Variedades Cultura, diversão e entretenimento
CRISTIANO MIGON
JS
Quarta-feira, 6 de agosto de 2014
Um olhar
diferente sobre o vinho O Parque Temático Dal Pizzol apresenta a bebida tradicional como um produto cultural, sua produção e história
Vitória Lovat geral1@jornalsemanario.com.br
M
ais do que apreciar uma taça de cabernet sauvignon, o vinho traz uma vasta cultura consigo. Do cultivo da uva até a milenar tradição da produção da bebida, o vinho passou por gerações, que tornaram cada vez mais modernos os meios de finalização do produto. No interior de Bento Gonçalves, no distrito de Faria Lemos, O Instituto R. Dal Pizzol apresenta, no seu parque temático, atrações que remetem à história da cultura do vinho. Rinaldo Dal Pizzol, diretor do Instituto Dal Pizzol, diz que o enoturismo e a cultura do vinho precisam ocorrer simultaneamente, já que ele não é apenas uma bebida, mas sim
um produto cultural. O enoturismo é a apreciação da bebida, enquanto a cultura do vinho como turismo é a apresentação de fundamentos culturais ligados a sua produção. “O enoturismo e a cultura do vinho andam juntos porque o visitante não faz centenas de quilômetros só para degustar um vinho. Hoje, há muitos lugares que oferecem boas degustações, além de cursos e a popularização do somelier”, explica. Segundo Dal Pizzol, esse aspecto cultural, cada vez mais valorizado pelo turista, ocorre devido à busca de diferentes sensações. “O turista busca sensações e emoções além de uma simples degustação, ele busca de emoções às vezes até inconscientes, e é assim que está se consolidando este movimento social da cultura do
vinho”, destaca. Essas emoções, no Parque Temático, são proporcionadas com atrações como o Ecomuseu da Cultura do Vinho, que apresenta exemplares de vinhos históricos de todo o mundo. Nele também há uma coleção de saca-rolhas e outros objetos que eram utilizados em sua produção antigamente. O Parque, que já tem 10 anos de história, é parte do Instituto R. Dal Pizzol que, sem fins lucrativos, tem o suporte do Ministério da Cultura há três anos. Segundo Dal Pizzol, o objetivo é difundir a cultura e a história local. No parque há centenas de plantas catalogadas e muitos animais soltos pelos oito hectares. Dal Pizzol diz que a variedade é tão grande que se pode considerar um museu a céu aberto. “Há uma
A enoteca, no forno de uma antiga olaria, abriga vinhos produzidos desde 1974
coleção de espécies nativas e exóticas, identificadas e catalogadas, de certa forma, que pode se considerar um museu botânico, além de todos os animais domésticos que ficam soltos”, ressalta.
Videiras e vinhos em acervo Um dos principais atrativos do local são as 400 variedades de videiras: muitas adultas em produção há alguns anos, algumas que entram em produção em 2014 e outras ainda por serem plantadas. “Isso não é muito comum porque pouquíssimas pessoas fazem a catalogação. Na época da uva, é muito emocionante ver em um espaço tão pequeno toda essa biodiversidade”, comenta. Além da vasta variedade, há a réplica de
um vinhedo que foi plantado no início da imigração. Como todas essas uvas, que dão origem a vinhos desde 1974, no local há uma enoteca que está dentro de um forno de uma velha olaria. A poeira sobre as garrafas deixa o local com uma aspecto ainda mais medieval. “Não é uma enoteca convencional, é uma coleção de vinhos que foram produzidos por nossa pequena empresa da família que foi fundada em 1974 e produz vinhos finos desde aquele ano”.
Visitações As visitações são gratuitas e diárias, no entanto o restaurante é fechado apenas para grupos especiais.
Rinaldo Dal Pizzol destaca as diferenças entre o enoturismo e a cultura do vinho