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Tragédia em Lamego deixa país de rastos
Vila Real FOTO: DR
Fontainhas Fernandes reeleito reitor da UTAD P. 9
Murça Autarquia lança iniciativa para homenagear Soldados da Grande Guerra P. 19
FOTO: DR
P. 6 e 7
Especial Douro Património Mundial Torre de Moncorvo recuou
Entrevista com Nuno Magalhães até à Época Medieval > Págs. 16 a 19
P. 16 e 17
P. 12 e 13 PUB
2 VIVADOURO ABRIL 2017
Editorial
Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário
Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Salomé Ferreira (10495) Sofia Costa Departamento comercial: Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Serafim Ribeiro Tel.: 910 600 079 Sofia Lourenço Tel.: 917 120 684 Paginação: Bruno Duque Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Emídio Gomes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Caldas, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org
Próxima Edição 10 de maio
POSITIVO Carrazeda de Ansiães Autarquia de Carrazeda de Ansiães assina contrato para a requalificação da Praça do Município.
NEGATIVO
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Caros leitores, Estamos a iniciar o período de discussão politica mais importante para o futuro da nossa região, pois o poder autárquico tal como está definido em Portugal é uma das mais-valias mais fortes da democracia e é um dos avanços civilizacionais mais importantes que o nosso país teve desde o 25 de Abril de 1974, que também vamos comemorar por esta altura. As máquinas dos partidos começam a acelerar e a mostrar a sua força. É a altura ideal para os militantes e simpatizantes dos partidos e para aqueles que apostam em candidaturas independentes faze-
rem valer a sua opinião junto dos “seus” políticos, mostrando quais devem ser as soluções e os projetos a abraçar pelos “seus” partidos e explicando aos políticos de que forma esperam que a sua eleição contribua para o desenvolvimento das localidades, das cidades e vilas da região. É um pedido recorrente. Conhecendo bem a maior parte dos autarcas da região, atrevo-me a dizer que felizmente estamos muito bem servidos de políticos com qualidade e que se preocupam com os seus eleitores; não havendo a distância que existe para os deputados ou os governantes que muitas vezes não percebem nem querem perceber os anseios e expetativas da população que supostamente representam. Não é de todo isso que acontece com o poder local. De uma forma genérica, na região do douro os políticos ouvem as pessoas e têm politicas efetivas de desenvolvimento das afetividades e da satisfação dos eleitores. Aqui quase que não é preciso dizer isto, mas pode haver um ou outro distraído….. Senhores políticos de todos os partidos, escolham BOAS pessoas para as vossas listas que o resto será fácil. Muito fácil.
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José Ângelo Pinto
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org
Alijó Câmara Municipal de Alijó enviou este mês quatro faturas de água a cada munícipe.
Sumário: Breves Páginas 4 e 5
“O Instituto Politécnico de Bragança”
Destaque VivaDouro Páginas 6 e 7 Vila Real Páginas 8 e 11 Especial Douro Património Mundial Páginas 12 e 13 Reportagem VivaDouro Páginas 16 e 17 Vários Concelhos Páginas 10, 14, 18 a 27 Empresas e Negócios Página 15 Opinião Páginas 28 e 30 Lazer Página 31
Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil
Mariano Gago foi ministro do Ensino Superior e da Ciência durante 12 anos. Morreu precocemente há dois anos, mas o seu legado ainda hoje é reconhecido. Conseguiu pôr a Ciência na agenda política. Portugal aproximou-se da média europeia nos indicadores de frequência do ensino superior. Mas também reanimou o interesse dos jovens pela pesquisa científica e pela inovação, através dos Centros de “Ciência Viva”. Abriu o ensino superior português ao mundo, fazendo da mobilidade académica um factor de internacionalização do conhecimento, tanto pela vinda para Portugal de estudantes e professores estrangeiros, como pela passagem de portugueses por universidades exteriores. Um dos elementos mais importantes da herança que nos deixou, como responsável político pela tutela do ensino superior em Portugal, terá sido o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior - o RJIES (Lei n.º 62/2007) - como corpo jurídico que regula de forma sistemática o funcionamento e a gestão, mais abertos à sociedade, das instituições do ensino superior em Portugal. Apesar de consagrar a natureza binária do sistema de ensino superior em Portugal, a delimitação da natureza da oferta de ensino entre universidades e politécnicos é apresentada com alguma flexibilidade, na medida em que estabelece que as universidades “devem orientar-se para a oferta de formação científica sólida juntando esforços e competências de unidades de ensino e investigação” e que o ensino politécnico deve “concentrar-se especialmente em formações vocacionais e em formações técnicas avançadas, orientadas profissionalmente”. Há quem invoque falta de clareza nesta distinção da lei, verificando-se a ambição de alguns politécnicos se transformarem em universidades. Porém, outros compreenderam a vantagem em explorarar a vocação mais profissionalizante dos seus cursos, tomando como referência o território mais próximo e as necessidades do país. Não tenho dúvida que o Instituto Politécnico de Bragança, tendo este entendimento, adoptou uma estratégia correcta e tem sido bem sucedido. Quando comecei a frequentar o ensino superior nos Preparatórios de Engenharia, em 1959, a Universidade de Coimbra só tinha estudantes de origem portuguesa. Éramos cerca de 3.500, do Continente, Ilhas e Ultramar. O panorama da frequência do ensino superior representará uma das mais importantes transições sociais ocorrida em Portugal, no último meio século. O Politécnico de Bragança é disso um bom exemplo. Hoje, tem mais de 7.000 alunos, dos quais 1.600 são estrangeiros e de 64 nacionalidades. Anualmente mais de 600 estudantes participam no programa ERASMUS. Já oferece 3 licenciaturas e 5 mestrados integralmente leccionados em inglês. O IPB tornou-se um caso de internacionalização e de inovação académica em Portugal. A cidade de Bragança e o Nordeste Transmontano não podem deixar de tirar vantagem da animação económica e do cosmopolitismo induzidos pelo Politécnico. Devemo-nos orgulhar desta instituição transmontana, até porque na realidade representa um grande potencial de desenvolvimento regional.
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4 VIVADOURO ABRIL 2017
Breves
Deputados da Assembleia da República visitaram a Régiefrutas, em Tarouca
Exposição Permanente Fernão de Magalhães em Sabrosa
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As visitas à exposição, durante os meses de abril, maio e junho, deverão ser feitas de segunda a sexta das 14h00 às 20h00. Durante o fim de semana, sábado e domingo, a visita está sujeita a marcação prévia.
Em Lamego o cartão do cidadão, passaporte e carta poderão ser tratados num único local Projeto arranca em Lamego e Lisboa este mês, sendo que o objetivo é racionalizar os recursos da administração pública. A fotografia e a assinatura servem para os três documentos em simultâneo.
Dezenas de produtores em Moimenta de Beira reunidos em colóquio sobre a maçã Decorreu no passado dia 7 de abril uma conferência sobre a maçã onde se discutiu, entre outras temáticas, sobre a insuficiência decapacidade de “câmaras de frio” e água. O evento foi organizado Federação Nacional das Organizações de Produtores de Frutas e Hortícolas (FNOP), pela Cooperativa Agrícola do Távora e pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte, em parceria com as empresas Agrama, Agriciência, Hidrosph e Syngent.
Município de Alijó recebeu encontro sobre Defesa da Floresta contra Incêndios
Valdemar Pereira, presidente da Câmara Municipal de Tarouca, acompanhou no passado dia 3 de abril os deputados que integram a Comissão de Agricultura da Assembleia da República numa visita à Régiefrutas. O objetivo da visita foi dar a conhecer a dinâmica daquela unidade de receção e transformação da baga do sabugueiro, bem como o impacto que a mesma tem para os agricultores e o seu contributo para a economia da região.
Caminhada “A Vinha e a Linha” em Vila Nova de Foz Côa O ponto de encontro é na Praça do Município - Museu do Côa, no próximo dia 15 de abril. O percurso é de 9 km, de dificuldade média. A atividade tem início às 8h15. As inscrições são gratuitas.
Erasmus+ em Torre de Moncorvo FOTO: DR
No passado dia 31 de Março, oAssociação Florestal do Vale do Douro Norte (Aflodounorte), juntamente com o Município de Alijó, promoveu na Câmara Municipal do concelhoum encontro sobre Defesa da Floresta contra Incêndio.
Penedono marca presença no Porto WelcomeCenter FOTO: DR
No âmbito do programa Erasmus+, 36 jovens provenientes de Portugal, Grécia, Lituânia, Roménia, Bulgária e Estónia usufruíram de uma visita guiada pelo concelho.
III Edição da Gala do Desporto em Moimenta da Beira O evento realizou-se no passado dia 8 de abril no pavilhão municipal da vila. Esta iniciativa, promovida pela Câmara Municipal de Moimenta da Beira, visa homenagear atletas, associações e clubes desportivos do concelho. Com o objetivo de divulgar o seu território, Penedono deslocou-se, no passado dia 7 de abril, ao Porto para dar a conhecer e provar o que de melhor há no concelho.
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Marco Paulo em Sernancelhe
Comemoração do centenário das Aparições de Fátima, em Freixo de Espada à Cinta
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No próximo dia 25 de abril, no Exposalão Multiusos, Sernancelhe acolhe Marco Paulo que se encontra a fazer a tour de 50 anos de carreira. A entrada é gratuita.
No próximo dia 15 de abril, na Igreja Matriz,Freixo de Espada à Cinta realiza um concerto de evocação ao centenário das Aparições de Fátima.
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Simulacro em Carrazeda de Ansiães
II Convenção Fitness em Vila Real
Breves FOTO: DR
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Milhares de pessoas passaram pelo Pavilhão dos Desportos de Vila Real para participar ou assistir à segunda edição deste evento, que decorreu no fim de março.
Decorreu no passado dia 25 de março um simulacro de acidente ferroviário, em Carrazeda de Ansiães, com o objetivo de testar entidades de socorro locais.
Jantar com o fado como acompanhamento na Quinta do Ribeiro, em Moimenta da Beira FOTO: DR
Santa Marta de Penaguião foi palco do Festival de Tunas
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Decorreu em Santa Marta de Penaguião o Festival de Tunas que vai já na quinta edição e reúne tunas vindas de vários pontos do país. Esta iniciativa levou ao concelho o espírito académico, música e animação.
Peso da Régua acolhe Caminhada Solidária pela Esclerose Múltipla FOTO: DR
Foi no passado dia 31 de março que a Quinta do Ribeiro, em Moimenta da Beira, acolheu esta iniciativa que juntou à gastronomia um espetáculo de fado.
Aniversário do Banco Solidário de Torre de Moncorvo O Banco Solidário de Torre de Moncorvo assinalou no passado dia 22 de Março o seu 4º aniversário. A cerimónia contou com a presença da Vereadora da Ação Social, Piedade Meneses, e do Chefe de Gabinete da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, José Meneses.
Vila Nova de Foz Côa assinala o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios FOTO: DR
Realiza-se no próximo dia 30 de abril, pelas 9h00. As inscrições estão abertas até 26 de abril. O custo associado é de 5 euros e inclui um kit de participação. A totalidade do valor reverte para a SPEM.
Mesão Frio inaugurou Loja Social A abertura da Loja Social realizou-se no passado dia 8 de abril, no Mercado Municipal de Mesão Frio.
Carrazeda de Ansiães acolhe Feira do Folar e dos Produtos Regionais
Decorre no próximo dia 18 de abril a iniciativa parte do Parque Arqueológico e do Museu do Côa com o objetivo de dar a conhecer o projeto familiar “Quinta do Monte Xisto”.
Parque Verde de Torre de Moncorvo terá pista medicalizada A ‘pista medicalizada’ é um projeto inovador e 100% português. Está prestes a nascer no Parque Verde de Torre de Moncorvo, que ainda está na primeira fase de construção.
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Romaria a Nossa Senhora da Guia em Tões, em Armamar FOTO: DR
O evento decorre de 13 a 15 de abril.
Apresentação de Livro em Tarouca Decorreu no passado dia 30 de março, a apresentação do livro “Representações artísticas do Cântico dos Cânticos em Portugal”, da autoria de Mons. Arnaldo Pinto Cardoso. A cerimónia teve lugar no Mosteiro de S.João de Tarouca e teve como interventor principal D. António Couto, Bispo de Lamego.
Decorre no próximo dia 17 de Abril, em Armamar, uma romaria a Nossa Senhora da Guia. O evento realiza-se a partir das 9h00.
6 VIVADOURO ABRIL 2017
Destaque VivaDouro
Explosão em fábrica de pirotecnia resultou O dia 4 de abril ficou marcado na memória dos lamecenses com o acidente que resultou na morte de oito pessoas no seguimento de várias explosões em fábrica de pirotecnia, na freguesia de Penajoia. Texto e fotos: Salomé Ferreira
O acidente destruiu uma família. Seis das oito vítimas eram familiares. Um pai, dono da fábrica, a filha, uma sobrinha e três genros perderam a vida numa das explosões mais graves dos últimos anos em fábricas deste género em Portugal. Houve ainda mais duas vítimas que eram trabalhadores das empresas. A mulher e uma das filhas do proprietário, Egas Sequeira, tinham saído do local momentos antes de as explosões acontecerem. Ivo Azevedo e Fábio Azevedo, irmãos e ambos da freguesia de Avões, foram das primeiras pessoas a chegar ao local do acidente depois das explosões. “Encontrámos um cenário devastador, vi pedaços de corpos por todo o lado”, contou ao VivaDouro Fábio Azevedo. “A nossa preocupação era ver se haveria sobreviventes ou até vitimas que pudéssemos socorrer, o que não foi o caso, infelizmente, até porque as condições de segurança não o permitiam”, explicou Ivo Azevedo, Bombeiro Voluntário de Peso da Régua que apesar de não estar em serviço se prestou a ajudar no que estivesse ao seu alcance. “Preocupamo-nos imediatamente com os familiares que também chegaram ao local e a esposa do proprietário tentou dirigir-se para o paiol e tivemos que a impedir”, revelou Ivo Azevedo. Fábio Azevedo conhecia pessoalmente Egas Sequeira, o proprietário da fábrica. “Tinha estado recentemente em casa dele, no âmbito de uma festa que realizamos em Avões. Também estive a falar com ele um dia antes do acidente por causa do fogo-
de-artifício da Páscoa e combinámos encontrar-nos esta semana para vermos pormenores”, contou. “Eram pessoas humildes e afáveis, posso garantir que o proprietário era uma pessoa extremamente cuidadosa”, acrescentou Fábio Azevedo. No dia seguinte ao acidente a população acordou de luto, a tristeza e preocupação era visível nos rostos dos habitantes. “As pessoas estão em estado de choque. É uma tragédia, não nos pertencem mas é como se fossem da nossa família”, confessou ao VivaDouro Leopoldina Pinto, habitante da Penajoia. Na quarta-feira ao início da tarde, no dia que sucedeu ao acidente, a tragédia foi o tema de conversa entre os habitantes de Avões. Manuel Ribeiro, habitante de Avões, conhecia Egas Sequeira. “Era um bom homem, trabalhador e muito responsável”, descreveu ao VivaDouro. “As pessoas estão muito tristes, hoje a aldeia acordou de forma diferente. É uma tragédia”. “É um dia de tristeza para a população”, acrescentou Nelson Nunes, também
> Ana Sofia Batista, sobrinha do proprietário
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> Susana Pereira, filha do proprietário
roquial, mas com a qual a junta de freguesia também está solidária, é que o fogo-de-artifício que seria utilizado nas celebrações da Páscoa será revertido, em donativo, para as famílias que foram prejudicadas, que foram assoladas por esta tragédia”, explicou o presidente da Junta de Freguesia de Penajoia. Recentemente, o Jornal de Notícias avançou que a utilização de um telemóvel muito próximo de dois veículos carregados de material pirotécnico pode ter estado na origem das explosões. Isso associado ao facto de as altas temperaturas e o baixo índice de humidade, verificados naquele dia, terem tornado o material instável. É nesse sentido que vai uma das principais linhas da investigação. Até ao momento apenas um corpo foi entregue à família pelo Instituto de Medicina Legal do Porto. O funeral de Ana Sofia Baptista, uma das oito vítimas da explosão, realizou-se na Igreja de Veiros, em Estarreja, na passada terça-feira. O corpo da jovem de 22 anos, sobrinha do proprietário da fábrica, deu entrada na capela mortuária ao final da tarde segundafeira, tendo o local sido logo fechado a pedido da família da vítima. A demora na en-
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> Egas Sequeira, proprietário da empresa
habitante desta freguesia lamecense. Cerca de uma semana depois do acidente, Macário Cardoso Rebelo, presidente da Junta de Freguesia de Avões afirma que “é visível o sofrimento das famílias e da população”. “Os familiares têm uma dor muito forte só que têm tentado ter forças entre eles para poderem ultrapassar a situação”, afirmou em declarações ao VivaDouro. Romeu Sequeira, presidente da Junta de Freguesia de Penajoia afirma que o acidente foi “um momento trágico de que não há memória não só para a Penajoia, mas também para outras localidades que se solidarizaram com a tristeza que se vivenciou neste local, como é o exemplo da freguesia vizinha de Avões, dada a sua proximidade da fábrica, bem como de todo o concelho de Lamego que durante estes dias esteve de luto”, disse ao VivaDouro. De acordo com o autarca a população tem demonstrado “um grande sentido de solidariedade para com as vítimas do incidente”. “Todo o concelho está inserido nesta causa”, acrescentou Romeu Sequeira. “O que nós vamos fazer este ano, é óbvio que isto é uma situação de âmbito pa-
> Samuel Pinto, genro de Egas Sequeira
VIVADOURO ABRIL 2017
7
u na morte de oito pessoas mento e especial gratidão a Sua Excelência o Senhor Presidente da República, Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa, que com a sua presença, no exercício de uma magistratura de proximidade e afetos, levou às famílias um elevado gesto de solidariedade e carinho”. Também é destacado que o primeiroministro António Costa, desde o anúncio da ocorrência “manifestou de imediato a sua solidariedade pessoal e o incondicional apoio do Governo, através da presença
do secretário de Estado da Administração Interna e das mensagens e disponibilidade manifestadas pelo Ministro da Defesa e outros membros do governo”. O voto de louvor e reconhecimento do Município de Lamego termina com um agradecimento a todas as entidades que “reconhecidamente terem connosco partilhado e dividido o fardo da responsabilidade das decisões tomadas e da gestão dos múltiplos aspetos e vertentes de uma operação tão complexa e penosa”.■
Leopoldina Pinto “As pessoas estão em estado de choque. É uma tragédia”.
trega dos corpos deve-se à necessidade de fazer uma identificação rigorosa de cada vítima.
Autarquia de Lamego aprovou “voto de pesar” pelas vítimas do acidente
Nelson Nunes
A Câmara Municipal de Lamego aprovou em reunião do executivo “um sentido voto de pesar às famílias enlutadas”. O executivo municipal reitera ainda, no seguimento das visitas e acompanhamento pessoal já prestado, “a disponibilização de todos os serviços e meios ao seu alcance para ajudar a mitigar os efeitos devastadores que estas perdas tiveram”. O executivo municipal aprovou ainda um voto de louvor e reconhecimento pela “prontidão, disponibilidade, profissionalismo e competência com que todas as entidades envolvidas reagiram a esta trágica ocorrência”, “comparecendo no local com toda a urgência e com todas as valências adequadas à situação, ali permanecendo o tempo necessária para a localização e resgate das vítimas”. O texto também realça o “reconheci-
O Presidente da República deslocou-se a Lamego, no passado dia 5 de abril, para manifestar solidariedade com os familiares das vítimas da explosão numa fábrica de pirotecnia em Avões. “Eu estou aqui para representar, conjuntamente com o senhor secretário de Estado, o pesar de todos os portugueses junto das famílias em primeiro lugar e depois junto de toda a comunidade. Porque sofrem as famílias em primeira linha, sofrem as comunidades e o país está a acompanhar isso e a sofrer também”, afirmou o Presidente da República. Marcel Rebelo de Sousa mostrou-se impressionado com os acontecimentos e com a atmosfera que encontrou no local do acidente.
lação”.
Depois de visitar o local onde se deu a explosão o Presidente da República sublinhou que as operações no terreno são difíceis tendo em conta o estado em que ficou a fábrica. “Fiquei impressionado com a dimensão de um acontecimento desta natureza, que eu tinha estudado em medicina legal, e com a eficiência, coordenação e resposta rápida de tantas estruturas e instituições “, comentou. Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou ser necessário lidar de uma forma mais eficiente com a atividade pirotécnica, no entanto considerou “não ser este o momento” para fazer esses balanços, uma vez que a prioridade é respeitar o luto das famílias das oito vítimas que perderam a vida neste acidente.
“Era um bom homem, trabalhador e muito responsável”.
> Vítor Costa, funcionário
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> David Miguel Mendes, genro de Egas Sequeira
Manuel Ribeiro
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> Joaquim Pereira, genro de Egas Sequeira
“É um dia de tristeza para a popu-
“É uma desgraça” afirmou Marcelo Rebelo de Sousa ao chegar a Lamego
> Hélder Neto, funcionário
8 VIVADOURO ABRIL 2017
Vila Real
UTAD atribuiu o grau de Doutor Honoris Causa a Miguel Cadilhe Integrada no 31º aniversário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), teve lugar no dia 24 de março a cerimónia de Doutoramento Honoris Causa de Miguel Cadilhe, que encheu por completo a Aula Magna com a presença do corpo doutoral da instituição e numerosos convidados, destacando-se a presença do Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor. FOTO: DR
Tal galardão foi atribuído a Miguel Cadilhe como reconhecimento pelo seu papel maior no engrandecimento do Douro, cabendo-lhe a ideia e dinamização da candidatura do Alto Douro Vinhateiro a Património Mundial. O reitor da UTAD abriu a cerimónia e classificou o momento como “uma data memorável”
para a Universidade. “Esta distinção ao Doutor Miguel Cadilhe testemunha o legítimo orgulho desta academia, por passar a estar ligado para sempre à história desta Universidade”, afirmou Fontainhas Fernandes, que saudou também “todos aqueles que se envolveram no processo de candidatura do Douro a Patrimó-
nio da Humanidade, bem como aos que continuam a honrar o esforço e o saber acumulados dos homens e mulheres do nosso Douro”. O novo Doutor agradeceu a distinção. “Foi uma das maiores honras da minha vida”, afirmou. Aproveitou para historiar o processo do Douro Património Mundial na sua génese,
evocando personalidades que, com ele, tiveram um papel determinante na classificação da UNESCO. Recorreu também a uma citação de Agustina Bessa-Luís, de 1992, que dizia ser o Douro “o lugar cujo privilégio é o sofrimento”, para a contrapor dizendo que “hoje o Douro é um lugar de privilégio, por ser lugar de esperança, de modernidade, de desenvolvimento, de valer a pena regressar e de valer a pena não sair daqui”. O Presidente do Conselho Geral, Silva Peneda, usou igualmente da palavra, louvando o enorme espírito renovador de Miguel Cadilhe, “que é também o espírito que aqui preside aos destinos da UTAD”. A encerrar falou o Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, que realçou ter vindo à UTAD “não apenas para participar neste Doutoramento Honoris Causa,
mas para reconhecer o trabalho único feito pela equipa de António Fontainhas Fernandes e pela UTAD durante os últimos quatro anos, num processo claro de reposicionamento do que deve ser uma instituição de ensino superior no contexto local, nacional e europeu”. Anunciou também a publicação em Diário da República da “rede experimental da Vinha e do Vinho”, num propósito assumido de “pensarmos no local mas também no europeu”, e olhando “cada vez mais para a UTAD a pensar nos nossos desafios estruturantes a nível nacional”. Ainda no âmbito desta cerimónia, a UTAD fez a entrega do prémio de Mérito Científico ao investigador José Morais, do CITAB, e o prémio de Inclusão Social à associação “Bagos D’Ouro”, destacando o seu papel na educação de jovens no Douro.■
Dia Aberto da UTAD: Universidade abriu as portas a 800 alunos do secundário
Oriundos dos distritos de Vila Real, Bragança, Porto, Aveiro, Viseu e Lisboa, 800 alunos do ensino secundário acorreram à Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), no dia 29 de março, para participarem no Dia Aberto 2017, uma oportunidade para conhecerem a instituição por dentro, com o seu eco-campus, os cursos, os laboratórios, a ciência que se faz, as saídas profissionais, o contacto com os seus estudantes e muitos outros motivos de interesse. FOTO: DR
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Esta iniciativa, que cumpriu já a sua 16ª edição, foi planeada e coordenada pelo Gabinete de Comunicação e Imagem (GCI), em colaboração com as escolas, departamentos, direções de cursos, núcleos de estudantes, Setor de Audiovisuais, Serviços de Ação Social e UTAD Solutions Consulting, numa visão prospetiva daquilo que mais pode interessar aos futuros estudantes do ensino superior. Levando em conta que, num futuro próximo, muitos destes jovens entrarão no ensino superior, “a UTAD apresentou
boas razões para que a coloquem como prioridade nas suas opções”. Ao todo, foram organizadas 51 atividades para este Dia Aberto, nas quais, atempadamente, as escolas secundárias se inscreveram conforme os desejos dos seus alunos. Participaram em exposições, filmes, visitas guiadas, experiências, workshops e demonstrações interativas, e puderam assim conhecer, desde os segredos do chocolate, da robótica, da enologia, arboreto, cinematografia, labirintos das células, fósseis e os seus milhões
de anos de história, até aos bastidores de uma TV universitária ou aos segredos do jornalismo desde o acontecimento à notícia, entre muitas outras temáticas. Professores, investigadores e estudantes da UTAD estiveram ao serviço dos visitantes, ao longo de todo o dia, acompanhando-os e desfazendo dúvidas sobre o funcionamento da Universidade e de tudo o que tem para oferecer, desde a oferta educativa e saídas profissionais, a todo o ambiente académico, cultural e social que a rodeia.■
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Vila Real
António Fontainhas Fernandes: “Os estudantes devem ser o epicentro da Universidade “ António Fontainhas Fernandes foi reeleito reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) para um segundo mandato (quadriénio 2017-2021). O atual reitor recolheu 23 votos a favor e José Silva, o outro candidato, teve apenas um voto. O VivaDouro esteve à conversa com Fontainhas Fernandes que nos falou acerca dos objetivos que tem para a academia transmontana nos próximos quatro anos. Texto e Fotos: Salomé Ferreira
país em termos de dívida pública, continuem, nos próximos anos, as restrições no financiamento público do ensino. Contudo, estou convicto que o caminho traçado nos últimos anos e o empenhamento coletivo são bases sólidas para a definição de uma estratégia capaz de preparar uma nova UTAD para o Futuro, que se antecipa de grande imprevisibilidade. Existe uma outra dimensão que considero muito importante, manter a credibilidade e uma atuação pautada por transparência, valores éticos e de partilha de poder.
> António Fontainhas Fernandes, Reitor da UTAD Na sua candidatura assumiu um compromisso para o futuro, fale-nos acerca desse compromisso e do futuro que pretende para a academia nos próximos quatro anos. Do ponto de vista estratégico tracei três objetivos muito claros. Em primeiro, uma aposta no ensino, reforçando a qualidade e diversificando a oferta educativa. O segundo pilar centra-se no reforço da investigação com dimensão global e o terceiro na transferência do conhecimento com impacto no território. Do ponto de vista dos processos, importa apostar na qualidade em tudo o que se faz na Universidade e pensar à escala internacional. Hoje, temos que agir localmente, mas pensando sempre de forma global. Adicionalmente, estas apostas exigem valorizar
as pessoas: o principal ativo da instituição, bem como apostar no campus enquanto marca diferenciadora e de atratividade. Pretende dar seguimento ao que foi feito no anterior mandato? Sim. Dar seguimento ao anterior mandato, significa dar continuidade à trajetória de mudança. Contudo, as mudanças no Futuro têm uma dimensão diferente, pois até ao momento as questões de natureza financeira eram o epicentro da Universidade. Essa já não é uma preocupação neste momento? Neste momento, a Universidade atravessa uma situação de equilíbrio financeiro. Apesar de poder vir a ocorrer algum alívio, é previsível que, dada a situação do
Conseguiu cumprir tudo o que tinha estipulado no último mandato? É difícil de responder a esta questão, pois o contexto de há quatro anos era completamente diferente. Em alguns domínios penso que ultrapassámos claramente o expectável, mas quando se começa a ter bons resultados a ambição aumenta. Daria como exemplo a visibilidade e o posicionamento estratégico da UTAD, quer em termos do consórcio das três Universidades do Norte, quer no espaço nacional e transfronteiriço. No próximo mês de maio a UTAD será palco da cimeira Ibérica de Reitores e, pela primeira vez, Portugal e Espanha vão apresentar uma agenda de ensino superior e de inovação conjunta. Quais são as áreas em que se vai focar nestes próximos quatro anos? O programa assume para o cumprimento da sua missão, três objetivos principais: diversificar e crescer no ensino; focalizar e reforçar a investigação; bem como valorizar o conhecimento com
impacto no território. A visão para a UTAD baseia-se no princípio de que a educação melhora as competências e a preparação para a vida ativa dos cidadãos e, nesta lógica, os estudantes devem ser o epicentro da Universidade. As dinâmicas de globalização reforçam a integração das Universidades em redes, uma agenda que coloca uma elevada exigência no domínio do conhecimento transdisciplinar e em processos de inteligência coletiva e de inovação em cooperação. Contudo, o conhecimento que se produz deve ter um impacto no território; não podemos esquecer que a UTAD está localizada num território do interior, dito desafiante, sendo uma âncora de esperança nesta região. A área da vinha e do vinho vai continuar a ser uma das vossas grandes apostas? A área da vinha e do vinho é uma das apostas da UTAD que tem tido mais visibilidade, mas trata-se de um projeto transdisciplinar, entre muitos outros que serão vitais para a região e o pais.
É um projeto em rede que perspetiva a investigação numa ótica de sistema, em que se assumam as interações entre as várias componentes, caso da enologia, dos mercados e consumidores, dos recursos endógenos e património, do turismo e da gastronomia Está tudo interligado? Sim, cada vez mais as agendas de investigação são multidisciplinares. Quando me refiro ao reforço da investigação, aponto no sentido de participar em programas interdisciplinares e numa lógica de rede. Já tem definida a equipa reitoral que o vai acompanhar neste quadriénio? Na semana passada ficou concluído o processo de eleição de todos os órgãos da Universidade. Os colegas eleitos disponibilizaram-se para ocupar diferentes órgãos e mostram uma forte motivação para dar continuidade a este projeto. Numa fase seguinte, importa ouvir as pessoas no processo de escolha dos presidentes de escola e constituir a equipa reitoral.■
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Vários Concelhos
Filme rodado integralmente na UTAD teve estreia em Madrid “Circunstâncias”, a curta-metragem realizada por José Paulo Santos, rodada no ‘campus’ da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), estreou-se no dia 30 de março na Universidade Complutense de Madrid. Texto: Salomé Ferreira FOTO: DR
“Quem é que nunca ouviu a expressão só nos encontramos nestas circunstâncias depois de um funeral”, começou por dizer ao VivaDouro José Paulo Santos enquanto explicava como surgiu a curta-metragem rodada na íntegra no campus da UTAD. Com a capela e o Jardim Botânico da Universidade como cenários
o realizador retratou cinco funerais que se repetiram conforme as estações do ano. O filme procura desta forma retratar a efemeridade da vida, fazendo uma “crítica social”, ao facto de os funerais serem muitas vezes encarados como momentos de encontro entre os familiares, “ficando a vida em suspenso até ao próximo encontro: o próximo funeral”.
boa ideia e sermos críticos e atentos. Às vezes uma boa história está ao virar da esquina, temos é que estar atentos”, afirmou ao VivaDouro. Depois do sucesso alcançado com a curta-metragem “Além da Sala de Espera”, José Paulo Santos espera que o novo filme continue a ser igualmente “bem aceite”.
O realizador já candidatou “Circunstâncias” a vários festivais e encontra-se neste momento a apresentar o novo projeto em várias instituições de ensino. “Quero divulgar a arte e inspirar as pessoas, mais do que ensinar é importante inspirar, não podem desistir à primeira”, concluiu José Paulo Santos.■ FOTO: DR
> Equipa do fime “Circunstâncias”
O filme teve como atores os alunos do curso de Teatro e Artes Performativas da UTAD, orientados pela docente Rita Azevedo. “Houve uma grande envolvência da Universidade”, explicou ao VivaDouro José Paulo Santos. “A capa do traje do padre é a capa do vice-reitor virada do avesso”, acrescentou o realizador ao exemplificar o papel ativo da academia na realização do filme. A curta-metragem “Circunstâncias” distingue-se ainda pela composição musical que contou com a participação especial da cantora e compositora Rita Redshoes e do percussionista Nuno Aroso. José Paulo Santos revela que a estreia na capital espanhola “correu muito bem” e as reações “foram muito positivas”. “As pessoas pensam que para ter uma boa história é preciso viajar muito mas basta uma
> Rita Azevedo e José Paulo Santos
Mostra de Teatro do Douro chega à IX edição A Mostra de Teatro do Douro, um dos “grandes festivais da região”, tem em 2017 a sua nona edição com seis espetáculos em Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Mesão Frio, Régua e Pinhão. De 22 de abril a 13 de maio a magia do teatro voltar a subir aos palcos do vale encantado. FOTO: DR
A Associação Vale d’Ouro que organiza esta Mostra de Teatro tem vindo a anunciar ao longo desta semana, através das
redes sociais, os espetáculos que compõem o cartaz da edição de 2017 de um festival que concentra algumas das principais
companhias de teatro da região. A edição de 2017 vai arrancar em Sabrosa no dia 22 abril com o Grupo de Teatro Aldeia Ver-
de e a peça “Os Turistas”. No dia 24 de abril, no Pinhão, o CAST apresenta “Isto… só à bomba” com Trampa, Hilária e Obanana. No fim de semana seguinte o festival chega a Santa Marta de Penaguião que no dia 29 recebe “Alice no País das Maravilhas” pelo Grupo de Teatro Fórum Boticas e a Mesão Frio onde “O Soldado Fanfarrão” vai a cena com o Grupo de Teatro do Centro Cultural Lordelense. A Régua recebe, no seu novíssimo auditório municipal, a peça “Um morto muito vivo” pelo Gêtêpêpe a 6 de maio. O festival termina no Pinhão, a 13 de abril com “Bailado Russo” pela mão do Teatro Experimental Flaviense. Todos os espetáculos tem inicio às 21h30. O Presidente da Direção da
Associação Vale d’Ouro, Luís Almeida, destaca “a forte aposta na comédia com textos que vão desde clássicos até trabalhos originais”. Luís Almeida destaca ainda o envolvimento das autarquias: “as câmaras municipais e juntas de freguesia são fundamentais para um sucesso que temos todo o gosto em partilhar com as autarquias”. Na edição de 2017 é ainda reforçado o leque de parceiros do evento: “este evento reúne algumas das melhores companhias que há na região e queremos aproveitá-lo para dar a conhecer também alguns dos bons produtos que temos, é nesta perspetiva que surgem como parceiros a Quinta de La Rosa, a Douro Flavours e a Universidade FM”.■
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Escolas do distrito aderem a Referencial de Educação para a Segurança, Defesa e Paz
Vila Real
Depois dos distritos do Porto, Lisboa e Viseu, foi a vez do distrito de Vila Real aderir ao Referencial de Educação para a Segurança, a Defesa e a Paz. No total o projeto será implementado em 14 municípios do distrito de Vila Real. FOTO: DR
A assinatura dos protocolos teve lugar no passado dia 3 de abril na Escola de São Pedro, em Vila Real. A cerimónia contou com a presença do ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes e da secretária de Estado
da Educação, Alexandra Leitão. “Estes protocolos, que reúnem três estruturas, a Educação, a Defesa Nacional e as autarquias, visam corrigir uma lacuna. No fundo, a circunstância de, na sua formação, crianças e jovens praticamente não
tocarem, em termos de conteúdos de ensino, nas questões da segurança, da defesa e da paz”, afirmou o ministro da Defesa Nacional, Azeredo Lopes, em Vila Real. “Juntámo-nos e criámos um conjunto de conteúdos que foram elaborados, articulando a Defesa Nacional com a Educação, e que poderão agora ser utilizados pelas escolas. O princípio da adesão é voluntário”, salientou Azeredo Lopes. O ministro frisou que o objetivo é estender o projeto a todo o país “o mais depressa possível”. Vila Real foi o quarto distrito a aderir ao programa, depois de Viseu, Lisboa e Porto. Em breve, será a vez de Viana do Castelo e do Algarve. Os 14 municípios do distrito transmontano aderiram ao
protocolo-quadro de implementação do Referencial da Educação para a Segurança, Defesa e Paz que, nas escolas deste território, começarão a ser implementados no ano letivo 2017-2018. Estes protocolos são impulsionados pelos ministérios da Educação e da Defesa Nacional. A secretária de Estado, Alexandra Leitão, explicou que estes referenciais estão incluídos na educação para a cidadania que, no âmbito da flexibilização pedagógica que está a ser implementada, vai ter um espaço próprio e onde estes conteúdos, e outros, serão lecionados. Nos distritos que já subscreveram o protocolo já foram realizadas sete ações de formação, que envolveram 500 professores.
“Isto significa uma excelente mancha que se está a espalhar para que este referencial saia definitivamente do papel e entre nos conteúdos”, disse ainda Azeredo Lopes. Por sua vez, o presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, considerou que se trata de um “protocolo emblemático e com grande significado”. “Julgo que todos os cidadãos gostam de saber como funciona a Defesa Nacional, como funcionam os mecanismos da NATO, como podemos e devemos agir em caso de necessidade face a uma ameaça quer militar quer terrorista, etc. Portanto, transmitir esses valores e esse conhecimento aos nossos jovens é fundamental para os preparar para uma vida totalmente informada”, salientou.■
Regia Douro Empreendedor dispõe de 700 mil euros para potenciar negócios Potencializando os recursos endógenos do Douro e de Trás-os-Montes este projeto, que é liderado pelo Regia Douro Park – Parque de Ciência e Tecnologia de Vila Real, vai dispor de 700 mil euros para criar novos negócios e postos de trabalho, até 2018. FOTO: DR
-lhes ferramentas de gestão, formação e novas competências, auxiliando no desenvolvimento da ideia. Para finalizar, ajuda a realizar o negócio”. Ao projeto pretende-se a cooperação de associações empresariais, com vista a ajudar na identificação dos empreendedores, produtos, fornece-
(Douro Business Center), um polo tecnológico e lotes industriais. A incubadora, segundo o diretor, “está ocupada a 100%” e, em toda a estrutura estão instaladas 52 empresas com uma representatividade de cerca de 150 trabalhadores. Os projetos aqui são variados, desde
as novas tecnologias de informação, o design e promoção, vinhos, agricultura a cosméticos e perfumes. O loteamento, por sua vez, é reservado a empresas ligadas ao setor agroalimentar e muitas apresentam a sua atividade ligada à Região Demarcada do Douro.■ FOTO: DR
Os 700 mil euros que o Regia Douro Empreendedor dispõe, são fruto de uma candidatura ao programa comunitário Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER). Nuno Augusto, diretor do Regia Park, diz que o programa “pretende encontrar os empreendedores, dar-
dores ou potenciais clientes, para encontrar mercados e traçar estratégias. Um dos objetivos já delineados é o de diversificar a oferta de produtos, serviços, modernizar o aparelho produtivo, promover a criação de novas empresas e dar competências às que já existem. Ao longo dos dois anos, serão realizados eventos com o objetivo de promover o próprio empreendedorismo, bem como o da região, como refere Nuno Augusto. Está agendado já para maio um fórum ligado à gastronomia, turismo e vinhos. O Regia Douro Park une a Câmara de Vila Real e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Em foco estão as áreas agroalimentar, enologia, vitivinicultura e contempla uma aceleradora de empresas (incubadora), um centro de negócios
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Especial Douro Património Mundial
Nuno Magalhães: “As pessoas vêm cá e fic e com a diversidade dos vinhos”
Nesta edição o VivaDouro contínua uma série de entrevistas com várias personalidades acerca da evolução do território nos anos que se seguiram à classificação de Património Mundial pela UNESCO. Leia a entrevista a Nuno Magalhães, professor emérito da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) e fique a conhecer a viticultura do Douro pelos olhos do docente ao longo destes quinze anos. Texto e fotos: Salomé Ferreira
Em 2001 o Alto Douro Vinhateiro (ADV) foi considerado como Património Mundial da Humanidade. Cerca de 15 anos depois desta classificação qual é o retrato que faz da região neste momento? Obviamente que este reconhecimento do Douro como Património Mundial pela UNESCO deu um contributo, não só para a visualização da região como também um certo estímulo para estabelecer regras mais consistentes. Mas não se pode dizer que existiu uma relação causa efeito
> Nuno Magalhães, professor emérito da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) a 100 %, uma boa parte da dinâmica que houve não foi exclusiva desta inscrição. Obviamente teve um papel fundamental, muitíssimo importante, e é preciso haver situações destas para que realmente tudo evolua. Mas, de facto, houve esse dina-
mismo e essa consciencialização de que o Douro tinha que ser um Douro diferente, modernizar sem perder os seus recursos e a sua ancestralidade. Existiu uma modernização e uma adaptação que foi necessária, principalmente com a introdução da
mecanização na vinha do Douro. Qual foi o contributo desta inscrição para o setor vitícola? A inscrição foi muito importante mas já havia uma certa dinâmica de transformação. Veio dar novas regras, novos incentivos, incutir um novo respeito, o que era fundamental porque muitas vezes o agricultor, pequeno ou grande, quando não tem consciência consegue destruir a paisagem porque economicamente é mais vantajoso para ele. Mas isto é um bem de todos, neste momento, um bem da humanidade. Considera que o setor está mais moderno neste momento? O setor está muito mais desenvolvido porque houve uma incorporação de massa cinzenta, de técnicos que se empenharam e que estão no campo a desenvolver trabalho em sinergia. Falando também de pequenos e grandes viticultores. Quem é que beneficiou mais com esta inscrição da UNESCO? Acho que foram as grandes empresas ou vinhas, todas as que tiveram de recorrer a novos sistemas de cultura. A viticul-
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cam espantadas com a paisagem se conhecer o Douro. As pessoas vêm cá e ficam espantadas com a paisagem e com a diversidade dos vinhos. Há uma diversidade muito grande A diversidade também existe a nível orográfico, quer dizer, o relevo, as diferenças de altitude, as diferenças de clima. Repare, na Régua chove 900 milímetros, em média, e vamos para Barca d’Alva e chove 400. Há aqui uma diversidade em função da latitude, do afastamento do mar, da influência mediterrânica e da altitude para produzir tipos de vinhos diferentes. Quer dizer, não vamos produzir vinho do Porto aqui em cima. Podemos, mas não é um vinho do Porto tão bom como é produzido nas zonas com quotas baixas. Mas, em compensação podemos produzir vinhos. Os moscatéis estão acima dos 500 metros e os vinhos brancos também são muito melhores aqui nas zonas mais altas do que seriam nas quotas mais baixas. Essa componente é que eu acho interessante, que faz diferença em relação a outras regiões. As outras regiões produzem um produto. Aqui não produzimos o melhor vinho do mundo mas produzimos de tudo. O que é que falta à região do Douro para ser ainda melhor a nível vitícola? tura tradicional é mais estática. Não sei se beneficiaram grande coisa. Talvez apenas agora que há muita procura de uvas de vinhas velhas, isso venha valorizar um pouco as uvas, não tanto como seria desejável, mas é só nesse aspeto. De resto, não vejo que haja assim benefício. Pode haver benefício para o pequeno agricultor, indiretamente, pela imagem que se criou do Douro, do reconhecimento. E, talvez, num futuro breve beneficie também do incremento do que é dado pelo próprio turismo. Há pequenos produtores que já começam a ser produtores e engarrafadores, esses não são os pequeninos, mas de qualquer maneira começam a desenvolver-se paralelamente com eles uma atividade turística que vem dar uma mais-valia indireta, como existe noutras regiões. No futuro a viticultura poderá beneficiar deste reconhecimento da região? Aliando-se ao turismo… Indiretamente. Nunca há uma relação causa efeito completa. Há com certeza porque as pessoas começam a ter mais imagem daqui e quando vêm cá ficam a conhecer os nossos vinhos. Esta inscrição da UNESCO veio dar um contributo para
Quais são as principais dificuldades que devem ser colmatadas neste momento? A nível de técnicas vitícolas está a ser uma situação evolutiva e de adaptação. E aí, penso que estamos a seguir o bom caminho. No entanto a situação económica da região no seu todo não é muito estável. Melhorou muito no aspeto social, na regulamentação do trabalho, embora ainda tenha de melhorar a nível de condições. Se vamos para outras regiões vitícolas mundiais, pelo menos europeias e da América, as condições de vida dos trabalhadores são melhores. Tem que haver um estímulo para que isso se desenvolva. A nível económico é que é complicado por causa da diferença de preços dos produtos. Temos custos de produção altíssimos, produções fatalmente muito baixas. Isto cria uma situação de uma certa angústia, digamos, de instabilidade. Quando se reúnem todas as opiniões e se analisa profundamente a região do Douro vemos que há alguma coisa que ainda é um pouco instável, que é necessário corrigir, mas com os pés assentes na terra para não destruir também a região. O que é necessário preservar é o Douro, no seu todo. Se acabarmos, por exemplo, com medidas que sejam mal aplicadas ou mal pensadas podemos ficar sem uma boa parte do território. E o território é o todo.
Em jeito de balanço foi ou não uma mais-valia para o Douro esta inscrição na UNESCO? Isso é indiscutível que sim. É necessário que as normas que foram definidas, na prática, sejam rigorosamente aplicadas. O que não se verificou na avaliação dos dez anos. Por outro lado, também tem que haver algum bom senso de tolerância porque, às vezes, os esquemas burocráticos são contraproducentes. Quando se vai a aspetos de pormenor e se quer aplicar determinados aspetos, deveria haver alguma flexibilidade. Tem de haver um mínimo de flexibilidade ou melhor, de não burocratização e de maior facilidade em que, por exemplo, a nível de subsídios de incentivos, cheguem rapidamente ao viticultor. A vitivinicultura é uma atividade económica como outra qualquer, nem sempre se tem noção disso. Tem que haver uma mentalização de que é uma atividade económica, isso mais por parte do empresário, e que tem uma dinâmica e uma forma de estar diferente do que é a atividade comercial pura e dura, ou como é a atividade industrial. O que é que espera do Douro nos próximos quinze anos? Espero que continue a ir no bom caminho.■
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Vários Concelhos
Projeto “Aldeias Humanitar” pretende levar mais cuidados de saúde aos cidadãos
Autarcas do Douro Sul estiveram reunidos no dia 20 de março em Sernancelhe para debater o projeto “Aldeias Humanitar” que pretende levar mais e melhores cuidados de saúde e sociais aos cidadãos. Texto e Foto: Salomé Ferreira
> Autarcas reuniram em Sernancelhe O projeto piloto resulta da parceria entre a Rede Social de Saúde e os Municípios de Sernancelhe e Penedono e vai começar a ser
implementado no terreno a 1 de junho. A apresentação à comunidade do “Aldeias Humanitar” está marcada para 19 de maio no En-
contro Regional da Saúde e Social. Depois destes dois municípios também outros concelhos do Douro Sul já mostraram interesse em
aderir ao projeto que tem como referência a prestação de serviços paliativos ao domicílio, mas também cuidados continuados e sociais. Os autarcas do Douro Sul e a Rede Social de Saúde dão assim as mãos para proporcionar uma melhor qualidade de vida aos cidadãos desta região num projeto que conta com o alto patrocínio da Presidência da República. “Tentar dinamizar programas inovadores no sentido de melhorar a qualidade de vida dos cidadãos, dar-lhes mais felicidade, queremos tornar as pessoas mais felizes”, explicou Mário Pinto, assessor para a Saúde na Presidência da República, acerca dos objetivos do projeto. O projeto promove atitudes conjuntas de vários agentes do
território, nomeadamente da área da saúde e social, mas também as autarquias, o Serviço Nacional de Saúde e a Segurança Social. “Aquilo que ambicionamos é que para além dos municípios, que estão a aderir muito bem, que também os Cuidados de Saúde Primários se aproximem deste projeto e deem às pessoas a possibilidade de terem os serviços que necessitam, nomeadamente as equipas de cuidados continuados que através deste projeto rapidamente podiam ser criadas”, afirmou Domingos Nascimento, presidente da Rede Social de Saúde. “Acreditamos que todas estas estruturas vão dar as mãos para conseguir criar um grande projeto no Douro sul”, acrescentou.■
GNR apreende cerca de meio milhão de euros em bebidas alcoólicas No passado dia 29 de março, a Unidade de Ação Fiscal da GNR apreendeu bebidas alcoólicas avaliadas em 497 200 euros,por introdução fraudulenta no consumo em Santa Marta de Penaguião e Peso da Régua. Texto: Sofia Costa FOTO: DR
No âmbito de uma investigação levada a cabo pelo Destacamento de Ação Fiscal do Porto foram realizadas três buscas domiciliárias e três não domiciliárias, duas das quais a estabeleci-
mentos de restauração e bebidas. Segundo o esclarecimento da GNR, em comunicado, foram apreendidos 15 900 litros de vinho de mesa, 210 litros de aguardente e 5 100 litros de vinho do Porto, no valor
de 48 400 euros, dos quais mais de 14 mil euros correspondem ao valor de prestação tributária em dívida. Foram ainda recuperadas 136 garrafas de vinho do Porto, referentes à colheita de 1934 e engar-
rafadas em 1967. Cada garrada foi avaliada em 3 300 euros, o que perfaz um total de 448 800 euros. Segundo a Unidade fiscal, estas garrafas de vinho do Porto terão sido furtadas da Casa do
Douro, situada no Peso da Régua. Não especificando quantas pessoas estão envolvidas neste processo, a GNR afirmou em comunicado que a operação decorreu “já com todos os intervenientes identificados”.■
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Empresas e Negócios
“Nosso Shopping Day”ao rubro com Inês Mocho
Inês Mocho, a maquilhadora sensação que motiva diariamente milhares de fãs no Youtube e Facebook, levou o “Nosso Shopping” ao rubro com dois workshops de ma-
quilhagem. Foram mais de 400 os visitantes que assistiram e participaram nos workshops realizados pela Inês Mochono “NossoShopping Day”, um dia muito especial que le-
vou o glamourà cidade de Vila Real. Focado em oferecer um experiência lifestyle360°, o “NossoShopping Day” idealizou cinco espaços repletos de experiências.
O espaço Fashion Bloggers Café acolheu dois workshops da Youtuber e Maquilhadora Inês Mocho, dedicados a partilhar dicas e técnicas para a maquilhagem perfeita para o
verão e para noite. E ainda, as autoras dos blogs Confessions of a Shopaholic e Teenie Weenie, que deram a conhecer truques e segredos para um look perfeito em todas as ocasiões.
Os espaços Photo Booth Corner, uma área de pura diversão, eYou Cam Make-UP, umaDigital Corner que permite avaliar dezenas de looks de maquilhagem.
No espaço Tattoo Corner os visitantes do shopping experimentaram a arte na pele.
O Gourmet Corner, um espaço dedicado aos prazeres da gastronomia com o Chef e ex-finalista do programa Chef´s Academy, Duarte Peão, e a DJ Isabel Figueira, que animou o “Nosso Shopping Day” com muita música e boa disposição.
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Reportagem VivaDouro
Feira Medieval levou 30 mil pessoas a Torre Torre de Moncorvo recebeu de 31 de março a 2 de abril mais uma edição da Feira Medieval. Dedicada ao tema “D. Dinis: Ferro e Ferrarias no Seu Tempo” o evento levou 30 mil visitantes à vila transmontana. Texto e Fotos: Salomé Ferreira
O concelho voltou a respirar a Época Medieval e vestiu-se a rigor para a realização de mais uma edição do evento que já se apresenta como uma das imagens de marca da autarquia. Durante três dias Torre de Moncorvo viajou no tempo e regressou ao reinado de D. Dinis (1279-1325), figura central desta Feira Medieval. O monarca atribuiu a carta de foral a Torre de Moncorvo, mandando-lhe construir cerca, concedendo-lhe a carta de feira e outros privilégios, incentivando o povoamento e a exploração económica da região. Torre de Moncorvo regressou assim às origens, realizando uma verdadeira viagem pela história do concelho. Nas ruas respirou-se o ambiente vivido no espaço rural do séc. XIII. Dentro das portas da vila medieval os trovadores davam o ritmo à vida quotidiana em plena idade média. Os mendigos, as ciganas, os magos, bobos da
corte, malabaristas e cuspidores de fogo animaram as ruas e transportaram os visitantes até à época medieval. Desde a música, ao teatro, malabarismo, aves de rapina, artistas de fogo, recriação dos artesãos no trabalho e na vida de campo, vários foram os
espetáculos que transformaram a vila de Torre de Moncorvo ao longo dos três dias da feira. O habitual cortejo do Rei e da Corte, os treinos de cavaleiros, a celebração de esponsais, o campo de treino de pequenos guerreiros, o pelourinho e as
cantigas e trovas d´el Rei foram algumas das tradicionais recriações históricas que tiveram lugar no evento. Com o tema “D. Dinis: Ferro e Ferrarias do Seu Tempo”, o negócio do ferro foi o destaque do certame. No largo das ferrarias podia ouvir-se o som das carroças a chiar com as cargas de minério e as bigornas a forjar o ferro. Com movimentos coordenados, os artesãos trabalhavam o ferro em plena vila medieval, interpretando o ciclo deste metal. O calor do fogo utilizado para fundir o ferro aquecia a face dos visitantes que assistiam curiosamente às encenações. Desde o transporte do minério, a britagem, a redução, fundição e o forjamento do mesmo, o ferro foi mais uma vez a “alma da terra”. Para além das recriações históricas várias foram as atividades realizadas na Feira em torno do ferro, nomeadamente os espetáculos “Pelo Ferro Vivo, pelo Ferro Morro” e “A Ferro e Fogo” e uma procissão com oferendas a Santa Bárbara, conhecida como a padroeira dos mineiros. O tradicional mercado medieval também marcou presença nesta edição do certame com a participação de cerca de 70 expositores, entre mercadores, artesãos, místicos e tabernas. Distinguindo-se das demais feiras “existentes no país devido à grande envolvência da população local”, esta edição
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e de Moncorvo
Sara Monteiro, visitante “A feira está a ficar cada vez melhor, a cada ano notam-se melhorias positivas”.
contou com cerca de dois mil figurantes, 85 comerciantes aderentes, nove parceiros e 27 grupos participantes. Nuno Gonçalves, presidente da autarquia, sublinha a importância do mercado espanhol para o certame, “esta feira é uma imagem de marca não só de Moncorvo mas também de toda a região. É essa imagem de marca que queremos alargar a toda a região transfronteiriça, não nos podemos esquecer que estamos numa região muito próxima do reino de Espanha onde este tipo de atividades é encarada de uma forma que há anos atrás não era”, afirmou o edil. Nesse seguimento, a autarquia destaca a participação de cerca de 360 alunos no âmbito do programa “Conociéndonos”, que integrou várias escolas portuguesas mas também de Zamora e Salamanca.
“A Feira Medieval de Torre de Moncorvo cimentou a sua posição, tornando-se num evento de referência a nível regional, nacional, e transfronteiriço, afirmandose cada vez mais no panorama das feiras medievais que se realizam no país, não apenas pela recriação histórica mas pela vivência da história e promoção dos produtos endógenos, gastronómicos e culturais ímpares”, concluiu Nuno Gonçalves.■
A Feira Medieval em Números Visitantes Figurantes Comerciantes Aderentes Expositores Parceiros Grupos Participantes Alunos e Professores
30 000 2 000 85 69 9 27 800
Dina Morais, comerciante “A feira está a atingir cada vez maiores proporções, tem corrido muito bem todos os anos”.
Nuno Gonçalves: “A Feira Medieval cimentou a sua posição”
“ A Feira Medieval de Torre de Moncorvo veio ao encontro das expectativas para as quais o Município e os parceiros têm vindo a trabalhar ao longo do ano”, afirmou Nuno Gonçalves, presidente da Câmara Municipal. O presidente destaca o aumento do número de visitantes, “como em nenhum outro ano, estimando-se a passagem por Torre de Moncorvo de 30 mil visitantes”.
Isabel Fevereiro, comerciante “Esta feira é especial, tudo em si é bom”
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Murça
FAV realiza-se mais uma vez em Murça para promover os produtos endógenos
Murça recebe a 13.ª edição da Feira do Azeite e do Vinho (FAV) de 5 a 8 de maio com o objetivo de promover os produtos endógenos do concelho. FOTO: DR
O Município de Murça celebra no próximo dia 8 de Maio de 2017, 793 anos de autonomia Municipalista (1.º Foral da Vila de Murça estabelecido a 8 de Maio de 1224). O Feriado Municipal, 8 de Maio, tem sido o mote para a realização da feira de atividades económicas, Feira do Azeite e do Vinho (FAV), que se desenvolve em Murça nos inícios de Maio, e que em 2017 decorrerá a 13.ª edição, dias 5, 6 e 7 de Maio. Evento surgido em 2004, dentro do programa da Semana do Município, começou por ser um espaço de exposição de artesanato, etnografia e feira do livro tendo re-
cebido, nos anos seguintes o azeite, o vinho, a doçaria e demais produtos regionais. A Feira foi progredindo ao longo dos anos, deixou a pequena tenda e passou a ocupar um espaço maior, afirmando cada vez mais a vertente comercial. A edição de 2017 continuará a assegurar os eventos desportivos, recreativos, científicos e culturais, desenvolvendo um espaço alargado e polivalente, uma vez que o objetivo da autarquia passa por “atrair os mais diversos públicos, numa verdadeira aposta da promoção dos produtos da terra. Também a gastronomia surge como um eixo
importante da feira, aliando a comercialização de bons produtos ao saber de os bem confecionar”. De acordo com a autarquia a captação de visitantes no certame de Murça tem vindo a aumentar, “resultado da consolidação do certame no calendário regional”. “Esperamos que no seguimento daquilo que aconteceu em anos anteriores venha a ser mais uma excelente realização, seja mais um momento alto para que os produtores do nosso concelho possam mais uma vez apresentar e promover os nossos produtos”, afirmou ao VivaDouro José Maria Costa, presidente da autarquia.■
Abril - mês da prevenção dos maus tratos na infância
O presidente da Câmara de Murça, José Maria Costa, anunciou recentemente, que as obras de requalificação da Escola Eb 2,3 e Secundária de Murça vão começar muito possivelmente antes do arranque do novo ano letivo.
A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens de Murça celebra o Mês da Prevenção dos maus tratos contra as crianças e jovens. FOTO: DR
Reabilitação da Escola Eb 2,3 e Secundária de Murça
FOTO: DR
José Maria Costa adiantou que já decorreram reuniões de trabalho com a equipa técnica de avaliação na Direção Geral dos Estabelecimentos Escolares (DGEST) e o projeto de intervenção estará concluído muito em breve. Para o autarca murcense a aposta na Educação é uma medida constante na ação municipal deste executivo que lidera, um fator de desenvolvimento local. José Maria Costa adiantou que já foi estabelecido o acordo de colaboração entre o Município de Murça com o Ministério a Educação que garantiu um milhão e meio de euros, para a realização das obras de requali-
ficação. Relativamente a este valor em causa, José Maria Costa refere que a Câmara Municipal continua atenta e já exigiu ao Governo um reforço desta dotação de fundos comunitários numa próxima reprogramação para garantir não só a requalificação do estabelecimento de ensino, mas também um apoio concreto na modernização desta escola pública. “Depois do Ensino Profissional, do PréEscolar e Primeiro Ciclo será agora a vez de garantir novas e melhores condições para o Ensino Básico do 2.º e 3.º ciclos e Secundário de Murça”, afirmou a autarquia.■
“Ao longo do seu trabalho a CPCJ verifica que na nossa sociedade ainda existem crianças que não usufruem de forma plena dos seus Direitos, daí ser necessário a realização de um trabalho constante e atento na consciencialização da sociedade para a importância da promoção e proteção dos Direitos da Criança”. A CPCJ associou-se uma vez mais à Comissão Nacional de Proteção de Crianças e Jovens em Risco nesta iniciativa que pretende alertar a comunidade para a importância da prevenção dos maus-tratos na infância, do fortalecimento das famílias no
sentido de uma parentalidade positiva, empenhada e afetiva. A CPCJ sublinha que “o envolvimento comunitário é essencial para o sucesso desta missão, pois as crianças são o espelho dos nossos feitos. Todos somos responsáveis pela sua felicidade e realização, todos contribuímos para a sua consciência dos valores e princípios que sustentam a vida em sociedade”. A CPCJ acredita que “Todos juntos podemos fazer a diferença” e incentiva à participação de todos nesta causa, cujo símbolo é o laço azul.■
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Autarquia de Murça lança iniciativa para marcar os 100 anos da batalha de La Lys A autarquia de Murça lançou no passado sábado, 8 de abril, a iniciativa “100 anos de La Lys| 100 anos do Soldado Milhões” que, até 2018, promove colóquios, exposições, concertos e principalmente pretende envolver as escolas e recuperar a casa do Soldado Milhões. Texto e Fotos: Salomé Ferreira
FOTO: DR
> José Maria Costa, presidente da Câmara Municipal de Murça Os 100 anos da batalha de La Lys onde Aníbal Milhais, mais conhecido como Soldado Milhões, enfrentou as tropas alemãs de forma destemida e se tornou o herói português da I Guerra Mundial, é o mote para a iniciativa lançada pela autarquia de Murça que se estende até 9 de abril de 2018. O Auditório Municipal de Murça foi o local escolhido para o arranque das atividades no ano em que se assinala o centenário da chegada à Flandres dos primeiros
soldados portugueses que participaram na I Guerra Mundial. “O grande objetivo desta ação foi marcar o início do conjunto de atividades que se pretende desenvolver ao longo do próximo ano para marcar os 100 anos da batalha de La Lys e do Soldado Milhões”, explicou José Maria Costa, presidente da autarquia. O edil sublinha que o objetivo “não é só recordar o Milhões mas no contexto da batalha de La Lys trazer para a memória
> Dinis Costa, autor do livro “O concelho de Murça na Grande Guerra”
coletiva todos os outros intervenientes do concelho de Murça que participaram na Grande Guerra”, disse ao VivaDouro. Ao longo deste ano vão ser dinamizadas várias atividades nomeadamente exposições, colóquios e a recuperação da casa do célebre Soldado Milhões, natural de Valongo, em Murça. O imóvel é propriedade da Câmara Municipal de Murça que quer ali criar um “espaço de memória” ao herói português da Grande Guerra. José Maria Costa revela que a recuperação da casa é um “grande objetivo” da autarquia, no entanto é necessário um investimento de “cerca de 200 mil euros” para o realizar. O município está a “estudar linhas de financiamento onde possa enquadrar o projeto”. Eduardo Milhões Pinheiro, neto do soldado Milhões, revela que “a família tem a expectativa que seja possível reabilitar o imóvel para que se possa constituir um local de memória relativamente à história do meu avô mas também de todos os outros que
participaram na Guerra”, afirmou. “Tenho um orgulho desmedido no meu avô, na sua história, no seu exemplo de vida”, confessou Eduardo Milhões Pinheiro ao VivaDouro. A iniciativa “100 anos de La Lys | 100 anos do soldado Milhões” iniciou-se com a realização de três atividades. Neste contexto foi inaugurada e estará patente até ao dia 15 de maio, na Galeria de Exposições do Auditório Municipal de Murça, a exposição “Uma guerra e muitos homens, um concelho e o Milhões”, uma mostra conjunta da Câmara Municipal e do Museu Militar do Porto, que para além da apresentação em painéis de toda a história da participação portuguesa na Grande Guerra, também o soldado Milhões é destacado, estando expostas as suas condecorações, armas e caderneta militar, entre outros. A homenagem de evocação ao Corpo Expedicionário Português, que na madrugada de 9 de abril de 1918 teve de despertar violento na Flandres, esteve a cargo do Coro do Instituto Politécnico de Bragança. A fechar a noite da iniciativa dos “100 anos de La Lys | 100 anos
do soldado Milhões”, realizou-se a apresentação do livro “O concelho de Murça na Grande Guerra”, da autoria do Tenente-coronel Dinis Costa, onde foram desvendadas muitas curiosidades de participação de soldados murcenses na Grande Guerra. “O concelho de Murça tem o soldado mais condecorado da I Guerra Mundial, o que eu quis foi conhecer a fornada toda, saber todos os que participaram do concelho de Murça. Por outro lado, enquanto antropólogo, também queria constituir um documento com valor histórico”, explicou Dinis Costa ao contextualizar os objetivos que estiveram na génese da obra apresentada. “Além de fazer uma recolha de todos os nomes, fui mais além, dei a conhecer por exemplo as habilitações literárias não só dos militares mas também dos seus padrinhos. Para além dos registos da tropa fui também pesquisar os registos paroquiais”, acrescentou o autor. Na opinião de José Maria Costa este livro “é uma forma de imortalizarmos aquelas pessoas que há cem anos participaram nesta Guerra”, revelou ao VivaDouro.■
> Exposição “Uma guerra e muitos homens, um concelho e o Milhões”
20 VIVADOURO ABRIL 2017
Lamego
Autarquia concedeu Medalha de Ouro da Cidade a duas personalidades A Câmara Municipal de Lamego agraciou com a Medalha de Ouro da Cidade o General Artur Pina Monteiro, Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, e o Major-General Rui Davide Guerra Pereira, 2º Comandante do Quartel-General do Corpo de Reação Rápida da NATO, com sede em Valência. A cerimónia realizou-se a 22 de março no Salão Nobre dos Paços do Concelho. FOTO: SF
As duas personalidades foram distinguidas tendo em conta os “notáveis e relevantes serviços prestados à cidade de Lamego, de que resultaram maior renome para a cidade e honra especial para os Lamecenses”.
“Cumprimos hoje, aqui, um dos mais elementares deveres dos homens bons e das instituições humanas: fazer justiça e mostrar gratidão por aqueles que, cruzando-se nos nossos caminhos de vida e trabalho, com os seus atos públicos, as suas
decisões corajosas, a sua dedicação excecional e o seu sincero apreço e amizade, tanto beneficiaram Lamego e as suas gentes”, fundamentou o presidente da autarquia Francisco Lopes na homenagem pública. Por sua vez, o General Artur Pina Monteiro assegurou durante o discurso de agradecimento que pugnará sempre pela manutenção do Centro de Tropas de Operações Especiais (CTOE) na cidade de Lamego. “É justo e é merecido, não só pela qualidade dos militares que aqui são formados, mas também, e fundamentalmente, pela relação que estabelecem com a sociedade. Tudo que se faça para alimentar essas raízes da existência coletiva está a contribuir para o
todo nacional, para o reforço da identidade”, sublinhou o General. Francisco Lopes elogiou também o empenho demonstrado pelos dois homenageados para a continuidade do CTOE em Lamego. “O apoio prestado veio a ser definitivamente consolidado com o plano de infraestruturas aprovado pelo atual Chefe do Estado-Maior do Exército e que está em fase inicial de implementação”, afirmou. Recorde-se que o General Pina Monteiro, enquanto Chefe do Estado-Maior do Exército decidiu realizar, em outubro de 2013, as Comemorações do Dia do Exército na cidade de Lamego. Mais tarde, quando conhecida a decisão de eleger esta cidade para acolher as comemorações do
Dia de Portugal, em 10 de junho de 2015, apoiou, já como Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas, a realização de diversas atividades e a apresentação de capacidades e meios dos três ramos das Forças Armadas. Por outro lado, o Major-General Rui Guerra Pereira, natural de Lamego, foi, como Chefe de Gabinete do General Chefe do Estado-Maior do Exército, o “principal responsável pela organização, preparação e coordenação específica da execução das atividades e eventos referentes às comemorações em Lamego em outubro de 2013” e teve também “um papel fundamental na concessão das atividades, demonstrações e cerimónia militar associadas às comemorações do Dia de Portugal”.■
Auto de fé popular queima o Judas em Lalim
Misericórdia de Lamego aprova contas de 2016 por unanimidade
A passagem bíblica, onde Judas traiu Cristo e o entregou à morte, vai inspirar mais uma edição da tradicional “Queima do Judas” na vila de Lalim que todos os anos junta centenas de pessoas para assistirem à cremação de “figuras” que recordam aquele episódio religioso.
O Relatório de Gestão e Contas da Santa Casa da Misericórdia de Lamego, referente a 2016, foi aprovado por unanimidade em Assembleia Geral, apresentando um défice operacional de 124.594,30 euros, ainda assim inferior ao verificado no ano anterior.
a “Queima do Judas” também constitui uma sátira à abstinência quaresmal, em que a queima simboliza a vingança há tanto esperada. Organizada pela Junta de Freguesia de Lalim, esta representação tem o apoio da Câmara Municipal de Lamego.■
FOTO: DR
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O auto de fé popular, representativo da purificação dos pecados enunciando o bem e o mal das mentalidades, ocorre no próximo Domingo de Páscoa, pelas 16 horas. Este ano, haverá ainda a realização de um concerto de música pela “Banda Arkadia”. Com origem naquela passagem bíblica,
No âmbito de uma análise detalhada a estes resultados, o Provedor António Marques Luís sublinha que a Mesa Administrativa “cumpriu o mandato orça-
mental para que estava mandatada, não excedendo, e ficando mesmo aquém, do défice orçamental aprovado”. Para o futuro, alerta que será necessário “manter um controlo ainda mais apertado da execução orçamental”, através da adoção de “medidas reativas”. Recorde-se que este foi o terceiro e último ano do mandato da anterior Mesa Administrativa, marcado pela procura em “encontrar novos rumos e desenvolver estratégias que venham a conferir sustentabilidade económico-financeiro à instituição”. O Relatório de Gestão e Contas referente a 2016 mereceu o parecer positivo por parte do Conselho Fiscal da Misericórdia.■
VIVADOURO ABRIL 2017 21
Lamego
Lamego e Bouchemaine renovam acordo de geminação Lamego e Bouchemaine reforçaram os laços que unem as duas cidades com a renovação do acordo de geminação que liga os seus destinos desde abril de 2012. FOTO: DR
A assinatura formal da renovação desta “relação especial” foi celebrada em Lamego, a 30 de março, por Francisco Lopes e Veronique Maillet, Presidente da
municipalidade francesa. “Temos cada vez mais pontes em comum. Por detrás desta parceria, existem iniciativas reais e desígnios que nos levam a trabalhar em conjun-
to”, enfatizou o autarca anfitrião. Para o futuro, os autarcas das localidades geminadas “continuam empenhados em promover a relação entre os seus habitantes,
para que enriqueçam mutuamente a sua cultura, e aprofundar o intercâmbio de experiências e conhecimentos em diferentes áreas”. A existência desta geminação foi ainda perpetuada com o descerrar, pelos líderes municipais, de uma placa comemorativa, na Av. D. Egas Moniz. A partir de agora, a juventude, o turismo, a cultura, a educação e o desporto são apontadas como as áreas prioritárias para o desenvolvimento de iniciativas conjuntas. Esta parceria tem sido também dinamizada com contributos oriundos da sociedade civil. Em 2014, nasceu a Associação Geminação Lamego-Bouchemaine (AGLM) que tem a ambição de “estreitar os laços de amizade e a troca de experiências mútuas”, através da organização de diver-
sas iniciativas. Do outro lado, também a direção do Comité de Jumelage Bouchemaine-Lamego já efetuou diversas visitas de trabalho ao Douro. Separados fisicamente por mais de 1300 quilómetros, a aproximação entre os dois municípios é justificada pela existência de vários elementos em comum nos seus territórios: estão situados nas margens de um grande rio (Douro e Loire), inserem-se em regiões inscritas na lista do património mundial da UNESCO, possuem uma cultura e prática social e de comunidade forte e, não menos importante, a cultura do vinho domina a sua paisagem natural. Curiosamente, esta geminação foi o primeiro acordo a este nível formalizado pelas duas autarquias.■
Jogos Desportivos de Lamego vão juntar mais de 1500 atletas
Com o objetivo de potenciar a divulgação e valorização dos monumentos e sítios do concelho de Lamego, através da imagem fotográfica, o Centro Interpretativo da Máscara Ibérica (CIMI) lança pela primeira vez, em parceria com a Câmara Municipal, um concurso de fotografia.
Os Jogos dos Desportivos de Lamego vão regressar ao concelho com a realização da 12.ª edição. A Autarquia prevê a participação de mais de 1500 atletas que vão competir em 14 modalidades.
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Destinada a fotógrafos amadores ou profissionais, esta iniciativa culminará com a realização de uma exposição no CIMI, situado no centro da vila de Lazarim, de todos os trabalhos submetidos a concurso e que será inaugurada a 18 de abril, para comemorar o Dia Internacional dos Monu-
mentos e Sítios. Os trabalhos devem ser entregues até 10 de abril. Sob o lema “O meu olhar dos monumentos e sítios do Concelho de Lamego”, este concurso quer valorizar, através da fotografia,o património arquitetónico, cultural, paisagístico, ambiental e rural existente no concelho de Lamego. Cada concorrente pode apresentar um conjunto de 2 a 5 trabalhos que serão depois serão avaliadas por um júri. Serão atribuídos prémios às três fotografias mais votadas e certificados de participação a todos os participantes. O regulamento do concurso está disponível em www.cm-lamego.pt. Mais informações em CIMI – Centro Interpretativo da Máscara Ibérica, t. 254 090 134 | m. 967 476 220 | cimi@cm-lamego.pt■
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CIMI desafia fotógrafos para novo concurso em Lamego
A cerimónia de encerramento está marcada para 23 de junho, no Parque Isidoro Guedes. Para 2017, as inscrições já se encontram abertas a todos os interessados, sendo uma das grandes novidades a realização, pela primeira vez, de provas de aquatlo e ténis. Organizado pela Câmara Municipal de Lamego, com o apoio de várias associações desportivas e clubes da região, “o maior evento desportivo do concelho quer din-
amizar os lamecenses para que assumam um papel ativo no processo de sensibilização e estimulo à prática desportiva ao longo da vida”. Durante esta edição, os quadros competitivos decorrem entre os meses de março e junho. Recorde-se que, no ano passado, o evento mobilizou a participação de 915 atletas, em representação de 30 coletividades e associações locais.■
22 VIVADOURO ABRIL 2017
Sernancelhe
Sernancelhe organizou a IV edição da Expo Jardim e Animais Pelo quarto ano consecutivo Sernancelhe assinalou a chegada da primavera com o evento Expo Jardim e Animais, no Expo Salão. Entre 31 de março e 2 de abril, esteve patente ao público mais de duas dezenas de expositores locais e regionais que comercializaram produtos ligados à jardinagem, agricultura, animais, utensílios e maquinaria, tecnologia agrícola. FOTO: DR
A IV edição foi uma organização do Município, com os apoios de Aquisern, Expo Salão, Escola Profissional de Sernancelhe e Associação Ponto Solidário. A edição deste ano manteve a vertente pedagógica direcionada para as crianças das escolas, dos vários níveis de ensino, como sucedeu na tarde de 31 de março, com espetáculos e animações alusivas à defesa dos direitos dos animais. Ao longo de todo o fim de semana muitos visitantes apreciaram a exposição de plantas, flores, mobiliário urbano e de jardim, piscinas e acessórios, equipamentos e acessórios para jardinagem, bem como mobiliário urbano e de jardim, iluminação exterior, máquinas agrícolas e de jardinagem, sistemas de rega,
ferramentas e acessórios e ainda informação e conselhos técnicos para quem quis estar atualizado quanto a novos métodos e técnicas agrícolas e de manutenção de jardins. Em simultâneo, a Expo Jardim e Animais ofereceu um espaço dedicado a animais exóticos e de companhia, onde puderam ser apreciadas diversas espécies e as suas caraterísticas singulares. Do programa constaram ainda diversos momentos de cariz informativo e formativo, como os workshops dedicados à temática da agricultura, e um concerto de cariz social, no Auditório Municipal. No último dia destaque para o desfile canino e uma largada de pombos promovida pela Associação Columbófila de Sernancelhe.■
Sernancelhe e Ponta Delgada unidos pelas “Lições dos Jovens Mestres” O Auditório Municipal de Sernancelhe recebeu a quarta edição do evento “As Lições dos Jovens Mestres. FOTO: DR
iniciativas musicais proporcionadas aos mais novos e a todos quanto queiram aperfeiçoar a sua técnica musical. O projeto, apoiado pelo Município de Sernancelhe, Governo dos Açores, Região Autónoma dos Açores, através da Secretaria Regional de Educação, e do Conservatório Regional de Música de Ferreirim, conta com concertos, com o tradicio-
foi a vez de Ponta Delgada, Coimbra e Sernancelhe; em 2015 começou a parceria entre Sernancelhe e Ponta Delgada, que este ano se repete. A fórmula de sucesso do evento reside na novidade, interatividade e qualidade que “As Lições do Jovens Mestres” trazem ao espetro musical, já que, para além do concertos/conversas com o público, os alunos terão a possibilidade de frequentar “youngclasses”, consistindo em aulas públicas com a singular oportunidade de assistirem a
novas abordagens, e até mesmo inesperadas, que criam uma empatia especial com os participantes e ouvintes. Ainda que tratando-se de um projeto com raízes numa vila do interior de Portugal, Sernancelhe, “As Lições dos Jovens Mestres” têm estabelecido importantes parcerias com cidades do nosso país, tornando visível o trabalho que as mesmas desenvolvem ao longo do ano no campo musical, enaltecendo a tradição cultural e musical que as carateriza.■ FOTO: DR
As Lições dos Jovens Mestres são um projeto criado pelo pianista sernancelhense André Roque Cardoso. O intercâmbio entre pontos diferentes do nosso País é a marca mais interessante do evento, que este ano vai para Ponta Delgada, Açores, nos dias 28, 29 e 30 de março, repartindo-se entre as duas localidades a responsabilidade organizativa, os concertos e as
nal aperfeiçoamento das peças que os alunos pretendam trabalhar, e as Youngclasses incluirão a vertente da Improvisação. Estas aulas públicas são ministradas por músicos oriundos do mundo do jazz, da música antiga e da música erudita-moderna. No Auditório Municipal de Sernancelhe, pelas 21 horas do dia 24 de março, subiram ao palco Filipa Meneses, Iván Expósito, Hélder Alves, André Cardoso, Daniel Bernardes, João Barradas e Gonçalo Marques. Já o concerto de Ponta Delgada contará com uma conversa entre o público e os músicos. A experiência tão variada que os convidados trazem do jazz, música antiga, e música erudita-moderna, oferecerá um confronto interessante entre ideias, descobertas e ensinamentos. O Projeto “As Lições dos Jovens Mestres” começou em 2012, tendo decorrido em cidades como a Guarda, Chaves e Sernancelhe; em 2013
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Tabuaço
CIM Douro reuniu em Tabuaço
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O município de Tabuaço recebeu no passado dia 29 de março a reunião mensal da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro. Este organismo, a quem compete articular a ação do governo com os municípios, reúne regularmente e de forma rotativa pelas autarquias que integram esta comunidade. FOTO: DR
A Comunidade Intermunicipal do Douro ( CIM Douro) abrange os municípios de Alijó, Armamar, Carrazeda de Ansiães, Lamego, Mesão Frio, Freixo de Espada à Cinta, Murça, Peso da Régua, Moimenta da Beira, Penedono, S. João da Pesqueira, Sernancelhe, Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Tabuaço, Tarouca, Torre de Moncorvo, Vila Nova de Foz Coa e Vila Real. A reunião foi presidida por Francisco Lopes, presidente da CIM Douro e decorreu no Museu do Imaginário Duriense. O presidente da Câmara Carlos Carvalho, recebeu os seus homólogos a quem deu as boas vindas e durante a reunião foram debatidos vários assuntos, como a alteração ao regulamen-
to interno da CIM, bem como a prestação de contas e revisão aos instrumentos previsionais referente ao ano em curso. Foram ainda discutidos alguns projetos e candidaturas intermunicipais, com destaque para a Modernização Administrativa, Plano Inovador de Combate ao Insucesso Escolar, Eficiência Energética e Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e Emprego. No âmbito do Turismo foi distribuído Material Promocional e apresentado o Repositório de Informação Digital do Douro. A concluir os trabalhos, os membros da CIM Douro, abordaram ainda assuntos sobre a Proteção Civil e a Liga Portuguesas dos Direitos do Animal.■
Proteção Civil distrital reuniu em Tabuaço Decorreu no dia 22 de março, em Tabuaço, uma reunião alargada do Centro de Coordenação Operacional Distrital, onde nos termos das atribuições se fez a monotorização e a avaliação da atividade das diversas entidades integrantes do C.C.O.D. FOTO: DR
A sessão foi aberta por Carlos Carvalho, Presidente da Câmara, dando as boas vindas a todos os intervenientes. O edil salientou que a articulação entre todos os organismos resulte sempre em benefício das populações. Procedeu-se de seguida à apresentação de Miguel Ângelo como comandante da Proteção Civil Distrital, na presença das estruturas concelhias como IPSS, Juntas de Freguesia, Câmara Municipal e Bombeiros Voluntários de Tabuaço. Teresa Costa, da GEOATRIBUTO Lda. apresentou o Plano Municipal de Emergência de Proteção Civil.■
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Peso da Régua
O Douro Rock está de volta com cartaz 100% português GNR, Blind Zero, Linda Martini, Capitão Fausto, YouCan’tWin Charlie Brown, Marta Ren&TheGroovelvets, Piruka e BedLegssão os protagonistas do festival que se realiza nos dias 11 e 12 de agosto, em Peso da Régua. Texto: Sofia Costa FOTO: DR
festival cerca de 20 mil pessoas. O nosso objetivo é encher o recinto e que as pessoas usufruam da música e da paisagem”, remata Miguel Candeias. Recorde-se que a primeira edição do DOURO ROCK, no ano passado, contou com Pedro Abrunhosa & Comité Caviar, RichieCampbell, Mundo Segundo, Sam
Alone, Serushio, Capitão Mocho, Ledderplain e Sons do Douro. O Douro Rock 2017 instala-se junto às piscinas da Régua para que o público possa usufruir de uma experiência plena. Os bilhetes custam 10€ (preço único) e encontram-se à venda emticketline.pt e nos locais habituais.■ FOTO: DR
O Douro Rock surge de um sonho antigo e apresenta-se como uma alternativa aos calendários lotados de festivais em Portugal, convidando o público a conhecer a região ao som dos nomes mais
consagrados damúsica nacional. Miguel Candeias, da organização do Douro Rock, afirma que este festival “promove o que de melhor esta região demarcada tem para oferecer”.
Os géneros musicais abordados nesta segunda edição do Douro Rock são o pop, rock, indie, funk, soul e hip-hop, num cartaz exclusivamente português. “Estimamos que passem pelo
II Concurso Municipal de Ideias de Negócio no Peso da Régua
Peso da Régua acolhe Festival de Escolas de Natação
Realiza-se no próximo dia 14 de maio com o objetivo de reconhecer a importância do empreendedorismo e o crescimento da economia regional e local.
Somando um total de 39 pódios, os jovens mais medalhados foram os reguenses. Foram classificados em primeiro lugar 15 atletas, em segundo lugar 12 atletas e em terceiro lugar 12 atletas.
As candidaturas estão abertas até às 18h00 do dia 14 de Abril de 2017, através do correio eletrónicoclds3g.pesoregua@gmail.com Para mais informações, o regulamento encontra-se disponível em www.cm-pesoregua.pt■
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O Concurso Municipal de Ideias é constituído por duas categorias: estudantes residentes no concelho do Peso da Régua com idade mínima de 15 anos e não estudantes e população reguense em geral, com idade mínima de 18 anos.
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O Festival de Escolas de Natação decorreu no passado dia 1 de abril e contou com a participação de 11 equipas e 227 nadadores, nas piscinas municipais do Peso da Régua. Mais de 400 pessoas assistiram às pro-
vas, ao longo do dia, enchendo as instalações “de forma entusiasta”. Este festival surge numa parceria entre o Município do Peso da Régua e a Associação Regional de Natação do Nordeste.■
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Vários Concelhos
CLDS da Pesqueira realizou ação: “A Voz das Crianças”
Foi aprovada a expansão e requalificação da zona industrial de Mesão Frio
O CLDS 3G de S. João da Pesqueira (PI+PA 3G) levou a cabo em parceria com o Agrupamento de Escolas e a Câmara Municipal, no dia 23 de Março, a ação denominada “A Voz das Crianças”.
O objetivo primordial deste projeto é a instalação de novas empresas, fomentando mais emprego.
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FOTO: DR
As turmas do 4º ano do Centro Escolar de S. João da Pesqueira prepararam, em articulação com as professoras (em contexto de sala de aula), algumas questões para levarem a uma
reunião de Câmara, onde foram ouvidas pelos respetivos membros desse órgão, numa sessão realizada no salão nobre do Edifício dos Paços do Concelho. “Foi uma oportunidade para as crianças interagirem com o Presidente da Câmara Municipal e todos os vereadores, alertando para algumas necessidades e desejos que gostariam de ver concretizados na sua Escola”, realçou o CLDS 3G de S. João da Pesqueira. “Foi uma sessão bastante construtiva e participativa, em que as crianças exerceram plenamente o seu direito a uma cidadania ativa e que certamente contribuiu para que os decisores políticos tenham uma melhor perceção dos pontos de vista das crianças, relativamente às formas de melhorar ainda mais as infraestruturas e atividades escolares”, acrescentaram.■
A zona industrial terá obras de melhoramento, no que respeita a acessibilidade e expansão, potencializando a criação de mais de uma dezena de lotes. O investimento é de 1.402.400 euros, com o apoio do FEDER (Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional) de 1.192.040
euros. Aautarquia terá de assumir 15% do valor total, ou seja, 210.360 euros. A candidatura para esta empreitada, em Mesão Frio, é uma das quinze aprovadas na região norte, no concurso de pré-qualificação a operações de acolhimento empresarial.■
População de Mesão Frio usufruiu de rastreios de saúde gratuitos
Mesão Frio assinala Dia Mundial da Árvore
O projeto “Medicina na Periferia” consiste na realização de rastreios gratuitos à população de todo o concelho, por parte dos alunos universitários de medicina da Universidade do Porto.
No passado 21 de março, as crianças do 1º ciclo do Agrupamento de Escolas Professor António da Natividade comemoraram o dia mundial da árvore.
her e aproveitaram a ocasião para distribuir folhetos informativos às participantes, sensibilizando-as para a adoção de um estilo de vida saudável. O município já integra este projeto há vários anos e tem-se constatado sempre uma forte adesão por parte dos habitantes.■
Esta pareceria entre o agrupamento de escolas e a Câmara Municipal já é recorrente e visa, essencialmente, passar uma mensagem sobre responsabilidade ecológica e ambiental às crianças.■
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Foram várias as patologias rastreadas, nomeadamente, a diabetes, rastreio oncológico, tensão arterial e risco cardiovascular e ainda, avaliação do índice de massa corporal e do perímetro abdominal. Os futuros médicos participaram na caminhada do Dia Internacional da Mul-
As atividades consistiram na plantação de várias árvores no jardim do centro escolar. A autarquia, através do Gabinete Técnico Florestal apostou na sensibilização e consciencialização das crianças para a preservação da floresta.
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26 VIVADOURO ABRIL 2017
Freixo de Espada à Cinta|Torre de Moncorvo
Jardins do Palácio de Belém receberam clone do freixo Duarte d´Armas
O Presidente da Republica, Marcelo Rebelo de Sousa, considerou a plantação do Freixo de Duarte d’ Armas nos jardins do Palácio de Belém como um símbolo de “resistência e resiliência” do país. FOTO: DR
O chefe de Estado recebeu a 21 de março, Dia da Floresta, o primeiro “clone” da árvore simbólica de Freixo de Espada à Cinta, que tem mais de 500 anos de idade e que foi plantado nos jardins
do Palácio de Belém. Para Marcelo Rebelo de Sousa, “trata-se de um momento simbólico para o nosso país. Este ato retrata um momento de resistência e resiliência para o país, tal como
acontece com o freixo e outros freixos”. “É simbólico que o freixo [Freixo de Duarte D’Armas] aqui fique porque é uma homenagem aos portugueses que vivem no interior e aos que estão espalhados pelo mundo”, enfatizou. Depois das palavras, Marcelo Rebelo de Sousa passou aos atos e ajudou um grupo de quatro “alunos de mérito” do segundo ciclo do Agrupamento de Escolas de Freixo de Espada à Cinta a plantar o “clone”. Maria do Céu Quintas, presidente da Câmara de Freixo de Espada à Cinta, salientou que “não é todos os dias que uma árvore descendente das terras de Freixo de Espada à Cinta é plantada nos Jardins do Palácio de Belém”.
Torre de Moncorvo participou na 14.ª edição da Feira de Nanterre De 7 a 9 de Abril a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo esteve presente na 14ª edição da Feira de Produtos Regionais Portugueses e da Ruralidade, na cidade de Nanterre, a 6 Km de Paris. sociação Recreativa e Cultural dos Originários de Portugal e contou com a participação de milhares de visitantes, particularmente da comunidade portuguesa residente na região de Paris.■
grafia de 56 castelos fronteiriços de Portugal, entre 1509 e 1510. O investigador da UTAD Luís Martins disse que foram feitas mais de 900 tentativas nos últimos dois anos para assegurar os primeiros 22 clones do Freixo d’Duarte de Armas, através da utilização de raízes novas que nasceram após o início do processo de recuperação do freixo. “Não foi um processo simples devido à própria idade da árvore. Estimamos que o Freixo de Duarte d’ Armas tenha 540 a 550 anos”, enfatizou o investigador. Do trabalho de investigação foram retirados 22 clones que agora serão plantados em todas as capitais de distrito e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.■
Seminário “ A Geologia na Rota da Vinha e do Vinho na Região do Douro Superior” O Museu do Ferro e da Região de Moncorvo recebeu de 7 a 9 de Abril o seminário “ A Geologia na Rota da Vinha e do Vinho na Região do Douro Superior”.
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O seminário incluiu conferências, debates, exposições, provas de vinho, visitas a espaços museológicos e quintas vinícolas e excursões de campo. Este seminário permitiu aos participantes adquirir saberes relativos às interações entre a geologia, a vinha e o vinho, para além dos conceitos relativos ao Geoturismo e ao Enoturismo. Pretendeu-se também promover e divulgar o património geológico, vinhateiro e paisagístico do Douro Superior, bem como o seu património histórico, arqueológico e cultural. A iniciativa foi organizada pela Associação Portuguesa de Geólogos em colaboração com a Universidade de Trás-osMontes e Alto Douro e a Rede de Museus do Douro e conta com o apoio da Câmara
Municipal de Torre de Moncorvo.■ FOTO: DR
Em exposição e para venda estiveram vários produtos endógenos do concelho como vinho, azeite, amêndoa coberta, mel, enchidos, queijo e frutos secos. A feira é anualmente organizada pela As-
“O trabalho de recuperação do Freixo de Duarte d’Armas começou há cerca de dois anos e hoje, com satisfação, estamos a plantar a primeira ‘cópia’ do nosso freixo nos jardins do Palácio de Belém”, frisou a autarca transmontana. O primeiro clone do freixo de Duarte d’Armas foi plantado entre o tanque de D. Maria e os jardins dos Teixos. Em agosto do ano passado investigadores conseguiram os primeiros clones da árvore de mais de 500 anos e logo nessa altura foi revelado que o exemplar “número um” seria entregue à Presidência da República. O freixo tem o seu nome associado a Duarte d’Armas, que representou cartograficamente, a mando do rei Manuel I, a carto-
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Sabrosa|Armamar
Paços e Pesinho com alargamento da rede de saneamento básico
No âmbito do POSEUR-Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência dos Recursos -Portugal 2020 – Programa Operacional Regional do Norte 2014-2020, a Câmara Municipal de Sabrosa tem vindo a efetuar um plano de intervenções focalizado na beneficiação e ampliação da rede de saneamento básico do concelho. FOTO: DR
Neste sentido, e depois do lançamento da respetiva empreitada para a aldeia de Saudel, também ao abrigo do POSEUR, o executivo vai concluir mais dois sistemas de saneamento de
águas residuais em Paços e Pesinho. Tratam-se de duas obras que irão concluir a rede de saneamento básico destes locais e que irão beneficiar ao todo 32 habitações e
dezenas de pessoas, com reflexos na melhoria da qualidade ambiental, sanidade de vida das populações e a preservação dos recursos hídricos. Depois da obra consignada, os
trabalhos em Paços irão iniciar em breve e terão a duração de dois meses, sendo apoiada pelo POSEUR com 85% do seu valor elegível de 49.825.80 euros. A presente operação refere-se à construção de 858m de rede de drenagem de águas residuais em dois troços. Um, com 636m na estrada da Sabica e outro com 222m na estrada EM 12651 para fecho de rede com ligação ao sistema de drenagem existente. Mais a sul do concelho, no lugar do Pesinho, Freguesia de Covas do Douro, também se irá proceder ao fecho do seu sistema de saneamento de águas residuais, estando a obra já em concurso no valor de 49.967.29 euros e será adjudicada este mês, tendo uma comparticipação co-
munitária do POSEUR em 85%. Serão construídos 735m de rede de drenagem de águas residuais no troço de ligação entre Chanceleiros e Pesinho para fecho de rede com ligação ao sistema de drenagem existente. O empreendimento terá a duração de três meses, o que leva a projetar a sua conclusão para o início deste Verão. Estas obras tem ainda o objetivo de aumentar a acessibilidade ao serviço, e otimizar a capacidade de tratamento instalada. O POSEUR pretende contribuir entre outras finalidades, para a prioridade de crescimento sustentável assente numa utilização mais eficiente de recursos e na promoção de maior resiliência face aos riscos climáticos e às catástrofes.■
Reunião de trabalho da Proteção Civil em Armamar
Compal lançou edição limitada com sabores do Douro
Teve lugar no passado dia 30 de março, na Câmara Municipal de Armamar, uma reunião de trabalho a propósito do Plano Municipal de Defesa contra Incêndios.
A maçã de Armamar e o limão de Resende combinaram-se para transformar a “qualidade excecional” das frutas do Douro numa bebida exclusiva.
Na reunião esteve o Presidente da Câmara Municipal, João Paulo Fonseca, responsável máximo pela Proteção Civil local, também Rui Nogueira, Segundo Comandante Operacional Distrital de Viseu da Proteção Civil, o Major Resende, oficial de ligação da Guarda Nacional Republicana junto da ANPC, João Rodrigues do ICNF, Nuno Fonseca, Comandante dos Bombeiros Voluntários de Armamar, Presidentes de Junta de Freguesia, entre outros.■
FOTO: DR
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O encontro juntou elementos da Proteção Civil Municipal, representantes da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Na reunião foram abordadas questões relativas ao plano municipal, já apresentado pelo gabinete local ao Comando Distrital, e a importância que este tem, juntamente com os dos outros municípios na definição do Plano Distrital de Defesa contra Incêndios.
É dos pomares de dois dos formandos da academia do Centro de Frutologia Compal que chegam as frutas utilizadas para a primeira edição limitada a nascer do projeto. O novo néctar combina maçã de Armamar e limão de Resende, ingredientes provenientes do trabalho desenvolvido por Olívia Calvo e Márcio Pinheiro. Ambas as frutas têm origem na região do Douro e juntas resultam num sumo
“com uma polposidade singular, em que a fruta se sente realmente na boca e em que o limão sobressai ligeiramente, contrastando a sua acidez com a doçura da maçã”, segundo explica a Compal, em comunicado. A primeira edição limitada do Centro de Frutologia Compal, que comemora este ano o quinto aniversário, contou apenas com 300 garrafas e já se encontra esgotado.■
Voluntariado - um novo desafio para a CASES
Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES
Através do Decreto-Lei n.º 39/2017, de 4 de abril, a Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) passou a dispor, entre as suas atribuições, “a prossecução de políticas na área do voluntariado” sucedendo
ao Conselho Nacional para a Promoção do Voluntariado, no conjunto dos seus direitos e obrigações (…)” A CASES assumirá ainda a gestão do Programa de Apoio ao Voluntariado (PAV) que compreende duas medidas, a saber: a Bolsa Especializada de Voluntariado e a Formação e Sensibilização para um Voluntariado de Continuidade. Até ao próximo verão teremos novidades. Trata-se de uma atribuição de novas responsabilidades a uma entidade jovem que, nem por isso deixará de tudo fazer para dar novo alento ao voluntariado, com a plena consciência de que é à sociedade civil que tem vindo a competir, e competirá no futuro, o principal impulso ao desenvolvimento do voluntariado. O voluntário é aquele que, devido à sua atitude perante a comunidade, dedica parte do seu tempo e competências, de forma desinteressada, ao serviço da comunidade. A origem do trabalho voluntário está ligada à formação de uma consciência comunitária, de raiz social, ou religiosa. No seu mais elevado significado, o voluntariado é o mais elevado grau da responsabilidade social.
O voluntariado está intimamente ligado às organizações da economia social que, em Portugal, entroncam numa tradição que vem de longe, na qual as IPSSs, no âmbito das organizações do sector não mercantil da economia social, assumem uma particular relevância. Sabemos, por experiência própria, que é no universo associativo que surgem, e se afirmam, a maior parte dos dirigentes voluntários, a mor das vezes, chamados à ação pela pura vontade de servir a comunidade,além de um conjunto, múltiplo e diversificado, de iniciativas de trabalho voluntário no mundo empresarial lucrativo, o que corresponde ao desenvolvimento do conceito de responsabilidade social. Face a um volume enorme de informação, diversificada pela sua natureza e proveniência, os gestores a quem compete decidir da aplicação de recursos, sejam públicos, privados, cooperativos ou sociais, sempre escassos, mesmo quando parecem à primeira vista abundantes, confrontam-se com a avaliação da relação custo/benefício de cada decisão de investimento, seja qual for a sua natureza. Em cada decisão de quem compete
decidir, seja qual for o nível hierárquico no qual se situe, se entrecruzam uma miríade de fatores que a conformam e condicionam. Neste contexto, hoje, o trabalho voluntário é um dos mais nobres contributos para a luta contra a progressiva corrosão do “capital social”, isto é, daquele conjunto de relações de confiança, de credibilidade, de respeito das regras, indispensáveis em qualquer convivência civil. Para identificar essa ação, ocorre-me uma palavra: educação. A Educação, no sentido mais lato e nobre da palavra, é a área da atividade humana, no meu conceito, que mais se aproxima do imaterial e que melhor pode contribuir para apetrechar o homem na luta contra o pior dos males com o qual, em todas as épocas, se confronta: o conformismo. Neste combate contra o conformismo, o binómio constituído pelo mundo associativo e o voluntariado, sob as mais diversas formas jurídicas e organizacionais, fazendo confluir múltiplas e variadas vontades, é uma alavanca da maior importância que deve ser reconhecida e valorizada por todos os atores que assumem protagonismo no mundo dos poderes públicos, privados e sociais.
A importância do Cooperativismo na Economia Social
Cláudio Heitor Engenheiro CONFAGRI
Justificar com números de âmbito nacional a importância e representatividade do Cooperativismo no geral e do Cooperativismo Agrícola no particular é sempre um desafio complicado. Parte
desta dificuldade deve-se à diversidade inerente às actividades agrícolas,aos mercados onde actuam e às diferentes formas como se posicionaram no mercado global. De acordo com a Conta Satélite da Economia Social (CSES) o sector cooperativo nacional totalizava, em 2013, 2.117 cooperativas, das quais 26,8% tinham como actividade o “Comércio, consumo e serviços”, 16,7% as “Actividades de transformação”, 9,4 a “Agricultura, silvicultura e pescas” e 4,5% as “Actividades financeiras”. Em conjunto geraram cerca de 68% do VAB das Cooperativas e representam umpouco mais de metade do emprego remunerado no sector cooperativo. Se olharmos para o total das entidades da ES verificamos que esse conjunto de actividades representa 1726 entidades e será lícito pensar que uma boa parte serão cooperativas. As cooperativas geraram 11,6% do VAB e são responsáveis por 11,3% do emprego remunerado da ES. Mas como disse anteriormente o
cooperativismo é mais que isso. No referido anexo relativo às sociedades comerciais participadas a 100% por capitais cooperativos podemos encontrar dados que justificam ainda mais a afirmação do papel fundamental das cooperativas no geral e do sector cooperativo agrícolas em particular. Para o total de Cooperativas consideradas no universo da CSES 2013, com informação na Informação Empresarial Simplificada, identificaram-se 188 Cooperativas detentoras de um total de 340 participações no capital social de outras entidades, das quais 42 abrangiam a totalidade (100%) do capital societário das referidas entidades. Apesar das sociedades com actividade de transformação representarem apenas 22% dessas 42, foram responsáveis 96% dos 137,8 milhões de euros de VAB e 46,8 milhões de euros em remunerações representando 81,6% do emprego remunerado por estas sociedades. Ou seja, acreditando que uma boa parte as “Actividades de Transformação” serão agroindústrias, sai reforçada
a importância do cooperativismo agrícola na Economia Social e não só, pois se considerarmos o contributo destas 41 sociedades comerciais, o VAB do sector cooperativo teria sido de 627 milhões de euros em 2013, sendo as cooperativas o segundo grupo de entidades mais relevantes na ES, no que respeita ao VAB. Se esse contributo fosse somado às contas da CSES, o VAB total da ES teria sido de 4.344,3 milhões de euros e o seu peso da Economia Nacional teria sido de 2,9%. Em resumo, a força do movimento cooperativo agrícola está demonstrado não só na sua forte presença junto das comunidades rurais, mas também no seu contributo para as contas do Sector Cooperativo, da Economia Social e do País.
O Douro sabe bem.
VIVADOURO ABRIL 2017 29
Opinião
Uma nova perspetiva para o Douro
António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD
A centralidade atribuída ao conheci-
tação da vinha e do vinho, denominada
nal de Investigação Agrária e Veterinária
decisivo, com um papel incontornável
mento enquanto fator de desenvolvimento
“Rede de Investigação e Experimentação
(INIAV), o Regia-Douro Park, o IVDP e
no desenvolvimento local, fornecendo as
das regiões exige da Universidade de Trás-
da Vinha e do Vinho do Douro”. A rede
o Turismo de Portugal, envolvendo a Es-
bases para negócios emergentes e inova-
-os-Montes e Alto Douro um posiciona-
tem como objetivo facilitar a investigação
cola de Hotelaria e Turismo de Lamego.
dores. A gastronomia associada ao vinho
mento bem claro. As atuais dinâmicas de
numa perspetiva de sistema em que se as-
Indubitavelmente, as experiências tu-
são recursos endógenos essenciais para
globalização reforçam a consolidação de
sumam as interações entre as várias com-
rísticas centradas no vinho e na gastrono-
a diferenciação e valorização do Douro.
relações sólidas de cooperação entre as
ponentes, caso da enologia, dos mercados
mia produzem efeitosnoutrasdimensões
Em síntese, a UTAD continua a afir-
Universidades e o mundo empresarial e a
e consumidores, dos recursos endógenos e
do desenvolvimento da região, casos da
mar claramente o seu papel no desen-
sua integração em redes.Esta agenda colo-
património, do turismo e da gastronomia.
agricultura, da restauração, e das indús-
volvimento do Douro, garantindo uma
ca uma elevada exigência no conhecimen-
A antiguidade e a diversidade no
trias culturais e criativas, contribuindo
maior interação com o tecido económico
to multidisciplinar e em processos de inte-
sector determinam a sua complexidade a
para a promoção da imagem do territó-
e social, em articulação com a estratégia
ligência coletiva e de inovação, valorizando
diversos níveis, exigindo investimento na
rio e a criação de emprego e de riqueza.
de especialização inteligente. Este posi-
a criação de redes institucionais e temáticas.
produção e valorização de conhecimento,
A gastronomia assume-se assim
cionamento exige uma abordagem trans-
Neste contexto foi criada recentemen-
potenciando a criação de redes colabora-
como uma importante fonte de diver-
disciplinar e sistémica dos problemas
te uma rede de cooperação científica e tec-
tivas entre os atores da fileira. Assim, esta
sidade cultural, económica e social, e,
do território, valorizando e potenciando
nológica para a investigação e experimen-
rede integra a UTAD, o Instituto Nacio-
consequentemente, um recurso turístico
os seus recursos materiais e imateriais.
Vinhos da Região Demarcada do Douro: um breve balanço de 2016
Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)
Em 2016, o volume de negó-
tiva na quantidade exportada que registou
Tudo isto resulta de um trabalho
18,4% em 2016, do valor total da co-
cios dos vinhos da Região Demarcada
uma quebra de 1,5%.Em contrapartida,
persistente e continuado de investimento
mercialização desse vinho e o 1º para a
do Douro (RDD) atingiu 536 milhões
o mercado nacional registou um cresci-
que as empresas e o IVDP têm vindo a fa-
DOP Douro com uma quota de 61,3%.
de euros, o que representa um cresci-
mento de 5,3%. Já para o crescimentodo
zer, sobretudo ao longo dos últimos anos.
Em consequência, confirma-
mento de 5% em relação ao ano anterior.
volume de negócios contribuiu o aumen-
Reconhece-se também, eviden-
-se o prestígio internacional dos vi-
É de destacar que pratica-
to de 0,6%das exportações e fundamental-
temente, o mérito do crescimento do tu-
nhos
mente todos os vinhos da RDD com
mente as vendas em Portugal,que regista-
rismo, mas regista-se igualmente o referi-
Douro, bem como a sua crescente
DOP/IGP registaram um aumento
ram um crescimento assinalável de 12%.
do crescente interesse dos consumidores
implantação no mercado nacional.
no valor das suas vendas.Em termos
O bom desempenho do merca-
portugueses, interessados em conhecer
de quantidade as vendas totais atin-
do nacional confirma também a mudan-
melhor o Vinho do Porto e disponíveis
giram 13,4 milhões de caixas o que
ça de atitude das novas gerações que têm
para pagar mais por ele. Ainda no caso do
corresponde a um acréscimo de 3,4%.
vindo a descobrir o Vinho do Porto, a sua
Vinho do Porto, esta nova atitude reflete-
do
qualidade e, sobretudo, a sua diversidade.
-se no aumento do peso das categorias
Porto, no valor de 377 milhões de
Há claramente uma passagem do cálice
especiais e no preço médio praticado.
euros,corresponderam a um aumento
de Vinho do Porto para o copo de Vinho
Portugal tem sido o 2º merca-
de2,5%.Para a ligeira quebra em quanti-
do Porto, numa perspetiva de que o Vi-
do para a DOP Porto com uma quota
dade (-0,5%) contribuiu a evolução nega-
nho do Porto é, efetivamente, um vinho.
que cresceu de quase 15% em 2010 para
As
vendas
deVinho
da
Região
Demarcada
do
Brindemos ao Douro Nos últimos dias tivemos opor-
ousadia inovadora colocada em cada
qualidade com incidência no território.
mínios. Temos presente as adegas,
tunidade de apreciar um conjunto de
intervenção e o conhecimento inova-
Mas outros exemplos de qua-
vários equipamentos sociais como
candidaturas ao Prémio Arquitetura do
dor são, muitas vezes, a chave-mestra
lificação poderíamos referir. Esta-
piscinas, espaços museológicos, cen-
Douro, um concurso lançado pela Co-
de um processo de qualificação amplo.
mos a pensar em várias unidades
tros ocupacionais e espaços cultu-
missão de Coordenação e Desenvolvi-
Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N
Mun-
de Turismo no Espaço Rural cons-
rais que, já hoje, marcam a região.
mento Regional do Norte (CCDR-N),
dial, quantas vezes a arquitetura e
No
Douro
Património
truídas ou remodeladas após a clas-
O Prémio Arquitetura do Douro
em parceria com a Seção Regional do
a construção civil convivem pare-
sificação da UNESCO a coberto
serve-nos de mote para refletir sobre a
Norte da Ordem dos Arquitetos, a Di-
des meias no tempo e no espaço.
do título de Património Mundial.
qualidade de ativos do território classi-
reção Regional de Cultura do Norte e
São vários os exemplos de boas
Na verdade há uma aposta que
ficado. Quanto melhor conheço o que
a Entidade Regional de Turismo Porto
práticas da arquitetura. São eviden-
deriva, em primeira mão, dos proprie-
aí se produz, seja ao nível da viticultu-
e Norte. Sem dar por ela acabamos à
tes. E seremos modestos se dissermos
tários das obras, mas também de ar-
ra, do turismo, da produção de conhe-
conversa sobre a existência de projetos
que haverá apenas meia dúzia de casos
quitetos que assinam as intervenções.
cimento, da inovação gerada em torno
de qualidade tão esquecida na região.
paradigmáticos. O concurso prova o
Eles sabem tirar partido dos atributos
das políticas públicas ou da promo-
Recordamos o assinalável patri-
contrário. A qualidade das 20 inter-
da paisagem vinhateira e buscam o
ção do património natural e cultural,
mónio edificado, que não sendo clas-
venções candidatas só na edição de
enquadramento desse edificado nos
maior regozijo e satisfação tenho em
sificado é automaticamente esquecido,
2016/2017 do Prémio Arquitetura do
socalcos e no rio Douro, atributos na-
reconhecer que sou filho do Douro…
pese embora a sua relevância histórica.
Douro – um concurso que já vai na
turais distintivos da paisagem duriense.
Um sentimento de pertença que jus-
A qualidade advém da criatividade e
sua quinta edição – permite-nos con-
Acresce que a excelência da ar-
tifica o convite expresso que reiterada-
competência dos seus promotores. A
firmar que vai crescendo o nível de
quitetura se estende a outros do-
mente fazemos: brindemos ao Douro…!
30 VIVADOURO ABRIL 2017
Opinião
No Douro Sul: Há cada vez mais trabalho em rede!
Domingos Nascimento
Recentemente dez Instituições de sete concelhos do Douro Sul, juntaram-se para formalizar candidatura ao programa de distribuição alimentar. Estas Instituições, mesmo conscientes de que será um processo exigente, não deixaram de se unir para melhor servir as pessoas mais necessitadas desta região. O programa definia que só poderia haver um centro de distribuição e dez mediadores. A Santa Casa da Misericórdia de Sernancelhe assumiu o centro de distribuição. É um bom exemplo de que há a possibilidade de se trabalhar em rede. As instituições envolvidas empenharam-se e mostraram capacidade organizativa. Há muitas competências técnicas e de gestão nestas Instituições, lideradas por gente que está sempre pronta para colaborar. Há poucos dias, em Sernancelhe vários Autarcas estiveram a falar do futuro da saúde e apoio social de proximidade. Em junho, terá início
um projeto piloto inovador e que se apresenta como uma nova ação de Humanização das nossas aldeias, organizando serviços, envolvendo todas as autarquias e todas as instituições, no propósito de as fazer, de forma estruturada e com suporte em conhecimento científico, amigas do cidadão. Este projeto tem já garantido o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República. Aproxima-se um novo ciclo Autárquico e as expectativas são boas! Neste novo ciclo parece-me que as pessoas manterão, consistentemente, uma postura de apoio a quem tiver projetos em vez discursos vazios e inconsequentes; optarão pela capacidade de trabalho em vez do populismo; afirma-se a tendência de afastamento dos partidos e vinca-se a aproximação às pessoas concretas. No Douro Sul há excelentes Autarcas, de diferentes partidos, que têm dado provas de grande capacidade de
fazer a mudança de paradigmas para a nossa região. Acredito que nas suas agendas políticas terão assuntos transversais e comuns a todo este território. A saúde é um deles, desejando-se uma estratégia conjunta, para questões como o Hospital de Lamego, a ligação ao Hospital de Viseu, e a refundação do Aces Douro Sul - depois de três anos de grande vazio que deixa marcas bem negativas . Esta estratégia conjunta permitirá que cada concelho veja mais facilmente resolvidos os seus problemas específicos. A agricultura é uma outra área que une estes concelhos. Há já muitos bons exemplos de colaboração, mas certamente todos têm a certeza da necessidade de se ir mais longe. As denominações de origem, a marca umbrella Douro Sul, a afirmação de clusters, como o da castanha, da maçã, da baga de sabugueiro, do espumante, do azeite, etc, associando-os a esta região tão peculiar, sem qualquer dúvida, das
mais férteis da Europa. A instalação de empresas de capital externo tem que ser um objetivo sério e constituir-se como um propósito comum. Só o emprego fará reverter a tendência de desertificação. Por isso, resta-nos lutar, incessantemente, para atrairmos investimento empresarial. Mas, todos sabemos, que não será o esforço isolado de um concelho que permitirá a concretização desse objetivo. O Turismo, assente em processos inovadores, que se não fique pelos monumentos como âncoras, só terá viabilidade se feito em escala supraconcelhia. A diversidade deste território, as excelentes infra-estrutura e tudo o que nos faz diferentes, são o suficiente para o sucesso do turismo por estes lados. Falta só a afirmação territorial, sendo isso possível com a união de esforços , assumindo-se o Douro Sul como a marca de sedução. Há muito futuro a despontar!
Existem quatro tipos de conjuntivite alérgica: Conjuntivite Sazonal, geralmente associada à rinite ou asma; Conjuntivite Permanente (surge o ano todo); Ceratoconjuntivite atópica, associada à dermatite atópica e Conjuntivite Papilar Gigante, associada ao uso de lentes de contato. Pode ser diagnosticada através de uma observação completa dos olhos, através de exames complementares com especial atenção na avaliação da conjuntiva e dos tecidos que a rodeiam. Os principais objetivos do tratamento são a diminuição dos sin-
tomas, tais como a comichão, diminuição do número de crises e evitar sequelas visuais decorrentes de alergias crónicas e severas. Para alivio dos sintomas pode aplicar-se um tratamento tópico (gotas oculares e pomada oftálmica) ou sistémico. A utilização de óculos de sol torna-se fundamental, pois para além de ser um acessório que deve ser utilizado todo o ano para proteção dos olhos da radiação solar, é também muito importante para as pessoas quem sofrem de alergias nesta altura do ano, não permitindo com tanta facilidade que o pólen e outras par-
tículas cheguem aos olhos, evitando, portanto, alguns dos sintomas acima mencionados. Aos primeiros sintomas de alergia ocular deve lavar os olhos com soro fisiológico, evitar esfregar, aplicar compressas frias sobre os olhos e consultar um Optometrista mais próximo de si. Para saber mais, visite-nos ou marque uma consulta gratuita de Optometria na MultiOpticas da Régua, Lamego, São João da Pesqueira e de Albergaria. Temos uma equipa especializada à sua espera!
Alergias Oculares
Dr. Patricia Vaz Optometrista
FOTO: DR
Com a chegada da Primavera regressam também, para muitas pessoas, as alergias sazonais, que afetam em grande parte os nossos olhos. As alergias oculares são caraterizadas por reações alérgicas que ocorrem nos olhos, sendo portanto, resposta do sistema imunológico (sistema de defesa do organismo) a uma determinada substância, como pólen, mofo, pêlo dos animais (nomeadamente do gato), dos ácaros da poeira, poluição, cosméticos e produtos de maquilhagem. Olhos vermelhos, inchados, lacrimejantes, com comichão e ardor são alguns dos sintomas de alergias oculares, que nesta altura do ano se encontram em elevado risco, principalmente em pessoas que já apresentam quadros alérgicos como bronquite, asma e rinite, doenças que podem aparecer associadas à chamada conjuntivite alérgica. Este tipo de conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, membrana fina e transparente que reveste a parte branca do olho e a superfície interna das pálpebras. Sendo esta a mais frequente das alergias oculares.
VIVADOURO ABRIL 2017 31
Lazer RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO
Sudoku VivaDouro
Piada de bolso: Depois de notas tão negativas em História, o inspector vai falar com um dos alunos, na presença da professora.
Escola de Hotelaria e turismo do Douro - Lamego
Arroz de Frango à Moda de Braga
Diz o inspector: - Quem incendiou Roma? O miúdo não responde e o inspector torna a pergunta: - Então? Quem incendiou Roma? O miúdo continua a não responder e o inspector torna a perguntar: - Quem incendiou Roma? O rapaz, muito aflito, diz: - Eu não fui...
120g frango (peito) 150g tomate concassê 100g cebola 50g linguiça 30g toucinho 10g alho Sal, pimenta e azeite q.b
Preparação:
O inspector manda-o sair e diz à professora: - Você já viu isto? A dizer que não foi ele? - Sim, mas ele não custuma mentir. Se ele diz que não foi ele, é porque não foi mesmo.
Rechear o peito de frango com linguiça + vaco = Roner 1h / 66º Desidratar e fritar o toucinho; Fazer o caldo de frango; Fazer puré de ervilha com q.b caldo de frango; Fazer o arroz malandro e no fim adicionar puré de ervilha;
O inspector fica atónito com esta resposta e vai falar com o director da escola. Mal conta o sucedido ao director, este diz-lhe: - Bem, mas deixe lá... O rapaz é de boas famílias, e se tiver que pagar os estragos ele paga... - Lelo Libras
Desafio VivaDouro
solução
solução:20
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