Jornal VivaDouro Agosto2017

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Ano 2 - n.º 29 - agosto 2017

Preço 0,01€

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

Contacte-nos em: geral@vivadouro.org - www.vivadouro.org

Municípios da CIM-Douro afetados pelos incêndios > Alijó foi o município mais afetado > SIRESP falhou em toda a linha > Vila Real com o maior número de incendiários detidos

> Págs. 16 a 18 S. João da Pesqueira

Autárquicas 2017

Reportagem VivaDouro

Alijó

Feira Pombalina realiza-se nos dias 2 e 3 de setembro

Conheça os candidatos às câmaras de Peso da Régua e Alijó

Barragem Foz Tua pronta a produzir energia aguarda parecer

Centro de mostra e amostra arranca ainda este ano

> Pág. 9

> Págs. 6 e 7 | 12 e 13

> Pág. 14

> Pág. 27 PUB


2 VIVADOURO AGOSTO 2017

Editorial

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário

Caros leitores,

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) Redação: Carlos Almeida

Breves Páginas 4 e 5

Incêndios devastam região, queimando mato, culturas e bens.

“Valorização da Biomassa Florestal”

Autárquicas Peso da Régua Páginas 6 e 7 S. João da Pesqueira Página 9

Paginação: Rita Lopes

Sernancelhe Páginas 13 a 15

Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes.

Destaque Vivadouro Páginas 16, 17 e 18

Próxima Edição 20 de setembro

NEGATIVO

Sumário:

Departamento comercial: Ana Pinto Tel.: 910 165 994 Sofia Lourenço Tel.: 917 120 684

Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Aumento de 30% da produção de vinho do porto em relação à vindima de 2016.

FOTO: DR

Com o verão deste ano veio uma mortificação já nossa bem conhecida mas que este ano fez lembrar os piores anos. Estou a falar da seca, que neste ano é um dos fortes indutores dos incêndios, mas cujas consequências estão muito para lá daquilo que conseguimos observar diretamente. Numa região em que quase todos os concelhos foram fustigados por incêndios e por enormes dificuldades na gestão e coordenação dos meios de combate, há que realçar que não tem havido grandes danos pessoais na região.

Mas isso não significa que devamos agora estar satisfeitos com o trabalho desenvolvido e que possamos descansar. Aliás, é em tempo de paz que se limpam as armas e este velho ditado deve ser aplicado aos incêndios e à organização e gestão dos meios de combate, pois só com muito boa organização e disciplina será possível no futuro contrariar estes fenómenos e aplicar fortes medidas de vigilância e prevenção que levem a que os incêndios sejam extintos na sua primeira hora, impedindo que se transformem em algo avassalador. Cumprimentos ■

FOTO: DR

POSITIVO

Autárquicas Alijó Páginas 12 e 13

Lamego Página 19 Freixo de Espada à Cinta Páginas 20 Murça Página 21 Vários Concelhos Páginas 8, 10, 11, 14, 22, 24, 25 e 27 Opinião Páginas 28, 29 e 30 Lazer Página 31

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

Tive, entre 2002 e 2005, responsabilidades de gestão na empresa Bioeléctrica, do Grupo EDP, cujo principal objecto era pôr em funcionamento a Central Eléctrica de Mortágua. Esta central, construída no final da década de 90 por vontade política, tinha caracter experimental e o propósito de fazer a valorização energética de resíduos florestais. Entendia-se por resíduos florestais apenas o material sobrante da exploração florestal - ramos de árvores, cascas, topos - ou seja, tudo o que não interessasse à industria da madeira. Assim, foi decidido não admitir como resíduo o material lenhoso mais nobre, para evitar que fossem desviados para as centrais de biomassa a matéria prima

da indústria. Também se recusaram os resíduos de madeira da construção civil ou de carpintarias, para não queimar material que incorporasse tintas ou vernizes. Também se compreendeu que não fazia sentido queimar os matos, dados o seu baixo poder calorífico e os elevados encargos para o roçar, remover e levar até à central. O esforço para rentabilizar o investimento não foi simples. A exploração técnica da Central de Mortágua revelou-se complexa. Enquanto as centrais térmicas clássicas dispõem de combustível de características homogéneas (carvão ou gás natural) que permitem uma combustão uniforme, uma central de biomassa exige uma permanente afinação para adequar a queima a teores de humidade da biomassa variáveis ou à elevada percentagem de resíduos incombustíveis (areia e argila). A central tem uma potência de 9 MW e consumia cerca de 100 mil toneladas de resíduos florestais por ano. Os resíduos eram remunerados a pouco menos de 20 € por tonelada, quando entregues à porta da fábrica, para serem destroçados. Esta remuneração constituía um importante incentivo à remoção dos resíduos da floresta, contribuía para a redução do risco de incêndio e representava um complemento de remuneração interessante para o produtor florestal. A energia produzida anualmente chegou aos 60.000 MWh. Como o MWh era remunerado entre os 72 €

(em 2004) e os 106 € (em 2006), os 4 a 6 milhões de € de valor de venda da energia produzida eram suficientes para equilibrar a exploração da central. No entanto, tal remuneração não permitia a amortização do investimento. Isto só se aceitava por Mortágua ter caracter experimental, tendo trazido alguns bons ensinamentos. Entretanto, novas centrais formam sendo autorizadas um pouco por todo o país e a remuneração do MWh subiu para mais de 120 €, para permitir viabilizar os novos investimentos feitos. Até aqui, nada a objectar. Mas eis que surge uma perversão inaceitável. Se o Estado concessiona potência de ligação e aceita remeter o sobrecusto da tarifa para o défice tarifário não pode deixar de exercer a sua função reguladora sobre quem explora as novas centrais. Há operadores florestais (madeireiros) que, sendo obrigados a remover a biomassa da florestas e a entregá-la na central de biomassa mais próxima, não recebem qualquer remuneração por essa biomassa. O que é que isto significa? Que o benefício fica todo do lado da central e que o operador florestal tende a trespassar o custo da remoção da biomassa para o produtor florestal. Em conclusão, apesar da elevada remuneração da tarifa ter sido feita para estimular uma gestão florestal mais racional, perde-se o desejado contributo das centrais de biomassa para a redução do risco de fogo florestal. ■


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4 VIVADOURO AGOSTO 2017

Breves Câmara lança app para aproximar e divulgar conselho

Feira do Vinho e da Vinha FOTO: DR

A Câmara vila-realense lançou uma aplicação móvel gratuita que tem por objetivo aproximar os cidadãos do município e divulgar o mesmo. Com esta ferramenta os munícipes podem denunciar situações que considerem merecedoras da atenção da autarquia, enquanto os turistas podem ter acesso a informação variada sobre o concelho.

Abertas as candidaturas ao SI2E Estão abertas as candidaturas ao SI2E (Sistema de Incentivos ao Empreendedorismo e ao Emprego), para apoio à criação, modernização e expansão de micro empresas locais com um incentivo a fundo perdido de 40% a 50% do investimento elegível. Até 31 de Novembro. Concelhos abrangidos: Armamar, Lamego, Moimenta da Beira, Penedono, São João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço e Tarouca.

Festa das Vindimas marcada para 17 de Setembro FOTO: DR

Dias 16 e 17 de Setembro realiza-se a Feira do Vinho e da Vinha na aldeia de Provesende, Sabrosa. Das festividades fazem parte concertos, animação de rua, tasquinhas e a tradicional Missa de Bênção do Mosto.

Caminhar a sorrir O Agrupamento de Centros de Saúde Douro I - Marão e Douro Norte, está a levar a cabo a iniciativa “Caminhar a sorrir” de forma a evitar as sucessivas deslocações a Vila Real por parte dos utentes. Desta forma, os municípios de Alijó, Mesão Frio, Murça, Peso da Régua, Santa Marta de Penaguião, Sabrosa e Vila Real, estão a ser apetrechados com equipamentos de fisioterapia para tratar e prevenir futuros problemas junto de uma população envelhecida e com um trabalho bastante físico.

XIV Off Road Bridgestone ACP As paisagens do Douro Vinhateiro são o cenário ideal para mais um passeio todo-o-terreno organizado para os sócios do ACP e do Escape Livre. Com partida de Trancoso, o percurso engloba passagens por Foz Côa, Pesqueira e Régua. Do programa consta ainda um passeio de barco entre a Régua e o Pinhão.

Douro Rock ’18 já tem datas

A Festa das Vindimas que habitualmente se realiza na cidade do Peso da Régua, Capital do Vinho e da Vinha, conta com diversos pontos de interesse, entre eles a sempre bastante concorrida Missa das Vindimas.

Produtos da linha de cosméticos de CR7 desenvolvidos e Vila Real A nova linha de produtos com a marca CR7 chegará em breve ao mercado, alguns destes produtos como o deo stick, o after shave e o shower gel têm o cunho da Cosmetek, uma empresa que presta serviços à indústria cosmética e está sediada no Regia Douro Park.

Sabonete com aroma a seda em estudo FOTO: DR

FOTO: André C. Macedo

Após o encerramento da edição deste ano, por onde passaram nomes como GNR, Blind Zero e Capitão Fausto, entre outros, a organização anunciou já que em 2018 o festival se realiza nos dias 10 e 11 de Agosto.

Uma associação de Freixo de Espada à Cinta, que faz da sua atividade a produção de peças em seda, está a desenvolver um sabonete com aroma a este material. Para já foram produzidos alguns exemplares, para testar a fórmula, não havendo ainda data para o lançamento do produto no mercado.


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Breves Apoios à proteção da floresta foram chumbados

Laboratório de realidade virtual instalado em Vila Real

Produtor de vinho lança primeiro Icewine da região Gilberto Pintado, um produtor vinícola da região do Douro Superior, lançou um lote de pouco mais de 100 garrafas de um Icewine biológico. O segredo deste vinho é a forma como é elaborado, sendo feito a partir de uvas congeladas, um método importado de países como o Canadá ou Estados Unidos. Cada uma destas garrafas tem o valor de 250 euros.

FOTO: DR

FOTO: DR

Os proprietários florestais consideram que o chumbo de todos os projetos da região ao Programa de Desenvolvimento Rural 2020, é uma situação inaceitável e que prejudica o desenvolvimento deste setor. Uma série de entidades ligadas à floresta acrescentam que não compreendem como é que a “gestão do programa de incentivos ao investimento na floresta pode produzir resultados tão absurdos pelo desequilíbrio territorial que manifestam”

Vila Real foi a cidade escolhida para receber o “Massive Virtual Reality Laboratory”, num investimento que ascende aos 700 mil euros, ficando instalado na Escola de Ciência e Tecnologia, Polo I, do campus da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Este laboratório será o “mais avançado da Península Ibérica” segundo informações lançadas pelo Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência (INESC TEC).

Quinta de La Rosa lança cerveja artesanal

Conhecido como o Gin do Douro, o Cobalto-17 recebeu a medalha de bronze no prestigiado concurso “International Wine & Spirit Competition”, sendo destacado pelo método de produção artesanal – destilado em alambique assim como o aroma frutado e sedutor.

A produtora de vinhos do Douro vai lançar em breve uma marca de cerveja artesanal no mercado com duas tipologias. Situada no Pinhão, a propriedade está nas mãos da família Bergqvist há mais de dois séculos. Para Sophia Bergqvist, co-proprietária e gestora da propriedade duriense este lançamento “traduz na ousadia da família Bergqvist”

FOTO: DR

Cobalto-17 recebe prémio em Inglaterra

Comboio histórico parado por burocracia FOTO: DR

Douro mais vulnerável a cheias Segundo um estudo elaborado pela Universidade Técnica de Viena (Áustria), que contou com a colaboração de Rui Perdigão, professor português daquela instituição, o Douro é a região mais vulnerável a cheias devido às alterações climatéricas que trazem mais chuva.

Carros de autarcas e cartazes vandalizados FOTO: DR

O comboio histórico, que servirá para passeios turísticos, mas também para uma melhor mobilidade das populações locais já se encontra na estação de Mirandela, não podendo circular por agora devido a problemas burocráticos. A exploração deste comboio será entregue à empresa Douro Azul não havendo data para o início da operação.

Parque Arqueológico do Vale do Côa será melhorado Os carros de alguns autarcas dos concelhos de Alijó e Murça, bem como alguns cartazes de campanha têm sido vandalizados. Os crimes têm acontecido durante a noite não havendo até ao momento qualquer detenção relacionada com os factos.

O Parque Arqueológico do Vale do Côa (PAVC), celebrou em Agosto o 21º aniversário. Durante as celebrações foram lançadas algumas ideias em desenvolvimento que passam por uma maior valorização do património natural envolvente das gravuras. Com uma área superior a 20 mil hectares, O PAVC é composto por três núcleos de arte rupestre, visitáveis, sendo necessário uma maior dinamização para incrementar o acesso de turistas.


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Autárquicas 2017: Peso da Régua

José Manuel Gonçalves: “A parte económica será uma das pedras basilares da nossa estratégia, mas também vamos dar continuidade à aposta que fizemos na Educação” Vice-presidente durante 12 anos, José Manuel Gonçalves avança para a presidência do município com a motivação do trabalho que tem sido desenvolvido e ao qual pretende dar continuidade. Esteve 12 anos no executivo de Nuno Gonçalves, o que o leva agora a candidatar-se à Câmara Municipal da Régua? Essa é logo a primeira motivação: os doze anos que estive aqui a trabalhar integrado na equipa do Nuno Gonçalves. Foi um trabalho apaixonante, que trouxe desenvolvimento ao nosso concelho. Infelizmente, este ciclo termina com a impossibilidade do Nuno Gonçalves voltar a ser candidato, o que levou o partido [PSD] a pensar numa solução. Por unanimidade, em todos os órgãos partidários, fui considerado o sucessor para dar continuidade a este trabalho. Tenho orgulho no trabalho que realizamos ao longo destes 12 anos e apresento-me com confiança para dar continuidade ao

que fizemos nos próximos quatro anos. No que diz respeito ao programa eleitoral, vão manter o que tem sido feito ao longo destes 12 anos ou vão focar-se noutras medidas? Este é claramente um trabalho de continuidade. Durante este período procuramos criar infraestruturas e atratividade no concelho. É evidente que este caminho vai continuar, mas não vamos fazer o que foi feito no passado. Vamos focar-nos na criação de qualidade de vida para quem reside neste concelho. Queremos apostar na dinâmica económica. Peso da Régua tem um papel importantíssimo e central no Douro, por isso queremos continuar a potencializar o crescimento económico no nosso concelho. Quais serão as suas principais preocupações, caso vença as eleições? Acima do turismo está o vinho e a vinha. Só existe turismo porque há gente que trabalha de sol a sol nestes jardins que aqui estão. Só assim podemos continuar a ser considerados Património da Humanidade e, infelizmente, vejo muita gente a esquecer-se disso. Se criarmos condições para que aqueles que cuidam do vinho e da vinha tenham uma sustentabilidade do negócio, a partir daí podemos falar de turismo. Somos a porta de entrada do Douro, estamos bem servidos de acessos, temos a via ferroviária que está a ser

lançada, mas não queremos que esta via fique por Peso da Régua. Era fundamental que a via ferroviária fosse até Espanha, que pudesse servir para transporte de mercadorias e de passageiros. Já defendemos essa linha em 2007, no plano estratégico do Eixo Atlântico, que é uma associação composta por municípios portugueses e espanhóis. Além disso, vamos continuar a insistir num projeto da APDL para o rio. Era um projeto ambicioso, que englobava mais de 75 milhões. A terceira fase não foi aprovada, mas vamos continuar a insistir na melhoria de condições dessa via para que possa ser navegável por mais gente. Temos aqui uma oportunidade de capacitar cada vez mais a nossa gente e o nosso comércio para esses novos mercados. Para a Câmara da Régua, a Casa do Douro é uma guerra perdida ou pode resolver muitos problemas dos viticultores? A Câmara da Régua esteve desde a primeira hora empenhadíssima no projeto da Casa do Douro e na devolução do estatuto público da Casa do Douro. Lideramos o movimento da CIM Douro nesse sentido, que conseguiu um documento inédito e agregador dos autarcas, que infelizmente não foi tido em conta pelo anterior Governo. Em campanha eleitoral, este Governo disse que iria ter em conta esse documento e era nossa expectativa que esse processo fosse resolvido. Contudo, saímos defraudados deste processo, porque houve uma continuidade do anterior Governo, como tem acontecido ao longo dos anos. Lamento que este Governo tenha falhado uma promessa que fez à região, que foi esse processo. Era fundamental existir uma voz única que representasse toda a lavoura. Temos sentido um ataque claro à Casa do Douro, por parte de vários governos, para que os produtores não tivessem uma organização única que os pudesse defender. Aconteceu no passado e mantém-se. No entanto, prometo que continuaremos a lutar para inverter esse processo. Não consideramos uma guerra perdida. Queremos uma Casa do Douro que seja de direito público, mas com inscrição obrigatória. Esta região tem que assumir esta luta. É fundamental criar equilíbrio entre quem produz e quem comercializa.

O hospital também tem sido uma das maiores preocupações para esta zona. Que linha pretende seguir (melhorar)? Vamos manter a nossa linha de ação. O hospital já passou por muitas fases. No anterior Governo existia uma intenção clara de entregar o equipamento à Santa Casa da Misericórdia. A Câmara Municipal fez parte dessas negociações, mas a entrega pressupunha um envelope financeiro para a sua reabilitação. O que aconteceu foi que o novo Governo teve novas orientações. Tentou persuadir a Santa Casa a ficar com o hospital, mas nunca conseguiu garantir a sua reabilitação, logo a Santa Casa recusou. A Câmara Municipal percebeu que existia uma porta para que o hospital ficasse inserido no SNS e não deixamos que essa porta se fechasse. Disseram-nos que existiam dificuldades em garantir apoio financeiro para reabilitar o hospital, chegaram a pedir-nos comparticipação e dissemos que estávamos disponíveis. Tínhamos um pacote orçamental para reabilitação urbana e conseguimos enquadrar o hospital nessa reabilitação. O hospital tem um financiamento na ordem de um milhão e 700 mil euros no FEDER, o que significa que diretamente, com comparticipação nacional, estamos a falar numa obra que custará dois milhões de euros. Estamos à espera que o Centro Hospitalar de Vila Real e a ARS concluam o projeto. Assim que nos deem resposta a uma minuta de parceria, a intenção inicial é que o Município assuma a candidatura de comparticipação nacional. Queremos reabilitar o hospital para que depois possa ser integrado no SNS. Em caso de vitória, o que podem esperar os reguenses nos próximos quatro anos? Podem contar com o que tiveram nos últimos 12 anos: uma equipa dinâmica, motivada e empenhada em trabalhar em prol da melhoria da qualidade de vida. A parte económica será uma das pedras basilares da nossa estratégia, mas também vamos dar continuidade à aposta que fizemos na Educação. Qualquer concelho só tem futuro se apostar na Educação. Todos os alunos do nosso concelho, independentemente da sua zona geográfica, têm as mesmas oportunidades. ■


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Autárquicas 2017: Peso da Régua

Agostinho Santa: “A disponibilização para o exercício do poder/servir autárquico é uma das mais nobres formas de garantir esse envolvimento” Há 12 anos fora do executivo, o PS de Peso da Régua pretende conquistar a câmara nestas eleições. Agostinho Santa tem nos jovens o foco da sua candidatura e acredita que o seu projeto é o mais favorável para assegurar os destinos do concelho. O que o leva a candidatar-se à CM Peso da Régua? Antes de mais, acredito que as pessoas se devem envolver na vida das comunidades que sentem como suas. A disponibilização para o exercício do poder/servir autárquico é uma das mais nobres formas de garantir esse envolvimento. Acresce que tenho a convicção de que o percurso de vida que fiz, sobretudo em quase quatro décadas de serviço público de relevo, tanto a nível profissional como social e político, e o perfil que fui preenchendo me permitiram adquirir capacidades e competências necessárias e adequadas ao tipo de projecto autárquico a que me candidato. Entendo, além disso, que sou capaz de pensar e desenvolver um projecto consisten-

te, arejado, arrojado, moderno e ambicioso para o concelho do Peso da Régua, que necessita de se repensar como território e como comunidade e recentrar-se na sua capitalidade no Douro. Tenho os jovens como preocupação, ponto de focagem e prioridade de acção, o que também me entusiasma a aceitar este desafio. Por fim, firmei a tendencial certeza de que tinha condições de juntar à minha volta um conjunto de reguenses com vontade e capacidade de fazer a diferença para melhor, entregando-se a uma missão de serviço local que os entusiasme e os convoque a uma prestação de excelência. Isso já consegui: a candidatura Agostinho Santa às eleições autárquicas no Peso da Régua é uma equipa fantástica! Porque temos paixão, visão e ambição, garantimos pressupostos de mudança num concelho que dela necessita para evoluir em modernidade. Estamos cá para isso: queremos vencer para fazer Apaixonadamente. Quais são as principais ideias do programa eleitoral com que se apresenta a estas eleições? Não sendo possível nem conveniente, nos termos desta entrevista, elencar todas as medidas programáticas que integram o nosso Manifesto Eleitoral, definimos para estas eleições seis eixos principais, que passamos a elencar: Eixo 0 – Ética Política, Boa Governação e Cidadania: proximidade com os cidadãos, submissão a princípios e valores, garantindo o envolvimento e a participação das pessoas. De entre quase uma vintena de medidas, permito-me destacar a criação de um “Conselho Consultivo Estratégico Municipal”, que

agregue, em continuidade e em coadjuvância ao Executivo da Câmara Municipal, os candidatos a vereadores não eleitos, para aproveitamento das suas potencialidades de base, e especialistas reconhecidos em áreas estratégicas para o desenvolvimento do concelho. Eixo 1 – Coesão Territorial: promover uma visão integrada do concelho de Peso da Régua, valorizando os espaços rurais e dando continuidade a todo o território. De cerca de dezena e meia de medidas concretas, anunciamos o mapeamento exaustivo do concelho, para sinalização de todos os lugares de interesse de fruição e de visitação, para, com base nele, se traçarem roteiros, percursos ou caminhos que levem, com condições, gente a todos os lugares do território e que lá deixem riqueza. Eixo 2 – Reafirmar a Marca “Régua – Capital do Douro”: voltar o concelho para o futuro, com orgulho na sua história, cultura e tradições e recolocá-lo no centro dos desafios e da liderança da Região. De entre imensas medidas, retiro a que se refere à realização da “Feira Internacional do Douro”, dedicada à fileira da vinha e do vinho e de tudo o que a envolve e potencia. Eixo 3 – Novos Horizontes: uma cidade e um concelho com novas polaridades, centralidades e condições de mobilidade, promovendo a regeneração urbana e ambiental. De tantas acções previstas, realço duas: 1ª - o programa de recuperação e revitalização do “Peso”, para transformar essa parte alta da cidade num novo polo turístico e de fruição por todos os reguenses; 2ª – o estudo e projecto de abertura de uma circular externa à cidade a partir da zona de saída da A24. Eixo 4 – Peso da Régua a Crescer: revitalizar o tecido social e económico, com dinâmica empresarial e lançamento de novos negócios, aposta no turismo e no comércio, criação de emprego e fixação de jovens. Medidas a destacar: 1ª - requalificação e valorização do Mercado Municipal; 2ª - construção de uma praia fluvial e parque de campismo, a partir da zona da foz do Corgo. Eixo 5 – Acção Social, Saúde, Associativismo: um concelho solidário e dinâmico que presta ajuda e apoio a quem mais precisa, incentiva o associativismo e promove o desporto. A Casa do Douro é uma questão que recorrentemente vem à discussão pública e política. Para a sua candidatura esta é uma questão resolvida ou existe alguma proposta para modificar o seu atual funcionamento? Extinta que foi, pelo anterior Governo PSD/CDS, a Casa do Douro, neste momento, a Comissão Administrativa do

Património da Casa do Douro, a que presido, desenvolve as acções necessárias a cumprir um programa extraordinário de regularização de dívidas, tendo já começado pelo pagamento integral das dívidas aos trabalhadores. O essencial que há a garantir é que os viticultores da região demarcada do Douro, desde logo os pequenos e médios, possam ter representação em tudo quanto se refira à região e à actividade da vinha e do vinho, designadamente no Conselho Interprofissional, em condições de equilíbrio, e que essa representatividade tenha origem e metodologia absolutamente democráticas. Além disso, depois de resolvidas as dívidas, na certeza de que o património sobrante será de monta, é forçoso que se encontre o caminho seguro de regresso a uma associação que congregue os viticultores, que defenda os interesses da lavoura duriense, que possa falar a uma só voz e que interprete as suas necessidades e anseios, assente em competências e poderes de natureza pública, já que, na verificação da continuação do desequilíbrio interprofissional, o Estado não pode deixar de criar mecanismos de reequilíbrio e de benefício do sector notoriamente mais frágil. É por esta e para esta solução estrutural que lutaremos, contribuindo com ideias, reivindicando, exigindo, interpretando a vontade de toda uma região e seus artífices, que fazem da paisagem do Douro Vinhateiro um “milagre” e uma conquista diária da humanidade. Apelo pessoalmente a que esta situação não entre dentro de querelas meramente partidárias, mas que possa continuar a manter o consenso que a região e seus protagonistas sociais e políticos têm sabido preservar. Proponho um pacto, um compromisso de honra, neste sentido, a todas as candidaturas às eleições autárquicas no concelho do Peso da Régua. Para finalizar, quais são as suas expectativas para o próximo dia 1 de Outubro? Resposta muito breve e clara: o projecto autárquico que lidero para o concelho de Peso da Régua é, já e em si mesmo, um projecto vencedor, pela motivação que a ele preside, pela paixão que motiva, pela visão em que assenta, pela ambição que lhe é natural, pela equipa que se reuniu para lhe dar alma e corpo. No próximo dia 1 de Outubro, celebraremos Peso da Régua como um concelho com certezas de futuro, governado com ética, com coesão, com competência e pujança empreendedora, com solidariedade, com arrojo, com modernidade, com uma visão jovem. Vamos vencer para fazer Apaixonadamente. ■


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Vários Concelhos

Douro antecipa vindimas devido ao tempo quente e seco O tempo quente e seco que se tem feito sentir este ano, levou a uma antecipação das vindimas no Douro em cerca de duas semanas. Texto: Carlos Almeida

A mesma ideia é confirmada por Celeste Marques, enóloga e diretora da Adega Cooperativa de Sabrosa, “esta situação verifica-se mais nas vinhas do Douro Superior e Cima Corgo, nas vinhas do Baixo Corgo a situação é diferente, o desenvolvimento está dentro do tempo habitual”. “A falta de água é preocupante até porque a concentração de açúcares que se

últimos anos, tem levado as videiras a uma situação de “stress hídrico extremo” que, não sendo preocupante, “obriga a uma maior atenção durante o processo de fermentação” para manter os níveis de qualidade dos vinhos do Douro, refere Carlos Almeida, enólogo e proprietário de uma quinta em Tabuaço.

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Aumento de produção Apesar da seca, este ano está previsto um aumento de produção que se situará entre os 26 e os 36% relativamente à campanha de 2016, produzindo entre 266 e 288 mil pipas, segundo dados da Associação de Desenvolvimento da Viticultura Duriense (ADVID). “Foi um ano bom em termos fitossanitários, as vinhas não sofreram com doenças e isso é uma boa notícia”, afirma

Carlos Almeida que aponta ainda para um “ligeiro aumento na produção”. “Os temporais do ano passado, com muitos produtores a verem a sua produção ser destruída pelo granizo, levaram a uma forte quebra na produção”, diz Celeste Marques que completa dizendo que “este ano é esperada uma melhoria desses números, apesar da falta de água”. ■

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>Verificação do açúcar das uvas FOTO: CA

Setembro é, por norma, o mês das vindimas no Douro, no entanto, este ano a safra foi antecipada em cerca de duas semanas devido às altas temperaturas e à escassez de chuva que se faz sentir. Na zona de Alijó “não chove há cerca de 4 meses” adianta António Garcias, produtor da região que confirma ter antecipado a vindima “quase três semanas, comparativamente ao ano passado”.

verifica dá-se pela desidratação da uva, diminuindo assim a quantidade de mosto que se irá obter” afirma a enóloga que completa, “temos visto um desenvolvimento muito irregular, no mesmo cacho podemos encontrar bagos completamente desenvolvidos e outros ainda completamente verdes”. O decréscimo de 50% na precipitação, relativamente aos valores médios dos

>Exemplo de um cacho com maturação irregular FOTO: CA

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S. João da Pesqueira

Vindouro: Festa Pombalina realiza-se no primeiro fim de semana de setembro

Aproxima-se a data de mais uma Festa Pombalina. Quais são as expectativas para a edição deste ano da Vindouro? A Vindouro – Festa Pombalina, que este ano celebra a sua 15.º Edição, tem como objetivo promover os vinhos do concelho e da região, sendo, também, uma alavanca para o desenvolvimento de outros setores, tais como: o turismo, a gastronomia e o setor oleícola. Além disso, é um evento que promove fortemente a cultura do concelho, em especial, toda a cultura associada à vinha e ao vinho, consagrando toda a influência do grande impulsionador da Região Demarcada do Douro, o Marquês de Pombal. As expectativas para esta edição são de novo elevadas. O evento irá decorrer pelo 3.º ano consecutivo no Museu do Vinho, onde estarão presentes mais de duas dezenas de produtores/engarrafadores do concelho e da região a expor os seus

produtos. Irão realizar-se as típicas conversas sobre o vinho, um Show Cooking levado a cabo pelo Chef Estrela Michelin Vítor Matos e a tradicional lagarada para quem quiser participar nesta fantástica experiência. O cartaz musical apresenta nomes consagrados a nível nacional, como são o caso de António Zambujo e Os Azeitonas. Não menos importante, será de considerar toda a animação de rua ao estilo Pombalino e as barraquinhas dispostas na Praça da República e ruas adjacentes, nas quais os visitantes poderão encontrar muitos produtos típicos, artesanato e outros artigos. No último dia do evento, irá realizar-se o já clássico desfile pombalino e o leilão de vinhos generosos, sendo este último uma oportunidade única para adquirir vinhos generosos de elevada qualidade e raridade. Como tem sido hábito nas edições anteriores, contamos com o apoio da Essência do Vinho na Organização da Vindouro, que agora também detém a Revista de Vinhos. Estes são alguns dos pontos de interesse desta edição da Vindouro, que nos levam a prever que a mesma irá corresponder aos nossos objetivos, dos seus participantes e de todos quantos nos visitarem. Ano após ano são milhares os turistas que se deslocam a São João da Pesqueira para participar no evento. Considera a Vindouro um fator de desenvolvimento do turismo no conselho? Sem dúvida que sim. Sendo a Vindouro um evento que atrai inúmeros visitantes todos os anos, como referi anteriormente, é uma importante alavanca para o Turismo.

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Marquês de Pombal é, uma vez mais, recordado e homenageado por terras de São João da Pesqueira, durante a 15ª edição da VINDOURO. O certame dura três dias celebra-se a figura que criou a Região Demarcada, num programa que inclui uma mostra de produtos, provas de vinhos, uma lagarada tradicional, muita festa e animação, tendo como ponto alto o Jantar Pombalino.

Esses visitantes fazem as suas refeições no concelho de S. João da Pesqueira, visitam os nossos miradouros, os museus, as adegas e as maravilhosas paisagens características da nossa região. Além disso, as taxas de ocupação de uma grande parte dos alojamentos existentes no concelho é de praticamente 100%. Por outro lado, um dos fatores mais importantes é o de permitir aos visitantes um contacto muito próximo com as nossas gentes, que têm como uma das principais características o saber receber quem nos visita. Por estas razões, uma boa parte das pessoas que participam na Vindouro, regressam sempre mais tarde para poder conhecer mais aprofundadamente o nosso concelho.

FOTO Arquivo Vivadouro

O jantar pombalino e o desfile são habitualmente os pontos altos do evento, acredita que o interesse se manterá este ano? O jantar pombalino e o desfile são dois dos pontos altos que a Vindouro consagra no seu cartaz, uma vez que, na prática, acabam por marcar, respetivamente, o início e o fim do evento. No entanto, não são as únicas atividades de relevo da Vindouro, uma vez que a prova de vinhos que decorrerá no Museu do Vinho é uma das principais atrações, assim como os concertos que decorrem ao fim da noite e atraem sempre um grande número de pessoas, entre várias outras atividades.

Dessa maneira, pretendemos que o jantar pombalino e o desfile continuem a ter a adesão e o sucesso verificado em anos anteriores, pretendendo que as outras atividades a decorrer em simultâneo, também o consigam, pois, é importante conciliar um vasto conjunto de opções, para poder corresponder a todas as motivações e a todos os interesses de quem nos visita, tornando a Vindouro numa experiencia enriquecedora e valorizada. Esta será a ùlmima Vindouro para a sua totela na Câmara Municipal. Já existe alguma saudade? Não posso negar que a Vindouro é o evento mais marcante e de maior responsabilidade deste município e, por isso, também o que implica mais trabalho e cria mais expectativas nos seus participantes. Por estas razões, é um evento de grandes emoções para quem está a liderar a sua organização. No entanto, neste momento, o meu objetivo e do restante grupo de trabalho é que tudo decorra como perspetivamos, alcançando a Vindouro o sucesso que todos pretendemos. A partir da próxima edição, embora não colabore na sua organização, estarei presente como participante, desejando, desde já, que o meu sucessor consiga manter o sucesso que a Vindouro já alcançou, ou se possível o aumente, pois isso seria, sem dúvida, bom para todos os pesqueirenses. ■


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Vários Concelhos

Piscina Municipal reabre Grafitters vão pintar em Moimenta “reino maravilhoso” após requalificação em Vila Real Alvo de uma intervenção para requalificação, a piscina municipal de Moimenta da Beira reabriu no passado dia 25 de Agosto, estando novamente disponível para utilização por parte dos munícipes.

Foto DR

O equipamento com mais de 20 anos de existência recebe com alguma regularidade obras de melhoramento e requalificação, “no ano passado melhoramos os balneários dando melhores condições para quem utiliza o espaço”, afirmou José Eduardo Ferreira, presidente da Câmara Municipal. Nesta intervenção a aposta foi no tanque central que foi alvo de uma requalificação que visa melhorar a piscina “em termos de

higiene e segurança para os utilizadores, conclui o autarca. A partir do próximo mês de setembro irão ser retomadas as atividades aquáticas habitualmente praticadas na piscina municipal de Moimenta da Beira, em especial a utilização por parte dos alunos do concelho, do pré-escolar ao ensino secundário. Crianças, jovens e idosos das diferentes instituições sociais do concelho também usufruem ao longo do ano deste equipamento municipal. ■

A iniciativa está incluída no festival Pitoresco, que arranca dia 1 de Setembro e tem por objetivo criar uma galeria a céu aberto na cidade. O reino maravilhoso, de Miguel Torga, é o mote para os artistas que vão pintar sete murais (mais um do que em 2016) e um autocarro no decorrer desta segunda edição do festival Pitoresco, um festival destinado à street art que se realiza em Vila Real. O presidente da Câmara de Vila Real, Rui Santos, disse esta segunda-feira, em conferência de imprensa, que o festival “cresce nesta edição, com uma programação mais vasta e mais murais a pintar, sete, e mais um móvel, num autocarro da rede de transportes públicos”, afirmando ainda que o objetivo desta iniciativa é “desenvolver uma galeria a céu aberto em Vila Real”

e aumentar a “oferta cultural e turística” neste território. Durante quase uma semana, artistas como Mar, Mots, Kruella, Oker, Smile, Draw e Contra vão espalhar-se pela cidade, subir a andaimes e pintar os murais, deixando uma marca permanente desta arte urbana na cidade transmontana. Na edição deste ano vai ainda realizar-se o Pitoresco Spot, que inclui uma oficina para pequenos artistas, onde se poderão fazer o baptismo de grafitti ou pintar o púcaro, uma peça de olaria de Bisalhães. O programa integra também a realização de um leilão solidário, em que vão ser leiloadas peças de olaria de Bisalhães pintadas pelos artistas e cujas receitas reverterão a favor de uma instituição de solidariedade social, quatro oficinas gratuitas, uma feira de artesanato, exposições e o VI Festival de Estátuas Vivas. Este ano o Pitoresco associou-se ao ciclo de artes Arruada, fazendo coincidir o espetáculo final deste ciclo com o final do festival, a 6 de Setembro. ■

Férias ativas em Santa Marta

Acordo para promoção do sucesso escolar

Cerca de 270 crianças, dos 6 aos 16 anos, participaram nas “Férias Ativas 2017” organizadas pelo município da Santa Marta de Penaguião que se realizaram em Julho e Agosto.

A Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães e o Agrupamento de Escolas do concelho assinaram um acordo para o desenvolvimento de um projeto de promoção do sucesso escolar.

Foto DR

O objetivo principal deste acordo é o aprofundamento das relações de cooperação institucional e de concertação estratégica e operacional entre o Município e o agrupamento de Escolas. Desta forma o mesmo visa promover o sucesso escolar, reduzir o abandono, promover a igualdade no acesso ao ensino e melhorar a qualidade e eficiência da aprendizagem no concelho de Carrazeda de Ansiães. Para que este acordo obtenha resultados, várias ações estão já pensadas, destacando-se a constituição de uma equipa multidisciplinar, a realização de ações de enriquecimento curricular, a implementação e utilização de uma plataforma de aprendizagem e a aquisição de equipamentos na

área das TIC, enquadradas em objetivos pedagógicos e educacionais. O projeto terá um investimento na casa dos 360 mil euros e, segundo informações da autarquia, será candidato ao Programa Operacional Regional do Norte – NORTE 2020. ■ Foto DR

A iniciativa camarária vai já na sua 3ª edição, englobando diversas atividades como aulas de equitação, demonstração de defesa pessoal, desafios semanais de canto,

dança, cinema e cozinha, entre muitas outras. A iniciativa, que contou com cerca de 50 coordenadores e monitores especializados, teve ainda oportunidade de levar as crianças e jovens até à Albufeira do Azibo e à praia em Matosinhos. Organizadas pelo município, as “Férias Ativas 2017” contaram com a colaboração do IPDJ, do Agrupamento de Escolas, CLDS-3G, o Grupo de Jovens “Golfinhos da Paz” e a Rede Social Penaguiense, permitindo aos participantes momentos de animação e convívio. ■


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Vila Real / Vila Nova de Foz Côa

VI edição do Fórum da União de Exportadores em Vila Real

Segundo a apresentação do evento, a organização afirma que a realização deste fórum em Vila Real “surge da necessidade da UECPLP em integrar o espaço económico e empresarial dos Países da CPLP e a sua capacidade de se integrar na economia

global”. Não sendo este um evento apenas destinado à região transmontana, o evento pretende, de uma forma mais global apresentar o nosso país como um local atrativo para investimentos e parcerias, contribuindo para o seu desenvolvimento. Representativo das atividades existentes nos mercados da CPLP, o fórum terá três vertentes: empresarial, institucional e cultural. No decorrer do programa e, a acrescentar à conferência central, subordinada ao tema: “CPLP: Um mundo de oportunidades de negócio”, irão existir diversos pontos de interesse entre seminários temáticos por país, reuniões B2B e um espaço dedicado à mostra de projetos empresariais e culturais. Destinado a empresários de diversos setores de atividade, entidades oficiais e públicas e às mais diversas instituições

associativas e organizações, o fórum é de participação gratuita estando, no entanto, sujeito a pré-registo. A UECPLP, organizadora do evento, já em janeiro deste ano havia firmado um acordo de parceria com três instituições de Vila

Real, a Associação Empresarial (NERVIR), a Associação Comercial e Industrial de Vila Real e a Associação para o Desenvolvimento do Regia-Douro Park, deixando na altura antever a realização de um evento sob a chancela da união. ■ Foto DR

Nos próximos dias 22 e 23 de Setembro, Vila Real irá acolher o VI Fórum da União de Exportadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (UECPLP). O encontro que vai acontecer no Teatro Municipal tem por objetivo fomentar os negócios entre as empresas dos mercados abrangidos pela CPLP.

O.P.(us) leva ópera a monumentos históricos

Em Foz Côa os espetadores poderão assistir a uma visitação ao Barbeiro de Sevilha, de Rossini, nos dias 31 de agosto e 01 de setembro, no Largo do Município. Este programa assenta na realização de 18 obras referenciais da história da música a partir de uma estrutura profissional que integra orquestra, coro, solistas, encontrando-se alinhado com uma estratégia regional que tem como objetivo contri-

buir para a preservação dos valores naturais e culturais, por via da sua conservação e valorização turística, enquanto fatores de competitividade e de desenvolvimento económico. A organização de iniciativas deste género visa, ainda, incrementar o turismo cultural, criar emprego e riqueza, valorizar os equipamentos associados ao património e alargar os potenciais beneficiários e a captação de fluxos turísticos, dinamizando os espaços culturais existentes. Com um investimento de mais de 970 mil euros, o programa divide-se em três tipologias - residências artísticas, concertos operáticos e residências artístico/pedagógicas, tendo associado um programa de animação que comporta conferências, roteiros turístico-culturais, visitas ao património e aos museus de cada município e outras realizações complementares, estando calendarizado para os anos de 2017, 2018 e 2019. ■

Foto DR

O Projeto O.P.(us) é composto por um conjunto de eventos, de cariz operático, associados ao património, à cultura e aos bens culturais, dos territórios de Vila Nova de Foz Côa, Leiria, Batalha, Viseu, Pinhel e Coimbra.

> Igreja Matriz de Vila Nova de Foz Côa


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Autárquicas 2017: Alijó

José Paredes: “Resgatar o município de uma situação de pré-falência não foi fácil e exigiu um esforço muito grande, por isso acredito que esta coligação pode ainda fazer muito mais por Alijó” Eleito há quatro anos como vereador municipal nas listas do PSD, José Paredes avança agora para a eleição em coligação com o CDS-PP. A aposta na promoção do concelho e no desenvolvimento humano e infraestrutural de Alijó são as bases da sua candidatura. O que o leva a candidatar-se à Câmara Municipal de Alijó? Quando o executivo, do qual faço parte, chegou ao poder em 2013, vimo-nos na obrigação de resgatar o município de uma situação financeira complicada. Alijó ocupava a 6ª posição do ranking das autarquias mais endividadas, depois de todo o trabalho que fizemos e segundo indicadores recentes estamos neste momento no 7º lugar dos menos endividados. Este foi um trabalho duro e complexo que tivemos que fizer portanto, sentimos agora necessidade de dar outra dimensão ao nosso trabalho, uma dimensão mais virada para as pessoas e para a projeção do nosso município a nível nacional e internacional pois temos potencialidades turísticas que nos obrigam a pensar assim. Em Dezembro de 2016 conseguimos sair, oficialmente, do excesso de endividamento e readquirimos a autonomia financeira que nos permite agora outro tipo de gestão, estando agora em condições de fazer outras coisas em prol das pessoas. Motiva-me muito o trabalho que fizemos ao longo deste 4 anos e sinto uma força extraordinária em agora poder fazer o trabalho seguinte que é o de reforçar a credibili-

dade ao município e fazer coisas boas pelas pessoas. Ao contrário do que aconteceu em 2013, apresenta-se a estas eleições em coligação com o CDS-PP, qual a razão para esta mudança? Esta não é a primeira vez que concorremos coligados ao município de Alijó, já aconteceu outras vezes no passado. Este ano consideramos que devia ser assim pois existe uma franja muito significativa da nossa população que deve ter voz na gestão municipal. Desta forma iniciamos contactos com o nosso atual parceiro de coligação tendo sido possível chegar a um entendimento. Acima de tudo consideramos que juntos seremos mais fortes. Falando agora mais concretamente do seu programa eleitoral. Quais são as ideias orientadoras desta candidatura? O concelho de Alijó é, sem dúvida, um concelho com um forte potencial turístico e

nós sentimos que, devido às contingências financeiras a que estivemos sujeitos, não nos permitiram dar a devida atenção a este setor, por isso esta será uma das nossas grandes apostas. Atualmente chegam ao nosso concelho cerca de 350 a 400 mil turistas pelo Pinhão, que consideramos ser a principal porta de entrada no nosso concelho, no entanto faltam ainda infraestruturas para receber toda esta gente nas melhores condições. Por esta razão temos um projeto ambicioso para o Pinhão, que engloba diversas entidades públicas e privadas, prevendo uma reabilitação de toda a baixa da vila, quer a nível subterrâneo, quer a nível do alargamento da principal avenida que a atravessa. Este não é um projeto para um ano mas para um mandato, portanto, vamos começar pela principal porta de entrada do nosso concelho. Temos também um investimento muito significativo para atrair ainda mais turistas, que passa pela recuperação de um imóvel histórico em Alijó e a sua conversão num centro de mostra e amostra dos nossos produtos regionais, com um forte enfoque nos vinhos que permitirá a quem o visitar provar o que de melhor se faz aqui e uma viagem pelos sentidos do vinho. Este será um investimento superior a 400 mil euros. Aproveitando a beleza natural que o Douro nos oferece, queremos ainda desenvolver um roteiro que permita, ao turista, visitar as diferentes zonas do nosso concelho. Desta forma podemos desconcentrar o fluxo de turistas que chega, por exemplo, ao Pinhão, levando-o a passear por diferentes pontos de interesse espalhados pelo concelho. Neste momento, o que vemos é que os turistas chegam ao nosso con-

celho, envolvidos num pacote turístico que prevê uma circulação muito reduzida, por isso, as mais-valias para os agentes económicos da nossa região são muito reduzidas, é isso que queremos alterar. Ainda no setor do turismo, outro projeto que temos, e que já está em andamento, é a instalação de duas lojas completamente digitais, uma no centro da vila de Alijó e outra no Pinhão. A ideia é que, o turista, uma vez chegado ao nosso concelho pode ter toda a informação disponível sobre os nossos pontos de interesse e aspetos culturais. A desertificação do Concelho é um problema? Ao nível da habitação temos também grandes preocupações. Sendo Alijó um município do interior, sofremos muito com a desertificação, em especial das nossas aldeias, por isso, temos um plano para agilizar o processo de recuperação de imóveis nas nossas aldeias para primeira habitação. Outra preocupação que temos é o de estar próximo das pessoas, por isso, temos um plano para que as juntas de freguesia estejam abertas todos os dias em horário de expediente, permitindo assim às populações uma maior celeridade na resolução dos seus problemas, evitando sucessivas deslocações à sede de concelho. Esta é uma medida de consideramos essencial para aproximar a população dos decisores. Ainda no campo das nossas pretensões para o próximo mandato, queremos constituir um Conselho Consultivo, composto por figuras da nossa sociedade e que não tenha qualquer ligação política. Este conselho irá analisar as necessidades mais prementes da população, fazendo-as chegar ao município que, sobre elas, tomará medidas políticas para a sua resolução. Para terminar, quais são as expectativas para o dia 1 de Outubro? É costume dizer-se que o povo é soberano, e o povo vai falar. Posso, no entanto, dizer que estou confiante no trabalho que fiz, enquanto vereador do atual executivo, e tenho a certeza que as pessoas vão reconhecer esse esforço. Foi uma caminhada muito complexa. Resgatar o município de uma situação de pré-falência não foi fácil e exigiu um esforço muito grande, por isso acredito que esta coligação pode ainda fazer muito mais por Alijó. Estou confiante que vamos chegar à vitória para que possamos finalmente afirmar a nossa terra. ■


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Autárquicas 2017: Alijó

Miguel Rodrigues: “ Este executivo camarário tem faltado sistemáticamente às reuniões das associações de municípios de que faz parte, da Cim-Douro”

O que o leva a candidatar-se à CM de Alijó nestas eleições? Serei candidato independente à Câmara Municipal de Alijó pelo Partido Socialista. Aceitei o convite que me foi feito pelo PS pela necessidade de nos mobilizarmos em defesa do concelho, para um novo ciclo autárquico de desenvolvimento, confiança e abertura. Depois de já se ter candidatado nas listas do PSD, da coligação PSD-CDS e, como independente, como surge esta candidatura nas listas do PS? Tenho neste Município um percurso autárquico de 16 anos de que me orgulho, revelador da minha profunda ligação ao Concelho. Iniciei esse percurso político num partido

do qual, em consciência, me afastei, mas não me distanciei do Concelho e das suas preocupações. Por isso, em 2013, liderei uma lista independente ao Município; fui eleito vereador independente na Câmara Municipal de Alijó e, na oposição camarária onde atualmente está também o PS, tenho dado o meu contributo para uma melhor governação concelhia. Após este trabalho, lado a lado, nos últimos quatro anos, convidou-me o Partido Socialista de Alijó para ser o seu candidato a Presidente da Câmara. O que representa um reconhecimento do trabalho que fiz como vereador, mas também surge com naturalidade, depois do trabalho conjunto feito na oposição neste mandato que está a terminar. Quais são as principais ideias do programa eleitoral com que se apresenta a estas eleições? O nosso programa eleitoral será apresentado no início de setembro, mas assenta em três pilares fundamentais: - Mudança de atitude, abrindo o concelho e quebrando as barreiras de isolamento que foram erigidas nestes últimos anos pelo executivo do PSD.

Foto DR

Miguel Rodrigues é candidato independente ao município de Alijó, numa lista apoiada pelo PS. Com 16 anos de experiência política autárquica, acredita que o concelho precisa de uma mudança de rumo sob o seu comando.

> Câmara Municipal de Alijó

Neste período, o Município de Alijó tem estado ausente de todos os fóruns regionais e nacionais em que se decide o seu futuro, tendo o executivo camarário faltado sistematicamente às reuniões das Associações de Municípios de que faz parte, da CIM-Douro, da Agência do Vale do Tua e outros organismos onde se debatem e decidem questões tão importantes como os fundos comunitários. Connosco, o Município de Alijó terá uma palavra a dizer em todas as entidades em que tem assento e irá readquirir o protagonismo que lhe é devido a nível regional. - Coesão social, apresentando medidas a uma população cada vez mais envelhecida e que por isso carece de respostas que vão de encontro às suas necessidades, bem como um apoio muito empenhado ao movimento associativo do concelho que foi muito esquecido nestes quatro anos. - Desenvolvimento económico, privilegiando a promoção de condições para a criação de riqueza e emprego, assim combatendo o despovoamento do concelho e permitindo a fixação das pessoas, em particular dos jovens. Para finalizar, quais são as suas expectativas para o próximo dia 1 de Outubro?

Esta candidatura apresenta-se ao eleitorado com a convicção de que é a que melhor está em condições de servir os interesses do concelho, pelas pessoas que integra, a sua experiência e a sua capacidade. Não é por acaso que o nosso slogan é “O Concelho é o Nosso Partido”. Tenho a expectativa de que o eleitorado, no dia 1 de outubro, pense sobretudo no que é o melhor para o concelho de Alijó. E, por isso, tenho a convicção muito serena, mas também muito firme, de que vamos ganhar. ■

Candidatura Bloco de esquerda O Bloco de Esquerda de Alijó foi contactado para responder a algumas questões ao Viva Douro. Impossibilitados pela falta de um contacto telefónico, foi enviado um pedido de entrevista através do e-mail fornecido pela candidatura na página do Facebook. Lamentamos a falta de resposta por parte da candidatura de Jorge Carvalho até ao fecho desta edição.


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Reportagem VivaDouro

Barragem de Foz Tua já produz energia

Segundo declarações da mesma fonte, neste momento a barragem já está a ser “explorada em serviço experimental, com capacidade de produção de energia e de bombagem”. Em Junho, a Direção Geral de Energia e Geologia (DGEG) realizou, uma vistoria ao aproveitamento hidroelétrico de Foz Tua que, segundo a EDP adiantou, “concluiu estar em condições para entrar em exploração”. Em falta está, contudo, o parecer oficial desta vistoria e a emissão da respetiva licença para a exploração em pleno da barragem. “A EDP irá continuar a concluir trabalhos em curso e a explorar a central nas condições em que tem vindo a explorar até ao momento”, acrescentou a fonte oficial da empresa.

Foto DR

A empresa concessionária da Barragem Foz Tua, que tinha já apontado o mês de Agosto deste ano como a data para a conclusão do projeto, dá agora a saber, através da agência Lusa, que a obra está concluída de uma forma global, estando agora a decorrer alguns trabalhos de acabamentos que estarão finalizados até ao final do ano. Com capacidade para produzir “o dobro do consumo de energia dos cinco municípios desta zona”, a albufeira terá um nível máximo de 170 metros. Investimento de 370 Milhões de euros e muita polémica O investimento que esta obra representa ascende aos 370 milhões de euros, tendo sido iniciada a sua construção há seis anos a pouco mais de um quilómetros da confluência dos rios Tua e Douro, e com o paredão a unir os concelhos de Alijó (Vila Real) e de Carrazeda de Ansiães (Bragança). Da área de influência fazem ainda parte os municípios de Murça, em Vila Real, e Mirandela e Vila Flor, em Bragança. O processo de construção desta barragem esteve, desde o projeto inicial, envolvido

em polémica e contestação pelos impactos no Douro Património da Humanidade, no vale do rio Tua e desativação da centenária linha ferroviária do Tua. Várias organizações, associações, partidos políticos e muitos particulares lutaram contra esta obra, tendo sido organizadas diversas manifestações e caminhadas na Linho do Tua, que ficará agora parcialmente submersa pela subida da água.

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O impacto visual e a solução Souto Moura A intervenção de Souto Moura consolidou as várias soluções que a EDP integrou no projeto da barragem, com vista a minimizar as alterações morfológicas das vertentes, a volumetria exposta das obras e o seu impacto visual. “Eliminar todo o carácter de ‘edifício’ a esta construção, reduzindo a sua imagem ao carácter de ‘máquina’ inserida na paisagem”, foi este o princípio que orientou o desenvolvimento do projeto, segundo o arquiteto. Quase integralmente subterrânea, a obra adota formas e materiais característicos da região. Estão presentes os socalcos, o granito, as oliveiras. À superfície, descreve o arquiteto, “tendo como pano de fundo a barragem, e em primeiro plano a ponte do Eng. Edgar Cardoso, a imagem do edifício da Central ficará reduzida a um complexo de máquinas que, obrigatoriamente, deve-

PASSATEMPO O JORNAL VIVADOURO OFERECE QUATRO INSCRIÇÕES NA EDP MEIA MARATONA DO DÃO ÁS QUATRO PRIMEIRAS PESSOAS QUE FAÇA“LIKE” NA PÁGINA DE FACEBOOK DO VIVADOURO E QUE RESPONDAM CORRETAMENTE À QUESTÃO:

QUEM FOI O VENCEDOR DA ÚLTIMA EDIÇÃO DA EDP MEIA MARATONA DO DÃO?

rá ficar no exterior, na natureza, artificialmente natural”. Plano de mobilidade é contrapartida para os municípios envolvidos A elaboração de um plano de mobilidade para os residentes da região e para quem a visita foi a principal contrapartida exigida pela submersão de quase 20 quilómetros da histórica Linha do Tua. O plano está pronto e há já barcos à espera de navegar na nova albufeira, entre o Tua e a Brunheda, e um novo comboio turístico, da responsabilidade do empresário Mário Ferreira, para fazer os cerca de 30 quilómetros de ferrovia que restaram entre a Brunheda e Mirandela. A EDP entregou, ao operador turístico, 10 milhões de euros para dinamizar o projeto, com um figurino que inclui também comboio para servir a mobilidade quotidiana das populações ribeirinhas do Tua. Burocracia atrasa arranque do Plano de Mobilidade Segundo declarações recentes, à Agência Lusa, do presidente da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua, Fernando Barros, o arranque das operações continua impedido pela indecisão das diferentes entidades envolvidas sobre quem assume a responsabilidade da segurança da linha do Tua. A Agência entende que “o proprietário da infraestrutura continua a ser a empresa Infraestruturas de Portugal (IP)” e que “deve ser responsável pela superstrutura da linha, ou seja, por viadutos, pelos taludes, pelos túneis, pela segurança dessas grandes infraestruturas”. Relativamente à linha propriamente dita e à plataforma, “terá de ser o operador a manter tudo operacional”, defende o presidente da agência, à qual foi concessionada a linha e que, por sua vez, subconcessionou todo o projeto de mobilidade ao operador turístico. Falta, portanto, o acordo para criar as condições de logísticas e ultrapassar o impasse burocrático atribuído a um novo modelo que junta entidades públicas e privadas, algo que até agora nunca tinha sido experimentado em Portugal, segundo os responsáveis. ■ PUB

DEVERÁ SER ENVIADO UM E-MAIL PARA GERAL@VIVADOURO.ORG, COM OS SEGUINTES DADOS: :: NOME :: DATA DE NASCIMENTO :: N.º CC/BI :: E-MAIL :: CONTACTO TELEFÓNICO :: TAMANHO DA T-SHIRT (S/M/L/XL) :: CATEGORIA - CAMINHADA OU 10KM

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Destaque VivaDouro

Incêndios: Área ardida é a maior

Nos quatro distritos abrangidos pela CIM Douro (Bragança, Vila Real, Viseu e Guarda), já arderam, até 31 de Julho deste ano, 33.9 recentes, em especial os ocorridos em Sabrosa, Vila Real e Freixo de Espada à Cinta. Texto e Fotos: Carlos Almeida

Apesar de uma certa habituação que vamos criando ao ver, ano após ano, os incêndios dominarem a nossa agenda informativa, 2017 tem sido um ano que certamente terá um destaque especial, não só pelo elevado número de mortes causados pelas chamas, mas também pela área ardida, que ultrapassa em 485% a média anual da última década. 4.420 Hectares ardidos em Alijó representam maior área afetada da CIM Douro O incêndio ocorrido na freguesia de Vila Chã, Alijó, foi o maior registado nos concelhos da CIM Douro no primeiro semestre do ano, com 4.420 hectares de área ardida, sendo que 2.518 hectares são considerados área de povoamento. José Paredes, vereador municipal responsável pelo pelouro da Proteção Civil Municipal esteve no teatro de operações “desde o alarme inicial até ao rescaldo do fogo”. Para o autarca esta é uma “tragédia de grandes dimensões”, não só pela área ardida mas porque muita dessa área eram terrenos agrícolas que representavam o “sustendo de muitas famílias” e estão agora reduzidos a cinzas.

> Área ardida em Freixo de Espada à Cinta

No decorrer do incêndio o município ativou o Plano de Emergência Municipal, que para José Paredes foi fundamental no combate às chamas pois “permitiu aos responsáveis locais assumirem o comando das operações. Tendo em conta que são quem melhor conhece a orografia do terreno é possível uma colocação mais eficaz dos meios e um consequente ataque mais eficaz”. Carlos Varela, empresário do concelho confessa-se “revoltado” com o sucedido, “se a função dos bombeiros é proteger pessoas e bens então falharam, deixaram arder um armazém onde guardo muito material por incúria”. Falhas no SIRESP gera descoordenação e dificulta o combate às chamas “Houve muita falta de coordenação, como é possível terem deixado o fogo atravessar o IC5?” As críticas de Carlos Varela ao combate às chamas têm sido recorrentes nos incêndios deste ano e o fogo em Alijó não foi exceção. “Era angustiante ver o posto do comando a querer contactar com os comandantes espalhados pelo terreno sem o conseguir. As expressões que eu ouvia do comandante eram: ‘SIRESP em modo segurança, SIRESP em modo segurança, SIRESP em modo segurança, ou seja, não se conse-

> Alijó foi o concelho mais afetado dos municípios da CIM-Douro

guia contactar com os homens no terreno e portanto, não era possível fazer um combate eficiente. O mesmo aconteceu com a GNR, que esteve sempre presente,

mas o comandante não conseguia comunicar com os seus homens.” O relato é de José Paredes, o autarca alijoense que afirma ainda que “muitas das comunicações tinham de ser feitas via telemóvel mas mesmo essas eram dificultadas pela orografia do terreno e consequente falha de cobertura de sinal e certas áreas por onde as chamas iam lavrando”. Em Alijó, tal como noutros incêndios este ano, as falhas no SIRESP são apontadas como causa primária para a propagação do fogo nesses momentos, chegando a atingir proporções difíceis de controlar. Admitindo que a própria orografia do terreno e os ventos fortes tiveram um papel importante na dimensão do incêndio, José Paredes não hesita em relacionar “diretamente” as falhas no sistema de comunicações “com os momentos mais difíceis deste fogo”. Vila Real, Sabrosa e Freixo de Espada à Cinta afetados em Agosto Agosto foi também um mês com várias ocorrências, algumas de grandes dimen-


VIVADOURO AGOSTO 2017 17

r dos últimos 10 anos

Destaque VivaDouro

968 hectares de terreno, num total de 2.305 ocorrências, segundo o relatório do ICNF. Estes números não contemplam os fogos mais

sões com avultados prejuízos na economia local e momentos de pânico vividos pelas populações. Logo no início do mês, um forte incêndio deflagrou na Serra do Alvão, Vila Real, e rapidamente começou a ameaçar aldeias que viveram momentos de pânico, em especial com as constantes mudanças de

direção do vento que gerou muita imprevisibilidade. No entanto, um dos concelhos que tem sido mais afetado é o de Sabrosa. Depois de um grande incêndio assolar a zona de Parada do Pinhão, também as áreas de Vilela e Provezende foram fortemente afetadas. Em Parada do Pinhão os momentos vividos foram difíceis quando o fogo cercou a aldeia acabando por destruir três casas, no entanto, o Presidente da Câmara de Sabrosa, Domingos Carvas, afirmou que a situação era muito preocupante: “ardeu uma vasta área de pinhal, que, tal como a vinha, é uma fonte de sustento para muitas famílias”. O mesmo aconteceu em Vilela, as chamas destruíram uma vasta área de pinhal e diversos terrenos agrícolas. Para Luís Botelho, taxista e proprietário de um café na zona, viveram-se “verdadeiros momentos de aflição, as chamas chegaram aqui muito rápido e com muita força”. Depois de, em Junho se viverem momentos difíceis no concelho vizinho de Torre de Moncorvo, em Agosto, Freixo de Espada à Cinta tem sofrido com várias ignições com algumas a tingir dimensões consideráveis, em especial neste final do mês. No concelho bragantino têm sido as explorações agrícolas as mais afetadas, segundo Alfredo Pinho, agricultor, “têm-se perdido muitos terrenos, em especial amendoal, vinha e olival”. Segundo fonte da proteção

> Sinalética afetada terá de ser substituída

> Vários armazéns foram afetados pelo fogo


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Destaque VivaDouro civil os prejuízos ainda não estão contabilizados mas serão “elevados”. As causas, as dificuldades e a prevenção As horas de início das ignições, os locais onde acontecem e a rapidez com que se propagam acabam por levantar diversas questões quanto à origem de muitos destes fogos. No decorrer das operações de combate ao fogo em Vila Real, o autarca Rui Santos mostrava-se surpreso com um segundo fogo que tinha início no distrito, “por volta das 19:00, ocorreu um novo incêndio na Pena, do lado oposto ao sítio onde deflagrou este, o que nos deixa obviamente perplexos”. Já Domingos Carvas, presidente da Câ-

mara Municipal de Sabrosa foi mais contundente nas críticas. “Não há duvida nenhuma que essa treta: ‘Eh pa, foi um vidro, uma garrafa’, não foi nada, foi um isqueiro e uma mão assassina que faz este tipo de habilidades (…). É uma vergonha e continuamos a assistir impávidos e serenos”. Para José Paredes, autarca de Alijó, a intencionalidade está na origem de muitas situações, no entanto, o desmazelo e a negligência na limpeza de terrenos estão também entre as causas principais na deflagração dos incêndios. “O envelhecimento da nossa população, o abandono das terras e as dificuldades financeiras levam muito a abandonar as suas terras e mesmo com fiscalização é difícil fazer cumprir a lei obrigando as pessoas a limpar os seus terrenos”, conclui o autarca. Para Maria do Céu Quintas, Presidente do município de Freixo de Espada à Cinta, o problema está na prevenção e em políticas que devem ser repensadas. Segundo a autarca, um conjunto de medidas restritivas praticadas pelo ICNF que “não autoriza o rompimento de caminhos e outras ligações para servirem as propriedades agrícolas e funcionarem como corta-fogos”, é uma causa das dimensões que os fogos atingem. Vila Real e Viseu com maior número de incendiários detidos Dos 100 incendiários detidos, até ao momento, em Portugal, a sua maioria encontra-

> Diversas vinhas foram destruídas pelas chamas

se no norte e centro do país, com Vila Real (18 detidos) e Viseu (13 detidos) a garantirem os primeiros lugares deste ranking. Para o major Ricardo Alves, do Serviço de Proteção da Natureza e do Ambiente (SEPNA) da GNR, este facto é explicados pelos crimes praticados por dolo: “São distritos com uma ligação à agropastorícia muito grande, com uma exploração a nível económico da floresta, onde as detenções por dolo eventual são mais frequentes”. Para muitos devia ser aqui o início da prevenção com castigos mais pesados e multas mais elevadas a serem aplicadas aos criminosos. Desta forma seria mais provável dissuadir uma nova ação, e ainda servir como exemplo para outros potenciais prevaricadores. ■


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Lamego

Stone Dead, Harmonies e Pega Monstro no TRC Zigurfest em Lamego A sétima edição do TRC Zigurfest tem início marcado para o dia 31 de Agosto mas a festa começa na noite anterior naquele que é conhecido como o “dia zero” do festival que decorre nalguns dos espaços e monumentos mais conhecidos da cidade. Além dos nomes já referidos, outros projetos como Lyfe, GPU Panic e Nils Meisel ajudam a fechar a programação, num cartaz que tem como desígnio “a descoberta, do novo e do desafiante”, segundo fonte da organização em declarações à agência Lusa. O cartaz do Zigurfest é dedicado às novas bandas nacionais, algumas delas lideradas por elementos de projetos reconhecidos como é o caso de Kaló, que integra bandas como os Bunnyranch ou Wraygunn, e traz a Lamego os Twist Connection. Também Guilherme Tomé dos Salto vai estar presente no festival com o projeto GPU Panic. Os projetos locais têm neste festival uma oportunidade de se mostrar em casa, é o caso do produtor Life que está “ligado aos géneros do ‘vaporware’ “e os ‘beats’ redondinhos de J Dilla”, lê-se no comunicado da organização. A diversidade musical está garantida pela di-

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versidade dos géneros presentes em palco e que vão desde as sonoridades mais rock dos Stone Dead até aos ritmos mais melodiosos do Jazz feito pelos The Rite of Trio. Os concertos vão decorrer no Teatro Ribeiro Conceição, mas também nos palcos Olaria e Castelinho, bem como na Alameda do Castelo e no Parque Isidoro Guedes, no último dia. Parte integrante do festival são também os quatro concertos de entrada gratuita que se vão realizar em diferentes espaços da cidade no dia 30 de Agosto, o Dia Zero do Evento, entre as 16:00 e as 21:30: Luca Argel, na Igreja do Desterro, o projeto Primeira Dama e os Talea Jacta, no átrio do Museu de Lamego e ainda Sallim, no Museu Diocesano. Em paralelo ao programa principal, o Zigurfest organiza ainda a segunda edição da Zona - Residências Artísticas de Lamego, com Tatiana Marta Silva e a Cooperativa Ladra, de Miguel F. e Inês Barbosa, um espetáculo para ser visto nos dias do evento. No Museu de Lamego, nos claustros da Sé, na Torre do Castelo e na Cisterna estarão ainda várias instalações sonoras, de 28 de agosto a 03 de setembro, criadas por Nial, Daily Misconceptions, José Miguel Silva e Vítor B. Os bilhetes para a sétima edição do TRC Zigurfest custam 5 euros o passe de três dias, tendo o bilhete diário um custo de 3 euros. A entrada nos espaços das instalações sonoras e artísticas é gratuita. ■ Foto DR Foto DR


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Freixo de Espada à Cinta

Maria do Céu Quintas: “Este é um cargo que, no meu entender, deve ser usado para servir os outros.” Dona de um sorriso contagiante, Maria do Céu Quintas gere o Município de Freixo de Espada à Cinta desde 2013. O olhar apaixonado com que fala do seu concelho prende a atenção dos que com ela se cruzam. Acredita que tem ainda muito a fazer por Freixo e por isso conta com uma vitória no próximo dia 1 de Outubro. Qual o balanço que faz do mandato que agora chega ao fim no Município de Freixo de Espada à Cinta? O balanço que faço destes 4 anos, apesar da situação financeira muito má em que a câmara se encontrava, é bastante positivo. Mesmo com falta de recursos à nossa disposição conseguimos fazer muito pelas pessoas: requalificamos um bairro social que estava bastante degradado ajudando com tintas para a pintura das casas e na remodelação dos tetos das habitações, oferecemos o transporte a doentes oncológicos que têm que se deslocar ao Porto para tratamentos e ajudamos todos quanto queriam melhorar as condições da sua habitação e estavam em condições de receber esse apoio. Ao mesmo tempo fizemos uma grande aposta na seda que é um dos melhores produtos que temos. Em Freixo tudo é bom, o vinho, o azeite, as laranjas, etc, mas a seda é o nosso

produto de excelência, pelo fator diferenciador e por ser produzida segundo os métodos artesanais, algo único na Península Ibérica e raro em todo o Mundo. Este é também um produto que acreditamos que possa ser responsável pela criação de emprego no concelho, até pela diversidade de produtos inovadores que podem ser criados a partir desta matéria-prima como sabonetes, chás, etc. O turismo foi uma área em que também apostamos. O número de visitantes aumentou e, para uma região que vive essencialmente da agricultura, é importante que estas pessoas venham e deixem cá o seu dinheiro, contribuindo para o nosso desenvolvimento.

grandes obras mas a requalificação do centro histórico da vila encaixa na sua questão. Será uma grande obra para Freixo, até pela quantidade de turistas que pode atrair. Não foi possível avançar com esta obra porque está sujeita ao apoio por parte de alguns fundos que nem sempre estão disponíveis. Já existe uma verba alocada para esta requalificação, no entanto o concurso público ficou vazio e teremos agora de lançar um novo, o que atrasou o início da intervenção. Toda aquela envolvente, a igreja, a torre, o nosso Freixo que rejuvenesceu fruto de uma parceria que fizemos com a UTAD, um património vivo com mais de 500 anos, será algo único.

Houve alguma obra que gostava de ter feito mas não foi possível neste mandato? Neste momento não podemos pensar em

Esta requalificação será uma das bandeiras desta campanha? Sim, isso é certo. Essa requalificação vai mesmo avançar. Depois, se a câmara tivesse fundos, gostava de adquirir todos os edifícios abandonados na zona histórica para que fossem remodelados e depois vendidos ou alugados para habitação e para o mais diverso tipo de negócios. Temos muitas outras coisas em mente como a remodelação de um edifício na praia da Congida, que é o nosso ex-libris, e é para nós uma obra prioritária. Também a capela da Santa Casa, aqui no centro histórico precisa de uma remodelação mas o dinheiro dos fundos tarda em chegar e muitas vezes é desviado para outras obras em cidades de maior relevância como o Porto, por exemplo. Lamento que isto aconteça e não tenho problemas em assumir isso, quando se fala em coesão territorial ela, na realidade não existe. Acredita que a população do concelho sente a sua paixão por aquilo que está a fazer à frente do executivo? Acredito que sim, se nós acreditarmos mesmo e sentirmos c o m alma as pessoas sentem isso. Esta terra tem muitas coisas boas,

muitas delas ainda por explorar e as pessoas ainda não dão a devida importância. Esta mudança de mentalidades é algo que demora o seu tempo, ainda não existe, por exemplo, o empreendedorismo é algo que ainda não entrou com força no nosso léxico. Quando as pessoas perceberem isso, Freixo irá certamente crescer mais do que imaginamos. De que forma pode a Câmara Municipal ajudar nessa mudança de mentalidades? Temos algumas ideias em mente, uma delas é trazer pessoas de fora que ajudem a população local a perceber o potencial que aqui temos. Às vezes é necessário mostrar, a quem cá está, que os nossos produtos são apetecíveis lá fora, que existe um mercado imenso que podemos conquistar. Da minha parte tudo farei para desenvolver o nosso concelho. Em Freixo não precisamos ter muita gente, se conseguirmos manter a população é já uma vitória e assim teremos condições para desenvolver. O IEFP, com o apoio da autarquia vai lançar um curso dedicado à seda que espero que seja um sucesso, é um produto diferenciador que temos e existe uma imensidão de coisas diferentes que se podem fazer, basta as pessoas aproveitarem as ideias que vão surgindo. A proximidade a Espanha é fundamental para o desenvolvimento de um concelho como Freixo de Espada à Cinta? É fundamental no aspeto em que essa proximidade os pode atrair a vir cá, até porque o poder de compra dos espanhóis é superior ao nosso. Todos os dias temos visitantes espanhóis e atrás desses acreditamos que muitos outros virão. É um mercado importante para nós. A feira ibérica de vinhos que organizamos este ano, e pretendemos continuar a organizar nos próximos, é sinal dessa aposta nesta proximidade. Para concluir, quais são as expectativas para o próximo dia 1 de Outubro? A paixão que sinto é a mesma como quando concorri pela primeira vez há quatro anos atrás. Este é um cargo que, no meu entender, deve ser usado para servir os outros. Nunca tive uma sensação de poder aliada ao cargo, sou uma pessoa igual às outras mas com maiores responsabilidades. Lamento não ter mais meios para chegar a mais gente ainda mas esse desafio também é importante. Confio que no dia 1 vou receber um voto de confiança das pessoas, pelo trabalho que já fizemos e por aquilo que ainda podemos fazer. ■


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Murça

José Maria Costa: “Fizemos este trabalho a pensar na realidade total e absoluta do município e das pessoas” Após um primeiro mandato em que a preocupação foram as contas do município, José Maria Costa aposta na reeleição, desta feita mais focado no desenvolvimento de Murça e na sua promoção turística. Qual o balanço que faz do seu mandato à frente da CM de Murça? O banco que faço deste mandato é, de uma forma geral, bastante positivo e que se pode definir em duas vertentes: Primeiro, a necessidade que houve de dar continuidade a um conjunto de investimentos que tinham sido iniciados no passado. Em segundo plano, a necessidade de conjugar estes investimentos com a obrigação de dar resposta a um processo de saneamento financeiro a que fomos sujeitos. Ao longo deste mandato queria destacar, com bastante veemência, o trabalho que foi feito neste campo, baixando o endividamento da autarquia para níveis aceitáveis de endividamento, ao abrigo do programa que estamos sujeitos desde 2012 e que durará até 2021, conseguindo no final de 2016, chegar quase aos 50% de

dívida paga. Este exercício obrigou-nos a ser bastante criteriosos na gestão da autarquia, sem nunca descurar as nossas competências. Tivemos ainda a preocupação de criar as condições necessárias para um forte investimento local, não só publico como também privado. Ou seja, criar condições para que pequenas empresas, locais ou de fora, se estabelecessem no nosso concelho, nomeadamente através de um projeto de ampliação da zona industrial e que alocou à Câmara um investimento total de cerca de 250 mil euros. Todo este trabalho não foi feito a pensar nas eleições de 1 de Outubro mas, a pen-

sar na realidade, total e absoluta, do município e das pessoas. Tendo em conta os constrangimentos financeiros a que a Câmara esteve sujeita, houve alguma obra que estivesse pensada mas que não pôde avançar? Sim, nomeadamente numa área em que é necessário um investimento significativo mas para a qual não existe qualquer tipo de apoio, a rede viária interna do município. Murça é atravessada por vias estruturantes, nomeadamente a N15, a N212 e a estrada regional 314, é sobretudo aí que existe uma lacuna à qual não nos foi possível dar resposta porque estamos a falar de valores na ordem dos 3 milhões de euros. Será um desafio que se coloca para o próximo mandato, em especial a regional 314 e vários troços de ligação dos eixos principais às nossas aldeias. De resto, conseguimos cumprir o que tínhamos em mente, em especial no que diz respeito ao apoio às associações e coletividades que existem no concelho, na educação e ao nível do apoio social, que tão importante é num município de interior como é o nosso. Quais são as linhas orientadoras do programa com que se apresenta a estas eleições? Uma das nossas preocupações será continuar o trabalho que temos vindo a fazer no que diz respeito às contas da autarquia. No entanto, no caso de conseguir a reeleição, irei de imediato iniciar conversas com vista à renegociação da dívida, tentando aumentar o prazo do seu pagamento reduzindo assim o esforço mensal que é necessário atualmente aumentando a disponibilidade financeira do município. Vamos também

tentar aproveitar ao máximo os financiamentos de programa Portugal 2020, em especial os projetos que estão já contratualizados pela CIM Douro. Aqui temos alguns projetos na área do Programa de Ação para a Reabilitação Urbana (PARU), onde temos alocada uma verba de quase 1 milhão de euros. Temos também já aprovado o projeto de reabilitação da Escola EB 2/3 de Murça, que representa 1,5 milhões de euros. No Plano de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS), também temos já algumas ideias do que devemos fazer para melhorar a segurança, quer das pessoas, quer dos veículos, criar zonas de circulação pedonal e ainda uma ciclovia. Queremos ainda criar um interface modal de nível 1 que dê resposta ao movimento de autocarros que por aqui passam, sejam os de circuitos internos ou de circuitos externos. Uma área também importante para nós é o turismo e, nesse sentido, estamos já a trabalhar num projeto ambicioso que terá um investimento de cerca de 400 mil euros. Este projeto tem como objetivo expandir a atividade turística a todo o nosso concelho, através do desenvolvimento dos diferentes pontos de interesse que temos. Este ponto assume uma maior importância com o projeto hidroelétrico da barragem Foz Tua, que trará ao nosso território um maior fluxo de turistas que teremos de estar preparados para receber. Para além de tudo isto iremos continuar a trabalhar para as pessoas, as suas necessidades e sermos parceiros ativos na criação de emprego, tentando assim combater o despovoamento a que os territórios do interior estão sujeitos. Quais as expectativas para o dia 1 de Outubro? Não querendo ser juiz em causa própria, acredito plenamente que os munícipes nos vão dar mais um voto de confiança. Foi nessa base da confiança que governamos durante este 4 anos que agora terminam, tendo sempre a porta aberta para todos quantos queiram falar connosco, por isso acredito que esse voto será renovado. ■


22 VIVADOURO AGOSTO 2017

Vários Concelhos

Chuva traz novas preocupações às zonas atingidas pelos fogos

Vários especialistas têm alertado para os perigos que os terrenos ardidos representam durante o inverno, não só pelos deslizes de terra mas na própria vida da floresta. É sabido que as cinzas provenientes de um incêndio contêm uma grande quantidade de nutrientes que são importante para a renovação da floresta, alimentando os novos rebentos. No entanto, as chuvas provocam dois efeitos que reduzem drasticamente a quantidade desses nutrientes: arrastamento superficial que ocorre pela falta de vegetação que segure as águas, em especial quando chove em grandes quantidades, e o arrastamento em pro-

fundidade, ou seja, a contínua queda de chuva faz com que os nutrientes se aprofundem no terreno ficando fora do alcance dos novos rebentos. A falta de vegetação, em especial rasteira, provocada por um incêndio deixa a descoberto o solo e os inertes que, na falta dela são arrastados provocando enxurradas e deslizamentos de terras, o declive dos solos, como acontece na região do Douro aumenta ainda mais as hipóteses de fenómenos destes. Quando a dimensão dos incêndios é a que vimos este ano em zonas como Sabrosa ou Alijó, por exemplo, estes perigos aumentam exponencialmente devido a uma camada que é formada e que tem propriedades hidrófobas. Outro problema que surge depois do fogo passar é a capacidade do solo em se manter húmido, por duas razões: em primeiro o fator já anteriormente apontado de escoamento das águas por falta de vegetação que atrase esse processo, em segundo o facto de o solo, ao estar a descoberto estar menos protegido da luz solar e do vento o que

leva à evaporação da água. Esta incapacidade do solo em manter humidade é sentida também nos lençóis freáticos onde a água provenientes das chuvas não chega. Não menos perigoso é o risco de cheia, que também aumenta signifi-

cativamente nestas zonas. As águas são arrastadas em maiores quantidades para os rios e estradas, carregadas de detritos acabando por entupir esgotos e linhas de escoamento provocando cheias com danos consideráveis. ■ Foto DR

Depois de um verão com centenas de incêndios e milhares de hectares reduzidos a cinzas, os especialistas antecipam já um inverno com muitos problemas marcado por enxurradas, cheias e deslizamentos de terras.

Loja do Cidadão no centro histórico de Vila Real

Vila Real reclamava por uma loja do cidadão há mais de 10 anos, no entanto as sucessivas tentativas de instalar este serviço na cidade nunca avançaram. Para o autarca esta obra é essencial para “que os cidadãos sejam melhor servidos”, acrescentando que “esta loja resulta de uma estratégia de regeneração do nosso centro histórico”. Rui Santos adiantou ainda que o investi-

mento esperado “será superior a 800 mil euros” e deverá atender cerca de 100 mil utentes por ano. O concurso público será lançado em breve havendo a expectativa de ver a loja ser inaugurada no prazo de um ano.

“Esta loja resulta de uma estratégia de regeneração do nosso centro histórico.” O Centro Histórico da capital do distrito tem sido alvo da atenção camarária e, além da Loja do Cidadão deverá também receber uma unidade hospitalar e a sede das Águas do Norte, obras que irão “dar outra vida” aquela zona. ■

Foto DR

O anúncio foi feito pelo Presidente da Câmara Municipal, Rui Santos, que confirmou a instalação deste serviço num antigo edifício comercial, fechado há vários anos, junto ao Largo da Capela Nova.


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24 VIVADOURO AGOSTO 2017

Vários Concelhos PUB

Licença de porte de arma de caça e carta de caçador com exame único

A frequência do curso estará sempre sujeita a provação da PSP e poderá ser realizada em cinco distritos, nesta primeira fase considerada de teste: Braga, Castelo Branco, Lisboa, Évora e Faro, tendo os interessados que se inscrever até ao dia 29 de Setembro. Para Rui Lopes, caçador lúdico residen-

te em Alijó, esta alteração vem “repor a justiça” na obtenção destes documentos. Segundo o caçador, “a situação atual era injusta” pois o pretendente teria que fazer um exame de manuseamento de armas no ICNF e depois “repetir o mesmo exame na PSP”. Com esta alteração, o teste irá realizar-se apenas na PSP, que depois informará o ICNF da lista dos alunos com aproveitamento, bem como os documentos exigidos no regime jurídico da caça para caçador a fim de prosseguir a instrução do processo de candidatura ao exame. “Esta é também uma forma da polícia controlar melhor quem tem acesso a armas”, conclui Rui Lopes. Atualmente, a obtenção destes documentos tem um custo de quase 200 euros, custo que pode ser diminuído com esta alteração. ■

Foto DR

A PSP e o Instituto para a Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) irão organizar um exame único para atribuição da carta de caçador e a licença de porte de arma de caça, segundo comunicado divulgado pela polícia.


VIVADOURO AGOSTO 2017 25

Vários Concelhos

Agosto é mês de migração Trazidos pela saudade da terra, dos amigos e dos familiares, todos os anos milhares de emigrantes regressam para as férias de verão fazendo aldeias, vilas e cidades fervilhar de emoção. Texto: Carlos Almeida

O Viva Douro falou com dois emigrantes para perceber a emoção do regresso, e quais os planos para o futuro longe de Portugal. Bruno Figueiredo tem 39 anos, vive com a mulher e as filhas em Bruxelas e todos os anos, em Agosto, regressa à sua terra natal, Peso da Régua. “A minha mãe faz anos a 15 de Agosto, são também as festas da cidade, por isso é a altura ideal para estar com a família e os amigos”, afirma. Já para Ana Margarida, de 42 anos, a residir em Paris com o filho, existe um sentimento que é difícil explicar, “voltar a casa é uma coisa que poucos entendem, há cheiros que se pode correr o mundo e não se encontram… para mim é o das vindimas, inexplicável”, acrescentando que o regresso em Agosto é também uma oportunidade para “estar com a família, rever amigos e ‘tirar a poeira’ à casa que está fechada durante o ano”. Viver longe de casa significa muito mais do que aquelas quatro paredes que se ha-

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bitam, são as saudades “do sol, da família, dos amigos de sempre” refere Bruno que tenta “aproveitar ao máximo o tempo para estar com os amigos e usufruir da companhia da família”. Católico e devoto de Santo António, Bruno participa “todos os anos na procissão” da cidade, um motivo mais para o regresso nesta altura. No final destes dias de descanso ambos regressam aos países onde fazem vida, até Agosto do próximo ano. Ana ainda regressou no Natal do ano passado mas, as despesas e a curta duração da férias colocam em questão um novo regresso por essa altura, “uma semana nem dá tempo para desfazer a mala, e o regresso custa muito mais a nível emocional e financeiro, os voos são muito mais caros”. Já Bruno nem hesita, o regresso no Natal não irá acontecer, tal como em anos anteriores. Os motivos que levaram ambos a emigrar, tal como na maioria dos casos, foram financeiros, na Bélgica Bruno encontrou “melhores condições de trabalho e maior estabilidade familiar”. O regresso a casa “não está nos planos, não vejo melhorias em Portugal por agora mas espero um dia voltar há minha terra, ao meu país”. Para Ana, a partida inicial teve desde logo um fim anunciado, contudo os planos alteraram-se e o regresso pensado ao fim de 5 anos não aconteceu, agora passou “a 10, quero muito regressar a casa mas não posso dizer quando, é uma decisão que tem e ser bem refletida. Já fiz as malas por duas vezes mas só tive mesmo o trabalho de as voltar a arrumar”. ■ Foto DR


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Jornal Vivadouro 30/08/2017

ALIENAÇÃO ITB – INVESTIMENTOS TURÍSTICOS DAS BEIRAS, LDA. Faz-se saber que o Município de Penedono deliberou na sua reunião de Câmara de 6 de fevereiro de 2017 alienar a sociedade comercial ITB – Investimentos Turísticos das Beiras, Lda., da qual detém 100% do seu capital, alienação esta autorizada pela Assembleia Municipal de Penedono em sua sessão ordinária de 17 de fevereiro de 2017. São as seguintes as condições base desta alienação, sem prejuízo de apresentação de qualquer outra proposta para negociação particular, que se venha a considerar como vantajosa: Artigo 1.º (Objeto) 1 – O presente anúncio define os termos em que se procederá à alienação da totalidade do capital social da sociedade comercial por quotas ITB – Investimentos Turísticos das Beiras, Lda., com o número de pessoa coletiva e de matrícula 502 748 214, que é também o número de identificação fiscal, com sede na Avenida Adriano de Almeida, Penedono. 2 – O presente concurso é aberto na sequência do processo de alienação da ITB – INVESTIMENTOS TURÍSTICOS DAS BEIRAS, LDA., no cumprimento das deliberações da Câmara Municipal de 01/02/2016 e da Assembleia Municipal de 26/02/2016, e implica a assunção, pelo cocontratante, de um conjunto de direitos e de deveres decorrentes da execução do contrato a celebrar, nos termos previstos no presente Regulamento. Artigo 2.º (Ativos da sociedade a alienar) 1 – O seu ativo integra a concessão da Zona de Caça Turística de Penedono, (ZCT) – Processo AFN – 1385, a qual abrange vários prédios do Município propriedade de particulares, e que vigorará até ao ano de 2034 nos termos da Portaria nº 3/2010, de 4 de janeiro; 2 – A sociedade não possui qualquer passivo operacional ou financeiro; 3 – A sociedade não possui qualquer trabalhador e a sua gerência não é remunerada. Artigo 3º (Valor Base) As propostas a apresentar versarão sobre a globalidade dos ativos da ITB e não poderão ter preço inferior a € 32.000,00€ (trinta e dois mil euros). Artigo 4º (Critério de adjudicação e modelo de avaliação das propostas) 1 – As propostas serão graduadas de acordo com o seu preço, sendo a alienação efetuada ao proponente cujo preço da proposta for mais elevado. 2 – O Município de Penedono concede o direito de preferência na aquisição das quotas da sociedade comercial ITB – Investimentos Turísticos das Beiras, Lda. ao concessionário da exploração do Hotel Medieval de Penedono, a exercer no prazo de 15 dias a contar da data que for notificado para o efeito. 3 – O Município de Penedono reserva-se o direito de não efetivar a alienação em proposta se, em face da(s) proposta(s) apresentada(s), ocorrerem motivos que a tornem desaconselhável. Artigo 5º Da ITB – Investimentos Turísticos das Beiras, Lda. 1 – A ITB – Investimentos Turísticos das Beiras, Lda., é uma sociedade comercial por quotas, e rege-se pelos seus Estatutos, e pelo Código das Sociedades Comerciais. 2 – O capital estatutário da ITB – Investimentos Turísticos das Beiras, Lda. é de € 139.879,79. Artigo 6º (Deveres do Cocontratante) São condições especiais para aquisição da ITB: 1 – Prosseguir o objetivo de desenvolvimento turístico do Concelho de Penedono e concretamente à exploração efetiva da Zona de Caça Turística de Penedono, mantendo-a em atividade de forma ininterrupta, salvo obstáculo legal, designadamente através da atração de caçadores e turistas. 2 – Proceder ao início da exploração efetiva da Zona de Caça Turística aludida no ponto anterior, no prazo máximo de 60 dias após a formalização da alienação. 3 – Assumir na proposta apresentada a obrigação de cumprir todas as condições de alienação objeto do presente procedimento. 4 – Assegurar o direito ao exercício venatório por parte de todos os proprietários ou usufrutuários de terrenos, que assinaram os acordos que integram a Zona de Caça Turística (conforme lista em anexo) os quais devem comprovar a titularidade dos seus direitos. Artigo 7º (Peças que constituem o processo) 1 – O processo relativo ao presente Procedimento é composto pelos seguintes documentos: a) Estatutos da ITB – Investimentos Turísticos das Beiras Lda.; b) Relatórios e Contas dos últimos três anos (2013, 2014, 2015 e 2016); c) Balancetes; d) Inventário; e) Modelo de proposta propriamente dita (anexo I); f) Documentos que devem acompanhar a proposta (anexo 2). 2 – Devem ser integrados no processo relativo ao presente procedimento os documentos que contenham os erros e omissões aceites, os esclarecimentos e as retificações. Artigo 8º (Fases do procedimento) O procedimento compreende as seguintes fases: a) Abertura do procedimento; b) Apresentação de propostas; c) Ato público; d) Avaliação das propostas; e) Contrato. Artigo 9º (Anúncio do procedimento) 1 – O Procedimento é sujeito a anúncio publicado na página eletrónica do Município de Penedono, através de Edital a afixar nos locais de estilo e através de anúncio publicado num jornal regional, jornal nacional, numa publicação da especialidade. 2 – O procedimento considera-se aberto no dia da sua publicação. Artigo 10º (Júri do procedimento) 1 – O procedimento é conduzido por um júri designado pela Câmara Municipal de Penedono, composto por 3 (três) membros efetivos e 2 (dois) suplentes, na qual se identifica o respetivo Presidente, Primeiro Vogal Efetivo, Segundo Vogal Efetivo, Primeiro Vogal Suplente e Segundo Vogal Suplente. 2 – No exercício das competências previstas na lei e nas peças do presente procedimento, o júri pode solicitar o apoio de entidades com conhecimentos específicos das matérias envolvidas nas decisões que estejam em causa. 3 – Ao Júri competirá: a) Proceder aos esclarecimentos necessários à boa compreensão e interpretação das peças do procedimento; b) Proceder à apreciação das propostas; c) Elaborar o relatório de análise das propostas; d) Conduzir o ato público para avaliação das propostas. Artigo 11.º (Concorrentes) Podem apresentar propostas sociedades comerciais e agrupamentos de sociedades comerciais, bem como pessoas singulares, individualmente ou em grupo. Artigo 12.º (Consulta e aquisição das peças do procedimento) As peças do procedimento encontram-se disponíveis na página eletrónica do Município de Penedono. Artigo 13.º (Esclarecimentos) A prestação de quaisquer esclarecimentos necessários à boa compreensão e interpretação das peças do Procedimento cabe ao júri do procedimento. Artigo 14.º (Prazo de apresentação das propostas) O procedimento mantém-se aberto pelo prazo de 30 dias a contar da publicação do anúncio. Artigo 15º (Inspeção do local objeto do contrato) Todos os interessados poderão inspecionar a área abrangida pela Zona de Caça Turística concessionada à empresa ITB – Investimentos Turísticos das Beiras, Lda., na primeira metade do prazo fixado no art.º 14.º das presentes condições de alienação desta empresa. Artigo 16º (Envio das propostas) 1 – Os concorrentes podem enviar as propostas em formato digital para o e-mail: luis.pais@cm-penedono.pt 2 – As propostas em formato papel podem ser entregues na sede do Município, as quais são devidamente registadas, anotando-se a data e hora em que as mesmas são recebidas, devendo ser entregue ao apresentante um documento comprovativo da receção da proposta. Artigo 17º (Constituição da proposta) 1 – A proposta é constituída: a) Pela proposta propriamente dita, elaborada conforme o modelo que constitui o anexo I ao presente Regulamento; b) Pelos documentos que integram a proposta propriamente dita, identificados no anexo II ao presente Regulamento; 2 – A proposta e os documentos que a integram devem ser assinados pelo concorrente ou seu representante. Artigo 18.º (Data e local de realização do ato público) O ato público realiza-se na sede do Município de Penedono, pelas 10 horas do terceiro dia útil subsequente ao terminus do prazo para apresentação de propostas. Artigo 19.º (Exclusão de propostas) 1 – São excluídas as propostas que não contenham a identificação do concorrente. 2 – O júri do procedimento pode propor à entidade adjudicante a exclusão de qualquer proposta que não reúna quaisquer outros elementos que torne impossível a sua avaliação. Artigo 20.º Informação e documentação A informação detalhada e toda a respetiva documentação pode ser consultada diretamente nos Paços do Concelho, ou mediante solicitação através de e-mail: luis.pais@cm-penedono.pt Artigo 21º (Despesas com a celebração do contrato) Constituem encargos do cocontratante todas as despesas inerentes à celebração do contrato. Artigo 22º (Foro) Em caso de litígio, será competente o Tribunal Administrativo e Fiscal de Viseu. Penedono, 14 de agosto de 2017 O Presidente da Câmara Municipal António Carlos Saraiva Esteves de Carvalho


VIVADOURO AGOSTO 2017 27

Vários Concelhos

Dança contemporânea em Vila Real e Bragança

CCDRN chumba gasoduto no Douro Vinhateiro

Os teatros de Vila Real e Bragança anunciaram a realização de um festival de dança contemporânea em Setembro, que contará com 15 espetáculos com entrada gratuita.

A Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDRN) emitiu um parecer negativo relativo à construção de um gasoduto, pela REN, que pretendia atravessar a região do Douro Vinhateiro.

“Algures a Nordeste”, este será o nome do festival que vai acontecer em Setembro com espetáculos nos teatros de Vila Real e Bragança e que pretende dar a conhecer a diversidade cultural da região promovendo a atividade turística.

O festival irá decorrer entre os dias 9 e 30 de Setembro com a pré-inauguração a ficar entregue a Max Oliveira que apresenta um espetáculo de “street dance” no dia 6. Das 15 apresentações planeadas destacam-se as coreografias elaboradas por Olga Roriz, Victor Hugo Pontes, São Castro, Nélia Pinheiro e Daniel Cardoso. Em paralelo o publico pode ainda participar em alguns encontros com os coreógrafos e participar em algumas oficinas. O projeto, concebido pelos teatros municipais de Bragança e Vila Real, irá decorrer em 2017 e 2018, resultando de uma candidatura a fundos comunitários de cerca de 400 mil euros. ■

A classificação da UNESCO como Património da Humanidade foi a razão apresentada para o chumbo agora conhecido, depois de terem surgido notícias de que a

classificação podia ser retirada caso a obra avançasse. Segundo o comunicado da Comissão, a obra iria criar uma “cicatriz” ao longo dos 35 quilómetro de extensão que pretendiam fazer a ligação à rede de gás espanhola. Em falta está ainda outro parecer, da Direcção-Geral do Património Cultural, que chega em Setembro, para que a Agência Portuguesa do Ambiente possa decidir se realiza o estudo de impacto ambiental indispensável ao licenciamento da obra que atravessará os concelhos de Meda, Foz Côa, Moncorvo e Alfândega da Fé. Contudo, os sinais recolhidos até agora apontam para que a obra não avance.■ Foto DR

Foto DR

Centro de Mostra de Amostra de Alijó avança ainda este ano

Em declarações ao Viva Douro, o vice-presidente José Paredes revelou estar “satisfeito com esta decisão”, para o autarca esta será uma “grande mais-valia para

atrair ainda mais turistas” ao município duriense. Pertença da Câmara Municipal até à sua venda pelo anterior executivo, a Casa dos Nouras foi recuperada pelo município que dentro de dias irá lançar o concurso público para que o início da requalificação aconteça “ainda antes do final do ano”. “É uma obra essencial na aposta que queremos fazer no turismo no nosso concelho. Será uma verdadeira montra para o que temos de melhor em Alijó, especialmente no que diz respeito a vinhos”, reforçou José Paredes. A candidatura aprovada tem um valor de 407 mil euros e as obras deverão ter a duração de cerca de 19 meses, devendo estar concluída em inícios de 2019. ■

Foto DR

Depois de readquirir a antiga Casa dos Nouras, em Alijó, o executivo camarário elaborou um projeto para transformar o histórico edifício num Centro de Mostra e Amostra do que melhor se faz no concelho, obra que deverá ter início ainda este ano.


28 VIVADOURO AGOSTO 2017

Opinião

Congresso Nacional da Economia Social - Évora, 8 de setembro

Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES

Tem vindo a realizar-se, ao longo de 2017, o Congresso

Nacional da Economia Social para o qual foram definidos, no âmbito do Conselho Nacional da Economia Social (CNES), os objetivos seguintes: - Reforçar o sector da Economia Social no plano institucional, legal e organizacional, promovendo o reforço do seu papel na economia e na sociedade portuguesa; - Promover, e aprofundar, um debate alargado em torno de temas nacionais e internacionais relevantes para a Economia Social portuguesa e para as entidades que a integram;

- Formular, sob forma de declaração comum, um conjunto de recomendações que, no respeito de diversidade, contribuam para uma melhoria qualitativa da representatividade do sector da Economia Social perante os poderes públicos, a sociedade em geral e, em particular, as instâncias de concertação social. No próximo dia 8 de setembro realiza-se em Évora, Fundação Eugénio de Almeida, a 4ª sessão temática sob o tema geral “Economia Social: das pessoas, com as

pessoas”. A abertura desta sessão, última com natureza temática, a que se seguirá a sessão final do Congresso, a realizar em Novembro, será presidida pelo senhor Ministro José Vieira da Silva e, entre outros participantes, contará com a participação de Juan Pedreño, Presidente da Confederação da Economia Social de Espanha (CEPES), Manuel de Lemos, presidente da União das Misericórdias Portuguesas, Augusto Flor, Presidente da

Confederação Portuguesa das Colectividades de Cultura, Recreio e Desporto e Eugénio da Fonseca, presidente da Caritas Portuguesa. O setor da Economia Social, na diversidade das entidades que o integram, consolida o seu posicionamento na sociedade portuguesa através do encontro e do debate aberto que deverá desembocar no reforço da sua representatividade associativa e institucional. ■

O Douro sabe bem...

A história adiada e a tática adorada

Jornalista / licenciado em psicologia

A noite de 17 de janeiro de 2016 adiou uma história cúmplice e leal - que tinha tudo para dar certo. O FC Porto deslocara-se a Guimarães e o treinador dos vitorianos era, na altura, Sérgio Conceição. Os dragões perderam esse jogo por 1-0, com um golo madrugador de Bouba Saré, e a contratação do técnico português ficara adiada para outras “núpcias”. Um grande erro? A atual forma da equipa portista responde afirmativamente. É notória a cumplicidade que existe entre o plantel azul e

ações ofensivas da equipa e são, indiscutivelmente, uma enorme mais-valia para todo o processo. Jorge Jesus pagou cara a fatura de, na época passada, não ter a qualidade que, seguramente, desejaria nos corredores. E, por isso, resolveu contratar Fábio Coentrão e Piccini. Dois atletas que entraram diretamente para o onze titular e a qualidade de ambos está à vista de todos. Jorge Jesus e o seu Sporting, com um calendário bem preenchido no mês de agosto, venceram também todos os jogos disputados a nível interno e dividem, dessa forma, a liderança do Campeonato com os dragões. Seria injusto não deixar em nota que o 1x4x4x2 de Jesus pegou de estaca no futebol português, muitos desconfiaram e agora poucos são os que não se renderam. Em forma de contraste, o tetracampeão escorregou em Vila do Conde, sendo que a grande penalidade concretizada por Jonas evitou males maiores. A formação encarnada terá que fazer alguma investida até ao fecho do mercado de transferências. Isto

se tiver como objetivo a conquista do inédito Penta. Bruno Varela, André Almeida e Eliseu são demasiado curtos para atacar um Campeonato cada vez mais competitivo. Reconheço-lhes qualidade, pese embora o facto de ser necessário algo mais. Porque, ao contrário do que afirma

Manuel Machado, nem tudo é carne para canhão. Os treinadores portugueses são do melhor que há no futebol mundial. E a nossa Liga não escapa a tal premissa. Nuno Manta Santos, Luís Castro, Abel Ferreira, Miguel Cardoso, entre outros, insistem em jogar mais… com menos. ■ Foto DR

Tiago Nogueira

branco e o treinador. A atitude (!) e a dinâmica são diferentes de anos anteriores e isso reflete-se na forma de jogar da equipa, no entusiasmo dos adeptos e, consequentemente, nos resultados. 4 vitórias em outros tantos jogos, com direito a 9 golos marcados e 0 golos sofridos. Sérgio Conceição é um líder nato. Não me surpreende, de facto, o que está a (re)construir no Estádio do Dragão. A época brilhante à frente do Nantes diz muito da sua qualidade. Recorde-se que pegou na equipa da sexta maior cidade francesa quando esta ocupava a penúltima posição da Ligue 1 e catapultou-a para um honroso sétimo lugar. A concorrência é apertada mas o barco está, de facto, no caminho certo. “Recordando los tiempos de antaño, solo puedo quitarme el sombrero”, Orishas cantam, embora os laterais não concordem. Há alguns anos, preocupavam-se em defender. Eram defesas, fazendo jus à palavra. Nos dias de hoje, cada vez mais participam em quase todas as


VIVADOURO AGOSTO 2017 29

Em Defesa do Douro e do Património Classificado rede nacional de gás à congénere espanhola, atravessando a área classificada do Douro Património Mundial e uma parte relevante da zona especial de proteção, é um assunto que merece a maior preocupação para a região do Douro. Como sequência, diversas personalidades, associações empresariais, organizações privadas e públicas, entre as quais a UTAD mostraram uma posição clara de António Fontainhas repúdio. Recentemente, o jornal Fernandes Público informou que a CCDR-N se juntou a este coro de protestos, Reitor da UTAD restando esperar pelo parecer da O gasoduto transfronteiriço Direção Geral do Património Celorico-Vale de Frades que a Cultural, que tutela o bem, para REN quer construir para ligar a que a Associação Portuguesa do

Opinião

Ambiente decida viabilizar ou não o estudo de impacto indispensável para o licenciamento da obra. É conhecida a posição pública da UTAD sobre este projeto, pois pode colocar em causa o valor excecional do Douro patrimonial. Com efeito, em territórios ditos desafiantes mas de reconhecida riqueza paisagística e patrimonial, como os vales do Douro e do Côa, a chancela UNESCO abre oportunidades que devem ser valorizadas, segundo um estudo efetuado por investigadores da UTAD sobre o valor económico da ligação às redes da UNESCO. Este estudo comprovou os bene-

fícios da chancela do Alto Douro Vinhateiro, que é vital para o modelo de desenvolvimento económico e social do território. Como tal, não são aceitáveis investimentos que ponham em causa a integridade e a autenticidade inerente ao valor universal excecional de um ativo tão valioso. Adicionalmente, é conhecido que algumas regiões vinhateiras tradicionais da Europa e do Mundo pretendem candidatar-se a património da humanidade, não obstante as crescentes restrições impostas pela UNESCO, o que ilustra o valor económico desta marca. Dito isto, a apreciação de investimentos com implicações no va-

lor universal excecional dos bens patrimoniais, não deve ser considerada de um ponto de vista meramente técnico e financeiro, pois pode colocar em causa o modelo de desenvolvimento económico do território, inclusive a perspetiva transgeracional assumida no momento da classificação. Esta posição é transversal a qualquer investimento que coloque em causa a preservação e salvaguarda do bem, tendo em atenção as cláusulas contratuais estabelecidas com a UNESCO no momento da classificação e que o país se comprometeu a cumprir, o que reforça a ideia de que estamos perante uma decisão política. ■

de prova nos Estados Unidos da América, um mercado muito importante para o Vinho do Porto. O Port Wine day, que culmina com uma Regata de Barcos Rabelos e uma Sunset Party, no domingo 10 de setembro, no Jardim das Oliveiras, Clérigos, no Porto, parte do Douro com rotas de restaurantes que, já a partir do dia 1, apresentam harmonizações com Vinho do Porto. A novidade está nas visitas de jornalistas internacionais que se instalam no Douro. Com chegada marcada para dia 8, os convidados são recebidos em quintas, onde viverão o Douro e o seu ambiente, a história e as memórias das famílias e das empresas do Vinho do Porto. Permanecem na Região até domingo, data da Masterclass que vai decorrer no Hotel Six Senses, em que serão provados Vinhos do

Porto da década de 60, a apresentar pelos enólogos das respetivas Casas. Findas as provas, o regresso para o Porto é no comboio histórico The Presidential. Durante esta semana, dia 6, uma prova de Vinho do Porto terá lugar no The Lofts at Prince no Soho de Nova Iorque, numa iniciativa que resulta da parceira com a AGAVI com um programa mais alargado que inclui um showcooking que termina com um brinde ao Vinho do Porto. Sendo a nossa missão promover o conhecimento e notoriedade do Vinho do Porto, decidimos estender as comemorações do Port Wine day para integrar um mercado tão importante como o dos Estados Unidos. Em 2016, foram exportadas para os EUA 408 mil caixas de DOP Porto, num valor que ascende aos 34 milhões de

euros. A evolução das exportações para este mercado tem sido positiva desde 2009. Entre 2010 e 2016, as vendas para os EUA cresceram em volume de negócios e em preço médio. Foram já 54 as empresas que exportaram Vinho do Porto para os EUA em 2016. Pensámos todo este programa do Port Wine day que, na verdade, dura dez dias e reunimos esforços para o concretizar nestes moldes. Fazemo-lo para disseminar a verdadeira experiência do Vinho do Porto e do Douro, homenageando a sua história, espalhando a palavra ao público e apontando o futuro daquele que é um dos grandes embaixadores e anfitriões do nosso país. Esta é a nossa forma de mostrar como tão bem se concilia tradição e história com inovação e contemporaneidade, raízes com cosmopolitismo. ■

nalizar produtos de excelência, resultado de uma estratégia concertada com outros atores locais, públicos e privados. Em Montesinho o turismo da natureza ganha particular amplitude e importância. Tive oportunidade de reconhecer o impacto positivo que a atividade turística tem no Nordeste Transmontano e na Terra Fria. O turismo é um sector de atividade com carácter transversal que atravessa a região de ponta, chegando onde outros não chegam... Por isso, é tão importante na luta que hoje travamos contra o despovoamento geral de que a região tanto sofre e o Parque Natural de Montesinho, em particular. Só com uma humanização efetiva do espaço estarão criadas as condições para infletir a tendência de “hemorragia demográfica” em curso.

Outro aspeto a apontar é o da reabilitação do edificado da aldeia. São já visíveis muitas habitações recuperadas, umas para turismo outras para habitação própria. Esta realidade vai tornando a aldeia mais atrativa não só para quem a habita mas também para quem a visita. Já lá encontramos serviços qualificados como os CTT, ou as duas padarias onde podemos comprar o famoso pão de centeio transmontano. Em suma, pela frente está a promoção de operações de qualificação e a dinamização de aldeias emblemáticas como é o caso de Gimonde. O desenvolvimento de economias locais a partir dos produtos tradicionais de qualidade, a promoção conjunta desses produtos e serviços e a manutenção do seu património identitário. A propósito de Montesinho... ■

Port Wine day 2017 Região Demarcada do Douro. Nesta data, em 1756, foi instituída a primeira região vitivinícola do mundo, demarcada e regulamentada, através da criação da Companhia Geral de Agricultura das Vinhas do Alto Douro. O Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, I.P. (IVDP) chamou Port Wine day às comemorações que marcam, anualmente, esse dia e que se estendem a toda a semana que o antecede com um programa que envolve jornalistas, viticultores, empresas, caves, restaurantes, bares e o público geral. Manuel de Novaes É parte do nosso trabalho em prol Cabral dos vinhos do Porto e do Douro homenagear a Região Demarcada Presidente do Instituto dos Vido Douro e decidimos fazê-lo, desnhos do Douro e do Porto, I.P. ta vez, com uma abordagem ainda (IVDP) mais completa inspirada no perNo dia 10 de setembro celebramos curso do Vinho do Porto e acresespecialmente o Vinho do Porto e a centamos, também, um momento

A propósito de Montesinho convosco o que retive ao longo de a posta no Abel? Quem diria que

Ricardo Magalhães Vice-Presidente da CCDR-N

É verdade! Ninguém tem de saber por onde andei nestas últimas férias. O que vi e ouvi. O que me chamou à atenção... Estarão a pensar que só a mim me diz respeito, é verdade, mas este ano, sinto vontade de partilhar

quatro dias no Parque Natural de Montesinho. Foram dias cheios! Comecei em Gimonde, onde estabeleci a minha base de viagem. É uma aldeia com um núcleo urbano de montanha onde residem cerca de 400 pessoas e, por isso, é uma aldeia especial. Paredes meias com Rio de Onor, também esta uma aldeia peculiar pois metade é portuguesa e metade é espanhola... são as duas marcantes para quem vive e trabalha no Parque Natural de Montesinho dado manterem até aos dias de hoje algumas práticas de vida comunitária. Ao chegar a Gimonde um facto chamou-me logo à atenção. Era hora de jantar e eu podia escolher entre cinco a seis restaurantes. A oferta gastronómica é qualificada. Quem ainda não apreciou a trilogia de bísaro no D. Roberto? Ou

num pequeno aglomerado, inserido no Parque Natural, se afirmava uma oferta gastronómica de qualidade reconhecida. Podemos estender esta qualidade ao fumeiro, assente na exceção da raça autóctone do porco bísaro, produzido na aldeia e quase todos os dias “exportado” não só para o território nacional mas também para a Europa e resto do Mundo. Destaco que existe hoje em Gimonde uma unidade agro-industrial onde se trabalha com tecnologia de ponta, assente no frio e onde se estuda, em parceria estreita com a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e o Instituto Politécnico de Bragança, os processos de mudança de “fumo para frio”. É assinalável que a partir do interior se produz com tanta qualidade. Com o sentido de internacio-


30 VIVADOURO AGOSTO 2017

Opinião

O Douro Sul tem que optar pela competência

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Os desafios são grandes e complexos nesta região com idiossincrasias vincadas. A saúde contribui de forma decisiva para a fixação de pessoas e atrair outras para esta região. Pois, mas foi na saúde que não se fez caminho nos últimos três anos. As estratégias não foram ao encontro desta alteração da estrutura demográfica. A inovação e desenvolvimento, estagnaram, à espera que alguém pensasse em mudar a sua visão e missão para a saúde do Douro Sul. As lideranças locais da área da saú-

de não foram capazes de construir pontes para minimizar os constrangimentos de falta de recursos. A saúde será a grande bandeira do desenvolvimento. A saúde numa visão holística, é o vetor estruturante para a melhoria da qualidade de vida neste território e o fator principal de sustentabilidade humana. A sustentabilidade do Serviço Nacional de Saúde é essencial e depende diretamente da resiliência dos indivíduos, das comunidades e da sociedade em geral. Um Serviço Nacional de Saúde sustentável será, em primeiro lugar, aquele em que os cidadãos se assumem enquanto agentes ativos no processo da promoção da saúde e da prevenção da doença. Para além disso, a potenciação de redes sólidas de cuidados de saúde informais será um vetor importante para a atenuação dos encargos que pesam sobre os sistemas públicos. Agora, é tempo de desenhar novas estratégias adequadas para ganhar os confrontos com os desafios que decorrem de fenómenos de profunda mudança quer no que se refere ao perfil demográfico quer na sequência da transição epidemiológica. O Portugal de hoje, no quadro daquele processo de transição, exibe como burden de doença, que muitas podem ser acompanhadas no domicílio. A saúde e o Serviço Nacional de Saú-

de são um bem que nos habituamos a defender e a valorizar. A evolução social, técnica e científica obrigam a evoluir e a investir nos Cuidados de Saúde Primários e de proximidade, na saúde da pessoa e da família e na medicina geral e familiar. As Unidades de saúde de Proximidade são uma ferramenta indispensável para o desenvolvimento de uma população saudável e feliz, nas quais a intervenção Autárquica é fundamental e necessária, sem esquecer as Misericórdias e IPSS. A Administração Regional da Saúde do Norte tem trabalho inovador e consistente em todos os territórios. Mas, no Douro Sul nada aconteceu de novo e não se salvaguardou o futuro. Por isso o problema não foi a ARS Norte mas a forma como foram liderados os seus serviços desconcentrados aqui no Douro Sul. Como tenho vindo a referir não se compreende que sejamos o território com pior, muito pior, cobertura de Equipas de Cuidados Continuados Integrados ao domicílio, só existe uma no concelho de Tarouca. Que tenhamos dois concelhos onde nem Unidades de Cuidados na Comunidade existem. Que nenhuma USF - Unidade de Saúde Familiar tenha sido criada nestes últimos três anos. Estas realidades negras são fator de injustiça para com os cidadãos desta região. Não podemos ficar indiferen-

tes e aceitar um tratamento desigual. Exige-se que se encontrem lideranças com conhecimento técnico, curricular, comportamental e experiência, que possam marcar a diferença na competência de gestão dos recursos e se quando necessário, procurarem, junto das Instituições e dos Municípios, os recursos que o SNS não possui. A ARS Norte tem uma liderança consciente e com visão. Por isso espera-se que atente aos problemas no Douro Sul e não se compreenderia que esta região continuasse a ser reserva de opções não adequadas e sem preparação. Parar, não acompanhar o desenvolvimento, não deixar avançar as respostas às necessidades sentidas pela população, é uma ofensa à saúde das populações. É não deixar viver condignamente pessoas e famílias na sua residência. Será porventura um crime por omissão. Por cada ECCI não criada ao longo destes anos, muitas famílias sofreram o desconforto da falta de cuidados de proximidade nas suas casas, por cada USF não criada foram muitos jovens médicos enfermeiros e outros profissionais da equipe de saúde que não sentiram condições de se fixarem por cá; pela não reorganização das unidades de saúde em núcleos mais alargados que permitissem uma maior massa crítica e técnica, foram oportunidades de

saúde não satisfeitas e impediu-se de haver formação médica em todos os concelhos do Douro Sul , estando só a Lamego, Tarouca e Moimenta da Beira, reservado esse privilégio. Não fora o trabalho excelente da generalidade dos profissionais da saúde muito pior seria. Os índices de desempenho, (fonte portal BI SNS – CSP) que só refletem uma parte do trabalho que existe na saúde, mas que pelo esforço dos profissionais, se vão ajustando positivamente , refletindo também a maturidade e adequação do processo de Contratualização. Com fórmulas distintas ao longo dos anos e mecanismos de leitura de indicadores diferentes, todavia, em termos relativos, continuamos a marcar passo, pois em 22 ACES só quatro têm piores resultados que o Douro Sul. Até estes profissionais, muitos destes, vão ficando sem perspetivas e veem limitados os seus horizontes. Basta de fechar a porta a soluções nesta região em áreas em que o poder central tem a obrigação de resolver, mas que as forças locais estão de braços abertos para se envolver. O Douro Sul tem que ter futuro, merece ter futuro e o excelente trabalho das Instituições e dos Municípios não pode ser desperdiçado. Só no terreno, todos os dias, com humildade, se conseguem construir soluções para as pessoas. Calar faz mal à saúde! ■

polarizadas traz bastantes benefícios não só a nível ocular como também a nível estético, pois evitam o envelhecimento precoce e o aparecimento de rugas ao redor dos nossos olhos e da testa, para além disso protege o nosso olho na totalidade e não parcialmente, e claro melhora a niti-

dez das imagens dando um conforto imenso em andar ao ar livre. Se usamos o protector solar para a pele com o factor 50 porque não utilizarmos o factor 50 nas nossas lentes solares? Pense nisso e faça-nos uma visita em Multiopticas Oliveiras. ■

Lentes comuns x Lentes polarizadas

Optometrista (Ótica Oliveiras Multiopticas Lamego, Peso da Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria a Velha)

A luz natural é luz não polarizada, uma vez que se propaga em todas as direcções. Mas quando um raio de luz atinge uma superfície lisa, como por exemplo quando o sol incide na estrada molhada, esta é parcialmente reflectida e orientada numa determinada

São indicadas também para quem sofre de fotossensibilidade, pois assim vão ter uma protecção solar extra e consequentemente um maior conforto visual. Os óculos de sol de boa qualidade contêm filtros especiais que impedem a passagem dos raios solares, protegendo e garantindo a saúde dos olhos. Esses filtros são o UVA, UVB, UVC e polarizados. No que diz respeito à protecção das estruturas oculares o UVA protege o cristalino, já o filtro UVB consegue proteger o cristalino e também a córnea, o UVC apenas protege a córnea, já o filtro polarizado consegue proteger o olho na sua totalidade. Na prevenção das doenças oculares, o filtro UVA consegue evitar cataratas, por sua vez o UVB consegue evitar inflamações, opacidades na córnea e o aparecimento de cataratas, o filtro UVC é semelhante ao anterior, mas não evita as cataratas, contudo as polarizadas conseguem evitar a degeneração macular e cataratas. Mesmo nos pós- cirúrgico tem uma maior efetividade, uma vez que os olhos ficam mais vulnerários. A utilização de óculos com lentes

Foto: DR

Marlene Ramos

direcção tornando-se polarizada e cria um encadeamento excessivo. Para atenuar esse efeito de encadeamneto utiliza-se o filtro da polarização que se encontra na horizontal e não permite que a luz reflectida directamente na vertical incida nos olhos, fazendo com que os reflexos emitidos pelas superfícies de água e ruas molhadas sejam eliminados. As lentes de sol comuns diminuem a intensidade da luz proporcionando conforto e protecção mas apenas parcialmente. Já as lentes polarizadas conseguem aumentar o conforto e a protecção, uma vez que fazem um efeito de cortina,controlando a quantidade de luz que chega aos nossos olhos. As lentes polarizadas oferecem 100% de protecção contra raios UVB e UVA. Protegem a visão contra os reflexos solares, o que os torna quase imperceptíveis. Por isso, qualquer pessoa pode usufruir destas lentes. Contudo, recomenda-se a quem conduz diariamente, ou pratica desportos ao ar livre que utilize este tipo de lente pois o encadeamento provocado pela luz é filtrado ao máximo, dando uma maior nitidez nas imagens.


VIVADOURO AGOSTO 2017 31

Lazer Piadas de bolso:

RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

— Um empresário pouco pontual telefona a Vasco Santana e pede-lhe que esteja às seis horas em ponto no Parque Mayer. — Às seis em ponto? — diz Vasco Santana — Está bem. E a que horas é que você lá está?

Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego

Creme de Gambas Ingredientes:

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1,5 l caldo de marisco 300 g mirepoix 200 g gambas com casca 150 g tomate concassê 50 g farinha trigo 50 ml azeite 30 ml brandy/ aguardente 2 ml natas Sal e pimenta q.b

Preparação:

HORÓSCOPO

• Fazer o caldo de marisco; • Descascar as gambas, deixar o rabo, arranjar as cabeças e fritar; • Panela ao lume, azeite + mirepoix = refogar; • Juntar as cascas + flamejar; • Juntar o tomate e ferver; • Juntar a farinha e torrar, adicionar o caldo e ferver + rectificar= passar a chinês; • Passar as gambas por farinha e fritar; • Bater as natas, temperar com sal e empratar;

Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt

Amor: Esforce-se por basear a sua relação em atitudes de diálogo e compreensão. Saúde: O desequilíbrio em que se encontra pode estar associado ao cansaço e à falta de exercício. Dinheiro: Desenvolva alguns dos seus projetos, pois esta é a melhor altura para os colocar em prática.

O sujeito vai pedir aumento ao chefe: – Acho melhor o senhor me promover! Tem muitas empresas me procurando… – É mesmo? – pergunta o chefe, irónico – Quais são essas empresas? – A empresa de eletricidade, a empresa de saneamento, a empresa de telefone e as maiores empresas de cobrança do país!

Foto: DR

Desafio VivaDouro

SOLUÇÕES:

solução: 87


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