Interior - 25-05-2011 - Jornal Semanário

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Quarta-feira, 25 de maio de 2011

Interior

e Região Social Imagens de festas do Interior página 8

Caravaggio 350 mil pessoas são esperadas no Santuário página 6

Arte Construção de Taipas é Profissão esquecida

página 7

União Os 59 anos de casamento de Pierina e Luis Fronza página 3

A Família Spadari

Feitos de chão e suor De pai para filha, de irmã para irmã. Há 37 anos, o atletismo faz parte da família Spadari, moradora de Pinto Bandeira, que transformou as estradas de chão em pistas de treinamento. A forte influência de Heitor, patriarca da família, foi a respon-

sável pela atração das jovens Suelen, de 22 anos, e Helen, de 13, para o esporte. A filha mais nova está classificada entre as dez melhores do Brasil, comprovando que o talento é fruto de treinamento e suor. páginas 4 e 5


2 Editorial Vitórias incontáveis O esporte levado a sério e transformado em profissão. Essa é a visão que os atletas da família Spadari, moradores de Pinto Bandeira, na Linha Jacinto, têm sobre o atletismo. O hobby que o patriarca Heitor tinha nos anos 1970 acabou se revertendo em um alternativa de sustento complementar, já que a família tem na agricultura sua principal fonte de renda. As competições que agregam valores financeiros como forma de premiação, geralmente são alvos do pai e das duas filhas, que carregam na genética a paixão pela corrida. Treinar entre os parreirais, calçar tênis com solado alto para que as pedras da estrada de chão não machuquem os pés. Aproveitar os momentos de folga que, normalmente implicam em horários ao meio-dia para treinar, e ouvir de vizinhos e conhecidos: “Eles são loucos”. Essas são algumas das principais dificuldades que a família enfrenta, semelhantes as que os demais atletas de diversas modalidades e esportes também precisam ultrapassar. A falta de auxílio financeiro (patrocínio) figura entre um dos maiores motivos de desmotivação para os atletas. Há quem dê seu jeitinho brasileiro e continue com o sonho, que vira profissão: “Ao invés de ficar implorando ajuda com patrocínios no esporte, colho minhas uvas e trabalho com as frutas para garantir o sustento da família”. Essa frase de Heitor é uma demonstração de que esperar pelo auxílio dos outros nem sempre é a melhor saída. Suas filhas brincam que o “paitrocínio” é até hoje o maior incentivo que possuem, já que além do apoio sentimental, o suporte financeiro vem do trabalho da família em que, inclusive, as jovens auxiliam. Certamente, o reconhecimento e a credibilidade de terceiros dariam um tom de vitória mais acentuado para a família. Mas, enquanto isso não acontece, a agricultura familiar continua garantindo a sustenção do sonho.

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Interior e Região

A voz do interior

Você costuma praticar esportes em seu distrito? Pratico vôlei e futebol. Aqui no distrito temos um grupo que se reúne para jogarmos bola.

A roça é um esporte. Já participei do Grêmio Tuiuty como atleta quando jovem. Carlos Baretti, 57 Agricultor Tuiuty

O trabalho não permite que eu tenha tempo para esporte. Mas caminho 3 km por dia. José Sartori, 65 Agricultor Tuiuty

FOTOS RAQUEL FRONZA

Moacir Magoga, 52 Agricultor Vale dos Vinhedos

CURTAS *Ouro e Prata: O Brasil segue conquistando prêmios em concursos internacionais de vinho. Desta vez foi em Luxemburgo, no Concours Mondial de Bruxelles, onde o reconhecimento veio em forma de duas Medalhas, uma de Ouro e uma de Prata. Entre os dias 6 e 8 de maio, 7.386 amostras de 49 países foram degustadas por 284 degustadores de 40 países. Com estas duas medalhas já são 54 prêmios conquistados só este ano. O reconhecimento veio da Itália, Grécia, Inglaterra, três vezes da França e agora de Luxemburgo. Uma demonstração que a qualidade dos vinhos brasileiros vem sendo reconhecida em todo continente Europeu. Os premiados foram: Zanotto Riesling 2009 - Vinícola Campestre (medalha de ouro) e Casa Venturini Reserva Chardonnay 2009 - Vinícola Góes & Venturini (medalha de prata). *Estão abertas, até 1º de junho, as submissões de trabalhos para o VIII Congresso Brasileiro de Agroinformática - SBIAgro 2011. O evento que vai ocorrer de 17 a 21 de outubro, em Bento Gonçalves, RS, tem como tema “Agricultura de precisão - da coleta de dados à gestão do agronegócio”. A notificação de aceite dos trabalhos será feita aos autores até 4 de julho, para que enviem a versão final até 1º de agosto, quando pelo menos um dos autores deverá estar inscrito no congresso. O congresso contará com mesas-redondas e palestras técnicas de palestrantes nacionais e internacionais, além de exposições de tecnologias de empresas e instituições de ensino e pesquisa. O objetivo da organização é oferecer um ambiente produtivo de apresentação de artigos e pôsteres técnico-científicos, intercâmbio de informações, criação de parcerias e exposição de inovações tecnológicas aplicadas com sucesso no mercado.

Caderno

Interior e Região Este caderno faz parte da edição 2723 de quarta-feira, 21 de maio de 2011, do Jornal Semanário

Edição: Raquel Fronza Direção: Henrique Alfredo Caprara regional@jornalsemanario.com.br jornal.semanario@italnet.com.br Revisão: Patrícia Lima SEDE reporter2@jornalsemanario.com.br Wolsir A. Antonini, 451 Foto de Capa: Raquel Fronza Bairro Fenavinho Diamagramação: Maiara Alvarez Bento Gonçalves, RS diamagrador@jornalsemanario.com.br 54. 3455.4500 Projeto Gráfico: Maiara Alvarez


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Histórias do Interior

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São Valentin

Um amor de quase seis décadas Luis e Pierina Fronza completam neste mês 59 anos de casados, revelando segredos para a união durar tanto tempo

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obreviventes de uma época em que se jovens com mais de 25 anos fossem solteiros corriam o risco de se tornar mal falados, o casal Luís, de 84 anos, e Pierina Fronza, 82, completam neste mês 59 anos de casamento. Pais de seis filhos, Luís Fronza considera o número de herdeiros pequeno em comparação com a quantidade de irmãos que teve: 15. Pierina tem oito irmãos. As épocas difíceis em que os dois se conheceram fortaleceram seus laços, por terem conquistado tudo o que possuem de forma conjunta. Foi na lavoura que Fronza encontrou o sustento para criar sua família. Enquanto ele trabalhava na roça, Pierina era responsável pelas crianças, mas nunca deixando de lado a agricultura, auxiliando o marido em todos os momentos que conseguia.

Um dos segredos revelados por ele para o casamento ter se prolongado por tanto tempo é baseado na idade deles quando os laços matrimoniais foram realizados. “Para durar um namoro, tem que começar cedo para terminar tarde”, afirma. O cuidado com a vida também é uma das preciosidades que os dois mantêm. “Não se pode exagerar em nada. Tudo tem sua medida certa”, confessa Fronza. Ao descrever seu parceiro, ambos ficam tímidos. Mas os elogios aparecem: “Ele nunca teve vícios. Nem bebida, nem cigarro. Sempre foi um bom marido”, diz Pierina. Já ele julga sua esposa como dona de um bom coração. Como conselho final, eles dizem que o respeito foi um forte aliado para a longa duração de seu casamento. “Sempre nos amamos e nos respeitamos”, ensina.

RAQUEL FRONZA

Pierina e Luis Fronza: “Parar durar um namoro, tem que começar cedo para terminar tarde”


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Interior e Região FOTOS RAQUEL FRONZA

Pinto Bandeira

Correndo das dificuldades

Família atleta transformou esporte em profissão. Pai e duas filhas inseriram o atletismo em sua vida e viraram campeões

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sala de estar da família Spadari, na propriedade localizada na Linha Jacinto, em Pinto Bandeira, transformou-se em um espaço dedicado para relembrar os momentos de sucesso que seus membros vivem seguidamente. No ambiente, não há chances para o pó acumular: constantemente renovados, os troféus, medalhas e títulos guardados nos armários e gavetas compõem o local onde três atletas que driblam as pedras no caminho e as folhas dos parreirais para treinar. Heitor, Suélen e Helen formam a vitoriosa família que encara de forma profissional o atletismo. As 52 primaveras que Heitor comemorou recentemente contemplam premiações difíceis de ser contabilizadas, já que ele admite não saber quantos troféus ou medalhas foi capaz de conquistar. Corredor da categoria veterano, ele explica sua trajetória com dedicação, suor e muito orgulho, por ter sido a principal influência das filhas ao escolherem o esporte como profissão. Spadari iniciou sua carreira aos 16 anos com brincadeiras escolares: enquanto seus colegas de escola preferiam esportes como voleibol ou futebol, ele se atrevia a correr longas distâncias, sob o olhar atento do professor. Com o talento tornando-se evidente, ele teve no serviço militar outra chance de se profissionalizar, aos 18 anos. A distância entre o quartel, localizado no bairro São Roque, e a residência de Spadari, em Pinto Bandeira, é de 20 km,

trecho dividido entre asfalto, paralelepípedo e estrada de chão. Essa quilometragem era percorrida diariamente pelo atleta, para economizar a passagem de ônibus e também para treinar. Mas sua superação aparece quando conta o restante de sua antiga rotina: “Eu saía do quartel às 4h, chegava em minha casa depois das 5h, e às 7h30min estava na roça ajudando meus pais”. A dupla identidade profissional que Spadari vive desde seus 16 anos, ora agricultor, ora atleta, é a grande responsável pelo sucesso no trabalho, acredita. “Ao invés de ficar implorando ajuda com patrocínios no esporte, colho minhas uvas e trabalho com as frutas para garantir o sustento da família”, afirma. A falta de patrocínio impediu a família de correr em outros estados, mas mesmo assim, a força de vontade falou mais alto e continua impulsionando os atletas.

Largando o carro

Chances para Heitor inserir o atletismo em sua rotina não faltam. Ir trabalhar motorizado e deixar o automóvel no centro da cidade para retornar ao seu lar praticando a corrida não é mais novidade. “Minha esposa volta dirigindo o carro, e eu, treinando”, explica. Tamanha dedicação acaba refletindo em reconhecimento no território estadual: atualmente, Spadari é um dos cinco melhores do Rio Grande do Sul em

Os treinos e as competições são feitas em parceira pelas irmãs e pelo pai

sua categoria. Prova de que o esporte tem presença genética entre os membros da família, é que o pai de Heitor era campeão de hipismo, o que o incentivou na escolha esportiva. “Minha mãe ficava preocupada quando eu me machucava, mas meu pai me apoiava”, lembra Spadari. O corredor já conheceu diversos pontos do mapa rio-grandense: uma de suas conquistas recentes foi a maratona de São Silvestre, de Carlos Barbosa, que o alçou ao topo do ranking. Atualmente, a família possui um quarto para armazenar o equipamento de corrida,

Foto dos anos 70 retrata momento que se tornou corriqueiro para Spadari: liderar as corridas

mas nem sempre as condições de treinamento foram confortáveis. Uma das lembranças mais doloridas é retratada através de uma fotografia, dos anos 80, em que Spadari sobe ao pódio de chinelo de dedo: ele resolveu concorrer em uma de suas competições calçando um tênis “modelo Conga”, chegando ao final da prova com os pés sangrando. “A estrada era de asfalto, e o tênis era uma lona. Imagine a dor”, lembra. Mesmo com o sacrifício, Spadari chegou ao final da prova ocupando a segunda colocação, demonstrando sua ambição e talento para o atletismo.

Chinelo de dedo no pé confirma a dor no pódio


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Aprendendo com o pai A evolução de corredor para treinador aconteceu de forma natural e familiar para Spadari. Sua filha Suelen, 22 anos, passou a infância observando o pai administrar seu tempo entre o trabalho na lavoura e a pista de corrida, treinando pelo interior para buscar mais troféus. Foi com 10 anos que a jovem se arriscou pela primeira vez, ganhando o primeiro campeonato disputado por mais de 250 jovens. “Estava vestida com roupa de colégio e com qualquer tênis, sem conhecimento e condições de competir”, lembra. Mas a experiência do pai tentou a advertir: “Tem que treinar antes de querer correr”. A partir deste ensinamento, a jovem passou a gastar seus dias com uma rotina diferente: as aulas e os treinos ocupavam seu tempo, que com determinação, o levariam a uma carreira promissora. Suelen passou a se destacar e faturar competições importantes, o que confessa ter servido de estímulo em sua vida para permanecer no ramo. “Desde o início sabia que para correr deveria passar por muitas escolhas, mas que logo trariam resultados significativos”. Seguindo todos os ensinamentos do pai, Suelen prova hoje que a força é uma característica da família. Ela também divide o seu dia a dia en-

tre fortes treinos, trabalho na lavoura e aulas na universidade, onde cursa licenciatura em Educação Física. Colhendo uva, pêssego, ameixa, caqui, lima, laranja, limão, romã, figo e outros frutos, quando sobra uma folga na agricultura, ela calça seu tênis e passa horas correndo. Mais de 200 provas foram realizadas pela jovem. Para isso, alguns investimentos foram necessários: tênis, roupas de corrida e as caras inscrições para provas. Suelen conta que devido o trabalho na agricultura, a família não pode se deslocar e passar dias viajando, o que implica em seu sustento financeiro. “Meu sonho é ainda conseguir alcançá-lo, mas com todo respeito e consideração que me ensinou até hoje”, revela a jovem. A disciplina é uma das principais virtudes que Suelen recebeu por influência do esporte. Para comprovar esta sentença, ela explica: “Você acorda atleta e dorme atleta. Precisa ter regras e muito treino”. A estudante afirma ter maior facilidade em provas com maior quilometragem do que com maior velocidade. Seus treinos ocorrem ao meio dia, incluindo corrida, alongamento e musculação, o que confessa ser assunto de vizinhos e conhecidos que não conhecem sua rotina: “Eles me chamam de louca por treinar no sol do meio dia”, lamenta.

Descrito em palavras Prova de que a família deixou suas raízes no esporte foi uma das premiações que Helen recebeu em 2010. Cursando a sétima série no ano passado, ela participou do concurso estadual Crianças do Rio Grande do Sul Escrevendo Histórias que recebeu redações de alunos de todo estado. Competiu com 3.508 textos e somente 82 foram selecionados. A temática não poderia ser outra: atletismo. O texto “Treinamento Formidável” demonstra o carinho e admiração das filhas com Heitor, em trechos que contam a rotina da família e o amor que vive entre os membros. Treinamento Sou atleta E preciso de uma boa alimentação Para isto é necessário muita atenção Fazer treinamentos corretos Com exercícios de alongamento, Feitos para o aquecimento De musculação Feitos para minha formação Aprendi com meu pai Tudo o que sei sobre atletismo Ele não é treinador nem formado professor Apenas um agricultor que incentivado pelo seu pai pratica este esporte a trinta e cinco anos Que aprendeu a fazer exercícios, exercitando Que aprendeu a correr, correndo E a viver, vivendo Enfrentou muitas barreiras Que a vida apresentava à sua frente E agora me prepara Para que eu possa enfrentá-las Se vierem de repente Eu levo todas as palavras Do meu pai e da minha mãe, Em sílabas Com ponto e vírgula Agradeço todos os dias Por minha educação Por ter tudo o que tenho E uma família de bom coração

Estante ameaça cair de tantos prêmios que carrega. A outra metade da sala de estar se encontra na mesma forma

Filha de peixe O talento perpassou a genética e também atingiu a filha mais nova de Heitor: Helen, com 13 anos, faz parte da equipe de atletismo da Universidade de Caxias do Sul (UCS) e é destaque em sua categoria mirim. A pequena é considerada uma das dez melhores do Brasil no atletismo, motivo que emociona seu pai. Um dos únicos problemas que Heitor tem com Helen é relacionado com seus treinos: o pai precisa impedir que a filha treine demais, já que ela passaria o dia inteiro correndo. Nem sempre Helen teve tanta adoração pela corrida. Logo que a jovem participou de sua primeira prova, Heitor iniciou um circuito de treinos para a menina executar. E Helen confessa: “Eu ficava escondida nos parreirais e voltava depois de um tempão para casa, fingindo que treinava”. Mas a principal proeza da jovem era outra: ela molhava seu rosto com água para parecer suor, quando encontrasse seu pai. Suelen e Heitor ainda acompanham Helen nos treinos, apesar de não ser mais necessário. No ano de 2010, Helen participou de oito rústicas e faturou todas competições, confirmando a expectativa de que será uma das melhores atletas brasileiras. Algumas competições rendem prêmios financeiros, o que atualmente, é a prioridade da família, já que Spadari afirma não poder participar de todas. No mês de maio, Helen ganhou uma bicicleta em uma das competições. “Ela queria a bicicleta e foi só para ganhá-la”, brinca o pai.

Além das pedras, dores

Foi no ano de 2004 que um obstáculo parecia impedir Suelen de permanecer no atletismo. Ela amanheceu com fortes dores no quadril, justamente quando se preparava para uma das competições que mais ambicionava. O quadro médico que apontava sérias complicações de saúde a obrigou ficar um mês sem treinos, o que segundo ela, faz com que o atleta precise voltar ao zero em treinamentos e resistência física. Um cisto no fêmur era causado pelo impacto que a corrida ocasionava em seu corpo, e então, um ano sem concorrer acabou desmotivando-a. Apesar de opiniões médicas afirmarem que ela nunca mais voltaria a correr, o amor pelo esporte falou mais alto. Após um ano, com sua marca de velocidade retomada, Suelen foi convidada para concorrer na São Silvestre, em São Paulo, uma das maiores ambições de grandes corredores. Devido ao desgaste e esforço que precisaria fazer para concorrer em outro estado, preferiu adiar a realização do sonho, mas com grandes resultados atualmente: ela percorre 10km em 39 minutos, o que já a classificou em diversos circuitos.


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Interior e Região

Região

Mais de 350 mil pessoas pela fé Data em homenagem à santa promete levar multidão de fiéis até o final de semana ao santuário em Farroupilha 26 de maio é a data dedicado para homenagear Nossa Senhora de Caravaggio. Com o objetivo de chegar mais próximo à santa, milhares de devotos se deslocam todo ano para o maior santuário da protetora em território nacional, localizado em Farroupilha, a cerca de 25 km de Bento Gonçalves. Este ano, a programação promete atrair 350 mil pessoas.

O fim de semana dos dias 21 e 22 reuniu mais de 50 mil pessoas, contando com celebrações religiosas e com a 33ª Romaria dos Motociclistas. Além disso, pré-romarias foram organizadas durante todo o mês de maio. A romaria dos ciclistas, jipeiros, motociclistas, corrida e cavalgada da fé são algumas das atrações que aconteceram até hoje. A partir de amanhã,

Movimentação do final de semana reuniu 50 mil fieis

DIVULGAÇÃO

a programação será intensificada: ocorrerão 11 missas diárias no santuário. A maratona de celebrações deve se estender durante o próximo final de semana, mantendo os mesmos horários. Na edição anterior do evento, cerca de 330 mil fiéis compareceram ao Santuário.

Infraestrutura

Apesar de ser considerado feriado municipal em Farroupilha, muitas pessoas trabalharão para que a festa ocorra conforme o previsto. Segundo a assessoria de comunicação do Santuário, mil pessoas estarão organizando a festividade, divididas entre padres, freiras, serviços gerais, membros da Brigada Militar, Corpo de Bombeiros e voluntários do santuário, que atuarão desde o preparo dos lanches até a segurança do local. Ao todo, serão quatro barracas oferecendo alimentação

Uma história de muita fé

rápida aos romeiros nos dias festivos e quatro locais de venda de objetos religiosos distribuídos ao redor da Igreja. Esta RAQUEL FRONZA semana, a Esplanada de Caravaggio recebeu melhorias da administração municipal de Farroupilha. A grama foi cortada, o meio fio das calçadas pintado e serviços de limpeza do local foram executados. Além disso, as estradas que ligam ao Santuário receberam melhorias e cascalho. A área em que ficarão os vendedores ambulantes está preparada para acomodar os Família Tomasi de Tuiuty comerciantes que participarão da festa de Caravaggio a parUm triste acontecimento tir de hoje, quando será feita tentou desmotivar a família a inscrição dos interessados. Tomasi, moradora do distrito de Tuiuty, no ano passado. Alcir, de 49 anos, sofreu um AVC enquanto trabalhava e o Missas diagnóstico médico apontava Serão realizadas na quintapoucas chances de cura do pafeira, 26, no sábado, 28 e no ciente. domingo, 29, nos seguintes horários: 6h, 7h, 8h, 9h, Inconformados em ver a do10h30min, 12h, 13h, 14h, 15h, ença do amigo e familiar, um 16h, 17h e 18h, grupo de moradores da mesma localidade onde Tomasi reside resolveu pedir à Nossa Senhora de Caravaggio a conservação da vida de um dos líderes da comunidade. Mais de 30 pessoas caminharam até o Santuário, em Farroupilha, orando e acreditando em sua recuperação. Hoje Tomasi passa bem. Caminha, conversa, brinca e ri. Com todos os sintomas de quem se sente vencedor, ele afirma agredecer muito quem não deixou de acreditar que teria sua saúde de volta. “Sempre tivemos muita crença em Nossa Senhora. Agora mais ainda”, emociona-se. Para agradecer o feito, o grupo de amigos retornou ao Santuário, desta vez motorizados, acompanhando Tomasi. A graça emociona sua esposa, Silvane, 42 anos, que em homenagem à santa, construiu uma gruta com a imagem de Nossa Senhora de Caravaggio em frente à sua casa. “Precisamos ter bastante fé e nunca deixar de acreditar. E claro, agradecer a comunidade que esteve do nosso lado”, conclui.


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RAQUEL FRONZA

Taipa é o nome pelo qual são conhecidos muros feito de pedras, sem uso de qualquer outro material para construção. É muito comum na região sul do Brasil, especialmente nos campos do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Pedra sobre pedra Taipas construídas há mais de 50 anos estão espalhadas pelo interior

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arte de construir muros de pedra se fez presente durante muito tempo no interior de Bento Gonçalves. A tradição deixada pelos descendentes de italianos foi passada de geração para geração, até chegar nas mãos de Danilo Parisotto, morador de Pinto Bandeira. As taipas eram construções mantidas somente por pedras e nenhum outro tipo de material, que serviam para delimitar terrenos, enfeitar jardins ou servir como apoio de parreirais. “Em primeiro lugar, para fazer uma taipa, tem que ter visão de onde cada pedra deve ir”, ensina Parisotto. O encaixe das pedras precisa ser perfeito, e entre uma

pedra e outra, rochas de tamanho pequeno devem preencher o espaço que pode não ficar uniforme. “É como se fosse montar um quebra-cabeça”, comenta. Outro detalhe importante que Parisotto resssalta é a necessidade de duas pessoas construírem juntas a taipa. “O que um não percebe na hora de montar as pedras, o outro ajuda. E é muito mais ágil também, para não ficar dando voltas ao redor do muro”. Parisotto aprendeu com seu pai as técnicas, quando tinha 14 anos. Ele construiu seu último muro de pedra com 55 anos, e depois dessa idade, desistiu da tradição. “É muito pesado. Não

sou mais um jovem”, brinca. Pai de duas filhas, ele lamenta não ter para quem ensinar a técnica. Os tipos de taipas diferem principalmente em suas medidas. As utilizadas em parreirais chegam a medir 1,8 m, enquanto as demarcadoras de territórios apresentam 0,70cm de altura. As destinadas para artesanato podem variar conforme o pedido do cliente. Uma das taipas que mais marcou o trabalho de Parisotto está localizada na sede de Pinto Bandeira. Semelhante a uma porta, ele construiu uma taipa em forma de portão, o que ainda chama a atenção de muita gente. A atividade servia também

A vizinhança de Danilo Parisotto é composta por diversos muros

como fonte de renda complementar para Parisotto. Para construir as taipas, ele cobrava o dobro do valor que recebia na roça: R$ 120 por dia. “Como era um trabalho cansativo e que por vezes me machucava, eu cobrava por dia”. Em média, em um dia, ele

construía 15 metros de muro. “Quando bem feita, uma taipa pode durar a vida inteira”, estima Parisotto. As pedras utilizadas eram retiradas dos terrenos dos clientes, e carregadas por Parisotto. Em sua residência e vizinhança, os muros estão presentes por todo o local.


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Sociais do Interior SCALCO FOTOS

Expectativa A mamãe Viviane Seriotti, secretária de turismo de Monte Belo do Sul, o papai Marcelo e os avós estão ansiosos pela chegado do pequeno Lucas

DIVULGAÇÃO

Aniversário Louise Dalla Corte Dallé completou nove anos no dia 15 de maio. Ela recebeu os votos carinhosos e felicitações dos pais Adenir e Eleliane e da avó Rita

NOEMIR LEITÃO

Fé A turma de cataquisandos da Linha Veríssimo de Matos, de Tuiuty, durante a solenidade religiosa à Nossa Senhora de Fátima


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