Caderno Bairros - 20/04/2011 - JORNAL SEMANÁRIO

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Bairros

Quarta-feira, 20 de abril de 2011

A VOZ DOS BAIRROS FOTOS BETTINA SCHÜNKE

Trevo no Santa Rita precisa de melhorias página 3

Guloseimas Trufas de diversos sabores são feitas no bairro Ouro Verde página 3

Sociais Festas agitam as comunidades de Bento página 6 ARQUIVO

No embalo da emoção Jovens, crianças, adultos. Não importa a idade, a música se faz presente no dia a dia de todas as pessoas. Em diversos ritmos e estilos, ela transmite emoções sentidas por todos. páginas 4 e 5

Floresta A trajetória de um clube que marcou gerações página 8


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Bairros

Editorial A música está presente na vida dos seres humanos há muito tempo. A pré-história já registra as primeiras ideias do desenvolvimento da música nos grupos humanos. A arte rupestre encontrada em cavernas dá uma vaga ideia desse desenvolvimento ao apresentar figuras que parecem cantar, dançar ou tocar instrumentos. Fragmentos do que parecem ser instrumentos musicais oferecem novas pistas para completar esse cenário. No entanto, toda a cronologia do desenvolvimento musical não pode ser definida com precisão. É impossível, por exemplo, precisar se a música vocal surgiu antes ou depois das batidas com bastões ou percussões corporais. O certo é que a música só traz benefícios para os seres humanos. Estudos comprovam que cantar reduz bastante a tensão e beneficia o corpo e a alma, além de fortalecer e melhorar a coordenação motora e o raciocínio das crianças. Pessoas de mais idade também têm melhorias significativas na saúde. Em Bento Gonçalves a música está presente em todos os cantos da cidade. Crianças, jovens e adultos estão envolvidos de alguma maneira com esse movimento artístico. Tocando, aprendendo ou ensinando, a arte da música se propaga pela capital da uva e do vinho. Não tem quem não sinta e não se embale quando escuta um som proveniente de caixas autofalantes. O ritmo e a melodia são contagiantes! Cada música é uma obra. Os autores e compositores de música são artesãos: cada acorde, cada nota e detalhes são cuidadosamente colocados em conjunto para criar belas sonoridades, transmitindo diversas sensações e emoções. Não importa se você gosta de rock, samba, pagode ou sertanejo. Deixe-se levar por esse som encantado.

Caderno

Bairros Este caderno faz parte da edição 2705, de quarta-feira, 20 de abril de 2011, do Jornal Semanário

ARTIGO

Câncer de colo uterino ou câncer cervical O câncer de colo uterino é um grave problema de saúde no Brasil. Ocorre com mais freqüência em mulheres entre 30 e 45 anos de idade. A detecção precoce da doença se dá por meio do exame citopatológico de colo de útero ( o papanicolau) disponível em toda rede pública do município de Bento Gonçalves. A enfermagem tem papel fundamental na prevenção do câncer de colo uterino, desenvolvendo ações de planejamento, educação e prevenção, contribuindo para o diagnóstico precoce da doença. O câncer de colo uterino raramente produz sintomas. Uns dos sinais de alerta é o sangramento irregular e sangramento após as relações sexuais. O diagnóstico do câncer cervical é feito mediante análise e biopsia do material colhido através do exame papanicolau.O resultado vai identificar, ou não, a displasia grave. O Papilomavírus Humano (HPV) tem um papel importante no desenvolvimento do câncer do colo uterino e o uso de preservativo é a principal forma de prevenção deste vírus sexualmente transmissível. Vários são os fatores de riscos, dentre eles: multiplicidade de

Enquete:

parceiros sexuais, infecções cervicais crônicas, infecção por HIV, exposição ao HPV, uso de contraceptivos orais, deficiências nutricionais, história familiar e hereditariedade. É fundamental que os serviços de saúde orientem o que é e qual a importância do exame preventivo, pois a sua realização periódica permite reduzir a mortalidade por câncer do colo do útero na população de risco. - Para a realização da coleta do material a ser examinado, a mulher deve: - Não estar menstruada no dia da realização do exame; - Não manter relações sexuais pelo menos nas 48 horas que antecedem o dia do exame; - Não fazer uso de duchas e cremes vaginais pelo menos 48 horas antes do exame; - Não realizar qualquer manipulação sobre o colo uterino antes do exame. Na Unidade de Saúde Vila Nova, a coleta do citopatológico é realizada nas terças e quintas-feiras de manhã e à tarde, sendo fundamental a apresentação do Cartão do SUS e Carteira de Identidade e/ou CPF. Cristiane Wottrich Enfermeira coordenadora Unidade de Estratégia Saúde da Família Vila Nova

O que a Páscoa representa para você? FOTOS BETTINA SCHÜNKE

“Neste mundo onde tantas pessoas já perderam a fé, pra mim a Páscoa é a renovação da fé” Irdes Rinaldi, 61 anos Aparecida

Edição: Bettina Schünke bairros@jornalsemanario.com.br Colaboração: Noemir Leitão Revisão: Juliana Gelatti reporter6@jornalsemanario.com.br Diamagramação: Maiara Alvarez diamagrador@jornalsemanario.com.br Projeto Gráfico: Maiara Alvarez

“A Páscoa é paz e amor entre as pessoas. É um evento religioso que representa a ressurreição de Cristo” Jorge Garcia, 60 anos Vila Nova

Direção: Henrique Alfredo Caprara jornal.semanario@italnet.com.br SEDE Wolsir A. Antonini, 451 Bairro Fenavinho Bento Gonçalves, RS Fone: 54 3455-4500

“O sentindo verdadeiro da Páscoa, assim como Natal, acaba sendo deixado de lado. Hoje só significa ganhar e distribuir chocolate” Ana Scalcon, 29 anos São Roque

Leia também o blog Bairros, no site www.jornalsemanario.com.br


Bairros Chocolate artesanal

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A VOZ DOS BAIRROS

Páscoa com gosto de trufa no Ouro Verde Moradora transforma a cozinha de casa em uma fábrica de chocolate BETTINA SCHÜNKE

Bettina Schünke

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hocolate é sempre uma ótima sugestão de presente. A poucos dias da Páscoa, o corre-corre nos supermercados para comprar ovos de chocolate e guloseimas para presentear os amigos e familiares é preocupação de muitos moradores de Bento Gonçalves. A moradora do bairro Ouro Verde, Sandra Aparecida Machado, encontrou uma maneira bem caseira e sem correria de presentear seus filhos e familiares nesta época: trufas de chocolate. A doceira de 37 anos conta que começou a fazer doces há cerca de dois anos, para ajudar nas despesas domésticas. “Eu sempre gostei de trabalhar na cozinha. Tinha uma amiga que fazia trufas, ela me passou a receita e comecei a fazer”, disse Sandra. Fazendo quinze sabores diferentes de trufas, como morango, cereja, abacaxi, brigadeiro, bombom e coco, a cozinheira conta que, nos meses mais frios do ano, ela chega a fazer em média 500 doces por mês. Fazendo as trufas em sua cozinha, a mãe de dois filhos conta que, na época da Páscoa, prepara em casa os ovos de chocolate

A doceira Sandra Aparecida faz trufas há mais de dois anos

que serão entregues aos filhos no domingo. “É uma maneira mais barata e econômica. E claro que não pode faltar os brinquedinhos dentro dos ovos”, completa Sandra. Morando em Bento Gonçal-

ves há 15 anos, a paranaenseconta com o auxílio do marido para as encomendas maiores. “Ele ajuda a cortar o chocolate e a lavar a louça”, disse. bairros@jornalsemanario.com.br

Noemir Leitão

narleitao@gmail.com

Para lembrar às pessoas e principalmente aos pais, que a Escola Estadual de Ensino Fundamental Irmão Egídio Fabris localiza-se na rua Senador Salgado Filho 698, no bairro São Bento, e não no bairro Planalto. A escola vem desenvolvendo muitas atividades relacionadas ao comportamento disciplinar de seus alunos e ainda desempenha uma tarefa importante, de buscar sempre a valorização humana e resgatar talentos. Isso mostra o grande exemplo para a educação das crianças e adolescentes. Os moradores da rua Constante Zatt, no bairro Aparecida, reivindicam a limpeza de alguns bueiros e bocas de lobo neste local. Eles querem uma melhor atenção a esta comunidade, pois o forte cheiro principalmente em dias de chuva causa transtorno, além da água que constantemente alaga a rua. Eles também querem que a rua seja pavimentada num trecho que ainda falta calçamento. Vários pedidos foram feitos à Secretaria Municipal de Obras e Viação. Na rua Sete de Setembro, no bairro Fenavinho, já estão sendo realizadas as obras da nova tubulação de esgotos. Uma reclamação antiga dos moradores era com relação a este problema que causava transtornos. Agora, com novos tubos e com uma boa estruturação, a rua não terá mais aquele cheiro insuportável. Além disso, já vem sendo estudada uma nova estruturação nesta rua, onde o fluxo de veículos é intenso diariamente. No bairro Caminhos da Eulália, uma reivindicação antiga começa a ser colocada em prática. As ruas principais desta comunidade estão sendo pavimentadas e com uma nova dinâmica de calçamento. Com certeza, o local que já tinha sinalização adequada de todas as ruas, ou seja, com placas indicativas e seus respectivos nomes, agora terá um problema solucionado, a pavimentação. Pedido atendido, neste aspecto os moradores agradecem, já que o bairro não foi esquecido. Quando falamos no problema dos esgotos dos bairros, a preocupação se estende para muitos locais que necessitam de uma visita urgente. Podemos citar como exemplo o bairro Tancredo Neves, que possui muitas famílias que vivenciam esta situação. Em diversas ruas desta comunidade os esgotos estão a céu aberto e sem tratamento. No bairro Zatt também há problemas, justamente perto de escolas, sem falar no bairro Municipal, onde há muito tempo há transtornos, principalmente na parte onde está a rua Lajeadense que vai fazer ligação com o bairro Glória.


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Bettina Schünke

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ão tem quem não se embale com o ritmo de uma música. Seja rock, sertanejo, gauchesca, gospel ou qual for o seu estilo preferido, o som que sai de caixas de som se propaga pelo ar e leva alegria e emoção para crianças, jovens e adultos. É o caso de Paloma Trevisan, moradora do bairro Licorsul. A garota de 17 anos gosta tanto de música que aos quatro anos de idade ganhou o seu primeiro instrumento musical: uma gaita. “Eu sempre gostei muito de música. No meu aniversário de quatro anos, pedi uma gaita de presente pro meu pai, e eu ganhei. Era aquela de brinquedo, mas foi a partir dela que despertou a vontade de aprender a tocar esse instrumento”, lembra Paloma. Estudante do primeiro semestre da faculdade de música na Universidade de Caxias do Sul, a garota começou a fazer aulas do instrumento já com 12 anos de idade e a partir daí não largou mais. Trabalhando na área infantil da biblioteca pública, a garota também dá aula do instrumento em uma escola de música da cidade, além de aulas particulares em sua residência “No começo eu não acreditei que daria para me virar profissionalmente só com a música, mas agora eu vejo que é possível” disse

a jovem. Um dia por semana, Paloma leva seu instrumento para a biblioteca e une seu trabalho com os livros à música, colocando todos para dançar no ritmo da gaita. Sem nenhum registro de vínculo com a música na história da família, a musicista conta que seus pais são seus maiores incentivadores. “Eles adoram, sempre me acompanham”, disse a filha orgulhosa. Tocando músicas nos estilos sertanejo, gaúcho, MPB e até tango, Paloma é a gaiteira do grupo Os Gaudérios. Novata e a única mulher do conjunto, ela toca todas as quartas-feiras no baile da 3ª idade de um clube da cidade. “Eu sinto que as pessoas gostam de me ver tocar, porque é diferente. Geralmente quem toca gaita são homens”. No ritmo da fé Os jovens e adolescentes moradores do bairro Zatt encontraram uma maneira especial de demonstrar sua fé usando seus talentos musicais. A banda Fonte de Água Viva encanta a todos os fiéis da Associação Evangélica Água Viva. Com idades que vão dos seis aos 42 anos, os integrantes da banda, Alana Gonçalves, Ronaldo Dutra, Leonardo Viecilli, Ernei Xavier, Cassiano Ferreira, Kauã Nunes

Segundo o professor Giovane Pinceta, a música só traz benefícios

Diversidade

Bairros

FOTOS BETTINA SCHÜNKE

Música p A banda Fonte de Água Viva reúne moradores do bairro Zatt, que entoam canções que falam de amor

e Airton Justino estão juntos há pouco mais de um ano e já têm em seu repertório mais de 50 músicas, compostas por eles mesmos. Cassiano Ferreira, 24 anos, é o vocalista do grupo. Além de tocar violão, é ele quem escreve as melodias que falam do amor a Deus e ao próximo. “A inspiração não falta. Eu olho para as pessoas, para as coisas do cotidiano e começo a escrever. O objetivo é fazer as pessoas felizes e refletirem através da música”, disse. Ferreira conta que a banda surgiu em 2004 com outras pessoas fazendo parte da formação. “Mais de 50 pessoas já participaram da banda. Só temos a agradecer a eles”, ressalta Ferreira. Sob os olhos atentos de Welliton Cristófoli, o fã número um da banda, os ensaios acontecem todos os sábados à tarde. Além dos compromissos com a igreja, os músicos já realizaram apresentações em diversas cidades como Garibaldi e Marau. Inspirados por bandas como Voz da Verdade e Opus Dei, o grupo se prepara agora para realizar um sonho antigo: gravar o primeiro CD. Tocando música gospel em estilos que vão desde o rock até o sertanejo, a banda está realizando diversas programações na comunidade para arrecadar fundos, como a venda de tapetes e a realização de jantares.

Música que acrescenta A música também faz parte da vida de crianças e adolescentes que participam dos Centros de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Ceacri) da cidade, ligados à secretaria de Habitação e Assistência Social. No Ceacri Carrossel da Esperança, localizado no bairro Municipal, uma oficina de violão faz parte das atividades desenvolvidas com as crianças que frequentam a instituição. Cerca de 20 crianças fazem a oficina ministrada pelo professor Carlos Zanella, 29 anos, nas terças e quartas-feiras. Segundo conta a coordenadora da entidade, Vânia Guizolfi, o curso de violão existe desde 2008. “Eu gosto muito da música. Não existe trabalho de educação sem a música. A criança não se cansa e aprende muito mais rápido e fácil. Além do que, a música cria um espaço para a convivência com as outras crianças e para ela se conhecer e descobrir”, disse Vânia. O professor Zanella está com o grupo desde agosto do ano passado. Ele conta que o que ensina às crianças vai muito além de como tocar o instrumento de cordas. “Temos um olhar social com essa oficina. Eu passo para eles como e onde sentar, como segurar o instrumento, como se portar além das peças, do funcionamento do violão e

Diferentes melodias, ritmos e ins um pouco de teoria musical”, explica. Com cinco violões – apenas quatro funcionam corretamente – as crianças da entidade têm que se revezar em grupos de três para ter a aula. Júlio Borges faz aula desde o ano passado. “Eu gosto de tocar. Comprei um violão para ensaiar em casa. Gosto de tocar e cantar as músicas sertanejas”, disse garoto de 15 anos. Já no Ceacri AABB Comunidade, localizado no Loteamento Verona, os meninos

Paloma Trevisan to pequena. No detal


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para todos os públicos

nstrumentos musicais estão presentes na vida dos moradores de Bento Gonçalves e meninas participam de um coral formado por 38 crianças. O grupo existe há mais de cinco anos e as aulas são ministradas pelo regente Celso Fortes. Conforme explica Fortes, as aulas acontecem nas quintas e sextas-feiras. No repertório estão músicas do popular brasileiro, como “É preciso saber viver” de Roberto Carlos, do folclore italiano e também músicas sacras como “Ave Maria”. “A música é uma das melhores formas de expressão e eu ten-

oca gaita, incentivada pelos pais, desde lhe, ela com quatro anos de idade

to repassar este conceito para as crianças. Elas podem se expressar e colocar todo o sentimento para fora. Ela também é fundamental para a formação individual e coletiva das crianças”, completa Fortes. Para a coordenadora da entidade, Mari Cavanus Lazzari, a música faz com que os alunos tenham e sintam uma paz interior. “Quando elas cantam nós vemos em seus rostos um brilho diferente. É uma alegria que contagia a todos. Além disso, a música contribui para a aprendizagem dos alunos. Eles têm que decorar a letra, o ritmo, a sincronia com o grupo”, explica Mari. Benefícios A música não tem restrições. Para o professor de música Giovane Pinceta, da escola de música Musical Center, a pessoa que estuda música ou qualquer tipo de instrumento só tem a ganhar. “Desenvolve a disciplina, a coordenação motora, o raciocínio. E isso não é só com crianças. Para os idosos auxilia na saúde, melhora os relacionamentos familiares”, disse Pinceta. Não existe uma idade certa, ou melhor, para entrar no mundo da música. “Crianças com idade entre quatro e cinco anos já podem fazer aulas de musicalização, com a aplicação de jogos e atividades musicais”, explica. Crianças

pequenas ainda não possuem a formação completa dos músculos, por isso recomenda-se que sejam introduzidas a educação musical para, posteriormente, estudar um instrumento específico. “Sempre é tempo de começar a estudar música. É como um hobby. O pessoal mais velho vem para se divertir, diferente dos jovens que querem aprender ou se aperfeiçoar para, no futuro, montar uma banda”, disse o professor de violão e guitarra. Um sonho musical

Crianças e adolescentes do Ceacri Balão Mágico têm a oportunidade de aprender a tocar violão

contrabaixo. A banda RS54 – uma homenagem ao estado e à cidade onde moram – se inspira em artistas como Restart e NX Zero. “Nós também escrevemos algumas letras, inspiradas no nosso cotidiano, como dia das mães. As letras falam sobre tudo”, disse a guitarrista do grupo, Liliane de Oliveira. As alunas participaram no ano passado do concurso de música Jovem Consciente, realizado pela prefeitura, e tiraram o primeiro lugar com a

apresentação da música “Previna-se”. “Nós nos reunimos na casa de uma das meninas para escrever. A gente se sente bem fazendo isso. Nosso sonho é a música”, completa Daniela Campos. As garotas contam com o apoio da família. “Eu acho que elas têm tudo para ser uma banda. Eu apoio. Acho que cada um tem que fazer aquilo que gosta”, disse Noeli Correa, mãe de Liliane. bairros@jornalsemanario.com.br

O sonho de montar uma banda faz parte do imaginário de muitos jovens e adolescentes. Em Bento Gonçalves não é diferente. Um grupo de cinco amigas, moradoras do bairro Municipal, vem se encontrando com esse propósito: o de montar uma banda de rock. Liliane de Oliveira, Daniela Campos, Carla Castro, Tamara da Silva e Tatiane Reichembach são estudantes da oitava série da Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Ulysses Leonel de Gasperi, e há dois anos elas estão tentando formar uma banda. A banda ainda não está formada completamente pela falta de instrumentos. As meninas, com idades entre 13 e 14 anos, já possuem violão, guitarra e teclado, mas está faltando uma bateria e um As amigas Daniela e Liliane esperam o dia que irão subir ao palco


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Bairros FOTOS MARCILEI ROSSI

Sociais

Festa a Santo Antão

No dia 3 de abril a comunidade do bairro Santo Antão homenageou o seu padroeiro. Cerca de 500 pessoas estiveram reunidas para as festividades. A celebração religiosa teve início às 10h45min com uma missa realizada ao ar livre. Após, foi servido um delicioso almoço no salão da comunidade.

Os churrasqueiros, Volmir Mattiollo, Marcelino Marini, Claudir Fochi e Irineu Cenci

O casal Edson e Débora Pelicioli e a pequena Amanda, de 2 anos, marcaram presença na festa no bairro Santo Antão

A equipe de cozinheiras da festa em honra à Santo Antão BETTINA SCHÜNKE

BETTINA SCHÜNKE

Jantar no Vila Nova

O jantar-baile organizado pelo grupo da terceira idade Prazer de Viver, do bairro Vila Nova, foi um sucesso. Cerca de 300 pessoas lotaram o CTG Presilha da Serra no sábado, 9 de abril.

A animação da noite ficou por conta da banda “Los Amigos”

Ariela, Milton e Janete Ramos estiveram no jantar do Vila Nova


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BETTINA SCHÜNKE

Anônimos

Leitura em braile é sinônimo de superação Fiel da igreja São Cristóvão auxilia com leituras em missas e celebrações Bettina Schünke

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João Luiz Menegotto realiza leitura de salmos em braile

superação e a força de vontade estão presentes na vida de João Luiz Menegotto desde os 12 anos de idade. Com a perda da visão em 1956, em razão de um tumor na cabeça, o então jovem não deixou se abater pelos empecilhos que a vida lhe colocava e continuou fazendo aquilo que mais gosta: ler. Com 55 anos, o morador do bairro Vila Nova frequenta semanalmente a capela São Cristóvão e auxilia a comunidade realizando leituras de textos bíblicos, salmos, preces e orações no sistema braile – leitura com o tato para cegos.

SOLIDARIEDADE

REVITALIZAÇÃO

O telefonista e funcionário público conta que usa um aparelho chamado reglete – uma espécie de régua composta por duas partes: superior e inferior – para transpor os textos que serão lidos por ele nas missas e celebrações religiosas. “Minha esposa lê os textos em voz alta para eu repassar o texto no braile. Faço isso há vários anos”, explica Menegotto. Participante da igreja desde a sua fundação, além do grupo de liturgia, Menegotto e sua esposa também cantam no coral da comunidade. Formado em administração de empresas em 2007, ele conta que foi forçado a aprender o sistema

que lhe possibilita a leitura. “Tive que aprender o braile na marra, pois fui estudar em uma escola, em Porto Alegre, para cegos, que só utilizava o sistema. Para aprender, tive que me adaptar”, conta. Casado há 30 anos e com dois filhos, Menegotto aproveita a tecnologia a seu favor. Com relógio, calculadora e até um computador que fala, ele não deixa que a falta da visão seja um empecilho em sua vida. “A igreja nos ajuda a vencer os obstáculos e superar os problemas. Estou sempre participando das atividades porque eu gosto e me sinto muito bem lá”, finaliza. bairros@jornalsemanario.com.br

Reforma para as Obras movimentam os bairros crianças e adolescentes Para aumentar a capacidade Já no bairro Eucaliptos, a Rua cação de 220 metros de canos No domingo, 10, a Secretaria de Habitação e Assistência Social, juntamente com voluntários das lojas Quero-Quero, realizou um mutirão para a revitalização do Centro de Atendimento à Criança e ao Adolescente (Ceacri) Carrossel da Esperança, que atende cerca de 140 crianças e adolescentes dos cinco aos 17 anos, localizado no bairro Municipal. A entidade recebeu material de construção e apoio de profissionais e voluntários para a troca do telhado, limpeza e pintura

interna de todo o prédio. A ação durou todo o dia e faz parte do Programa “Quero contribuir, posso transformar”, que mobilizou toda a rede de lojas do Estado. Conforme explica Edison da Silva, gerente da loja de Bento Gonçalves, a comunidade votou no mês de março e escolheu a entidade para receber a ajuda. “Agradecemos a todos pelo empenho, pela participação e pela dedicação em ajudar o próximo, principalmente as nossas crianças que são o futuro de nosso país”, disse Edison. DIVULGAÇÃO

Voluntários se reuniram para realizar melhorias no Ceacri

de vazão, a Secretaria de Viação e Obras Públicas está promovendo a troca de tubulação de rede de esgoto nos bairros Licorsul e Fenavinho e canalizando o esgoto no Eucaliptos. O executivo está investindo no saneamento básico do município, prevendo o crescimento e demanda da cidade num planejamento a longo prazo. No bairro Licorsul está em andamento a troca de tubulação da rede de esgoto nas ruas Rosa Tesheiner, José Giovannini Filho, Ângelo Roman Ross e Julio Lorenzoni. A obra, orçada em mais R$ 374 mil iniciou no dia 14 de março e, segundo o órgão responsável, deve ser concluída em 120 dias, dependendo das condições climáticas. Serão 295 metros de nova tubulação, de diâmetro que varia de 200mm a 1.200mm. No bairro Fenavinho a troca de tubulação da rede de esgoto está sendo realizada nas ruas José João Tomedi e 7 de Setembro, onde 391 metros receberão tubulação de 300 e de 800mm. Orçada em R$ 197.831,05, a obra iniciou no dia 10 de fevereiro e deve ser concluída dentro de 30 dias, descontados os dias chuvosos.

Ari da Silva terá o esgoto canali- de esgoto, que até então corria a zado. Orçada em mais de R$ 45 céu aberto, e deve ser concluída mil, a obra compreende a colo- no final do mês de abril.

FOTOS DIVULGAÇÃO

No Eucaliptos, moradores da Rua Ari da Silva terão esgoto canalizado

Tubulação de esgoto no bairro Licorsul está sendo trocada


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ESPORTES

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Memória Esportiva

Floresta revive a sua história Clube amador resistiu ao tempo e às dificuldades e deixou sua marca na vida dos moradores do bairro Fenavinho Noemir Leitão

F

undado em 12 de janeiro de 1971, o Clube Atlético Floresta, do bairro Fenavinho, é um dos clubes que resistiu ao tempo: sobreviveu apenas com a categoria de veteranos, ou master, como é conhecido no atual quadro. Foi no início da década de 1970 que o clube foi fundado por alguns desportistas da cidade que gostavam de futebol. Os irmãos Marcolino e Emerlindo Passarin (já falecidos), juntamente com Darci Ross, Daltro Ross, Cleri Ross, Paulo Signor e Luis Augusto Signor resolveram criar o novo clube na comunidade que deveria fazer frente com os outros times da época. No início, a equipe disputou centenas de jogos amistosos e torneios municipais e regionais com dois quadros. O time prin-

cipal era formado por atletas mais experientes, oriundos do bairro Fenavinho e de localidades próximas, e o quadro de aspirantes, composto por atletas mais jovens e com à chance de chegar ao time principal. Aspirante campeão A equipe tinha um elenco considerado um dos melhores da cidade e com atletas que poderiam trabalhar em qualquer time da época. O quadro principal chegou a ficar invicto em 27 partidas. Darci Ross, um dos fundadores, destaca que os jogos serviam sempre para testar a força e a invencibilidade da equipe. “Tínhamos um bom grupo e nossa união era muito grande. Tínhamos um único objetivo: o de fazer com que todos os atletas se sentissem bem no grupo”, disse. Uma fatalidade mudou o

destino do clube. Com a morte dos irmãos Marcolino e Emerlindo Passarin, o clube ainda tentou continuar com os dois quadros, porém, já no final dos anos 1980, a equipe iniciou um trabalho apenas com a categoria de veteranos. Além disso, o clube mudou de nome. Hoje chama-se Sociedade União Floresta Esporte Clube. Tem uma sede própria com campo de futebol e área de lazer. A atual diretoria é composta por 18 pessoas divididas entre diretoria executiva, encabeçada pelo presidente Deoclécio Pelegrin, e seu vice, Saul Savariz. O clube ainda tentou efetivar os quadros de categorias de base, mas esbarra no tempo hábil para buscar apoio e continuar o trabalho na comunidade do bairro. Atualmente, as instalações do Floresta são emprestadas

ARQUIVO

A equipe nos bons tempos de disputa dos campeonatos municipais

para o Esporte Clube Mastela e também para o Juvenil do bairro Vila Nova, para eventos, amistosos e torneios. Para buscar sua trajetória de conquistas no futebol amador, em 1994 o time iniciou a construção do seu complexo esportivo. Há ainda uma sede social

com churrasqueiras, como opção de lazer para os moradores e associados. O Floresta participou de quatro eventos esportivos da categoria veteranos e conquistou dois títulos e um vice-campeonato. narleitao@gmail.com


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