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Gente que Faz
“Educar é obra do coração”
Previsão catastrófica
“Oceanos terão mais plástico do que peixes em 2050” Página 10 “As pessoas boas merecem nosso amor, as pessoas ruins precisam dele” Madre Teresa de Calcutá
Professora Maria Adelia É bastante improvável que, em qualquer dia que a professora Maria Adelia passe pelas ruas de Lorena, algum de seus ex-alunos não cruze por ela e, além de um cumprimento, aproveite alguns instantes para um rápido bate-papo. Este contingente de dezenas de milhares de ex-alunos vai desde profissionais liberais e empresários de sucesso, até humildes trabalhadores braçais. Nessas rápidas e amistosas conversas, há sempre a lembrança daquela professora metódica, rigorosa com a disciplina nas salas de aula e exigente nos trabalhos escolares. Obviamente, estes alunos não deixam de ressaltar que esta postura didático-pedagógica lhes permitiu buscar e conquistar as oportunidades que a vida lhes ofereceu. Havia ainda uma outra professora Maria Adelia, habituada à interação com os alunos fora das salas de aula; era ouvinte e conselheira quanto aos problemas pessoais de seus alunos e, na medida do possível, os atendia, muitas vezes em suas aflições e necessidades de caráter material. O indisfarçável sotaque confirma a carioquice da Maria Adelia, que deixou o Rio de Janeiro ainda garota, nos anos 50, acompanhada da família e de seu pai que era militar. Depois do curso primário na escola Conde Moreira Lima, Maria Adelia viveu muitos e bons anos na escola Arnolfo Azevedo como aluna, professora e assistente de direção escolar. Maria Adelia desenvolveu a sua atividade no Magistério por 30 anos, em todos os níveis de ensino. Seu estágio foi uma experiência numa escola rural em Bananal e depois, no ensino primário, na Climério Galvão. Concluindo a sua formação em Ciências e Biologia na UNTAU, em Taubaté, especializou-se em Microbiologia na Fundação Oswaldo Cruz, no Rio de Janeiro, e ingressou no Instituto Santa Tereza, integrando o corpo docente de excelência e destaque educacional em Lorena nos anos 70, 80 e 90. Sua efetivação no magistério publico estadual se deu na E.E Prudente de Aquino, transferindose, a seguir, para a E.E Arnolfo Azevedo, onde se aposentou em 2003. O Instituto Santa Tereza possibilitou à professora Maria Adelia explorar todos os recursos didáticos e pedagógicos então disponíveis na escola, o que qualificou sobremaneira o seu trabalho docente, conquistando o respeito e a admiração de colegas, alunos e seus familiares. Por um período, lecionou também no curso de Enfermagem e de Ciências Domésticas e Educação Rural da FATEA. A grande satisfação da professora Maria Adelia foi lecionar na E.E Arnolfo Azevedo, local onde frequentou os cursos Ginasial e Colegial. As diferenças entre a escola pública e particular dificultavam as atividades didáticas da professora Maria Adelia pela carência de recursos, mas não a impediram de exercer com máxima dedicação o seu comprometimento com o processo Ensino Aprendizagem. O conteúdo programático das disciplinas era trabalhado com a mesma dedicação, criando e experimentando novas atividades didáticas. Não se prendia às salas de aula, e promovia oficinas referentes à disciplina de Ciências como horta, jardinagem, alimentação sadia, além de excursões. Em todos os eventos cívicos e de entretenimento, Maria Adelia marcava presença com atividades específicas. Estando habilitada em Pedagogia e Prática de Ensino, seguidas vezes foi convidada para a vice-direção escolar, mas em apenas uma oportunidade aceitou o encargo. Maria Adelia Bohler de Oliveira Gomes e Souza é casada com o professor Leonel Gomes, com quem lecionou no IST e no Arnolfo Azevedo. Aposentada, ocupa-se no acompanhamento das filhas Ana Cláudia, jornalista, e Mariana, profissional de Sistemas da Informação, e intercala com os seus afazeres domésticos o prazer pelo tricô e pela costura. Maria Adelia se sente realizada como professora e guarda saudosas lembranças de alunos, professores e funcionários de todas escolas que trabalhou. Sempre diz que tudo valeu a pena pois sempre buscou pôr em prática o ensinamento de Dom Bosco: “Educar é obra do coração”. Homenagem Jornal Vale Vivo
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