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Desde 1982 DIRETOR EXECUTIVO: ÁLVARO PEREIRA
UM JORNAL COMPROMETIDO COM A VERDADE
ANO 34
• TERÇA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2016 •
Entendendo o fenômeno Usain Bolt
Os candidatos a prefeito terão neste ano metade do tempo de exposição no horário eleitoral fixo no rádio e na televisão, em comparação com a eleição de 2012. Em compensação, eles terão direito a mais inserções peças de 15 ou 30 segundos que são exibidas ao longo da programação das emissores. Brasil A3
Recordista desde os 15 anos, jamaicano acumula marcas, excentricidades e dinheiro.
Com seus 1,95 m, o jamaicano Usain Bolt é alto demais para provas tão rápidas do atletismo como os 100 e os 200 metros rasos, mas é tricampeão olímpico da primeira prova e bi da segunda, e recordista mundial em ambas. Ele também parece
Vôlei
Seleção feminiana bate Rússia e encara China nas quartas
NYT critica excesso de matérias negativas sobre as olimpíadas
Desde o início das Olimpíadas do Rio, publicações internacionais estamparam reportagens sobre uma série de problemas econômicos, políticos e de segurança no Brasil. Enquanto alguns consideram ser o retrato justo da realidade do país, uma coluna do jornal The New York Times, publicada na segunda-feira, critica o excesso de negatividade das matérias. Esporte A6
desengonçado, balança o corpo mais que os outros concorrentes e larga quase sempre atrás dos adversários. E, ainda assim, é um mito do esporte mundial, imbatível nas distâncias que decidiu disputar. Esporte A6
Como os turistas estrangeiros estão vendo o Rio de Janeiro
Biquíni, caipirinha, choques linguísticos, a cultura do abraço e, acima de tudo, simpatia: turistas contam suas experiências no Rio de Janeiro olímpico. E há quem não consiga entender a resistência do povo aos Jogos. Os alemães Elfi Spieler, Fabian Bergwitz e Evelin Selan nem ligaram para a dor de barriga que tiveram nos primeiros dias de Rio de Janeiro – resultado da “ex-
A seleção feminina de vôlei segue arrasadora na Rio2016. As meninas do Brasil derrotaram a forte Rússia por 3 sets a 0 no domingo, no Maracanãzinho, e encerraram a fase de grupos invictas e sem perder nenhum set. As parciais foram 25/23, 25/21 e 25/21. O próximo desafio é a China pelas quartas de final nesta terça-feira. Esporte A5
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PREÇO • R$ 1,00
Nº 1.811
Candidatos terão metade do tempo de exposição
SAÚDE Depressão, enxaqueca e até arritmia: os novos usos do Botox.
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MUNDO Milagre: Chinesa cai de cruzeiro e sobrevive 38 horas no mar.
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SUDOESTE Jardim aparece em reportagem sobre turismo da Folha de São Paulo.
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ESTUDOS Garrafas plásticas têm mais germes que vasilha de cachorro.
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BRASIL Deputados querem afrouxar 10 medidas contra corrupção.
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COMEMORAÇÃO DOS 34 ANOS DO JORNAL TRIBUNA POPULAR: Para celebrar os 34 anos de história,os diretores ofereceram um coquetel para homenagear as pessoas que contribuíram para que o Jornal se mantivesse por tantos anos. Cidades A8
perimentação” com todo tipo de comida vendida nas barraquinhas espalhadas pela cidade. Do acarajé ao cachorro quente, a coxinha foi do que mais gostaram. “Tivemos que aprender como se fala, porque adoramos essa comida”, conta Selan. Eles vieram ao Rio torcer pela amiga atleta Anne Haug, única representante da Alemanha no triatlo. Mundo B1
Pokémon Go
Jovem é atropelado por ônibus em Rio Brilhante distraído com o jogo
Um jovem de 18 anos teve graves ferimentos, entre eles fratura exposta no tornozelo, ao ser atropelado por um ônibus na manhã do último domingo (14), em Rio Brilhante. À polícia, o rapaz disse que estava caçando Pokémon Go, jogo que virou “febre” nas últimas semanas. O jovem saía de uma festa, no bairro Nova Rio Brilhante, e usava o celular para caçar os monstrinhos. Por volta das 6h30m o jovem foi atingido pelo ônibus depois de invadir a rua e entrar na frente do veículo.Além de usar o celular, o jovem também estaria embriagado, segundo relatos de amigos à polícia. Cidades A7
A2 artigos • • •
TERÇA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2016
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PUBLICADO DESDE 26 DE ABRIL DE 1982 SEDE Rua Sete de Setembro, 1435 - Centro - Jardim - MS - 79240-000 SUCURSAL Rua Praia da Areia Branca, 119 - Jd. Autonomista Campo Grande - MS 79022-463 REDAÇÃO Rua Sete de Setembro, 1435 -Sala A - Centro - Jardim - MS - 79240-000 tribunapopularnews@gmail.com Telefone: (67) 3251-2000 (Interior) / (67) 3222-7707 (Capital) DIRETOR EXECUTIVO Álvaro Pereira DIRETOR Álvaro Pereira Filho EDITORA CHEFE Maria Sandra J. R. Pereira REDAÇÃO Toninho Ruiz, Toninho Souza e Raquel Rodrigues IMPRESSÃO Gráfica Qualidade - CNPJ 05.042.060/0001-90 - Rua 14 de Julho, 204 Vila Santa Dorotheia, Campo Grande - MS ALVARO PEREIRA FILHO EIRELI -ME - CNPJ 20.638.681/0001-25 (INTERIOR) PEREIRA E RODRIGUES SERVIÇOS DE NOTÍCIAS LTDA - CNPJ 11.704.547/0001-94 (CAPITAL)
ARTIGOS
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Murilo Aith
Os riscos da obsessão de Temer pela reforma da Previdência
Uma das principais bandeiras do Presidente interino, Michel Temer, a reforma da Previdência pode sair a fórceps. Isso porque nos últimos dias foi noticiado que a equipe do Governo estuda, como saída alternativa, alterar, por meio de um despacho normativo federal, a interpretação das regras da aposentadoria para os segurados do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Esse caminho seria escolhido caso o Congresso Nacional demore ou não aprove as mudanças propostas. Ou seja, a reforma das regras atuais da Previdência virou uma obsessão, uma meta, um “surto de responsabilidade”. E, agora, se confirmada essa posição do governo uma espécie de medida ditatorial pode ser utilizada para mudar as regras para milhões de segurados do INSS no meio do caminho. Um verdadeiro abuso do poder. Conforme noticiado, o Presidente considera possível fazer a reforma da previdência a
jato, através de um despacho normativo do governo federal, explicando que a Constituição Federal é clara ao estabelecer que os anos de contribuição e a idade mínima são ambas condições necessárias e não excludentes para se aposentar pelo INSS. Esse despacho seria alvo de impugnação no Supremo Tribunal Federal, que daria a palavra final. Trata-se de uma ação de extrema falta de sensibilidade com os trabalhadores brasileiros. As propostas do governo já não visam qualquer Justiça social, pois aumentar a idade mínima da aposentadoria para 63 ou 65 anos não condiz com a realidade do nosso mercado de trabalho. Até porque depois dos 50 anos, o trabalhador brasileiro dificilmente consegue uma colocação no mercado formal. A imensa maioria é obrigada a realizar atividades informais para sobreviver. Além disso, os trabalhadores, sejam eles rurais ou urbanos, começam a trabalhar e contribuir com a Previdência So-
cial muito cedo, alguns desde os 14 anos. A reforma da Previdência, da maneira como está sendo desenhada, já é extremamente danosa aos trabalhadores. As mudanças mais drásticas valerão para quem tiver até 50 anos, tanto na iniciativa privada como no setor público. Acima desta faixa etária haverá um “pedágio” para quem quiser se aposentar, a chamada regra de transição, prevendo um período adicional de trabalho de 40% a 50% do tempo que falta para que se tenha direito ao benefício. Ou seja, de qualquer maneira, o trabalhador terá que trabalhar e contribuir mais. E é exatamente por este cenário preocupante que o governo sabe que terá muitas dificuldades políticas para aprovar as medidas técnicas necessárias. Entretanto, o governo não pode impor essas alterações sem um amplo e aberto debate sobre as mudanças com a sociedade. E, caso abra o debate, Temer
e sua equipe deverão esclarecer efetivamente quais os reais valores gastos pela Seguridade Social e também o que ela arrecada de tributos para o seu custeio. Até porque o déficit da Previdência, constante anunciado, não é verdadeiro. Portanto, é importante ressaltar que não há como fazer uma reforma previdenciária coerente se não for estabelecido um amplo debate com a sociedade. A proposta vem sendo debatida internamente pelo governo e deve ser, necessariamente, estendida todos os atores sociais, como os aposentados, a Defensoria Pública, a Ordem dos Advogados do Brasil, associações de classes, acadêmicos, Ministério Público, centrais sindicais, entre outros, para chegar numa proposta mais justa. Senão, corremos o risco de um enorme retrocesso social capitaneado por uma afronta aos direitos já conquistados pelos aposentados.
Ronaldo Cavalheri
O mercado de trabalho está mudando!
Nunca ouvimos falar tanto que é possível trabalhar com o que amamos. Sim, é possível. Mas só amor não entrega resultados. Muitas pessoas têm ideias geniais e querem criar, por exemplo, uma startup bilionária ao se levantar da cama, mas esquecem que só a ideia não é suficiente. O momento econômico conturbado tem deixado a vida das pessoas mais difícil. Muita gente está perdendo tempo reclamando, sem enxergar as oportunidades do momento. Empresas como o Google, AirBnb e Netflix estão nos forçando a um novo comportamento e sinalizando que muitas outras mudanças radicais estão por vir. As pessoas precisam estar atentas a essas mudanças e, também, entender que devem se preparar para elas. Não basta ser usuário de aplicativos ou consumidor de novas soluções. Estou falando de se reinventar como profissional, estando preparado para um mercado de trabalho alternativo e pulsante. Se o mundo está mudando, por que a grande maioria das pessoas continuam desenhando seu perfil profissional da mesma forma? É impressionante como muita gente só enxerga possibilidade na velha e obsoleta CLT. Até quando o mercado irá conseguir arcar com essa relação trabalhista onerosa de um sistema falido e engessado? O empreendedorismo se coloca como grande opção para um
novo desenho de relações de trabalho, onde regras mais flexíveis são aceitas. Não é cumprir horário que importa, mas sim agregar valor e entregar resultados. E também por que não trabalhar em casa em seu home office ou em espaços compartilhados? É preciso pensar em aliviar a estrutura das empresas e deixá-las mais competitivas. Antigamente, o profissional passava uma vida inteira dentro da mesma empresa. Nos últimos tempos, eles viraram especialistas e tinham vários empregos na mesma área. Agora, viveremos um período de várias profissões na mesma vida. O mercado precisa de profissionais polivalentes e mutantes, que acompanham o movimento da economia. Você pode trabalhar com o que gosta, mas precisa ter um diferencial. Mesmo em tempos de crise, as pessoas têm
acesso ao consumo. Com isso a personalização, a exclusividade e o valor agregado tem sido uma solicitação recorrente dos consumidores. É preciso criar identidade profissional, ter uma linguagem própria e entregar o que os outros não entregam. É preciso enxergar vertentes alternativas e criativas na mesma área de atuação. Planejamento longo pode ser um tiro no pé. Não dá para perder meses ou anos desenhando uma solução que talvez o mercado não queira comprar. Com as redes sociais, nunca estivemos tão próximos dos nossos clientes. É vital entender as necessidades e propor soluções com foco nelas. É preciso se preparar para entregar mais do que se espera, e para isso é preciso formação. Porém, o modelo de ensino deve ser outro, com aprendizado constante e
foco prático. Não é aceitável que um o futuro profissional fique anos sentado na cadeira de uma faculdade para chegar ao final e se perguntar como exercer sua profissão. É inadmissível pensar em uma formação teórica no qual o aluno tem papel receptivo. O profissional precisa ser construído agindo ativamente durante sua formação, vivendo a profissão e criando um olhar múltiplo. As novas tecnologias têm trazido facilidades. Inevitavelmente a robotização substituirá muitas atividades hoje desenvolvidas pelo homem. Precisamos repensar nossos papeis como profissionais. Só aquilo que é prazeroso e que depende do talento caberá ao ser humano. Estamos chegando em um tempo onde a Economia Criativa aparece em destaque, pois o que realmente vale é o intangível proporcionado pelo capital intelectual. Da mesma forma, ganham forças as economias colaborativa e compartilhada que estabelecem uma relação de “ganha-ganha”, abrindo canais para uma nova forma de pensar onde o ser é mais valioso que o ter. Sim, novos tempos que exigem novos comportamentos. É hora de se reinventar como o profissional e garantir seu espaço no mercado.
Clemente Ganz Lúcio
A desigualdade no Brasil
Tempos difíceis no mundo e no Brasil. Crise econômica profunda, desemprego, arrocho salarial, precarização dos direitos, violência crescente, migrantes em fuga, xenofobia, descontentamento com as instituições e insatisfação com a política compõem uma lista e tanto, mas são apenas parte dos problemas. Em busca de solução, há o desafio de entender o que está acontecendo, identificar causas e consequências. E há um desafio maior ainda que é transformar, pelo conhecimento, os problemas em questões que mobilizem a sociedade para atuar e intervir. A desigualdade é uma das questões mais complicadas e a causa estrutural da maioria dos problemas que vivemos. Nasce na sociedade com e devido ao modo pelo qualse produz e distribui riqueza e renda. É isso que diz Thomaz Piketty no livro O capital no século XXI. Como afirma o autor, não há determinismo econômico na distribuição da renda e da riqueza, pois esta é uma construção histórica, feita em sociedade e, por isso, política. O debate sobre o que é justo e sobre as escolhas coletivas fazem parte do jogo social. Recentemente (maio),a Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda divulgou, pela primeira vez,breve estudo com base nos dados do Imposto de Renda da Pessoa Física 2014-2015 (Relatório da Distribuição Pessoal da Renda e da Riqueza da População Brasileira). Disponível do site do Ministério, o trabalho permite uma comparação com os dados produzidos por Piketty. O estudo analisa os dados do imposto de renda de 26,5 milhões de pessoas, de um universo de 101 milhões que trabalharam
nesse período, ou seja, um quarto desse contingente. Examina o rendimento e a riqueza (bens e direitos) por faixa de salários mínimos e por decil e centil de renda(como se dividíssemos o grupo de 26,7 milhões em 10, 100 ou 1.000 grupos de igual tamanho). As 26,7 mil pessoas que estão no topo da pirâmide detêm 6% de toda a renda e riqueza daqueles que declararam o imposto de renda. Este grupo ganha 6.100% a mais do que a renda média dos que declararam imposto de renda e têm um volume de riqueza (bens e direitos) 6.450% superior à média dos declarantes. Os dados para os 1% ou 5% mais ricos também são revoltantes. Considere que esses dados comparam a renda e a riqueza entre aqueles que declaram imposto de renda. Há, porém,75 milhões de pessoas que estão no mundo do trabalho e não fazem declaração de IR,a grande maioria,justamente porque possui renda muito baixa. Incluindo-os na comparação, a desigualdade aumentará muito. A desigualdade revelada nesse importante relatório é de obrigatório conhecimento, pois é essencial para fundamentar uma atuação incisiva para a tributação sobre a renda, a riqueza e os dividendos. Há outros importantíssimos estudos sobre o tema, que valem comentários em outras oportunidades. Com o trabalho é produzida muita renda e riqueza, que poderiam gerar bem-estar e qualidade de vida para todos. Mas o que acontece, o que se cria, éessa absurda desigualdade, que produz muitos dos problemas que abrem esse artigo. É fundamental atuar, intervir e transformar esse quadro perverso.
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brasil
Pokémon Go supera movimento do Dia dos Pais nos shoppings.
TERÇA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2016 A3
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ELEIÇÕES 2016
Candidatos terão metade do tempo de exposição na TV Os candidatos a prefeito terão neste ano metade do tempo de exposição no horário eleitoral fixo no rádio e na televisão, em comparação com a eleição de 2012. Em compensação, eles terão direito a mais inserções – peças de 15 ou 30 segundos que são exibidas ao longo da programação das emissores. Com o alegado objetivo de cortar custos, mudanças na legislação eleitoral feitas no ano passado reduziram de 45 para 35 dias a duração da propaganda eleitoral no primeiro turno. Além disso, o horário eleitoral fixo dos concorrentes a prefeituras foi cortado de 90 minutos por semana para 60. O tempo total do horário fixo vai cair de 19 horas e 30 minutos para 10 horas no decorrer de toda a campanha. Já o número de inserções, no decorrer de toda a campanha, vai aumentar de 1.350 para 1.470 minutos. Isso sem contar o espaço dos vereadores, que pela primeira vez terão direito a inserções – 980 minutos distribuídos ao longo dos 35 dias. As novas regras da propaganda eleitoral no rádio e na TV podem criar no Brasil uma nova legião de “Enéas” – o
candidato que, com apenas 15 segundos de tempo de TV em 1989, se notabilizou por falar rápido e gritar ao final o próprio nome para chamar a atenção dos espectadores. A importância do horário eleitoral é maior para os candidatos novatos, que precisam de mais propaganda por serem pouco conhecidos. João Doria (PSDB), em São Paulo, e Pedro Paulo (PMDB), no Rio de Janeiro, montaram as maiores coligações em suas cidades para tentar contornar esse problema. Doria, que nunca disputou
cargos eletivos, uniu doze partidos ao PSDB e obteve 31% do tempo de propaganda. Em termos proporcionais, é a maior fatia já obtida por um tucano na capital paulista em 20 anos. A seguir, no ranking dos maiores tempos, aparecem Fernando Haddad (PT), com 26%, e Marta Suplicy (PMDB), com 20%. Celso Russomanno (PRB), líder nas mais recentes pesquisas de intenção de voto, terá apenas 12% do tempo de propaganda no rádio e na TV. Em cada bloco do horário eleitoral fixo, Doria terá
uma cota de pouco mais de 3 minutos. O tucano disporá ainda de 26 inserções por dia, quatro a mais do que o petista Haddad, candidato à reeleição. As inserções são vistas pelos marqueteiros políticos como as armas mais poderosas de propaganda porque elas chegam de surpresa aos eleitores, misturadas à publicidade comercial e em horários diversos. Mesmo os espectadores desinteressados em política as assistem. No Rio, o apadrinhado pelo prefeito Eduardo Paes
(PMDB), Pedro Paulo, nunca disputou um cargo executivo – já foi deputado estadual e federal. O peemedebista, ex-secretário da gestão Paes, é apoiado por outros catorze partidos, o que lhe garantiu 35% da propaganda. Porcentual mais do que o dobro da segunda colocada, Jandira Feghali, da aliança entre PCdoB e PT. O tempo de televisão é majoritariamente distribuído de acordo com o tamanho das bancadas dos partidos ou coligações na Câmara dos Deputados. Apenas 10% da propaganda é rateada igualitariamente entre os candidatos. As megacoligações formadas por Doria e Pedro Paulo mostram que teve alcance limitado um dispositivo introduzido na legislação em 2015 para desestimular o “mercado” do tempo de televisão. Pela nova regra, apenas as bancadas dos seis maiores partidos de uma coligação são contadas na distribuição da propaganda. Ainda assim, Doria e Pedro Paulo se esforçaram para formar coligações grandes e atrair partidos “nanicos”. Na prática, isso evitou que essas pequenas legendas se aliassem aos adversários.
DEFESA
Bumlai diz que foi o ‘trouxa perfeito’ a serviço do PT
Nas alegações finais apresentadas na sexta-feira por sua defesa ao juiz Sérgio Moro, o pecuarista José Carlos Bumlai afirma ter sido o “trouxa perfeito do PT” para viabilizar o empréstimo de R$ 12 milhões que captou no Banco Schahin, em outubro de 2004. O dinheiro, segundo o próprio pecuarista, foi destinado ao PT. Segundo a Lava Jato, em troca da operação financeira, o Grupo Schahin foi favorecido por um contrato de US$ 1,6 bilhão sem licitação com a Petrobrás, em 2009, para operar o navio sonda Vitória 10.000. As alegações finais foram apresentadas na ação penal em que Bumlai é réu por
corrupção, lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta de instituição financeira. A defesa do pecuarista diz que ele “sabe ter cometido um grave equívoco, que redundou na acusação, tem consciência de seus atos e de muitos deles se arrepende”. Amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Bumlai foi preso em novembro de 2015 na Operação Passe Livre, desdobramento da Lava Jato. Debilitado por um câncer na bexiga e problemas cardíacos, o pecuarista, de 71 anos, foi autorizado em março deste ano a cumprir prisão domiciliar e fazer tratamento em casa. Na quinta-feira passada, porém, o juiz da Lava
Jato determinou que o pecuarista volte para a prisão em regime fechado. No documento de 70 páginas, a defesa de Bumlai pede a Moro que devolva a ele a liberdade. Seus advogados relatam que no caso envolvendo o empréstimo no Banco Schahin, “o PT precisava de dinheiro para, entre outras providências, quitar dívidas da campanha da prefeitura de Campinas”. Eles citam o que chamam de interesse da instituição financeira em se aproximar do governo federal e do PT para se beneficiar de novas “oportunidades de negócios”. “Nesse contexto, como esclareceu Bumlai, o empréstimo já estava total-
mente aprovado e só precisava de um ‘trouxa’ pra assinar e ficar responsável por ele. E o ‘trouxa’ escolhido foi José Carlos Bumlai que, além de ser conhecido de todos os envolvidos, era adimplente e amigo do presidente Lula. Eis o trouxa perfeito!” Para os defensores do pecuarista, “na contramão do que tem sido comum nos processos envolvendo a força-tarefa da Lava Jato”, Bumlai “não é lobista, não é empreiteiro, não é político e tampouco se beneficiou de contratos milionários com o governo federal”. “Bumlai errou e arrepende-se imensamente. Afinal, cometeu falsidades documentais que possibilitaram
a irrigação ilícita de recursos ao Partido dos Trabalhadores, sucedida, posteriormente e à sua total revelia, de uma compensação de favores escusa entre esta agremiação partidária e o Grupo Schahin em negociações com a Petrobrás. Mas, a César o que é de César!”, diz do texto dos advogados. Nas alegações finais, os advogados de Bumlai argumentam ainda que apesar de não ter assinado nenhum acordo de colaboração premiada, o pecuarista “confessou voluntária e espontaneamente suas condutas, auxiliando efetivamente para o deslinde não só das investigações que redundaram nesta ação penal”.
MAIS UM
Ex-tesoureiro do PT, Paulo Ferreira vira réu na Lava Jato O juiz federal Sergio Moro aceitou na última sexta-feira a denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra os presos na 31ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em julho e batizada de Abismo. Entre os 14 acusados de corrupção e lavagem de dinheiro, que agora passam ao banco dos réus, está o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira, representante do partido no recebimento de propinas retiradas do contrato de 848,9 milhões de reais para a construção do Centro de Pesquisas da Petrobras (Cenpes), no Rio de Janeiro. De acordo com a denúncia da força-tarefa da Lava Jato, 20 milhões de reais foram desviados no esquema. No breve despacho em que aceitou a denúncia, Moro disse entender que há “indícios suficientes de autoria e materialidade” contra os acusados, entre os quais há operadores financeiros e executivos das empreiteiras OAS, Carioca Engenharia, Construbase,
Construcap, CCPS Engenharia e Schahin. Até o magistrado receber a acusação do MPF, Ferreira era o único dos últimos três tesoureiros petistas livre de uma ação penal no petrolão. Seu antecessor, Delúbio Soares, é réu por lavagem de dinheiro no processo que apura o empréstimo fraudulento de 12 milhões de reais do Banco
Schahin ao PT, compensado por um contrato bilionário com a Petrobras. João Vaccari Neto, que sucedeu Ferreira à frente das finanças petistas, já acumula condenações a 24 anos de prisão em duas ações penais da Lava Jato e é réu em outras seis. Segundo o ex-vereador petista Alexandre Romano, o Chambinho, que fechou acordo de
delação premiada com a Lava Jato e também se tornou réu, três empresas suas receberam 1 milhão de reais dos desvios no Cenpes e repassaram o valor a Paulo Ferreira por meio de contratos falsos. O dinheiro era enviado a Ferreira e a destinatários indicados por ele, como familiares, blogs com linha editorial favorável ao PT e até uma escola de samba do
Rio Grande do Sul. O ex-tesoureiro do PT também é réu na Operação Custo Brasil, da Justiça Federal de São Paulo, por participação no desvio de 100 milhões de reais de um contrato de administração de empréstimos consignados de funcionários do Ministério do Planejamento, entre 2009 e 2015. Além de Paulo Ferreira e Chambinho, são réus pelos crimes investigados na Operação Abismo os operadores Adir Assad, Roberto Trombetta e Rodrigo Morales; Léo Pinheiro e Agenor Franklin Magalhães Medeiros, executivos da OAS; Ricardo Backheuser Pernambuco, da Carioca Engenharia; Genésio Schiavinato Júnior, da Construbase; Roberto Ribeiro Capobianco e Erasto Messias da Silva Júnior, da Construcap; Edison Freire Coutinho e José Antônio Marsílio Schwarz, da Schahin; o ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque.
ECONOMIA
Vendas para o Dia dos Pais caem em relação a 2015
Os consumidores brasileiros compraram menos na semana que antecede o dia dos pais deste ano que no ano passado, segundo informaram empresas de consulta de crédito nesta segunda-feira. Um levantamento feito pela Serasa mostra uma redução de 8,8% em relação a 2015, a maior desde o começo da série iniciada em 2005. A empresa analisou as consultas feitas ao seu sistema por lojistas, para vendas a crédito e através de cheque, durante os dias 8 a 14 desse mês. Outra estimativa, feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), mostrou queda de 7,15% nas vendas a prazo em relação ao ano passado. Apesar da redução, o índice ficou abaixo do verificado em 2015, quando registrou desaceleração de 11,21% em relação a 2014. O dado leva em conta as consultas feitas na semana de 7 a 13 de agosto. Na avaliação dos economistas das empresas, o desemprego, a inflação e o custo do crédito foram fatores que influenciaram os resultados. Para o presidente da CNDL, Honório Pinheiro, ainda é preciso um cenário mais positivo para que se as quedas neste ano sejam amenizadas. “É preciso que se verifique uma tendência de melhora na confiança dos consumidores, calcada no avanço da renda e do emprego”, diz. As vendas no comércio tiveram o pior semestre desde 2001, com queda de 7% em relação ao ano anterior, de acordo com dados do IBGE divulgados na última semana. ECONOMIA
Imposto sobre etanol deve gerar R$ 1,5 bi de receita ao governo
O governo federal prevê uma receita extra de 1,5 bilhão de reais em 2017 com a volta da cobrança de PIS/Cofins de 12 centavos por litro do etanol hidratado a partir de 1º de janeiro. Para a equipe econômica de Henrique Meirelles o tributo sobre o combustível renovável será uma das poucas novas fontes extras de receita tributária automática no próximo ano, ou seja, sem que haja a necessidade de qualquer ato presidencial ou mesmo aprovação do Congresso. A receita com o PIS/Cofins é, no entanto, apenas um pequeno alívio no caixa do governo para cobrir os 55 bilhões de reais que faltam para o cumprimento da meta fiscal do próximo ano, de déficit de 139 bilhões de reais, e faz parte da política de revisões de todas as desonerações concedidas durante o governo da presidente afastada Dilma Rousseff (PT). Em 2016, o universo de desonerações ficará em 271 bilhões de reais.
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MUDANÇAS
Deputados querem afrouxar 10 medidas contra corrupção Parlamentares da comissão especial que analisa o projeto das “Dez Medidas Contra a Corrupção”, apresentado pelo Ministério Público Federal ao Congresso, já articulam mudanças em pelo menos quatro pontos centrais do pacote: a criminalização do caixa dois, o aumento da pena para corrupção, a possibilidade de que provas ilícitas sejam consideradas válidas se forem colhidas de boa-fé e a hipótese de prisão preventiva para a recuperação de recursos desviados. Deputados têm discutido o tema em encontros reservados com advogados. Eles resistem a expor publicamente o desconforto com as medidas, já que o projeto chegou à Câmara com o apoio de 2 milhões de assinaturas, recrutado por representantes da força-tarefa da Lava Jato e respaldado pelo juiz federal Sergio Moro, responsável pelos processos do petrolão em Curitiba (PR). A criminalização do caixa dois, hoje um ilícito eleitoral, é um dos pontos mais polêmicos e tem causado reações entre parlamentares, que debatem a melhor forma para evitar o endurecimento da legislação sobre a prática.
O Ministério Público Federal quer responsabilizar não só pessoas físicas, mas também os partidos que praticam o caixa dois. Apesar de a discussão na comissão ter como base as “Dez Medidas Contra a Corrupção”, do MPF, ainda não há um texto final do projeto e os deputados estudam como modificar a proposta original sem rejeitar a medida toda. Para o presidente da comissão, Joaquim Passarinho (PSD-PA), com o fim do financiamento eleitoral, “praticamente acabou o problema do caixa dois” e é preciso analisar uma nova forma de abordar a questão. A principal
tese em discussão é separar crime eleitoral de propina. Aliado do deputado afastado Eduardo Cunha (PMDBRJ), o peemedebista Carlos Marun (MS) avalia que a criminalização do caixa dois só será aprovada se houver uma distinção entre a prática – que consiste na doação ou recebimento recursos não declarados à Justiça Eleitoral – e o recebimento de dinheiro oriundo de corrupção. “A propina tem uma relação de causa e efeito, tem que haver fato gerador com o benefício tendo se materializado e em contrapartida o beneficiado ter feito pagamento para al-
gum agente político. Se não houver essa diferenciação, tudo vira propina”, disse Marun. O relator da comissão especial, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), concorda que é necessário “separar o joio do trigo”. A tese, contudo, enfrenta resistência no próprio colegiado. Para o deputado Wadih Damous (PT-RJ), essa seria uma forma de blindar parlamentares e protegê-los de delações em curso, como a da Odebrecht. Na opinião de Rubens Bueno (PPS-PR), que é suplente na comissão, fazer a distinção entre caixa
2 e o recebimento de propina seria um “eufemismo”. “É uma forma de fugir da Justiça, acho que o caixa dois tem que ser julgado como propina também.” Para o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a criminalização do caixa dois e o aumento da pena para crime de corrupção são a base fundamental das dez propostas do MPF e, por isso, “precisam ser avaliados com toda atenção pelos deputados”. “É preciso observar o que vem acontecendo na política nacional para entender por que esses são os aspectos importantes”, disse. “Sinto no meu dia a dia que a sociedade tem uma expectativa positiva com que o Congresso pode fazer com essas medidas. Estamos sob os olhares de milhões de brasileiros.” Passarinho considera que o “primeiro impacto” das propostas é “ruim” e que alguns pontos sugeridos podem ser modificados. Sobre o aumento da pena para crimes de corrupção, por exemplo, o deputado afirma que “não é em razão do tamanho da pena que as pessoas são corruptas”. Outra medida considerada polêmica é a possibilidade
de provas apontadas como ilícitas serem validadas pela Justiça se for comprovado que foram colhidas “de boafé”. Os questionamentos em relação a essa medida transcende a discussão no Congresso e envolve também o mundo jurídico. A nulidade de provas é um dos principais caminhos usados por criminalistas para tentar derrubar investigações. As operações Satiagraha e Castelo de Areia são exemplos de ações anuladas por provas ilegais. As “Dez Medidas Contra a Corrupção” foram entregues ao Congresso no fim de março deste ano. A comitiva contou com a presença do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba. Em meio à turbulência do afastamento de Cunha (PMDB), o pacote ficou nas gavetas da Câmara até junho, quando o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP), criou a comissão especial para discuti-la. Alguns dos principais partidos da Casa – PMDB, PT, PP, PSC e PCdoB – protelaram a indicação de nomes para compor o colegiado. A comissão só começou a funcionar no início deste mês.
SÃO PAULO
Cooperativa envolvida na máfia da merenda fraudou registro A Coaf (Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar), investigada por envolvimento na máfia da merenda, não poderia ter participado de uma concorrência da Secretaria Estadual da Educação. Segundo a edição desta segunda-feira do jornal Folha de S. Paulo, a cooperativa entregou à secretaria uma declaração falsa de que era registrada na Ocesp (Organização das Cooperativas do Estado de São Paulo), o que lhe garantiu dois contratos de 11,4 milhões de reais com o governo de São Paulo – que agora estão sob investigação da Operação Alba Branca. Esses dois contratos da Coaf para fornecer suco de laranja para a rede estadual de ensino foram obtidos por meio de uma chamada pública de 2014 – uma modalidade de concorrência menos rígida e permitida por lei em caso de
aquisição de itens vindos da agricultura familiar. Para se adequar a isso, a cooperativa declarava que seus produtos vinham de pequenos produtores da região de Bebedouro (SP). A Operação Alba Branca descobriu, contudo, que, na verdade, a entidade revendia suco de grandes indústrias, cobrando até 30% a mais, como se fosse da agricultura familiar. Uma das exigências da Secretaria da Educação para habilitar uma cooperativa na chamada pública era a “declaração de que possui registro perante a entidade estadual da Organização das Cooperativas Brasileiras”, conforme consta em seu edital. Datada de 8 de setembro de 2014, a declaração da Coaf foi entregue à secretaria assinada pelo então presidente da entidade, Cássio Chebabi, e registrada em cartório, dizendo
que a Coaf tinha registro na Ocesp. À Folha, a Ocesp disse que a Coaf não tem nem nunca teve registro. “A Coaf tentou se registrar na Ocesp em 2014, mas desistiu do processo. Segundo o setor jurídico da Ocesp, a documentação (estatuto e ata de constituição) da Coaf apresentava pontos
em desacordo com a legislação cooperativista. Isso foi apontado aos representantes da Coaf, mas eles nunca mais retornaram”, disse a organização. A secretaria não detectou a fraude. Na quarta-feira, a Coaf foi declarada inidônea, após pedido de punição feito pela secretaria, estando impedida
de participar de concorrências. Segundo o deputado Alencar Santana Braga (PT), membro da CPI que investiga a suposta máfia da merenda na Assembleia Legislativa, a Secretaria da Educação “favoreceu” a Coaf. “Se fizesse a análise devida, impediria a vitória dessa cooperativa”, disse ele ao jornal.
A Secretaria da Educação afirmou que segue o modelo de edital do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação), órgão federal que determina que 30% dos itens da merenda escolar venham da agricultura familiar, e que a exigência de que as cooperativas apresentem declaração de que são registradas na Ocesp é um cuidado a mais que é tomado no Estado de São Paulo, “justamente com o intuito de evitar fraudes”, uma vez que o FNDE nem menciona isso. Questionada pela Folha sobre uma eventual falha na fiscalização, a Secretaria da Educação não comentou. O advogado de Cássio Chebabi, Ralph Tórtima Filho, disse que não iria comentar o caso, pois seu cliente fechou acordo de delação premiada já homologado pela Justiça, o que exige sigilo.
BATALHA JUDICIAL
Americano vai a Congresso dos EUA para rever filho com brasileira Diante da perspectiva de uma batalha judicial que pode durar anos, o médico americano Christopher Brann decidiu recorrer ao Congresso dos Estados Unidos para tentar conseguir a volta ao país de seu filho N., de 6 anos, com uma brasileira. Em julho de 2013, o garoto foi passar férias no Brasil com a mãe, Marcelle Guimarães, e não voltou. Naquele ano, a brasileira obteve a guarda do filho na Justiça da Bahia. No mês passado, Brann relatou seu caso em uma audiência na Câmara dos Deputados dos Estados Unidos sobre a aplicação da lei que estabelece punições aos países que desrespeitarem a convenção internacional sobre a guarda de menores. No Congresso, ele também se reuniu com assessores do senador Ted Cruz, que foi derrotado na disputa pela candidatura do Partido Republicano à presidência dos EUA. Dias depois do encontro, Cruz bloqueou o processo de aprovação do novo embaixador america-
no no Brasil, Peter McKinley. O Congresso americano está em recesso e o gabinete do senador não revelou a razão da decisão. Mas uma fonte ligada ao caso disse ao Estado que a suspensão da nomeação foi motivada pelo descumprimento, por parte do Brasil, dos dispositivos da Convenção de Haia. Cruz é senador pelo Texas, mesmo Estado onde vive o pai do garoto. Além da pressão sobre o Congresso, Brann e pais de outras sete crianças levadas ao Brasil enviarão carta ao secretário de Estado, John Kerry, na qual pedirão a aplicação das penalidades previstas no ato Sean Goldman. Aprovado em 2014, esse ato foi batizado com o nome do garoto que esteve no centro da mais célebre de disputa sobre guarda de crianças entre os EUA e o Brasil. Entre as sanções previstas estão o cancelamento de reuniões, cooperação ou visitas bilaterais e a suspensão de assistência nas áreas de segurança ou desen-
volvimento. “O governo do Brasil permitiu que o país se tornasse um porto seguro para o rapto de crianças, em flagrante violação de suas obrigações internacionais”, afirmam os pais na carta. A Convenção de Haia estabelece que disputas sobre guarda de menores devem ser resolvidas pela Justiça do país onde a criança tem seu domicílio habitual. Os pais de N. se divorciaram no Texas em 2012, e a Justiça local estabeleceu na época que a guarda da criança seria compartilhada. Em setembro de 2013, o advogado de Brann, Sérgio Botinha, iniciou no Brasil uma ação de busca, apreensão e restituição de menores, com base na Convenção de Haia. Apesar de o tratado estabelecer que os casos do tipo devem ser julgados em até seis semanas, a decisão final foi proferida quase dois anos mais tarde, em 15 de julho de 2015. Derrotado, o pai recorreu ao Tribunal Federal Regional da Primeira Região. No Congresso amer-
icano, Brann espera repetir a estratégia usada em relação a Sean Goldman, levado ao Brasil em 2004 e entregue ao pai americano em dezembro de 2009, depois da morte de sua mãe brasileira. Naquele caso, o deputado de New Jersey Chris Smith apresentou projeto de lei que suspendia o Brasil do Sistema Geral de Preferências (SGP), um programa que dá isenção tarifária para exportações aos Estados Unidos. No ano passado, esses embarques somaram 2,3 bilhões de dólares, o equivalente a 10% das vendas brasileiras ao país. Smith retirou a proposta depois que o Supremo Tribunal Federal (STF) determinou a volta de Sean aos Estados Unidos, em dezembro de 2009. Em entrevista, Brann disse que fez um apelo a parlamentares do Texas: “Eu quero que vocês façam por mim o que foi feito por Sean Goldman”. “A menos que o Brasil seja compelido financeiramente por meio de sanções ou pela revogação do
Sistema Geral de Preferências, essas crianças não voltarão.” O Departamento de Justiça dos EUA diz que o maior problema no cumprimento da Convenção de Haia pelo Brasil é a demora do Judiciário nacional em resolver as disputas. “Nós mencionamos repetidamente esses atrasos em nosso relatório anual sobre a abdução internacional de crianças”, disse uma fonte diplomática americana. A convenção determina o retorno imediato da criança ao país em que ela residia, caso sua remoção tenha contrariado os dispositivos do tratado. Entre as exceções a essa regra estão o risco de o menor ser submetido a grave risco no país de origem e o fato de já estar ajustado a seu novo ambiente – mas esta última hipótese se aplica apenas se o pedido de restituição for apresentado em prazo superior a um ano. Brann iniciou o processo em dois meses. Em nota, o Itamaraty informou que o caso é considerado “prioritário”
pela Embaixada do Brasil em Washington e que tem mantido contato com as autoridades norte-americanas sobre o tema. Questionado sobre um eventual cancelamento do Sistema Geral de Preferências, o Itamaraty comunicou que “não comentará o cenário hipotético”. A coordenadora-geral da Autoridade Central, Natália Camba, disse que considera que cabe ao Poder Judiciário brasileiro decidir, por mandato constitucional, “as controvérsias a ele submetidas com definitividade e sob o crivo dos princípios do contraditório e ampla defesa”. “Aguarda-se que brevemente seja proferida decisão pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, para que se possa obter posição, em 2ª grau de jurisdição, sobre o caso”, afirmou Natália. A coordenadora-geral da Autoridade Central destacou que tem atendido os requerimentos dos pais da criança, além de prestar às autoridades norte-americanas as informações solicitadas.
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esporte TERÇA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2016 A5
Repórter é “atacado” por mulheres durante transmissão ao vivo. http://goo.gl/BBpkAp
BOICOTE
Recurso de Klishina é aceito e ela será única russa no atletismo
A saltadora de longa distância russa Darya Klishina irá competir na Olimpíada do Rio de Janeiro, já que sua suspensão foi anulada pela mais alta instância jurídica do esporte às vésperas de sua prova. O atletismo da Rússia sofreu sua humilhação definitiva no Rio no sábado, quando a Associação Internacional de Federações de Atletismo (Iaaf ) suspendeu Darya, a única atleta do país que havia sobrevivido à suspensão coletiva por doping da equipe de atletismo, três dias antes de competir. Mas a Corte Arbitral do Esporte (CAS) informou nesta segunda-feira que aceitou a apelação de Darya contra o
banimento. “As partes foram informadas de que o pedido foi aceito e que a atleta continuou apta a competir nos Jogos Olímpicos do Rio”, informou a CAS em um comunicado. Como Darya ajudou a desvendar o esquema fraudulento, ela havia recebido uma isenção para participar da Rio 2016 como atleta neutra depois que o atletismo foi impedido de atuar no evento devido a revelações sobre o programa de dopagem com patrocínio estatal. Antes dos Jogos, a Iaaf havia determinado que a russa de 25 anos, que mora nos Estados Unidos, não estava envolvida no programa de doping e que foi
submetida a exames de drogas suficientes fora da Rússia. Mas uma fonte disse à agên-
cia Reuters que novos indícios de uma investigação da Agência Mundial Antidop-
ing (Wada) conduzida pelo advogado Richard McLaren vieram à tona, o que levou a
TÊNIS
Britânico Andy Murray fatura bicampeonato olímpico na melhor temporada da sua carreira É tarefa inglória se destacar no tênis em uma era com Novak Djokovic, Rafael Nadal e Roger Federer. O britânico Andy Murray, de 29 anos, cumpre a missão este ano, chegando até o momento a todas as finais de Grand Slam de 2016 (perdeu na Austrália e Roland Garros, venceu Wimbledon) e sagrando-se agora bicampeão olímpico Rio de Janeiro. Tudo fiel ao seu estilo: poucas palavras, sorrisos escassos e empatia limitadíssima com o público. Mas por que o britânico não é tão badalado? A observação de suas reações ao longo da semana trazem algumas destas respostas. Murray não foi em nenhum momento aquele cara que a torcida brasileira apoiou incondicionalmente durante o torneio de simples (só o fez hoje porque o adversário no Centro de Tênis era um argentino, o incansável Juan Martín Del Potro). Na tarde deste domingo, Murray chegou até a irritar aqueles que o apoiavam quando se mostrava irritado com ruídos nas arquibancadas. No quarto
OLIMPÍADA DA BELEZA
jogador dizia estar muito feliz sem esboçar qualquer sinal de alegria. Mesmo para tirar selfies com fãs, era difícil arrancar um sorriso de Murray. “Foi uma das decisões mais duras da minha vida. Bem mais difícil do que em Londres em 2012”, disse, referindo-se à sua medalha de ouro na Olimpíada anterior. Nestes Jogos, a verdade é que o brasileiro se preparou para torcer por Djokovic. O sérvio já ganhara a simpatia do público brasileiro ao demonstrar devoção à Guga antes de pisar no Rio (ele tem o brasileiro como ídolo – até comercial juntos já gravaram). Com a queda de Djoko, restou ao público torcer para Nadal, figurinha fácil em edições recentes do Rio Open. O plano durou pouco. Mesmo com a maioria da torcida desfavorável, Del Potro acabou eliminando o espanhol nas semifinais de sábado. Em um ambiente de feroz competição, a falta de uma marca registrada também dificulta a carreira de Murray. O britânico não joga um
tênis plástico, tampouco tem números superlativos no circuito. Aos 35 anos, Federer é o maior ganhador de Grand Slams de todos os tempos (17 ao todo). Já Nadal, 30, tornou o suíço um freguês de carteirinha (23 vitórias a 11 no confronto direto), além de ter conquistado 14 Grand Slams na carreira (empatado com o americano Pete Sampras, o segundo maior ganhador da história). Por fim, Djokovic, 29, superou os dois no confronto direto (23 a 22 contra Federer e 26 a 23 contra Nadal), além de ter 12 Grand Slams no currículo. O sérvio é o atual número um do ranking. Murray tem números muito abaixo do que Federer, Nadal e Djoko (são “apenas” três Grand Slams no currículo). Mas o desempenho em 2016 o tornou o melhor jogador do circuito neste momento. “Os últimos meses são os melhores da minha carreira. Vou tentar continuar assim, o US Open começa daqui a duas semanas”, conclui Murray. Como sempre, com seu jeito sisudo de ser.
INVICTA
Vôlei feminino: Brasil bate Rússia e encara China nas quartas
A seleção feminina de vôlei segue arrasadora na Rio-2016. As meninas do Brasil derrotaram a forte Rússia por 3 sets a 0 neste domingo, no Maracanãzinho, e encerraram a fase de grupos invictas e sem perder nenhum set. As parciais foram 25/23, 25/21 e 25/21. No próximo desafio, o Brasil enfrenta a China pelas quartas de final, na terça-feira. Campeãs olímpica em Pequim-2008 e em Londres-2012, a seleção feminina de vôlei busca, em casa, los momentos difíceis e a troca o terceiro ouro seguido. O jogo – As russas, que até de muitas parceiras. Uma delas foi a medalhista de este domingo também não ouro Sandra Pires, com quem tinham perdido nenhuma dividiu a quadra em 2005, após partida, estiveram à frente os Jogos de Atenas, logo que a das brasileiras em alguns campeã olímpica abriu a dupla momentos, mas o Brasil com Ana Paula. Nas areias de conseguiu alcançar o país Copacabana, a jogadora tem adversário e virar os sets. mostrado todo seu empenho, O time brasileiro fechou o principalmente no bloqueio. primeiro set com um placar Mesmo frente a barreira forapertado, de 25 a 23. A mado por outras jogadoras Rússia começou melhor o mais altas, o ataque rápido, segundo set, mas o Brasil forte e preciso é outro trunfo de Ágatha que segue, junto deixou as adversárias para com Barbara, na disputa por trás e chegou a abrir seis uma medalha da Rio 2016. No pontos de vantagem. As último jogo, neste domingo brasileiras encerraram o set (14), elas perderam o primeiro por 25 a 21. O terceiro set set mas viraram o jogo, vencen- também começou com as cuida da gestão de imagem so”, contou Ágatha. Ágatha começou aos 19 anos do as russas Ukolova e Kho- russas abrindo o placar. O de outros atletas de alto ren- “Cheguei a ganhar um con- no vôlei de praia, e há cin- myakova por 2 a 0, parciais de Brasil buscou o equilíbrio e dimento como Alejo Muniz, curso para novos talentos na co anos formou a dupla que 23/21 e 21/16. Com a classifi- conseguiu ficar oito pontos do surfe, e Fabiana e Camila minha cidade quando tinha a levaria até a Olimpíada. Ao cação para as semifinais, junto à frente. A Rússia reagiu e Brait, do vôlei de quadra. Os uns 13 anos, que me creden- lado da carioca Bárbara Seixas, com a outra dupla brasileira pontuou seis vezes seguiestúdios e as passarelas não são ciava para participar de um ela sagrou-se campeã mundial Larissa e Thalita, que venceram das, diminuindo a diferença exatamente uma novidade para desfile em São Paulo. Só que do último circuito, com três as suíças Heldrich e Zumkehr para dois pontos. O Brasil a jogadora. “Já trabalhei como na mesma data tinha um jogo, medalhas de ouro ao longo por 2 a 1, o Brasil já garantiu ao contra-atacou e finalizou a modelo quando era adolescen- e acabei optando pelo vôlei”, da competição, após uma tra- menos um bronze no vôlei de partida, novamente com um te. Sempre gostei desse univer- explica. Egressa das quadras, jetória nas areias marcada pe- praia nessa Olimpíada. placar de 25 a 21. set, o jogador culpou a torcida por causa de um erro em uma deixadinha. “A atmosfera na quadra estava ótima”, desconversou ao fim da partida, quando perguntado sobre os barulhos na quadra. As conversas com a imprensa, aliás, foram outros termômetros para diferenciar Murray dos seus concorrentes no ranking mundial. No dia da eliminação de Djokovic
para Del Potro, Murray e seu irmão Jamie também haviam sido derrotados no torneio de duplas. Ao contrário do sérvio, que se mostrava muito abatido com o revés, os britânicos agiram friamente à derrota para os jornalistas na zona mista do Centro de Tênis. Hoje, logo após abocanhar o ouro (ou seja, em uma conjuntura oposta), o jeito blasé foi mantido. O introvertido
Medalha de musa do vôlei de praia já é do Brasil
Ágatha ou “a gata”. Tanto faz. Aos 33 anos, 1,82 metro e 70 quilos, a jogadora de vôlei de praia já conquistou seu primeiro título nesses Jogos: foi alçada ao posto de musa das areias na Arena de Copacabana. Além da silhueta talhada pelos treinos, o estilo vibrante e carismático de jogo também contou a favor. Em quadra, Ágatha Bednarczuk comemora cada ponto ganho com a euforia de quem fechou uma partida decisiva. Fecha o punho, levanta os braços, abraça a parceira. Chama a torcida a todo tempo para jogar junto com ela e Barbara, brasileiras cotadas como uma das favoritas ao ouro olímpico na Rio 2016. O charme e a simpatia da atleta paranaense, nascida em Paranaguá, não é visto somente nas quadras. Pouca gente sabe, mas Ágatha também é modelo nas horas vagas. Ela assinou contrato há nove meses com uma das principais agências no Brasil, a Ford Models, que
Iaaf a cancelar sua isenção. Ao anular seu impedimento, a CAS disse que o fato de Darya ter residência permanente nos EUA significa que ela continua a cumprir os critérios de competição da Iaaf “apesar das informações adicionais fornecidas pelo professor McLaren”. “A atleta demonstrou que foi submetida aos devidos exames de drogas, durante e fora de competições, fora da Rússia”, disse a CAS no comunicado. Há relatos de que Darya foi vista na área de aquecimento do estádio olímpico no domingo, desencadeando especulações sobre sua possibilidade de competir.
A6 esporte • • •
TERÇA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2016
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APOIO ESTRANGEIRO
NYT critica excesso de matérias negativas sobre a Rio-2016 Desde o início das Olimpíadas do Rio, publicações internacionais estamparam reportagens sobre uma série de problemas econômicos, políticos e de segurança no Brasil. Enquanto alguns consideram ser o retrato justo da realidade do país, uma coluna do jornal The New York Times, publicada na segunda-feira, critica o excesso de negatividade das matérias. “De início, o Brasil nunca ia terminar o serviço a tempo das Olimpíadas; agora que fez, e organizou uma cerimônia de abertura magnífica, é culpado de não ter re-
solvido todos os problemas sociais em tempo para os Jogos”, escreveu o jornalista Roger Cohen. De acordo com o colunista, que já trabalhou como correspondente no Rio de Janeiro, é necessário reconhecer que o país se transformou e é um “importante agente do século 21”, apesar muitos problemas persistirem. O texto do Times destacou evoluções no Brasil desde a década de 80, como “a estabilidade da democracia e da moeda” e se referiu aos processos de impeachment dos presidentes Fernando Col-
lor de Mello e Dilma Rousseff, afirmando que “a lei não pode ser mais comprada com
facilidade”. Além disso, a coluna elogia a forma como os brasileiros lidam com adver-
sidades. “Como qualquer um comparecendo às Olimpíadas deve sentir, o Brasil tem
uma cultura nacional poderosa e alegre. É a terra do ‘tudo bem’”, escreveu Cohen. “Estou realmente cansado de ler matérias negativas sobre essas Olimpíadas brasileiras”, afirmou o jornalista, “as Olimpíadas são boas para o Brasil e para a humanidade, um tônico necessário”. Por fim, Cohen citou o seu caso favorito nos Jogos do Rio, o de Rafaela Silva, a judoca medalhista nascida na Cidade de Deus. “Nas favelas algumas crianças estão sonhando de uma forma diferente. Isso também é uma história”, apontou.
CAPA
10 fatos para ajudar a entender o fenômeno do atletismo Usain Bolt Com seus 1,95 m, o jamaicano Usain Bolt é alto demais para provas tão rápidas do atletismo como os 100 e os 200 metros rasos, mas é tricampeão olímpico da primeira prova e bi da segunda, e recordista mundial em ambas. Ele também parece desengonçado, balança o corpo mais que os outros concorrentes e larga quase sempre atrás dos adversários. E, ainda assim, é um mito do esporte mundial, imbatível nas distâncias que decidiu disputar. Em dez fatos, conheça um pouco mais do fenômeno do esporte atual:
ceu a maior diferença registrada de um recorde para outro na prova desde 1968,
7. Inventor Bolt ajudou a desenvolver, ao lado da Gibson, uma linha de headphones para atletas e frequentadores de academia. O Trainer by Gibson evita que o suor estrague o aparelho e funciona via bluetooth, 8. Contrato vitalício O contrato da Puma com Bolt é vitalício. A grife alemã também mantém ‘contratos eternos também com o astro do futebol Diego Maradona. 9. Fortuna Além da Puma, Bolt tem contrato com 16 companhias, principais responsáveis por sua fortuna que já passa dos 30 milhões de dólares, segundo a revista Forbes.
1. Início Com 15 anos, Usain Bolt foi o mais novo corredor a ganhar um Campeonato Mundial Júnior. Isso ocorreu em 2002, 2. Raio Foi na época de adolescente que ganhou o apelido de “Lightning Bolt” (Bolt Relâmpago). Por causa do apelido veio o raio que faz com as mãos e os braços após suas conquistas,
cebeu propostas para treinar nos Estados Unidos, mas preferiu continuar sua preparação na capital da Jamaica, onde está até hoje. Ele treina na Universidade de Kingston,
de altura e é muito maior que seus concorrentes. O medalha de prata na Rio-2016, Justin Gatin, dos Estados Unidos, tem dez centímetros a menos,
3. Treinamento No início da carreira, ele re-
4. Altura Usain Bolt tem 1,95 metro
5. Polêmica Em 2009, ao jornal alemão
Bild, Usain Bolt declarou já ter fumado maconha, em uma declaração para lá de polêmica e que pegou mal com seus compatriotas. Disse ele: “Na Jamaica, quando você é pequeno, todo mundo aprende a enrolar um baseado, todo mundo prova, eu também, era
muito jovem”, 6. Recorde Ao baixar a marca dos 100 metros rasos, que já era dele, de 9s69, estabelecida na final olímpica de Pequim, em 2008, para 9s58, em Berlim, 2009, o jamaicano estabele-
10. Supercarros Na garagem de sua mansão de mais de 500 metros quadrados em um bairro de alto padrão nos arredores da capital jamaicana, o atleta mantém uma coleção de sete supercarros de luxo, entre os quais um Nissan dourado, em homenagem aos ouros conquistados em Londres-2012.
FAZENDO HISTÓRIA
Agatha e Bárbara vencem e Brasil tem duas duplas nas semis do volei
As brasileiras Agatha e Bárbara fizeram muito bem o dever de casa na noite deste domingo e seguiram os passos das compatriotas Larissa e Talita no volêi de praia: as quatro estão a um passo da grande final olímpica ao conquistar a vaga para a semifinal. A disputa contra as russas Ekaterina Birlova e Evgenia Ukolova foi acirrada no início, mas o segundo set deu mostras de que as brasileiras eram melhores. Embora as brasileiras tenham iniciado na frente no primeiro set, a seleção russa
chegou a abrir seis pontos de vantagem, com 19 a 13. Mas, ponto a ponto, Agatha e Bárbara foram chegando perto das adversárias, até que empataram em 20 iguais, para em seguida fechar o set em 23 a 21. Após o intervalo, as brasileiras tiveram um jogo mais tranquilo. Com o ataque funcionando e uma defesa eficiente, Agatha e Bárbara iniciaram o segundo set abrindo 5 a 0. Depois, administraram a vantagem. O time russo chegou a encostar em alguns momentos, mas as brasileiras fecharam em 21 a 16.
Final brasileira – Agatha e Bárbara estão a uma vitória da final e poderão enfrentar Larissa e Talita na disputa pelo ouro, caso elas também vençam suas adversárias no próximo jogo. Agatha e Bárbara vão enfrentar as americanas Walsh e Ross. Na pior das hipóteses, o Brasil tem pelo menos uma medalha de bronze garantida, já que as derrotadas das semifinais vão disputar o terceiro lugar da competição. Mas caso as duas duplas brasileiras vençam seus próximos desafios, podem garantir um ouro e uma prata.
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cidades TERÇA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2016 A7
Jardim registra novos relatos de assombração na ponte velha. http://goo.gl/E7emvk
LEGISLATIVO
Sessão da Câmara de Vereadores de Caracol 09.08.2016
Terça-feira dia nove de agosto do corrente ano aconteceu a sessão ordinária da Câmara de Caracol onde, estiveram presentes os Vereadores: Eyde Leite, Paulinho Pucheta, Preguinho, Julio Cesar, Jarizinho, a primeira Secretária Magaly Godoy e o Presidente da casa Vereador Maykon da Silva. O Vereador Julio Cesar solicitou do executivo para o departamento de trânsito para instalar um redutor de velocidade na Rua Libindo Ferreira Leite nas proximidades do Correio e da Biblioteca. O nobre Vereador fez comentário referente a aprovação do projeto 003 aprovada pelos Vereadores, justificando apresentando ao plenário um balanço de seus pedidos na casa referente ao aumento salarial para os funcionalismos municipal como também ofício 0017/2015 que solicita a transmissão na rádio local das sessões da Câmara, destacando que a população ficam sem saber das atitudes tomadas pelos Vereadores nos trabalhos da casa. A respeito do projeto aprovado na casa de aumento salarial dos funcionários da Câmara cabe ao poder legislativo conforme a resolução de número 162/2016 foi concedida aumento salarial de 10% por que a Câmara tem um orçamento próprio que é 7% repassado pelo Executivo, agora os Vereadores não podem dar aumento para os funcionários do município (funcionários público), pois, não cabe o poder legislativo criar ônus ao Executivo e outra que é inconstitucional. Referente ao projeto aprovado do orçamento para o exercício do ano de 2017 o Vereador Julio leu a emenda constitucional de número 25/2000 da União: “O subsídio dos Vereadores
e Prefeitos será fixado pelas respectivas Câmaras municipais do país inteiro em cada legislatura, para o ano subseqüente”. Leu o Vereador; Concluindo que ninguém sabe quem será o próximo prefeito e muito menos quem serão os próximos Vereadores, aprovando o que a lei determina sem saber quem estará nessas cadeiras. “Então não fizemos nada ilegal! Ilegal é as pessoas julgarem sem conhecimento”. Disse Julio Cesar. O Vereador Preguinho solicitou ao executivo um reforço de um pedido feito dia dezoito de agosto de dois mil e quinze, onde, foi encaminhado um pedido de substituição de postes de luz de madeira que não oferece mais condições de uso; Solicitou também o reparo da Rua Maurilio Godoy de um buraco no asfalto; Pediu colocação de bueiro em frente a Fazenda do Senhor Fernando Amorin para passagem de veículos; Solicitou duas cargas de aterro na residência do Senhor Martin. Em palavra livre o Vereador Preguinho comentou que o trabalho parlamentar de cada
Vereador aonde destacou que todos vêm solicitando do Executivo aumento salarial para os servidores municipais, mas, destacou também que os Vereadores não tem o poder da caneta e sim essa decisão cabe ao Prefeito; Lembrando que o Prefeito interino Ronison (o Vereador Tico) havia na época em que o atual Prefeito fora afastado pela justiça havia concedido a correção e nesse ano o Prefeito Manoel Viais deu um aumento de 5%. Vereador Paulinho Pucheta solicitando do Governo de Estado o recapeamento da rodovia MS384 que liga Caracol a Bela Vista, justificando graves problemas no asfalto. Vereadora Magaly Godoy em solicitação ao Executivo municipal o cascalhamento e colocação de tubos na estrada que dá acesso a Fazenda Retiro do Bocajá o solo segundo a Vereadora é muito encharcado por isso ela pede o referido cascalhamento. Em seu comentário livre a Vereadora havia solicitado em sessões anteriores um serviço de ouvidoria para a Empresa SANENUL, onde, recebeu
um ofício comunicando que a referida empresa já tem um serviço de Cal Center. Parabenizou a Secretária de Saúde e todos os funcionários envolvidos no Bingo beneficente em prol ao Hospital de Caracol, no qual foi um sucesso, a Vereadora ainda aproveitou para agradecer a toda população por colaborarem para com o Hospital do município. O Vereador Presidente da Câmara Maykon da Silva solicita ao Executivo o conserto da ponte que dá acesso a Fazenda Naitaca, observando que é de importância relevante fazer logo o referido conserto enquanto não chove concluiu o Presidente. Solicitou também o reparo da estrada que vai para fazenda do Senhor Zé Leite, passando por diversas propriedades; Fazer o conserto também da estrada que vai para a Fazenda Coxilha Verde na região do Alto Caracol. O Presidente comentou referente vários assuntos entre eles é a respeito a um técnico de RX do Hospital que ganha o seu salário e fica em casa e podia muito bem fazer
de aumento do subsídio para o próximo mandato, na qual os Vereadores Julio Cesar e Preguinho também comentou referente ao artigo 29 da constituição Federal na qual todas as Câmaras tem que votarem a LDO (Lei de Diretrizes Orçamentária) para o próximo mandato de Prefeito, Vice Prefeito, Secretários e Vereadores; Está no regimento interno da Câmara artigo de número 101. “Aquelas pessoas que citaram meu nome e nem sabem do que se trata o assunto, onde pedirei uma indenização perante a justiça, quero dizer ainda que nós Vereadores fizemos a sessão dois período, pois, segundo o Extraordinária aberta a toVereador tem outro técnico dos e com os 7% repassados também; Comentou também a Câmara de Caracol que é referente a outro funcionário o valor de oitenta e seis mil e Senhor Geraldo Galdino que setecentos reais já pagamos as fazia um ótimo trabalho no férias dos funcionários, déciHospital de Caracol na parte mo terceiro e demos 10% de de fazer com que não faltasse reajuste salarial e ainda paoxigênio para os pacientes. gamos 50% de gratificação Citou o convênio assinado no para os funcionários no final dia primeiro de maio de dois do ano passado, compramos mil e dezesseis do executivo muitas coisas para a Câmara para com a Empresa Energi- como equipamentos, reforsa, se propondo a trocar toda mas e móveis, pois aqui o dinparte elétrica da entidade heiro vale e sabe ser aplicado, Hospitalar e segundo o Ver- concluindo que o Prefeito foi eador que por motivos sem muito infeliz de ter colocado explicação sumiram com o a matéria no jornal denegrinreferido projeto do convênio, do a imagem dos Vereadores”. mas, que já era pra ser feito Concluiu o Presidente. os trabalhos de substituição Vereador Eyde Leite em pade fios e aparelhos que até lavra livre disse estar muito agora não começou ainda e convicto para com o poder que agora está para aconte- Executivo e Legislativo estancer, pois, conseguiram uma do numa caminhada em prol cópia do projeto. O Senhor a cidade de Caracol, acredpresidente disse ainda que o itando que dentro da Casa Exmo Prefeito enviou para a Legislativa não pode misturar Câmara uma nova tabela do os trabalhos de parlamentar ITR que aumentou em 30% com o pleito político que se o valor da terra nua do mu- aproxima, concluindo, que as nicípio. Concluindo seus co- ações constitucionais os Vermentários o Presidente tam- eadores não podem ser conbém criticou as pessoas que tras, mas sim, acatar mesmo falaram mau dos Vereadores sendo ela municipal, estadual referente a votação do Projeto ou federal.
BONITO
RIO BRILHANTE
As Parcerias Público-Privadas, denominadas PPPs, são caminho viável para o desenvolvimento e operação de projetos de infraestrutura para um leque de atividades econômicas. Cada vez mais o poder público lança mão deste instrumento, que têm sido visto com bons olhos também pelos agentes financiadores. A possibilidade de apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para iniciativas desse gênero é uma das pautas da reunião do Fórum de Governadores Brasil Central que será realizado em Bonito (MS), nos dias 18 e 19 de agosto. O Fórum reúne chefes do Executivo dos estados do Centro-Oeste (MS, MT, GO e Distrito Federal), além de Tocantins e Rondônia, e acontece associado ao Consórcio Interestadual de Desenvolvimento do Brasil, formado para compartilhar soluções e desenvolver ações conjuntas, reduzindo custos na solução de problemas e elevando a competitividade regional. O tema é atual para Mato Grosso do Sul que, com a finalidade de formalizar uma PPP, abriu em junho edital para o Procedimento de
Um jovem de 18 anos teve graves ferimentos, entre eles fratura exposta no tornozelo, ao ser atropelado por um ônibus na manhã do último domingo (14), em Rio Brilhante. À polícia, o rapaz disse que estava caçando Pokémon Go, jogo que virou “febre” nas últimas semanas. O jovem saía de uma festa, no bairro Nova Rio Brilhante, e usava o celular para caçar os monstrinhos. Por volta das 6h30m o jovem foi atingido pelo ônibus depois de invadir a rua e entrar na frente do veículo. Além de usar o celular, o jovem também estaria embriagado, segundo relatos de amigos à polícia. Ambulância do hospital municipal da cidade socorreu o rapaz até a unidade de saúde, mas ele precisou ser transferido para o Hospital da Vida, em Dourados.
Governadores de Fórum Brasil Central se reúnem esta quinta
Manifestação de Interesse (PMI) em projeto que vai levad saneamento básico para a população de 68 municípios do interior atendidos pela Sanesul. Inovadora em âmbito nacional, a iniciativa universaliza o sistema de coleta e tratamento de esgoto em todo o Estado. “Uma das vantagens é que as empresas que vão se cadastrar têm a expertise da iniciativa privada para implementar esse projeto. Se nós fôssemos fazer isso, levaríamos 40, 50 anos”, comparou o governador Reinaldo Azam-
buja. O apoio do BNDES será o tema da primeira apresentação do Fórum e trará ao estado o chefe do Departamento da Área de Estruturação de Projetos do Banco, Fernando Tavares Camacho e o Sócio Diretor da Bain & Company Inc, Rodrigo Más. Na pauta do encontro também está a formação de modelos de desenvolvimento regional integrado, tal como está sendo construído pelo Consórcio e já consolidado no bloco conhecido como Matopiba, formado por Ma-
ranhão, Tocantins, Piauí e Bahia. O tema será abordado pelo ex-secretário de Fazenda de São Paulo e membro dos conselhos da Caixa Econômica Federal, da Embraer e Sabesp, Andrea Sandro Calabi. Durante o evento, serão assinados dois termos de cooperação técnica: para a melhoria da qualidade do ensino público de Nível Fundamental para formalizar o Pacto Interestadual de Segurança Pública Integrada. Brasil Central – Esta é a quarta reunião do Fórum de Gov-
ernadores deste ano, depois da realização de encontros em Goiânia, Cuiabá e Palmas. Criado em setembro de 2015, o Consórcio segue a linha de associações horizontais formadas nos EUA e Europa e, além do compartilhamento de soluções comuns, tem entre seus objetivos o reforço na representatividade política e a melhoria das articulações com o Governo Federal. Juntos, os estados que o compõem concentram população de 18,5 milhões de habitantes e 25% do território nacional.
Jovem é atropelado por ônibus enquanto jogava Pokémon Go
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CAPA
Jornal Tribuna Popular comemora 34 anos com homenagens
No dia 26 de abril deste ano o Jornal Tribuna Popular completou 34 anos de história. Em comemoração a esta data
tão importante, os diretores organizaram um pequeno coquetel para homenagear as pessoas que contribuíram
e foram essenciais para que o Jornal se mantivesse por tantos anos. A festa, planejada para ocor-
rer no final do mês de abril, teve de ser adiada por motivos organizacionais e de agenda, pois alguns dos
homenageados não poderiam comparecer naquela data. O coquetel foi realizado na sexta-feira, 12 de agosto, no
salão da associação comercial de Jardim e contou com a presença de todos os homenageados.
TURISMO
Jardim aparece em reportagem sobre turismo da Folha de São Paulo Na edição de 9 de agosto de 2016, do caderno de turismo do jornal Folha de São Paulo, Jardim aparece como importante local de passeio turístico da região Bonito/Serra da Bodoquena. São citados os passeios da Lagoa Misteriosa, Recanto Ecológico Rio da Prata e Buraco das Araras, todos entre os mais visitados pelos cerca de 100 mil turistas que visitam a região a cada ano. A reportagem de Fernanda Athas ainda lista os preços dos passeios, dos hotéis e pousadas, dos deslocamentos e das atividades e passeios periféricos que também podem ser realizados em cada um dos destinos citados acima, além dos pratos, regionais ou não, servidos nos próprios passeios. Maiores informações podem ser obtidas no telefone (67)3251-1799 do CAT – Centro de Atendimento ao Turista – de Jardim. Para o secretário municipal de meio ambiente e turismo, José Luis Dentinho, “a reportagem esclarece muito sobre o
destino Serra da Bodoquena, e informa que 3 dos melhores passeios da região estão localizados em Jardim, revelando o potencial e a beleza cênica de nosso município. Também é bom lembrar que os valores de
hospedagem em hotéis jardinenses saem mais em conta para os visitantes” – afirmou. O Fórum de Turismo da Serra da Bodoquena que une os municípios de Bela Vista, Bodoquena, Bonito, Caracol, Guia
Lopes da Laguna, Jardim, Nioaque e Porto Murtinho está planejando novas ações e empreendimentos para, segundo o secretário de turismo de Jardim, “ampliar o leque de opções de passeios e atrativos,
explorar e ampliar ainda mais o potencial da região, gerar mais empregos”. No caso de Jardim, “é preciso dar a conhecer os aspectos históricos e culturais – Retirada da Laguna, CER-3, Cambaracê - mui-
to ricos, originais e que precisam ser mostrados para nossos visitantes, mais atrativos naturais como a Gruta das Abelhas e a Lagoa Grande – entre outros” – acrescentou José Luis Dentinho.
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Cannes proíbe o ‘burquíni’, traje de banho usado por muçulmanas. http://goo.gl/4uuA9U
OLIMPIADAS
Como os turistas estrangeiros estão vendo o Rio de Janeiro Biquíni, caipirinha, choques linguísticos, a cultura do abraço e, acima de tudo, simpatia: turistas contam suas experiências no Rio de Janeiro olímpico. E há quem não consiga entender a resistência do povo aos Jogos. Os alemães Elfi Spieler, Fabian Bergwitz e Evelin Selan nem ligaram para a dor de barriga que tiveram nos primeiros dias de Rio de Janeiro – resultado da “experimentação” com todo tipo de comida vendida nas barraquinhas espalhadas pela cidade. Do acarajé ao cachorro quente, a coxinha foi do que mais gostaram. “Tivemos que aprender como se fala, porque adoramos essa comida”, conta Selan. Eles vieram ao Rio torcer pela amiga atleta Anne Haug, única representante da Alemanha no triatlo. “Enquanto ela não compete, a gente se mistura com a torcida brasileira. Todos aqui são muito simpáticos”, conta Bergwitz. “Na Alemanha também tem gente simpática, mas nunca vi nada igual ao Brasil.” O abraço Com tanta simpatia e informalidade, a família holandesa Tangelder não estava acostumada. Edwin, Sandy e a filha Nienke fizeram um tour pelo Pantanal antes de desembarcar na cidade olímpica. “Na hora da despedida, o
dono da pousada se aproximou muito e eu estranhei. Ele me deu um abraço! Não fazemos isso na Holanda”, contou Edwin Tangelder. “Imagine a cena: eu, um holandês de quase 2 metros sendo abraçado por um senhor de 1,50 metro. Eu não sabia o que fazer”, relembra com humor a experiência. O ônibus Com os abraços, Thaís Peixoto já está se acostumando. A americana de 13 anos é filha de uma brasileira e está hospedada na casa dos avós, em Penedo, a 180 quilômetros do Rio. “Tive que aprender a andar de ônibus. Eles são muito confortáveis aqui no Brasil, até mais que os assentos nos aviões. Foi uma boa surpresa!”, contou. “Na minha ci-
dade, eu nem sei onde fica o ponto de ônibus. Na maior parte dos Estados Unidos, todos só sabem andar de carro.” A gentileza A americana Jamie Ledford quer levar tudo o que puder do Rio de Janeiro para a Califórnia. A camiseta com a bandeira brasileira bordada com lantejoulas, ele só conseguiu comprar graças à ajuda de um estranho. “Eu tentei falar com a vendedora na rua, que não me entendeu e continuou andando. Uma outra moça brasileira, que assistiu à cena, correu atrás da vendedora e intermediou a conversa. Nos Estados Unidos, eu acho que ninguém sairia correndo atrás de uma outra pessoa para ajudar um estranho.”
Ambulantes: um show à parte Jamie e o namorado Chris estavam impressionados com o show que os vendedores ambulantes fazem, ao preparar uma caipirinha. “É maravilhoso poder beber essa bebida típica caminhando à beira mar. Nos Estados Unidos, é proibido consumir bebida alcoólica na rua”, comentou o pai de Jamie, Mark Ledford. O sósia Prestes a pagar a compra na loja de suvenires, depois de muita ginástica linguística para se comunicar com a vendedora que só entendia português, a inglesa Ria Chowdhury abandonou tudo sobre o balcão e correu para fotografar o jogador de futebol que ela conhecia da TV.
Ele usava o uniforme da seleção brasileira, tinha cabelos compridos e uma faixa preta na cabeça. Ria tinha certeza de que estava diante de Ronaldinho. Ela chamou toda a família, se infiltrou entre os fotógrafos que cercavam a figura e clicou Ronaldinho, para alegria do pai, Ash Chowdhury, fã de futebol. Então veio o choque: aquele Ronaldinho não deixou a família ir embora enquanto não recebesse 10 reais pela foto. “Como será que ele perdeu toda a fortuna que ganhou?”, perguntava Niria, mãe de Ria. Foi só quando retornaram ao hotel, um tanto decepcionados, que se deram conta de que o homem da foto não era o Ronaldinho dos gramados. “O funcionário do hotel nos explicou que aquele era um sósia. Nós rimos muito e tudo fez sentido. É que na Inglaterra os artistas não exigem dinheiro quando tiramos foto. Aquele Ronaldinho praticamente nos perseguiu”, contou Niria sobre o seu primeiro choque cultural em solo brasileiro. O biquíni O chileno Omar Pino Acuna se sente privilegiado por circular no Rio de Janeiro usando apenas o transporte coletivo. Ele veio acompanhar os Jogos sem a esposa, que
NOVA YORK
Polícia prende suspeito de assassinar clérigo muçulmano A polícia de Nova York prendeu na noite de domingo (14) um homem suspeito de ter assassinado um imã e seu assistente no último sábado perto de uma mesquita no condado do Queens, informou nesta segunda-feira (15) a imprensa local. O suspeito está sendo interrogado em uma delegacia da cidade, mas ainda não foram apresentadas acusações formais contra ele e sua identidade não foi revelada pelas autoridades, segundo o jornal “Daily News”. O crime aconteceu no sábado, quando um homem se aproximou do clérigo Maulama
Akonjee, de 55 anos, e de seu ajudante, Thara Uddin, de 64, e atirou neles à queima roupa em plena luz do dia, perto da mesquita Al Furqan Jame Masjid, no bairro de Ozone Park. Após o crime, de acordo com novas imagens captadas pelas câmaras de segurança, o suspeito fugiu em um veículo e, durante o trajeto, se chocou contra um ciclista, que anotou o número da placa antes de denunciar o incidente à polícia. Com os dados do veículo, agentes da Unidade de Fugitivos da polícia de Nova York rastrearam o proprietário até
localizá-lo em uma área no condado do Brooklyn, segundo o tabloide “New York Post”. Ainda são desconhecidos os motivos que levaram ao assassinato do imã, mas o caso gerou revolta na comunidade muçulmana. As autoridades suspeitam que o crime possa ter alguma relação com o crescente enfrentamento entre muçulmanos e latinos no bairro de Ozone Park. Segundo fontes da investigação citadas pelo “Daily News”, o assassinato poderia ser uma resposta a um incidente que teria ocorrido algumas semanas antes, quando
um grupo de muçulmanos teria atacado outros hispânicos no bairro. Akonjee, casado e pai de três filhos, era um respeitado líder religioso original de Bangladesh que chegou a Nova York há dois anos e que, segundo pessoas próximas dele, tinha ganhado o respeito da comunidade e não tinha problemas com ninguém. “Meu pai só queria paz. Espero que o responsável se apresente voluntariamente à Justiça. Isso é a única coisa que nós queremos, que a justiça seja feita e que saibamos os motivos que o levaram a matar meu pai”, disse ao
“New York Post” um filho do imã, Niam Akonjee. O prefeito da cidade, Bill de Blasio, ofereceu no domingo suas condolências às famílias das vítimas, assim como sua solidariedade com a comunidade muçulmana porque, segundo ele, essas pessoas são “alvos constantes do fanatismo”. “Continua sendo crítico que trabalhemos para acabar com as barreiras que ameaçam minar a grandeza de nossa cidade e de nossa nação. Enquanto isso, nosso departamento de polícia levará o assassino à Justiça”, acrescentou De Blasio.
SÍRIA
Comer tomate vira luxo em meio a vida ao cerco em Aleppo Abdul Kalif, um professor de inglês que vive em Aleppo, na Síria, teve recentemente um raro prazer. Ele estava havia 40 dias sem comer legumes, verduras ou frutas. “Hoje eu pude comer tomates”, disse Kalif à BBC. “Foi fantástico, teve até um gosto diferente, delicioso, porque pensava que não iria comer verduras ou legumes por anos.” Kalif está entre os dois milhões de pessoas que continuam em Aleppo, que registra uma escalada de combates nas últimas semanas entre forças rebeldes e do governo pelo controle da cidade. Segundo ativistas que acompanham o conflito, mais de 50 pessoas foram mortas na cidade no último final de semana, a maior parte em ataques aéreos a localidades no entorno da
cidade. A situação de Kalif é uma amostra de como é a vida para civis presos em meio ao confronto, onde abrigar-se é tarefa tão comum que uma explosão foi ouvida durante a entrevista. Ele contou sobre ter medo de ser morto ao ir ao mercado, e de sua preocupação com a filha de seis meses. “Ela me deixa otimista. Quando olho nos olhos dela vejo um bom futuro”, diz. Nos últimos anos, o controle de Aleppo está dividido entre o oeste dominado pelo governo e os bairros do leste com predomínio rebelde. Falta água e energia para moradores, segundo a Organização das Nações Unidas. A maioria das pessoas ainda na cidade vive em áreas sob controle do governo, mas estima-se que haja cerca de 250
mil em regiões sob influência rebelde. Em julho, forças do regime de Bashar al-Assad cercaram o leste de Aleppo, cortando as linhas de abastecimento dos opositores. Mas os rebeldes reagiram e conseguiram reabrir um corredor. Confrontos no domingo aparentemente se concentraram em áreas próximas a esse corredor, e observadores afir-
maram que rebeldes lançaram um carro-bomba em um distrito dominado pelo governo. Poderia ser uma tentativa dos rebeldes, formados por diferentes grupos, de proteger sua cadeia de suprimentos. Relatos provenientes de áreas sob controle rebelde indicam que a situação pouco melhorou desde o fim do cerco das forças de al-Assad. “Até agora pouca coisa
mudou”, disse Salem Sabbagh, feirante no leste de Aleppo, à rede al-Jazeera. A Rússia, que tem apoiado as forças de al-Assad, disse que irá respeitar um cessar-fogo diário de três horas para o trânsito de ajuda humanitária. Mas a ONU diz que isso não será suficiente, e pediu uma pausa semanal de 48 horas nos combates. Em muitos aspectos, Kalif tem sorte de ter acesso a vegetais. Uma moradora disse à BBC que teve que cozinhar folhas de árvores para sobreviver. Apesar da situação de desespero, a vida segue adiante, afirma o professor inglês Kalif. “Toda manhã eu me levanto para ver o que ocorre, quem será morto. Essa é a vida que temos aqui.”
deu uma missão especial ao marido: comprar um biquíni. Acuna não imaginou que seria tão complicado atender ao pedido: “Os biquínis aqui são muito pequenos. São bem menores que os biquínis que as argentinas usam nas nossas praias. E todos no Chile já acham que as argentinas mostram bastante...”, comentou Acuna, que está acompanhado do pai. “Não que eu tenha ciúmes, mas se minha esposa usar biquíni brasileiro no Chile, acho que todo o mundo vai ficar olhando.” A crítica Em seu primeiro passeio pelo famoso calçadão de Copacabana, o chinês Jin Gan dizia que a paisagem das montanhas tão próximas ao mar era de tirar o fôlego. Apesar de todas as diferenças culturais entre China e Brasil, uma em especial chocou Gan: a resistência dos brasileiros em apoiar os Jogos. “Quando recebemos as Olimpíadas, em 2008, todos os chineses estavam em festa, foi um sonho para o nosso país. Aqui, eu já vi bastante gente protestando, e isso foi muito diferente para mim. Eu ainda não consigo entender”, contou Gan, que minutos antes tentava acompanhar, timidamente, o ritmo dos músicos de rua que tocavam forró. MILAGRE
Chinesa cai de cruzeiro e sobrevive 38 horas no mar
Uma mulher de 32 anos que caiu na água durante um cruzeiro entre China e Japão foi salva por um pesqueiro, após passar 38 horas nadando e flutuando em alto-mar, informou nesta segunda-feira (15) o jornal oficial “China Daily”. A náufraga identificada como Wang chegou a dormir algumas horas enquanto flutuava no oceano, disseram os médicos que a examinaram após sua proeza. A mulher viajava no barco com seus pais e desapareceu depois de dizer a eles que daria um passeio sozinha pelo convés. Os pais notaram o sumiço na noite de quarta-feira (10), quando 100 voluntários começaram a procurar pela mulher no navio. Como não a encontraram, concluíram que ela tinha caído pela borda e a deram por morta. A surpresa veio dois dias depois, quando o pai recebeu um telefonema no qual lhe asseguravam que sua filha tinha sido resgatada. O homem reagiu com incredulidade, pensando que alguém estava fazendo uma brincadeira. “Só quando ouvi a voz da minha filha acreditei que estava viva... É um milagre!”, afirmou o pai em declarações ao jornal chinês “The Paper”. A mulher foi avistada por pescadores de uma embarcação perto do litoral de Zhoushan, na província de Zhejiang, e a resgataram “com apenas pequenos ferimentos nos braços”, segundo contou um dos marinheiros que participaram do salvamento.
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‘MADELEINE’ DA ÁFRICA DO SUL
Adolescente roubada quando era bebê prefere ficar com sequestradora Imagine crescer em uma família em que você é a menina dos olhos do seu pai e o centro do mundo para sua mãe. Você é feliz e está ansiosa para comemorar seu aniversário de 18 anos. Agora imagine descobrir que a mulher que você amou toda a sua vida te sequestrou e que o homem que você chama de pai não é seu pai biológico. Essa é a vida de Zephany Nurse. Zephany é o nome que seus pais biológicos, Celeste e Morne Nurse, deram a ela quando ela nasceu, em um hospital da Cidade do Cabo, na África do Sul, em 27 de abril de 1997. Já o nome que ela usou a vida toda não pode ser publicado para preservar sua identidade. Ela é considerada a “Madeleine McCann” - a menina inglesa que desapareceu em Portugal - da África do Sul. Uma mulher de 51 anos, cujo nome também não foi revelado, recebeu uma sentença de dez anos de prisão nesta segunda-feira após ser considerada culpada em março por roubar Zephany do hospital enquanto Celeste ainda se recuperava do parto. O julgamento atraiu a atenção de muitos sul-africanos, que mandaram mensagem de apo-
io à jovem nas redes sociais. Mas como Zephany lidou com esse julgamento? As pessoas próximas ao caso dizem que isso destruiu a imagem que ela tinha de si mesma. Ela disse que queria ficar com a mulher que a sequestrou, e não com os pais biológicos. Zephany foi descoberta depois que uma das outras filhas da família Nurse começou a frequentar a mesma escola que ela e percebeu a semelhança. Celeste e Morne Nurse suspeitaram do caso, acionaram a polícia e testes de DNA mostraram que ela era a filha biológica deles. A menina morava a poucos quilômetros da casa dos pais biológicos. A mulher que a criou foi presa, e começou aí um dos casos mais intrigantes e emocionantes da África do Sul. ‘Fui enganada’ E o que levou a acusada a um ato tão desesperado? Durante o julgamento, foi dito que ela havia sofrido diversos abortos naturais. Ela disse que isso fez com que ela ficasse desesperada para ter uma filha. Mas ela nega que tenha roubado a criança e afirma que não esteve no hospital no dia em que a criança nasceu. Ela diz que recebeu a
recém-nascida em uma estação de trem movimentada de uma mulher chamada Sylvia, que não foi encontrada. Essa mulher seria a responsável por tratamentos de fertilidade que ela estaria fazendo após os abortos espontâneos. “Ninguém acredita em mim neste momento, e eu mesma sou vítima. Fui enganada e envolvida em algo que eu não sabia”, disse ela à BBC em uma entrevista antes de ser condenada. Ela também diz que assinou papéis de adoção, mas eles se perderam. Durante o julgamento, porém, a Promotoria mostrou provas de que a mulher havia ido várias vezes à maternidade e tentado roubar crianças. Apesar de seu marido só ter descoberto isso quando a identidade da criança foi revelada, ele ainda a apoia. “Sempre iremos agradecê-la por ter sido uma ótima mãe” disse ele, segundo o site IOL. Ele também falou sobre feriados que eles tiveram e família. “Por 17 anos, tivemos uma tradição de café na cama em todos os Dias das Mães que minha mulher passou com Zephany. Eu fazia ovos, Zephany buscava as torradas, flores e presentes. Ela também fazia a decoração”, disse.
Zephany está morando com o homem que ajudou a criá-la. Ele diz que ela está triste por ter “perdido sua mãe”. Psicologia x lei O psicólogo Oliver Fachs, baseado na Cidade do Cabo, diz que é normal alguém na situação de Zephany se sentir “inquieto”. Ele diz que é normal, então, que ela queria ficar perto das pessoas que a criaram. “Sua estrutura de significados, senso de identidade, como ela se coloca no mundo - tudo foi alterado”, disse ele. “Como psicólogo, acho que o importante é saber como lidar com esta nova realidade.” Fuchs diz que a psicologia e a lei estão em lados opostos neste caso. Enquanto sem dúvida ocorreu um crime, Zephany não tinha consciência disso até pouco tempo atrás e passou a maior parte da vida construindo laços com as pessoas que a criaram. Ela não falou diretamente com a imprensa, mas, em comunicado emitido pelo Centro de Justiça Infantil em março, ela reclamou da forma como a mídia retrata a mulher que ela ainda vê como sua mãe. “Vocês nunca pensam que essa é a minha mãe? Se for verdade
ou não, não é para vocês brincarem com isso”, disse a menina na época. Ela também falou sobre o homem que a criou como pai. “Como vocês se sentiriam como um pai, muito abalado mas ainda com bondade para dar apoio a sua família?” Durante o julgamento, ela foi impedida de ver a mulher acusada e foi levada para a casa dos pais biológicos. Mas ela teve dificuldades para se conectar com eles e pediu para ficar com o pai de criação. O amor da família Nurse, porém, é paciente e já foi testado pelo tempo. Por exemplo, Celeste disse no julgamento que a família fazia algo para marcar o aniversário de Zephany todos os anos, com um bolo - eles sempre divulgavam a comemoração à mídia, na tentativa de encontrar a criança. Por isso, a família biológica disse estar pronta para dar a ela o tempo que precisar e trabalhar para conquistar seu carinho e confiança. Mas eles sentem que tiveram roubada sua vida com ela, e a experiência foi dura demais para o casal. Enquanto testemunhava durante a audiência de leitura da sentença, Morne disse à corte que o casamento com Celeste
havia sido prejudicado e que ele tiveram dificuldades em reatar a relação. Eles se divorciaram em fevereiro de 2015. Ele desabou ao falar sobre os muitos anos que passou procurando a filha. “Não sei como ela ficou com a Zephany por tanto tempo. Sempre procuramos por ela. A forma como eles continuaram escondendo minha filha é inacreditável”, afirmou. “Não tenho nenhuma relação com minha filha e isso me machuca”. Ao dar seu veredito, o juiz John Hlophe descreveu a história da acusada como um “conto de fadas” e disse que “o júri rejeitou a história com o deprezo merecido”. Ele afirmou que ela teve diversas oportunidades para devolver a criança para a família biológica. Mas a mulher insiste que só e culpada de amar uma criança que ninguém queria. Agora que a sentença foi dada, há o debate de como fazer uma Justiça que traga menos danos às vítimas. Zephany perdeu a pessoa que via como sua mãe, um marido perdeu a mulher que foi presa e sua filha, e a família Nurse, que já ficou sem a filha por anos, ainda está sem ela. Até o momento, não há vencedores nesta história.
MECANISMO DE CONTROLE
Pedido de casamento de atleta chinesa: romantismo ou pressão masculina? A torcida adorou - mas e He Zi? A saltadora chinesa tinha lágrimas nos olhos quando o também atleta Qin Kai a pediu em casamento durante a cerimônia em que ela recebeu a medalha de prata pela disputa no trampolim de 3 metros. Um sorriso, porém, levou mais tempo para aparecer. Ela então finalmente disse sim para o namorado de seis anos, mas desde então o pedido público divide opiniões no mundo todo. Na China, onde propostas de casamento incomuns são muito compartilhadas e comentadas, alguns elogiaram o “gesto romântico de uma vida”, mas outros se mantiveram céticos. “Que maneira de colocar pressão sobre ela: ter o mundo inteiro vendo enquanto ela toma uma decisão tão íntima e importante”, escreveu a usuária Gu Jueyang no Weibo, o equivalente ao Twitter no país asiático. “Se ela rejeita a oferta de casamento, vai ser rotulada como uma pessoa cruel por bilhões ao redor do mundo, que estão observando. Isso pode ser
mascarado como romântico, mas eu vejo o contrário.” Outro usuário do Weibo até acusou o casal de querer o status de celebridade: “Publicidade e timing - o essencial para se tornar o novo casal de ouro da China”, escreveu ele. Enquanto isso, na página da BBC no Facebook, alguns usuários criticaram uma cobertura “sexista” da mídia, que estaria mais centrada no pedido do que na conquista desportiva da nadadora. “As pessoas se casam o tempo todo, mas apenas alguns têm a oportunidade de alcançar a glória olímpica. Ou a mocinha deve ficar aliviada porque um homem a terá?” perguntou Zoe MacGechan. “Mecanismo de controle” Escritora indiana baseada em Londres, Sunny Singh tuítou que a proposta revela um senso de direito masculino. Ela descreveu o caso à BBC como “um movimento peniano, que definitivamente não é romântico”. “É um mecanismo de con-
‘não’”, acrescentou. O pedido de Qin não foi o primeiro a acontecer nos Jogos Rio - antes, Marjorie Enya entrou em campo após o jogo de rúgbi entre os times femininos da Austrália e Nova Zelândia e pediu a jogadora brasileira Isadora Cerullo em casamento. Mas isso foi diferente, disse Singh, porque não envolveu o “sequestro” de uma cerimônia de medalhas. Casal olímpico
trole, uma maneira de dizer ‘você pode ter acabado de ganhar uma medalha olímpica, ou ser uma CEO ou ter projetado uma nave espacial, mas realmente a coisa mais importante é que você é minha mulher’”, disse. “Imagine se fosse alguém como Michael Phelps recebendo uma medalha e uma mulher se aproximasse e fizesse o pedido - as pessoas iriam rir dela. Quando os homens experimentam o sucesso, espera-se que as mulheres fiquem ao lado e torçam
do fundo.” Qin, o namorado, também se aproveitou do que já era um momento de emoção, disse Singh. “Você teria que ser extremamente corajoso para dizer ‘não’ nesse ponto. Você ganhou uma medalha, está em frente ao público, trabalhou a vida inteira para isso. Mesmo o melhor ser humano provavelmente estaria emocionalmente instável e vulnerável nesse momento. E as mulheres são ensinadas desde a mais tenra idade a serem agradáveis e não dizerem
No entanto, outros dizem que Qin simplesmente “gritou seu amor aos quatro ventos” e não havia nada de errado com isso. Daisy Amodio, fundadora da consultoria especializada em pedidos de casamento The Proposers, afirmou que o momento fazia sentido porque ambos eram atletas. “Para este casal tudo girava em torno dos Jogos Olímpicos. Eles passaram por quatro anos de treinamento, dedicação e trabalho duro, então porque não fazê-lo lá? A recompensa para eles depois é ‘fizemos esta
coisa realmente surpreendente e vamos nos casar’. É muito especial “, opinou. Segundo Amodio, propor em público pode ser arriscado - e alguns casos isso dá muito errado -, mas não é tão perigoso como muitos imaginam. “Você precisa ter 100% de certeza de que a pessoa vai aceitar. No entanto, algumas meninas estão literalmente implorando a seus namorados pelo pedido. Eu implorei para o meu namorado me pedir em casamento durante cinco anos.” Cerca de metade dos pedidos organizados pela empresa de Amodio acontecem em público, mas a demanda tem diminuído, após crescer por vários anos. Ela contou que muitos clientes agora preferem optar por um lugar com uma vista incrível, em vez de ter um grande público. Mas Amodio não se surpreendeu pela animação da plateia olímpica quando Qin se ajoelhou. “As pessoas gostam de ver uma história feliz, especialmente quando há tanta desgraça e tristeza no noticiário.”
ESTADOS UNIDOS
Trump ataca imprensa e ameaça retirar credenciais de repórteres O republicano Donald Trump repetiu no sábado (13) um ataque ao presidente norte-americano Barack Obama, afirmando que ele ajudou a “fundar” o Estado Islâmico, e protestou contra reportagens da imprensa críticas à sua campanha. Em um discurso de mais de uma hora durante um evento em Connecticut, Estado onde tem poucas chances de sair vitorioso, o candidato à presidência dos EUA passou boa parte do tempo reclamando da mídia. Ele ameaçou mais uma vez revogar as credenciais do jornal “The New York Times”. Esses documentos permitem que os repórteres acessem áreas destinadas exclusivamente à imprensa em seus eventos de campanha. Trump já baniu outros veículos antes, incluindo o “The Wash-
ington Post”. O jornal de Nova York publicou no sábado um artigo detalhando esforços mal sucedidos da campanha do republicano para fazêlo focar a atuação nas eleições gerais para a presidência. “Essas são as pessoas mais desonestas”, disse Trump. “Talvez nós comecemos a pensar em tirar as credenciais de imprensa deles.” Estado democrata Em um Estado fortemente democrata, ele deixou preocupados muitos republicanos. “É estúpido que ele esteja em Connecticut fazendo um evento público a menos de 90 dias das eleições”, disse o estrategista republicano Matt Mackowiak. “Você não vê Hillary [Clinton] fazendo campanha publica-
mente em Idaho e Mississippi. Eu tenho que pensar que isso prova que o candidato está comandando a campanha, o que explica porque é um desastre de proporções bíblicas.” Em diversos momentos, a multi-
dão lançou gritos contra Hillary, rival democrata de Trump. O candidato também abandonou seus esforços recentes para convencer os eleitores de que não falou sério quando afirmou que Obama foi o “fundador” do
grupo extremista Estado Islâmico. “É a minha opinião e a de muitas pessoas”, disse ao público. Democratas e republicanos têm criticado a afirmação. Vestido azul
Trump se desviou de atacar o histórico econômico de Hillary para discutir o escândalo sexual de 1998, envolvendo a estagiária da Casa Branca Monica Lewinsky e o ex-presidente Bill Clinton, que os republicanos tentaram tirar da presidência com um processo de impeachment. “Lembram quando ele disse que não teve relações sexuais com aquela mulher, e algumas semanas mais tarde, ‘oh, vocês me pegaram’?”, disse, em meio a aplausos. Ele então fez referência a um vestido azul que se tornou símbolo da investigação. “Estou tão feliz que eles tenham guardado aquele vestido, tão feliz por eles terem guardado esse vestido, porque mostra quem diabos eles são.”
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MUITO MAIS QUE UMA ESTICADA
Depressão, enxaqueca e até arritmia: os novos usos do Botox Há três décadas, quando o casal de médicos canadenses Alastair e Jean Carruthers notou em seus consultórios que a toxina botulínica tipo A, o Botox, usada então para controlar contrações involuntárias na pálpebra, também suavizava as rugas da pele… o mundo nunca mais foi o mesmo. O composto tornou-se no maior sucesso nas clínicas dermatológicas ocorridos até hoje. Para se ter uma ideia, atualmente no Brasil, mais de 300 mil mulheres e homens recorrem ao produto para disfarçar as marcas da idade, a cada ano. Um número três vezes maior em relação ao procedimento plástico predileto do sexo feminino: o aumento nos seios. Pois agora o Botox ganha espaço em áreas da medicina, digamos assim, diametralmente opostas à da estética: às de altíssima complexidade. O Botox tornou-se ferramenta também de cardiologistas, neurologistas, ortopedistas, urologistas e até gastroenterologistas. Uma das aplicações mais novas e surpreendentes é no campo da cardiologia. Estudo publicado no “Circulation: Arrhythmia and Electrophysiology” jornal da Associação Americana do Coração, mostrou que o Botox ajuda a prevenir a arritmia quando injetado em pequenas bolsas de gordura (cheias de fibras musculares) que circundam o coração, em casos pós-cirúrgicos. Próstata e incontinência urinária O tratamento da próstata é
pressivo não foi apenas relacionado à aparência melhorada. Acredita-se que a aplicação do Botox seja responsável por ativar de certa forma a região límbica do cérebro. “É a região responsável por emoções e comportamentos sociais. Percebeu-se que o feedback da mudança da musculatura facial poderia modular o processamento das emoções” analisa Claudia Marçal, dermatologista. Botox além da estética
outro exemplo. A toxina botulínica tipo A é aplicada nas terminações nervosas das fibras musculares da glândula, aplacando o descompasso. A terapia passou a ser utilizada nos casos de melhora dos sintomas da hiperplasia benigna — quando a glândula tem tamanho aumentado e pode comprimir o canal urinário. O composto murcha a glândula, relaxando as fibras musculares. Ele também tem sido usado em tratamento de bexiga hiperativa – caracterizada pela incontinência urinária – com aplicação na musculatura do órgão e melhora da sensação de enchimento na bexiga. O princípio de ação do Botox é tido como simples e seguro:
quando injetado, liga-se às terminações pré-sinápticas do sistema nervoso central e inibe a liberação de acetilcolina- principal neurotransmissor responsável pela contração muscular. Assim, o Botox age bloqueando a condução do estímulo neuromuscular, levando a uma paralisia parcial e temporária do músculo. Em julho deste ano, a Academia Americana de Neurologia (AAN) reconheceu, seis anos após a aprovação do FDA, o uso da toxina botulínica tipo A para diminuir a frequência das crises de enxaqueca – principalmente para aquelas pessoas que têm efeitos colaterais com o uso dos medicamentos convencio-
nais. No Brasil, o Botox para esta finalidade é aprovado desde 2011. Enxaqueca crônica e depressão O Botox tem se mostrado capaz de bloquear a liberação de outros neurotransmissores: aqueles associados com a origem da dor, diminuindo sua frequência e intensidade. “A ação da substância, neste caso, não é relaxar a musculatura. A ideia é diminuir a quantidade de impulsos nervosos que chegam ao cérebro, e o deixam mais sensível e suscetível a esse tipo de dor”, explica Paulo Renato Fonseca, anestesiologista e diretor da Sociedade
Brasileira para o Estudo da Dor. “Estudos atualizados atestam que a toxina botulínica atua não apenas no bloqueio da liberação da acetilcolina, mas também de outros neurotransmissores – substâncias que auxiliam na transmissão de informações entre neurônios e, por conseguinte, no funcionamento dos órgãos”. Estudo conduzido pela Universidade do Texas Southwestern, em Austin, nos Estados Unidos, revelou que a toxina botulínica tem efeito antidepressivo quando colocada entre as sobrancelhas. O que poderia apenas amenizar as linhas de expressão no local, mostrou melhorias no humor de pacientes. O efeito antide-
1. Esôfago Local: esfíncter, músculo do esôfago Efeito: ajuda no controle da acalasia, disfunção no movimento do esôfago que causa refluxo, azia e queimação. 2. Joelho Síndrome da dor femôro-patelar: aplicação nos músculos do joelho Efeito: alívio da dor e inflamação. 3. Pescoço Local: pescoço e região inferior da cabeça (atrás do pescoço) Efeito: reduz a frequência das crises de enxaqueca e o torcicolo. 4. Bexiga Local: bexiga Efeito: auxilia no controle da incontinência urinária. 5. Próstata Local: próstata Efeito: ajuda no tratamento da hiperplasia benigna, o aumento da próstata. 6. Coração Local: terminações nervosas/ bolsas de gordura ao redor do coração Efeito: auxílio no controle da arritmia cardíaca causada após cirurgias no órgão.
ESTUDOS & PESQUISAS
Paraplégicos têm melhora parcial após treino com exoesqueleto Um novo estudo realizado com oito pacientes paraplégicos mostrou que, após um ano de treinos com dispositivos robóticos controlados pelo cérebro, todos recuperaram parcialmente sensações e controle muscular dos membros inferiores. O experimento foi liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos, e publicado nesta quinta-feira na revista Scientific Reports, do grupo Nature. Segundo o estudo, alguns pacientes apresentaram transformações após sete meses de treinamento. Depois de um ano, as sensações e o controle muscular de quatro dos pacientes foi modificada de maneira tão considerável que os médicos mudaram seus diagnósticos de paralisia completa para paralisia parcial. Além disso, a maior parte dos pacientes apresentou melhora no controle da bexiga e nas funções dos intestinos, reduzindo sua dependência de laxantes e cateteres, segundo Nicolelis. Essas mudanças reduzem o risco de infecções em pacientes com paralisia crônica, de acordo com o cientista. Andar de Novo Há anos a equipe de Nicolelis trabalha no projeto Walk Again (Andar de Novo), que desenvolve tecnologias
de interface cérebro-máquina (ICM) com o objetivo de produzir exoesqueletos (vestes robóticas) e outros dispositivos que possam ser controlados pelo cérebro dos pacientes, para que eles possam recuperar movimentos. No novo estudo, os cientistas utilizaram uma ICM que captava os sinais enviados pelo cérebro por eletrodos de eletroencefalograma (EEG) posicionados sobre o couro cabeludo dos pacientes, enviava-os a um computador que os traduzia e transformava em movimento do exoesqueleto ou de elementos de realidade virtual. O objetivo é permitir que pessoas com lesões na coluna vertebral ou sequelas de acidentes vasculares cerebrais possam recuperar a força, a mobilidade e a independência. Com o novo estudo, os cientistas acreditam que o treino de longo prazo com ICMs pode induzir os pacientes a uma recuperação neurológica. “Nós não poderíamos ter previsto esse resultado clínico surpreendente quando começamos o projeto. O que estamos mostrando nesse artigo é que os pacientes que usaram ICMs por um longo período tiveram avanços em seu comportamento motor, nas sensações táteis e em funções viscerais abaixo da linha da lesão na coluna vertebral”, afirmou Nicolelis, que dirige o Centro Duke de
Neuroengenharia. Nervos sobreviventes De acordo com Nicolelis, com treinamentos semanais, o organismo dos pacientes em reabilitação restabeleceu as funções de nervos da coluna vertebral que haviam sobrevivido ao impacto de desastres automobilísticos, quedas e outros traumas que haviam paralisado seus membros inferiores. No início da reabilitação, cinco participantes já estavam paralisados há pelo menos cinco anos. Outros dois já estavam paralisados há mais de uma década. Uma das participantes que apresentou as mudanças mais expressivas é uma mulher de 32 anos que estava paralisada
há 13 anos. No início do treinamento, ela não conseguia se levantar usando muletas, mas, ao longo do estudo, ela conseguiu mover suas pernas voluntariamente enquanto o peso de seu corpo era suportado por uma armadura. “Um estudo anterior havia mostrado que uma ampla porcentagem dos pacientes diagnosticados com paraplegia completa podem ainda ter alguns nervos espinhais intactos. Esses nervos podem ficar inativos por anos porque não há sinais emitidos do córtex cerebral para os músculos. Com o tempo, o treinamento com a interface cérebro-máquina pode ter reacendido esses nervos. Talvez um pequeno número de fibras tenha permanecido
intacto, mas isso foi suficiente para converter sinais da área cortical motora do cérebro para a coluna vertebral”, explicou Nicolelis. Dispositivos robóticos O protocolo de treinamento dos pacientes com as ICMs foi composto de vários componentes. Em um deles, os pacientes utilizavam um dispositivo que incluía óculos de realidade virtual, onde era mostrado um avatar tridimensional de uma pessoa. Os cientistas pediam ao paciente que imaginassem movimentos de seus próprios corpos para fazer o avatar andar. Todos os pacientes aprenderam a usar apenas sua atividade cerebral, registrada pelo
EGG, para mover o corpo virtual, que representava um jogador de futebol andando em um estádio. Utilizando um dispositivo batizado de “camisa tátil”, os pacientes também recebiam um fluxo contínuo de estímulos táteis todas as vezes que os pés do avatar tocavam o chão. Em um segundo componente do treinamento, os pacientes utilizaram um mecanismo robótico de apoio à marcha colocado em uma escada rolante, o que permitiu que eles realizassem movimentos de caminhada, enquanto ficavam suspensos por uma espécie de armadura. Nesse componente, os pacientes utilizaram o mesmo EGG para produzir os movimentos, enquanto recebiam retorno da “camisa tátil”. O aparelho recebia sinais de sensores de pressão localizados nas pernas e pés dos pacientes, que vibravam em um padrão que refletia os movimentos. No terceiro componente, os pacientes – também usando os eletrodos EGG e a “camisa tátil” -, operavam um exoesqueleto motorizado controlado pelo cérebro e desenhada para o projeto por uma equipe internacional de robótica. Esse exoesqueleto é a mesma ICM utilizada pelos pesquisadores para realizar uma demonstração na abertura da Copa do Mundo de 2014, em São Paulo, na qual um jovem paraplégico utilizou um exoesqueleto para chutar uma bola no estádio.
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saúde • • •
TERÇA-FEIRA, 16 DE AGOSTO DE 2016
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ESPELHOS
Você segue uma musa fitness? Isso pode fazer mal à sua saúde A busca pelo corpo perfeito tem aumentado e muito o fanatismo em torno dos padrões de beleza. O depoimento de mulheres com índices corporais baixíssimos, abdômen tanquinho (a radical ‘barriga negativa’), o ‘ab crack’ (vinco vertical no meio da barriga) e até mesmo o vão entre as coxas têm sido cada vez mais comuns na internet, em especial no Instagram. A expressão ‘barriga negativa’ se popularizou quando a modelo sul-africana Candice Swanepoel exibiu seu abdômen côncavo – de tão seco – no Instagram, em 2012. Quase um ano depois chegou a vez do ‘thighgap’, termo criado para designar o espaço entre as coxas, sem deixar que elas encostem uma na outra. Em 2014, a nova mania foi a ‘bikini bridge’, expressão usada para descrever quando a calcinha fica suspensa da barriga por conta dos ossinhos saltantes do quadril. Mas como a criatividade nunca acaba, a internet continua a apresentar partes do corpo que até então se ignorava. Os últimos modismos celebrados nas redes redes sociais foram o ‘thighbrow’, apelido em inglês para a dobrinha formada entre o quadril e as coxas, o ‘ab crack’, vinco vertical no meio do abdômen e o uso da cinta modeladora – até para ir na academia. O problema é que, mais do que magreza, alguns desses “modismos fitness” estão diretamente relacionados à estrutura corporal e, portanto, não importa o quanto se faça dieta ou exercícios — nem um terço das pessoas jamais chegará perto
vão no abdômen é resultado de pouca gordura e hipertrofia muscular dessa região. Mas algumas pessoas simplesmente não vão conseguir ter esse vinco, porque não é do seu biotipo. Por isso é importante que as pessoas busquem um ideal de composição corporal que esteja de acordo com a sua constituição física.”, explica o personal trainer Isaias Gonçalves Rodrigues. 3. Thigh brow
dos objetivos. Eles são irreais. A consequência é ainda pior: o desenvolvimento de doenças. Segundo o cirurgião plástico Eduardo Sucupira, muitas pessoas querem soluções milagrosas e buscam intervenções estéticas e cirúrgicas para alcançar estes “padrões” na internet. Alguns deles, como o ab crack e o vão entre as coxas, até podem ser construídos a partir de uma lipoaspiração ou lipoescultura, outros, como a barriga negativa, não. “Entretanto, além de um resultado irreal, seguir os procedimentos da moda aumenta o risco de insatisfação da paciente e, consequentemente, o desenvolvimento de transtornos de imagem”, diz. “Atualmente vivemos em uma dicotomia, com muitas pessoas acima do peso e outras buscando obsessivamente padrões estéticos que só podem ser alcançados com a adoção de medidas extremas que colocam em risco a saúde de quem busca esse tipo de resultado. Essa
busca incessante para alcançar uma imagem patológica induz comportamentos que deflagram transtornos alimentares, como a bulimia e a anorexia.”, diz o endocrinologista Francisco Tostes. O preparador físico Marcio Atalla ressalta que a maioria das pessoas que consegue atingir as características radicais têm em seu favor, fundamentalmente, a genética. “Tentar ultrapassar limites pode, sim, prejudicar a saúde. As principais modas fitness do Instagram 1. Barriga negativa A barriga negativa foi a precursora das modas fitness disseminadas no Instagram. Em novembro de 2012, a modelo sul africana Candice Swanepoel publicou uma foto no aplicativo exibindo sua barriga que, de tão magra, se volta para dentro. O ab crack e a barriga negativa estão relacionados a um baixo
percentual de gordura corporal, mas enquanto o primeiro depende de uma hipertrofia dos músculos do abdômen, a barriga negativa depende de músculos abdominais pouco desenvolvidos, explica o personal trainer Isaias Gonçalves Rodrigues. Embora seja um padrão idealizado por muitas mulheres, persegui-lo pode gerar problemas como baixo índice de gordura corporal, desnutrição, fragilidade muscular na região, transtornos alimentares e de imagem, problemas hormonais, entre outros. 2. Ab crack As modelos Stella Maxwell e Emily Ratajkowski exibem seu “ab crack” (foto destaque). Esse vinco vertical na barriga é a nova moda fitness disseminada nas redes sociais. A característica, no entanto, não é sinônimo de saúde nem resultado apenas de dieta e exercício, mas está diretamente relacionada à genética de cada um. “Esse
O “thighbrow” começou a ser amplamente exibido em fotos no Instagram postadas por celebridades como Khloe Kardashian e Kendall Jenner (na foto), Beyonce e Rihanna . A “moda” exalta a “dobrinha” formada entre as coxas e o quadril, tanto que o termo em inglês é a união das palavras coxa (thigh) e sobrancelha (brow), pois a marquinha lembra uma sobrancelha superdefinida. Ao contrário dos demais modismos fitness, esse foi elogiado por parecer uma moda “mais inclusiva” e que não exalta a magreza excessiva. 4. Bikini bridge O bikini bridge - termo usado para quando a calcinha fica levemente suspensa por causa dos ossinhos saltados do quadril tornou-se uma tendência na internet no início de 2014. Comum em pessoas com baixíssimo índice de massa corporal e músculos pouco trabalhados na região abdominal, a perseguição desta moda pode gerar distúrbios alimentares, de imagem e problemas associados à magreza excessiva, como
desnutrição e desequilíbrios hormonais. 5. Thigh gap Em 2015, depois da barriga, surgiu o thigh gap, “apelido” para aquele vão entre as coxas, visto principalmente em modelos. Embora também esteja relacionado à estrutura corporal, especialistas dizem que é possível - em alguns casos “criar” esse espaço entre as pernas. Mas isso envolve, além da perda de peso, exercícios físicos que trabalhem os músculos da região. No entanto, é preciso estar atento porque há o risco de ficar com um índice de massa corporal (o IMC) tão baixo que pode prejudicar a saúde. “Um baixo índice de gordura pode não só levar a quadros de desnutrição e deficiência de vitaminas como gerar alterações hormonais importantes para o bom funcionamento do corpo”, afirma o endocrinologista Francisco Tostes. 6. Cinta modeladora Recentemente, musas fitness como Juju Salimeni e Gracyanne Barbosa começaram a postar fotos no Instagram usando a cinta modeladora. A técnica seria um “novo segredo” para modelar o corpo e esconder “pneuzinhos”. Segundo o personal trainer Isaias Gonçalves Rodrigues, a cinta de fato ajuda a modelar o corpo. Seu efeito seria semelhante ao de uma “drenagem linfática”, pois seu uso impediria que a acumulação de água na região, reduzindo o inchaço. Mas, exceto por isso, ela não traz nenhum outro benefício.
ESTUDOS & PESQUISAS
Garrafas plásticas têm mais germes que vasilha de cachorro Você tem o hábito de usar uma garrafa plástica mais de uma vez? Pois saiba que ela pode conter mais germes do que a vasilha de comida de um cachorro. De acordo com um estudo encomendado pelo site TreadmillReviews.net, após uma semana de uso, sem ser lavada, uma garrafa plástica tem, em média, 300.000 colônias de bactérias, das quais mais de 60% são prejudiciais à saúde — o que favorece desde infecções cutâneas até sepse. Para se ter uma ideia, essa quantidade é muito maior do que a de bactérias encontradas em uma vasilha de cachorro
(47.383 CFU/cm²), na pia da cozinha (3.191 CFU/cm²) ou na tábua de cozinha (6.8 CFU/cm²) e bem próximo da quantidade encontrada em um recipiente usado para guardar escova de dente no banheiro (331.848 CFU/cm²). Como as garrafas de água são, geralmente, item inseparável das pessoas que correm em esteiras, o site TreadmillReviews. net, especializado no equipamento fitness, encomendou com o laboratório EmLab P&K uma pesquisa para saber quantos e quais germes estavam presentes em quatro tipos de garrafa de água re-
utilizável: slide-top (basta deslizar a abertura para beber), squeeze, tampa de tarraxar e com canudo embutido. Durante uma semana, 12 pessoas usaram algum dos quatro tipos de garrafa, sem lavá-las. Os resultados dos testes laboratoriais mostraram que, em média, estes recipientes tinham 313.499 unidades de formação de colônias (UFC) de bactéria por centímetro quadrado. Entre os quatro tipos de garrafas analisados, a que apresentou a maior quantidade de germes, com mais de 900.000 UFC/ cm² foi a do tipo “slide-top”. Esse tipo também continha a
maior porcentagem (17%) de bactérias do tipo gram-positivas cocos, que podem causar infecção cutânea, pneumonia e sepse. As do tipo “squeeze” ficaram em segundo lugar, com 162,000 CFU/cm², enquanto as de tampa de tarraxar vieram em seguida, com 160,000 CFU/cm². Por último, com uma quantidade surpreendentemente menor que as demais, vieram as que têm canudo embutido, com apenas 25 CFU/ cm². Inclusive, esse tipo de recipiente também apresentou a menor quantidade de germes prejudiciais à saúde: apenas
8% das bactérias encontradas eram do tipo Gram-positivo cocos. Segundo o site especializado, uma possível razão para a baixa concentração de bactérias nos recipientes com canudo é que as gotas de água tendem a ficar depositadas no fundo do canudo em vez de ficarem na superfície, o que acaba sendo menos atrativo para germes amantes da umidade, como as bactérias. “Com base em nossos resultados, sugerimos que as pessoas optem por garrafas que venham com canudo, tanto pela baixa prevalência de bactérias
como pela redução na quantidade de germes nocivos”, escreveu o site de fitness. Outras recomendações do site especializado em esteiras de corrida é, se possível optar por garrafas de aço inoxidável em vez das de plástico, pois, além de serem mais fáceis de limpar, esse é um material naturalmente anti-bacteriano, e lavar diariamente – com água e detergente ou na máquina de lavar louça – sua garrafa. Embora a reutilização de garrafas pet não tenha sido analisada, os resultados sugerem que neste modelo também há um elevado nível de germes.