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PESQUISA
Gemas de parreiras falsas
Bento Gonçalves :: Sábado :: 8 de junho de 2013
SÃO PEDRO
À espera do frio
Embrapa alerta viticultores sobre venda irregular da variedade Magna Pág. 2
MARIANA MAIOLI, ARQUIVO
FRUTICULTURA
Queda na produção
ESTEFANIA V. LINHARES
Geada prejudicou a última safra de Kiwi de fruticultor Pág. 2
Viticultor aguarda que as baixas temperaturas cheguem para evitar perdas futuras nos parreirais Pág. 3
Sábado | 8 de junho de 2013
São Pedro Queda no cultivo da fruta chegou a 70% em algumas propriedades do distrito
Produção de kiwi é baixa A
safra de kiwi ficou abaixo do esperado pelos fruticultores. Entre os fatores apontados para a quebra está a ocorrência de uma geada durante o período de pré-florescimento da planta. O produtor Ivandro Lerin explica que o kiwi se comporta de uma forma semelhante ao caqui. Assim, “a emissão do broto floral ocorre juntamente com a flor, e foi registado no setor de abortamento de gemas”, comenta, referindo-se a parte da perda na produção. A geada aconteceu entre o final de agosto e o início de setembro quando foram registradas temperaturas muito baixas, que resultaram no abortamento interno das gemas das plantas. Para ele, a quebra foi considerável. Porém, reconhece algumas negligências na produção, como, por exemplo, a cultura ficou nos últimos planos de plantio, localizada em áreas mais baixas. “As perdas chegaram a 60% e 70% em algumas variedades”, aponta. O fruticultor lembra que é o risco que se corre, pois o fator que mais influência na produção é o clima, mesmo que seja registrado algum problema de doenças. Outros cultivos necessitam
ESTEFANIA V. LINHARES
Fruticultor Ivandro Lerin atribui a quebra a uma geada que ocorreu na pré-floração
de cuidados mais específicos. No caso do kiwi geralmente é plantado e só se visita o pomar para podar e colher, com isso, os fruticultores não se preocupavam tanto com a fruta. “Era só plantar e colher. É diferente de ficar em uma videira, um pêssego ou uma nectarina. Então, agora se começa a perceber a falta que faz aquela planta que morreu”, afirma. A colheita foi concluída no início do maio, ao contrário do ano passado, que foi concluída em 5 de junho, pois não havia previsão de geada forte naque-
le período. O fruticultor relata que, nesta safra, o fenômeno climático ocorreu no dia 10 de maio. Para não correr esse risco, os frutos foram colhidos antes. “O que salva no kiwi é que não se investe capital de mercado, a única coisa que vai é adubação”, aponta. Doenças Entre as principais doenças que atacam o pomar está a mosca. Estão surgindo novas tecnologias, ainda em processo de debates sobre as suas vantagens.
Ivandro Lerin participou da 5ª edição do Horti Serra Gaúcha, em Caxias do Sul, no final do mês de maio. No evento foram apresentados alguns lançamentos voltados para o combate a doenças, contudo o custo financeiro será elevado no primeiro momento de comercialização. Na contrapartida, o fruticultor lembra que é preciso trabalhar com segurança com o consumidor. “Se dá valor para o que produz você irá consumir, então é necessário observar o que será vendido para as outras pessoas. Estamos produzindo, mas, com certeza, quem está consumindo na frente tenha a segurança da fruta”, ressalta. Segundo ele, às vezes até pode não se ter a qualidade esperada, mas a segurança deve estar garantida para evitar incômodos futuros com o produto comercializado. “O nosso nome está em jogo como produtor e nós dependemos disso para poder seguir em frente. Então, é melhor produzir um pouco menos certas coisas ou às vezes nem colocar no mercado quando se tem algum problema para dar segurança a quem precisa”, analisa. A família Lerin possui dois hectares destinados ao cultivo de kiwi.
Processo de plantio será repensado Com a quebra na produção, o fruticultor planeja modificar o processo de plantio de mudas na propriedade que está localizada no Distrito de São Pedro. Além disso, novas tecnologias estão surgindo, entre elas, alguns produtos que visam melhorar o perfil do solo. No entanto, para o fruticultor implantar esse sistema, o custo é elevado. “Entre cultivar em risco e investir com um pouco mais de segurança, é mais vantagem investir com segurança para que, mais para frente, se tenha um retorno financeiro”, comenta, complementando que o kiwi é uma fruta que em termos de custos finais remunera bem. Outro item apontado por Lerin se refere ao país importar bastante a fruta. “De re-
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Algumas tecnologias lançadas no mercado poderão auxiliar na próxima safra
pente, estamos errando como produtor em produzir variedades que os consumidores estão acostumados a ver de qualidade de polpa verde e teor
de açúcar muito melhor, que o nosso Bruno, que é praticamente a cultura dominante”, analisa. Em países mais frios como o Chile, a Itália e Nova
Zelândia, o fruto fica muito melhor enquanto o Bruno vai a sete graus e outra variedade vai a nove graus de teor de açúcar e isso valoriza o produto. Outro problema destacado pelo fruticultor é além do teor de açúcar, a conservação dele após a colheita. Outra variedade de kiwi tendo mais açúcar é muito melhor e chega ao consumidor um produto com a qualidade superior. “Para nós, esta variedade é inviável, pois a produção é muito baixa e ocorre muito problema de abortamento de gema e não fecunda direito. Assim o risco é muito elevado para produzir e não vale apena”, frisa. Para ele, de repente, mudando o processo de cultivo do kiwi venha a ser uma boa opção de renda na fruticultura.
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FARROUPILHA
Corede Serra promove reunião dia 18 O Conselho Regional de Desenvolvimento da Serra (Corede Serra) vai realizar uma reunião na segunda-feira, 18, às 19h, no Salão Nobre da prefeitura, em Farroupilha. O encontro servirá para a discussão da aplicação de recursos e escolha das demandas municipais que integrarão o Orçamento Participativo Estadual (OP) para o ano de 2014. Na oportunidade, serão apresentadas as áreas temáticas gerais para a região e valores destinados a cada uma. Caberá aos participantes elencar quais serão incluídas na cédula de votação. A Participação Popular e Cidadã (PPC) está marcada para os dias 6 e 7 de agosto, em todo o Rio Grande do Sul, via internet, e dia 7 também em urnas itinerantes. O encontro deverá envolver as lideranças e representações das mais diversas áreas e entidades civis. Na reunião, também serão eleitos os delegados municipais.
PINTO BANDEIRA
Linha Jansen pode receber 8 km de asfalto Uma comitiva da comunidade do 47 da Jansen foi recebida pela secretária estadual de Turismo, Abgail Pereira, em Poro Alegre. O tema do encontro, que contou com a presença do prefeito de Pinto Bandeira, João Pizzio, foi desenvolver estratégias para obter a pavimentação de 8,5 quilômetros da estrada do 47. Como o trecho, também pertence aos municípios de Farroupilha e Bento Gonçalves estiveram presentes no encontro, os secretários de turismo dos três municípios para tentarem encaminhar o problema em conjunto. A comitiva da comunidade, que se destaca pela produção de frutas, assim como as autoridades envolvidas, ficou animada pelas perspectivas estudadas conjuntamente para desenvolver o turismo na região.
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GEMAS FALSAS
Embrapa alerta para venda de gemas de parreiras falsas A Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves durante a semana alertou aos viticultores, no sentido de que ‘não comprem gato por lebre’. É que estão sendo vendidas, na Serra Gaúcha, gemas de uma cultivar de uva como sendo – mas não o são – de BRS Magna, variedade recém-lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que a desenvolveu e detém os direitos de propriedade intelectual sobre ela. “A única autorizada a comercializar material de BRS Magna é a própria Embrapa, até o momento”, sublinham os coordenadores do programa de Melhoramento Genético de Uva da Empresa, pesquisadores Patricia Ritschel e João Dimas Garcia Maia. Segundo os coordenadores, as informações que chegam é de que essa outra cultivar produz uma uva de cachos grandes, muito compactados, com bagas de película fina. Por conta dessas características, “trata-se de uma uva inadequada para as condições da Serra Gaúcha: em anos de safra normal, a ocorrência de chuva na época da colheita deixa uma variedade como essa muito propensa a apresentar podridões”, dizem os pesquisadores. “Ou seja, quem comprar dessa cultivar não vai estar adquirindo um bom material”, reforçam. Quem está comercializando a falsa BRS Magna está infringindo a lei em diversos
aspectos, podendo sofrer processo judicial, anotam Patricia e Maia. Eles afirmam que se cogita que esse material tenha sido furtado da área da Embrapa. Tratar-se-ia de uma variedade destinada à produção de matéria-prima para suco, descartada justamente por conta da compactação dos cachos e da película fina das bagas. De qualquer modo, a unidade de pesquisa está atenta para a situação, estudando a possibilidade de levar o caso para o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e demais instâncias de fiscalização. A partir de julho, contudo, quatro viveiros, vencedores de edital lançado pela Embrapa, estarão aptos a comercializar material vegetativo de BRS Magna. São eles: Vitacea, de Caldas (Minas Gerais), Rasip, de Vacaria (Rio Grande do Sul), Clone, de Araucária (Paraná), e Beifiur, de Garibaldi (Rio Grande do Sul). Viticultores interessados na cultivar podem entrar em contato com os estabelecimentos, para fazer reserva. A propósito, material da variedade, no momento, está esgotado: pedidos serão encaminhados para lista de espera, não sendo garantido o fornecimento ainda em 2013. Lançada em âmbito nacional em novembro passado, em Sinop em Mato Grosso, a BRS Magna foi apresentada o quinto Horti Serra Gaúcha, em Caxias do Sul.
São Pedro Produtores temem que frio chegue após a brotação
Atraso na chegada do frio preocupa viticultores F
altando apenas 13 dias para o início oficial do inverno, os viticultores estão de olho nas previsões climáticas para saberem como será a estação mais fria do ano. As temperaturas baixas ainda não foram registradas para colaborar no cultivo da uva para a próxima safra. Segundo o viticultor Juarez Fracalossi, era para ter ocorrido mais de um mês de frio, o que não aconteceu. Caso isso não ocorra nos próximos dias, os parreirais podem brotar antes do tempo recomendado e, se o frio chegar após a brotação, pode afetar a próxima safra, assim como aconteceu em outras safras. “O frio de uma hora ou outra vem, e quando vira o tempo, as parreiras podem brotar e ocorrer perdas”. Na propriedade de Fracalossi, localizada no Distrito de São Pedro, como são áreas altas, onde é cultivada a variedade chardonnay, o produtor verificou que em algumas plantas já estão brotando algumas pontas. “Tem que dar um inverno bom e as vendas de vinho boa, pois está parada a comercialização”, comenta. No entanto, algumas folhas da planta ainda nem caíram, o que já era para ter acontecido. O produtor cultiva as variedades de uva moscato, chardonnay e niágara rosada. Na última safra, a maior dificuldade foi a comer-
ESTEFANIA V. LINHARES
Juarez Fracalossi cultiva as variedades de uva moscato, chardonnay e niágara rosada
cialização das uvas brancas, principalmente a moscato. “Quando não faz frio, não se vende muito o vinho. Quem vai tomar vinho com as temperaturas altas? Não tem como. Se faz calor, eles tomam outro produto como a cerveja”, avalia. A justificativa é que a estocagem de vinho ainda possuía unidades do ano passado. Mesmo assim, o produtor vai aguardar que o tempo colabore e faça o frio necessário para o cultivo da próxima safra. As frutas destinadas à produção de suco foram vendidas facilmente, pois fazem parte do programa da merenda escolar. Mão de obra Um dos problemas apontado por Fracalossi na agricul-
tura hoje é a falta de mão de obra. “Estávamos conversando esses dias e acho que, não vai mais 10 anos a colônia porque não se conseguem trabalhadores”, afirma. Conforme ele está difícil até mesmo contratar alguém que realize a poda. Para comparar a escassez de trabalhadores, esse fator não acontece somente na produção de alimento. O viticultor lembra que estão sendo trazidos trabalhadores haitianos para atuarem na construção civil no município. Porém, Fracalossi alerta que, na colônia ninguém quer trabalhar. “Somente em São Pedro, de 110 famílias, de 18 anos não vai encontrar 15 jovens. A agricultura não possui muito incentivo”, lamenta.
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Estefania V. Linhares regional@jornalsemanario.com.br FOTOS, DIVULGAÇÃO
Tratores (1) Desde o sábado, 1º de junho, está em vigor a resolução do Conselho Nacional de Trânsito (Contran) que obriga o registro de tratores destinados a puxar ou arrastar maquinaria de qualquer natureza ou a executar trabalhos agrícolas, de construção, de pavimentação ou guindastes no Sistema do Registro Nacional de Veículos Automotores (Renavam). O proprietário que não cumprir as determinações da resolução estará sujeito a multa gravíssima, cujo valor atual é R$ 191,54, e sendo anotado sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e a apreensão do veículo.
Tratores (2)
Tratores (3)
A resolução resultou em debates acirrados na Câmara dos Deputados, pois alguns parlamentares acreditam que esta medida possa prejudicar o setor ruralista. Conforme as resoluções 429 e 434 do Contran, os veículos agrícolas novos, fabricado a partir de janeiro deste ano, terão que passar por um pré-cadastro feito pelo fabricante, montadora ou importador. Para os tratores já comercializados, não será necessário o cadastro prévio.
O emplacamento não será obrigatório, mas será exigido tratores que circularem em vias públicas. Caso seja emplacado, os proprietários dos veículos terão que arcar com o pagamento da taxa de licenciamento anual. Pela resolução, os tratores que precisarem de emplacamento terão que afixar a placa apenas na parte traseira. Agora, é observar como será cumprida a medida pelos órgãos fiscalizadores.
Viticultura
Propriedade
A Embrapa Uva e Vinho, de Bento Gonçalves, alertou os viticultores que estão sendo vendidas, na Serra Gaúcha, gemas de uma cultivar de uva como sendo – mas não o são – de BRS Magna, variedade recém-lançada pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, que a desenvolveu.
A reportagem “Fruticultor cultiva a atemoia”, publicada na página 2 do caderno Regional, de sábado, 1º de junho, afirma que as terras são de propriedade de Paulo Felippe. Porém a proprietária da área localizada em Linha Alcântara, é Catarina Marin Fellipe.
O Primeiro Encontro de Som Automotivo e Borrachão de Monte Belo do Sul foi realizado no domingo, 2. O evento contou com um público de três mil pessoas e muitas equipes de som e borrachão da região. O encontro foi organizado pela prefeitura e por Kiko Som de Bento Gonçalves, e aconteceu durante todo o domingo, e com a entrada franca. Porém, arrecadou cerca de mil peças de roupas para a Campanha do Agasalho 2013.
Agenda
festa no interior
Jantar
Festa
Festival
A Linha 150 da Leopoldina em Santa Tereza, promove, no sábado, 15, o tradicional Jantar do Coelho. Mais informações com a comissão organizadora na comunidade.
A Linha Alcântara estará promovendo a Festa do Padroeiro amanha, 9. A programação inicia às 10h30min.
O 27º Festival Colonial Italiano considerado um dos maiores eventos da gastronomia típica italiana da Serra Gaúcha, acontece hoje, 8, e amanhã, 9, nos Pavilhões da Fenachamp, em Garibaldi. Hoje, o evento inicia a partir das 19h, e no domingo, a partir das 11h. A programação artística terá Beto Valduga Internacional e no domingo, Vocal Allegro e Ragazzi Dei Monti. Além disso, haverá comercialização de artesanato. O cardápio contará com massa, galeto, polenta, salame, queijo, vinho, além de produtos coloniais, artesanais e shows.
Feira A Escola Estadual Pedro Migliorini promove a Feira das Etnias no sábado, 15, às 14h, no Ginásio de Esportes de Monte Belo do Sul. O evento terá como tema “A união constrói a história”.
Reunião Em Veríssimo de Matos, Tuiuty, acontece, na quarta-feira, 12, uma reunião dançante. A festa começa às 15h.
Dia do Vinho A programação do Dia do Vinho acontece hoje, 8, e amanhã, 9, no Salão Paroquial, na Praça Central de Monte Belo do Sul. A programação inicia com a abertura oficial às 10h. A programação engloba visitação a primeira Mostra do Vinho, degustação de vinhos oferecida pelas vinícolas da região, gastronomia colonial e shows. Hoje, às 20h30min, ocorre o XII Festival do vinho na Comunidade Santo Isidoro. No domingo a programação inicia às 10h e se estende até às 18h.