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Desde 1982 DIRETOR EXECUTIVO: ÁLVARO PEREIRA
Terrorismo à brasileira: o que há por trás das prisões
Depois dos atentados em Orlando e Nice, e com a proximidade da Olimpíada, a polícia brasileira achou que esse bando de amadores não podia ser desprezado. Invocou a Lei Antiterror, recém-aprovada, e pediu a prisão preventiva do grupo, decretada pelo juiz Marcos Josegrei da Silva, titular da 14ª Vara Federal de Curitiba. Deflagrada num momento de tensão global com a ameaça de ataques, a operação provocou grande repercussão na imprensa mundial. Brasil A3
Partidos manifestam apoio a coligação “A Força que Vem do Povo” em Jardim
O primeiro dos partidos a declarar apoio ao grupo foi o Partido da República – PR, manifestando não ter pré-candidato a prefeito, mas apresentou o vereador Sergio Henrique Sá Braga (Professor Serginho), como pré-candidato a vice-prefeito. E para compor a proporcional, foram apresentados os pré-candidatos a vereadores que formaram a Coligação “A Força que Vem do Povo II” composta pelos partidos PT, PR e PDT. Os partidos PSL, PMN, PTdoB, PP, PV, PRP, PTC, PTN, PSDC, PHS e PSC, após deliberarem individualmente, também demonstraram apoio ao grupo, integrando o Arco de Aliança “A Força que Vem do Povo” declarando não terem pré-candidatos para a majoritária, apresentando assim, seus pré-candidatos a vereadores. Cidades A7
Pernilongo é potencial transmissor de zika, diz estudo
UM JORNAL COMPROMETIDO COM A VERDADE
ANO 34
• SEXTA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2016 •
PREÇO • R$ 1,00
Nº 1.808
MUNDO O partido de Trump: bilionário é a nova face dos republicanos. B2 SAÚDE SUS passará a oferecer remédio que pode prevenir a aids. B4 CIDADES Terminal de Murtinho integra multimodal para transporte de aço até a Bolívia. A7 BRASIL
Lula atuou para interferir no trabalho do Judiciário. B2
PMDB lança pré candidatura de Menê a prefeito de Nioaque O PMDB de Nioaque lançou a pré candidatura a prefeito do ex-vereador Hermenegildo Santa Cruz, o Menê, na última quinta-feira, 21, com a presença do senador Waldemir Moka e do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa e do diretório estadual do partido, Junior Mochi. Valdeci Ferreira, presidente da
comissão provisória do PMDB na cidade, abriu a reunião apresentando os pré candidatos a vereadores pelo partido, enaltecendo ainda a presença do senador Moka e do deputado Junior Mochi. “Hoje lançamos a pré candidatura do Menê e dos nossos pré candidatos a vereadores. A presença do senador Moka e do deputado Juniro Mochi aqui, mostra que
teremos o respaldo das lideranças estaduais do nosso partido para vencer estas eleições”, disse o vereador. Valdeci ainda citou na composição da mesa a presença do coronel da reserva e ex comandante do 9º GAC, Jorge de Souza, também pré candidato a prefeito pelo PV, como possível vice na chapa encabeçada por Menê. Já o deputado Junior Mochi,
FAZER MUSCULAÇÃO COM POUCO PESO TAMBÉM É EFICAZ: De acordo com estudo publicado por pesquisadores canadenses, isso é possível, desde que você aumente o número de repetições até não conseguir mais. Saúde B4
citou em seu discurso as qualidades de Menê como ex-vereador e presidente da Câmara, secretário municipal em outras ocasiões, sempre contribuindo para o municipio. “Temos a certeza de que o Menê é o melhor nome disparado para administrar Nioaque, currículo e capacidade não lhe faltam. Cidades A8
Facebook liberou dados de investigados por terrorismo, diz juiz
O juiz Marcos Josegrei, de Curitiba, afirmou que o Facebook abriu todos os dados dos suspeitos de tramar um atentado durante a Olimpíada quando a empresa foi informada de que a investigação apurava suposta prática de terrorismo. A rede liberou acesso a informações de comunidades e chats secretos. Brasil A4
CIDADES
Corrida de Inverno da TV MS Record entrará oficialmente para calendário do Festival de Inverno. A8
Saúde B3
Operador revela a Moro ‘conta corrente’ de propina do PT
O engenheiro Zwi Skornicki, apontado na Operação Lava Jato como operador de propinas do esquema na Petrobras, declarou ao juiz federal Sérgio Moro ter pago 4,5 milhões de dólares ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, entre 2013 e 2014. Ele revelou a existência de uma “conta corrente” por meio da qual repassava valores ilícitos a ex-dirigentes. Brasil A3
tpnews.com.br
SAÚDE
Pesquisa americana afirma que misturar álcool e energético aumenta risco de intoxicação. B3
EL X BRASIL
Uma adolescente brasileira pede dicas pelo Twitter para participar de um grupo ligado ao autodenominado Estado Islâmico (EI) no aplicativo de mensagens Telegram. A resposta chega horas depois, publicada em português por um perfil anônimo que escreve em árabe, turco e inglês: “Clique neste link e entre em nosso canal.” Mundo B2
4,5 MILHÕES EM CAIXA 2
O marqueteiro João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, foram interrogados na tarde de quinta-feira, 21 de julho, na ação penal em que são acusados de recebimento de propinas do esquema montado na Petrobras, e confessaram que, ao serem presos em fevereiro pela Polícia Federal, mentiram no inquérito. Brasil A4
USE A MENTE PARA MALHAR
A prática é usada em treinamentos de alto nível, mas para testar os efeitos que ela teria em pessoas com vida predominantemente sedentária, o programa da BBC “Confie em Mim, Sou Médico” organizou um experimento com um grupo de sedentários e o professor Tony Kay, da Universidade de Northampton, no Reino Unido. Saúde B4
A2 artigos • • •
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PUBLICADO DESDE 26 DE ABRIL DE 1982 SEDE Rua Sete de Setembro, 1435 - Centro - Jardim - MS - 79240-000 SUCURSAL Rua Praia da Areia Branca, 119 - Jd. Autonomista - Campo Grande MS 79022-463 REDAÇÃO Rua Sete de Setembro, 1435 -Sala A - Centro - Jardim - MS - 79240-000 tribunapopularnews@gmail.com Telefone: (67) 3251-2000 (Interior) / (67) 3222-7707 (Capital) DIRETOR EXECUTIVO Álvaro Pereira DIRETOR Álvaro Pereira Filho EDITORA CHEFE Maria Sandra J. R. Pereira REDAÇÃO Toninho Ruiz, Toninho Souza e Raquel Rodrigues IMPRESSÃO Gráfica Qualidade - CNPJ 05.042.060/0001-90 - Rua 14 de Julho, 204 - Vila Santa Dorotheia, Campo Grande - MS ALVARO PEREIRA FILHO EIRELI -ME - CNPJ 20.638.681/0001-25 (INTERIOR) PEREIRA E RODRIGUES SERVIÇOS DE NOTÍCIAS LTDA - CNPJ 11.704.547/0001-94 (CAPITAL)
ARTIGOS
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Carlos Sandrini
Urgente: mudança de rumo das cidades
As principais cidades do mundo começaram a ser desenhadas há séculos, e elas não estão preparadas para o que acontecerá a partir dos próximos anos: a quase extinção do comércio popular de rua; o abandono dos antigos edifícios comerciais; a fuga das indústrias; as mudanças na relação de emprego; a robotização; e a inteligência artificial. Cabe ao poder público adaptar as cidades às novas necessidades, vocações e desejos. Tudo isso sob os preceitos da sustentabilidade. Em meados do século passado, iniciou-se a revitalização do centro das cidades portuárias como Rotterdam, Baltimore, Boston, Buenos Aires, Sidney e Barcelona. Foram intervenções bem-sucedidas que reverteram a degradação da área central destas cidades. Algo que, de forma mais modesta, está sendo feito no Rio de Janeiro. Porém, se no século passado a degradação foi maior nas cidades portuárias, agora o problema será de todas as médias e grandes cidades. As novas tecnologias
e as mudanças de comportamento social irão, em menos de 10 anos, alterar o comércio, a indústria, o ensino, a relação de emprego, o trânsito, a construção civil e, consequentemente, o perfil urbano. Já estão sobrando espaços no centro das cidades. É a hora de, a exemplo de Seul, na Coréia do Sul, fazer aflorar os rios e riachos que foram canalizados; desadensar eliminando edificações desnecessárias, criando percursos pelo interior das quadras, deixando o centro respirar; evitar a “musealização” do patrimônio histórico, dando vida aos mais importantes exemplares da arquitetura. Veremos também uma diminuição natural do trânsito nos grandes centros urbanos. Isso ocorrerá, principalmente, pela diminuição drástica da frota de automóveis, motivada pela mudança da cultura do carro próprio com a adoção do compartilhamento, por alternativas privadas e inteligentes de otimização de transporte e pelas soluções que evitam o deslocamento das pessoas. Obviamente, toda essa trans-
formação vai refletir em mudanças na construção civil. Os edifícios comerciais deverão vender oportunidade de gerar negócios e não somente espaço. Hoje, vemos a diminuição da demanda para os edifícios de salas comerciais. Diversas variedades de coworkings vocacionais irão substituí-los. Os prédios residenciais deverão atender aos novos hábitos de consumo e relacionamento. Os projetos deverão viabilizar a prestação de novos serviços nas dependências do condomínio, sejam nos apartamentos ou nas áreas comuns. Assim como offices nas áreas comuns, para que os moradores possam receber pessoas para assuntos de trabalho. A tendência no Brasil é de prédios com aproximadamente 65 pavimentos, altura que só Balneário Camboriú (SC) ousou alcançar. Com este número de pavimentos, equacionado pelo número de torres e de elevadores independentes, o número de apartamentos poderá ser suficiente para sustentar um condomínio
inteligente, para todas as classes sociais. É importante salientar que, independentemente do tamanho, as edificações deverão sempre ser amigáveis aos pedestres e à escala humana ao nível do solo. No Brasil, mais de 84% da população vive em área urbana. Em todo o mundo, esse índice não para de crescer. Para o Departamento dos Assuntos Econômicos e Sociais das Nações Unidas, gerir áreas urbanas é um dos principais desafios do século XXI. Para evitar a degradação dos centros urbanos, é fundamental que as iniciativas públicas e privadas comecem a agir agora. Os poderes executivos e legislativos deverão decidir se essas transformações levarão progresso ou pobreza para suas cidades. As oportunidades que as novas tecnologias e comportamentos sociais estão trazendo são muitas. Planejar, legislar e decidir com visão de futuro é a diferença entre a evolução e o caos urbano.
Marcos Nehme
Não corra riscos capturando Pokémons por aí...
A menos que você tenha passado as últimas semanas em uma caverna, certamente escutou falar do “Pokémon Go”, novo jogo da Nintendo. Pensando melhor, mesmo que estivesse morando em uma caverna, provavelmente alguém entraria lá tentando achar um Pikachu. Pokémon Go é atualmente o mais popular game para plataformas móveis. Gerou para a Apple em 15 dias mais de U$ 3 bilhões de dólares em vendas de Pokecoins – moedas praticadas para compra de privilégios no jogo - fazendo as ações da Apple subirem 6% em menos de 15 dias. Ele também é o primeiro jogo da história a alcançar dez milhões de downloads em apenas sete dias de vendas deixando Clash Royale, Candy Crush Jelly Saga e os Angry Birds a ver navios**. Embora o jogo esteja em toda parte, há alguns riscos importantes que você precisa conhecer antes de se aventurar ou deixar seus filhos circulando por aí com um mobile device nas mãos. Uma das maneiras de criar um usuário do jogo é usando uma conta existente do Gmail (Google). Ao fazer isso, o desenvolvedor do Pokémon Go, a Niantic, passa a ter acesso à conta. Surgi-
ram algumas notícias falsas de que a Niantic teria “carta branca” para acessar os dados de seu usuário, o que não nos parece ser o caso. A empresa na verdade tem acesso restrito às informações e afirma que solicita apenas uma pequena quantidade de dados ao Google para compreender o perfil de seus gamers. De qualquer maneira, é importante lembrar que pode haver uma diferença entre o que uma organização diz acessar e o que ela é capaz de acessar de fato, mas principalmente, deve-se considerar aquilo que ela poderá acessar no futuro. Em outras palavras, mesmo que a Niantic planeje acessar apenas um pequeno volume de dados,
ela é capaz, na realidade, de visualizar muito mais. Há também o risco da empresa sofrer ataques de hackers ou de um funcionário desonesto fazer uso inadequado de suas informações. A maneira mais fácil de eliminar esse risco é criar uma nova conta de e-mail que seja usada exclusivamente para o Pokémon Go. Além disso, o usuário deve evitar misturar dados dessa conta específica com informações de sua conta principal do Gmail. Outro risco que deve ser levado em consideração é o de instalar versões falsas do Pokémon Go ou aplicativos que prometem ajudar você de alguma forma no jogo. Este tipo de “App complementar” é mui-
to comum nas lojas virtuais quando uma nova febre aparece para Androids e IOSs. Se você fizer download do jogo e/ou de aplicativos de ajuda, use apenas canais oficiais, como a Google Play Store ou a Apple App Store. Além disso, desconfie se, aparentemente, o aplicativo não for popular ou for usado por poucas de pessoas. Nesse caso, talvez você esteja lidando com um malware que conseguiu se infiltrar na plataforma fechada. Além dos perigos cibernéticos, também há riscos de segurança física relacionados ao Pokémon Go. Enquanto perambulam por aí em busca de um Charizard, nem sempre os usuários prestam atenção à sua volta, seja um penhasco à beira do mar ou mesmo podem entrar em bairros perigosos. Se o número de usuários for um indicador, o Pokémon Go é claramente uma tendência. Porém, como com qualquer conceito novo de tecnologia, é preciso ter cuidado. Esperamos que o usuário em conta os alertas mencionados na próxima vez que estiver tentando capturar um Pokémon dentro de uma caverna.
Renato Falchet Guaracho
O WhatsApp como ferramenta de crime
No último dia 21 de julho, a Polícia Federal deflagrou a “Operação Hashtag”. Agentes policiais cumpriram doze mandados de prisão contra pessoas suspeitas de planejar ataques terroristas durante as Olimpíadas do Rio, representando o Estado Islâmico no Brasil. A Policia Federal alega que o grupo conversava pelos aplicativos WhatsApp e Telegram para impedir que os agentes tivessem acesso às conversas e aos planos. O caso aconteceu apenas dois dias após o aplicativo WhatsApp ter sido temporariamente bloqueado pela justiça por dificultar investigação criminal e ter voltado a funcionar por determinação do Ministro Ricardo Lewandowski, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF). As informações obtidas pela Operação Hashtag trazem novamente à tona o risco que o aplicativo produz à segurança pública, permitindo que terroristas atuem em ter-
ritório nacional utilizando-o como uma espécie de porto seguro. Nesse passo, observa-se que o Supremo Tribunal Federal em decisão de caráter aparentemente político imunizou o WhatsApp de novos bloqueios, ao menos até que o assunto seja analisado pelo Pleno do STF. Enquanto não se alcança uma definição, juízes de primeira instancia, Polícia Federal e Ministério Público ficam reféns da vontade do Facebook, empresa que controla o aplicativo, para a liberação de conversas consideradas suspeitas e que necessitem de investigação. Trata-se de uma importante ferramenta de defesa, que falta-nos neste momento. Infelizmente, o assunto não tem recebido merecida atenção. Nossa Constituição Federal sofre um grande golpe justamente do órgão que deveria defendê-la. Um grave risco para a soberania nacional.
Giuliano Sarzana
O Marketing Digital realmente funciona?
Se você tem uma empresa ou é responsável por captar clientes para a empresa que trabalha, já deve ter se feito essa pergunta muitas vezes. O Marketing Digital surgiu há alguns anos, vem sendo muito falado, invade nosso dia a dia, mas será que ele realmente funciona? Para responder essa pergunta vamos antes entender o que é o Marketing Digital. Será a promoção de produtos na Internet? Será ter um website? São posts em redes sociais? É aparecer nas pesquisas do Google? É um pouco de tudo. Podemos dizer que o Marketing Digital é um conjunto de ações de comunicação que as empresas podem se utilizar por meio da Internet, seja de acessos fixos como desktops ou móveis como os celulares, para divulgar e comercializar produtos, conquistar novos clientes, melhorar a sua rede de relacionamentos e diminuir seus custos de vendas. Posto isso, vamos voltar a pergunta original: O Marketing Digital realmente funciona? A resposta é sim, desde que bem feito e executado! Ter uma presença online e explorar as vantagens do Marketing Digital pode trazer grandes resultados para sua empresa, com baixo custo em relação às mídias tradicionais offline. Mas também pode ser um fracasso se não for bem feito e pode desperdiçar muito dinheiro. E não o fazer pode significar o fim de seu negócio. A evolução da Internet nos permite cada vez mais conhecer e segmentar nossos con-
sumidores. Essa é a regra básica para se ter sucesso em Marketing Digital: falar com quem realmente interessa, ou seja, com seu público. Se você pensa que colocar um banner num portal com sua marca ou comprar a palavra chave do nome de sua empresa no Google é o suficiente para ter uma boa estratégia de marketing digital está muito enganado. O consumidor da Internet é tão ou mais exigente que o consumidor tradicional. Uma boa estratégia de Marketing Digital consiste em segmentação de mercado, website com conteúdo interessante, presença em sites de relevância para seu público, engajamento em redes sociais, bom posicionamento em Google, geração de Leads, utilização de ferramentas de automação, atendimento eficaz online, mensuração de resultados, e muito mais. Não é simples, mas se bem feito funciona. E é vital para a sobrevivência de seu negócio. Lembre-se que só no Brasil são quase 100 milhões de usuários de Internet e com certeza seu consumidor está entre eles. Se sua empresa não está explorando o Marketing Digital, seu concorrente está. Não importa o tamanho de sua empresa. Se você já atua com Marketing Digital e está tendo bons resultados, ótimo, continue assim e procure aprimorar cada vez mais! Se atua e o resultado não está sendo bom, algo está errado, analise e identifique oportunidades de melhoria. Se não atua, corra, está atrasado.
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Erro de radar obriga Haddad a cancelar 17 mil multas em São Paulo.
SEXTA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2016 A3
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BARULHO EXCESSIVO
Terrorismo à brasileira: o que há por trás das prisões Estirado em um velho sofá azul, vestindo calças camufladas de combatente e com os cabelos desgrenhados, um jovem imberbe esforça-se para explicar a um interlocutor as suas convicções sobre algo que parece conhecer pouco, o Islã. Brasileiro, ele se confessa admirador de uma certa “doutrina do terror”. Explicando melhor, considera justificável que inocentes sejam assassinados em ataques suicidas para vingar a morte de muçulmanos. Ele sabe que está sendo filmado. “Fomos nós, muçulmanos, que invadimos o país deles?”, questiona. O diálogo não segue uma lógica cartesiana, mas fica claro que ele se refere ao atentado ocorrido na Flórida, em que 49 pessoas morreram num ataque terrorista a uma boate gay. “Mataram cinquenta lá. E os 10 000 do Afeganistão? Não tiro a razão dos caras”, diz. O rapaz sofre para organizar o raciocínio, enquanto pronuncia palavras arrastadas, balbucia coisas incompreensíveis, chegando a aparentar uma descompensação mental. Por fim, festeja o atentado em Nice, na França, que fez 84 mortos, “infiéis”, como ele os chama. As cenas desse vídeo levaram a Polícia Federal a desencadear a operação antiterror da semana passada, a maior do gênero já vista no Brasil. Foram expedidos vinte mandados de busca e apreensão em dez estados. Onze homens
foram presos e um ainda estava foragido. Todos foram transferidos para o presídio de segurança máxima em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O rapaz que admira a “doutrina do terror” vinha sendo monitorado havia meses por agentes da Divisão Antiterrorismo. Ele e outros onze brasileiros participavam de grupos que juraram lealdade ao Estado Islâmico, discutiam estratégias de combate, tentavam aliciar pessoas. Eram só observados, até o momento em que um deles tentou comprar um fuzil AK-47 pela internet, outro recomendou que fizessem treinamento de tiro, um terceiro conclamou os colegas a se matricularem em cursos de artes marciais — e todos conversavam sobre um ataque durante os Jogos do Rio de Janeiro.
A suposta “célula brasileira do Estado Islâmico” vinha sendo monitorada pela Polícia Federal e pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin). Os investigadores acompanhavam os passos do grupo pela internet, no Facebook, no Twitter e em aplicativos de troca de mensagens. A princípio, os “defensores da sharia”, código de leis seguido pelos muçulmanos radicais, não pareciam ameaçadores. Entre as mensagens captadas pela polícia estão discussões sobre se o grupo deveria ou não considerar a possibilidade de cometer um atentado no Brasil, já que, como disse um dos integrantes, o país não participa da coalizão que combate o Estado Islâmico (ao que outro participante retrucou que o Brasil não, mas alguns dos países que virão ao Rio para
e pediu a prisão preventiva do grupo, decretada pelo juiz Marcos Josegrei da Silva, titular da 14ª Vara Federal de Curitiba. Deflagrada num momento de tensão global com a ameaça de ataques, a operação provocou grande repercussão na imprensa mundial. A ação policial está absolutamente correta do ponto de vista preventivo, mas acabou escancarando o que poucos brasileiros sabem: a disputa renhida entre a Abin e a PF pelo protagonismo no combate ao terrorismo. A Abin e a PF não se entendem, embora devessem trabalhar em para Olimpíada sim). Em out- ceria. Neste caso, a Abin dero diálogo, um dos suspeitos fendia a ideia de que a “célula afirma estar juntando din- terrorista” continuasse sendo heiro para “combater na Síria” monitorada, sem alarde, mane pergunta se alguém conhece tendo-se a estratégia adotada um recrutador por lá. Nas em grandes eventos. Para a mensagens, eles pronunciam Abin, publicidade gera imipalavras em árabe e trocam tação. Outros grupos podem imagens de armas e vídeos querer suplantar a atenção que mostram execuções per- e promover atos ainda mais petradas pelos terroristas do sensacionais. Além disso, a EI. Também manifestam ódio publicidade excessiva pode aos xiitas — os membros do provocar medo, até pânico, EI são muçulmanos sunitas. em setores da população. Na Os suspeitos presos na oper- Copa do Mundo, em julho de ação batizada de Hashtag são, 2014, a Abin foi informada na maioria, cidadãos de baixa sobre a possibilidade de um renda que vivem na periferia atentado no Maracanã, indas capitais. clusive com o uso de drones. Depois dos atentados em Or- Discretamente, deteve os suslando e Nice, e com a proxi- peitos, fez um cerco ao estámidade da Olimpíada, a polí- dio, bloqueou o espaço aéreo, cia brasileira achou que esse e ninguém percebeu nada de bando de amadores não podia anormal. É o que os serviços ser desprezado. Invocou a Lei secretos chamam de “operAntiterror, recém-aprovada, ação invisível”.
LAVA JATO
Moro desbloqueia R$ 1,2 milhão de Otávio Azevedo O juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos da Operação Lava Jato em Curitiba, desbloqueou 1,2 milhão de reais do ex-presidente do grupo Andrade Gutierrez Otávio Marques de Azevedo. O valor estava bloqueado desde junho de 2015, quando o empreiteiro, delator e réu na Lava Jato, foi preso na 14ª fase da operação, batizada de Erga Omnes. Na decisão em que autorizou o levantamento do bloqueio, Moro afirmou que Azevedo já pagou a multa de 2,65 milhões de reais em seu acordo de delação. O juiz federal também considerou uma carta de ordem enviada pelo relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), ministro
Teori Zavascki, determinando o cumprimento de uma cláusula de desbloqueio prevista no acordo de delação com o
Ministério Público Federal. A cláusula prevê que, após a homologação da colaboração premiada pelo STF, “serão
levantados todos os bloqueios bancários realizados, bem como todas as demais restrições patrimoniais”. A
delação de Otávio Azevedo e de outros executivos da Andrade Gutierrez foi homologada por Zavascki em abril. Já o ex-executivo da empreiteira Elton Negrão de Azevedo, também delator e réu na Lava Jato, não teve a mesma sorte do ex-chefe. Embora tenha depositado a multa de 1,7 milhão de reais e seu acordo contenha a mesma cláusula de desbloqueio, Moro não lhe concedeu o benefício porque o STF não enviou ordem para tanto. Ele vai decidir a respeito após “melhor exame dos requerimentos” enviados pelo executivo ao Supremo. Negrão pede que retornem a suas contas bancárias 3,7 milhões de reais bloqueados pela Justiça.
LAVA JATO
Operador revela a Moro ‘conta corrente’ de propina do PT O engenheiro Zwi Skornicki, apontado na Operação Lava Jato como operador de propinas do esquema na Petrobras, declarou ao juiz federal Sérgio Moro ter pago 4,5 milhões de dólares ao casal de marqueteiros João Santana e Mônica Moura, entre 2013 e 2014. Ele revelou a existência de uma “conta corrente” por meio da qual repassava valores ilícitos a ex-dirigentes da Petrobras e a credores do PT por indicação do então tesoureiro do partido, João Vaccari Neto. Em depoimento nesta quinta-feira, Skornicki afirmou que “acertou” os repasses diretamente com Vaccari – preso e já condenado na Lava Jato. O operador disse, porém, que “não sabia” que os valores deposit-
ados em conta secreta do casal de marqueteiros na Suíça era relativa a dívida de campanha da presidente afastada Dilma Rousseff, em 2010. Mônica Moura e João Santana declararam, também nesta quinta a Moro, que receberam 4,5 milhões de dólares relativos a dívida da campanha presidencial de Dilma Rousseff, em 2010. Skornicki assinou acordo de delação premiada, que ainda não foi homologado pelo juiz Moro. Ele foi ouvido como “colaborador”, com o compromisso de dizer a verdade. Afirmou que pagou propinas em todos os contratos referentes às Plataformas P51 e P52 “com o conhecimento de que ia para agentes das Petrobras”. Contou que também “tratou di-
retamente” sobre valores ilícitos com Pedro Barusco e Renato Duque, ex-gerente de Engenharia e ex-diretor de Serviços da estatal petrolífera respectivamente. Barusco fez delação e está em liberdade. Duque continua preso. Segundo Zwi Skornick, foi dito a ele que 50% da propina sobre contratos da Petrobras “iam para o partido” – e relatou que “tratava da parte do partido com João Vaccari”. Segundo Zwi, foi o então tesoureiro do PT quem indicou o nome de Mônica Moura para que pagasse a ela parte da propina. Mônica indicou a ele a conta Shellbill para receber o dinheiro. Ele afirmou que os 4,5 milhões de dólares que entregou aos marqueteiros de Lula e Dilma tiveram origem
em “propina da Petrobras”. “Foi feita uma conta corrente do sr. Vaccari”, declarou. “O Barusco quem me apresentou a ele. O Barusco disse que ele [Vaccari] faria a coordenação desses recebimentos.” O engenheiro contou que manteve encontros pessoais com Vaccari, “algumas vezes em seu escritório ou no hotel onde ele [Vaccari] ficava”. “Essa conta corrente foi feita e sendo paga a pessoas que o sr. Vaccari ia indicando no exterior ou no Brasil”, afirmou Zwi Skornicki. “Os pagamentos eram todos autorizados pelo sr. João Vaccari.” “Numa das visitas do sr. Vaccari no meu escritório ele disse que tinha que fazer uns pagamentos para o sr. João Santana e para
Mônica Moura e que a Mônica iria me procurar. Ela esteve no meu escritório”, afirmou. O valor “combinado” e autorizado por Vaccari era de 5 milhões de dólares. “Eu disse a ela [Mônica] que não tinha como pagar de uma vez porque o que tinha de saldo dos contratos da Petrobras não era suficiente. Ficou combinado [o pagamento] em 10 parcelas de 500 mil dólares. Foi uma conversa muito curta, ela chegou no meu escritório e disse ‘vim aqui a mando do sr. Vaccari, gostaria de acertar com o sr. o pagamento’. Eu comentei que não poderia pagar de uma vez. Paguei só 9 de 500 mil até novembro de 2014. Mas ela [Mônica] nunca comentou porque tinha que receber os 5 milhões.”
CONFISSÕES
‘Ou faz dessa forma ou não faz’, diz Santana sobre caixa 2
Interrogado pelo juiz federal Sergio Moro nesta quinta-feira, o marqueteiro João Santana, que atuou nas campanhas de Lula (2006) e Dilma (2010 e 2014) admitiu ter recebido 4,5 milhões de dólares do caixa 2 da campanha de Dilma em 2010. Ao confessar, Santana disse ao juiz da Lava Jato que é necessário “rasgar o véu da hipocrisia” que envolve as doações eleitorais no Brasil. “Você vive dentro de um ambiente de disputa, competição profissional. Se termina tendo que ceder, ou faz a campanha dessa forma ou não faz”, afirmou o marqueteiro. Ele disse ainda que a situação não ocorre somente no Brasil, mas no mundo todo. “Os profissionais de eleições no mundo sempre sabem que existe caixa 2 que decorre de aposta no mercado futuro, de fazer amizades com governos. Eu não considero dessa forma ‘dinheiro sujo’, mas como dinheiro de negociação política”, respondeu Santana ao ser questionado por Moro se não tinha conhecimento que se tratava de dinheiro de corrupção. O marqueteiro foi ouvido na ação penal contra ele e outros sete acusados de receber propinas nos contratos da Petrobras com a empresa de Keppel Fels e também nos contratos da Sete Brasil com o estaleiro da Keppel que teriam somado 216 milhões de dólares em propinas. Dessa quantia, 4,5 milhões de dólares da cota que era destinada ao PT teriam sido repassados ao casal de marqueteiros em 2013 na conta na Suíça da offshore Shellbill Finance, que não era declarada por eles às autoridades brasileiras. Esse valor, segundo admitiu o casal ao juiz da Lava Jato, era decorrente de dívidas da campanha de 2010 de Dilma Rousseff, também feita pelos dois marqueteiros, e que teria deixado, segundo Santana, uma dívida de 10 milhões de reais. Santana explicou que foi o próprio tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, que teria indicado o operador de propinas Zwi Skornicki para fazer o pagamento. “Se (o PT) não pagasse nós teríamos um grave problema de liquidez e eu não assumiria fazer a campanha”, afirmou o marqueteiro.
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TERRORISMO
Saiba quem são os brasileiros suspeitos de planejar atentado O grupo de brasileiros alvo da Operação Hashtag da Polícia Federal, que prendeu dez pessoas sob suspeita de tramar ataques terroristas durante a Olimpíada, inclui catorze nomes – alguns deles adotaram nomes árabes ou falsos para se comunicar nas redes sociais: Alisson Luan de Oliveira, Antonio Andrade dos Santos Junior (Antonio Ahmed Andrade), Daniel Freitas Baltazar (Caio Pereira), Hortencio Yoshitake (Teo Yoshi), Israel Pedra Mesquita, Leandro França de Oliveira, Leonid El Kadri de Melo (Abu Khalled), Levi Ribeiro Fernandes de Jesus (Muhammad Ali Huraia), Marco Mario Duarte (Zaid Duarte), Matheus Barbosa e Silva (Ismail Abdul-Jabbar Al-Brazili), Mohamad Mounir Zakaria (Zakaria Mounir), Oziris Moris Lundi dos Santos Azevedo (Ali Lundi), Valdir Pereira da Rocha (Valdir Mahmoud) e Vitor Barbosa Magalhães (Vitor Abdullah). Da lista, dois suspeitos foram conduzidos coercitivamente para depor e outros dois estão foragidos. El Kadri e Pereira da Rocha já foram condenados por homicídio. Levantamento da revista VEJA publicado nesta semana revela que 32 brasileiros jur-
aram fidelidade ao Estado Islâmico. Pelo menos quatro deles, incluindo Vitor Magalhães e Antônio Andrade dos Santos (o último à direita e o primeiro à esquerda) estão entre os investigados pela Operação Hashtag. Suspeitos – Mohamad Mounir Zakaria é brasileiro e dono de cinco empresas de confecção na região do Brás, bairro onde mora em São Paulo. As confecções de Zakaria, a exemplo da Raio Jeans Confecções, ficam na Rua Barão de Ladário. Ele também trabalhou na Rua Oriente, um dos principais pontos de venda do Brás, e é o 2º diretor de patrimônio da Liga da Juventude Islâmica Beneficente do Brasil, cuja mesquita fica no Pari, bairro próximo do Brás na capital paulista. O sul-matogrossense Leonid El Kadri é mecânico em uma agropecuária em Campos de Júlio (MT), cidade onde vive. Ele já cumpriu pena de 18 anos e oito meses de prisão por homicídio e roubo qualificados. Durante o período em que esteve preso em Araguaína (TO), El Kadri chegou a fugir da prisão e se apresentou em Vila Bela da Santíssima Trindade (MT). No mesmo processo foi condenado Valdir Pereira da Rocha. Atualmente
divorciado, El Kadri estudou em uma escola evangélica, participou de um grupo escoteiro no Tocantins entre 1989 e 2000 e cursa engenharia mecânica na Faculdade Anhanguera. Zaid Mohammad Abdul-Rahman Duarte nasceu Marcos Mário Duarte em maio de 1974 na cidade maranhense de Ilha de São Luis do Maranhão. Convertido ao islamismo há treze anos, ele vive em Amparo (SP) e se declara idealizador, fundador, vice-presidente e Emir da Sociedade Islâmica do Maranhão. Ele assina um blog chamado Islam Maranhão, cuja imagem principal diz, em inglês: “você está entrando em uma zona controlada pela Sharia. Regras islâmicas aplicadas”. A Sharia é
o conjunto de leis que rege o islamismo. Em postagens no blog, Zaid Duarte publica textos de apologia ao Estado Islâmico e ao anti-americanismo. “Eu não sou o primeiro nem o único nem o último muçulmano vivendo num país ocidental vítima de todo tipo de má sorte imposta pela propaganda guerreirista que a mídia sensacionalista pró-guerra sangrenta americana vem travando contra a religião de Allah”, escreveu Zaid Duarte em uma postagem em novembro de 2015. Investigação – A Divisão Antiterrorismo da Polícia Federal monitorou mensagens trocadas pelos brasileiros em redes sociais, especialmente via Telegram e Whatsapp, e detectou
conversas em que eles demonstravam apoio aos últimos atentados do Estado Islâmico e faziam referências a uma tentativa de compra de uma arma no Paraguai. Um dos investigados entrou em contato, por e-mail, com um fornecedor de armas clandestinas naquele país, solicitando a compra de um fuzil AK47. A PF não sabe se o grupo tinha apoio financeiro externo. “Houve pedido do líder [do grupo] para que começassem a pensar uma forma de financiamento, mas não houve [o financiamento em si]”, relatou o ministro. Nas conversas monitoradas com autorização judicial, os suspeitos, que em parte utilizavam nomes fictícios para se identificarem, também dis-
PROPINA
Marqueteiro admite que recebeu US$ 4,5 mi de caixa 2 O marqueteiro João Santana e sua mulher e sócia, Mônica Moura, foram interrogados na tarde desta quinta-feira na ação penal em que são acusados de recebimento de propinas do esquema montado na Petrobras, e confessaram que, ao serem presos em fevereiro pela Polícia Federal, mentiram no inquérito. Ao juiz federal Sergio Moro, o casal esclareceu que 4,5 milhões de dólares recebidos por meio do doleiro e operador de propinas Zwi Skornicki era dinheiro da campanha eleitoral de Dilma Rousseff, em 2010. Segundo Mônica, os valores recebidos por meio do operador eram relativos a “dívidas da campanha presidencial de 2010 (Dilma) e Zwi lhe foi indicado pelo então tesoureiro do PT, João Vaccari Neto”. Ela negou, contudo, que soubesse que o dinheiro tinha origem em propinas do esquema Petrobras. Afirmou
que está disposta a colaborar com a Justiça, mas só o fará com “acordo assinado”. Ao ser questionada por Moro sobre o motivo de não ter admitido o caixa 2 logo que foi presa, em fevereiro, Mônica Moura respondeu que estava tentando “poupar” Dilma em meio ao impeachment. “Pri-
meiro, porque eu passava por uma situação extrema. E o país estava vivendo um momento muito grave política e institucionalmente. As coisas acontecendo com a presidente Dilma, todo o processo, eu não quis atrapalhar esse processo, eu não quis incriminar, não queria contribuir com
uma coisa para piorar. Acabei falando que (recebeu) de campanha no exterior. Eu queria apenas poupar (Dilma) de piorar a situação.” Mônica não quis responder sobre os depósitos e pagamentos da Odebrecht que fazem parte de outra ação penal – referente ao Setor de
Operações Estruturadas da empreiteira, conhecido como “Divisão de Propinas”. “Excelência, sobre isso prefiro falar no outro processo. Como eu disse estou disposta a falar, a colaborar com a Justiça, inclusive mediante acordo com a Justiça. Pretendo falar tudo sobre isso, não quero me furtar a falar nada, nenhuma informação, mas no outro processo.” Mônica Moura foi categórica ao dizer na audiência que o caixa dois é uma prática corriqueira nas campanhas eleitorais. “Caixa dois nunca deixou de haver.” Ao final da audiência, desabafou. “Nunca soubemos de Mensalão, de propinas na Petrobras. Somos publicitários, nunca recebi propina, sempre recebi pelo meu trabalho. Não sou agente público, não sou política, não sou empreiteira. Sempre trabalhei para partidos políticos, fazendo campanha.”
SEGURANÇA MÁXIMA
Acusados de terrorismo estão em presídio da capital A Polícia Federal confirmou nesta sexta-feira que os dez presos da Operação Hashtag já estão no presídio federal de segurança máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul. Eles foram transferidos na noite de quinta-feira. O grupo foi preso ontem, em uma operação da Polícia Federal que investigava a suspeita de ataques terroristas durante os jogos olímpicos e paralímpicos no Brasil. Ao todo, catorze brasileiros compõem a lista, sendo que dois suspeitos apenas foram conduzidos coercitivamente para prestar depoimento e outros dois ainda estão foragidos. As investigações detectaram mensagens trocadas pelos integrantes do grupo em redes sociais, como WhatsApp e Telegram, nas quais um dos suspeitos conta que tentou comprar um fuzil AK-47 em um site do Paraguai. Eles
também demonstravam apoio aos últimos atentados em Orlando, nos Estados Unidos, e
em Nice, na França. Os mandados de buscas e prisões na Operação Hashtag
foram cumpridos nos Estados do Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de
Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.
cutiam táticas de guerrilha e propagavam intolerância racial, de gênero e religiosa. Pelo menos um menor de idade participava das conversas, enquanto dois dos brasileiros investigados já haviam sido condenados por homicídio. Foram interceptadas mensagens de comemoração pelas execuções feitas pelo grupo extremista no Oriente Médio e pelos recentes massacres em Orlando e em Nice. As prisões e buscas na Operação Hashtag foram realizadas no Amazonas, Ceará, Paraíba, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande do Sul. Uma ONG com atuação na área humanitária também é investigada por evidências de que fez palestras que incitavam o público a favor do Estado Islâmico. O presidente da instituição foi levado coercitivamente para prestar esclarecimentos. O recrutamento do grupo preso nesta quinta-feira foi feito via internet, prática habitual do Estado Islâmico. Não houve contato direto do grupo de brasileiros com terroristas do grupo, embora um deles tenha informado nas mensagens trocadas que estaria disposto a viajar ao exterior para se encontrar com líderes extremistas. LIBERADO
Facebook liberou dados de investigados por terrorismo, diz juiz
O juiz Marcos Josegrei, titular da 14ª Vara Federal de Curitiba, afirmou nesta quinta-feira que o Facebook abriu todos os dados dos suspeitos de tramar um atentado durante a Olimpíada quando a empresa foi informada de que a investigação apurava suposta prática de terrorismo. De acordo com o magistrado, a rede liberou acesso a informações de comunidades e chats secretos. “Eles abriram geral. Colaboraram bastante”, afirmou. Josegrei foi o responsável por decretar a prisão de doze investigados. A postura da rede social condiz com a política global adotada pelo Facebook em relação ao terrorismo: a empresa costuma alertar as autoridades dos países quando detecta conteúdo terrorista em chats ou páginas. Procurado, o Facebook informou que não pode se posicionar sobre um caso específico. Sobre as conversas capturadas via WhatsApp, contudo, o magistrado não deu mais detalhes. A empresa não repassa conteúdos de mensagens à Justiça porque alega que seu sistema de criptografia impede que o próprio aplicativo tenha acesso às conversas. Confira a seguir a nota do Facebook sobre a questão: “Temos tolerância zero com terrorismo no Facebook. Removemos contas de terroristas e conteúdos que promovam terrorismo assim que tomamos ciência sobre esse tipo de material. Se identificarmos perfis ou material com teor terrorista, também buscamos contas ou conteúdos relacionados e os removemos da plataforma. Se detectarmos evidências de ameaça de dano iminente ou ataque terrorista, nós acionamos as autoridades para a aplicação da lei”
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PARTIPAÇÃO NO EXTERIOR
Moro homologa delação de executivos de ‘banco da propina’ O juiz Sergio Moro homologou nesta sexta-feira os acordos de delação premiada dos três executivos que adquiriram em 2010, junto com um ex-funcionário da Odebrecht, o “banco da propina” utilizado para a empreiteira fazer pagamentos ilícitos, inclusive para o marqueteiro do PT João Santana. Até 2014, o Meinl Bank movimentou US$ 1,6 bilhão. Marco Bilinski, Vinícius Borin e Luiz França, que atuavam no setor financeiro e trabalhavam como captadores de clientes para o banco no Brasil, concordaram em pagar 1 milhão de reais de multa cada um e também repatriar todos os bens que possuem no exterior, pagando os impostos às autoridades brasileiras. O valor dos bens no exterior porém não foi divulgado. Da multa, 90% será destinado para ressarcir a Petrobras, e 10%, para os órgãos de investigação, como o Ministério
Público Federal e a Polícia Federal. Com a homologação, as delações dos três executivos do setor financeiro, que se associaram a Fernando Migliaccio e Luiz Eduardo Soares, então executivos do Departamento de Operações Estruturadas – nome oficial da central de propinas da empreiteira, segundo a Lava Jato
– da Odebrecht, poderão ser utilizadas para novas investigações sobre a complexa rede financeira de 41 offshores montada pela maior empreiteira do país para pagar propinas em obras que vão além do esquema de corrupção na Petrobras. O grupo também se juntou a Olívio Rodrigues Júnior, responsável por intermediar a
abertura das contas para a empreiteira no Antigua Overseas Bank, onde os três executivos trabalhavam antes de decidirem adquirir o Meinl Bank. A participação de 51% da filial da instituição financeira em Antígua foi adquirida, segundo o relato, por 3 milhões de dólares mais quatro parcelas anuais de 246.000 dólares. Ao final da negociação, o grupo
passou a ter 67% do Meinl Bank Antígua. O Departamento de Operações Estruturadas da Odebrecht foi alvo da 23ª etapa da Lava Jato, que levou à prisão do marqueteiro João Santana, sua mulher e sócia, Mônica Moura, além dos executivos do banco que agora fecharam delação. Foi a partir da Operação Acarajé – assim batizada em referência a um dos nomes usados nas planilhas da contabilidade paralela da Odebrecht para propinas – que a força-tarefa da Lava Jato chegou aos pagamentos ilícitos da empreiteira. As revelações foram feitas principalmente pela funcionária Maria Lúcia Guimarães Tavares, a primeira do grupo empresarial a colaborar com as investigações. Atualmente, executivos da Odebrecht e o empreiteiro Marcelo Odebrecht negociam uma delação premiada com a Lava Jato.
Entre as contas offshores criadas para Odebrecht, Vinícius Borin listou em seu primeiro depoimento da delação as movimentações que considerou “suspeitas” para outras contas que não eram da empreiteira e que somaram 132 milhões de dólares. Dentre estas operações estão a Klienfeld, a Innovation e a Magna, todas ligadas à Odebrecht e que fizeram depósitos na conta offshore Shellbill Finance, de propriedade de João Santana e sua mulher Mônica Moura, na Suíça, no valor de 16,6 milhões de reais. O valor é quase quatro vezes os 4,5 milhões de reais que João Santana e sua mulher receberam de outra empresa e admitiram ao juiz Sérgio Moro se tratar de acerto de dívidas de caixa 2 da campanha eleitoral de Dilma em 2010. A petista alega que, se houve caixa 2 em sua campanha, não teve conhecimento.
LAVA JATO
Lula atuou para interferir no trabalho do Judiciário, diz MPF Em 25 de novembro de 2015, por volta das 6 horas da manhã, a Polícia Federal chegou ao hotel Royal Tulip, em Brasília, para cumprir uma ordem de prisão. Antes que os agentes dissessem qualquer coisa, um dos recepcionistas informou: “O quarto do presidente Lula é por ali”. O alvo, porém, era outro. O senador petista Delcídio do Amaral ainda dormia quando os policiais anunciaram que ele estava preso por participar de um complô para sabotar a Operação Lava-Jato. O resto da história é conhecido: preso, Delcídio fez acordo de delação e contou que, ao oferecer dinheiro para silenciar uma testemunha sobre o papel do PT na corrupção da Petrobras, estava a mando do ex-presidente Lula. Na semana passada, o Ministério Público Federal reforçou a denúncia contra Lula e outras seis pessoas pela tentativa de obstruir a Justiça, crime cuja pena máxima chega a oito anos de prisão. Apontado como chefe da trama, o ex-presidente, segundo os investigadores, “impeliu a adoção de medidas para a compra do silêncio de Nestor Cerveró”, ex-diretor da Petrobras envolvido no escândalo. A intenção do grupo, de acordo com a denúncia, era ocultar
fatos que pudessem comprometer o ex-presidente e um de seus amigos mais próximos, o pecuarista José Carlos Bumlai, também preso, numa operação fraudulenta que rendeu 12 milhões de reais ao PT. Para evitar que os detalhes do golpe fossem revelados, o ex-presidente escalou Delcídio, ex-líder do governo Dilma, para “contornar” o problema. O método para conseguir chegar lá? O suborno. No documento encaminhado à Justiça, obtido pela revista VEJA, o MPF anexou extratos bancários com as transferências de dinheiro, mensagens de funcionários do Instituto Lula e bilhetes aéreos que comprovam as reuniões entre o ex-presidente e o senador, cujo mandato foi cassado após o escândalo. Não é a primeira vez que Lula é suspeito de tentar atrapalhar a Lava-Jato. A revista VEJA revelou no início de julho que o ex-presidente está no topo da lista de outra investigação por obstrução da Justiça. Fracassada a tentativa de suborno de Nestor Cerveró e na iminência de ter um pedido de prisão decretado, Lula foi nomeado ministro-chefe da Casa Civil pela então presidente Dilma Rousseff. As investigações revelaram que a nomeação es-
condia o ardil de contemplar Lula com o foro privilegiado e assim fazê-lo escapar das sentenças do juiz Sergio Moro, de Curitiba. Ganhara, com a ajuda de Dilma, um salvo-conduto. As conversas telefônicas acerca da nomeação estavam sendo monitoradas pela polícia. Mostraram Lula, Dilma e um ministro do governo articulando incursões para tentar impedir as investigações. O ex- presidente chegou a recomendar a seu advoga-
do que “conversasse” com o procurador-geral Rodrigo Janot e lembrasse a ele que só fora indicado para o cargo com o aval dele, Lula. Sugeria que era uma boa hora para Janot retribuir a gentileza. Os diálogos, segundo o MPF, apontam que “Lula atuou diretamente com o objetivo de interferir no trabalho do Poder Judiciário, do Ministério Público e do Ministério da Justiça, seja no âmbito da Justiça de São Paulo, seja do
Supremo Tribunal Federal ou mesmo da Procuradoria-Geral da República”. O ex-presidente é alvo de múltiplas investigações em três capitais. Em Curitiba, há duas investigações que apuram suspeitas de corrupção, ocultação de patrimônio e organização criminosa a respeito da compra de um sítio em Atibaia, interior de São Paulo, e de um apartamento tríplex no Guarujá, litoral paulista. Em São Paulo, o Ministério
Público pediu a prisão preventiva de Lula sob a acusação de ter praticado os crimes de lavagem de dinheiro e falsidade ideológica. Em Brasília, o terceiro polo das investigações, além dos dois casos de obstrução da Justiça, Lula é investigado por suspeita de tráfico de influência internacional em favor da Odebrecht em países onde a empreiteira desenvolve projetos financiados pelo BNDES. A lista de enroscos na Justiça aumenta na mesma proporção que encolhe a de aliados e correligionários fiéis. Lula tem visto seu prestígio político derreter cada vez que decide pô-lo à prova. Sentiu-se humilhado com a ampla derrota de Dilma na votação do impeachment na Câmara, que ele se empenhou pessoalmente em evitar. Recentemente, quando tentou reunir apoiadores para reverter o resultado do processo no Senado, não encontrou mais que meia dúzia de senadores dispostos a dividir com ele a mesa de jantar. Dono de uma fortuna superior a 30 milhões de reais, o ex-presidente está cada vez mais só e encrencado. Mas nega todas as acusações ao seu modo peculiar de fazer hipérboles: “Não existe ninguém mais honesto do que eu”.
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Falta de manutenção é apontada como causa da queda de ponte em guia lopes. http://goo.gl/EUECGH
JARDIM
Partidos manifestam apoio a coligação “A Força que Vem do Povo” Aconteceu na noite desta sexta-feira, 22, a Convenção Partidária de 13 partidos políticos no município de Jardim. Com a Câmara de Vereadores lotada, eles fizeram individualmente suas convenções apresentando ao público um manifesto de apoio ao Partido dos Trabalhadores – PT, para a majoritária, que irá realizar sua convenção oficial no período de 03 a 05 de agosto. O primeiro dos partidos a declarar apoio ao grupo foi o Partido da República – PR, manifestando não ter pré-candidato a prefeito, mas apresentou o vereador Sergio Henrique Sá Braga (Professor Serginho), como pré-candidato a vice-prefeito. E para compor a proporcional, foram apresentados os pré-candidatos a vereadores que formaram a Coligação “A Força que Vem do Povo II” composta pelos partidos PT, PR e PDT. Os partidos PSL, PMN, PTdoB, PP, PV, PRP, PTC, PTN, PSDC, PHS e PSC, após deliberarem individualmente, também demonstraram apoio ao grupo, integrando o Arco de Aliança “A Força que Vem do Povo” declarando não te-
rem pré-candidatos para a majoritária, apresentando assim, seus pré-candidatos a vereadores. Mais de 200 partidários e simpatizantes do trabalho proposto pelos pré-candidatos desta coligação se fizeram presentes durante o evento, dentre as autoridades, o Presidente do PT MS, Antonio Carlos Biffi, o Deputado Federal Vander Loubet, o Secretário de Políticas Municipais da FETEMS, Professor Ademar Plácido, a Defensora Pública, Andrea Pereira Nardon, o Vice Prefeito de Bonito, Josmail Rodrigues, o ex-prefeito de Bonito, Geraldo Marques,
a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Jardim – SINTEJ, Professora Ana Maria Rodrigues de Moraes e o presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais, Estanislau Oscar Maciel. O Presidente do PT MS, Antonio Carlos Biffi falou da importância da continuidade do projeto criado e orquestrado pelo prefeito Erney Cunha Bazzano Barbosa, nome cogitado para ser o pré-candidato a reeleição pelo partido. Ele lembrou que esta será uma campanha política diferente de tudo que já se viu, tanto pelo período es-
treitado, quanto pelas mudanças na fiscalização e o limitante financeiro que chegam no cenário nacional, com o fim dos financiamentos privados. “As convenções partidárias significam o início do processo democrático dentro do ambiente de cada agremiação política e mesmo antes da convenção oficial o PT, estamos aqui hoje deixando claro nosso apoio a este projeto, porque compreendemos que é o melhor para o município de Jardim. Temos trabalho pra ser mostrado, temos obras concluídas e diversas emendas direcionadas pra cá e
este grupo pode contar comigo como sempre contou”, disse. O Deputado Federal Vander Loubet reforçou as palavras de Biffi, enaltecendo o trabalho realizado pelo atual prefeito e sua equipe. Vander comentou da sua atuação para o município, das emendas federais que Jardim conquistou devido ao empenho de Erney e sua articulação e prestígio na Assembleia Legislativa. “Este grupo sempre terá o meu apoio e de diversos outros colegas que admiram a garra e a humanidade com que se trabalha em Jardim, que em tão pouco tempo fez a diferença e todo mundo em Brasília viu o que se conquistou aqui nos últimos três anos”, enfatizou. O vereador Professor Serginho, agradeceu ao Partido da República pela confiança no seu trabalho desenvolvido na Câmara de Vereadores nestes dois mandatos e falou da importância da fidelidade do político compromissado com o que ele considera o melhor para Jardim. Ele lembrou do descrédito pela maioria dos vereadores na época em que Erney era vereador da oposição, quan-
do ele defendia a criação do Hospital Regional de Jardim, um sonho desacreditado que se faz realidade hoje. Erney, emocionado, agradeceu as palavras de apoio de todos, enalteceu a força e apoio incondicionais que recebe de sua esposa, a primeira dama Jakeline Ayala, lembrando da família que construíram juntos e também de seus pais, “Meus familiares de sangue e do coração são a base da minha luta e é por eles que busco todo dia a vitória neste projeto porque tenho nos meus a confiança de que estamos fazendo o melhor por Jardim,” disse. Ele convocou os amigos e simpatizantes do trabalho realizado pelo grupo para que juntos possam divulgar as diversas ações realizadas em tão pouco tempo de gestão, mas que já fazem a diferença para o município. Dentre suas ações, a solução da vala do SEAQ, a finalização da obra do Instituto Técnico Federal, o início da licitação do Hospital Regional de Jardim, a conquista de Cursos de Direito e Educação Física na UEMS, casas populares e a Cidade Digital foram lembradas por Erney.
PORTO MURTINHO
Terminal integra multimodal para o transporte de aço até a Bolívia
O terminal portuário de Porto Murtinho foi contratado para integrar uma operação multimodal de transporte de 4.500 toneladas de aço bruto, até a Bolívia. A primeira parcela da carga chegou ao local no dia 12 de julho, vindo do município de Piracicaba (SP), da empresa Arcelor Mittal Brasil S/A, em um comboio formado por 20 carretas, com 35 toneladas cada veículo. A carga chegou a Porto Murtinho por via rodoviária, segue pela hidrovia do Rio Paraguai até a cidade de Puerto Quijarro, na província de Germán Busch, no leste do Departamento de Santa Cruz, na Bolívia, de onde segue de ferrovia até seu destino final. De acordo com o diretor da Agência Portuária de Porto
Murtinho (APPM), Michel Chaim, “esse embarque reforça a importância do Ter-
minal de Porto Murtinho como uma peça estratégica nas operações multimodais
de cargas em Mato Grosso do Sul”. Chaim lembra ainda que a operação é resultado
de um esforço conjunto com o governo do Estado “para estabelecer o porto como uma opção logística no Estado. Estamos trabalhando na estrutura e fazendo investimentos”. A operação realizada no terminal de Porto Murtinho – a terceira, desde a sua reativação em outubro de 2015 – é resultado dos esforços do governo do Estado, por meio do Programa de Estímulo à Exportação ou Importação pelo Porto de Porto Murtinho (PROEIP). O programa foi instituído por meio de decreto que prevê o oferecimento de benefícios a empreendimentos que se instalarem no entorno do local. O PROEIP é executado pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento
Econômico (Semade) e Secretaria de Fazenda (Sefaz). “Além do decreto instituindo o PROEIP, o governador Reinaldo Azambuja assinou no mês de março deste ano o termo para o fomento dos portos de Ladário e Corumbá – durante a Rota do Desenvolvimento. Esses dois terminais também receberão benefícios fiscais do governo, semelhantes aos previstos no PROEIP, de Porto Murtinho”, lembra o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico, Jaime Verruck. Segundo a prefeitura de Porto Murtinho, desde que o terminal portuário foi reativado pelo governo do Estado, já foram abertos 20 empregos diretos e outros 50 postos indiretos no local.
CARACOL
PR homologa candidatura de Manoel Vias e Neca Pagliosa
Com o apoio de 7 partidos, o PR de Caracol homologou nesta sexta-feira, a candidatura do prefeito Manoel Viais que irá disputar a reeleição ao lado do empresário Neca Pagliosa (PSDB) como vice. A coligação foi formada pelos partidos: PR, PSDB, PT, PDT, PPS, PSC e SD. O Salão do Paroquial foi tomado pelos caracolenses que ocuparam os espaços e permaneceram até por volta das 21 horas, quando todos os discursos foram encerrados. Em grupos ou solitários, a população deu um exemplo de democracia, de forma organizada e contagiante. Na mesa montado com a presença de autoridades como a presença do deputado estadual Paulo Correa e esposa, prefeito e candidato Manoel Vias e esposa, Neca Pagliosa e esposa, secretários, lideres comunitário e presidentes de partidos aliados. O deputado estadual Pau-
lo Correa foi recebido com carinho pelos caracolenses e foi o primeiro a discursar. “Estamos vivendo aqui hoje a democracia. E, não poderia deixar de comparecer para dar o meu apoio ao prefeito Manoel Viais e ao Neca Pagliosa”, disse. Correa fez questão de falar
sobre a aliança com o PSDB e a respeito da atuação do governo no município. “Nós temos a responsabilidade de dar continuidade a tudo o que está sendo feito em Caracol, por isso essa aliança”, justificou.Sem dúvida, foi uma grande convenção. Num momento em que todo o Brasil
se revolta com inúmeros escândalos envolvendo políticos é com grande alegria que vejo tantos companheiros comparecerem a esta convenção. Demonstração inequívoca de confiança no nosso PR e esperança de dias cada vez melhor para nossa Caracol”.
Muito emocionado, Neca Pagliosa, não conseguiu conter a emoção. Fez um breve relato de sua história em Caracol, e aceitou a missa de juntos darem continuidade na política de resultado que esta dando certo na cidade. “Na administração de Manoel, a gente vê uma cidade prospera e seguindo o trilho do desenvolvimento. Eu sou empresário e acredito que juntos podemos trabalhar para cada dia melhorar ainda mais nossa Caracol”, disse Neca. “Temos o aval do governador, que se identifica com a gestão empreendedora do Manoel, e com certeza essa parceria que firmanos irá fazer a diferença e iremos fazer de tudo para honrar a confiança da população”, disse Neca. O prefeito Manoel Viais chegou junto com sua esposa Célia Viais, de mãos dadas, ambos passando pelo meio da multidão que o aguardava. Durante os discursos, Ma-
noel foi enfático em afirmar que sempre estará ao lado da comunidade, buscando melhorias que venha beneficiar a coletividade. Disse que essa parceira com os partidos aliados, com certeza esta preparada para administrar o município para um futuro promissor. Manoel Viais mexeu com a platéia. Bastou pegar o microfone, para as pessoas iniciarem as manifestações de carinho com o candidato a prefeito. “É necessário ressaltar que temos o compromisso com o povo de Caracol, e iremos dar continuidade ao trabalho em prol do desenvolvimento do município, melhorando a qualidade de vida da população”, destacou. “Vamos continuar nessa luta para fortalecer cada vez mais nosso município. Onde tem PR, tem progresso. Avante sempre, pois tem muito trabalho pela frente”, declarou Manoel Viais.
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CAPA
PMDB lança pré candidatura de Menê a prefeito de Nioaque O PMDB de Nioaque, presidido pelo vereador presidente da Câmara de Nioaque, Valdeci Ferreira dos Reis, realizou na última quinta-feira, 21, o ato de lançamento da pré candidatura a prefeito do ex-vereador Hermenegildo Santa Cruz, o Menê, na última quinta-feira, 21, com a presença do senador Waldemir Moka e do deputado estadual e presidente da Assembleia Legislativa e do diretório estadual do partido, Junior Mochi. Valdeci Ferreira, presidente da comissão provisória do PMDB na cidade, abriu a reunião apresentando os pré candidatos a vereadores pelo partido, enaltecendo ainda a presença do senador Moka e do deputado Junior Mochi. “Hoje lançamos a pré candidatura do Menê e dos nossos
pré candidatos a vereadores. A presença do senador Moka e do deputado Juniro Mochi
aqui, mostra que teremos o respaldo das lideranças estaduais do nosso partido para
vencer estas eleições”, disse o vereador. Valdeci ainda citou na composição da mesa a pre-
sença do coronel da reserva e ex comandante do 9º GAC, Jorge de Souza, também pré candidato a prefeito pelo PV, como possível vice na chapa encabeçada por Menê. Já o deputado Junior Mochi, citou em seu discurso as qualidades de Menê como ex-vereador e presidente da Câmara, secretário municipal em outras ocasiões, sempre contribuindo para o municipio. “Temos a certeza de que o Menê é o melhor nome disparado para administrar Nioaque, currículo e capacidade não lhe faltam. Iremos com a futura eleição do Menê, colocar Nioaque de volta ao progresso que queremos, construindo assim uma cidade melhor para todos” enfatizou. Já o senador Moka, fez questão de lembrar dos muitos amigos que tem
na cidade, citando nominalmente o ex vereador Milton Elesbão, “Um amigo de longa data, assim como os demais que aqui tenho. Já ajudei muito Nioaque e vou com certeza ajudar ainda mais com a sua eleição Menê, por isso estou aqui hoje presente para falar aos amigos de Nioaque que sua pré candidatura tem todo nosso apoio, devido a sua história e currículo que lhe dão credibilidade e competência para bem administrar a nossa querida Nioaque”, afirmou Moka. A reunião que aconteceu no plenário da Câmara Municipal, contou ainda com a presença de um grande numero de filiados, simpatizantes e de presidente de outros partidos, assim como de ex vereadores e do ex prefeito Noé Nogueira.
BONITO
Corrida de Inverno entrará para calendário do Festival de Inverno A Corrida de Inverno de Bonito veio para ficar. O evento deverá se consolidar como a competição esportiva que fechará o já tradicional Festival Inverno de Bonito. A informação é dos organizadores do evento. A ideia é realizar a corrida todos os anos sempre no último dia do festival. Neste ano, o festival será realizado de 28 a 31 de julho em Bonito e na manhã do último dia será realizada a Corrida de Inverno. A competição é uma promoção da TV MS Record com apoio do Sesi. A corrida terá percursos de
5 km e 10 km para homens e mulheres, com largada às 8 horas, na Praça da Liberdade.
Os corredores percorrerão a Rua Coronel Pilad Rebuá. Os participantes concorrerão
ao sorteio de uma motocicleta, 10 bicicletas e brindes. Quem se inscrever terá di-
reito ainda ao kit da corrida composto por um chip de cronometragem, flâmula com
o número do atleta, mochila esportiva, medalha de metal, camiseta e um cachecol. Todo o kit, aliás, já está pronto. A entrega será na véspera da corrida, a partir das 8 horas, na Praça da Liberdade. As inscrições estão abertas tanto pela internet, quanto presencialmente no Pátio Central, em Campo Grande, e na Rádio FM Bonito, em Bonito. A rádio funciona no prédio da Rede MS, localizado na Rua Coronel Pilad Rebuá, 2726, Jardim Andréia, em Bonito. O telefone para mais informações é (67) 3255-4510.
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McDonald’s suspende venda de Big Mac na Venezuela. http://goo.gl/DvVvuv
FRANÇA
Carros são incendiados em Paris por morte nas mãos da polícia Manifestantes revoltados com a morte de um homem pelas mãos da polícia no início desta semana incendiaram carros e lixeiras em uma área ao norte de Paris de quinta (21) para sexta-feira (22). Apesar da terceira noite de tumulto, a tensão pareceu diminuir, disse uma autoridade local à agência Reuters. Os protestos começaram na noite de terça-feira (19), quando Adama Traoré, de 24 anos, morreu enquanto era levado a uma delegacia. Ele foi preso Val d’Oise, cerca de 40 quilômetros de Paris, depois de uma discussão com a polícia enquanto agentes procuravam seu irmão em razão de um crime de pouca gravidade. Familiares disseram que ele parece ter sido morto pela
polícia. A autópsia não encontrou sinais de violência significativa no corpo, mas revelou que ele vinha sofren-
do de uma “infecção muito séria”, de acordo com um oficial de justiça. Jean-Simon Merandat, chefe
do comando da polícia de Val d’Oise, disse que familiares e amigos do morto planejam uma passeata ainda nesta sex-
ta e que as autoridades locais estão tratando do assunto com eles. Nos episódios de violência ocorridos de quinta para sexta-feira, menos intensos do que nas noites anteriores, um veículo da polícia foi atingido por tiros de chumbo grosso e seis carros e vários cestos de lixo foram incendiados, disse Merandat a uma rádio pública francesa. “As coisas estão apontando para um alívio na tensão”, afirmou, acrescentando que cinco pessoas foram presas, mas nenhuma foi posta sob custódia. Mais no início da semana, uma multidão de cerca de 200 pessoas atirou coquetéis molotov na polícia e em edifícios públicos. Cerca de 180 policiais foram
mobilizados para restaurar a calma, cinco dos quais ficaram ligeiramente feridos na terça-feira quando alguém abriu fogo contra os agentes com o que Merandat disse ter sido provavelmente uma arma de caça. Semanas de protestos irromperam nos subúrbios muitas vezes precários de Paris em 2005 após a morte de dois jovens que foram eletrocutados quando se esconderam da polícia em uma estação de geração de eletricidade. Na quinta-feira, um ombudsman independente afirmou em um comunicado que foi convocado para investigar o assunto e que um inquérito será aberto para examinar a maneira como a polícia tratou da questão.
ELEIÇÕES AMERICANAS
REALIDADE
Cinco mitos sobre a crise na Venezuela (e o que acontece de verdade) Ex-líder do
Nos últimos três anos, a crise na Venezuela se agravou, a ponto de fomentar relatos, dentro e fora do país, pintando um cenário bastante catastrófico da situação no país. Mas em meio à polarização da sociedade e à forte politização de relatos da mídia, muito do que está sendo dito é baseado em impressões exageradas. Mas até que ponto as coisas estão tão ruins no país - que foi rico e hoje é pobre. Destacamos cinco tópicos que parecem estar enraizados na opinião de muitos sobre a Venezuela. 1. “Na Venezuela há fome” Em algumas regiões da Venezuela se passa fome, mas não a maioria da população. 90% dos venezuelanos disse em 2015 ao levantamento Encovi que está comendo menos e com menor qualidade. De fato, a crise alimentar se aprofundou em 2016; se veem mais filas e são relatados mais casos de subnutrição, com mais pessoas que comem duas ou menos vezes por dia. Mas a situação não se enquadra no que o Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas define como uma escassez generalizada de alimentos: que pelo menos 20% das famílias sofram escassez severa; que a desnutrição seja de mais de 30% e que ao dia morram 2 pessoas a cada 10.000. De acordo com Datanalisis, instituição de pesquisa mais citada a esse respeito, 43%
das famílias sofrem de escassez, mas de produtos básicos, como arroz, farinha ou leite. E por mais caros que sejam, os venezuelanos têm frutas e verduras disponíveis em cada esquina. De acordo com a Fundación Bengoa, especialista nesta área, a desnutrição está entre 20% e 25%. Mas duas mortes (de fome) por dia a cada 10 mil pessoas não parece um número factível neste momento. Os números mais graves que têm sido relatados sobre este assunto foram dados pela oposição em junho: 28 mortes por dia de desnutrição. Mas de acordo com a ONU, uma situação de escassez geral na Venezuela, onde há 30 milhões de pessoas, implicaria em 6 mil mortes por dia devido à desnutrição. Especialistas venezuelanos concordam que o que acontece no país não é o mesmo que na Etiópia nos anos 80 ou na Coreia do Norte em 1990. Mas muita gente tem alertado: “estamos à beira da fome.” 2. “Venezuela é igual a Cuba” Em geral, três elementos permitem argumentar que “a Venezuela se cubanizou”, como alguns dizem: as filas para comprar produtos racionados, a dualidade da economia e da militarização do governo (onde a inteligência e o governo cubano têm influência). Mas essa comparação só pode ser feita até aí.
uro” Muitos fora do país perguntam como é possível que Maduro ainda esteja no poder. De acordo com várias pesquisas, ele tem entre 20% e 30% de apoio. Há venezuelanos que se consideram chavistas, que dizem apoiar Maduro nas pesquisas, mas que, quando falam à imprensa, soltam uma série de insultos contra o presidente. Estas são as pessoas que o sentimento de apreço pelos benefícios sociais do passado impede de criticar abertamente o governo. Ou as pessoas com medo de perder a casa, pensão ou vales-alimentação que recebem do governo. Há também milhares de venezuelanos que estão “enchufaos”, como se diz no país, em referência à rede de corrupção que se beneficia economicamente do governo. Em todo o caso, o apoio de 30% é mais do que tem os presidentes de Chile e Colômbia. Alguns dizem que o chavismo é doente terminal, mas Chavez continua a registrar 60% de aprovação, por isso, é difícil pensar no fim do chavismo, por mais aguda que seja crise.
grupo Ku Klux Klan concorre ao Senado dos EUA
David Duke, ex-líder do grupo supremacista branco Ku Klux Klan, lançou nesta sexta-feira a sua candidatura ao Senado dos Estados Unidos por Louisiana, dizendo que as pessoas brancas estão ameaçadas nos EUA. Ele citou seu “respeito” pelo candidato Donald Trump. “Acredito em direitos iguais e respeito para todos os americanos. Mas o meu diferencial é que eu exiMaduro tem procurado man- uma ilha, dois elementos dejo respeito pelos direitos e ter uma relação especial com cisivos de sua condição, que heranças dos americanos Cuba, que começou no gover- por mais trágica que se torne, europeus”, diz Duke no no de Chávez gerará situações que não povídeo de lançamento da A Venezuela é um país cap- dem acontecer em Cuba: por italista onde o setor privado exemplo, o contrabando na candidatura. tem certa atividade, apesar das fronteira. O republicano Duke é restrições e expropriações do ex-parlamentar do Estado Estado - que adquire cada vez 3. “A Venezuela é uma ditaduda Louisiana, candidato mais controle sobre a econo- ra” fracassado a governador e mia. Em Cuba, o setor priva- É um debate acadêmico que cumpriu pena de 15 meses do é mínimo. leva alguns anos: se na Venede prisão depois de se Na Venezuela, a internet é zuela há uma “ditadura moddeclarar culpado em 2002 a mais lenta da região, mas erna” ou um “regime híbrido”. de acusações de evasão fisquase todos têm conexão com Mas são poucos os especialiscal e fraude postal. acesso ao Facebook, Netflix e tas, no país e no exterior, que Em fevereiro, o candidato meios de comunicação inter- falam de uma ditadura tradi- 5. “Você não pode sair de casa” republicano a presidente, nacionais críticos ao governo. cional. A criminalidade desenfrea- Donald Trump, foi criticaEm Cuba não. Primeiro, eles dizem, porque da e o medo levou alguns a O McDonald’s - que não está há oposição, por mais que não preferirem assistir a um filme do por não recusar rapidaem Cuba - tem problemas tenha acesso a recursos que em casa do que ir a um bar à mente o apoio de Duke. Numa entrevista à impara importar batatas fritas, o partido governista tem - e noite. mas ele está lá, cheio de pes- apesar das prisões e restrições Mas ainda há muitos, não prensa em Baton Rouge, soas comendo sorvete aos do- a que representantes seus ten- só em Caracas, mas em todo depois de oficialmente se mingos. ham sido sujeitados. o país, que vão a discotecas, registrar como um candidato para suceder David Na Zara e Bershka quase não E há eleições, embora tenham bares e restaurantes. tem roupas ou elas são im- removido alguns poderes da Paradoxalmente, no lugar Vitter, senador republicapagáveis, mas existem no país, Assembleia Nacional - eleita onde há mais assassinatos, no de saída, Duke, de 66 em um shopping enorme do com votos - quando ela passou nos bairros populares, a noite anos, declarou que assistiu qual os cubanos não têm nem a ser controlada pela oposição. é tão ativa como em qualquer ao discurso em que Trump uma versão pequena. Em segundo lugar, a imprensa cidade, mas nas áreas de classe aceitou a nomeação presiOs últimos modelos de car- independente na Venezuela, média e alta as ruas ficam dencial do partido na quinros são vendidos apenas em apesar dos problemas - falta desertas após as 21h. ta-feira em Cleveland e dólares, mas há pessoas que de papel, pressão do governo e Na Venezuela deve-se ter ouviu ecos dos seus próprios compram. E estão nas ruas. com muitos de seus jornalistas um perfil discreto, não falar os programas políticos do Em Cuba, apenas em filmes em julgamento ou na prisão - no celular nem mostrar uma passado. de Hollywood. existe. câmera na rua. Quanto mais “Eu não ligo para o que No país há espanhóis e O grau de democracia no país velho for o carro e as roupas Donald Trump diz sobre norte-americanos, sucursais parece ser medido de acor- que se veste, melhor. mim. Eu respeito o que das multinacionais mais im- do com a posição política da Ter guarda-costas ou carro ele está fazendo”, afirportantes do mundo e meios pessoa que o faz: se poucos blindado às vezes pode ser mou Duke no vídeo. “Eu de comunicação indepen- analistas falam em “ditadura contraproducente. dentes de todo o mundo. Não total”, somente uma mino- Apesar disso, os centros das estou muito satisfeito de em Cuba. ria também acredita que haja cidades e vilarejos são durante ver Donald Trump e muitos americanos abraçando Além disso, a Venezuela é “uma plena democracia”. o dia são tão ou mais agitados muitos dos temas que eu um país produtor de petróleo, do que em qualquer outro ludefendo há anos.” com enormes reservas, e não é 4. “Todo mundo odeia Mad- gar na América Latina.
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SEXTA-FEIRA, 22 DE JULHO DE 2016
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TERRORISMO
EI x Brasil: Mapeamento da BBC Brasil investiga como adeptos do EI dialogam com brasileiros pelo Twitter e pelo Telegram Uma adolescente brasileira pede dicas pelo Twitter para participar de um grupo ligado ao autodenominado Estado Islâmico (EI) no aplicativo de mensagens Telegram. A resposta chega horas depois, publicada em português por um perfil anônimo que escreve em árabe, turco e inglês: “Clique neste link e entre em nosso canal.” Assim, com poucos cliques, a jovem e uma rede invisível de brasileiros têm seu primeiro contato com grupos de propaganda extremista recém-criados em língua portuguesa. Nestes ambientes, encontram fotos, vídeos e textos religiosos publicados a cada 3 ou 4 horas - imagens de cadáveres e decapitações são frequentes, intercaladas a homenagens a “mártires” mortos em combate e a detalhes sobre territórios conquistados pelo grupo no Oriente Médio. “Aplicação de punição das chibatadas a um adúltero solteiro no acampamento de Yarmouk”, diz uma das postagens de um dos grupos do EI no Telegram, vista por 123 seguidores. O texto é seguido por um vídeo impublicável e fotos em alta resolução do rosto do homem espancado. Outras publicações registram detalhes da guerra pelo controle de territórios na Síria e no Iraque - tudo em português. “Pela graça de Allah, os Soldados do Califado conseguiram destruir dois veículos BMP e danificar um veículo Hummer, além de queimar dois quartéis das aglomerações do exército da milícia Rafidi, matando todos que estavam lá dentro.” Além dos grupos de propaganda, onde apenas os administradores podem fazer postagens, o Telegram também hospeda “salas de bate-papo” gerenciadas por membros do EI. É nestas últimas que articulações práticas sobre ataques seriam realizadas, segundo agências internacionais de inteligência que monitoram riscos de atos terroristas no
(Foto: Reprodução/Twitter)
nestes bate-papos?
Vulnerabilidade e aceitação
Perfil ligado ao EI no Twitter chama atenção por uma enorme fotomontagem que mostra o Congresso Nacional, em Brasília, em chamas
Brasil. Na última quinta-feira, dez brasileiros supostamente simpatizantes do extremismo foram presos pela Polícia Federal, sob suspeita de planejar ataques na Olimpíada do Rio de Janeiro. Segundo o ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, os detidos estavam distribuídos em 10 Estados e não se conheciam pessoalmente. Assim como os perfis mapeados pela reportagem, eles se comunicavam por redes sociais - e alguns teriam feito um juramento de lealdade ao EI. “Aparentemente, era uma célula absolutamente amadora, sem nenhum preparo”, disse o ministro em entrevista coletiva no fim da manhã de quinta-feira. De acordo com ele, a probabilidade de um ataque na Olimpíada é “mínima”. Essa investigação identificou apenas brasileiros envolvidos em supostas atividades preparatórias para ataques durante os Jogos. No Twitter e no Telegram, entretanto, a maioria dos conteúdos extremistas voltados ao Brasil é publicada por estrangeiros, que alimentam uma máquina de “notícias positivas” sobre o Estado Islâmico, 24 horas por dia, sete dias por semana. Do Twitter para o Telegram Entre todas as redes sociais pesquisadas pela reportagem -
Facebook, Twitter, Instagram e Telegram -, a principal porta de entrada de brasileiros a páginas que exaltam o grupo extremista é o Twitter. Dezenas de perfis efêmeros, sem fotos, excluídos e recriados diariamente, exaltam atividades do Estado Islâmico e publicam links para notícias e informações recentes ligadas ao grupo. A forte estratégia midiática dos vídeos violentos divulgados internacionalmente pelo EI - muitos feitos com equipamento de última geração e efeitos especiais - também é notada, em menor escala, na atividade voltada ao público brasileiro. Um dos perfis no Twitter, que se baseia na Síria e publica seguidamente hashtags em português ligadas ao grupo, chama atenção por uma enorme fotomontagem que mostra o Congresso Nacional, em Brasília, em chamas. Para especialistas consultados pela BBC Brasil, o objetivo principal destes articuladores é popularizar o grupo entre pessoas que vivem longe do Oriente Médio e estimular os chamados “lone wolves” (lobos solitários, ou pessoas que simpatizam com ideias do grupo, mas não fazem parte de sua estrutura formal) a entrarem em ação isoladamente em seus países. Um importante artigo publicado em março do ano passado ressalta a percepção sobre
a importância do Twitter para os jihadistas. Em The ISIS Twitter Census (“Censo do Estado Islâmico no Twitter”, em tradução livre), pesquisadores do Brooking Institute mapearam 46 mil contas ligadas ao EI na rede social em 2014. Segundo os autores, três em cada quatro dos perfis usam o árabe como idioma principal; um em cada cinco preferem o inglês. A grande maioria das contas mapeadas pelo estudo estava hospedada no Iraque, na Síria e na Arábia Saudita. Houve poucos registros no Ocidente - 3 contas na França, uma no Reino Unido, uma na Bélgica e, um detalhe que passou despercebido na época, duas no Brasil. “O uso da rede social visa espalhar propaganda e recados para todo o mundo, além de pescar pessoas vulneráveis ao radicalismo”, diz o artigo, que destaca ser difícil identificar provas concretas de recrutamento pelo microblog. “O recrutamento não é evidente no Twitter. Ele acontece em ferramentas como Kik, WhatsApp e Skype, que são usadas de ‘um para um’. O que eles fazem publicamente no Twitter é pescar interessados.” No Brasil, segundo o governo e consultorias internacionais de inteligência, o Telegram se tornou um dos principais espaços para estas conversas “um a um”. Mas quem são os brasileiros que embarcam
Os principais alvos de recrutadores de organizações extremistas costumam ser jovens e membros de setores mais vulneráveis da sociedade, explica o especialista Vladimir de Paula Brito, agente da Polícia Federal e pesquisador do think tank Inasis (sigla em inglês para Associação Internacional para Estudos de Segurança e Inteligência). Segundo ele, os aliciados normalmente se sentem excluídos socialmente e, ao se juntar a grupos extremistas, mesmo que apenas virtualmente, se sentem valorizados em sua nova microcomunidade. “Eles (aliciados) são atraídos pela possibilidade de ser alguém naquele conjunto (comunidade formada por apoiadores dos extremistas). Até o termo ‘lobo solitário’ soa como enaltecedor. Eles buscam notoriedade, atenção”, afirmou. O pesquisador afirmou ainda que a abordagem a novos adeptos é mais eficaz em países europeus, onde o fator religioso está frequentemente relacionado a situações de exclusão social de imigrantes. No Brasil, onde a radicalização religiosa e o ressentimento relacionado à imigração ocorrem de maneira distinta, o recrutamento seria mais difícil. “Mas aqui os recrutadores podem canalizar outros discursos, como o da exclusão social”. À BBC Brasil, Brito elogiou ação das autoridades na prisão dos suspeitos na quinta-feira, mas ressaltou que o fato de aliciados e aliciadores não precisarem mais se encontrar pessoalmente diminui a possibilidade de que sejam identificados e presos. Segundo o juiz federal Marcos Josegrei da Silva, o grupo detido pela Polícia Federal era composto por homens entre 20 e 40 anos. Embora nascidos no Brasil, todos os detidos usavam apelidos inspirados em nomes árabes. As autoridades,
entretanto, não forneceram detalhes sobre o perfil e as motivações dos suspeitos. ‘Ameaça vem de fora’
Para o português Vasco da Cruz Amador, consultor de inteligência e segurança e CEO da agência Global Risk Awareness, de Londres, os principais riscos aos Jogos Olímpicos no Brasil “não vêm de dentro”. “A principal ameaça que notamos acompanhando mais de cem grupos e páginas ligadas ao EI no Telegram é externa, não interna”, disse Amador à reportagem. “A maior parte dos chamados lobos solitários que interceptamos apela para estrangeiros, e não para brasileiros”, diz. Dados divulgados por agências como a Global Risk Awareness ou a SITE Intelligence Group, dos Estados Unidos, mostram que o EI estaria usando as salas de bate-papo do Telegram para convocar atos efetivos durante a Olimpíada. Uma das principais inovações seria o estímulo para que lobos solitários utilizem drones com explosivos ou objetos pontiagudos. Entre os alvos principais estariam delegações de Israel, Estados Unidos, França e Inglaterra. Além de oferecerem dicas para obtenção de vistos e passaportes, os extremistas forneceriam instruções para a obtenção de armamento no Brasil - na tríplice fronteira, no sul do país, ou em favelas cariocas. Lobos solitários estrangeiros, segundo as agências, estariam sendo convocados a usar recursos como sequestro, envenenamento e acidentes de trânsito durante os Jogos. “As prisões no Brasil por suposta ligação com planos de terror do Estado Islâmico provam o amplo alcance do terror atualmente. Nenhum país onde exista internet está imune”, avaliou Rita Katz, diretora do SITE Inteligence Group, em sua conta no Twitter.
ELEIÇÕES AMERICANAS
O partido de Trump: bilionário é a nova face dos republicanos Em 1854, um grupo de abolicionistas se reuniu em Wisconsin para combater a expansão da escravatura. Eram os primórdios do Partido Republicano, que se definiria pela defesa da liberdade. Ao longo dos anos, a legenda sofreu metamorfoses que moldaram sua identidade. Já foi o partido dos presidentes Dwight Eisenhower, em cujo mandato foram aprovadas as primeiras leis de direitos civis, que paulatinamente acabaram com a segregação racial nos Estados Unidos, e Ronald Reagan, o campeão do livre-comércio e do fim da Guerra Fria. Na semana passada, esse legado foi mandado às favas. O Partido Republicano tornou-se o partido de Donald Trump, o empresário do setor imobiliário e showman falastrão que venceu as primárias e foi aclamado, em convenção da legenda realizada em Cleveland, no Estado de Ohio, como candidato da legenda às eleições presidenciais de novembro. Seu triunfo deveu-se à capacidade de capitalizar um crescente sentimento anti-imigrante,
anti-islâmico, antimercado e anti-establish ment entre uma parcela significativa do eleitorado. Não é um apoio irrisório. Trump enfrentou 56 primárias e caucus disputados entre dezessete concorrentes, e acabou sendo o pré-candidato mais votado da história do partido, com 14 milhões de votos. Oficializado candidato, já tem o apoio de 80% dos eleitores republicanos. Como em geral os candidatos do partido chegam às urnas com o apoio de 90%, alcançar esse porcentual nesta altura do jogo é um desempenho excelente. “Ele soube captar o desencanto com o governo, a estagnação econômica dos trabalhadores, os medos e as frustrações acerca da imigração e a rejeição ao politicamente correto”, diz o cientista político americano Kyle Kopko, da Universidade Elizabethtown. Seus apoiadores, na maioria trabalhadores brancos de classe média baixa, temem a transformação demográfica que tornou o país mais diverso. Hillary Clinton, a candidata democrata, está na frente
nas pesquisas para a eleição de novembro. Na urna final, Trump pode morrer, mas o trumpismo pode nascer — e passar a dominar o conservadorismo americano pelos próximos anos. No discurso de consagração, Trump descreveu os Estados Unidos como um país à beira do abismo cuja única saída é confiar em seus poderes. “A administração falhou em educação. Falhou em emprego. Falhou
em crimes. Fracassou em todos os níveis”, disse. “Eu estou com você, eu vou lutar por você e eu vou ganhar por você.” A era trumpiana do Partido Republicano é ainda mais inevitável porque as lideranças conservadoras que rechaçam os valores abarcados pelo magnata tendem a sair da legenda ou perder voz. Os republicanos tradicionais ansiavam por um retorno gran-
dioso à Casa Branca, mas não a bordo de uma estrela de reality show. O que mais incomoda essa parcela do partido é o desbragado populismo de direita do candidato. A consagração do outsider sem experiência política terá consequências irreversíveis para o partido. A adaptação à nova realidade já começou com mudanças no manual republicano. A plataforma aprovada pelo partido na semana
passada foi considerada a mais radical da história e endossou algumas das propostas mais controversas do candidato, inclusive a tétrica construção de um muro na fronteira com o México. “Trump trouxe as vozes que haviam sido silenciadas nas fileiras conservadoras e decodificou posições existentes. Eliminou os eufemismos e usou linguagem explosiva”, diz o cientista político Mark Major, da Universidade Penn State. Ao mesmo tempo, ele desafiou bases da ideologia oficial do partido, como a diminuição do papel do Estado e a defesa do livre-comércio. Trump escancara sua fé no protecionismo. Prega o aumento dos impostos sobre produtos da China e do México e a renegociação do Tratado Norte-Americano de Livre-Comércio (Nafta). “O partido ficou mais radical. Não é o mesmo de Abraham Lincoln, que usou o poder do Estado para libertar escravos. O Partido Republicano moderno não os libertaria, se eles existissem”, diz Major. Mais provável é que voltasse a escravizá-los se livres fossem.
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Estudo comprova que comer frutas e vegetais aumenta a felicidade. http://goo.gl/VX4D71
ESTUDOS & PESQUISAS
Misturar álcool e energético aumenta risco de intoxicação Misturar bebidas alcoólicas com energéticas aumenta o desejo por álcool. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Alcoholism: Clinical and Experimental Research, o consumo simultâneo de bebidas com cafeína e álcool pode levar a um aumento do que os especialistas chamam de beber em binge. A prática, comum principalmente entre jovens, consiste em ingerir pelo menos cinco doses de bebida alcoólica, no caso dos homens, ou quatro doses, no caso das mulheres, em um período de duas horas. Esse comportamento é particularmente nocivo pois, além de aumentar a probabilidade de intoxicação, também está associado a um aumento do comportamento de risco, como dirigir embrigado, ter relação sexual sem preservativo e utilizar outras drogas. No novo estudo, pesquisadores da Universidade Northern Kentucky, nos Estados Unidos, realizaram um experimento com 26 adultos (13 homens e 13 mulheres), da mesma idade e que tinham o hábito de beber socialmente.
Ao longo de seis sessões, os participantes receberam uma das seis misturas seguintes: vodca com refrigerante descafeinado, vodca e uma bebida energética média, vodca e uma bebida energética grande, um refrigerante descafeinado, uma bebida energética média ou uma bebida energética grande. Ao final de cada sessão os participantes precisavam classificar o seu desejo por álcool e realizavam um teste do bafômetro que media a concentração de álcool no organismo. Os resultados mostraram que ingerir a bebida alcoólica pura já aumenta o desejo por mais bebida. Quando ela é misturada a um energético, contudo, essa vontade fica ainda maior. Já a mistura de vodca com refrigerante descafeinado não obteve esse efeito. De acordo com os autores, esse estudo fornece evidência de que a mistura de vodca (ou qualquer outra bebida alcoólica) com energético leva a um maior desejo de beber álcool, em comparação com a mesma quantidade de álcool consumida sozinha. Os resulta-
precisa ser encaminhada para o hospital com urgência. Segundo Zila van der Meer Sanchez, professora do Departamento de Medicina Preventiva da Unifesp, a mistura de alguma bebida alcoólica, em geral vodca, com energético, aumenta a chance da necessidade de atendimento em urgências hospitalares por efeitos agudos intoxicação alcoólica. Mensagem contraditória
dos também são consistentes com estudos em animais que mostraram que a cafeína incrementa as propriedades de recompensa do álcool. Efeitos no organismo Pesquisas anteriores já haviam advertido que a cafeína mascara os efeitos intoxicantes do álcool, o que pode levar a comportamentos mais arriscados, como o beber em binge. Isso ocorre principalmente porque
as pessoas não percebem o próprio nível de embriaguez. Inicialmente, o álcool age no sistema dopaminérgico do cérebro, causando euforia e desinibição. Com a ingestão de mais doses, a bebida passa a comprometer o sistema gabaérgico, responsável por funções vitais do corpo: controle da temperatura, respiração e batimentos cardíacos. No início da intoxicação, os sintomas são tontura, dificuldade de ficar acordado, fala
enrolada e confusão mental, que começam a se manifestar em média 20 minutos após a ingestão de álcool. Depois, ocorrem os sintomas mais graves: pulso fraco e rápido, pele fria e pálida, cheiro forte de álcool saindo da pele, respiração irregular, vômito, desmaio e coma. Beber em binge pode retardar o aparecimento dos primeiros sinais de embriaguez. Assim, sem a pessoa se dar conta, aparecem os sintomas mais graves e ela
Ainda não se sabe de que forma a cafeína aumenta a fissura pelo álcool, mas a especialista, que também é coordenadora do projeto Balada com Ciência da Unifesp e pesquisadora do Centro Brasileiro de Informações sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), acredita que pode ser um mecanismo comportamental. “O álcool, inicialmente, deixa a pessoa mais descontraída, e o energético mais alerta. Como o energético mascara o efeito depressivo do álcool, a pessoa só sente a parte positiva. Com isso, a sensação de bem-estar estimula o consumo excessivo”, explica.
ESTUDOS & PESQUISAS
Pernilongo é potencial transmissor de zika, diz estudo Uma pesquisa da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) detectou o vírus da zika em mosquitos Culex quinquefasciatus – conhecidos popularmente como pernilongos – coletados na cidade do Recife, em Pernambuco. Segundo informações da Agência Fiocruz, o estudo, divulgado nesta quinta-feira, confirma que a espécie é um potencial transmissor do vírus causador da infecção. Até o momento não havia comprovação científica de que pernilongos
poderiam ser vetores do zika. Para realizar o teste, foram coletados mosquitos na região metropolitana do Recife. Culex infectados naturalmente pelo vírus zika foram identificados em três dos oitenta grupos de pernilongos analisados. Em duas amostras, os pernilongos não estavam alimentados – o que indica que o vírus não foi contraído pelo mosquito após picada recente em um hospedeiro contaminado. Segundo a Agência Fiocruz,
vírus. Pernambuco é o Estado brasileiro com maior número de casos confirmados de microcefalia, má-formação associada à infecção pelo vírus da zika. Laboratório
na região onde a pesquisa foi realizada, a população do pernilongo é cerca de vinte
vezes maior do que a de Aedes aegypti – mosquito considerado o principal vetor do
Os pesquisadores também alimentaram os mosquitos Culex e Aedes com sangue e vírus. Quando a espécie não é vetor de uma doença, o vírus é barrado pelo mosquito – ou seja, não se desenvolve
em seu organismo. Em caso contrário, ele se dissemina, infectando a glândula salivar, de onde será transmitido às pessoas por meio da picada. Em laboratório, os cientistas dissecaram cada mosquito para a extração do intestino e da glândula salivar: o vírus foi detectado tanto nos mosquitos Aedes quanto no Culex. Segundo a Agência Fiocruz, os resultados apontam para a necessidade de novos estudos para avaliar a participação do Culex na epidemia de zika.
ESTUDOS & PESQUISAS
Cientistas dizem ter encontrado caminho para reverter menopausa Uma equipe de médicos da Grécia afirma ter conseguido fazer com que os ovários de mulheres que já tinham parado de menstruar voltassem a produzir óvulos, levando à reversão da menopausa. Segundo os médicos da clínica Genesis, em Atenas, entre as pacientes tratadas está uma que já não menstruava havia cinco anos. O ginecologista Konstantinos Sfakianoudis e sua equipe se concentraram em mulheres que tiveram menopausa precoce no tratamento, que envolve uma técnica geralmente usada para acelerar a cura de lesões. O médico deu mais detalhes sobre a pesquisa em entrevista à revista especializada “New Scientist”. ‘Esperança’ Se os resultados da pesquisa grega forem confirmados, a técnica poderá ser usada para aumentar a fertilidade em mulheres mais velhas, ajudar pacientes com menopausa precoce a ficarem grávidas e atuar o combate aos efeitos da menopausa. “Isso oferece uma janela de esperança para mulheres na menopausa, que serão capazes de engravidar usando seu
próprio material genético”, afirmou Sfakianoudis à “New Scientist”. A equipe grega usou a terapia PRP (Plasma Rico em Plaquetas), que consiste na retirada e centrifugação de sangue da paciente, em um processo que leva ao isolamento das moléculas que desencadeiam o crescimento de tecidos e vasos sanguíneos. Essa terapia já é muito usada para acelerar a cura de ossos fraturados e músculos lesionados, apesar de ainda não se saber totalmente qual é sua eficácia. Segundo a equipe de Sfakianoudis, a técnica PRP também parece ajudar a rejuvenescer ovários. Uma das pacientes tinha entrado na menopausa precocemente, aos 40 anos. Cinco anos depois, a equipe injetou PRP nos ovários dela, o que teria levado à volta da menstruação após um período de seis meses. A clínica então coletou três óvulos, e dois deles foram fertilizados com sucesso, usando espermatozoides do marido da paciente. Os embriões produzidos foram armazenados enquanto a equipe espera para coletar e fertilizar um terceiro - são necessários pelo menos três
para viabilizar o implante no útero da paciente. Os resultados foram apresentados na reunião anual da Sociedade Europeia de Reprodução Humana e Embriologia, em Helsinque, na Finlândia. Dúvidas Os médicos ainda não têm certeza sobre como a técnica funciona ou como esse plasma desencadeou a menstruação. Sfakianoudis afirma que aplicou a técnica em cerca de 30 mulheres com idades entre 46
e 49 anos e que queriam ter filhos. “Parece funcionar em cerca de dois terços dos casos. Observamos mudanças em padrões bioquímicos, uma restauração da menstruação.” A equipe ainda não implantou os embriões nas mulheres, mas espera fazer isso nos próximos meses. Segundo o médico, a terapia PRP já havia ajudado pacientes que sofrem de problemas que impedem a fixação dos embriões, dificultando a gravidez. Mas, após receberem doses de PRP diretamente
no útero, três de seis pacientes da clínica que tinham sofrido uma série de abortos e feito tentativas sem sucesso de fertilização in vitro conseguiram ficaram grávidas, relatou ele à New Scientist. Questionamentos A equipe ainda não publicou sua pesquisa em nenhuma revista científica. “Precisamos de estudos maiores antes de sabermos com certeza qual a eficácia do tratamento”, afirmou o médico. Mas alguns especialistas já
questionam os métodos usados pela Genesis - para eles, o grupo deveia ter testado a técnica primeiro em animais. “Essa experiência não teria sido permitida na aqui GrãBretanha. Os pesquisadores precisam trabalhar mais para ter certeza de que os óvulos resultantes (da terapia) são bons”, afirmou à New Scientist Roger Sturmey, da Faculdade de Medicina Hull York. Sturmey afirmou, entretanto, que a pesquisa da equipe de Sfakianoudis é “potencialmente muito animadora”. “Mas também abre questões éticas a respeito qual deve ser o limite máximo de idade para ser mãe”, acrescentou. “Fiquei acordado pensando nisso. Onde o limite deve ser estabelecido?” Ele citou questões como os riscos de desenvolver diabetes e hipertensão durante a gravidez e de abortos, casos que são mais comuns entre mulheres mais velhas. Virginia Bolton, embriologista no Hospital Guy’s and St Thomas’, em Londres, afirmou também à New Scientist ter dúvidas sobre a eficácia do tratamento. “É perigoso ficarmos animados com algo antes de termos provas suficientes de que funciona.”
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ESTUDOS & PESQUISAS
É possível ‘malhar’ apenas com o uso da mente? Parece uma propaganda carregada de charlatanismo: um método que propõe a “malhação” apenas através do uso de um motor imaginário ativar o corpo com a força da mente. Isso mesmo: pensando em fazer exercício. Mas o quanto isso é eficaz? A prática é usada em treinamentos de alto nível, mas para testar os efeitos que ela teria em pessoas com vida predominantemente sedentária, o programa da BBC “Confie em Mim, Sou Médico” organizou um experimento com um grupo de sedentários e o professor Tony Kay, da Universidade de Northampton, no Reino Unido. Kay é especialista em biomecânica do exercício e recrutou sete voluntários que não
fazem mais de duas horas de atividade física por semana para submetê-los a uma série de testes voltados a uma área específica do corpo: a panturrilha. Primeiro, o professor mediu a força deste músculo com o auxílio de um dinamômetro,
o tamanho com um aparelho de ultrassom, e a porcentagem de uso do músculo com eletrodos. Para isso, o grupo teve que fazer um exercício básico para contrair ao máximo a panturrilha. A partir daí, os voluntários passaram 15 miutos por dia
pensando no exercício. Após um mês, a força das panturrilhas tinha aumentado, em média, 8%. Mas um dos voluntários conseguiu um incremento de quase 34% na força muscular. É importante explicar que isso não ocorreu por causa de
aumento de massa muscular, mas sim porque, ao pensar em um exercício particular durante um mês, os participantes aprenderam a estimular melhor as fibras musculares. No início do experimento, o grupo utilizava, em média, 46,3% da massa muscular da panturrilha. No final, o percentual de uso chegou quase a 69%. “Eles conseguiram exigir mais do músculo”, explica Kay. “Com isso, ativam uma porcentagem muito maior do músculo ao fazer o exercício, o que lhes permite produzir mais força.” O “motor imaginário” é utilizado por atletas de elite para melhorar seu rendimento, mas também é ideal para evitar perda de força muscular em pessoas lesionadas ou que não podem realizar uma atividade física.
PREVENÇÃO
SUS oferecerá remédio que pode prevenir a aids O Ministério da Saúde anunciou na terça-feira, 19, que pretende incluir na lista de medicamentos gratuitos do Sistema Único de Saúde (SUS), até o fim do ano, o remédio que pode prevenir a infecção pelo HIV. A informação foi dada pela diretora do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais do ministério, Adele Benzaken, durante a 21ª Conferência Internacional de Aids, na África do Sul, e confirmada pelo órgão federal. Chamado de profilaxia pré-exposição (PrEP), mas mais conhecido como truvada – seu nome comercial -, o medicamento diminui as chances de contaminação pelo vírus da Aids quando tomado continuamente, mas pode trazer efeitos colaterais, como leves disfunções gastrointestinais e renais. A pílula de ingestão diária combina dois tipos de antirretrovirais (tenofovir e emtricitabitina) e é indicada para a população não infectada, mas que tem maior chance
o antirretroviral não deverá enfrentar dificuldade para ter sua incorporação aprovada. Aval
de contágio. Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o remédio diminui em até 92% o risco de o vírus entrar nas células. A estimativa do Ministério da Saúde é de que 10 mil pessoas tenham acesso ao medicamento no primeiro ano. “O remédio deverá ser ofertado em serviços especializados do SUS para populações com risco acrescido, como travestis, homens que fazem sexo com homens, transexuais e
profissionais do sexo”, disse a pasta, em nota. Em julho de 2014, a OMS divulgou diretriz recomendando que homens homossexuais utilizassem a PrEP como forma adicional de prevenção à infecção por HIV, além do preservativo. “As taxas de infecção por HIV entre homens que fazem sexo com homens continuam altas em quase todos os lugares do mundo e novas opções de prevenção são necessárias com urgência”,
declarou a organização, em informe na época. Segundo o ministério, o departamento de DST, Aids e Hepatites Virais já prepara um protocolo clínico de PrEP para ser encaminhado à Comissão de Incorporação de Tecnologia no SUS, órgão que define quais medicamentos, terapias e tratamentos são incluídos na rede pública. Como a maioria dos integrantes da comissão pertence a órgãos do ministério,
Para dar base à decisão de incluir o antirretroviral em sua lista de medicamentos gratuitos, o ministério financiou dois estudos de PrEP no Brasil, que estão sendo conduzidos pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e pela Fundação Oswaldo Cruz. Para Zarifa Khoury, infectologista do Instituto Emílio Ribas, a medida anunciada pelo ministério é positiva e necessária. “Até hoje, a camisinha sempre foi a única forma de prevenção, mas, claramente, não atende a todos. Tanto não atende que a epidemia não parou de se alastrar. Há algumas pessoas que não conseguem usar o preservativo em 100% das situações e, para eles, a PrEP é necessária. A ideia é que ela seja associada ao uso da camisinha.”
NOVA FÓRMULA
Fazer musculação com pouco peso também é eficaz
Quer aumentar o tamanho dos músculos sem pegar muito peso? Pesquisadores canadenses dizem que isso é possível, desde que você aumente o número de repetições até não conseguir mais. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Applied Physiology, o segredo para o crescimento muscular está em fazer repetições até a fatiga e não necessariamente na carga do peso. No novo estudo, pesquisadores da Universidade McMaster em Hamilton, no Canadá, recrutaram 49 homens jovens, que já faziam musculação há pelo menos um ano. Todos os participantes foram então submetidos a testes de força e a exames que mediam os níveis hormonais e a saúde muscular. Em seguida, eles foram aleatoriamente divididos em dois grupos e receberam dois tipos de treinos para seguir durante três meses. Ao primeiro grupo foi designado o treino padrão para crescimento muscular. A série consiste em levantar uma carga entre 75% e 90% do peso máximo que cada participante consegue levantar, com oito a 12 repetições. O segundo seguiu o treino “leve”. Neste caso, a carga de cada participante deveria ser entre 30% e 50% do peso máximo que o participante consegue levantar em uma repetição. Desta vez, a série deveria ser repetida até a exaustão – de 20 a 25 repetições. Os participantes de ambos os grupos deveriam realizar três séries de cada exercício e treinar quatro vezes por semana durante o estudo. Os resultados mostraram que os participantes de ambos os grupos ganharam força e aumentaram o tamanho dos músculos de forma equivalente, independente do treino.
ESTUDOS & PESQUISAS
Casais que bebem juntos são mais felizes
Casais que bebem juntos tendem a permanecer juntos. De acordo com um estudo publicado recentemente no periódico científico Journal of Gerontology: Psychological Sciences, pessoas que têm o hábito de compartilhar uma garrafa de vinho ou cerveja com o parceiro vivem em um relacionamento mais feliz. Pesquisadores da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos, realizaram o estudo com 2.767 casais que estavam juntos, em média, há 33 anos. Durante seis anos de acompanhamento, os voluntários participaram de entrevistas anuais, nas quais
respondiam questões sobre os hábitos de consumo de bebida alcoólica (quantidade e frequência), sobre a qualidade do casamento e o que pensavam sobre o parceiro (se tinham perfil muito crítico e exigente). Os resultados mostraram que casais que tinham os mesmos hábitos de consumo de bebida alcoólica tendiam a ser mais felizes do que aqueles em que apenas um dos parceiros costumava beber. No grupo em que havia a diferença, o casal estava mais propenso a enfrentar problemas de relacionamento. De acordo com a pesquisa, em mais da metade dos casa-
is, ambos os cônjuges bebiam. Mas, naqueles em que apenas um dos cônjuges tinha esse hábito, os maridos eram mais propensos a beber do que as mulheres. Por outro lado, nos casais cujas mulheres bebiam e os maridos não, as esposas relataram maior insatisfação com o casamento. O estudo também revelou um dado importante e preocupante: cerca de 20% dos homens e 6% das mulheres consumiam álcool em excesso. De acordo com os pesquisadores, pessoas com essa tendência tendem a ter relacionamentos mais destrutivos.