14-05-14 - Variedades - Edição 3027

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Quarta-feira, 14 de maio de 2014

Variedades Cultura, diversão e entretenimento

Lançamento

FABIANO MAZZOTTI, DIVULGAÇÃO

“Amazônia – Estradas d’água” será lançado em dois momentos: no dia 21 de maio em Manaus, durante abertura da Transpo Amazônia; e no dia 6 de junho, em Bento Gonçalves, no Bistrô Café com Arte, das 17h às 24h. O livro custará R$ 50 no dia do lançamento e após, R$ 90.

Imersão em estradas d’água Josiane Ribeiro

N

geral4@jornalsemanario.com.br

Sobre o livro O projeto, que tem financiamento da Lei Rouanet e patrocínio da empresa Transportes Bertolini Ltda., foi desenvolvido ao longo de 2013 – ano internacional de cooperação pela água de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU). Com formato quadrado (28cm x

28cm) o livro apresenta fotografias como se fossem rios, pois não respeitam as margens. A obra foi apresentada à imprensa na quinta-feira, 8, no Bistrô Café com Arte. Após a apresentação, os convidados puderam degustar um jantar com pratos da culinária da Amazônia. FOTOS JEFERSON SOLDI, DIVULGAÇÃO

as curvas dos rios e na imensidão das águas ele deixou todos os seus medos. Em meio a incertezas e todos os riscos, o que ficou foi o aprendizado e a experiência eternizados em fotografias que engrandecem o olhar e confortam a alma. Após um ano vivenciando e registrando as peculiaridades e o modo de vida de um povo muitas vezes esquecido, o jornalista e fotógrafo bento-gonçalvense Fabiano Mazzotti apresenta o livro “Amazônia – Estradas d’água” realizado em parceria com a escritora Marli Tasca Marangoni. Enquanto um homem carrega uma carga três vezes mais pesada que seu próprio corpo outros equilibram-se em pequenos barcos para retirarem da água o sustento. Na estrada de chão meninas percorrem um trajeto de dois quilômetros para chegarem até a escola. O objetivo de Mazzotti foi registrar o real, sem invenções, para captar o que os olhos não estão acostumados a ver. “Na Amazônia a cultura transita pela água e não pela terra. Nunca temos o mesmo rio, assim como nós nunca somos os mesmos. Quis mostrar o real. Dessa forma acredito que seja possível transmitir a informação local com autenticidade”, afirma Mazzotti. Para compor o projeto, Mazzotti permaneceu na região norte do país durante seis meses em três diferentes épocas do ano. “Eles tem

outra cultura e outros costumes. Passei por momentos difíceis e em um deles pensei que ia morrer. Mas a felicidade era plena quando eu estava na água, por exemplo. Trouxe de lá a simplicidade no modo de viver”, conta. Entre embarcações, transporte, a beleza dos rios, flora, fauna e o modo de vida ribeirinho, 26 poemas com palavras impressas em tamanhos diferentes fazendo uma analogia ao movimento das águas. Após 10 dias visitando o Amazonas, Marli pode vivenciar um pouco da cultura da região. “Foi um momento reconciliador. Me surpreendi com a comunidade ribeirinha que supera até mesmo a noite e tateia uma estrada líquida. Quando vemos a pequenez da vida, nos perdoamos pelos nossos limites rasos”, ressalta a escritora. “Amazônia – Estradas d’água” foge do clichê em sua composição e apresentação, desde a abertura dos capítulos, com fotos dispostas em páginas duplas, até o final de cada capítulo, quando três fotos dividem espaço em uma única página com um espaço em branco. “É a sugestão para que os leitores preencham esse espaço em branco, para que não se contentem em ver esse vazio, tanto no livro como em suas vidas”, destaca Mazzotti. Além disso, as fotos muitas vezes ultrapassam uma possível margem. “O rio não tem limites. Muitas vezes, nas nossas vidas, nos colocamos limites. A partir disso podemos ser mais ousados. Podemos ser mais rio”.


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