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ARTIGO
Roberto alexandre da Silva Bueno
peRSeGUiÇÃo polÍTiCa
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“Quem nada nos acrescenta, nenhuma falta nos faz” Anahy D’amico, psicóloga
Foto: Divulgação
Roberto Alexandre da Silva Bueno Quando Alexandre veio me procurar na Secretaria de Cultura para fazer uma parceria cultural com o seu espaço, eu fiquei muito triste de não poder ajudar. Porque não tínhamos, e ainda não temos, uma estrutura governamental que apoie a vida cultural da cidade de Cachoeira Paulista, que segundo Alexandre “é uma cidade pequena e com um potencial muito grande para a cultura. Temos vários artistas que poderiam ser mais valorizados.” Concordo plenamente! Mas já que os governos não estão no momento suprindo esta necessidade básica de lazer e de cultura, temos que arregaçar as mangas e ir em frente. Ele está indo! Tem um espaço cultural muito agradável chamado Terraço, onde muitos de vocês já foram ver artistas de renome: Derico, Jane Duboc e tantos outros. E vimos lá a Maria Clara Ribeiro, o Rafael Vieira, o Marcelo Nanah, artistas da cidade a quem ele dá espaço e oferece parceria. Ele teve a ideia lá atrás, em 2001. “Eu era supervisor de vendas de uma revenda da AmBev (onde trabalhei por 10 anos) e foi assim que conheci muitos espaços; alguns culturais, outros não. Meu quintal era muito grande e pouco usado, portanto minha esposa e eu unimos o útil ao agradável. Ela é uma excelente cozinheira - e hoje a chef do nosso espaço - me perguntou: “Por que não montarmos um bar?” Pensei um pouco, meu dia a dia era visitar bares, não era bem isso o que eu imaginava. “Mas, um bar...?” Se tivesse sido um bar como qualquer outro, Alexandre talvez não tivesse seguido adiante com a ideia. Mas ali não é um lugar onde somente se vai para comer e beber. Ali se vai para se viver histórias! Podemos falar de cultura em um momento em que a inflação, o desemprego e a violência estão no centro das preocupações comuns? Em que as pessoas estão fechadas em suas casas com medo de um mal invisível? Sim, porque longe de nos desviar dos problemas reais, a arte pode nos ajudar a colocá-los em toda a sua extensão e a enfrentá-los com todos os recursos da alma e do espírito. A cultura não é somente uma distração banal; é uma dimensão da existência de cada um, que lhe dá sua plenitude. A exigência de “qualidade de vida” conduz necessariamente à cultura, que é a dignidade da vida. Está ausente da vida do maior número de pessoas, mas por isso mesmo é neste vazio, nesta ausência que precisa pousar! A cultura pode ser, segundo expressão de Jacques Duhamel, “o que é preciso para um dia de trabalho ser um verdadeiro dia de vida”. Hoje esse espaço que prestigia a cultura local e recebe artistas do Brasil todo está fechado. Mas assim que essa pandemia passar essa casa retomará esse trabalho cultural. E não vemos a hora! Para quem quiser conhecer um pouco a respeito, acesse a página do Alexandre e se delicie: https:// www.facebook.com/terracoacasadatruta. Júnia Botelho Homenagem Jornal Vale Vivo
Fotos: Ricardo Mendes/Jornal Vale Vivo
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