès jamais n’abolira le hazard” (“Um lance de dados jamais abolirá o acaso”), onde o branco da página cria importância entre palavras esparsas que refletem intenções musicais sem haver nenhum relato, conforme o próprio Mallarmé alertava para uma edição de 1897. Este tipo de subjetividade será crescente no início do século XX, vindo logo nos diversos manifes-
tos futuristas do italiano Marinetti que reivindicará pelo esquecimento de todo o passado artístico em prol de uma arte mais significativa da pressa dos automóveis, aviões, aglomerados urbanos, etc. O poeta francês Guillaume Apollinaire (1880-1918), conhecido como “cubista”, desejava remover pela poesia o que considerava a “monotonia da natureza”. O russo Maiakóvski foi um importante adepto do futurismo, usando de uma linguagem dinâmica em que a Poesia se expande em constantes metáforas. Mas, o mais revolucionário movimento, que transformará de vez a Poesia no contrário de qualquer espécie de narrativa da prosa, virá com o surrealismo na década de 1920. Seu manifesto procura, com reflexo da então nova psicanálise freudiana, incentivar a “escrita automática”, onde as palavras surgidas do inconsciente vão se concatenando sem a mínima preocupação com a lógica consciente. O subjetivismo poético das metáforas, sonoridades musicais sem significados claros, jogos do inconsciente vão marcar fundamente, a partir dos movimentos diversos do início do século XX a Poesia de toda a parte, passando por obras consagradas como, por exemplo, de T. S. Elliot, Ezra Pound, E. E. Cummings, Saint-John Perse, Pablo Neruda, ou, entre nós as últimas fases de Murilo Mendes ou Jorge de Lima. Mesmo um poeta admirado em todo canto do mundo como García Lorca por seus poemas “gitanos”, tem uma parte de sua obra, menos popular, de nítida tendência surrealista. E assim se prorrogará certo “nonsense” subjetivista, pela segunda metade do século XX e agora no XXI, em grande parte dos
poetas considerados pela crítica como mais representativos da contemporaneidade. O primeiro modernismo brasileiro das décadas de 20, 30 e 40, entretanto, conviveu ainda com poetas que aceitavam a narrativa e situações verossímeis, onde a metáfora e os significantes sem significados expressos apareciam com parcimônia. O que traziam de modernidade era mais voltado ao verso livre, independente de métrica ou rima, e de um linguajar mais coloquial, reproduzindo melhor o modo brasileiro de ser. Acredito que isto faz de Drummond, Bandeira e Cecília os mais queridos poetas nacionais. Mas, na década de 1950, os concretistas levaram ao extremo a concepção gráfica da poesia enquanto espalhavam palavras no branco do papel. Argumentavam, inclusive, que esta desfragmentação do verso representaria a última etapa possível da evolução da Poesia – eles, assim, seriam os últimos poetas. Curiosamente, uns trinta anos depois, um deles, Augusto de Campos, escreveu um poema intitulado “Pós-tudo”, como sendo uma possibilidade de existir poesia depois de toda poesia passada... Evidentemente que se continuava a escrever poesia em toda parte, independentemente da consideração que faziam de ser o Concretismo o movimento que despedia a poesia deste mundo... E as escolas continuavam a se renovar. Passa-se pelo Poema-práxis, pela Poesia semiótica, pelo Poema-processo, pela Poesia marginal, às vezes atropelando-se umas “escolas” sobre outras, na necessidade imensa de renovação por modismos e afirmações não mais de gerações, mas de grupos
diversos. Entretanto, não se pode deixar de observar que, à medida que se chega ao final do século, algumas escolas parecem repetir inovações já consagradas. E na passagem do século XX para o XXI não parece haver novidades muito grandes em nomes de escolas, apesar da postura vanguardista de grande parte dos poetas que se consideram de primeira linha. É mais uma questão de pose do que de renovação efetiva. Renovou-se tanto que já não há o que renovar? Este fenômeno, de resto, parece ocorrer simultaneamente em todas as artes. Os artistas plásticos assumem pose vanguardista nas “propostas” que expõem e que não estão tão distantes assim dos “objetos” de Duchamp de 1916... Na Música, após as transformações do sistema tonal para o serial, e introdução da eletroacústica e uso de instrumentos tradicionais de forma preparada para lhes tirar sons diferentes, como a percussão na tampa do piano ou jogada de bolinhas de gude em suas cordas, formando sons aleatórios, os vanguardistas continuam usando tais efeitos como se fossem novidades. E eles já têm mais de sessenta anos! Há que se considerar que se os artistas que se dizem contemporâneos repetem efeitos um dia considerados revolucionários, tais manifestações ainda são estranhadas pela maior parte do público. E aí as artes que parecem mais de acordo com o seu tempo, por explorarem as últimas conquistas da estética e da técnica, se afastarem da real finalidade delas existirem. O que significa uma arte sem público? Para a maioria os artistas se expressam numa linguagem hermética, muitas vezes
por ser simples arte pela arte. O que há de mais inútil do que a contemplação hermética, não participativa dos anseios da sociedade? As necessidades de nosso íntimo estão acima da exclusividade de um tempo delimitado. As sensações poéticas nos chegam de diversas épocas e lugares. Somos seres da entrada de um novo milênio, carregando uma grande riqueza de referenciais estéticas e simbólicas. Muitos dos poetas atuais já se aperceberam disto, e escrevem sem a preocupação de renovar, mas com a consciência de possuírem séculos de experiência de que podem lançar mão. Há muitos modernismos, romantismos, classicismos. Hoje em dia, com a visão que nossa cultura nos lega, podemos seguir todos esses caminhos! A visão de pósmodernidade alarga-se também por certa convergência de gêneros, às vezes a prosa interferindo na poesia, a filosofia e a narrativa no lirismo, as diversas partes do poeta se encontrando com o todo de que é constituído. Um mundo ecologicamente equilibrado. Uma poesia saída do íntimo universal e atemporal que há em nós. Meu desejo é que ela seja, cada vez mais, composta com a intenção de transmitir todo seu potencial armazenado pelos milênios por experiências múltiplas de gêneros, espécies e lugares. Seguida e sentida pelo público. Que seja holística!
Gerson Valle é membro do conselho editorial do Jornal Poiésis e membro titular da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni. Reside em Petrópolis-RJ.
Fotografia e Filmagem Aniversários Infantis, Casamentos, Inaugurações, Cerimônias Religiosas, Shows, Espetáculos, Empresas. www.poiesisfotografia.com.br
( (22)2653.3597 / 9982.4039
Dê plantas a quem você ama!
AGRIJAR BACAXÁ
SHOW DAS PLANTAS
A maior variedade com beleza e qualidade você encontra aqui! Av. Saquarema, 5442 - Bacaxá
( (22) 2653-2744 ENTREGA GRÁTIS EM DOMICÍLIO
Rações nacionais e importadas Medicamentos e Sementes
Ortopedia - Traumatologia - Fisioterapia Medicina Desportiva - Pilates Studio - Psicologia Atendimento 2ª, 4ª, 5ª e 6ª à tarde Rua Adolfo Bravo, 26 - Bacaxá - Saquarema ( (22) 2653-3324 / 8802-6709
(22) 2655-3115 (22) 2655-3220
OAB/RJ 145.565
Av. Saquarema, 4134 lj 10 Porto da Roça
Medicamentos, Perfumaria e Variedades
Av. Saquarema, 3663 Loja D - Porto da Roça
Aberta de 2ª a sábado de 8 às 20h e domingo de 8h às 13h
Av. Saquarema, 5320 Bacaxá - Saquarema
( (22) 2653-3114
Maxwell Duque Explicadora Advogado
Aceitamos cartões de crédito
agrijar@hotmail.com
(22) 2651-3691 (22) 9902-6943 (21) 8147-9294 maxwellduque@adv.oabrj.org.br
de 1ª a 8ª série ( 2651-9665 R. Beatriz Campos, 14 Porto da Roça Saquarema (próximo ao Bassamar)
“Quando a alma tem em si a vida do espírito, então ela produz bom fruto e se converte numa árvore Divina.” ‘Abdu’l-Bahá
Em Jaconé Rua 96 esquina c/14 ( (22) 2652-1888
www.bahai.org.br
7
nº 201 - dezembro de 2012
POESIA A dupla face João Carlos Taveira Dentro do verso, meu universo: tudo é possível e tudo é nada. Dentro de mim, dor e cetim: minha loucura, meu alicerce. Sou e não sou, ao mesmo tempo, voz e luxúria. Não basta ao vento a sua fúria? Basto-me louco. João Carlos Taveira é natural de Caratinga-MG (1947), autor de “A Flauta em Construção” (Thesaurus, 1993), de onde foi extraído o poema acima
APRENDIZADOS Affonso Romano de Sant’Anna Uns aprendem a nadar Outros a dançar, tocar piano, Fazer tricô e a esperar. Na infância cai-se Para se aprender a andar. Cai-se do cavalo e do emprego Aprendendo a viver e a cavalgar. Em alguns aprendizados Chega-se à perfeição. Em alguns. No amor, não. Affonso Romano de Sant’Anna é natural de Belo Horizonte (1937). O poema acima faz parte de seu livro “Textamentos” (Rocco).
EM NÓS Luiz Otávio Oliani o que há em nós é a espera que não finda
ARQUÉTIPO NÚMERO 5 Quem morre é a ilusão. Seu vestido de nuvem abrigava meus olhos, saciava a sede presente, arrastava o véu para dentro de mim. No laço indelével entre o saber e o pensar, pendia meu corpo, vagava o olhar. Sepultada como a sombra que se desfaz na água, senti-lhe ainda o carinho e o peso: arriscou-se a beijar minha face. Tudo que havia era o encanto da vida.
Júlio Polidoro
Luiz Vidal Não há tanta comida para tantas bocas Nem há tanta comida para tantos pratos Não há tantos médicos para tantos doentes Nem tanto remédio para tantos males Não há tanto amor em tantos corações Nem há tantos corações para tanto ódio Não há tantas palavras de perdão para tantos erros Nem há tantos erros que não possam ser perdoados Não há tantos sábios para tantas interrogações Nem tantas interrogações que não possam ser sabiamente respondidas Não há tantos pecadores com tantos pecados assim Nem tanto assim pecadores Não há Nem tanto Enquanto Há Luiz Vidal é poeta e advogado, membro da Academia de Letras e Artes da Região dos Lagos (Aleart)
Anjo negro João Costa Tomando-me pela mão um Anjo de vestes negras me conduziu a um túmulo [em ruínas e me disse: – Aqui jaz a ventura que existiu outrora quando ainda havia aurora e primavera no mundo quando havia flores, pássaros e borboletas nos campos quando havia campos na Terra... – Aqui jaz a ventura que existiu outrora quando crianças brincavam livremente nas calçadas e casais de namorados passeavam [despreocupadamente nas praças quando havia calçadas e praças nas cidades quando havia cidades... – Aqui jaz a Ventura de um sol de Verão que a poluição apagou a ventura de uma noite de lua e estrelas que a fumaça ocultou... – Aqui jaz a ventura que existiu outrora e que o homem impiedosamente matou... João Costa é jornalista, editor da Revista Horizonte, reside em Saquarema-RJ.
o que há em nós é a espera do porvir que nunca chega
Esfera fechada a avelã aberta exibe outra esfera: uma esfera comestível porém chã.
Dentro de mim ecoa tua fala sem ruídos. Algumas vezes ouço, tantas vezes surdo. Buscando a coerência das pessoas amiúde cego aos teus sinais.
Poema inacabado
COISA E PALAVRA
Luiz Otávio Oliani é autor de “A eternidade dos dias” (Multifoco, 2012), de onde extraímos o poema acima.
Seja o nada meu tudo
Camilo Mota é editor do Jornal Poiésis, membro titular da Academia Brasileira de Poesia.
o que há em nós é o desejo de ver no outro o que nos falta
o que há em nós é a fome que não sacia
Voz Acadêmica
Camilo Mota
Anderson Braga Horta
E me perco no olvido, buscando a coerência de pessoas como eu esquecidas. Te encontro na incoerência dos homens debaixo dos atos postiços de gente que dorme. Tento bradar acordem! mas os lábios não se movem e apenas meio acordado ouço parte, não tudo que ecoa da tua voz sem ruídos. Sou uma multidão de máscaras que uso sem pensar, ou pensando também uso conforme a situação. Sou ninguém na vastidão de entidades que caminham para lugar algum. Todos muito concentrados sisudos e enganados pela ideia de que sabem para onde seguir. Também surdos para as vozes que ecoam de dentro na pantomima do agora e os agrilhoa por fora a motivos tão postiços se desfazem na poeira das aparências do mundo. Eu aspiro a outra história que se escreve com as glórias de uma página sem grifos. Júlio Polidoro reside em Juiz de Fora-MG, é autor de “Outro Sol” (Nankin Editorial / Funalfa, 2004), entre outros.
A avelã não tem o etéreo da ave nem a maciez da lã. Mas a palavra avelã é concha de poesia. Anderson Braga Horta reside em Brasília-DF. O poema acima faz parte de seu mais recente livro, “De viva voz” (Thesaurus, 2012)
REIKI
Caminho para saúde em harmonia...
Sarita
Cursos e Terapia. Atendimento com Florais e Psicoterapia Holística.
MADEIREIRA E MATERIAIS DE CONSTRUÇÃO
Camilo de Lélis M. Mota
(22)2031-0788 / 2653-3574 / 9228-1015
Terapeuta Holístico, CRT 42617
( (22)2653-3087
ENTREGA EM DOMICÍLIO
Tudo para sua casa, do alicerce ao telhado.
R. Alcipio Vidal - Bacaxá (asfalto velho) (MATRIZ) Rod. Amaral Peixoto, Km 70, nº 1999 - Bacaxá
Coluna da Academia Brasileira de Poesia Casa de Raul de Leoni Praça da Liberdade, 247, Centro, Petrópolis-RJ www.rauldeleoni.org
O NATAL DE JOÃO VENTANIA Ivan Herzog Silenciosamente, João Ventania forçou a janela. De um pulo, transpôs o parapeito e ei-lo dentro da sala. Na escuridão, o facho de sua lanterna traçou cones de luz e projetou sombras fantasmagóricas nas paredes. Os objetos de prata, o relógio, o videocassete, fariam boa colheita daquela noite de Natal. Os donos da casa ausentes, os empregados dispensados, lhe davam a previsão de um serviço fácil. Uma enorme árvore de Natal, com muitos embrulhos ao redor, chamou sua atenção: sem hesitar, escolheu os menores. Deviam ser os mais valiosos... De repente, no alto da escada, um leve ruído. Um menino de seus seis anos, mais ou menos, de pijama e chinelos, tocou o comutador da luz. Tão rápido, que o assustado João Ventania não pôde esquivar-se, quando o menino lhe perguntou: - É você, Papai Noel? O João, com sua roupa rasgada, sua barba por fazer, assustado pelo inesperado, positivamente, não era a imagem de Papai Noel e nada respondeu. A pergunta foi refeita: - É você, Papai Noel? Cadê sua roupa vermelha, sua barba branca? O atordoado João Ventania só soube balbuciar: - Sou eu mesmo. Tenho andado tão atarefado, que não consegui trocar de roupa e minha barba se queimou quando eu fazia os brinquedos. Se eu espero ela crescer, as crianças do mundo inteiro ficariam sem os seus presentes. - Você trouxe o que eu pedi? A bola, o trem elétrico, o avião a jato, metralhadora espacial? - Está tudo aqui nesses embrulhos; quando você chegou, estava acabando de arrumar seus presentes ao pé dessa bela árvore que você fez para mim. - Posso abrir? E antes da resposta, o menino pegou dois embrulhos. O trem elétrico e a metralhadora espacial saíram de suas caixas. A alegria estampada em seu rosto, seus gritos de entusiasmo, fizeram passar o susto que havia tomado, ao ver um Papai Noel tão mal ajambrado. O pobre João sentiu um nó na garganta. Nunca tivera infância. Nunca tivera presentes de Natal. Seu mundo fora cruel, os mais fortes engolindo os mais fracos, na luta contra a miséria e a fome, que só conseguira driblar tornando-se ladrão. Um ladrão com certos princípios, que respeitava a vida humana e tinha lá a sua filosofia. Pois, quando o menino viu que no saco ainda restavam dois presentes, pediu-os. Num estava escrito “Para Mamãe”, e no outro, “Para Papai”. -Ah! Devem ser o barbeador elétrico e o secador de cabelos que eu pedi para você trazer para eles! - Isso mesmo; vamos deixá-los aqui, para quando seus papais chegarem. - Posso brincar com o meu trem elétrico? - Não, menino. Você deve dormir e esperar pela manhã. Amanhã será um lindo dia e você vai poder brincar à vontade. Vai dormir, meu filho... - Eu estou com medo de subir. Você me leva? João Ventania assentiu. Pegou o menino no colo e levou-o escada acima. Colocou-o na cama, cobriu-o com carinho e beijou-o no rosto. - Dorme, meu filho, mas não conta a ninguém que viu o Papai Noel, se não seus brinquedos vão todos sumir. Quando eu chegar lá embaixo, vou arrumar tudo de novo. - Obrigado, Papai Noel. Pode deixar. Vai depressa, que tem muita criança esperando tua visita. Feliz Natal, Papai Noel! João Ventania saiu do quarto, desceu à sala, arrumou tudo direitinho e não teve coragem de mexer em mais nada. Saiu como entrara, pela janela, silenciosamente. Já na rua, pensava: “Sujeito burro, frouxo!”. À sua frente, uma igreja. Muita gente entrava para a Missa do Galo. Movido por força irresistível, João foi atrás. Foi ver o presépio. “Que lindo!”, pensou. Olhou a imagem do Menino Jesus. Mas, que coisa! O menino do presépio tinha o rosto do menino da casa que “visitara”. Era ele, escritinho. Apertou os olhos, para segurar uma lágrima. Esfregou as costas da mão neles: não era possível! O menino do presépio, aquela imagem de barro, estava sorrindo para ele! Ivan Herzog (1933-2012) foi a minha primeira referência na Academia Brasileira de Poesia. Ao ser indicado e eleito, recebi, em 2005, uma carta oficial acusando a minha eleição. Vinha assinada por ele. Ao me dirigir pela primeira vez para lá, fui recebido polida e afetivamente por ele. Ivan era onipresente na ABP. Não houve sequer uma vez que eu lá fosse e ele não estivesse, indefectivelmente fumando, elegantemente, e ainda, nos dias frios - quase todos - com uma de suas boinas de feltro. Foi, nas últimas duas décadas, um incansável colaborador - o maior deles - da Academia Brasileira de Poesia, como Secretário-Geral, Tesoureiro, Bibliotecário etc. Ivan era também, naturalmente, um notável escritor. Desses mais avizinhados à agilidade e objetividade jornalística, sem se omitir de belos versos, haicais (vários e sublimes) e acrósticos. Ganhei dele, de uma tacada só, seus dois livros: “A Arca de Não É” (1993), de contos, crônicas bem humoradas e poesia; e “É do Ivan, não é?” (2001), de crônicas e histórias curtas, alguns epigramas. Notáveis, ambos. Do primeiro retiramos “O Natal de João Ventania”, que reputo, sem grandes rodeios, de um dos melhores contos de Natal que já li, de toda literatura brasileira. É uma pequena joia de construção, breve enredo, dois personagens e um desfecho de uma beleza surpreendente e profunda, com notas de fantástico e maravilhoso. Não cabe aqui qualquer análise, sobretudo à guisa de introdução. Tive, em certa ocasião, próxima às festas de fim de ano, a felicidade de ouvir essa história, narrada sob forte emoção pelo próprio autor, finalizando-a aos prantos, acompanhado de todos os confrades ouvintes. Quis, mais de uma vez, tornar esse conto público, por tão belo e bem feito, chegando a propor que fizesse parte como hors-concours, do tradicional concurso de Contos de Natal da cidade, mas não consegui. Foi necessário que o bom Ivan partisse, para que essa ideia tomasse forma e sentido, e junto a essa singela homenagem e os nossos votos de Boas Festas, esse pequeno mimo: um dos mais belos contos de Natal de nossa literatura. (Marcelo J. Fernandes)
8
nº 201 - dezembro de 2012
MÚSICA Coral de Natal faz apresentações em Saquarema
Em Foco com Regina Mota
Camilo Mota
regina@netterra.com.br
Coral Misto Eclésia - A comemoração de quinto ano do coral aconteceu no Restaurante Pimenta Vermelha dia 14 e prosseguiu na Igreja Evangélica Congregacional em Bacaxá, dia 22/11. O tema desse ano foi “Experiência com Deus”. Sob a direção do pastor Oberis Miranda Balga, o coral está em atividade na Igreja sob a regência da maestrina Hilde Garcia. Vereador em Araruama - Carlinhos Dutra, que irá compôr a Câmara dos Vereadores de Araruama, foi um dos homenageados com Moção de Congratulação durante a reinauguração do Plenário Thiófyla Soares de Bragança. Carlinhos faz parte da família Só Ofertas, que comemora 21 anos esse ano.
Atores globais no Teatro Mario Lago - Ivan Mendes e Daniela Carvalho (Malhação de 2010) estiveram em Saquarema dia 11/11 para interpretarem a peça Caixa de Phosphorus. Na foto, à direita, a diretora do teatro Janaina Coelho, responsável por trazer grandes artistas à cidade. A comédia arrancou ótimas gargalhadas do público presente.
Saquá Instrumental - No dia 12/11 aconteceu mais um evento no calçadão de Bacaxá, promovido por uma união de músicos que resolveram levar cultura à população saquaremense, mesmo sem ter apoio algum, somente dos proprietários da lanchonete que cedeu a energia elétrica para ligar as aparelhagens de som. Podia-se dizer que só tinham feras tocando. Essa foi a segunda vez que o público parou para vê-los executando músicas de Tom Jobim, João Bosco, Steve Ray Vaughan, entre outros. Parabéns ao baterista Tiago Perninha, mentor do projeto e a todos que se apresentaram!
Integrantes do Vozes de Saquarema e do Escola Que Canta se unem ao Coro Cênico da Faetec para as apresentações
O clima de Natal vai tomar as ruas de Saquarema. Sob a regência do maestro Moisés Santos formou-se um Grande Coral, cujas apresentações acontecerão durante todo o mês em diversos pontos da cidade. Ao todo são 80 integrantes, oriundos dos corais Vozes de Saquarema, Escola Que Canta e Coro Cênico da Faetec, que farão um verdadeiro passeio sorono através de canções clássicas e populares. Um dos destaques é a música “Canção para Saquarema”, composta por Moisés Santos. “Minha motivação para unir esse grupo foi o fato de eu ser o maestro de 3 corais que compreendem 3 gerações diferentes de cantores; tenho no mesmo grupo coristas de 10 anos de idade e coristas de mais de 80 anos. Reunir essas pessoas de idades tão diferentes, can-
tando o mesmo repertório é realmente emocionante, principalmente nesta época de Natal”, conta o maestro. A estreia será no dia 2, às 18 horas, na programação da Feira Cultural promovida pela Secretaria Municipal de Educação e Cultura. No dia 6, o coral visita o asilo de idosos no Porto da Roça, às 16h. No dia 7, faz a abertura oficial do Natal, apresentando-se na escadaria da Prefeitura, às 18h. No dia 8, às 19h, é a vez de Bacaxá ouvir as canções natalinas, no auditório da Faetec. O distrito terá ainda uma apresentação dos cantores no dia 18, às 20h, na escadaria da Igreja de Santo Antonio. O Grande Coral de Natal de Saquarema também fará apresentações em Belo Horizonte, no período de 14 a 16/12, durante o Festival Internacional de Corais. (Camilo Mota)
Só Ofertas comemora 21 anos CIEP 258- A Feira Cultural deste ano revelou a criatividade dos alunos que homenagearam o centenário de Luiz Gonzaga e Jorge Amado. O evento aconteceu nos dias 12, 13 e 14/11 e contou com a participação de todos os alunos do CIEP Brizolão Astrogildo Pereira, de Bacaxá, Saquarema.
Yôga - Os praticantes de Yôga da Unidade Itaúna do Método DeRose realizaram um Sat Chakra no dia 21/11, sob a coordenação da instrutora Rosangela de Castro. A atividade é uma prática de meditação em grupo, feita em círculo, culminando com uma agradável confraternização entre os participantes.
Que o Natal seja pleno de alegria e que 2013 seja repleto de realizações.
Ao Vivo - Newton Valadão leva o melhor do pop rock dos anos 60, 70 e 80 em todas as apresentações que faz na Região dos Lagos. Os próximos shows serão dia 8/12 no Boteco Chic (Araruama) e dia 14/12 no Garota de Itaúna (Saquarema)
Futebol - Começou em novembro o Torneio de Futebol de Guardas Municipais, com participação de 6 equipes: Saquarema, Macaé, Rio de Janeiro, Iguaba Grande, Maricá e Cabo Frio. A equipe saquaremense estreou com vitória de 3 a 0 sobre Maricá. A grande final está marcada para dia 8 de dezembro, em Macaé.
A rede Só Ofertas de supermercados comemorou seu 21º aniversário com grandes shows no Parque de Exposição de Araruama nos dias 24, 25 e 26/11. Na programação, Claudia Leitte, Pique Novo e Bruna Karla, além Os anfitriões Miguel e Marcia Jeovani de grupos locais, recepcionaram com requinte no camarote como a Banda Fugvip amigos, convidados e imprensa. ga, de Saquarema.
Claudia Leitte cantou para uma multidão de 50 mil pessoas A diretora de marketing Mariana Jeovani (dir.), o irmão Matheus e a namorada Verônica Ferrari se divertiram nos três dias de evento.
Terapia Holística e Cursos de Reiki Atendimento com Psicoterapia Holística, Terapia Floral, Reiki e EFT (Acupuntura Emocional Sem Agulhas)
Camilo de Lélis Mendonça Mota
Feliz Natal e Próspero Ano Novo! São os votos de Chico Peres
Terapeuta Holístico, CRT 42617
Tel. (22) 8102-0959 / 2653-3087 (Elaboração) www.reikiadistancia.com.br
A chuva não atrapalhou a festa e o público lotou o Parque de Exposições de Araruama