Poiesis 232

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Conselho Tutelar: eleições em Araruama

Literatura, Pensamento & Arte

Saquarema realiza encontro de corais

Página 4 Página 6 Ano XXII- nº 232 - julho de 2015 - Saquarema, Araruama, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo, S. Pedro da Aldeia e Petrópolis

Regina Mota

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Os cinco primeiros acadêmicos: Jorge Costa - O Rescator, Camilo Mota, Cid Magioli, Manoel de Santa Maria e Geraldo Chacon

Um sonho antigo que vem se realizar em 2015. A Academia Araruamense de Letras deu posse a sua primeira diretoria em cerimô-

nia realizada na Câmara Municipal, contando com a participação de representantes de diversas entidades culturais da Região dos

Araruama terá dois dias de muito rock na Praça Antônio Raposo

Divulgação

Lagos e da capital. Após a solenidade, um sarau foi realizado na Casa de Cultura José Geraldo Caú, onde também foram ho-

menageados os membros fundadores, que estiveram presentes na primeira assembleia realizada no dia 17 de março. Página 3.

Violência contra mulher é tema de audiência pública

André Barbosa

através do PagSeguro UOL

Literatura Romancistas contemporâneos O escritor Gerson Valle escreve sobre dois romancistas contemporâneos: Angelo Romero e Daniel Barros. Página 4.

Literatura Café Literário em Araruama acontece no dia 10 de julho

Literatura, mitologia, casos populares, ditados. Isso e mais alguma coisa fazem parte do próximo Café Literário no HBM Cursos Livres, com a participação de Geraldo Chacon e Jorge Costa - O Rescator. Página 3.

Nos dias 18 e 19 de julho, a Praça Antônio Raposo, no Centro de Araruama, receberá dois eventos de rock, com a participação de Cristiano Guerra Band, Iorius, Delta Blues Rock, Trio e Di-

nâmik, Rodrigo, Santos e Os Lenhadores, Banda Avante, The Brazilian, Beetles e DJ Careca. Os eventos contam com apoio da Prefeitura de Araruama e têm entrada franca. Página 6.

Com a presença das deputadas estaduais Martha Rocha e Marcia Jeovani, a Câmara Municipal de Araruama foi cenário para a realização da audiência pública da CPI da Alerj que investiga as cau-

sas da violência contra a mulher em todo o Estado. Os índices apresentados apontam um aumento dos registros de atos graves praticados contra as mulheres por seus companheiros. Página 6.

Marcelo Figueiredo

Regina Mota

Língua Portuguesa Afinal, quem é o deveras? A internet tem mudado muitos padrões do uso da língua portuguesa. No entanto, uma reflexão sobre a escrita é sempre importante. E o professor Ataualpa Filho apresenta uma verdadeira aula na página 2.

Bruno Pinheiro declara apoio ao governo em Saquarema

Terceira idade faz prevenção contra quedas e acidentes

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2 CRÔNICA Jorge Costa, O Rescator Físico, historiador, é membro da Academia Araruamense de Letras. A palavra “plic” ou “plica” em latim significa: dobra, face, prega e isso nos leva a descobrir ou desvendar ou melhor ainda: descom-plic-ar várias situações da vida. Imagine a sua vida como um corte de tecido pregueado ou uma folha de papel, não precisa ser exatamente a sua vida, pode ser um fato ou uma situação que você esteja passando. Uma situação pode ser com-plica-da, com muitas dobras ou faces a ser analisadas. Mas você pode tentar descom-plic-ar desfazer essas dobras e tentar

nº 232 - julho de 2015

Pli, Plic, Plica, Nas Dobras da Vida entender melhor a situação. Algumas pessoas multi-plic-am o problema fazendo-o maior do que realmente é. Jesus, ao contrário do que muitos dizem não repartiu ou dividiu os pães e os peixes, ele multi-plic-ou; pense bem, tudo que você divide fica cada vez menor, porém quando você multiplica, sempre aumenta a quantidade. O Filósofo Mario Sergio Cortella usa um exemplo muito interessante: Um Professor diz: O quadrado da hipotenusa é igual à soma dos quadrados dos catetos. (Teorema de Pitágoras). Um aluno levanta a mão e diz: Professor, eu não entendi, o Sr. poderia ex-plic-ar? O Professor repete em voz bem alta, quase gritan-

SAÚDE Fórum debateu psicanálise e espiritualidade

Regina Mota

Os palestrantes João Carvalho Neto, Camilo Mota, Martha Mendes e Ivan Guerra

Debater o novo paradigma holístico, estabelecendo possibilidades de diálogo entre ciência e espiritualidade, foi um dos objetivos do I Fórum de Psicanálise Transpessoal e Ciências Holísticas da Região dos Lagos, realizado pela Associação Brasileira de Psicanálise Transpessoal (ABPT), nos dias 19 e 20 de junho, no campus da Universidade Candido Mendes, em Araruama. O evento contou com participantes de toda a região, além de Niterói e Rio de Janeiro. O psicanalista João Carvalho Neto abordou a questão do novo paradigma e fez palestra sobre o trabalho da psicanálise transpessoal no tratamento de dependência química. O editor do Jornal Poiésis e também psicanalista

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Camilo Mota desenvolveu o conceito da unidade essencial que deve haver entre ciência e religião, considerando que as duas formas de conhecimento contribuem para a melhoria da qualidade de vida do ser humano, de maneira integral. A pedagoga e psicanalista Martha Mendes trouxe para o público resultado de recentes pesquisas realizadas com os Florais de Bach. E Ivan Guerra realizou seminário sobre engenharia consciencial a partir de conceitos desenvolvidos pela física quântica. O evento contou com apoio do Jornal Poiésis, Elaboração Terapias e Cursos, Restaurante Divino Sabor, Restaurante Pimenta Vermelha, Pousada Aloha, Casa Escola Corujinha, Angel Papelaria.

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do: O QUADRADO DA HIPOTENUSA É IGUAL À SOMA DOS QUADRADOS DOS CATETOS. É claro que o professor não ex-plic-ou ou descom-plic-ou nada ele apenas repetiu o que já fora dito antes e se o aluno não entendeu da primeira vez, não há motivos para acreditar que ele entenderá da segunda vez apenas sendo dito em voz alta e compassada (a menos que o aluno seja surdo o que não é o caso de nosso exemplo). Para ex-plic-ar ele poderia começar dizendo o que é um cateto, o que vem a ser uma hipotenusa e o que é um número elevado ao quadrado ( X2 ); desdobrar a equação de forma a ficar (sem dobras) mais fácil de ser entendida; por partes ou “faces” (outra definição para plic ou plica).

A Palavra “simples” do latim: simplus ou simplex ou ainda simplicitas - sim-plic-idade significa de uma forma geral “sem dobra”; “sim” = “sem” ou seja uma só face. Em Mateus Capítulo 6 Versículo 22 “... Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem bons, todo o seu corpo será cheio de luz....” Só que existe um erro de tradução; no texto original em grego ao invés de “bom” ou “puro” a palavra usada por Jesus é haplous que significa simples (sem dobras, sem com-plica-ção) e não bom ou puro, então o versículo do Evangelho ficaria assim: “...Os olhos são a candeia do corpo. Se os seus olhos forem simples, todo o seu corpo será cheio de luz....”. A palavra “chegar” que

tem origem em um termo naval também tem origem na palavra “plicar”, ao aproximar-se da margem a ordem do comandante era: dobrar velas ou seja “plicar”; é por isso que usamos a-pli-car uma injeção (fazer a agulha chegar ao corpo) o mesmo serve para aplicar um teste ou uma prova (fazer a prova ou o teste chegar ao aluno). Du-plic-idade? Duas dobras. Quando algo está com muitas dobras é com-plic-ado. Tirar as dobras é ex-plic-ar. Quem é cúm-plic-e é porque está envolvido em dobras. Um filme de sexo ex-plic-íto, não foi dobrado (ou está sem dobras, sem cortes), onde poderia estar escondida alguma cena.

Su-plic-ar é estar com o joelho dobrado. (em geral pedindo algo). Im-plic-cado é uma pessoa que está nas dobras de um caso ou de um processo. Im-plic-ante é alguém que te envolve em dobras de problemas e perturbações. Re-plic-ar é mostrar a outra face da dobra de uma questão. A tré-plic-a em um debate é mostrar mais uma face de uma questão, mais uma dobra: a terceira. A roupa ou o vestido é plissada(o)? É porque tem dobras. Com este texto eu espero ter sim-pli-ficado as coisas e não ter com-plica-do para você leitor. Simplifique, descomplique, desdobre-se e multiplique o que é bom. Paz!

O deveras e o então Ataualpa A.P. Filho Professor de língua e literatura em Petrópolis, membro da Academia Brasileira de Poesia. Com o propósito de falar sobre as funções da linguagem em uma aula de Literatura, coloquei no quadro os versos do poema “Autopsicografia” de Fernando Pessoa: “O poeta é um fingidor./ Finge tão completamente/ que chega a fingir que é dor/ a dor que deveras sente”. Assim que terminei de transcrevê-los, um aluno me perguntou: “professor quem é o deveras?”. Não ouvi nenhum comentário sobre a pergunta. Fato este que me chamou a atenção. Com certeza, outros também não o conheciam. Portanto, procurei explicar o significado desse vocábulo. Após o esclarecimento, ouvi uma frase perdida na sala: “pensei que fosse o nome de um poeta, e a gente teria que adivinhar o que ele sente.” Situações assim me levam a agir como um ruminante, fico remoendo para melhor digerir. Não acho que devemos culpar só os jovens pela falta de conhecimento, nós também temos uma parcela de culpa. Não precisa fazer esforço para concluir que um “deveras” raramente aparece nas redes sociais. Quem já o digitou no whatsApp? Mas quanto “então”, você pronunciou hoje? - Então tá. Tá en-

Fernando Pessoa (1888-1935)

tão. Então vamos. Então pronto. O então presidente. De tanto ouvir “então”, passei a vê-lo como os pardais que habitam o poluído ambiente urbano, no entanto, não estão ameaçados de extinção. Mas quando estamos na mata, sentimos falta daquele canto curto que trinca nas praças, nas torres das igrejas, nas árvores que habitam as calçadas... É fácil encontrar o “então” na linguagem dos jovens. Já usam como o “bem” empregado na introdução das falas de algumas pessoas mais amadurecidas. Na crônica publicada em um jornal paulista,

no domingo passado (17/05), um grande poeta escreveu no quinto parágrafo: “já então”; no sexto: “foi então”; no décimo sétimo: “foi então”. Com esses três “entãos”, em prova de redação dissertativa de vestibular, se o autor fosse um candidato, poderia ser penalizado na coesão, ou pela influência da oralidade. Quero deixar claro que não sou contra o “então” nem sou um árduo defensor dos “deveras”, compreendo a necessidade da adequação da linguagem. Confesso que em um ambiente de “data venia”, até sinto falta de um “então”. Não sou da ala dos puristas

que limitam a língua às regras gramaticais, que estabelecem a chamada norma culta. É válido ressaltar que vivemos um período em que a comunicação se processa de maneira rápida. Com isso não há uma preocupação com o emprego correto dos vocábulos, nem com o uso dos conectores. Na linguagem oral, as semivogais raramente são pronunciadas: fala-se portero em vez de porteiro; manguera em vez de mangueira; coro em vez de couro. No internetês, as vogais são abolidas: porque virou pq, você, vc; também, tb; beijo, bj. E a pontuação também ficou comprometida com os “emotions”. Exclamações e interrogações geralmente são substituídas pelas carinhas que expressam o sentimento do emissor: <3, S2 – eu ainda prefiro a palavra “coração”. Há muito tempo que não vejo um apóstrofo. Ultimamente só o encontro em “gota d’água”. Há os que tentam empregá-lo no plural de siglas com CD’s. Isso é incorreto, pois o uso do apóstrofo indica a supressão de uma letra. No caso citado, não há supressão alguma, apenas o emprego do “s” na indicação de plural. - Muitos pensam que o importante é a informação, não se preocupam com os critérios que regem os níveis de linguagem. E podem até achar uma bobagem o assunto abordado aqui. Mas é que a palavra é minha ferramenta de trabalho e zelar por ela é o mínimo.

EXPEDIENTE O Jornal Poiésis - Literatura, Pensamento & Arte é uma publicação da Mota e Marin Editora e Comunicação Ltda. Editor: Camilo Mota. Diretora Comercial: Regina Mota. Conselho Editorial: Camilo Mota, Regina Mota, Fernando Py, Sylvio Adalberto, Gerson Valle, Marcelo J. Fernandes, Marco Aureh, Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Charles O. Soares. Jornalista Responsável: Francisco Pontes de Miranda Ferreira, Reg. Prof. 18.152 MTb.

Rua das Bougainvilleas, 4 - Rio do Limão - Araruama-RJ CEP 28970-000 ( (22) 98818-6164 ( (22) 99982-4039 ( (22) 99770-7322 E-mail: jornalpoiesis@gmail.com Site: www.jornalpoiesis.com.br. Facebook: www.facebook.com/ jornalpoiesis Distribuição dirigida em: Saquarema, Araruama, São Pedro da Aldeia, Iguaba Grande, Cabo Frio, Arraial do Cabo e Petrópolis. Fotolito e Impressão: Tribuna de Petrópolis.

Colaborações devem ser enviadas preferencialmente digitalizadas, espaço simples, fonte Times New Roman ou Arial, corpo 12, com dados sobre vida e obra do autor. Os originais serão avaliados pelo conselho editorial e não serão devolvidos. Colaborações enviadas por e-mail devem ser anexadas como arquivo .doc ou .docx. Os textos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam a opinião do Jornal Poiésis.


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nº 232 - julho de 2015

LITERATURA

DANÇA

Mitra Academia traz novidades em dança Regina Mota

A professora Biancha Lamarão traz como novidade a dança criativa e a dança educação

A bailarina e coreógrafa Biancha Lamarão, que escolheu Saquarema para viver, agora desenvolve seus trabalhos em Itaúna, na Mitra Academia, desde agosto de 2014. Crianças, jovens e adultos já podem participar das aulas que acontecem de segunda a sexta-feira, que inclui desde o pré ballet até a dança sênior. Biancha é profissional registrada como Artista Bailarina e nas modalidades de Ballet Clássico, Dança Moderna e Jazz, com formação também na Escola Maria Olenewa, com direção de Tânia Granado e Maria Luiz Noronha. As novidades que a bailarina traz são a Dança Criativa e a Dança Educação, desenvolvidas no Centro de Qualificação Profissional para Instrutores de Dança

(CQID), sob coordenação de Denese Aquarone e Flávia Burlini, o Jazz e Dinâmica Musical através de formação pelo Sindicato de Profissionais de Dança do Rio de Janeiro. Às segundas e quartas acontecem as aulas de Balé Preliminar (6 a 8 anos), das 9 às 10h; Jazz Infantil (6 a 12 anos), das 17:30h às 18:30h; Balé 1º Básico (15 anos acima), 18:30h às 19:30h.Terça e quinta tem Ballet Clássico (8 a 9 anos), das 9h às 10h e para crianças de 5 a 6 anos das 10h às 11h; Baby Class (3 a 4 anos), 17:15h às 18h; Jazz Juvenil (13 a 15 anos), de 18h às 19:30h. A Dança Senior (de 30 anos acima) ocorre às quartas, das 10h às 11h e às sextas, das 9h às 10:30h. A Mitra Academia está localizada na Avenida Oceânica, número 1031, Itaúna, Saquarema.

Literatura e Mitologia com bom humor e descontração William Brasil

Você sabe de onde vem a expressão “quem não tem cão caça com gato”? Faz ideia de como algumas palavras tão usadas hoje em dia têm significados tão diferentes em outras épocas? Estas e outras curiosidades fazem parte do 5º Café Literário que será dirigido pelos palestrants Jorge Costa - O Rescator e Geraldo Chacon, membros da Acade-

mia Araruamense de Letras - AARALETRAS, no dia 10 de julho, sexta-feira, às 18 horas, no HBM Cursos Livres (Rua República do Chile, 240 sala 101, Centro, Araruama). Com muito humor e descontração, os dois escritores falam sobre ditos populares, mitologia e o que mais surgir no momento. Reservas antecipadas devem ser feitas através do telefone 2673-6270.

Academia Araruamense de Letras dá posse à primeira diretoria

Contando com a presença de autoridades e representantes de entidades culturais de âmbito regional e nacional, aconteceu no sábado, dia 27 de junho, a solenidade de fundação e posse de membros e diretoria da Academia Araruamense de Letras – AARALETRAS, no plenário Thióphyla Soares Bragança, da Câmara Municipal de Araruama. Fundada em assembleia realizada no dia 17 de março de 2015, a AARALETRAS estabelece em seus estatutos que o corpo acadêmico será formado por 40 membros, sendo critérios para ocupar a vaga ter livro publicado, ser indicado por 3 acadêmicos, com votação e aprovação do nome em assembleia e ser morador de Araruama (10 vagas poderão ser preenchidas por autores não residentes, mas que tenham envolvimento com o município). A entidade possui ainda outras categorias de membros: beneméritos (pessoas, não necessariamente autores de livros, que tenham contribuído para o desenvolvimento da Academia), meritórios (cientistas e artistas) e honorários (acadêmicos que fixem residência no exterior ou estrangeiros), além dos membros fundadores. O prefeito Miguel Jeovani, que contribuiu para a formação da AARALETRAS através do apoio da Secretaria Municipal de Cultura no acompanhamento técnico e logístico, destacou a importância da formação da entidade civil. “Uma Academia representa a preservação do conhecimento, a divulgação da literatura e também o fortalecimento de nossa história. Esta Academia certamente vem se somar aos esforços daquelas pessoas de bem, que procuram demonstrar através de seus atos e palavras o compromisso com a fraternidade humana, o compromisso com a educação de nosso povo, com a preservação dos valores universais do amor, da justiça, da construção de uma sociedade melhor”, disse. O presidente da AARALETRAS, Cid Magioli, destacou a importância da entidade na promoção da cultura e da confraternização entre os homens. “A Academia pretende reunir escritores que tenham compromisso com sua obra e estejam contribuindo para fomentar a cultura em nosso município e região. É importante ter em mente que não somos uma entidade isolada ou elitista e é fundamental trabalharmos no sentido da unidade, na promoção do intercâmbio com outros grupos”, disse. O evento na Câmara deu posse aos escritores Cid Magioli (presidente), Camilo Mota (vice-presidente), Manoel de Santa Maria (secretário), Geraldo Chacon (diretor cultural) e Jorge Costa – O Rescator (diretor de comu-

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O evento foi prestigiado por representantes de várias Academias da região

Cid Magioli entrega o título de membro benemérito à presidente da UBE, Juçara Valverde

nicação), além dos membros beneméritos Miguel Jeovani, prefeito de Araruama, Juçara Valverde, presidente da União Brasileira de Escritores, Moacir Gomes, secretário municipal de Cultura, e Renato Magalhães, presidente do Conselho Municipal de Política Cultural. O advogado Silvio Vasconcellos foi homenageado como patrono da Academia, por sua contribuição à memória e à cultura do município, sendo representado por sua filha Maria Sylvia. Após a solenidade, foi realizada recepção na Casa de Cultura José Geraldo Caú, com sarau de música e poesia, onde foram homenageados os membros fundadores. QUEM É QUEM Cid Magioli, nome literário de Cid José Carvalho Magioli. Médico e poeta. Residente em Araruama desde 1998, Considera-se carioca da gema e araruamense de coração. Titular da cadeira nº 12 da Academia Brasileira de Médicos Escritores (ABRAMES). É membro da diretoria da União Brasileira de Escritores –RJ (UBE-RJ). Formou-se em medicina(1984); especializou-se em medicina desportiva (Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ-), medicina do trabalho (Universidade Federal Fluminense –UFF-) e homeopatia (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro -UNI-RIO -). Vários prêmios em concursos literários nacio-

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cofundador da ABLC (Academia Brasileira de Literatura de Cordel). Faz palestras e exposições nas escolas e expõe suas obras nas praças, feiras, calçadas, feiras livres, bares etc, e também comparece todos os domingos à Praça do Repentista do Centro de Tradições Nordestinas Luiz Gonzaga/Nova Feira de São Cristóvão, onde expõe os seus trabalhos de Cordel. Jorge Costa, conhecido pelo pseudônimo O Rescator, é formado em Física, membro da primeira edição da Academia Virtual Brasileira de Letras, é historiador e dicionarista bíblico. Autor dos livros “A história do Papai Noel” e “Eugenia, o racismo científico”. Geraldo Chacon é Professor, ator, escritor, palestrante. É licenciado e bacharelado em Letras pela Universidade de São Paulo em 1976, começou a carreira de escritor em 1987, publicando seu primeiro livro de poesia O Improviso do Palhaço. Publicou 3 livros de poesia e mais de 30 obras didáticas, entre elas o livro Síntese da Literatura Portuguesa e Brasileira. Escreveu para o jornal O Ouvidor, de Santa Isabel, SP, tendo sido o responsável pela coluna de crônicas intitulada “Papo de letra”. Recentemente editou pela Agbook o livro Poesia do amor e da vida, e os livros didáticos: Nosso Romantismo e Literatura para vestibular – FUVEST. Será lançado no mês que vem seu livro de contos A VIDA QUE EU VI.

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nais e internacionais, como em Trento na Itália, onde foi eleito “Poeta destaque Internacional no ano 2.000”. Atualmente, escreve para as revistas: La Femme e BPD (publicações mensais) e para os jornais: Força Sindical de Araruama e Informativo da Associação Médica de Araruama. Camilo de Lélis Mendonça Mota é membro titular da Academia Brasileira de Poesia - Casa de Raul de Leoni, membro fundador da Academia de Letras e Artes da Região dos Lagos (Aleart), com poemas traduzidos e publicados em periódicos e antologias na França, China, Estados Unidos e Portugal. Membro da Associação Brasileira de Psicanálise Transpessoal, foi um dos organizadores em 2013 do IV Congresso Nacional de Terapia Regressiva, na Universidade Estácio de Sá no Rio de Janeiro, e em 2015 do I Fórum de Psicanálise Transpessoal e Ciências Holísticas da Região dos Lagos, na Universidade Cândido Mendes. Autor dos livros Os nomes da terra (2013) e Aspectos Psicanalíticos no Romance Angústia de Graciliano Ramos (2015), entre outros. Manoel de Santa Maria é formado Letras Português/ Inglês na FAHUPE, exerceu o magistério até 1982. O autor já divulgou e pesquisou a presença da Literatura de Cordel em outros países, aproveitando o ensejo de suas viagens a trabalho ou fazendo cursos da área de petróleo. É membro

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nº 232 - julho de 2015

UM DEDO DE PROSA

Por Geraldo Chacon Aprendendo língua portuguesa em nosso dia a dia

Era a primeira vez que ele telefonava. Haviam se conhecido pela internet. A voz dele soava clara e sua intenção também. Disse logo: “Vou estar passando em sua casa daqui a pouco. E ela achou melhor que fosse um pouco depois, por isso, propôs a ele: “Vamos marcar para meio-dia e meio?”. Esse namoro começa mal, pelo menos em termos de português, em termos de linguagem. ”Essa mania do gerundismo está aumentando todo dia. Veja que é muito mais fácil você dizer corretamente: “vou passar daqui a pouco.”

A

Observe que em vez de: “ Vamos estar providenciando uma solução para o seu problema”, fica muito melhor se disser: “Provid e n c i a re m o s ou vamos providenciar uma solução para o seu problema.” E ela? Está certo o que ela disse? “Vamos marcar para meio-dia e meio?” Meio-dia mais meio, vai dar um dia inteiro. O correto é meio-dia e meia. Por quê? porque esse termo “meia” refere-se a meia hora ou então podemos dizer “vamos marcar para as doze e trinta?” Agora, meio dia e meio, não pode.

nda tu bem acima do mundo existente, atravé do poder do Maior Nome, a fim de que te possas tornar consciente dos mistérios imemoriais e venhas a conhecer o que ninguém conhece. Verdadeiramente, teu Senhor é Quem auxilia e é de tudo informado; é o Onisciente. Sê tu como uma artéria vibrante pulsando no corpo da criação inteira, a fim de que, mediante o calor gerado por esse movimento, apareça o que vivifique os corações dos que hesitam. (Bahá’u’lláh)

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POLÍTICA Bruno Pinheiro declara apoio ao governo em Saquarema O vereador Bruno Pinheiro (PRB) fez pronunciamento na Câmara Municipal de Saquarema no dia 30 de junho, anunciando seu apoio ao governo municipal. Em seu discurso, Bruno fez um breve relato sobre sua vida, lembrando que, apesar de ter nascido em berço confortável, nunca teve nada fácil na vida. Em sua juventude sofreu discriminação, pois ninguém

acreditava que aquele menino caipira, do interior, pudesse conseguir trabalhar, estudar e vencer na vida. “Não pensem que foi fácil pra mim essa decisão. Sempre tive coragem de tomar decisões, mas antes de chegar a tomar essa iniciativa de apoiar o governo, eu conversei muito com meus pais, com amigos, com meu grupo político e com al-

Regina Mota

guns eleitores e todos disseram que esse era o melhor caminho. Sempre lembro do trecho bíclico que diz: quem tem Deus no coração, Ele o instruirá sempre no caminho a ser seguido”, disse. Boatos circularam na última semana do mês dando conta de que o vereador assumiria uma secretaria municipal. No entanto ele confirmou sua permanência no Legislativo.

CIDADANIA Prorrogadas até 13 de julho as inscrições para eleição de Conselheiro Tutelar de Araruama O Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Araruama prorrogou até o dia 13 de julho o prazo para candidatura a membro do Conselho Tutelar. O processo escolherá cinco membros titulares e cinco suplementes para mandato de quatro anos. Para concorrer, o candidato deve ser pessoa de

reconhecida idoneidade moral, ser maior de 21 anos, residir no município há no mínimo dois anos, estar no gozo de seus direitos políticos e ser eleitor no município há no mínimo dois anos, ter ensino superior completo, não ter sido destituído de função de conselheiro tutelar anteriormente, e comprovar experiência em ativida-

des ligadas à promoção, defesa e atendimento aos direitos da criança e do adolescente. Para se inscrever, o candidato deve apresentar certificado de conclusão de ensino superior, cópias autenticadas da carteira de identidade e CPF, comprovante de residência e cópia do título de eleitor. Após realização de provas de aferição

de conhecimento, os candidatos poderão lançar suas candidaturas e concorrer ao pleito que ocorrerá no dia 4 de outubro de 2015. As inscrições devem ser feitas na sede da Secretaria Municipal de Política Social, Trabalho e Habitação, na Rua Joaquim Andrade, 40, de segunda a sexta-feira no horário de 9 às 13 horas.

LITERATURA

DOIS FICCIONISTAS BRASILEIROS CONTEMPORÂNEOS

Gerson Valle Poeta e escritor, membro da Academia Petropolitana de Letras ANGELO ROMERO “Versões & Fragmentos”, Pimenta Malagueta Editora, Salvador, Ba, 2014 - O título do romance abrange duas de suas mais interessantes características. Sim, a narrativa passa por algumas versões de possíveis acontecimentos e deixa alguns fragmentos de um passado mais remoto, inclusive da obra de uma poetisa fictícia. A colocação de versões diferentes para o passado de uma personagem, Berta Rosenthal, dentro da investigação realizada pelo personagem central do romance, Peter, lembra a forma dos três atos da peça de Nelson Rodrigues “Boca de Ouro” (em cada ato há uma versão diferente para a história do “Boca de Ouro”). E isto não é gratuito. Parece-me mesmo uma homenagem que o autor, Ângelo Romero, presta a um dramaturgo que admira. Mesmo porque a homenagem está expressa já no primeiro capítulo do romance, quando relata que “aconteceu uma cena comovente, digna de uma tragédia de Nelson Rodrigues”. E a cena em questão é o beijo na boca dado pelo amante de um atropelado moribundo, tal como ocorre na peça “Beijo no Asfalto” de Nelson Rodrigues. A situação, no entanto, não é a mesma. Na peça, o beijo é dado por um estranho, para atender ao último pedido do atropelado, e por causa deste beijo o estranho é perseguido pela imprensa como tendo cometido um ato ho-

mossexual publicamente, a ponto de sua própria esposa desconfiar de que ele era amante do falecido. Neste romance, o beijo é dado por um amante de fato e ambos não escondiam seu homossexualismo. Claro que não se trata de plágio, mas sim de uma transposição de situação, por citação indireta, bem de acordo com a composição resultante de diferentes referenciais do pós-modernismo de nosso tempo. Ainda na linha nelsonrodriguiana pode-se colocar a sequência de três planos diferentes (tal como ocorre em “Vestido de noiva”) logo nos primeiros capítulos e que irão seguir muito bem concatenados até o final do romance, indo aos poucos se encaixando como única narrativa. O primeiro plano é o do atropelamento seguido do beijo homossexual. O segundo é o do principal personagem, Peter, às voltas com sua admiração pela poesia de uma tal Berta Rosenthal de um velho livro sem referencial da editora, deixando-o curioso em saber quem é essa autora, e sua relação com a mulher que lhe deu o livro, Junia. Finalmente, o terceiro plano é do passado, da década de 1940, na Alemanha, com uma judia escondida de carrascos nazistas. Entretanto, não se pode dizer que a narrativa seja, apesar das homenagens expressas, nelsonrodriguiana no sentido da rapidez sintética com que o dramaturgo seguia em seus diálogos bastante coloquiais, onde reproduzia a fala corrente da pequena burguesia brasileira de seu tempo. Para começar, o tempo é outro. E nestes novos tempos o agregado de estilos e percepções dife-

renciadas conferem exatamente o que parece significar a sintomática aferição de informações múltiplas e desencontradas que nos chegam pelas diversas mídias. Insisto, portanto, em colocar, por tais características, esse romance como se enquadrando dentro de nosso pós-modernismo. Bem pós-moderna é a metalinguagem com a reflexão sobre a “feitura” e dificuldades de divulgação de um romance colocada dentro do romance. O personagem Peter, como um alter-ego do autor, é, ele mesmo, romancista, e seu percurso como tal demonstra a dificuldade de publicar sua obra. Há reflexões sobre o meio de divulgação e sua realidade brasileira. O “romance” expressa-se, modernamente, sobre o “romance”, usando, assim, de uma bem sucedida metalinguagem A forma tem lances policialescos, sem se poder classificá-la como de “romance policial”. Mas, muitas observações – e mesmo certas descrições minuciosas de lugares ou situações – se enquadram perfeitamente naquele gênero. Às vezes até gratuitamente, como também ocorre em tal gênero. Há uma linha de pesquisa que se assemelha à busca do autor de um crime, se bem que o fim da busca, no caso, é de uma poetisa e não de uma criminosa. Há, por outro lado, uma “visualização de mundo” por parte do personagem central, Peter, um pouco desfocada da modernidade. Ele encara a mente feminina, por exemplo, como uma grande incógnita, sendo homem e mulher duas concepções mentais estrangeiras, e não duas pessoas do mesmo gênero, e seus passos se dão, na relação amoro-

sa, dentro de uma mentalidade machista de uns sessenta anos atrás. Os diálogos entre Peter e as mulheres seguem na mesma linha. Tudo isto confere ao romance um sabor anacrônico. Mas não se pode dizer que tal “anacronismo de mentalidade” constitua uma inverossimilhança, uma vez que em 1982 Peter deve ter uns quarenta anos, e, assim, sua formação foi, efetivamente, de uns setenta anos atrás. Angelo Romero sabe, de fato, como alinhavar o seu texto, experiente bastante, já com seis romances publicados, muita poesia e peças de teatro. Seu pai, Abelardo Romero, foi poeta elogiado por Manuel Bandeira, vendo-se por aí que sua formação em casa não descuidou de uma posição literária respeitável. Não se podendo esquecer, aliás, em se falando da literatura em sua família, de destacar um dos grandes críticos brasileiros de todos os tempos, Sylvio Romero. É claro que, mesmo na melhor das composições literárias, alguns pontos podem tornar-se conflituosos com um ou mais leitores. Sobretudo numa composição que segue “versões e fragmentos”. A advertência está no próprio título. E, no final das contas, ainda acredito que uma bem urdida ficção constitui num dos melhores métodos de se aferir a realidade que nos cerca. Siga ela seu caminho. E o leitor fará, por si, suas reflexões, ao sabor das posturas diferenciadas que a visão das versões desencontradas e dos fragmentos que nos chegam ao conhecimento nos permitem. E isto, por si, já é um grande trunfo do romance de Ângelo Romero. A qualidade ficcional que

nos abre a porta à melhor compreensão de nós mesmos. Que o leitor desfrute, antes de suas reflexões, do encanto da narrativa, que é a faceta lúdica que torna toda arte, por si só, encantadora e necessária! DANIEL BARROS Eis um romancista que já por três vezes apresentou, nos últimos cinco anos, sua visão de mundo e de literatura. Seu primeiro romance apareceu em 1911, “O sorriso da cachorra”, e nele marca o gosto pela sua terra - Alagoas - com seus costumes e belezas naturais, descritos com detalhamentos como que rivalizando (ou complementando) o fio narrativo. Bem como seu apego à uma continuidade meio policialesca e uma grande paixão pelo erotismo, com os personagens em detalhados encontros amorosos. Paralelamente corre a descrição das atividades político-partidárias dos personagens, procurando apresentar, de certa forma, uma realidade atual brasileira. Tudo em narrativa simples, num realismo um tanto cru, prendendo a atenção do leitor médio, mesmo que passando por algumas ingenuidades na elaboração das cenas e personagens, e talvez até por isto mesmo, que parece ser inerente ao estilo e finalidade da sua escrita. Sua linha policialesca prossegue em um segundo romance, “Enterro sem defunto”, de 2013, onde um investigador desvenda e aprisiona uma gangue de traficantes. A atual realidade brasileira continua integrando a ambiência do romance, ao lado do gosto erótico tão presente - e até mesmo obrigatório - das últimas gerações. Se houvesse mais

coerência em nosso mercado livreiro, sem dúvida os romances de Daniel Barros incluir-se-íam sempre nas listas dos “best-sellers”. O terceiro romance, deste ano de 2015, “Mar de pedras”, lançado pela Thesaurus Editora, de Brasília, com a capa que segue o bom gosto de Tagore Alegria, mostra um desenvolvimento maior nas suas características, na apresentação do caráter de seu principal personagem, um fotógrafo bem sucedido que vive numa bela praia alagoana, onde se relaciona com algumas mulheres, aliás sempre tendo bom êxito com elas, que propiciam descrições de seu gosto erótico. O lado político se mostra na corrupção e maucaratismo do prefeito da cidade, maniqueisticamente (talvez por contingência do realismo da descrição desse meio) em oposição à honestidade de propósito do fotógrafo, suas mulheres, um pescador seu amigo, um padre, um amigo pobre que protege, etc. Passado mais entre as guloseimas nordestinas e beberagens dos personagens, o bom êxito das investidas sexuais, como que em realização virtual do autor (e de muitos leitores) e que, de forma machista, considera o homem traído como um corno vergonhoso, e a mulher traída com orgulho da macheza de seu homem (o que talvez também integre o realismo local...), de alguma forma, refletem o hedonismo dos romances de Jorge Amado, fechando a trama, no entanto, com um caráter de heróico desprendimento que confere certa dignidade ao romance, que, assim, pode estar inaugurando uma nova fase do autor.


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nº 232 - julho de 2015

AUSÊNCIA

TEMPO

Leandro Garcia Rodrigues

Juçara Valverde Haverá um tempo pra mim? Andarei sem documento, mas de mãos dadas?

A sete chaves guardado uma preciosidade: um sol no papel pintado ainda em minha tenra idade.

A ausência é a certeza fixa de quem nunca se afasta, é como uma faca que corta docemente, amargamente a presença daquele que se faz ausente. E aquela música, aquele cheiro, o amanhecer pedinte por uns minutos de amor. E tua ausência se faz um chicote que me escraviza de maneiras mil. Tua presença é a certeza cortante de um sentimento bom e honesto que insiste em não morrer, revigorando-se, auto narrando-se. Assim sendo, quando te fazeres presente tua alma brilhante te precederá, calma, implorando por um sentido-certeza de que não mais se afastarás de mim. Porque a ausência eu a sinto com paradoxos e metáforas, impressões e gostos, lembranças e vida.

Jota de Jesus é poeta, trovador, autor do livro “Uni(r)versos”, reside em Saquarema-RJ.

Leandro Garcia Rodrigues é professor universitário, membro da Academia Brasileira de Poesia, organizador do livro “Cartas de esperança em tempos de ditadura: Frei Betto e Leonardo Boff escrevem a Alceu Amoroso Lima.

Será que a porta se abriu e eu não vi?

POEMAS TROVAS Jota de Jesus Longe dos meus, todo dia, absolutamente só, não fosse a minha poesia, eu já... já seria pó. Se no fim ficarei sem, por que razão tanto empenho: No entanto, pensando bem, tenho tudo e nada tenho...

Passarei pelo tempo sem a preocupação da hora do retorno? Não sei onde o vento faz a curva mas me curvo aos dias vazios. Embriago-me em solitários poemas e música. A lareira não aquece meu abraço. O cobertor não me esquenta. Minha boca não umedece a que desejo. O tempo passa nesta metrópole.

Juçara Valverde é presidente da União Brasileira de Escritores (UBE-RJ), autora de “Anseios” (2014), de onde extraímos o poema acima.

CORTE

SALTIMBANCO

Júlio Polidoro

Chico Peres

Contemplo o limite irrecuperável: o gesto de agora me deixa irremissivelmente distante daquele que o precede. Pereço assim — depois dou estentóricas risadas ante a página sem vida. Quem a lerá?

(em memória de Jorge Vale) Jorge... personagem que se fez saltimbanco artista de sentimento aguçado rei, palhaço, vagabundo na arte de interpretar Jorge... um guerreiro enfrentou todos os dragões: intolerância conceitos preconceitos Jorge... fez-se artista por seus próprios esforços tornou-se um mestre ganhou o respeito dos seus Jorge... cumprida a missão no teatro da vida a temporada acabou Jorge... agora estreia no Palco Superior onde pode tocar as estrelas e ser uma delas Jorge... Vale, valeu e valerá o legado que deixou! 25.5.2015. Chico Peres é poeta, membro da Academia Saquaremense de Letras.

SEREIA Gilberto Mendonça Teles Não serei eu a ver uma sereia nas praias do sertão, nalgum riacho, onde meu ouro brilha na bateia e à tarde, sonolento, me relaxo.

Júlio Cesar Polidoro é natural de Juiz de Fora-MG (1959), é autor de “Outro sol’, de onde o poema acima faz parte.

A que desejo e vi (e volta e meia sinto na transparência de um despacho), essa vem das palavras, vem na areia montando em pelo meu cavalo macho.

MONÓLOGO

Às vezes, nas distâncias do cerrado, percebo algum cochicho do meu lado, vozes de amor, suspiros e gemidos.

Tenho um século de espera.

Prisca Agustoni

Escuto as paredes dançando devagar.

Para não me perder ou ficar louco, o jeito é me fazer de ouvido mouco ou meter algodão nos meus ouvidos.

A escuridão não concilia o exórdio de uma voz, epifania indomável.

Gilbeto Mendonça Teles (1931) é natural de Goiás, reside no Rio de Janeiro, foi professor da PUC, autor do vasta obras literária, entre as quais “Vanguarda europeia e modernismo brasileiro” (1972) e “Álibis” (2000), de onde o poema acima foi extraído.

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nº 232 - julho de 2015

MULHER

AGENDA

MAMAS participa de audiência pública sobre violência contra mulher O Movimento Articulado de Mulheres e Amigas de Saquarema – MAMAS participou no dia 29/06 da audiência pública realizada na Câmara dos Vereadores de Araruama, que tratou da violência contra a mulher no estado do Rio de Janeiro. A audiência foi promovida pela Comissão Parlamentar de Inquérito da Alerj, que investiga as causas da violência contra a mulher. A CPI, presidida pela deputada estadual Martha Rocha (PSD), conta com a presença da deputada estadual Marcia Jeovani (PR), que tem demonstrado grande preocupação com o assunto. O MAMAS desenvolve em Saquarema um trabalho voltado principalmente às mulheres que, em sua maioria, são vítimas de violência. O grupo promove debates e palestras acerca do assunto e procura levar informações às escolas e associações, além de reuniões na sede situada à Avenida Saquarema, próxima ao Lake’s Shopping. Para a presidente do MAMAS, Terezinha Ruade, ter participado da audiência em Araruama foi de suma importância. “É sempre importante participar de reuniões que discutem esse assunto tão polêmico, que é a violência contra a mulher. No dia 7 de agosto a Lei Maria da Penha completará nove anos de existência, mas muitas ainda não sabem dos seus direitos, nem a quem recorrer em um momento de agressão”, afirmou ela. A audiência contou ainda com a presença da secretária da Terceira Idade e Desenvolvimento Humano de Araruama, Lourdes Belchior, de Marisa Chaves, presidente do Movimento de Mulheres de São Gonçalo e do NEACA, do comandante do 25º Batalhão da Polícia Militar, Ruy França, da delegada de Polícia Civil da 126 D.P., Flavia Góes Monteiro, do Secretário de Segurança e Ordem Pública de Araruama, Marcio Oliveira, do

Camilo Mota

Integrantes do MAMAS com a deputada Marcia Jeovani e a secretária da Terceira Idade de Araruama, Lourdes Belchior

Fotos: Regina Mota

As deputas integram a CPI da Alerj que investiga as causas da violência contra a mulher no Estado do Rio de Janeiro

O plenário da Câmara ficou lotado com a participação de moradores de Araruama e de municípios vizinhos

O trabalho do CRAM de Araruama foi exaltado durante a audiência como referência no acolhimento à mulher vítima de violência

comandante da Guarda Civil de Araruama, Anderson Ruiter, e representantes da comunidade local e alguns vereadores. A presidente da Comissão, deputada estadual Martha Rocha (PSD), abriu o evento falando da importância de se promover um debate in loco sobre as causas da violência contra a mulher nas regiões do estado e nesta primeira etapa quatro municípios foram escolhidos:

Maricá, Mesquita, Resende e Araruama. “Esse momento é importante não só para ouvirmos as demandas das cidades da Baixada Litorânea, como também cobrarmos ações da Secretaria de Estado de Segurança que contribuam para o melhor atendimento e acolhimento essas mulheres. A instalação do Batalhão de Polícia Militar em Araruama também é um pedido do prefeito, com a interven-

ção da deputada, que já está em andamento”, disse a deputada estadual Martha Rocha, que também é presidente da Comissão de Segurança e Assuntos de Polícia da Alerj. A deputada estadual Marcia Jeovani apresentou os dados do Dossiê Mulher 2015 que revela o aumento da violência contra a mulher em várias cidades da Região dos Lagos, a exemplo de Cabo Frio. “Cada município tem que fazer a sua parte e aqui em Araruama temos um Centro de Referência de Atendimento a Mulher que funciona de verdade. Essas mulheres se sentem em casa e ainda recebem atenção de advogados, assistentes sociais e psicólogos. Esse acolhimento é fundamental, pois eu tenho certeza que a pior agressão sofrida por essa mulher é a psicológica e ela necessita desse acompanhamento”, destacou a parlamentar. Nesta ocasião, a deputada ainda reforçou o pedido de instalação da Delegacia Especializada no Atendimento a Mulher (DEAM) no município de Araruama, conforme indicação nº 320/15. “Essa unidade vai facilitar ainda mais nas ações preventivas, investigação e penalidades para os agressores, já que muitas mulheres ainda ficam com receio de ir à uma delegacia policial para prestar depoimento e registrar queixa”, salientou Marcia Jeovani. A presidente da CPI, Martha Rocha ainda sugeriu a ampliação do serviço de atenção e apoio às mulheres na Região dos Lagos, com a sensibilização da Polícia Militar e Polícia Civil. “A rede de proteção de Araruama, que já tem a integração da Polícia Militar e da Guarda Civil do município poderia ser estendida até a delegacia, já que é muito atuante no atendimento a mulher. O CRAM de Araruama além do apoio técnico ainda oferece cursos de capacitação”, destacou a deputada e delegada de Polícia Civil.

TERCEIRA IDADE

Idosos recebem orientação para prevenir quedas Cerca de 500 pessoas participaram na quarta-feira, dia 24, da III Semana de Prevenção de Quedas de Idosos, promovida pela Prefeitura de Araruama. O evento contou com diversos serviços como aferição de pressão, teste de coordenação motora e equilíbrio, verificação de batimento cardíaco e frequência respiratória, EDG – Escala de Depressão Geriátrica, IMC – Índice de Massa Corporal, além de explicações sobre dengue e febre chikungunya. “Nunca é demais lembrarmos que a sociedade está envelhecendo e isso requer uma atenção maior do Poder Público. Almejamos uma melhor qua-

Marcelo Figueiredo

Encontro de corais acontece em Saquarema

A sexta edição do Festival de Corais de Saquarema, o Canta Saquá, acontecerá nos dias 17 e 18 de julho na Praça Oscar de Macedo Soares, com início às 18 horas. O evento conta com apresentações de diversos corais da Região dos Lagos e de outros municípios convidados como Niterói, Itaboraí e Caxias, entre outros. Segundo a subsecretária de Cultura de Saquarema, Sandra Sant’Anna, as inscrições irão até a semana do evento, ou seja, até o dia 15/07. “Já temos mais de dez corais con-

firmados e estamos esperando as confirmações de alguns, mas as inscrições ainda estão abertas”, disse ela. O evento é uma realização da Prefeitura Municipal, através da Subsecretaria de Cultura, ligada à Secretaria de Educação e Cultura. Os interessados em participar podem se inscrever na Casa de Cultura Walmir Ayala, na Rua Coronel Madureira, número 88, em frente à Prefeitura, ou através dos e-mails: culturasaquarema@yahoo.com.br e sandra.santannacultura@ gmail.com

Asilo em Araruama promove “arraiá” Em clima de solidariedade e procurando promover a autoestima e a confraternização, acontece nos dias 17 e 18 de julho, a partir das 16 horas, o Arraiá do Lar São Francisco de Assis. O local abriga mais de 50 idosos e é uma oportunidade da comunidade interagir com aque-

le espaço de acolhimento humano. A entrada é um quilo de alimento não perecível. O Lar fica na Rua do Céu, 213, Praça da Bandeira. Mais informações podem ser obtidas através dos telefones (22) 998960207 (Rezende), (22) 7812-8868 (Jaqueline) e 2665-4523 (Elianinha)

É a hora e a vez do rock

O rock é o ritmo da vez na Praça Antônio Raposo, em Araruama. Com apoio da Prefeitura Municipal, acontecem dois eventos que prometem agitar o público nos dias 18 e 19 de julho. No sábado, dia 18, será realizada a quarta edição do Araruama Rock Festival, a partir das 19h30. O evento contará com a presença das bandas Cristiano Guerra Band, Iorius, Delta Blues Rock

Trio e Dinâmik. O evento é produzido pela Realce Eventos, que estará recolhendo um quilo de alimento não perecível para doação a entidades filantrópicas do município. No domingo, dia 19, a partir das 18 horas, acontece o Rock na Praça, com participação de Rodrigo Santos e Os Lenhadores, Banda Avante, The Brazilian Beetles e DJ Careca. Todos os eventos têm entrada gratuita.

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Curta uma vida, alegre e saudável!!!

A partir dos 2 anos e meio, até onde sua mente comandar seu corpo. Homens e mulheres, sintam-se vivos!

lidade de vida aos nossos idosos, por isso a iniciativa de realizarmos eventos que buscam orientar para

prevenir”, ressaltou a secretária da Terceira Idade, Lourdes Belchior. A Semana de Preven-

ção de Queda de Idosos contou ainda com apoio e parceria da Secretaria Municipal de Saúde.

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