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SOLICITADO Moraes autoriza depoimento de Bolsonaro à PF em apuração sobre Marcos do Val
Lula nomeou 5 dos 7 ministros que julgarão Bolsonaro
O futuro político do presidente Jair Bolsonaro (PL) está nas mãos de sete ministros dentre os quais cinco foram indicados pelo seu antagonista, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) julgará suposto abuso de poder político, em ação que pode deixar o ex-chefe do Executivo inelegível por oito anos.
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O tribunal que analisará o caso é formado por três ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), dois do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e dois escolhidos pelo presidente Lula em uma lista tríplice feita pelo STF e juristas. A composição inclui os ministros Alexandre de Moraes, André Ramos, Benedito Gonçalves, Cármen Lúcia, Floriano de Azevedo, Kassio Nunes Marques e Raul Araújo Filho. Entre os magistrados indicados por Lula que estarão a frente do caso está o relator das ações, Benedito Gonçalves, alçado ao STJ em 2008; Cármen Lúcia, nomeada ao STF em 2006; Raul Araújo Filho, indicado ao STJ em 2010, além de André Ramos e Floriano Azevedo, recém-chegados no TSE. Vale lembrar que o ministro Alexandre de Moraes foi escolhido pelo ex-presidente Michel Temer (MDB) em 2017, enquanto Kassio Nunes foi indicado por Bolsonaro no ano de 2020.
O
ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou nesta sexta-feira que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) preste depoimento à Polícia Federal no âmbito das apurações envolvendo o senador Marcos do Val, alvo de busca e apreensão nesta quinta-feira. A Polícia Federal cumpriu na quinta-feira mandados de busca e apreensão em endereços de Marcos do Val pela trama supostamente armada pelo parlamentar contra Moraes e ainda por postagens antidemocráticas. As medidas cautelares foram deferidas, pelo próprio ministro, em razão de uma tentativa de obstrução do inquérito que investiga os atos de 8 de janeiro. A data para a oitiva ainda será marcada pela Polícia Federal. Este será o quarto depoimento do ex-presidente à corporaçãoão somente este ano. De janeiro até agora, Bolsonaro já foi intimado a prestar informações sobre os atentados de 8 de janeiro, o escândalo das joias oferecidas pela Arábia Saudita e o escândalo do cartão falso de vacinação. Além de Bolsonaro, Moraes também determinou depoimento do ex-deputado federal Daniel Silveira, implicado como um dos articuladores do suposto plano para um golpe de estado. Mensagens entre Silveira e Marcos do Val foram encontradas pela PF. Do Val denunciou que teria participado de uma reunião golpista com Bolsonaro e o ex-deputado Daniel Silveira para tentar gravar de maneira escondida Moraes — e forçá-lo a falar algo que poderia ser usado como uma espécie de admissão de alguma irregularidade no processo eleitoral e, com isso, evitar a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). De acordo com o senador, ele poderia usar equipamentos do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) para gravar conversas com o ministro.
No início de fevereiro, Moraes havia determinado a abertura de uma investigação sobre o relato de Do Val a respeito de uma suposta articulação de um golpe, com a participação do ex-presidente Jair Bolsonaro e do ex-deputado Daniel Silveira.
Mourão sobre operação contra
senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) usou suas redes sociais, nesta quinta-feira (15), para criticar a ordem do Supremo Tribunal Federal (STF) que deflagrou a operação da Polícia Federal (PF) para busca e apreensão em endereços ligados ao senador Marcos do Val (Podemos-ES) em Brasília e em Vitória, no Espírito Santo. A decisão foi tomada pelo ministro
Alexandre de Moraes, precisamente no mesmo dia em que Marcos Do Val completou 52 anos.
– Ver a PF fazendo operação de busca e apreensão, dentro de um gabinete no Senado Federal e ainda bloquear as redes do parlamentar no dia do aniversário, parece-me mais vingança do que dever de ofício – declarou o general.