Município que mais cresce no país comemora duas décadas » Há duas décadas, a população riostrense teve a primeira conquista e iniciou a caminhada para se tornar o município que mais cresce no país. Na primeira década, o município já constava na lista dos dez primeiros em qualidade de vida do Brasil. ESPECIAL • PÁGINAS 2 e 3
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Primeiro cidadão registrado em Rio das Ostras completa 19 anos no próximo mês ESPECIAL • PÁGINA 5
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Antiga ponte sobre o rio Das Ostras
Duas décadas » Rio das Ostras é hoje o município que mais cresce no país
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de desenvolvimento
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Heitor Neto/RJNEWS
Praia do centro - Poço de Pedra
Praia do centro - Poço de Pedras - Atualmente
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oje, 10 de abril, Rio das Ostras comemora 20 anos de emancipação político-administrativa. Há duas décadas, a população riostrense teve a primeira conquista e iniciou a caminhada para se tornar o município que mais cresce no país.
A história de Rio das Ostras começa em 1510, relatada pelos antigos navegadores que passaram pela região. Primeiramente chamada de Leripe, que em tupi-guarani quer dizer “Lugar de Ostra”, teve os Jesuítas como responsáveis pelas primeiras construções como o Poço de Pedras do Largo de Nossa Senhora da Conceição e a antiga Igreja, que ruiu e deu lugar a Igreja Matriz. No início do século XX era uma pequena aldeia de pescadores e o crescimento começou quando a cidade tornou-se rota de comerciantes, rumo a Macaé e Campos. Naquela época, a pesca era a principal atividade econômica de Rio das Ostras. A expansão turística e a construção da Rodovia Amaral Peixoto, na década de 50, definitivamente, contribuíram para o desenvolvimento da cidade que se transformou num dos destinos mais visitados da Costa do Sol.
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O desenvolvimento aconteceu de maneira muito rápida. A independência de Rio das Ostras aconteceu em todas as esferas e os investimentos foram intensos neste período. Na primeira década, o município já constava na lista dos dez primeiros em qualidade de vida do Brasil. Até 2004, Rio das Ostras já tinha recebido as principais obras que motivaram o desenvolvimento da cidade - 10 postos de saúde, o Pronto-Socorro e o Hospital Municipal; 18 unidades de educação, entre escolas e creches; a Zona Especial de Negócios (ZEN) e o Centro de Qualificação Profissional, que alavancaram a economia do município. O trabalho de infraestrutura também estava pronto. Rio das Ostras já tinha Aterro Sanitário; captação, tratamento e o início da distribuição de água; além do mais moderno Projeto de Saneamento Básico do país, em fase de conclusão. Também, há oito anos, a cidade já contava com a Rodovia do Contorno, e boa parte da RJ-106 (Rodovia Amaral Peixoto) duplicada, sem falar no trabalho de reconstrução da RJ-162, no trecho dentro do município. Na área da cultura e preservação da história foram criadas a Casa da Cultura, a Biblioteca, o Teatro e o Sítio Arqueológico, que conta nossa pré-história. A população sempre teve participação importante no desenvolvimento do município por meio do Orçamento Participativo, implantado em 1998, e, também, no trabalho de elaboração do Plano Diretor de Rio das Ostras.
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O turismo tornou-se um dos pilares do desenvolvimento de Rio das Ostras. E é nesta área que a cidade conta com o Parque Municipal, Parque dos Pássaros, Praça da Baleia, urbanização da Lagoa de Iriry e a revitalização urbano-ambiental da Orla de Costazul e da Praia da Tartaruga. Tudo isso, com muita preocupação com o meio ambiente. Hoje, dos 230,6 km² de área de superfície do município, 28 km são de litoral que compreendem 15 praias, lagoas e o rio Das Ostras. Cerca de 90% da população está concentrada na zona urbana. Com uma população de cerca de 115 mil habitantes, segundo a última progressão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Rio das Ostras é o município que registra o maior crescimento demográfico no Estado. Conhecida e reconhecida como um município próspero, tem em seu povo hospitaleiro seu maior potencial. Rumo ao progresso, com certeza, tem muito a comemorar nestes 20 anos.
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Verônica Côrtes/RJNEWS
Primeiro registrado em Rio das Ostras ainda mora na cidade » Luiz Lozandres completa 19 anos em maio e vive com a família no bairro Liberdade Com sorriso tímido, o jovem Luiz Lozandres Gregório da Silva, se sente privilegiado em ser o primeiro cidadão a ser registrado no Cartório de Registro Civil de Rio das Ostras. Luis está para completar 19 anos em maio e hoje vive com sua família no bairro Liberdade. Tem quatro irmãos e está no 3° ano do Ensino Médio, no Colégio Estadual Cinamomo. O jovem foi registrado com um mês de nascido quando ainda era o Posto de Atendimento do Cartório do 1° Ofício de Casimiro de Abreu. Na época, Rio das Ostras pertencia a Casimiro. No momento, Luiz Lozandres só está estudando, mas sempre que dá faz alguns “biscates” para ajudar sua mãe. O
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estudante gosta muito de aves e até já cuidou dos canários e outros passarinhos na casa do patrão de sua mãe. Pensando no futuro, Luiz diz que pretende fazer faculdade, mas não decidiu ainda qual, talvez seja de veterinária. “Se eu resolver entrar em um curso técnico, devo fazer Segurança do Trabalho ou Enfermagem, que é uma área que está sempre carente de profissionais”, ressalta o jovem. Nas horas de lazer, Luiz gosta de festas, navegar na internet, ouvir música e conversar com os amigos. Sobre sua família, o jovem conta que o pai é pedreiro e a mãe é doméstica. Ele diz que os pais, às vezes, passam por dificuldades como todo mundo, mas que nunca dei-
xaram faltar nada para os filhos. “Meu sonho é poder trabalhar bastante e ajudar minha família, que é o mais importante. Ter meu próprio dinheiro, um trabalho legal e uma casa própria”, revela. Já em relação a Rio das Ostras, Luiz diz que é uma cidade boa para se viver. Ele gosta dos eventos e das áreas de lazer que tem no município, mas diz que muita coisa ainda precisa melhorar na cidade, como a área de saúde. “É um privilégio ser o primeiro cidadão registrado em Rio das Ostras, fazer parte da história da cidade. Tenho amigos que nem sabem disso. Me sinto um verdadeiro filho de Rio das Ostras”, completa Luiz.
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Um amor declarado à cidade
Fotos: Heitor Neto/RJNEWS
“Vi a cidade crescer e se transformar ao longo dos anos, pois estou aqui desde 1969. Sou riostrense de coração e sei que o progresso veio para melhorar nossa linda cidade. ”
“Quando cheguei a Rio das Ostras era uma cidade calma, hoje, é mais tumultuada, mas é uma cidade muito boa para se viver.”
Sargento Rangel
Dirlei Hespanhol Talon
Diretor do departamento de proteção ambiental da prefeitura
Comerciante
“Moro em Rio das Ostras há mais de 60 anos, ou seja, vivi toda a minha vida aqui, baseada na agricultura. Hoje, a cidade está melhor, mas sinto saudades da minha época e de muitos amigos que já se foram.”
“Minha melhor lembrança de Rio das Ostras é a época de pescado. Sou pescador, mas hoje vivo com a renda do meu quiosque. Gosto do povo hospitaleiro e do afeto das pessoas daqui.”
Genilson Charelly
Antônio Barroso
Proprietário do quiosque da Boca da Barra
Aposentado
“Vim para Rio das Ostras há 47 anos. Sou do tempo em que nem tinha táxi aqui, eram poucos habitantes, pouco comércio. Com a emancipação, a cidade evoluiu muito e hoje temos mais comércio e universidade. ”.
“Trabalho na praia há 30 anos. Comecei com uma barraca e, depois da emancipação, veio o quiosque. Rio das Ostras era uma cidade bem provinciana e com o progresso muita coisa mudou”.
Francisco do Nascimento
Maria da Silva Sales
Proprietário do Shopping do Lar
Proprietária de quiosque na Praia do Centro
“A cidade cresceu bastante e hoje é maravilhosa, muito boa para se viver. Meu avô, José Pereira Câmara, foi o primeiro a ter comércio na cidade. Meu sentimento pela cidade é de muito amor e um carinho especial”.
“Quando cheguei aqui, há 40 anos, jamais imaginei que a cidade fosse crescer tanto. Foi um crescimento maravilhoso, aqueceu o comércio e, com isso, a vida melhorou bastante. Sou nordestino e fiz minha vida aqui”.
José Antônio Câmara Cardoso
Palmério Paulino de Carvalho
Proprietário da Laticínios Rio das Ostras
Barbeiro
“Moro aqui há 23 anos e vi a cidade nascer. Falta muita coisa para melhorar, mas é uma cidade boa para viver. Fiz uma boa clientela aqui e fui pioneiro no município com a ótica. Estou satisfeito e não troco Rio das Ostras por nenhuma outra cidade da região”.
Paulo Soares Costa Proprietário da Óptica Paulo
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“Esta cidade representou, representa e representará, sempre, tudo para mim. É um lugar muito bom para se viver. Aqui, eu me estabeleci e tenho qualidade de vida”.
Maria Beatriz Duarte Proprietária do restaurante Tia Bia
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Cremilda da Silva Rodrigues
Aldem Vieira de Souza Júnior
Pensionista
Primeiro escrivão de Rio das Ostras
“Cheguei em Rio das Ostras em 1975. Me apaixonei pela cidade. Abri a primeira casa de ração da cidade, um negócio que deu certo. Espero que a cidade dê um salto maior, melhorando ainda mais a nossa qualidade de vida. Só tenho a agradecer a Rio das Ostras por tudo”.
“Apesar de tudo que nossa família passou aqui, eu tinha todos os motivos para ir embora de Rio das Ostras, mas preferi ficar e tenho orgulho da cidade”.
Cláudio Ribeiro Filho
Fernando de Oliveira Ferreira
Proprietário da Marmoraria Rio das Ostras e filho do ex-prefeito Claudio Ribeiro
“Desde a emancipação foram várias mudanças, que foram melhorando a qualidade de vida das pessoas. Coloquei a banca a pedido do Sabino para atender melhor à população e, hoje, também a livraria. Espero que Rio das Ostras volte a ter alegrias”.
Proprietário da Agrolar
“Quando montei minha loja aqui, todo mundo dizia que o negócio não iria prosperar, porque a cidade não tinha potencial. Tenho esta loja há 15 anos e vejo que outros comércios surgiram depois de mim. Eu acredito no potencial de Rio das Ostras”.
Arthur Augusto Cernadela
Arnaldo Carelli
Proprietário da Banca de Jornais no centro
Proprietário da Pleidisco
“A família Sarzedas, uma das mais tradicionais da cidade, também contribuiu com o projeto do ex-prefeito Sabino para esse progresso. Tenho muito orgulho de ter ajudado a emancipar Rio das Ostras. Sou um cidadão riostrense que ajudou a construir essa história”.
“Rio das Ostras se tornou parte do meu dia-adia, a partir de 1990. O retorno dessa dedicação veio com a qualidade de vida que a cidade me proporciona. Parabenizo a todos que, como eu, acreditaram e continuam a acreditar no desenvolvimento de Rio das Ostras”.
Hélio Sarzedas
José Luiz Porfírio
Ex-vereador e comerciante de Rocha Leão
Proprietário da Kodak Express e do Boticário
“Nasci e fui criado em Rio das Ostras. A cidade melhorou muito nestes 62 anos. Hoje, não preciso mais levar meus passageiros a outras cidades para fazer compras ou ir a médico”.
Motorista de táxi há 37 anos
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“Escolhi esta cidade para viver. Ajudei em sua emancipação e trouxe diversos serviços públicos do judiciário. São muitas histórias. É uma cidade ainda em desenvolvimento, mas com muitas perspectivas de crescimento”.
“Sou uma apaixonada pela cidade. Construí uma grande família em Rio das Ostras. Hoje, adquiri até o hábito de dar bom dia às pessoas nas ruas, um costume da cidade. Antes, quando cheguei aqui, não conseguia fazer isto”.
Alfredo Jorge da Silva – Doca
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“Rio das Ostras para mim foi a realização de um sonho de quem morava em Nova Friburgo e gostaria de ter uma praia. Fico feliz em ver a cidade chegar onde chegou, se tornando um lugar para se viver bem”.
José Luiz Perroud Responsável pela criação do Loteamento Jardim Mariléa, em 1960
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No aniversário de 20 anos de Rio das Ostras, o RJNEWS conversou com o deputado estadual Sabino (PSC). Filho de Rio das Ostras, sua história de vida se confunde com a do município que ajudou a emancipar. Foi prefeito por dois mandatos e hoje representa a população na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro. Sabino falou sobre o crescimento de Rio das Ostras, o amor e os sonhos que tem pela sua cidade natal.
Heitor Neto/RJNEWS
Entrevista:
Deputado Estadual Sabino RJNEWS: De uma pequena aldeia de pescadores, em
vinte anos Rio das Ostras se transformou na cidade que mais cresce no país. Como foi a luta pela emancipação do município e a sua participação nisso? Por que a população naquela época decidiu emancipar Rio das Ostras de Casimiro de Abreu?
Deputado Sabino: Eu acredito que a população de Rio das
Ostras sempre teve o desejo de se emancipar e constituir o seu próprio município. Porque a história das duas cidades é distinta uma da outra, até mesmo do ponto de vista geográfico. Conte-se uma história que os antigos administradores de Casimiro de Abreu procuraram a administração de Macaé para propor a troca de Rio das Ostras por um distrito da Região Serrana daquele município. O que mostra que, antes, não havia atenção, carinho e desejo de que Rio das Ostras se desenvolvesse. Acho que isso foi percebido pelos moradores, e aumentou muito quando Rio das Ostras começou a cresce e receber os primeiros veranistas, particularmente, depois da construção da Ponte Rio - Niterói, que proporcionou um grande impulso em toda a Região Costa do Sol, e, posteriormente, com a chegada da Petrobras em Macaé, o que aqueceu muito a economia da região. Rio das Ostras se modificou, começou a receber novos moradores com o desejo ainda maior de emancipação. Acredito que o ponto inicial deste processo tenha sido a grande luta que Rio das Ostras travou contra a instalação de um gasoduto. Eu não sei se todos têm conhecimento disso, mas Rio das Ostras têm um gasoduto que cruza todo o centro da cidade, e aquela pequena aldeia reuniu toda a sua população para brigar contra a instalação. Talvez tenha sido o primeiro momento em que o povo se uniu para lutar por uma causa em Rio das Ostras. Na época, nós tínhamos pessoas importantes como Dorival Caymmi, que ajudou a liderar essa luta, mas a cidade inteira se envolveu. Isso mostrou à população que, unida, Rio das Ostras era muito forte. Acredito que esta tenha sido a grande semente da emancipação. O que alimentou isso foram, com certeza, o amor e o desejo de ver a cidade se desenvolver.
RJNEWS: O senhor nasceu em Rio das Ostras e acompanhou essa transformação da cidade. Participou ativamente da emancipação e de sua evolução política. Como o senhor vê esse crescimento tão rápido? Quais são as contribuições positivas e negativas desse avanço?
“Eu quis, em todo tempo, estar inserido nesta luta, na busca de Rio das Ostras pelo sucesso, pelo progresso e qualidade de vida para os moradores”
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Deputado Sabino: Todas as vezes que penso sobre o passado, o presente e o futuro de Rio das Ostras, me vem à memória as poesias de Hugo Paulo de Oliveira. O poeta, em muitos de seus versos, mostrava o momento presente de Rio das Ostras, já traduzia a saudade do passado, da pequena vila de pescadores, dos antigos moradores, e assinalava para um grande futuro. Mas sempre nos lembrava que precisávamos guardar a cidade, zelar por ela, cuidar e proteger o meio ambiente. A luta pela emancipação não foi simples, foi uma luta muito difícil. Havia momentos de muitas dúvidas, mas nós nunca deixamos de lutar. Eu tenho 54 anos de idade e sou nascido em Rio das Ostras e vi quase tudo acontecer aqui. Daquele lugar, que era, praticamente, uma cidade decadente, até a cidade próspera, cheia de sonhos, de projetos, e aspirações. Eu quis, em todo tempo, estar inserido nesta luta, na busca de Rio das Ostras pelo sucesso, pelo progresso e qualidade de vida para os moradores. Acho que isso é obrigação do todo cidadão, e eu sou cidadão riostrense, amo profundamente minha cidade. O hino de Rio das Ostras tem uma frase impor-
tante, que diz que ela é cidade-mãe, e é mesmo. É uma cidade acolhedora, que recebe muito bem e não faz distinção entre as pessoas. Todos podem de imediato se considerar riostrenses. Claro que tive, em um dado momento, uma responsabilidade maior, pois, por duas vezes, fui eleito prefeito e tive a oportunidade de administrá-la. Quando assumi a prefeitura, a cidade atravessava as maiores dificuldades, a primeira delas, algo que nos traz tristeza até hoje, que foi o assassinato do prefeito Claudio Ribeiro. Neste momento de grande crise, nós poderíamos perder o nosso sonho de construir uma grande cidade, mas não desistimos.
RJNEWS: Sua vida se mistura com a história política
de Rio das Ostras. É uma história de dedicação, de sonhos e de amor pela sua cidade natal?
Deputado Sabino: É uma história de profundo amor e zelo. Eu me lembro, quando ainda era muito jovem, que tinha interesse em conhecer a história de Rio das Ostras, colecionava livros e pesquisava informações em biblioteca. Isso é muito importante para uma cidade – ter e preservar sua memória, sua cultura. É fundamental que se resgate a história e transmita-se esse conhecimento às novas gerações, aos estudantes e professores, porque não é possível uma cidade sem identidade. Isso só acontece quando a gente ama. Há um ditado popular que diz assim: “se você conhece, você ama”. Eu busquei conhecer o passado da minha cidade, as pessoas que tiveram importância na construção dela. Enfim, Rio das Ostras é um lugar que nos apaixona sempre, nos emociona muito e nos comove. Acho difícil viver aqui sem se apaixonar por ela. Agora, é claro que tendo nascido em Rio das Ostras, eu procuro transformar esse amor também em compromisso. Trabalho pela cidade, e tenho por obrigação exercer meu mandato, tão duramente conquistado como deputado estadual, em benefício do povo de Rio das Ostras. Para honrar esse mandato, que recebi, tenho que permanecer no Rio de Janeiro por quatro ou cinco dias por semana. Mas sinto muita falta da minha cidade, de estar em Rio das Ostras, de respirar e sentir o cheiro dela.
RJNEWS: Como cidadão, o que o senhor sonha ainda para Rio das Ostras?
Deputado Sabino:
Eu sonho em ter uma cidade que seja justa com a sua população, que tenha qualidade de vida, sem violência, e que as pessoas possam ter emprego e não dependam da prefeitura de maneira tão intensa. Sonho que todos sejam livres, independentes, tenham saúde e profunda fé em Deus. Para que realizemos estes sonhos, precisamos trabalhar muito. Hoje, são grandes os desafios. Rio das Ostras continua com uma quantidade enorme de bairros sem água tratada. É difícil aceitar uma cidade ainda sem água tratada, sem transporte digno. Nossas questões de segurança pública são muito importantes e precisamos tomar medidas muito ativas. Neste caso, a contribuição da prefeitura é fundamental, com o reconhecimento da Guarda Municipal de modo especial. Nós não podemos omitir, por exemplo, que somos hoje o quinto município mais violento contra a mulher no Estado de Rio de Janeiro, e que nós temos um índice de violência contra jovens muito alto, então, nós precisamos trabalhar e resolver essas questões importantes. A saúde pública também precisa mudar profundamente. Recebemos muitas reclamações da população, temos índices
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não aceitáveis. Mas acredito que essas coisas só se modificam pelo trabalho de todos, das autoridades, daqueles que são os responsáveis diretamente, mas, também, com a participação da população.
RJNEWS: O deputado quer deixar uma mensagem de aniversário para Rio das Ostras? Deputado Sabino:
Com muita emoção, deixo os parabéns a toda a população de Rio das Ostras, que com tão pouco tempo construiu um município extraordinário, hoje, um dos mais importantes do Brasil. Isto é, sem dúvida nenhuma, mérito do trabalhador, da trabalhadora, daquele que no dia a dia ajuda a construir essa cidade, pagando impostos, dando sua contribuição. Quero lembrar dos servidores públicos, dos empresários, e todos os cidadãos que fazem a cidade se tornar o que é. Eu fico muito emocionado nesses momentos de comemoração do aniversário de Rio das Ostras, porque é impossível não lembrar o que era Rio das Ostras há tão pouco tempo. Talvez você, que chegou agora, e isso ocorre muito na nossa cidade, não imagina o que era Rio das Ostras há 20 anos. Um município humilde, sem nenhuma estrutura, muito diferente do que é hoje. Nós temos problemas, é
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inegável, mas somos capazes de resolver, e eu acredito nisso. Deixo um abraço a todos, parabenizo os cidadãos, e coloco meu gabinete inteiramente à disposição. E não poderia, de maneira nenhuma, encerrar aqui sem deixar um agradeci-
mento pessoal a todos que me deram a oportunidade de ter sido prefeito da minha cidade. Sou muito honrado e espero ter contribuído, e continuar contribuindo, para essa história de 20 anos de sucesso de Rio das Ostras. Heitor Neto/RJNEWS
“Sou muito honrado e espero ter contribuído, e continuar contribuindo, para essa história de 20 anos de sucesso de Rio das Ostras”.
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Lendas e “Causus” de Rio das Ostras O Gato Assombrado Quem tivesse coragem de passar perto do Portão do Pinto, na noite de lua cheia, com certeza teria um encontro marcado com o Gato Assombrado. Era um gato branco que acompanhava as pessoas... Não era possível botar a mão nele, pois escapulia que nem quiabo, de tão arisco. Ninguém sabia o que fazer com aquela assombração, que seguia, passo a passo, qualquer pessoa.
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» Aqui você encontrará algumas das histórias contadas em Rio das Ostras. Umas, são até que suspeitas, mas, outras, parecem bem reais. Divirta-se com nossa seleção colhida em comemoração aos 20 anos da cidade
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A Mulher de Branco O fantasma da Mulher de Branco rondava as madrugadas da cidade, assustando todos os moradores. À meia- noite, quanto tudo era silêncio, ela surgia de repente assombrando os pescadores. A Mulher de Branco era muito branca, de cabelos louros, alta e andava sempre descalça. Os pescadores que vinham da Boca da Barra, ao passar em frente ao cemitério, viam a Mulher passar por eles com seu passo lento e fantamasgórico. Os pescadores, de tanto medo, corriam rumo à Igreja Nossa Senhora da Conceição e, para espanto deles, a Mulher de Branco já estava lá, sentada no banco da praça, como se tivesse voado até aquele lugar. Diz a lenda que a Mulher de Branco atraía os pescadores com seu mistério e os levava para o mar, de onde nunca mais voltavam.
O Manto Sagrado de Nossa Senhora A imagem sagrada de Nossa Senhora da Conceição, que ficava no altar da antiga Igreja de Nossa Senhora da Conceição, era vestida por um lindo manto azul, todo bordado de estrelas douradas, admirado pelos moradores e visitantes de Rio das Ostras. Conta a lenda, que certo dia, um homem roubou o manto de Nossa Senhora e o botou no lombo de seu cavalo. Após isso, montou em disparada e sumiu pela estrada, mas o manto de Nossa Senhora era sagrado e o castigo daquele homem veio rápido. Ele pegou uma estranha doença, muito misteriosa, e subitamente morreu. O manto sagrado de Nossa Senhora, depois desse acontecimento, desapareceu da cidade e ninguém, nunca mais, deu notícia do valioso manto em toda Rio das Ostras.
Portão do Pinto O assombrado Portão do Pinto, esse era o nome que antigamente pelos moradores do local onde funcionou o bar do Ramon, em Rio das Ostras. É no Portão do Pinto que muitas histórias assombradas e fantasmagóricas aconteciam, para assustar os habitantes da simples aldeia de pescadores, chamada naquele tempo de Terra dos Peixes. O povo escutava e via coisas, principalmente, quem morava perto dali, pois barulheira de pratos quebrados, almas penadas que vagavam pela rua, e que depois forçava as portas das casinhas simples e andava descalça pelos aposentos, gelava de medo a todos. O Homem de Preto, a Mulher de Branco, o Gato Assombrado, a Cobra Misteriosa eram frenquentemente vistos no Portão do Pinto e as pessoas evitavam passar por ali quando a noite chegava. Além dessas assombrações, tinha uma coisa comprida que brilhava muito, uma hora parecendo ser uma poça d’água brilhante, outra hora era só um rastro muito comprido, e esta coisa mudava sempre de lugar como se tivesse seguindo as pessoas.
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Potencial de Rio das Ostras se desenvolve ao longo dos anos
» Empresários montam seus negócios na cidade atraídos pelas belezas da cidade
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Alguns empresários e comerciantes já visavam o crescimento da cidade e, por conta disso, resolveram investir em novos ares como foi o caso da proprietária da pousada Latitude 22, Paula Meireles, que frequenta a cidade desde os cinco anos de idade e destaca o ar bucólico e familiar de Rio das Ostras como principal atrativo. “A ideia de abrir uma pousada na cidade foi muito pensada e estudada. Fizemos algumas pesquisas com agências de turismo para avaliar o potencial e não nos arrependemos”, afirma Paula, que abriu sua pousada em 1999.
Jorge Ronald
á vinte anos, quem frequentava Rio das Ostras já se encantava pelos atrativos naturais da cidade. As praias e as paisagens sempre atraíram turistas à região e com o passar do tempo as mudanças e o progresso, assim como a proximidade de Macaé, capital do petróleo, revelaram uma nova Rio das Ostras. Hoje, mais de 90% dos habitantes vieram de outras cidades e até mesmo estados em busca de oportunidades e maior qualidade de vida no município.
Segundo a empresária, a cidade ainda tem muito o que crescer e desenvolver na parte turística que hoje não é muito valorizada. “Os empresários locais têm que se unir e participar para buscar soluções e trocar idéias sobre como é possível melhorar o turismo na cidade. Além disso, políticas públicas de incentivo ao turismo deveriam ser incentivadas e melhor disseminadas”, disse. Quem também apostou no crescimento da cidade foi o empresário Fábio Carvalho, dono da Macaxeira, na orla do centro da cidade. “Percebi a necessidade de Rio das Ostras ter um bom restaurante, que atendesse, principalmente, os trabalhadores da área offshore, que tem um grande poder de compra, por isso, investimos no negócio e não me arrependo”, relata o empresário. Fábio afirma também que seu restaurante será ampliado por conta do movimento que recebe durante toda a semana. “Investimos em bom atendimento e qualidade, por isso já possuímos clientes fiéis na cidade. Tenho certeza que foi um dos melhores negócios que já fiz na vida e pretendo, sempre que possível, melhorar ainda mais”, disse Fábio, que é natural de São Gonçalo, mas já se considera riostrense de coração.
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