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Especial Douro Património Mundial
Entrevista com Teresa Andresen e João Rebelo > Págs. 16 a 19
Amendoeiras em flor potenciam turismo da região Pág. 10
Reportagem VivaDouro Presença feminina tem aumentado no setor dos vinhos Págs. 8 e 9
UTAD Saiba quem são os candidatos à liderança da academia Pág. 7
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4 VIVADOURO MARÇO 2017
Editorial
Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Salomé Ferreira (10495) Sofia Costa Departamento comercial: Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Serafim Ribeiro Tel.: 910 600 079 Sofia Lourenço Tel.: 917 120 684 Paginação: Bruno Duque Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Emídio Gomes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Caldas, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org
Próxima Edição 12 de abril
Sumário: Breves Página 6
POSITIVO Mesão Frio Algumas vias das freguesias de Barqueiros e Santo André foram alcatroadas. A empreitada foi levada a cabo com uma parceria entre a Câmara Municipal de Mesão Frio e as respetivas Juntas de Freguesia.
NEGATIVO Carrazeda de Ansiães Dois homens foram detidos e outro foi constituído arguido, com idades compreendidas entre os 44 e os 54 anos,no passado dia 8 de março, por posse de arma proibida, em Carrazeda de Ansiães.
“Um ano na Presidência da República”
UTAD Página 7 Reportagem VivaDouro Páginas 8 e 9 Amendoeiras em Flor Páginas 12 e 13 S.João da Pesqueira Página 15 Especial Douro Património Mundial Páginas 16 a 19 Vários Concelhos Páginas 10, 11, 14, 21 a 27 Opinião Páginas 28 e 29 Lazer Página 30
FOTO: DR
Caros leitores, Frequentemente aproveito o editorial do VivaDouro para promover os produtos da nossa região. Nesta época penso ser apropriado aproveitar a altura para salientar a beleza e a importância das amendoeiras em flor para todos os que nos visitam e a sua importância para o turismo regional. Os forasteiros são atraídos por esta beleza natural e pelos eventos que alguns municípios organizam à volta dessa beleza natural. São inúmeros, quer de um lado quer do outro do rio e atraem os interessados, não só para a visualização dessa flor única e magnifica como
também para o contato com muitas outras belezas da terra. Mais uma vez, é o bom aproveitamento daquilo que é natural, tradicional e que é de excelente qualidade que faz a diferença. Mas é a imaginação e criatividade dos organizadores locais que faz a diferença. Conseguir fazer um programa à volta de uma manifestação da natureza completo, interessante e que por si próprio motive a participação dos forasteiros é surpreendente pois em cada ano conseguem inovar e apresentar pontos novos de atração e de sensibilidade. Coisas como montarias, passeios de mota, fados, karaté, atuação de tunas, jantares académicos, atuações populares, feiras de produtos regionais, cicloturismo, jogos de malha, zumba, jogos tradicionais, bikes, merendas, folclores, passeios pedestres, feiras populares, passeios pedestres, desfiles etnográficos, carros alegóricos, fogo de artificio, padaria tradicional e teatro tudo debaixo do mesmo tema e com a motivação da amendoeira em flor é obra e desafio os nossos leitores a descobrirem onde tudo isto acontece em menos de 5 segundos.
FOTO: DR
José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org
Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil
O Presidente da República completou recentemente o primeiro ano do seu mandato. Prometera fazer uma presidência de proximidade e cumpriu. Aqueles que avaliam o grau de satisfação do eleitorado informam que o seu índice de popularidade é dos mais elevados de sempre. Essa constatação tem uma justificação clara. O Presidente não só é simpático, como gosta verdadeiramente do contacto com as pessoas. Até aqui nada de estranho nesse comportamento e na reacção dos eleitores. A Constituição, quanto ao estatuto do Presidente da República, apenas prescreve no seu art.º 120.º que “representa a República Portuguesa, garante a independência nacional, a unidade do Estado e o regular funcionamento das instituições democráticas”. Não sendo imperativo ser simpático e próximo das preocupações das pessoas, o Presidente tem revelado compreensão pelos reais problemas dos portugueses e sentido de solidariedade perante um quadro que continua a pedir sacrifício e restrição. Temos de reconhecer que a sociedade portuguesa goza hoje de um saudável clima de abertura, de liberdade de expressão e de público escrutínio, em especial por parte da Comunicação Social. Isto é bom porque põe a descoberto as muitas disfunções do nosso sistema e promove um comportamento mais ético e justo dos responsáveis a todos os níveis. Todavia é surpreendente como, todas as semanas se descobrem situações novas: de falha de regulação, de gestão danosa dos nossos escassos recursos financeiros, de perda de poder das instituições nacionais. Estas matérias, naturalmente, preocupam-nos e levantam-nos apreensão. Marcelo Rebelo de Sousa conhece bem o princípio da separação de poderes. Porém, não deixa de intervir com inteligência, zelando por tudo o que nos aflige. Por um lado, é pedagógico explicando de forma simples o que parece ser complexo e confuso. Mas também se coloca na posição de defender o que é o interesse nacional aos olhos da grande maioria dos portugueses. Está atento aos sinais promissores dos centros de investigação, visitando-os e animando-os, porque acredita que são indutores de modernidade e inovação. É sensível aos motores da nossa Economia, exaltando o contributo continuado dos empresários para o sucesso das exportações portuguesas. Preocupa-se com a evolução do populismo ideológico na Europa e pede para não nos alhearmos das suas causas, porque isso também nos diz respeito. Ainda recentemente animou a nova administração da CGD, a única instituição financeira que preservou o carácter nacional, fazendo questão de estar presente no início do seu “road show” nacional. Recordou que a credibilidade da Caixa depende de haver coerência nas opções de fundo: da estabilidade política em cada legislatura, do respeito pelos compromissos europeus de natureza económica e financeira, do controle orçamental e finanças sãs. Considerou que os recentes indicadores estatísticos sobre o 4.º trimestre de 2017, relativos à Economia Portuguesa, podem consagrar uma tendência promissora, mas com realismo alertou para a necessidade de agirmos de forma mais previsível, o que reclama sacrifício, contenção e estabilidade. Palavras sábias que nos animam, mas que obrigam a mais esforço.
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Breves
FOTO: DR
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Bombeiros de Tabuaço têm mais três viaturas disponíveis
X Montaria ao Javali, em Peso da Régua A décima edição da Montaria decorreu na Zona de Caça Municipal de Canelas, em Peso da Régua e foi “muito produtiva”. O evento foi organizado pelo Clube de Caça e Pesca de Canelas (CCPC) e pela Associação Florestal de Trás-os-Montes (AFTM). A Montaria contou mais uma vez com a presença do Clube de Monteiros do Norte.
Novo pavilhão multiusos, em Sabrosa, irá permitir a criação de mercado regional Uma estratégia baseada na promoção e valorização dos produtos do concelho é a próxima aposta do novo executivo municipal. O futuro Pavilhão Multiusos terá um papel fulcral neste seguimento ao nível da logística, à escala local e regional.
Biblioteca Municipal de Murça acolheu projeto “Oficina de Leitura” No passado dia 10 de março, no âmbito do projeto “Oficina de Leitura”, a Biblioteca Municipal recebeu mais uma visita dos utentes do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Murça. Os idosos desenvolveram várias atividades, desde pinturas a recortes, no espaço infantojuvenil da biblioteca.
Feira Romaria em São Gregório 2017, em Armamar Cumpriu-se mais uma vez a tradição da antiga Feira e romaria de São Gregório, que se realizou junto da Capela de invocação de Santa Cruz. Para aqueles que não tiveram oportunidade de visitar o evento estão disponíveis, nas redes sociais do Município de Armamar, alguns clipes de vídeo.
Santa Marta de Penaguião promove sessão de esclarecimento sobre doenças neurológicas
A instituição dos bombeiros voluntários de Tabuaço foi criada a 3 de março de 1932. Os festejos do 85º aniversário decorreram no domingo, dia 3. O programa contou com uma homenagem aos “soldados da paz” já falecidos e, entre outras atividades, realizou-se a bênção das novas viaturas da corporação, presidida pelo padre Manuel Gonçalves. Trata-se de um autotanque com capacidade de 16.000 litros, importanteno apoio a outras viaturas em caso de incêndio, uma ambulância de transporte de doentes e ainda outra associada ao INEM.
Torre de Moncorvo prepara os Jogos Concelhios Nesta edição podem inscrever-se as Associações Desportivas, Culturais e Recreativas de Torre de Moncorvo. As inscrições estão abertas até dia 20 de Março, no Gabinete do Desporto da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo. Os Jogos Desportivos Concelhios têm início com o torneio de futsal, de 27 de Março a 24 de Abril. No dia 8 de Abril decorre a competição de dominó, no dia 9 de Abril de sueca e no dia 25 de Abril a pesca desportiva e os jogos populares. Os jogos terminam com uma cerimónia de encerramento e de entrega dos prémios aos participantes, a realizar no dia 25 de Abril, no centro escolar.
Bombeiros de Carrazeda de Ansiães salvam mulher caída num poço
FOTO: DR
No passado dia 9 de março, uma mulher de 70 anos foi salva pelos bombeiros depois de ter caído a um poço, numa propriedade agrícola. O alerta foi dado pelos vizinhos e o resgate foi bem sucedido, tendo a vítima sendo encaminhada para o hospital de Bragança, para ser observada por precaução. No local estiveram os bombeiros e a GNR de Carrazeda de Ansiães.
Município de Sabrosa acolhe vários eventos nos próximos dias A sessão de esclarecimento vai contar com a presença da psicóloga Filipa Santos com especialização em Neuropsicologia Geriátrica e Psicogeriatria, nas várias freguesias de Santa Marta de Penaguião. Os participantes terão a oportunidade deagendar uma consulta de rastreio com a psicóloga responsável.
Casa dos Milagres de Perafita, em Alijó, está a ser reabilitada
Na agenda cultural do concelho de Sabrosa estão presentes várias atividades com entrada gratuita. - Osso Vaidoso | 18 de março, 18h00, Espaço Miguel Torga; - Amor de Dom Perlimplim com Belisa em seu jardim, peça de teatro | 25 de março, auditório municipal de Sabrosa; - João Seabra, Stand upcomedy | 8 de abril, 21h00, auditório municipal de Sabrosa.
Armamar vai inaugurar Centro de Marcha e Corrida FOTO: DR
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Está a decorrer a obra de recuperação da Casa dos Milagres, na freguesia de Vila Verde, em Alijó. Esta iniciativa está integrada na candidatura de Impacto Ambiental do Aproveitamento Hidroelétrico de Foz Tua e levada a cabo pela Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua. O investimento éde cerca de 160 mil euros e está adjudicada à empresa LUSOCOL – Sociedade Lusa de Construções, Lda.
O evento decorre no próximo dia 19 de março, pelas 10 horas.
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Vila Real
Fontainhas Fernandes assume “Um Compromisso para o Futuro” com a candidatura a Reitor da UTAD
“Um Compromisso para o Futuro” será o lema da candidatura de Fontainhas Fernandes a Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, tendo como objetivo manter a trajetória de mudança e de abertura à sociedade, uma orientação que diz ser “vital para a sustentabilidade da Universidade e da região”.
As linhas orientadoras do programa contêm a ambição da Uni-
versidade para além de 2021, assumindo que “o futuro já é presente”.
Fontainhas Fernandes assume como objetivos principais a diver-
sificação e crescimento no ensino, a focalização e reforço da investigação, e a valorização do conhecimento com impacto no território. Considera ainda que para o cumprimento destes desígnios “é crucial manter o respeito por elevados valores éticos, de partilha de poder e envolvimento dos agentes da região, de prestação de contas e transparência, bem como de responsabilidade perante a sociedade”, afirmou. O candidato defende que o futuro exige consolidar as dinâmicas coletivas de abertura à sociedade e à inovação, de acesso à informação, de partilha de informação e participação em
redes de conhecimento nacionais e internacionais, bem como manter a interação do sistema científico com as organizações e a economia do território. Fontainhas Fernandes reitera que a Universidade deve continuar a contribuir para aumentar a competitividade da região e do país, apoiar a transformação do território, originar novos produtos, tecnologias inovadoras e novas ideias. “A abertura à sociedade e ao mundo permite afirmar uma UTAD mais comprometida com a coesão e a valorização do território”, sublinhou Fontainhas Fernandes.■
António Silva candidata-se a reitor da UTAD por uma “Universidade Contemporânea”
O candidato sublinhou que a candidatura, apesar de se caracterizar como uma “rutura” com a política seguida pela atual equipa reitoral, não pretende ser uma candidatura contra o António Fontainhas Fernandes. António Silva ambiciona apostar na captação de novos alunos e uma maior abrangência temática de uma Universidade que, acusa, esta demasiada centrada na área da vinha. Texto e Foto: Salomé Ferreira
“Candidato-me como personificação de um movimento que representa o pulsar da Academia”, afirmou António Silva, na apresentação da candidatura a Reitor da UTAD no Museu da Vila Velha, em Vila Real. “Pretendemos uma Universidade, atual, global, universalista e multicultural que não esteja demasiado centrada à área do vinho e da vinha e que esteja aberta a novos alunos e novas áreas de excelência: às artes, à comunicação, às novas tecnologias. Pretendemos uma Universidade mais moderna, atrativa e internacional”, afirmou o candidato. Transformar a UTAD numa universidade-fundação é outro dos objetivos que António Silva apresenta na candidatura. “O futuro da UTAD passa por
uma Universidade-Fundação, com 8.500 alunos, por investigação de referência a nível nacional e internacional, por assegurar a sustentabilidade da instituição com recurso a novas formas de financiamento, tornando a UTAD o motor de desenvolvimento regional e de coesão social e territorial do país”, explicou. O candidato pretende apostar em áreas que “possam captar mais alunos”, como a “enfermagem, o desporto, a comunicação, veterinária, entre outras”. Para além disso, os objetivos de António Silva passam por uma “aposta séria na atividade internacional” e no “ensino à distância”, que neste momento considera estar “completamente parado”, e nos cursos de especialização técnica. António José Silva também
não poupou a gestão do atual reitor e a lógica de funcionamento da Universidade que o candidato definiu como feita “de cima para baixo, numa lógica ‘top to bottom’”, em vez de um funcionamento que envolva mais as forças vivas da Universidade e os seus quadros. No que diz respeito à polémica dos convénios luso-brasileiros, em que o nome de António Silva aparece envolvido na investigação do programa “Sexta-Feira às 9”, da RTP, o candidato sublinha que “são dois processos completamente separados e independentes”, afirmando que a sua candidatura é por um “ideal de universidade”, que está “vertido no programa de ação” e garante que vai “aguardar serenamente” a evolução do processo.
“Assumo as minhas responsabilidades, ao contrário de outros, neste caso o reitor, que nunca o fez. Darei sempre a cara pelas minhas convicções, tenham elas consequências éticas, disciplinares ou criminais”, sublinhou António Silva. Até ao momento há duas
listas candidatas, uma liderada pelo atual reitor, António Fontainhas Fernandes, e outra por António Silva, professor do Departamento de Ciências do Desporto, Exercício e Saúde. A entrega de candidaturas decorre até 15 de março e as eleições terão lugar no dia 31.■
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Reportagem VivaDouro
Presença feminina tem-se intensificado no Mudam-se os tempos mudam-se as vontades. Num mundo que era tradicionalmente reservado aos homens e as saias só costumavam ser admitidas a personalidades como a célebre Dona Antónia, as mulheres começaram nos últimos anos a entrar em força no espaço sagrado do vinho, apesar de não concederem grande importância a este facto, uma vez que consideram “já não haver diferenças entre homens e mulheres” nesta ou qualquer outra profissão. Texto: Salomé Ferreira
No mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, o VivaDouro foi conhecer duas durienses que têm dado cartas no mundo dos vinhos. São vozes no feminino que optaram por fazer da sua paixão pelo vinho e pela região a profissão que faz delas mulheres realizadas diariamente. Celeste Marques e Olga Martins. São estes os nomes de duas das mulheres
> Celeste Marques, diretora e enóloga da Adega Cooperativa de Sabrosa que se têm distinguido no universo dos vinhos na região do Douro. Celeste Marques é diretora e enóloga da Adega Cooperativa de Sabrosa e Olga Martins é CEO da Lavradores de Feitoria. “A minha avó foi a minha grande inspiração, o meu exemplo”, revelou ao VivaDouro Celeste Marques, diretora
> Cerca de 50% dos funcionários da Adega Cooperativa são mulheres
e enóloga da Adega Cooperativa de Sabrosa. Foi há cerca de 32 anos que ingressou na área dos vinhos. Mas a paixão já é antiga, desde os tempos de criança, “em que fazia vindimas na Quinta da avó com a irmã gémea”, recorda Celeste Marques.
Quando iniciou a vida profissional eram “poucas” as mulheres na área e as que “haviam eram direcionadas para o laboratório, nunca para cargos de chefia ou responsabilidade”, explica a enóloga. “O mundo da enologia era dos homens mas neste momento não é assim”, acrescentou. “Fui também das primeiras a entrar no curso de Enologia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), em 1985, mas por acaso havia mais mulheres do que homens no curso”, assertou Celeste Marques. A enóloga iniciou a vida profissional em vindimas na empresa Sandeman, “nessa altura ainda não havia muitos sítios no setor onde as mulheres pudessem trabalhar”. Depois disso, Celeste Marques foi a “primeira mulher a trabalhar numa multinacional italiana, onde só havia homens a trabalhar”, explica. Olga Martins, o “motor” da Lavradores de Feitoria, tem um percurso indissociável da empresa que se encontra a dirigir, uma vez que esta foi uma das suas primeiras experiências profissionais após concluir os estudos na UTAD. Assim, Olga Martins cresceu profissionalmente na Lavradores de Feitoria, onde esteve, desde sempre, ligada à área comercial e conseguiu transformar o projeto que reúne vários empresários agrícolas, numa empresa de sucesso. Mas o seu percurso no mundo dos vinhos foi tudo menos tradicional, uma vez que não foi “uma herança”, como acontece com a maior parte dos
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o mundo dos vinhos nos últimos anos a vender para o Japão, já sei que os japoneses são complicados a trabalhar com as mulheres, para eles quem tem que estar à frente dos negócios são homens mais velhos, nesse aspeto Portugal está muito à frente”, disse a enóloga. “Em Portugal há muitas mulheres a fazer muito bem vinho, a venderem muito bem vinho, acho que realmente o mercado está bem dividido. O perfil depende da pessoa não depende do sexo acho que hoje de facto não se sente esse tipo de diferenças”, concluiu a enóloga. “Sensibilidade” é uma das características que distingue as mulheres no setor dos vinhos No que diz respeito às características que distinguem as mulheres no setor
dos vinhos, Celeste Marques aponta a “sensibilidade” como a principal diferença. “A mulher tem muita mais sensibilidade, quer em termos de prova, quer de higiene, notam-se diferenças quando uma Adega é dirigida por mulheres”, afirmou a enóloga. Na Adega Cooperativa de Sabrosa cerca de 50% dos funcionários são mulheres, sendo que por vezes a enóloga prefere optar por contratar mão-deobra no feminino, uma vez que acredita serem mais “multifacetadas” e também “minuciosas” no exercício das funções. Tânia Ribeiro, funcionária da Adega de Sabrosa há quatro anos, vê Celeste Marques como uma “mentora”, uma vez que lhe ensinou “praticamente tudo” que sabe “tanto a nível de enologia como de relações pessoais”, afirmou. “As mulheres são mais perfecionistas,
entre todas formamos uma equipa e sabemos lidar muito bem umas com as outras”, acrescentou. Natércia Veiga, também funcionária da cooperativa, revela que existe uma “diferença enorme” no que diz respeito a trabalhar com uma mulher na direção. “As mulheres têm mais sensibilidade e uma visão diferente, com outro cuidado para os pormenores”, afirmou. Celeste Marques revela sentir uma “grande diferença” entre o estado do mercado do trabalho de há vinte anos e o atual, uma vez que acredita não haver neste momento “grandes distinções” entre sexos no contexto profissional. Ainda assim, a enóloga acredita que para vingar no contexto profissional “uma mulher tem de trabalhar três vezes mais do que os homens para ser reconhecida”, defende.■ FOTO: DR
profissionais ligados ao setor na região. “A grande maioria das pessoas que está no mundo dos vinhos já têm a ligação das famílias a este setor, principalmente as mulheres, e eu não tenho nada a ver com isso, nunca tive nenhuma ligação à agricultura e a minha ideia nunca foi seguir esta área”, explicou ao VivaDouro. Ao seguir o gosto que tinha pela área da Química, Olga Martins ingressou a licenciatura em Engenharia Química pela Universidade de Aveiro, mas depois decidiu mudar-se para Vila Real e especializar-se em enologia pela UTAD. O trabalho de campo começou enquanto tirava o curso e fez estágio de vindima na Quinta do Noval, empresa produtora de Vinhos do Porto. Os responsáveis gostaram do trabalho de Olga Martins e convidaram-na de novo para colaborar com a empresa, desta vez para estagiar em França durante quatro meses. Entretanto tinha enviado um currículo para a Lavradores de Feitoria e tinha sido convidada para fazer um estágio de vindima no Douro, uma vez que já tinha aceitado a outra proposta teve de recusar. Quando regressou a Portugal recebeu um contacto da Lavradores de Feitoria a perguntar se estaria disponível, os responsáveis estavam à procura de recém-licenciados e chamaram-na para entrevista, uma vez que tinham boas referências de Olga Martins. A entrevista teve lugar no Palácio de Mateus, no local em que a equipa do VivaDouro se encontrou com Olga Martins para descobrir o seu percurso no mundo dos vinhos. A enóloga acabou por não aceitar a proposta, mas algum tempo depois, e após alguma insistência e tentativa de “conquista” por parte da empresa Olga Martins acabou por iniciar atividade na Lavradores de Feitoria, onde se encontra até ao momento. Olga Martins afirma que atualmente não “sente qualquer diferença” ou tratamento diferenciado por ser mulher. “Senti nos estágios que fiz, lembro-me que nos primeiros anos olhavam por mim um pouco de lado por ser mulher mas também por ser jovem”, explicou. “Ainda assim nunca fui vista com maus olhos, também já faço parte de uma nova geração de enólogos do Douro em que fomos todos colegas, que nos entreajudamos e que essa situação de ser mulher ou homem já não interessa nada”, acrescentou. “Sempre senti respeito da parte de toda a gente. Agora estamos a começar
> Olga Martins, diretora executiva da Lavradores da Feitoria
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Tarouca|Vila Real
Congresso de Cidadania Política realiza-se a 27 de maio em Tarouca Foi apresentado no passado dia 27 de fevereiro o Congresso da Cidadania Politica 2017 que se realizará a 27 de maio em Tarouca. De acordo com a organização, este será o “primeiro Congresso em movimento do mundo”, uma vez que se destaca pela particularidade de os participantes irem percorrer ao longo do dia vários pontos do concelho. Texto e Fotos: Salomé Ferreira FOTO: DR
Esta iniciativa é organizada pelos diversos grupos políticos com assento na Assembleia Municipal e tem como tema central este ano a desertificação. “O congresso da cidadania sempre foi diferente, ou seja, provavel-
mente caso único em Portugal. É organizado por todas as forças políticas com assento na Assembleia Municipal: PSD, PS e BE, juntos conseguem realizar um evento que junta as pessoas de todo o concelho e as associações para discutir os as-
suntos relacionados com o desenvolvimento deste concelho e para encontrarmos as melhores soluções. Este ano com uma diferença, o congresso vai para a rua e vai ser realizado em movimento, o que é muito interessante”, explicou ao VivaDou-
ro Domingos Nascimento, presidente da Assembleia Municipal. “Nós andávamos à procura de uma nova fórmula e ela foi encontrada desta maneira. Vai ter início em São João de Tarouca, em todo aquele cenário fantástico, vai descer o rio e vai acabar entre Dálvares e Ucanha, com um grande evento que juntará todas as pessoas”, acrescentou. Certo de que o evento contará com a participação de centenas de pessoas, Domingos Nascimento revela acreditar que “este ano é o início de um novo processo e acreditamos que este congresso vai ser, claramente, a mudança de paradigma da forma de discutir os problemas que
afetam as nossas regiões”, declarou.■
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Domingos Nascimento, Presidente da Assembleia Municipal
Exposição de viaturas de competição em Vila Real
Orçamento Participativo Jovem tem dez mil euros ao dispor
A Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real (APCIVR) volta a realizar uma exposição de viaturas de competição, este ano o evento terá lugar no dia 26 de março na Alameda da Grasse, com início às 10h da manhã.
A Câmara Municipal de Vila Real tem ao dispor do Orçamento Participativo Jovem (OPJ) dez mil euros para atribuir à proposta vencedora deste projeto.
organização em comunicado. “A APCIVR pretende juntar o maior e mais variado número de veículos de competição e como tal faz o apelo a todos os interessados que queiram mostrar as suas máquinas ao público, que nos façam chegar as suas inscrições”, afirmaram. Para isso, é necessário enviar um email para o endereço apcvir@gmail.com, referindo o seu nome e as viaturas que pretende levar para a exposição.■
FOTO: DR
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“2017 é um ano de grande relevo para o Circuito Internacional de Vila Real, com a realização de dois fins de-semana de provas no traçado transmontano. A paixão pelas corridas é inegável e não podemos esperar até ao verão para ver as máquinas que tanto gostamos. Assim, a organização irá realizar uma exposição de viaturas de competição, algo que já vem sendo habitual e que reúne sempre muitos fãs, o que nos enche de alegria”, revelou a
De 3 a 28 de abril os jovens com idades compreendidas entre os 14 e os 30 anos, residentes e/ou estudantes em Vila Real, podem submeter a sua proposta preenchendo obrigatoriamente a ficha de inscrição disponível no site do município e enviando-a para o email: juventude@cm-vilareal.pt. “Envolver a juventude na resolução de problemas e procurar a aproximação dos cidadãos ao poder local, valorizando o papel dos jovens, são alguns dos objetivos do Orçamento Participativo Jovem”, implementado pelo Município de Vila Real.
Desenvolvido no âmbito das políticas municipais de juventude, “este novo instrumento de participação cívica procura promover o debate entre os jovens e incentivá-los a participarem na gestão pública local, através da apresentação de propostas e/ou projetos que possam representar uma mais-valia para o concelho de Vila Real e, simultaneamente, estimular e envolver estes jovens, enquanto massa crítica fundamental, na defesa dos valores da democracia participativa”, afirma a autarquia. As propostas/projetos a apresentar deverão incidir exclusivamente sobre áreas da competência municipal, como investimentos, manutenções, programas ou atividades transversais à totalidade ou a uma parte do território do concelho de Vila Real. As candidaturas poderão ser apresentadas até ao final do mês de dezembro de cada ano. Após seleção e aprovação da proposta vencedora a execução da mesma deverá ficar totalmente concluída até ao final do mês de julho do ano seguinte ao da apresentação das candidaturas, salvo motivos de força maior.■
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Vila Real
Orçamento Participativo Escolar e Assembleia Municipal Infantil dão voz aos alunos O Município de Vila Real apresentou recentemente o Orçamento Participativo Escolar e a Assembleia Municipal Infantil, dois programas de âmbito escolar com um orçamento total de cinco mil euros. Texto e Foto: Salomé Ferreira
> Apresentação do Orçamento Participativo Escolar e Assembleia Municipal Infantil Estas iniciativas surgem enquadradas na estratégia de reforço do sistema educativo escolar e visam aproximar as crianças da vivência parlamentar e incrementar valores como a cidadania. “Pretende-se promover uma progressiva participação dos mais novos na discussão das políticas de educação e potenciar os valores da Democracia”, referiu Alexandre Favaios, técnico da autarquia, durante a apresentação dos programas escolares. Rui Santos, presidente da Câmara Municipal, referiu que estes dois programas “agregam a responsabilidade de perceber que governar é escolher. Escolher de acordo com as prioridades e necessidades e não de acordo com os gostos pessoais de quem governa”. O Orçamento Participativo Escolar é um processo democrático participado, através do qual se PUB
pretende que todos os alunos do 1.º ciclo do ensino básico, da rede pública, possam decidir sobre a aplicação de parte dos recursos financeiros disponibilizados pelo Município. Pretende-se que os alunos proponham a realização de atividades ou projetos no respetivo estabelecimento de ensino, com um custo de execução até ao valor máximo, definido pelo Município de Vila Real, que atualmente é de 2500 euros, por cada Agrupamento de Escolas. Este programa terá várias fases de execução, sendo que até 31 de outubro os estabelecimentos de ensino deverão enviar as propostas para o município. Até 11 de novembro, as propostas serão analisadas pelo Pelouro de Educação e até 14 de novembro serão tornadas públicas as propostas que reúnem as condições para serem submetidas a votação.
Os dois projetos mais votados, um por cada Agrupamento, serão tornados públicos 72 horas após votação. Os projetos deverão ser executados até ao final do ano letivo e os Agrupamentos de Escolas remeterão ao município o relatório da sua execução. No presente ano letivo, o Agrupamento de Escolas Morgado de Mateus irá implementar o projeto apresentado pela EB1 Abade de Mouçós, “Equipamos a nossa Escola”. Uma vez que a EB1 Abade de Mouçós foi a única escola do Agrupamento a participar não houve escrutínio. Por sua vez, no Agrupamento de Escolas Diogo Cão foram submetidas ao escrutínio dos alunos três propostas, tendo a Escola EB1 nº3 do Corgo saído vencedora da votação, com o projeto “Vamos descobrir o Voluntariado”. Está definido um montante de 2500 euros para
cada um dos projetos vencedores. Assembleia Municipal Infantil pretende desenvolver capacidades de intervenção cívica e política A Assembleia Municipal Infantil (AMInf) procura incentivar, desde os primeiros anos de escolaridade, o interesse pelo exercício dos direitos e deveres de cidadania, fortalecendo a capacidade de argumentação e defesa das convicções e a promoção de alguns valores como a tolerância, respeito pela diferença de opinião e pela vontade de maioria. Vão participar na Assembleia Municipal Infantil os alunos de 3º e 4º anos do primeiro ciclo do ensino básico, da rede pública, privada ou cooperativa. Cada estabelecimento de ensino elegerá um representante por cada turma de 3º e 4º ano.
O tema a ser discutido na Assembleia Municipal Infantil será definido antes do início de cada ano letivo. Cada turma discutirá o tema resultando daí a elaboração de um documento, que proponha medidas concretas e exequíveis, que será apresentado pelo seu representante na AMInf. Neste Órgão, que será presidido pelo presidente da Assembleia Municipal de Vila Real, as propostas serão alvo de discussão e votação. Por fim, as propostas aprovadas serão encaminhadas para as entidades competentes. Será realizada uma AMInf por ano letivo na qual participarão 46 estudantes (28 meninas e 18 meninos). Os representantes destes alunos, 11 meninas e 8 meninos, terão ainda a possibilidade de assistir a uma reunião extraordinária da Assembleia Municipal de Vila Real (11 meninas e 8 meninos).■
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Especial Amendoeiras em Flor
Amendoeiras em Flor atraem dezenas de milhares de pessoas a Vila Nova de Foz Côa Decorreu de 24 de fevereiro a 12 de março a 36.ª edição das Amendoeiras em Flor e dos Patrimónios Mundiais. Foram três fins-de-semana com diversas atividades e, segundo a autarquia, o balanço foi positivo. Texto e Fotos: Sofia Costa
Esta assume-se como a maior festa do concelho, quando se refere ao número de pessoas a visitar Vila Nova de Foz Côa. Nos três fins-de-semana de atividades, o presidente da Câmara Municipal, Gustavo Duarte, afirma que passaram pelas ruas “dezenas de milhares de pessoas”. Por representar uma forma de promoção e divulgação da região, a autarquia admite ser um festival preparado com algum cuidado. Já é tradição que o último dia de festa seja o principal em termos de visitação. Este ano a estimativa é de cerca de vinte mil pessoas, só no domingo. A opinião é comum quando se fala dos motivos que levam as pessoas a deslocar-se ao concelho. A história e a amendoeira são a principal atração daqueles que visitam Foz Côa. Estas duas vertentes juntam-se e dão forma ao tão conhecido desfile
etnográfico. Já passavam das 14 horas, do dia 12 de março, quando o cortejo saiu à rua. Contaram-se cerca de meia centena de carros alegóricos, representativos da região. “Gosto desta animação, destes carrinhos todos enfeitados, gosto de tudo”, disse Maria Rolo, habitante de Foz Côa. Os locais corroboram-se nas opiniões, assumindo como mote a “animação”, no que respeita à representação que têm as Festividades das Amendoeiras em Flor. “Este desfile é a própria imana das associações, das IPSS, das juntas, é mesmo do povo. São eles que fazem e constroem estes carros alegóricos com muito carinho e muito amor para divulgarem as suas freguesias aos turistas”, assertou o autarca. No caso de Ana Silva, de Mon-
ção, foi a primeira vez que visitou esta festa, mas ficou a promessa de voltar. Encantada com o desfile etnográfico e com os costumes da região aí representados, afirma que “é bonito ver os idosos a participar”. Apesar do tempo às vezes pregar partidas, este ano reuniram-se todas as condições para que esta festa fosse um sucesso. Nas ruas encontravam-se pessoas de várias zonas do país e também do estrangeiro. Por ser um evento com bastante relevo no concelho, os emigrantes que conseguem
tirar uns dias de férias vêm à sua terra natal assistir e participar naquele que é o momento em que Vila Nova de Foz Côa está em flor. “Na abertura deste festival, costumámos fazer uma sessão de fados com artistas locais. Há um emigrante que não costuma falhar e veio diretamente da Suíça participar. Tanto da França como da Suíça, aqueles que podem vêm”, declarou Gustavo Duarte. Com a enchente de visitantes, o comércio tem, de uma forma geral, uma influência positiva. Julieta Fernandes, proprietária de um estabelecimento comercial acredita que “o maior contributo desta festa é a divulgação de Vila Nova de Foz Côa, que é importante”. As festividades contaram com a presença de vários nomes da música, do panorama nacional, tais como Quim Barreiros, André Sardet, Kilimanjaro, entre outros artistas e outras atividades. Para encerrar esta edição os visitantes assistiram ao concerto dos Amor Electro e ao tradicional fogo de artifício.■
Maria Garrido, Foz Côa “Gosto muito do desfile e dos concertos também, dá animação às pessoas que gostam de dançar”
Graça Meneses, Torre de Moncorvo “Eu já conheço há muito tempo e acho muito bonito porque renovam as tradições que haviam nas aldeias. Já venho cá há muito tempo.”
VIVADOURO MARÇO 2017 13
Especial Amendoeiras em Flor
Feira Transfronteiriça em Freixo estreita relações entre Portugal e Espanha A XVII Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e Águeda inaugurada no dia 11 de março, em Freixo de Espada à Cinta, aposta mais uma vez no “fortalecimento” das relações com a vizinha Espanha. Se ainda não o fez, tem oportunidade de visitar o certame nos dias 18 e 19 de março. Texto e Fotos: Salomé Ferreira
Também a Seda, a “rainha” que se distingue como marca única em Freixo de Espada à Cinta, marca presença no evento, com Susana Martins, artesã há 15 anos, a trabalhar a seda “ao vivo” para que os visitantes possam entender um pouco mais acerca desta técnica artesanal. Município aposta nos eventos como meio de promoção do território
> A inauguração do certame contou com a presença de Alcades e Deputados da Província de Salamanca Com as amendoeiras em flor como pano de fundo, o município de Freixo de Espada à Cinta volta a realizar mais uma edição da Feira Transfronteiriça das Arribas do Douro e Águeda, este ano, a abertura oficial do certame contou com a presença de Alcades e Deputados da Província de Salamanca. Tal como o nome indica, um dos principais objetivos desta Feira passa pelo “fortalecimento” das relações entre o concelho e o país vizinho, uma vez que a “boa relação” com Espanha beneficia a economia de Freixo de Espada à Cinta.
> A seda está em destaque na Feira
Com a promoção dos produtos endógenos como premissa, o evento contou com a participação de mais de 80 expositores, entre os quais 23 dedicados à gastronomia da região, com destaque para a amêndoa e produtos derivados, os enchidos, o azeite, os vinhos e a doçaria tradicional. Maria do Céu Quintas, presidente da Câmara Municipal, tem “boas expetativas” para a 17.ª edição da Feira, uma vez que tem “muita gente” e os “expositores continuam mais uma vez a estar todos ocupados”, com “pessoas da
terra a expor os produtos regionais”. O certame apresenta uma oferta variada aos visitantes, que vai desde a gastronomia, ao artesanato, a momentos culturais. Fatores que atraem cada vez mais pessoas à vila manuelina, nomeadamente espanhóis. Apesar de não conseguir contabilizar o número de pessoas que visitam Freixo de Espada à Cinta nesta altura, Maria do Céu Quintas, sublinha que “grande parte dos turistas são realmente os espanhóis”.
Para além desta Feira, que se distingue como um dos “eventos mais importantes” no concelho, a autarquia vai ainda apostar em mais três eventos anuais para atrair mais visitantes à vila manuelina. “Vamos apostar em outros eventos este ano que espero que venham a ser igualmente importantes para o concelho”, revelou ao VivaDouro Maria do Céu Quintas. Assim, o município irá realizar uma Feira Medieval em maio, um Festival Internacional de literatura no início de junho, com especial destaque para Guerra Junqueiro, escritor natural de Freixo, e ainda um evento focado nos vinhos de Freixo e da região, até Salamanca, no mês de agosto.■
> Maria do Céu Quintas em visita ao certame
Clara Salgado, Espanha “A Seda encanta-nos porque é diferente, não temos lá em Espanha.”
Josefa Pere, Espanha “Já vimos cá há muitos anos, é uma feira muito bonita”.
14 VIVADOURO MARÇO 2017
Torre de Moncorvo|Moimenta da Beira
Mercado a Gosto da Amendoeira em Flor em Torre de Moncorvo Torre de Moncorvo recebeu nos dias 3, 5, 8, 10, 11 e 12 de Março mais um Mercado a Gosto da Amendoeira em Flor, no Mercado Municipal.
Milhares de refeições servidas no Fim-de-Semana Gastronómico do Borrego da Churra da Terra Quente
FOTO: DR
Torre de Moncorvo promoveu de 3 a 5 de Março mais uma edição do Fim-de-Semana Gastronómico do Borrego da Churra da Terra Quente. FOTO: DR
Os visitantes puderam adquirir vários produtos regionais entre eles amêndoas, vinho, azeite, compotas, mel, queijo, doçaria regional e licores. Em simultâneo, no piso inferior do mercado municipal está patente de 3 a 31 Março, uma exposição sobre a amêndoa e a amendoeira. O mercado contou ainda com um espaço de emprego e empreendedorismo,
no dia 3 de Março, onde decorreram workshops sobre “Promoção de Emprego” e “Empreendedorismo Jovem”. A iniciativa é do CLDS – Moncorvo 3G em colaboração com a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Associação de Comerciantes e Industriais de Torre de Moncorvo (ACIM) e o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP).■
“Centro Qualifica” inaugurado em Moimenta da Beira O presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira, e o diretor do Agrupamento de Escolas, Alcides Sarmento, inauguraram no dia 6 de março, o “Centro Qualifica” nas instalações da Escola Secundária.
Nesta edição foram servidas milhares de refeições, sendo consumidos cerca de 120 borregos, num total de 1100kg de carne. Muitos foram os visitantes que se deslocaram a Torre de Moncorvo para provar esta iguaria servida em vários restaurantes aderentes, entre eles a Lareira, Frango, Lagar, Panorâmica e Taberna do Carró, em
FOTO: DR
Junta de Freguesia de Moimenta da Beira patrocina “Oficina de Teatro para Crianças” A Junta de Freguesia de Moimenta da Beira apadrinha uma “Oficina de Teatro para Crianças”, assegurando metade dos custos. O projeto, que arrancou no dia 8 de março, é feito em parceria com a “Karisminovador”, uma associação sediada no concelho que tem vindo a desenvolver nestes últimos anos diversas iniciativas de âmbito cultural, nomeadamente na área do teatro. FOTO: DR
Os novos “Centros Qualifica” estão acreditados pela Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP) para a qualificação de adultos, com idade igual ou superior a 18 anos e que procurem o reconhecimento das suas competências escolares ou profissionais adquiridas ao longo da vida. Esta certificação de competências pre-
tende aumentar a escolaridade ao nível do 9º ou do 12º ano e reconhecer competências em diversas áreas. O programa deve abranger cerca de 600 mil pessoas até 2020. Em Moimenta da Beira, em 2016, o CQEP, que abrange vários concelhos, conseguiu resultados muitíssimo meritórios, com mais de 400 pessoas inscritas.■
Torre de Moncorvo; no Ti Churrascão e Bô Café, no Larinho; na Cozinha Regional e no Artur, em Carviçais; e no Romanzeira, na Açoreira. No decorrer do festival, o Borrego da Churra da Terra Quente foi servido assado no forno ou na brasa, estufado, com arroz de miúdos, em ensopado ou em caldeirada. Como sobremesa realce para os bolos típicos de amêndoa tão característicos de Torre de Moncorvo, como o bolo de amêndoa, os almendrados e tarte de amêndoa. Os Fins-de-semana Gastronómicos do Borrego da Churra da Terra Quente são organizados pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e Associação de Comerciantes e Industriais de Moncorvo, com o apoio do Turismo do Porto e Norte de Portugal.■
“Em dezembro de 2016 a Karisminovador apresentou-nos o projeto e nós aderimos de imediato, dado o interesse para os mais novos se iniciarem na área da interpretação, da luz e do som”, lembra José Rebelo Gomes, presidente da Junta de Freguesia, adiantando que abordou o Centro
Escolar de Moimenta da Beira para, através deste, chegar aos alunos e encarregados de educação, e aferir o interesse e adesão ao projeto. “Depois de terem sido distribuídas as informações necessárias e estarem reunidas as condições para iniciar esta aventura, chegamos finalmente ao dia de começar com as atividades”, enfatiza o autarca. As aulas terão a duração de 2 horas por semana e decorrerão todas as quartas-feiras. O custo é de 10 euros/mês, por criança, dos quais 50% serão assegurados pela Junta de Freguesia. As inscrições podem ser feitas no local ou na sede da Junta de Freguesia de Moimenta da Beira.■
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S. João da Pesqueira
Festa dos Saberes e Sabores do Douro levou mais de 30 mil visitantes a S. João da Pesqueira
O concelho de São João da Pesqueira recebeu, ao longo de três fins-de-semana, a Festa dos Saberes e Sabores do Douro, um “evento crucial” para a economia local e para o turismo do concelho nesta altura do ano. Texto e Fotos: Salomé Ferreira
“Este é um evento de extrema importância para o concelho e tem como objetivo promover a região do Douro, em especial o concelho de S. João da Pesqueira, divulgando os produtos agrícolas, o artesanato e a excelente gastronomia”, explicou ao VivaDouro Nuno Amaral, Técnico Superior do município de São João da Pesqueira. Com as amendoeiras em flor como o “maior foco de atratividade do concelho e da região, sendo já um produto turístico de referência nesta altura do ano”, o evento levou ao concelho mais de 30 mil visitantes. “Consideramos que pela quantidade de autocarros que pararam na vila (mais de 120), pelas entradas no salão de exposições e pelos expectadores nas atividades culturais, calculamos que nos visitaram mais de 30 mil visitantes. Estes são números que encorajam a organização, que procurará continuar a melhorar, a mostrar aos visitantes os recursos regionais, a gastronomia e o artesanato da região do Douro”, acrescentou Nuno Amaral. O evento envolve locais de
venda e exposição de produtos locais - pão, doces, vinho, azeite, enchidos, queijo e artesanato local – existindo também animação durante todos os dias do evento, nomeadamente através de Ranchos Folclóricos, Bandas Filarmónicas, Grupos de Cantares, Tunas e outros grupos musicais da Região do Douro. No total participaram 78 expositores, 40 produtores de produtos regionais, 35 arte-
sões e 3 restaurantes no evento. Os produtos endógenos ocuparam um lugar de especial destaque no certame, uma vez que “têm bastante procura para quem nos visita, e por esse motivo este ano tivemos mais 10 inscrições na área dos “produtos da terra”, tais como o vinho, o azeite, a amêndoa, o mel, os doces e outros produtos de excelência”, explicou o membro da autarquia. “Fazemos um balanço bastante
positivo porque tivemos mais expositores que o ano passado, mais vendas, mais visitantes do concelho e da região, mais excursões e mais refeições servidas. Pelos referidos indicadores, consideramos que foi um sucesso, sendo um evento consolidado e de referência na região”, afirmou Nuno Amaral. Nesta edição da Festa dos Saberes e Sabores do Douro a organização destaca a “participação das coletividades culturais do concelho”, a atuação do grupo de pauliteiros de Miranda do Douro, demonstração de aves de rapina e a mostra do cão de caça perdigueiro português. Para além disso houve também “uma inovação na praça gastronómica, uma tasquinha com pratos de peixe do rio - Peixe D´oiro - confecionado pelos alunos da Escola Profissional do Alto Douro – ESPRODOURO”. Por fim, “destacaríamos também a parceria que coexistiu durante o evento com o Museu do Vinho, promovendo-o no evento por colaboradores do Museu e brindando os visitantes ao Museu com a oferta de um cálice de vinho do Porto”, concluiu Nuno Amaral.■
Abílio Pereira, artesão “A feira está a correr muito bem, está melhor do que no ano passado”.
Floriano Santos, visitante “As pessoas que vêm ficam encantadas com a gastronomia e com o vinho”.
Germana Mateus, expositora “O negócio está a correr muito bem, é a primeira vez que faço esta feira”.
16 VIVADOURO MARÇO 2017
Especial Douro Património Mundial
Teresa Andresen: “O futuro, para mim, é um e aos proprietários”
Foi a 14 de dezembro de 2001 que o Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi inscrito na lista do Património Mundial da Humanidade, na categoria de Paisagem Cultural Evolutiva e Viva. Leia a entrevista a Teresa Andersen, arquiteta paisagísta e uma das envolvidas na candidatura e fique a conhecer a sua opinião acerca destes quinze anos do Douro enquanto Património Mundial. Texto e Fotos: Miguel Almeida
Em 2001 o Alto Douro Vinhateiro foi considerado Património da Humanidade pela UNESCO. Quinze anos depois desta inscrição, como é que descreve a evolução da paisagem ao longo dos anos? A evolução da paisagem, não pode ser considerada, apenas uma consequência direta da inscrição do Alto Douro Vinhateiro na lista do património mundial. Os protagonistas são os principais agentes de mudança. A primeira razão para a transformação da paisagem é, de facto, a grande evolução na vitivinicultura e também numa cultura empresarial de grande inovação que se instalou no Douro, em geral. Isso é que foi o grande ganho, a competência de saber plantar vinha, de saber tratar a vinha, de saber fazer vinho, de saber conservar vinho é de tal maneira elevada nesta região demarcada, que é a região regulamentada mais antiga do
> Teresa Andresen, arquiteta paisagísta e uma das envolvidas na candidatura do Douro enquanto Património Mundial mundo, que tem quase três séculos de experiência de regulamentação. Essa é que foi a grande transformação. E porque é que estava em falência? Estava em falência porque não havia gente e a plantação em socalcos era altamente exigente em mão de obra. É possível conciliar a preservação da paisagem com o desenvolvimento do território? É possível e esse tem sido, precisamente, o grande esforço e uma das grandes consequências da inscrição na lista do património mundial. Nem sempre pacífica, por vezes, nem sempre fácil transmitir a todos e consensualizar. Não é fácil de consensualizar, mas entre os serviços regionais de agricultura e a Comissão de Coordenação da Região Norte tem
havido um cuidado muito grande em fazer cumprir o chamado Plano Intermunicipal de Ordenamento de Território e que, aliás, teve um processo de revisão recente e que criou um conjunto de princípios para procurar manter o caráter vernacular. E conciliar novas formas de armar a vinha. E isto aconteceu em simultâneo com uma competência muito grande dos viticultores que investigaram e conseguiram demonstrar novas formas de plantar a vinha, o que não é fácil porque no Douro a cultura do “milheiro”, é que dominava. O que é que quer dizer com este conceito de paisagem cultural? Todas as paisagens são culturais por definição. Na nossa velha terminologia, dos geógrafos, falamos em paisagem humanizada. Mas estamos a falar em paisagens que têm um interesse reconhecido, é uma particularidade. Elas são definidas como obras combinadas do homem e da natureza. O que está em causa é a relação que o homem estabelece com os elementos naturais: o solo escasso, a chuva escassa, terreno muito declivoso, a videira que se adapta a estas condições, que é produtiva. Porque produz um vinho de excecionalidade, - o vinho do Porto e também o vinho do Douro. Quando aproveitada, a paisagem cultural pode ser um instrumento privilegiado de gestão e desenvolvimento sustentável. O Douro conseguiu aproveitar este ativo da melhor forma? Então não potencializa?
Como? De forma extraordinária. Primeiro, o vinho. E veja o que tem sido o grande sucesso do vinho do Douro, um vinho de mesa. Parecia impensável. O Douro tornou-se um produto turístico extraordinário. Aqui é que está um dos conflitos. Para os proprietários o turismo vive da paisagem e do vinho que eles fazem, mas sem rendimento direto para eles. Mas tudo isto é um processo e eu sou muito crente nele. Não estar inscrito na lista do Património da Humanidade muito seria diferente. Estar nesta lista é tambem um processo de aprendizagem. O Plano Intermunicipal de Ordenamento do Território (PIOT) do Alto Douro Vinhateiro tem sido eficaz na valorização do património natural e cultural? Eu acho que tem dado um contributo importante. Fez uma cultura, construiu uma cultura. Não é perfeito, mas ele construiu uma cultura. E que, nomeadamente esteve na base de um despacho de 2004 que veio beber no PIOT para encontrar melhores soluções para se poder aplicar os objetivos de conservação daquela paisagem, património da humanidade. Fale-me um bocadinho das autarquias e dos autarcas. Acha que as autarquias estão a fazer tudo o que podem ou tudo o que devem para a preservação desta paisagem? Não. Concretize,
por
favor.
Sem
ser
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ma perpétua homenagem aos viticultores politicamente correta, não tem de ser politicamente correta. R.: Tendo dito não, a seguir tenho de dizer: o problema não é fácil. Mas eu não consigo compreender como é que, ao longo destes anos, certas estruturas edificadas apareceram nesta paisagem. E com as características com que apareceram. Mas também não são só os autarcas. Eu não consigo entender como é que as envolventes da Barragem da Régua, da Valeira ainda não tiveram o devido tratamento que deviam ter. Eu só entendo porque isto é um processo complexo. O processo é complexo e é um processo de gerações. Agora, que ainda possam existir no Douro uma expectativa de edificar fora de perímetros urbanos, eu por não consigo entender. O Douro passou a ter os armazéns na região. Antes o vinho armazenava-se em Vila Nova de Gaia porque lá é mais fresco, etc, hoje, com as câmaras frigoríficas e enterrando as adegas, consegue-se ter condições excecionais. Existem grandes adegas e havia alguns precedentes muito mal integrados na paisagem e alguns até foram corrigidos. É possível fazer bem. Agora, há certas coisas que não podemos aceitar. Ou seja, é uma questão política? Eu acho que é uma questão... Nós temos de compreender a vida do quotidiano de um autarca. As pressões são diárias e de todos os lados. E isto não é um problema só do Douro. “Eu tenho aqui um terreno e é aqui que eu quero fazer a minha casa”- isto é uma
velha história. Só que é uma história que nos sai muito cara, em infraestruturas, etc. E depois tem este problema de desqualificar a paisagem. Eu acho que o caso do Alto Douro Vinhateiro, sob o ponto de vista da qualidade da paisagem e da presença do edificado estranho àquela paisagem, podia estar melhor. E que vai ficar melhor. Tenho esperança que vai melhorar. Acredita nisso? Nada é irreversível mas há situações que são complicadas. E, como lhe disse, por exemplo temos adegas em que se percebe que houve obra de requalificação. Portanto, pode-se fazer bem. E muitas das vezes não se tem feito bem. Ou seja, na sua opinião a população duriense tem de compreender a importância da preservação desta paisagem? Tem vindo a compreender e, nomeadamente, a Liga dos Amigos do Alto Douro Vinhateiro tem feito um trabalho muito interessante com as escolas. E, por isso, isto é um processo de gerações e vão compreendendo onde é que querem chegar. Agora, é um problema social grande: é o património das pessoas, é a vida das pessoas, é a segurança das pessoas. Temos de compreender isso. É um compromisso que vamos tentando acertar e encontrar. Em jeito de síntese, se lhe pedir dois elementos positivos e dois elementos
negativos, quais são os efeitos que esta chancela tem para a população? Positivo foi, de facto, a construção de um olhar diferente para a paisagem. Isto é muito subtil. Isto não se mede, mas há uma cultura. As pessoas foram obrigadas a pensar a paisagem, o valor da sua autenticidade e a importância de manter a sua integridade e de compreender que o Douro foi considerado um valor universal excecional porque na lista de património da humanidade só estão aqueles bens que têm valor universal e excecional. É um fator, claramente, de distinção e de excecionalidade. Em resultado disso, eu acho que foi um olhar diferente de todos. Dos proprietários, dos turistas, dos autarcas, da juventude, dos empresários. Toda a gente começou a perceber que tínhamos de olhar e compreender a paisagem. Este é um grande fator que eu considero positivo. E acho muito positivo também a evolução da viticultura no Douro. A inscrição e os regulamentos que foram aparecendo acabaram por levar os viticultores, com muita inteligência, a pensar e encontrar soluções novas, que têm vantagens para eles. Foi um fator positivo, mas o mais extraordinário é que há uma prática na vinicultura do Douro em que se gosta de ensinar e partilhar com os outros. É uma região que tem uma cultura que não esconde, mas que gosta de demonstrar como faz e como faz bem. Pediu-me dois, mas eu era capaz de acrescentar um terceiro que é a visibilidade do Douro.
Mas que também é um fator negativo. Para quem gosta de sossego, esta visibilidade não é boa, portanto, a visibilidade é um pau de dois bicos, digamos assim. Mas acho que a devemos tomar pelo lado positivo, apesar de tudo. Embora eu compreenda perfeitamente os argumentos negativos. Fatores negativos, eu ouço sobretudo os autarcas invocarem que isto é um ónus, mas novamente querendo compreender acho que não podemos pensar tudo a curto prazo, temos de pensar no médio e no longo prazo. Em jeito de balanço esta inscrição foi ou não uma mais-valia para a região? Está-me a fazer uma pergunta que nunca terá um indicador para a medir. Nunca vai ter. É uma resposta subjetiva. Eu digo, claramente, sim. Sim, porque o grau de exigência aumentou e refletiu-se na qualidade dos produtos como o vinho ou oferta turística. Que futuro se reserva para esta paisagem cultural? O futuro, para mim, é uma perpétua homenagem aos viticultores e aos proprietários. O que espera para o Douro nos próximos 20 anos? Espero boas colheitas, boa qualidade mantendo proprietários, viticultores e todos os que estão envolvidos, motivados em continuar a inovar e a fazer melhor.■
18 VIVADOURO MARÇO 2017
Especial Douro Património Mundial
João Rebelo: Daqui a quinze anos “vai ser u suas características de um bem único” Nesta edição o VivaDouro continua uma série de entrevistas com várias personalidades acerca da evolução do território nos anos que se seguiram à classificação de Património Mundial pela UNESCO. Leia a entrevista a João Rebelo, professor e investigador na área da economia da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e fique a conhecer o douro pelos olhos do docente ao longo destes quinze anos. Texto e Fotos: Salomé Ferreira
Em 2001 o Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi considerado como Património Mundial da Humanidade. Cerca de 15 anos depois desta classificação qual é o retrato que faz da região neste momento? A região está muito melhor que estava, de facto, há quinze anos. A classificação teve algum impacto, mas toda uma mudança da envolvente que não resulta só e apenas da classificação. O Douro é diferente, está para melhor mas há ainda muito a fazer. É este o retrato e, portanto, analisar o impacto isoladamente da classificação não é uma tarefa fácil, nem os efeitos são isolados, terão de ser sempre contextualizados. Esta certificação foi ou não uma maisvalia para a região? Sim, foi uma mais-valia para a região por várias razões. Primeiro, porque criou um conceito de marca o que é muito importante para quem está no exterior, uma marca universalmente aceite. O segundo componente obrigou a preservar e a manter as características de uma paisagem que é evolutiva e viva, criou uma consciência social para a manutenção dessa paisagem e há, de facto, impactos económicos ainda não sentidos nem absorvidos por toda a população. Daí que nem sempre seja unanimemente aceite ou considerados os impactos positivos sobre a população, nomeadamente, a população residente. Há que ter em atenção que, de facto, a classificação gera impactos positivos, fortemente positivos, sobre
> João Rebelo, professor e investigador na área da Economia da UTAD algumas atividades económicas. Qual foi o setor económico que mais beneficiou com esta certificação? O turismo, claramente. É uma marca com um bem que é o património, que hoje é um ativo muito importante. Mas os próprios efeitos do turismo só recentemente é que se sentiram. Mas também há custos e são muito sentidos pela população local porque ao ser classificada quer a área, propriamente dita, o Alto Douro vinhateiro, quer a chamada zona tampão, que é o restante dos 250 mil hectares, foram-lhe impostas restrições à construção, ao edificado. E essas restrições são sentidas pela população de forma negativa. O setor vitícola é o motor económico e social da região. Como é que classifica a evolução deste setor nos últimos 15 anos? Primeiro, a evolução foi positiva. Quer se queira, quer não, foi positiva. Primeiro, uma reconversão acentuada das vinhas, no sentido de reduzir custos de produção e aumentar a qualidade da vinha. Essa reconversão já vinha da década de 80 do século anterior. Foi aqui um processo continuado de reconversão. Deve ser hoje, das regiões do mundo que maior reconversão teve em tão curto prazo de tempo. Cerca de 50% da vinha do Douro está reconvertida. Não só apenas na zona classificada, mas também no resto. Aí há uma melhoria acentuada da qualidade dos vinhos, hoje temos um elevado padrão de
qualidade. Obviamente que a classificação pode ter algum impacto mas foi todo um ambiente concorrencial que originou que os vinhos fossem de melhor qualidade para terem aceitação no mercado, integração nos mercados internacionais e ligando muito o vinho ao território. O setor vitivinícola desenvolveu-se de forma homogénea nos últimos anos? Não, nem nesta região, nem em qualquer região. Em qualquer parte do mundo o desenvolvimento é heterogéneo, de facto, apareceram os deserdados, os chamados deserdados da globalização. Têm tido dificuldades em acompanhar o ciclo económico e há outros que beneficiaram disso e que são hoje empresas de pequena dimensão, denominadas por microempresas mas com vitalidade em mercados internacionais e bem posicionadas. Nem todos os benefícios foram sentidos de forma homogénea. Eu não direi e não é correto dizer que foi a classificação que originou diferenciação nos rendimentos. A classificação foi um meio que alguns aproveitaram melhor que outros e que as próprias dinâmicas económicas e sociais conduziram a resultados diferentes. Mas de facto, hoje o setor vitícola e vinícola do Douro não tem nada a ver com o setor que era há trinta anos ou o que era mesmo há vinte anos. Apareceram um conjunto de produtores de pequena e média dimensão, altamente eficientes, muito capazes de atuar
junto dos mercados e que hoje são exemplos e referências a nível não só nacional como mundial. Também há que ter em atenção que, de facto, a população envelheceu tal como em todo o resto do país mas, simultaneamente, está mais qualificada. Portanto, o grau médio de qualificação aumentou bastante e isto torna o setor mais competitivo e um setor mais inovador. As novas gerações, agora mais qualificadas, pegaram nas quintas e nos negócios que já eram de família. Considera que este fator também contribuiu para o desenvolvimento do setor? Sim, isso foi um novo conceito. As novas gerações são gente qualificada, gente aberta ao mundo, capazes de encarar a adversidade de forma muito positiva e de competir em mercados internacionais. São eles os motores destas mudanças que estão a ocorrer. Também as próprias empresas que antes estavam apenas no vinho do Porto se vieram introduzir no mercado dos Doc Douro, aproveitando o know-how que já tinham da comercialização do vinho do porto. Ao longo destes 15 anos também as quintas, que estavam quase exclusivamente focadas na produção de vinho, estão neste momento a reestruturar a sua visão e a mudar de paradigma, procurando novas formas de afirmação comercial, nomeadamente através do enoturismo… Sim, o enoturismo é uma das
VIVADOURO MARÇO 2017 19
um Douro diferente mas que vai manter as possibilidades. É um fator muito recente, como qualquer atividade tem algumas dificuldades, teve algum período de maturação e aprendizagem da atividade. E que, só agora está a sentir os efeitos, tudo em pequenas escalas, em escala muito pequena, ainda que haja casos de sucesso. Mas considera que é uma área que tem potencial de crescimento? Tem potencial de crescimento e penso que vai crescer. Nunca se pode caminhar para um turismo de massas, é o que erro que a região não pode cometer. Terá de ser um turismo qualificado, um turismo de valor acrescentado. As próprias quintas e unidades de enoturismo têm de procurar segmentos de mercado de maior rendimento que lhes permita, por exemplo, estadias mais longas e beneficiarem deste novo conceito. E quando se fala em quinta, nunca se pode olhar apenas isoladamente à quinta, tem também a ver todo o impacto que possa ter nas atividades que estejam próximas ou relacionadas com essa quinta. A candidatura a Património Mundial tinha como um dos objetivos o reconhecimento internacional do Douro enquanto destino turístico. Considera que esse objetivo foi cumprido? A Chancela Unesco é um “ativo poderoso” na promoção do destino Douro? Sim, isso é evidente. O turismo que teve maior taxa de crescimento foi o fluvial. Estamos a falar, não dos cruzeiros no diaa-dia, mas nos barcos hotel. E acha que esse tipo de turismo tem impacto em todo o território? Quando se analisa a oferta desse turismo, ou seja, os packages que são oferecidos, de facto a referência ao património é permanente. Está lá concentrada. A classificação como património cultural, não apenas o Douro mas também o Porto, Espanha – Salamanca, é um fator que está incorporado ali. Isso sim. Até aí o elemento patrimonial tem crescido, deve continuar a crescer. Cresceu mais que o outro turismo e também não pode cair no turismo de massas. Impactos sobre a região, não temos números concretos. Uma coisa é certa, os operadores começam a ficar sensibilizados para que esse turismo tenha algum impacto na economia do território. E daí que surjam algumas visitas e quintas. Há hoje muitos concelhos em que as entidades culturais estão muito dependentes dos turistas. No entanto, o Douro continua
ainda a ser um território afetado pela sazonalidade. Na sua opinião, o que falta fazer para atrair turistas ao Douro durante todo o ano? Pois, a sazonalidade é um problema complicado. No turismo fluvial ela tem vindo a diminuir, tanto quanto me apercebo os barcos já vão de março a dezembro. Ao nível das unidades de turismo uma das soluções pode passar por fazer ofertas diferenciadas, preços diferenciados. Um turismo que eventualmente deveria gerar lucro é o turismo de casamentos, em algumas quintas. Dificilmente se consegue eliminar a sazonalidade porque não se elimina a questão do tempo, do dia, o dia é muito curto em longos períodos e, portanto, não há em termos psicológicos uma vontade do passeio até porque não é muito agradável, é essa a restrição; assumindo essa restrição, há que procurar diversificar e oferecer produtos diferentes, tendo em atenção as estações do ano noutros continentes e noutros países que não a Europa. O comércio local beneficiou com esta Chancela? De acordo com o trabalho que nós fizemos quando ouvimos os residentes as pessoas dizem que não tem grande impacto. E possivelmente não tem. Mas também, digamos que aqui há nichos de mercado. Hoje há algum pequeno comércio que vive, quer queiramos quer não, com o turista. Há algum turista que já compra e compra muito com base nos hotéis, mas eu ainda não tenho informação suficiente. Há hoje aqui um conjunto de produtos que são vendidos no hotel. Mas o comércio em geral digamos que não sentiu grande diferença. Mais uma vez aqui sentirá muito mais, nomeadamente, a restauração se a permanência for longa ou for maior. Qual o balanço que faz destes 15 anos do ADV enquanto Património Mundial? Claramente positivo. Primeiro, permitiu ancorar uma dinâmica económica própria, com um reflexo, essencialmente, positivo no setor vitivinícola e no turismo. O comércio menos. Um outro aspeto fortemente positivo, criou uma consciência social, isto é um aspeto que não é quantificável, mas que é muito importante. Já estamos aqui a criar consciências sociais para a preservação e salvaguarda, ou seja, para considerar o território na sua génese com um ativo muito importante cuja consciência socia conduz à sua preservação. A consciência social de que é um bem
a preservar. Os próprios viticultores, ninguém falava há 20 anos em preservação de paisagem. Hoje a grande maioria dos agricultores e os viticultores estão sensíveis à preservação e salvaguarda das características sem descurar a necessidade de organização e de aumento da sua competitividade. Como é evidente em qualquer classificação, o impacto que não é negativo, mas as restrições que impõe, tem a ver com a necessidade de seguir linhas restritas de preservação e salvaguarda e de limitar a liberdade individual, quando se chega à fase de realização de investimento. E atenção que essa limitação não pode ser apenas aplicada aos residentes e ao pequeno investimento, tem que ser aplicados a todos sem reservas, sem exceção. Sejam eles unidades hoteleiras, sejam aquilo que for. Utilizar argumentos como criação de emprego, enorme impacto económico para destruir o bem, ou seja, para colocar em causa a salvaguarda são argumentos que não podem ser utilizados. No dia em que se começar a utilizar esses argumentos do económico para manter a salvaguarda, estamos a colocar em causa o futuro do bem e isso jamais pode ser feito. A alternativa para esses grandes investimentos é dar condições para que eles se desloquem da zona classificada. Nós estamos perante um bem coletivo, um bem universal, é mundial, é do mundo não é nosso, mas simultaneamente detido por privados. Há aqui que conciliar estes dois interesses do público e do privado no sentido da salvaguarda. A esse privado também não podem pôr restrições demasiado fortes, tem que haver aqui um equilíbrio e hoje, há medidas de política económica que permitem fazer este equilíbrio, seja via subsídio, sejam outras medidas de apoio que lhes permita valorizar esse bem
público e as externalidades positivas que gera e, portanto, as medidas de apoio que salvaguardam e suportam essa propriedade. O que é que espera para o Douro, nos próximos anos? Vai continuar a evoluir positivamente. Daqui a quinze anos será um Douro mais competitivo, um Douro que se vai manter salvaguardado. Diferente, mas salvaguardado. Não tenho grandes dúvidas acerca disso. Mais competitivo. Vão aparecer mais agentes económicos, ou seja, a malha económica vai-se densificar e isso é positivo. Vai continuar a perder população, isso não há muito a fazer. A competitividade vai aumentar, vão aparecer novas tecnologias, a agricultura inteligente vai aparecer e, portanto, vai ser um Douro diferente mas que vai manter as suas características de um bem único. As suas características vão se manter, com alguma evolução. Esperemos que se mantenha, no essencial, as características. Se assim for, não é mau. Mas vai ser um Douro muito mais competitivo, o turismo vai ter de crescer… Vai continuar a ser a área com maior crescimento? Aliado à viticultura… Aliado à vitivinicultura, aliado à indústria do vinho, vai ser a área que vai crescer mas que não vai ser um turismo de massas. Daí que seja fundamental que para este turismo crescer, que são os privados a preservar, seja acompanhado por alguns apoios, por algum enquadramento, mas que esses investimentos tenham muito a ver com a preservação de património edificado. Evita-se ao máximo novas construções, nomeadamente de grandes volumes. Permita-se é a partir do existente, modernizar, expandir e inovar. No fundo, serem inteligentes no aproveitamento dos recursos endógenos.■
Concurso Público para a Concessão da Exploração do Hotel Medieval de Penedono 1 – IDENTIFICAÇÃO DO CONCURSO 1.1 Constitui objeto do presente concurso público, a concessão da exploração do Hotel Medieval de Penedono, sito na praça 25 de Abril, em Penedono, nos termos e condições descritas no caderno de encargos. Localização: Praça 25 de Abril, em Penedono. 1.2 O presente procedimento segue a forma de Concurso Público, adotado nos termos da alínea b) do n.º 1 do artigo 21º do Código dos Contratos Públicos, com publicação do respetivo anúncio no Diário da República. 2 – ENTIDADE ADJUDICANTE A entidade adjudicante é a Câmara Municipal de Penedono, (doravante CMP), sita no Largo
da Devesa s/n, 3630-253, Penedono, com o número de telefone 254 509 030 e de fax 254 509 039. 3 – FORNECIMENTO DAS PEÇAS DO CONCURSO Todas as peças do concurso estão disponíveis para consulta gratuita na plataforma eletrónica utilizada pela Câmara Municipal de Penedono: acingov-plataforma eletrónica de compras públicas, em www.acingov.pt. 4 – INSPEÇÃO DO LOCAL OBJETO DO CONTRATO A CELEBRAR 4.1 No mesmo período identificado no ponto 5.2, todos os interessados poderão inspecionar o local e realizar os reconhecimentos que entenderem indispensáveis à elaboração das suas propostas, devendo inteirar-se das condições
que influam no modo de exploração do Hotel objeto da concessão. 4.2 Os interessados não podem, em caso algum, invocar a ausência dos aludidos reconhecimentos para condicionar a apresentação da sua proposta. 5 – CRITÉRIOS DE ADJUDICAÇÃO 5.1 A adjudicação da concessão do direito de exploração do Hotel será efetuada à entidade que apresentar a melhor proposta tendo em conta a ponderação dos seguintes fatores e subfactores: a)Experiência profissional na área da hotelaria (50%) - Apenas será valorizada a experiencia profissional comprovada, atendendo ao exercício de funções similares e de acordo com a classificação e categoria do Empreendimento Turístico onde as exerceu, sendo
que aos concorrentes que demonstrarem possuir: Experiência igual ou inferior a 10 anos serão atribuídos 50 pontos e aos restantes 100 pontos. b) Formação profissional na área da hotelaria (30%) - Será apenas valorizada a formação relevante e relacionada com a atividade quer dos concorrentes quer da equipa técnica apresentada na gestão e exploração do espaço a concurso de acordo com o se-
guinte quadro: c) Preço proposto para a concessão (20%) Avaliado de acordo com a seguinte fórmula: PPc = (preço mensal proposto/ preço mais alto propostox100) x 0,20 5.2 Em caso de empate, será ordenada em primeiro lugar para adjudicação, entre as propostas empatadas, a que tiver sido apresentada mais cedo.
VIVADOURO MARÇO 2017 21
José Rodrigues Paredes é o candidato do PSD à Câmara de Alijó
Alijó
José Rodrigues Paredes, atual vice-presidente da autarquia, revelou ao VivaDouro ser o candidato do PSD à Câmara Municipal de Alijó nas próximas eleições autárquicas. Carlos Magalhães, atual presidente do município, não será candidato. Questões de saúde impedem o autarca de prosseguir com o projeto que iniciou em 2013. Texto e Fotos: Salomé Ferreira
Uma vez que Carlos Magalhães não será candidato, a Co-
missão Política Concelhia do PSD de Alijó escolheu, no passado
dia 6 de março, por unanimidade, o atual vice-presidente para encabeçar a candidatura à presidência da Câmara Municipal. “O engenheiro Carlos Magalhães conhece bem o meu trabalho. Ao longo destes três anos e meio, tal como ele, pautei-me sempre pelo rigor portanto achou por bem apoiar-me e toda a comissão política o seguiu”, explicou José Rodrigues Paredes ao VivaDouro. “Tenho uma grande capacidade de trabalho. As pessoas conhecem-me pela minha seriedade, pelo meu rigor e são exatamente esses predicados em que eu vou fundamentar o meu projeto para o futuro”, acrescentou. Caso vença as eleições, José Rodrigues Paredes pretende dar “continuidade à política de rigor e gestão do dinheiro públi-
co” levada a cabo pelo executivo liderado por Carlos Magalhães, ainda assim, uma vez que a situação económica do município se encontra consolidada, o candidato pretende “fazer coisas novas e bonitas no concelho”, afirmou. “Desde logo gostaria de pôr a economia do concelho a crescer”, revelou o atual vice-presidente. De acordo com José Rodrigues Paredes está em cima da mesa um estudo urbanístico do Parque Industrial de Alijó com o objetivo de o “expandir para a fixação de novas empresas no concelho. Temos ótimos acessos, reunimos ótimas condições para que o nosso Parque Industrial se desenvolva e fixe novas empresas que vão criar emprego”, explicou. O “passivo muito elevado” de algumas freguesias do con-
celho é outra das questões que preocupa José Rodrigues Paredes. “Enquanto esse passivo não for solucionado e a divida resolvida o concelho não pode crescer à mesma velocidade, quero empenhar-me de forma determinada na resolução desse problema”, afirmou ao VivaDouro. A aposta na divulgação dos produtos endógenos do concelho e a valorização do setor vitivinícola e do comércio local são outros dos objetivos de José Rodrigues Paredes. Nesse seguimento, o autarca “gostaria muito de ver um grande evento anual em Alijó que promova o concelho ao nível regional e nacional”. José Rodrigues Paredes é engenheiro agrónomo e quadro do Município de Alijó, onde iniciou funções de vice-presidente em 2013.■
Miguel Rodrigues é o candidato do PS à Câmara Municipal de Alijó O PS de Alijó aposta em Miguel Rodrigues, advogado e atual vereador pelo movimento independente “Mais Alijó”, como candidato à presidência da Câmara Municipal. Joaquim Cerca, antigo presidente da autarquia é o candidato à Assembleia Municipal.
A decisão surgiu durante uma reunião que ocorreu no passado dia 24 de fevereiro, onde a comissão política do PS aprovou, “por
esmagadora maioria”, os nomes das cabeças de lista à Câmara Municipal e à Assembleia Municipal nas próximas autárquicas.
O PS aponta como objetivo para estas eleições a “reconquista da Câmara Municipal”, para o que “prosseguirá à preparação de
um projeto autárquico inovador e ambicioso que se afirme pela positiva e que procure dar resposta às reais necessidades do concelho
de Alijó, fazendo diferente e melhor”, referem em comunicado. Miguel Rodrigues afirmou, em comunicado, que foi convidado pelo PS de Alijó para ser candidato nas próximas eleições autárquicas e sublinhou a “coragem” do partido “em escolher um independente para encabeçar a candidatura”. “Aceitei esse convite, disponibilizando-me deste modo a dar um contributo para a formação de uma alternativa viável e credível que assegure uma mudança política no concelho de Alijó que entendo ser muito necessária”, salientou. Miguel Rodrigues liderou há oito anos a lista do PSD em Alijó e em 2013 foi o cabeça-de-lista pelo Movimento Independente de Cidadãos.■
22 VIVADOURO MARÇO 2017
Lamego
Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego é a grande vencedora no Concurso InterEscolas
O Salão Douro da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego foi palco de um jantar de gala onde foram revelados os vencedores da 11ª edição do Concurso InterEscolas, que decorreu nos dias 1, 2 e 3 de março, que reúne em competição os melhores alunos das escolas desta tipologia, de norte a sul do país. Texto e Fotos: Sofia Costa
> Vencedores, representantes das escolas em concurso e o presidente do Turismo de Portugal Os alunos da Escola Douro-Lamego foram os grandes vencedores desta noite, arrecadando cinco dos dez prémios, nas cate-
gorias: Cozinheiro Aprendiz, Pasteleiro Júnior, Futuro Escanção e Alojamento Hoteleiro. As restantes categorias gratificaram outras
escolas: Barista e Turismo (Coimbra), Gestão Hoteleira (Setúbal), Taça Joaquim Janeiro (Estoril) e o Prémio Decathlon (Porto).
Nas diferentes fases da competição, as provas apresentam sempre uma componente individual e em equipa. Os alunos vencedores irão representar o Turismo de Portugal nos concursos internacionais, que decorrem anualmente, em diversas competições e diferentes categorias. O Diretor da Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego, Paulo Vaz, afirmou ao VivaDouro que este tipo de concursos é muito importante para os alunos “porque põe à prova as suas competências, os seus conhecimentos e sujeitam-se a condições competitivas mas ganham alguma à vontade com estas situações
de maior pressão e exigência”. O jantar de gala contou com a presença de mais de uma centena de pessoas, desde figuras conhecidas da região a representantes do Turismo de Portugal, bem como os envolvidos no projeto, alunos e representantes das escolas em competição. Em discurso, o presidente do Turismo de Portugal, Luís Araújo afirmou que “para serem bons profissionais, em qualquer área, é necessário começar por se ser um bom cidadão”. Após gratificar a organização do concurso, revelou que “preferia estar no lugar dos alunos” para poder viver e experienciar a azáfama das provas.■
“Apadrinhe uma obra de arte” no centenário do Museu de Lamego
Criado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e em conjunto com a União das Misericórdias Portuguesas, o Fundo Rainha D. Leonor vai financiar com 300 mil euros a reabilitação da ala mais antiga do Lar de Idosos de Arneirós, em Lamego.
No próximo dia 5 de abril o Museu de Lamego celebra, com um jantar de aniversário, o centenário da sua criação. O desafio está lançado para os próximos anos sob o mote “apadrinhe uma obra de arte”, cujo objetivo desta causa é “enriquecer o museu” e, após o devido restauro, devolver obras de arte ao público.
O concurso público para a execução da obra será lançado brevemente. O investimento da empreitada é, no total, de 1,5 milhões de euros. ■ FOTO: DR
O contrato de financiamento foi assinado em Lisboa onde compareceram Pedro Santana Lopes, provedor da Santa Casa de Lisboa e António Marques Luís, provedor da Santa Casa de Lamego.
FOTO: DR
FOTO: DR
Fundo Rainha D. Leonor apoia renovação do Lar de Arneirós
Este é o primeiro jantar de aniversário, que se prevê anual daqui em diante. Os CTT – Correios de Portugal também se associaram a esta causa e vão lançar, à data do jantar, um Postal Comemorativo do Centenário do Museu de Lamego. As inscrições já estão abertas, disponíveis no site www.museudelamego.pt e estão limitadas a 70 lugares, no valor de 30 euros.■
VIVADOURO MARÇO 2017 23
Tabuaço
Tabuaço marcou presença no SISAB 2017
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Durante três dias, e pelo quarto ano consecutivo, o Pavilhão Meo Arena tornou-se num centro de oportunidades para os produtos agro-alimentares portugueses. O Município de Tabuaço marcou presença neste certame, apoiando a divulgação e a venda dos produtos do concelho deixando bem presente a “Marca Tabuaço”. FOTO: DR
Com a consciência de que os horizontes internacionais são, cada vez mais, a oportunidade maior de criar sustentabilidade económica, nove produtores, entre vinho e gin, responderam afirmativamente ao desafio lançado e durante os três dias do evento lançaram mãos à obra no sentido de estabelecer o maior número de contactos e perspetivas negociais possíveis. Classificado como o “Maior Encontro Anual do Sector Especializado na Exportação”, o SISAB Portugal 2017 é uma iniciativa consagrada pelo mercado nacional
e internacional sendo a maior convenção/ plataforma de negócios e contando com a participação de compradores de 110 países dos 5 continentes. Carlos Carvalho, presidente do Município, no final do certame, afirmou que “este evento é uma excelente oportunidade de dar a conhecer a excelência dos produtos de Tabuaço bem como de permitir criar oportunidades que apenas em eventos com esta clara vocação profissional e de concretização de negócio se consegue obter.”■ FOTO: DR
24 VIVADOURO MARÇO 2017
Vários Concelhos
Casa Do Douro tem novos órgãos sociais
Conterrânea de Mesão Frio apresenta “Sonhar depois de viver”
Decorreu no passado dia 2 de março, na Casa Do Douro em Peso da Régua, a assinatura da Tomada de Posse dos novos corpos sociais que foram eleitos no dia 11 de fevereiro.
Decorreu no passado dia 9 de março, na Biblioteca Municipal de Mesão Frio, a apresentação do quarto livro da escritora Adélia Barros.
O ato eleitoral é aplicado para o período de 2017/2020 e dos objetivos prin-
cipais definido pela equipa é o continuar a defender os direitos dos lavradores e, quando possível, reabrir a Casa do Douro. António Lencastre, presidente da Federação Renovação do Douro, afirmou que “no final deste mês vamos ter duas instituições aqui dentro e dentro de um ou meses teremos também uma loja para os vinhos e isso é um caminho que poderá possibilitar a abertura da porta e da visitação à Casa Do Douro”. No que respeita às relações estreitadas entre a Federação e a Comissão Administrativa, António Lencastre, afirma que “têm um bom convívio” mas reforça que exercem funções distintas.■
FOTO: DR
Texto e Fotos: Sofia Costa
“Sonhar depois de viver” é o nome da quarta obra literária da autora, natural de Vila Marim. Apesar de, atualmente, Adélia Barros não residir na sua terra natal “a sua ligação e o seu enorme apreço ao concelho é manifesta”. A autora foi professora do Ensino
Primário durante mais de quatro décadas, agora aposentada dedica-se à pintura e à escrita. Esta iniciativa serviu para incentivar a comunidade em geral aos hábitos de leitura, questão que o município tem vindo a promover.■
Bombeiros de Mesão Frio usufruem de nova ambulância
Santa Marta de Penaguião atribui bolsas a alunos universitários
Decorreu no passado dia 19 de fevereiro, no Quartel da Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Mesão Frio, a cerimónia de bênção celebrada pelo pároco Luís Saavedra.
No passado dia 27 de fevereiro, foram entregues 62 bolsas de estudo a estudantes do ensino superior no valor de 500 euros cada uma, em Santa Marta de Penaguião.
Esta nova ambulância, adquirida pelos bombeiros, é de transporte múltiplo (A2), com transporte para pessoas de mobilidade reduzida ou deficiência e maca.
O município apoia os seu jovens reforçando o “investimento na educação/ formação”, doando um maior número de bolsas.
O investimento total é de 35, 669€. “Este montante adveio do valor angariado no cortejo de oferendas do ano transato, de 18.968,41 € e do capital próprio de 16.700,59 €, desta associação”.■
Na categoria de alunos regulares foram distribuídas 54 bolsas, sendo que as restantes 8 foram entregues a bombeiros voluntários, no valor total de 31 mil euros.■ FOTO: DR
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VIVADOURO MARÇO 2017 25
Vários Concelhos
Quinta Nova em destaque na conferência “Inovação dos Produtos Turísticos de Excelência”
Ucanha é candidata às 7 Maravilhas de Portugal
A APM pretendeu com esta ação, inserida num Ciclo Novos Gestores, Novos Negócios, ouvir as ideias e refletir sobre as metodologias de sucesso dos novos gestores de projetos que conseguiram, por mérito próprio, ser referências internacionais de excelência. Paula Sousa, Diretora de Marketing da Quinta Nova N. S. Carmo (Douro),
falou à audiência acerca do projeto Vitivinícola e Turístico da Quinta Nova, que acompanha desde o seu início. A Quinta Nova N. S. Carmo representa, desde 2005, “um pedaço de paraíso para os amantes do vinho”, sendo a sua Luxury Wine House conquistadora de vários prémios internacionais, num ambiente em que nenhum detalhe é esquecido.■
FOTO: DR
A Associação Portuguesa de Management (APM) promoveu, no dia 21 de fevereiro, a conferência “ A Inovação dos Produtos Turísticos de Excelência”, na Porto Business School.
A Câmara Municipal de Tarouca e a União de Freguesias de Gouviães e Ucanha candidataram a aldeia de Ucanha, situada no Concelho de Tarouca, às 7 Maravilhas de Portugal - Aldeias.
FOTO: DR
“Acreditamos que este é um projeto inspirador, que tem como grande objetivo a valorização de um Portugal desconhecido, como é exemplo Ucanha, rica na sua histó-
Câmara de Murça lança terceiro Orçamento Participativo
ria, mas com um grande potencial presente e futuro. Estamos certos de que este concurso dará uma maior visibilidade a Ucanha e, concomitantemente, a todo o Concelho de Tarouca, sendo esta mais uma ação para a valorização do setor do turismo do nosso território”, refere a este propósito o vice-presidente da autarquia, José Damião. Ucanha é uma aldeia pertencente ao concelho de Tarouca e classificada em 2001 como Aldeia Vinhateira do Douro, que tem como principal foco de atração turística a Ponte e Torre Fortificada de Ucanha, única em território português. Com referência documentadas à sua existência já no século XII, a Torre proporcionava a defesa na entrada do então couto monástico de Salzedas, era símbolo de ostentação senhorial, bem patente nos seus vinte metros de altura, e era o local onde se efetuava o controlo e pagamento de portagem para a entrada no domínio monástico. A ponte continua a ser um dos principais pontos de passagem do rio Varosa.■
Companhia Teatraço apresentou “Precisa-se de um Cadáver” em Murça
A Câmara Municipal de Murça repete este ano a experiência com O palco do Auditório Municipal de Murça recebeu, no passado o orçamento participativo, estando já em fase de preparação o dia 25 de fevereiro, a peça de teatro “Precisa-se de um Cadáver”, lançamento do processo para o Orçamento Participativo de 2018. apresentado pela companhia Teatraço - Associação de Teatro Amador do Tabuaço. que concentra num só local a informação relevante sobre esta iniciativa, facilitando a divulgação junto dos munícipes e incentiva a sua participação, que poderá aceder em http://op.cm-murca.pt. A autarquia tem uma equipa de profissionais a gerir de forma simples e transparente todo o processo, nomeadamente a submissão de propostas e gestão da votação.■
Precisa-se de Um Cadáver, é uma hilariante comédia que foi apresentada em Murça em três atos, com direção e encenação de Beto Coville. A companhia de Tabuaço ganhou os Prémios de Melhor Espectáculo (TEAT-
RAÇO), Melhor Encenação (Beto Coville) e Melhor Actriz (Nucha Martins) no Festival Nacional de Teatro de Proença-a-Nova em 2015, tendo ainda conseguido a nomeação para Melhor Actor (Bruno Silva).■ FOTO: DR
A concurso estão 20.000 euros destinados a projetos propostos pelos cidadãos na área do concelho de Murça. Todos os prazos e informações podem ser consultados no site do orçamento participativo de Murça, estabelecidos pela norma aprovada na reunião da Câmara Municipal de 17 de fevereiro de 2017. O Orçamento Participativo de Murça 2018, conta com uma plataforma digital
FOTO: DR
26 VIVADOURO MARÇO 2017
Vários Concelhos
Aldeia da Lapa candidata às 7 Maravilhas de Portugal
A aldeia da Lapa, situada na freguesia de Quintela, concelho de Sernancelhe, é candidata às 7 Maravilhas de Portugal, na categoria Aldeias-Monumento. A candidatura foi apresentada pelo Santuário de Nossa Senhora da Lapa, situado na aldeia. Texto: Salomé Ferreira FOTO: DR
“É um sítio de culto que remonta há mais de cinco séculos, antes de Fátima foi um dos centros nacionais de culto a Nossa Senhora”, sublinha o padre José Alves de Amorim, Reitor do Santuário.
“Esta aldeia tem ainda à volta do Santuário casas antigas e até uma atmosfera de antiguidade que é possível preservar. O Santuário dá valor à aldeia e a aldeia dá valor ao Santuário e portan-
to as entidades civis e religiosas em consonância podem pôr este lugar com mais prestígio”, explicou o Reitor, ao evidenciar o “enorme potencial espiritual, histórico e turístico” da Lapa.
O Município de Sernancelhe “encara com grande expectativa e confiança num bom resultado a candidatura da Lapa ao concurso Maravilhas de Portugal – Aldeias. Saudamos e congratulamo-nos com a Candidatura do Santuário da Lapa, numa ação que demonstra que o concelho conta com uma sociedade civil ativa, participativa, que atua sempre que está em causa o interesse das comunidades e das instituições. Enaltecemos, por isso, a candidatura do Santuário da Lapa, acreditando que reúne as condições para ser reconhecida como Aldeia Monumento”, afirmou ao VivaDouro a autarquia. “Tal como sucedeu com o estatuto de Aldeia de Portugal, a Lapa pode beneficiar da participação no projeto Maravilhas de Portugal, em boa medida pela visibilidade e
mediatização que concursos do género oferecerem. Entendemos aliás esse fenómeno como uma consequência natural, e merecida, para uma comunidade e um Santuário que souberam, durante mais de cinco séculos, preservar o seu património, apostar nos elementos materiais e imateriais que diferenciam a Lapa e conseguiram, num tempo em que tudo é tão efémero, que o culto de Nossa Senhora da Lapa se mantivesse vivo até aos nossos dias”, acrescentou o município de Sernancelhe. A iniciativa surge na mesma altura em que o Governo foi desafiado a potenciar o Santuário de Nossa Senhora da Lapa enquanto “produto” de interesse económico e turístico, de âmbito religioso. O desafio foi lançado pelo CDS no parlamento.■
IV Expo Jardim e Animais nos dias 31 de março, 1 e 2 de abril
“A maior mostra nacional de marcas e produtos dirigidos à exportação”, a edição 2017 do Salão Internacional do Sector Alimentar e Bebidas, em Lisboa, onde este ano estiveram presentes 511 empresas, de 28 setores de atividade, mais 60 do que no certame de 2016.
O Município de Sernancelhe organiza, entre 31 de março e 2 de abril, no Expo Salão, a quarta edição da Expo Jardim e Animais, iniciativa que reunirá mais de duas dezenas de expositores locais e regionais que comercializam produtos ligados à jardinagem, agricultura, animais, utensílios e maquinaria, tecnologia agrícola e muitas opções para quem pretende criar um jardim ou fazer as primeiras sementeiras do ano.
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Município de S. João da pesqueira e PI+PA 3G participam no SISAB 2017
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das escolas e de todos os níveis escolares. Nesse sentido, a tarde de 31 de março é dedicada aos mais novos, com vários espetáculos e animação alusivos à defesa dos direitos dos animais.■ FOTO: DR
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A Câmara Municipal em parceria com o PI+PA 3G participaram no SISAB 2017, onde representaram doze produtores de vinho e uma marca de azeite do Concelho. Nesta edição, que decorreu de 6 a 8 de Março, estiveram presentes mais de 80% das empresas exportadoras portuguesas do setor agroalimentar, que puderam vender
os seus produtos e marcas a 1.700 compradores internacionais, de cinco continentes, e de 110 países. A área do certame desta edição mantevese igual à do ano anterior, ou seja, nos 10.000 metros quadrados, com lotação esgotada. Trata-se de uma feira de negócios e, por isso, fechada ao consumidor final, sendo exclusiva para profissionais.■
A IV edição é uma organização do Município, com os apoios de Aquisern, Expo Salão, Escola Profissional de Sernancelhe e Associação Ponto Solidário. A edição deste ano mantém a vertente pedagógica direcionada para as crianças
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Municípios de Penedono e Sernancelhe acolhem projeto “Aldeias Humanitar”
Vários Concelhos | Opinião
“Aldeias Humanitar” é como se denomina o projeto piloto que resulta de uma parceria entre e Rede Social de Saúde e os Municípios de Penedono e Sernancelhe, cujo objetivo é intervir de forma estruturada e incorporada no âmbito da área da saúde na região. FOTO: SF
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Domingos Nascimento, rede social de Saúde
“O projeto piloto foi apoiado e aprovado pela Fundação EDP e vai ser desenvolvido tendo como referência a prestação de serviços pa-
liativos ao domicílio, mas também os outros cuidados continuados e cuidados sociais”, afirmou Domingos Nascimento, da Rede Social de Saúde. Carlos Silva, presidente da autarquia de Sernancelhe, afirma que este projeto “pretende descentralizar e levar a saúde a casa das pessoas, sendo que a ideia é poder brevemente alargar o projeto a toda a região”, afirmou. “Esperamos que isto seja um passo positivo para aquilo que são os cuidados continuados da comunidade destes municípios de baixa densidade que muitas vezes têm de ter estes projetos de iniciativa própria para poder chegar à população destes pequenos territórios”, acrescentou o edil. Carlos Esteves de Carvalho,
presidente da autarquia de Penedono, revela que “tudo aquilo que tenha a ver com o apoio e com cuidar das populações é sempre útil. O envolvimento de instituições como a EDP é pertinente e a parceria com os municípios, porque sem eles essas coisas não são viáveis, só nos vai levar a melhor servir as populações”, afirmou. O edil afirma que o município de Penedono mostrou “disponibilidade total” para colaborar com o projeto. “Temos que trabalhar e congregar para pensar em função do Douro Sul”, disse Carlos Esteves de Carvalho. A Rede Social de Saúde é um conceito criado por nove instituições, em oito concelhos do Douro Sul e Resende que pretende resolver uma grave lacuna da região que é
a falta de equipas de cuidados continuados, que prestam serviço ao domicílio. Domingos Nascimento disse ao VivaDouro que “o projeto tem uma capacidade de 20 camas, pode apoiar 20 pessoas em simultâneo, sendo que o objetivo é fazer cerca de 75 visitas domiciliárias por mês”, mas acredita que com a integração do Serviço Nacional de Saúde (SNS) o número de pessoas a receber estes cuidados “dispara”. Como tal, a Rede Social de Saúde pretende trabalhar em conjunto com as estruturas do SNS e procura também o apoio e intervenção do Hospital de Lamego e de uma parte do Hospital de Viseu. Independentemente da condição ou do rendimento social, todos os habitantes de Penedono
e Sernancelhe poderão beneficiar destes serviços. As pessoas serão sinalizadas a partir das juntas de freguesia, IPSS e, principalmente nos casos de cuidados paliativos, dos hospitais. O “Aldeias Humanitar” vai ser apresentado no próximo dia 20 de março, em Sernancelhe, e contará com a presença de várias figuras ligadas ao projeto que procura ter o apoio formal da Presidência da República, “pelo significado que isso terá para esta região nem sempre convenientemente lembrada pelos poderes centrais”, explicou Domingos Nascimento. “Para o conseguirmos contamos com o apoio técnico e cientifico de Mário Pinto, Assessor para a Saúde na Presidência da República”, acrescentou.■
Economia Social – Um Grande Debate Nacional
Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES Iniciou-se, no passado dia 17 de março, um grande debate nacional acerca do sector da Economia Social, a
concretizar-se sob a forma de Congresso Nacional prosseguindo os seguintes objetivos: - Reforçar o sector da Economia Social no plano institucional, legal e organizacional promovendo o reforço do seu papel na economia e na sociedade portuguesa; - Promover, e aprofundar, um debate alargado em torno de temas nacionais e internacionais relevantes para a Economia Social portuguesa e para as entidades que a integram; - Formular, sob forma de declaração comum, um conjunto de recomendações que, no respeito pela diversidade, contribuam para uma melhoria qualitativa da representatividade do sector da Economia Social perante os poderes públicos, a sociedade em geral e, em particular, as instâncias de concertação social. Entre outros, serão abordados no
Congresso os grandes temas, e questões, mais atuais da Economia Social, nomeadamente, o próprio conceito, fiscalidade, financiamento e autofinanciamento, o seu papel no desenvolvimento local e regional, questão estatística, voluntariado, a Economia Social no debate europeu, os serviços de interesse geral e as respostas do sector, o papel do Estado, empreendedorismo, inovação e impacto Social, as sua relação com os sectores da educação e da saúde e a economia digital. O Congresso será organizado em sessões temáticas, a realizar no decurso do ano de 2017, tendo a primeira sido realizada em 17 de janeiro, versando acerca da“Caracterização da Economia Social em Portugal - A Conta Satélite da Economia Social de 2013”; a segunda realizar-se-á no próximo dia 18 de abril na sede da AGROS, na Póvoa de Varzim, versando sobre “aEconomia Sociale
o relacionamento com o Estado”; a terceira, no dia 2 de junho, em Mangualde, versará sobre ”A Economia Social, os novos conceitos e modelos de organização e de governança” e a quarta abordará o tema “A Economia Social, intercooperação, sustentabilidade, desenvolvimento e criação de emprego”, realizando-se em Évora, no mês de Setembro. A Sessão Final será realizada em Lisboa, em plenário e sessões, em princípio, no mês de novembro de 2017. O Congresso Nacional conta com a participação empenhada de todas as entidades confederativas da Economia Social portuguesas (cooperativas, mutualidades, misericórdias, fundações, associações e IPSSs) prosseguindo um caminho de convergência na diversidade que se augura venha a redundar num fortalecimento do sector e do seu papel no desenvolvimento socioeconómico do país.
O Douro sabe bem.
28 VIVADOURO MARÇO 2017
Opinião
Novos Compromissos para o Futuro do Douro
António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD
No próximo dia 24 de março a UTAD
-se um processo de renovação do Douro
sustentáveis.Nos últimos tempos, a Uni-
e gastronomia ligados a uma narrativa
celebra o seu aniversário, associando a
impulsionado pelo PDRITM, no qual a
versidade tem vindo a focalizar-se em
cultural,assente nas estruturas locais exis-
esta cerimónia a outorga do título de
Universidade teve um papel determinan-
novas dinâmicas de conhecimento e de
tentes e potenciando a chancela UNESCO;
doutor Honoris Causa ao Dr Miguel Ca-
teno processo de reconversão dos seus
inovação em diferentes áreas científicas.
valorização de domínios do desenvol-
dilheque, enquanto presidente da Funda-
vinhedos e em estudos da fileira vitiviní-
Mas, o Futuro convoca novas dinâmi-
vimento sustentável aos quais a cultura
ção Rei Afonso Henriques, dinamizoua
cola. Na década de noventa teve início a
cas para o Douro, em que a Universidade
adiciona um valor acrescido, mediante ex-
candidatura do Alto Douro Vinhateiro
internacionalização dos vinhos do Douro
terá sempre um papel preponderante, de-
pressões culturais e práticas artísticas, a
a Património Mundial. Deste modo, a
e avança-se para a preparação da candi-
signadamente: aumento do valor acrescen-
preservação do património material e ima-
Universidade reforça a ligação que sem-
datura a Património Mundial, em que a
tado do valor do vinho e da paisagem, bem
terial, e a promoção da diversidade cultural.
pre manteve com o Douroe homenageia
UTAD assumiu um papel determinante.
como acriação de produtos diferenciados
Em síntese, o Douro enquanto labora-
todos na candidatura e aqueles que conti-
Mas, a influência da Universida-
de elevado valor;aposta numa nova cartei-
tório de desenvolvimento sustentável,exige
nuam a honrar o esforço e saber acumu-
de viria a acentuar-se pela nova geração
ra de atividades económicas,considerando
dinâmicas inteligentes e produtivas, sen-
lados dos homens e mulheres do Douro.
empreendedora de enólogos,com com-
mercados cada vez mais globalizados e
do determinante colocar a criatividade e
Ao longo de décadas, a UTAD tem
petências e formação de dimensão in-
competitivos, reforçando a aposta na ino-
o bem-estar no centro da planificação e
assumido um importante papel no apoio a
ternacional, que apostou na qualidade,
vação, e desenvolvimento de novos con-
da renovação rural, respeitando sempre
esta região. Na década de oitenta, iniciou-
diferenciação dos vinhos e em práticas
ceitos e marcas; promoção do turismo
os princípios de proteção do património.
O Douro do Vinho na Obra do Fotógrafo Emílio Biel
Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)
É a mais recente edição da In-Libris.
que, até agora, não se conheciam os ori-
dos séculos. No Douro, da transformação
em anos não muito recuados, mas sufi-
Um tesouro escondido foi agora trazi-
ginais dessas fotografias, que estão re-
do território às práticas culturais, da for-
cientemente importantes para melhor
do à luz do dia pelo Paulo Gaspar Ferreira!
produzidas em muitos textos, mas com
ma de estar dos durienses no seu dia a dia
entendermos o Douro de hoje e pre-
Biel, fotógrafo e editor, foi ointro-
a debilidade de impressão da época.
ao trabalho na vinha e nos lagares, das re-
pararmos o futuro que se quer melhor,
dutor da fototipia em Portugal e um dos
Neste espólio, estão não apenas foto-
feições colectivas aos pagamentos da jor-
sobretudo para quem por cá persiste.
primeiros fotógrafos de relevo no nosso
grafias que foram publicadas nesse livro
na, da plantação das videiras à apanha da
Sem este histórico de registos do real,
país, sobretudo com uma perspectiva
“O Douro”, como outras que não o chega-
uva, do chiar dos carros de bois à perigosa
da evolução da paisagem e, sobretudo, das
documental. Deu à estampa, entre outros
ram a ser e ainda outras que ilustram obras
aventura dos barcos rabelos, do rio tumul-
práticas culturais, dificilmente teria sido
livros, “O Douro”, de Manuel Monteiro,
como “A Arte e a Natureza em Portugal”.
tuoso e traiçoeiro aos socalcos esculpidos,
possível elaborar o necessário relatório
inicialmente publicado em fascículos,
No livro O Douro do Vinho na Obra do
da região de produção esforçadíssima
para que a Unesco pudesse registar e cer-
desde 1907, e depois num volume úni-
Fotógrafo Emílio Biel, estão, devidamente
aos dormentes armazéns de Vila Nova,
tificar aquilo que todos nós, durienses e
co, em 1911. Gaspar Martins Pereira,
tratadas uma a uma, com a competência
do sossego das vilas e aldeias ao reboliço
portugueses, já sabíamos: o Douro Vinha-
na apresentação que escreveu para uma
e o cuidado de que só o Paulo Gaspar
cosmopolita da cidade. Sempre Douro.
teiro é, efectivamente, um excesso da na-
reedição deste livro feita em 1988 pela
Ferreira é capaz, 70 fotografias seleccio-
O resultado dessa faina fotográfi-
tureza (Torga) que nos foi legado para que,
Editora Livro Branco, diz que “Biel, que
nadas, que retratam o Douro do Vinho,
ca está aqui adiante, num trabalho de
com responsabilidade, dele nos possamos
há mais de três décadas fotografava in-
o Douro território, o Douro cultura.
reprodução e tratamento que nunca
servir, preservando-o e acrescentando
tensamente o Douro, encontrou em Ma-
Felizmente muitos, desde a invenção
antes foi feito, deslumbrando os nossos
condições para que, quem nele vive e tra-
nuel Monteiro o colaborador certo para
da fotografia, quiseram fixar tantas ima-
sentidos e permitindo-nos uma nova
balha, possa ter cada vez mais capacidade
uma obra que é (…) um dos melhores
gens do Douro, permitindo-nos percorrer
leitura da história, do território, da eco-
para o transmitir ainda em melhores con-
álbuns fotográficos da região (…)”. Só
a sua evolução ao longo dos anos, ao longo
nomia e das vivências destes espaços
dições às gerações que nos vão suceder.
Orgulho e gratidão nos Filhos do Douro
Vice-Presidente da CCDR-N
dial. Mas mais do que muitas das ações,
por isso, merece ser tratado como tal.
património natural e cultural, seja para
queremos sim iniciativas de qualidade.
Do programa desenhado pelos
motivar ao investimento neste território
vimento Regional do Norte (CCDR-N)
Que tragam retorno e, em simultâneo,
promotores, permitam-me destacar a
que tem sabido conciliar o crescimento
recebe convites para marcar presença em
salvaguardem os valores paisagísti-
ação “Filhos do Douro”, com o papel
com a manutenção dos atributos que lhe
iniciativas públicas enquanto entidade
cos, ambientais e culturais da região.
muito ativo de personalidades públicas
conferem integridade e autenticidade.
gestora do Douro Património Mundial.
Ora, este mês destaco a presença do
oriundas da região na promoção deste
A tarefa sai, naturalmente, facilitada
Zelar por um território que tem a chan-
Alto Douro Vinhateiro na BTL – Bolsa
destino excecional. É com orgulho que
quando há bons produtos e recursos a
cela da UNESCO não poderá ser feito
de Turismo de Lisboa, uma participa-
vejo o empenho dos “Filhos do Dou-
comunicar. É impossível ficar indiferente
a uma só mão e é com muito agrado
ção que surge de uma parceria com a
ro” a passarem uma imagem positiva e
quando nos servem vinhos premiados da
que testemunhamos a articulação entre
Comunidade Intermunicipal do Douro
realista deste tesouro. Não há melhores
região, quando degustamos doces, salga-
os demais agentes da região duriense
e a Turismo do Porto e Norte – Entida-
embaixadores do que as nossas gentes!
dos e azeites do Douro e, menos ainda,
para comunicar o que temos de melhor.
de Regional. É imprescindível e funda-
E se há muitas figuras mediáticas
quando vivenciamos passeios pelo rio
FOTO: DR
Ricardo Magalhães
É sempre com genuína satisfação que a Comissão de Coordenação e Desenvol-
Na verdade, por muitas atividades
mental que o estatuto de Património
que se fazem cobrar para serem o rosto
mesmo que seja em realidade virtual.
que se dinamizem em torno da promo-
Mundial atribuído ao Douro, e que está
das suas cidades é, de facto, lisonjeiro
Pelas suas gentes, pelas suas paisagens,
ção do território, continuarão sempre
a comemorar os seus 15 anos, não passe
assistir ao voluntarismo de personalida-
pelos seus produtos e recursos, é com
a saber a pouco as iniciativas que di-
indiferente aos visitantes deste certame.
des do Douro a distribuírem cartões-de-
grande prazer que também me associo
vulguem o Douro Património Mun-
Estamos perante um recurso do país e,
-visita. Seja para convidar ao passeio pelo
aos filhos do Douro Património Mundial.
VIVADOURO MARÇO 2017 29
O Turismo no Douro Sul dorme ao relento? ganização. Há Aldeias quase desertas, com casas e infraestruturas ótimas. Não temos Alojamento suficiente. Saibamos fazer destas Aldeias Alojamentos Locais em rede com gestão de confiança. Vale a pena apostar no Turismo. Será um negócio importantíssimo para a sustentabilidade deste território. A par da Agricultura, o Turismo será o nosso futuro. Parece-me que, a não aparecerem estruturas empresariais, alguém tem que dar o empurrão e passar à ação. Defendo a criação de uma régie cooperativa que envolva todos os Municípios do Douro Sul. Esta organização, com base nos Municípios, abriria a porta aos proprietários das casas, mas também a outros investidores, emigrantes e ou-
tros. Seria a instituição motora e promotora de exploração de Alojamento Local. Desta forma, promoveremos economia, reabilitação de imóveis, fomentamos o emprego e, nada pouco importante, damos vida às nossas aldeias. Não me parece difícil concretizar-se esta solução. Neste território os turistas não vão dormir ao relento.
Vão repousar, serenamente, a ouvir o silêncio bom das nossas terras! De manhã acordarão com o canto dos galos e beberão a nossa água, o nosso vinho, e comerão as nossas tradições e as nossas frutas. Na mala, para além do nosso artesanato, levarão os produtos locais e no coração, a cultura destas terras e a gratidão genuína das pessoas. O Douro Sul Tem Futuro! FOTO: DR
Domingos Nascimento
Portugal é um destino turístico importante! O Norte é uma grande referência, destacando-se pela afirmação da cidade do Porto! O Douro é um território muito especial! Neste Douro, o lado Sul, tem particularidades que o colocam num patamar de excelência! Os monumentos, as intangibilidades, como a História, as tradições religiosas e comuns, a gastronomia, a música! Os Municípios fizeram tudo, quase tudo: infraestruturas, equipamentos e, mais recentemente, atividades de animação estruturadas e com muita qualidade. As nossas cidades, vilas e aldeias têm muito nível! Temos autenticidade..! Temos identidade! Precisamos de visibilidade e or-
Opinião
Ergonomia Visual- A forma mais correcta de ver
Dr. Marlene Ramos
perpendicularmente às janelas, para que a luz natural não incida directamente na cara ou no ecrã. A distância entre o computador e os olhos deve ser entre 60 a 70 cm e a linha de visão deve formar um ângulo de 10 a 20 graus com a horizontal. A mesa e a cadeira de trabalho devem ter as medidas adequadas. Deve-se desancar a visão de 1 em 1 hora, pestanejar voluntariamente os olhos e quando se efectuar actividades que possam soltar
faíscas utilizar sempre óculos de protecção. Até quando estamos a descansar depois de um dia de trabalho em frente à televisão se deve ter alguns cuidados como a distância da TVe ser proporcional ao seu tamanho em 3x como também ter uma boa iluminação do ambiente nomeadamente durante a leitura. Na rua é recomendável sempre o uso de óculos de sol com lentes oftálmicas com protecção e filtros ultravioletas os 99 a 100%.
A ergonomia é muito importante para que possa evitar em alguns casos a necessidade de utilizar com frequência óculos ou lentes de contacto. No entanto é importante consultar o seu Optometrista uma vez por ano, mesmo que não apresente nenhum problema aparente. Para isso faça-nos uma visita em Multiopticas- Óptica Oliveiras em Lamego, Régua, Albergaria -a- Velha e S. João da pesqueira para que seja devidamente aconselhado. FOTO: DR
Optometrista
Hoje em dia toda a gente sabe ler e escrever e a maior parte das pessoas trabalha em frente a um monitor de computador e usa equipamentos com ecrã digital nos momentos de descanso e de lazer portanto são demasiadas horas por dia concentrados num trabalho que requer visão de perto. Este stress visual é provocado pela fixação constante no ecrã do computador ou do tablet e nos papéis que consultamos, o que posteriormente causa perturbações. A miopia pode ser uma delas. O organismo procura compensar o esforço realizado, criando um novo equilíbrio à custa de dioptrias. Mas também é frequente a irritação dos olhos, o lacrimejo e a dor de cabeça. Para evitar todas estas consequências temos a ergonomia visual, que se trata da capacidade de transformar e adaptar o meio, de modo a permitir melhorar a qualidade de vida, tanto no trabalho, como em casa. No local de trabalho os computadores devem ser colocados
30 VIVADOURO MARÇO 2017
Lazer RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO
Sudoku VivaDouro
Piada de bolso: Um homem de longa idade está prestes a morrer! A família chamou o padre, que lhe pergunta:
Escola de Hotelaria e turismo do Douro - Lamego
- Já que vai morrer, quer reafirmar a sua fé e renegar o diabo???
Creme de Gambas 1,5 l caldo de marisco 300 gmirepoix 200 g gambas com casca 150 g tomate concassê 50 g farinha trigo 50 ml azeite 30 ml brandy/ aguardente 2 ml natas Sal e pimenta q.b
O homem já sem se forças, preferiu não dizer nada. - Então não renega o diabo? - Não!! Senhor Padre!! Vou morrer e como não sei onde vou parar não quero ficar de ma com ninguém. - Lelo Libras
Preparação: Fazer o c aldo de marisco; Descascar as gambas, deixar o rabo, arranjar as cabeças e fritar; Panela ao lume, azeite + mirepoix = refogar; Juntar as cascas + flamejar; Juntar o tomate e ferver; Juntar a farinha e torrar, adicionar o caldo e ferver + rectificar= passar a chinês; Passar as gambas por farinha e fritar; Bater as natas, temperar com sal e empratar;
Desafio VivaDouro
solução
solução:30
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