Jornal VivaDouro ed50 maio 2019

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A sua solução de transporte no Douro Ano 4 - n.º 50 - maio 2019

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"As pessoas é que fazem Casa do Douro: a academia e não apenas Reversão divide região uma pessoa"

> Págs. 6 e 7 Torre de Moncorvo

Feira Medieval atrai milhares de visitantes > Pág. 14

Vila Nova de Foz Côa

35 anos do Festival de Poesia e Música > Pág. 12 • Entrevista a Fontainhas Fernandes, reitor da UTAD

> Págs. 20, 21 e 22

Lamego

Feira Agrícola marcada pelo sucesso > Pág. 24

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2 VIVADOURO MAIO 2019

Editorial Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário Caros leitores,

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto

Nove doces tradicionais da região na corrida às 7 Maravilhas Doces de Portugal

NEGATIVO Pereiros (Carrazeda de Ansiães), Castainço (Penedono), Un. Freg, de Paradela e Granjinha (Tabuaço) e Custóias (Foz Côa). Quatro freguesias da região onde não nascem crianças há cinco anos.

Sumário: Armamar Página 4 Reportagem VivaDouro Páginas 6 e 7

"De novo a Casa do Douro"

São João da Pesqueira Páginas 9 e 10 Sernancelhe Página 11 Vila Nova de Foz Côa Página 12 Torre de Moncorvo Páginas 12 e 13 Destaque VivaDouro Página 14 Boletim Informação Páginas 15, 16, 17 e 18 Entrevista VivaDouro Páginas 20, 21 e 22 Sabrosa Página 23

Luís Braga da Cruz

NIF: 507632923

Lamego Página 24

Engenheiro Civil

Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. e Augusto Miguel Silva Almeida

Alijó Página 25

Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro

Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Fânzeres Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Sede do Editor: Travessa do Veloso - 87 4200-518 Porto Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Próxima Edição 19 JUNHO

FOTO: DR

A evolução de uma região no interior e sem grande presença de entidades governativas só é viável com investimento. O investimento que se vê ser feito é muito escasso e tem, numa grande parte dos casos, apenas o reforço e a melhoria de coisas que fazem jeito ao pessoal do litoral. Os Municípios fazem o que podem e muitas vezes fazem mesmo muito mais do que o que podem para promoverem as suas gentes e as suas regiões. Especialmente dentro da Europa... Ora se as eleições Europeias não ajudarem a que todos percebamos melhor as ligações que existem entre os países e a forma de funcionamento formal da Europa então para pouco servem. A comunicação social já presta muito pouca atenção a estas eleições, se passar o tempo a seguir ações que nada têm a ver com a Europa e que deveriam ser deixadas para as eleições legislativas então a desinformação será total e absoluta e não se perceberá o propósito claro e simples que é o objectivo destas eleições: os eleitos representarem o nosso país no parlamento Europeu. O Governo e os ministros mais mediáticos também têm lidado mal com isto. O que teria sido do nosso país se não fosse

estarmos inseridos no Euro e na Europa nos últimos anos? É que as pessoas sentem no seu bolso que ganham menos. Há tantos casos de pessoas tão prejudicadas com as duras medidas que o resgate financeiro impôs. Mas é preciso sabermos continuar a dizer onde estão os culpados e continuarmos a explicar que se fosse noutros tempos, era a inflação que resolveria o assunto e escondiam-se assim os nossos problemas. Com o Euro isso não é viável nem possível. Perderíamos mais dinheiro com uma inflação galopante; mas essa perda não era tão evidente e direta como quando eu sei que ganho menos 100 euros ou que pago mais 100 euros de imposto. Se fossem escudos, hoje o nosso escudo valeria muito menos do que os 200,48 Escudos que valeu cada Euro na conversão, pois os nossos governos teriam deixado que uma inflação galopante resolvesse o problema de ter que fazer cortes e ter que aumentar impostos. Era muito mais fácil ganhar eleições assim…. Nunca foi tão importante como hoje votar. Votar é mostrar as nossas escolhas e as nossas opções. E escolher nas eleições Europeias não parece difícil, dada a qualidade dos discursos dos candidatos e a qualidade relativa das listas que se apresentam a votação.

FOTO: DR

POSITIVO

Nacional Página 29 Opinião Página 30 Lazer Página 31

Há dias, fomos surpreendidos por a imprensa ter referido uma polémica alteração no estatuto da Casa do Douro, decidida pela Assembleia da República, que inflamou o debate e dividiu as opiniões. A Casa do Douro iria regressar à formula de instituição pública de inscrição obrigatória, passando a ter de novo responsabilidades de regulação, nomeadamente na atribuição do benefício. Sem querer formar uma opinião definitiva, até porque não tenho informação suficiente para compreender a motivação da iniciativa parlamentar, não posso deixar de fa-

zer algumas considerações sobre as possíveis implicações para a região de uma medida desta natureza. Começo por registar a apreensão de alguns responsáveis no sentido de podermos estar perante um retrocesso na responsabilização do produção da região do Douro. Tenho procurado acompanhar o Douro e a sua complexa realidade social e económica. Fui aprendendo que o futuro da região depende do equilíbrio entre os distintos interesses da produção e da comercialização. No passado, o Estado foi atribuindo prorrogativas especiais de natureza pública à Casa do Douro, tornando difícil a implementação dos modelos de concertação interprofissional usados em regiões vitivinícolas europeias com bons resultados. Todos sabemos como nesses tempos o mau exercício dessas competências deu origem a desvios ou abusos e gerou situações de insustentabilidade económica que muito penalizaram a região e os viticultores. Há quem veja nas actuais medidas um risco de regresso a esse passado traumatizante. Nos últimos 20 anos, ocorreu grande mudança no Douro. Outras denominações de origem foram ganhando prestígio. Houve grandes

ganhos de visibilidade. A paisagem de excepção do Douro, consagrou-se com património da Humanidade, com impacto no turismo, no alojamento local e na navegação fluvial. A actividade vitivinícola também evoluiu muito e integrou novas exigências. Os políticos locais adquiram um sentido mais agudo das suas responsabilidades perante as exigências de preservação do que tem valor patrimonial e de densificação da estrutura produtiva regional. Hoje, temos de o reconhecer, há mais autoconfiança nos agentes económicos e sociais da região duriense. Porém, o Douro reclama que se aprofunde o estudo da sua situação. As organizações dos produtores têm de se preocupar com os novos desafios de adequação a cenários de modificação climática ou a dinâmicas de mercado muito mais exigentes. Com isto quero significar que não podemos encarar novos problemas apenas pela invocação de soluções do passado que até não se revelaram eficazes. Nem me parece justo que se adoptem medidas desta importância, que aparentam ser ditadas por uma forte dose de paternalismo, sem um alargado debate público.


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Armamar

Armamar Futsal Clube é bicampeão O Armamar Futsal Clube sagrou-se bicampeão distrital de Futsal no escalão Juniores E (Benjamins). O Presidente da Câmara Municipal, João Paulo Fonseca, esteve com os petizes no jogo do último fim de semana para lhes dizer do orgulho que sente pelo sucesso alcançado. Foi “um campeonato de sonho, os nossos atletas sagraram-se Bicampeões, fechando com chave de ouro uma época de muito trabalho, esforço e dedicação”, segundo fonte oficial do clube. ■

Inscrições abertas para Certificação de Competências No âmbito protocolo entre a Câmara Municipal de Armamar e o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas Latino Coelho de Lamego, estão abertas as inscrições para uma formação em Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC). A ação decorrerá em horário pós-laboral, uma vez por semana. Destina-se a cidadãos ativos, com mais de 18 anos de idade e baixa escolaridade. No final os formandos obtêm certificação nos níveis básico, 6º ou 9º ano, e secundário, 12º ano. Os interessados podem obter mais informações junto do Setor de Desenvolvimento Social da Autarquia ou no Gabinete de Inserção Profissional de Armamar. ■

Município mostra-se na FIT Guarda 2019 O município de Armamar esteve entre os dias 2 e 5 de maio presente na Feira Ibérica de Turismo (FIT), que decorreu na cidade da Guarda. A FIT conheceu este ano a sua sexta edição. Teve como tema o Turismo de Interior e como destino convidado a província espanhola da Corunha. A feira é já considerada o mais importante certame de promoção turística numa perspetiva ibérica. A cerimónia de abertura foi presidida pelo ministro-adjunto e da Economia, Pedro Siza Vieira. Em representação do município de Armamar estiveram o Vice Presidente António Silva e Cláudia Damião, Vereadora responsável pelo Turismo na Autarquia Armamarense. ■


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Reportagem VivaDouro

Casa do Douro: Consensos procuram-se Criada em 1932 com a designação de Federação Sindical dos Viticultores da Região do Douro, a atual Casa do Douro passou por diversos altos e baixos, provocados por uma dívida ao estado que ascendeu aos 160 milhões de euros, que quase levaram à sua completa extinção. Texto e fotos: Carlos Almeida

Em dezembro de 2014, a instituição, com sede em Peso da Régua, viu extinta a sua natureza pública, sendo posteriormente aberto um concurso para a gestão privada, que foi formalmente assumida pela Federação Renovação do Douro, em maio de 2015. A Federação, criada em novembro de 2014, assumiu assim a gestão da instituição, passando a designar-se Casa do Douro/Federação Renovação do Douro, através do Despacho n.º 5610/2015 de 25 de maio de 2015. Transformada na maior associação de viticultores da região, a nova entidade passou a assumir a representação da produção no Conselho Interprofissional do IVDP, I.P.. Chegados a 2019, a instituição da lavoura duriense volta a ser uma associação pública de inscrição obrigatória. Alguns concordam com a decisão, mas há quem a considere uma "machadada na região". Comércio e produção contra decisão política As primeiras reações contrárias a esta decisão tornadas públicas surgiram por parte dos representantes da produção e do comércio na região. Em declarações à Lusa, num primeiro momento, o presidente da Associação das Empresas de Vinho do Porto (AEVP), António Saraiva, classificou a medida como “inqualificável” e uma “machadada na região”.

> António Saraiva, presidente AEVP

> António Lencastre, presidente da Federação Renovação do Douro

“Obviamente que isto preocupa as empresas, porque a região estava calma, serena, e isto vai novamente criar muitas divisões dentro da região. O que mais me preocupa é que parece que o PS e os partidos de esquerda venderam o Douro em troca de algum acordo eleitoral, porque as eleições estão à porta”, afirmou. Ao VivaDouro o responsável afirmou ainda que “a Lei aprovada é apenas de entendimento politico, tendo apenas em conta acordos e estratégicas politicas que em nada têm a ver com os problemas dos viticultores da RDD. A AEVP está muito preocupada pela negação da liberdade associativa na Região do Douro. Receamos os desequilíbrios que tal imposição venha a trazer à paridade que existe e necessariamente tem que existir no Conselho Interprofissional do IVDP. Não será possível estabelecer paridade no Conselho Interprofissional do IVDP quando uma profissão, o comércio, tem plena liberdade de se associar assumindo os sócios o finamento das suas associações, conferindo-lhe assim legitimidade e responsabilidade e a outra profissão, a produção, passa a ter uma representação única imposta por lei e financiada pelo Estado”. Também António Lencastre, da Federação Renovação do Douro, que representa produtores durienses, considera a nova lei como uma “afronta”. “A vida é feita de convicções e às vezes elas entram na cabeça das pessoas sem nenhuma explicação prática. Dá-me impressão que algumas pessoas, em especial as mais

velhas, ainda não se adaptaram à nova realidade da Casa do Douro, que já não é a força que era no passado. Esses tempos acabaram, contudo há alguma nostalgia e essa nostalgia, num rasgo de demagogia política, levou a que alguns deputados da região e alguns autarcas viessem levantar essa bandeira. Racionalmente esta decisão não faz sentido e economicamente é um tiro no pé. No Douro o problema não é esse, nós temos outros problemas. Depois mistura-se muitos duas coisas, a primeira é que a Casa do Douro serve para defender o interesse de 20.000 viticultores, não é para defender o interesse dos cerca de 200.000 habitantes da região do Douro e isso às vezes confunde-se passando a ser uma cortina de fumo, levanta-se o problema da Casa do Douro para se dizer que se está a resolver o problema da região toda, deprimida, com falta de população e perca da renda per capita e há muitas outras coisas a acontecer perante as quais nada se faz. A Casa do Douro já tinha deixado de ser um problema, foi um problema há 30 anos atrás e na altura ninguém se manifestou. Esta é uma bandeira eleitoralista que na prática não era necessária. Isto foi tudo feito na cabeça de algumas pessoas e de alguns autarcas, sendo que na sua maioria não percebem nada de vinha, nem viticultores são, tal como os deputados. Parece que os votos lhes dão o poder de ter estas ideias e serem sábios”. “Eu preconizo uma situação muito fraca,

> José Gonçalves, autarca da CIM Douro

semelhante à que já vivemos no passado. Esta solução abre portas a uma intervenção estatal que será fatal para a região. Para nos defendermos, a quem vamos recorrer? Aos paus mandados do IVDP? Aos paus mandados da Casa do Douro pública? Vamos ter que arranjar outra instituição que vá para a rua berrar porque, os que forem eleitos com o estigma político que está aí metido vamos ter candidatos à Casa do Douro que são políticos, porque são puxados por este ou aquele partido. Esta solução agora apresentada esquece-se que 70% dos viticultores têm 2 hectares e são idosos. Esta gente não se vai mobilizar para votar, é preciso alguém que perceba o que esses produtores precisam para os defender e nada melhor que as cooperativas e associações para o fazerem. Não são as grandes empresas que os esmagam, eles estão fatalmente nessa situação e é insensato achar que essas pessoas vão levantar a voz para reivindicar os seus direitos. CIM Douro aprovou decisão por unanimidade Numa altura em que a Assembleia da República estava a trabalhar numa possível reversão do processo de privatização da Casa do Douro, a Comunidade Intermunicipal criou uma comissão de vitivinicultura, no âmbito da qual foi trabalhado um documento que, posteriormente, foi aprovado por unanimidade pelos 19 municípios que a integram. O presidente da Câmara de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, explicou que, no documento remetido aos grupos parlamentes, a Comunidade Intermunicipal defende uma Casa do Douro "de direito público e de inscrição obrigatória". "Para nós isso é fundamental. Devia ser de inscrição obrigatória porque sempre foi assim e eu acho que é a forma de agregar toda a gente e dar dimensão à representação de quem produz. A CIM defende uma Casa do Douro de direito público, com autonomia financeira, tutelada pelo Governo", frisou. O autarca reguense lembrou ainda que a CIM Douro contestou a decisão do Governo de privatizar a Casa do Douro.


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Reportagem VivaDouro

"Esta maioria de esquerda colocou em cima da mesa a disponibilidade de reverter a situação e não faria sentido nós não estarmos na primeira linha a dar força política a esta solução e para que possa ser refundado todo o modelo", salientou. A CIM propõe assim que seja criado um conselho regional de 43 viticultores, composto por um eleito por cada um dos 21 concelhos da Região Demarcada do Douro. De acordo com a proposta da comunidade intermunicipal, os restantes 22 serão eleitos por concelho, com base na área de vinha cadastrada no IVDP. Produtores dividem-se na análise à solução encontrada Também entre os produtores existe uma divisão quanto à posição perante

> Romeu Sequeira, vitivinicultor

esta decisão política. Entre os que defendem esta solução o VivaDouro falou com Romeu Sequeira que afirma que esta solução é um “marco histórico para a região”. “Isto é de facto um marco histórico para a Casa do Douro e para todos os vitivinicultores do Douro. Esta nova Casa do Douro só traz vantagens para os vitivinicultores durienses, por exemplo, até aqui não tínhamos uma representação que englobasse todos os vitivinicultores do Douro e a partir deste momento, com a inscrição obrigatória da Casa do Douro, teremos uma representação ao mais alto nível, que nos defenda em vários aspetos. Este será um novo passo para a região. Não há dúvidas que todos os autarcas da CIM Douro aprovaram esta medida do go-

verno. Há aqui dois lados, o dos vitivinicultores, pequenos e médios, e o das grandes empresas que efetuam a sua exportação. Existia um poder máximo por parte dessas grandes empresas, por exemplo, o Conselho Interprofissional é constituído por essas grandes empresas, juntamente com o IVDP. Com esta nova realidade as coisas mudam e a nova Casa do Douro pode trazer diversas vantagens para esses pequenos e médios produtores como a contratação de seguros mais benéficos para todos, criar a participação e gestão de instituições de caráter mutualista, a promoção de serviços técnicos, a possibilidade de manter um stock histórico e, além disso tudo, a Casa do Douro poderá indicar nomes para o Conselho Interprofissional, garantindo assim que todos terão quem os defenda na tomada de decisões que

> Rui Lopes, vitivinicultor

são importantes para a região”. Em sentido oposto, Rui Lopes, também ele um pequeno produtor da região fala numa decisão prejudicial à região tomada “em cima do joelho”. Na minha opinião, e tendo em conta que a Casa do Douro sempre foi de direito privado e representava todos os vitivinicultores no Interprofissional, negociava os valores e as quantidades a serem produzidas, não compreendo porque é que passa a ser de direito público, de inscrição obrigatória, e isto é que faz confusão. Porquê a inscrição obrigatória? Clientelismo? Quem é que vai ser o presidente da Casa do Douro? As pessoas que lá vão estar conhecem a realidade da região? É um desconhecimento total. A meu ver isto foi feito em cima do joelho. Pegou-se num conjunto de documentos, misturou-se tudo de forma a agradar a toda a gente mas eu acho que não agrada a ninguém. Já ouvimos o comércio manifestar-se contra e eu, como produtor, também não me revejo neste modelo. A minha questão é, que direitos terá esta nova Casa do Douro no Conselho Interprofissional, terá voto de qualidade? Sobrepor-se-á ao IVDP, que é o Estado? Neste momento, se vai ser de direito público estamos a duplicar poderes. Passamos a ter dois institutos públicos, um que representa os vitivinicultores e outro que representa o Estado, não faz sentido. Para mim um instituto público representa o Estado, e não os vitivinicultores, independentemente de haver obrigatoriedade de inscrição. A decisão é uma decisão política. Ao fim de 4 anos desta legislatura houve muito tempo para a resolver e agora é feita em cima do joelho. No conselho da CIM Douro há uma unanimidade mas na Assembleia Intermunicipal há deputados que estão contra esta decisão, e isso é sabido, assim como se sabe que há muitos agentes da região que não a apoiam, considerando-a mesmo má. Como é que de um momento para o outro a Casa do Douro que muitos defendiam que era uma coisa muito má, que vinha do tempo da ditadura, agora já é algo muito bom? Não percebo. ■


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São João da Pesqueira

Presidente da Turismo Porto e Norte de Portugal visita concelho O novo Presidente da TPNP, Luís Pedro Martins, visitou o concelho de S. João da Pesqueira a convite do Presidente da Câmara Municipal, Manuel Cordeiro, onde pode visitar e conhecer diversos locais emblemáticos do concelho mais antigo de Portugal, como são o caso do Museu do vinho, a Praça da República, a Rua dos Gatos, o miradouro de S. Salvador do Mundo, a Ferradosa, Quintas e outros

pontos de interesse. A presença do Presidente da TPNP em S. João da Pesqueira de forma a conhecer o território, teve como objetivo contribuir para a delineação de uma estratégia de desenvolvimento turístico por parte do Município e dos agentes económicos do sector. Ficou a promessa de uma nova visita ao Coração do Douro. ■

I festival de fado de S. João da Pesqueira O Município de S. João da Pesqueira vai organizar no dia 19 de maio, o I Festival de Fado de S. João da Pesqueira, uma tarde dedicada ao género musical que é Património Cultural Imaterial da UNESCO. Com a presença em palco no Cineteatro de S. João da Pesqueira de Cristina Marques, Mara Pedro e os Fado ao Centro - Fados de Coimbra. Um evento cultural para marcar na agenda no Coração do Douro. ■

Relatório de gestão - Município de S. João da Pesqueira O Município de S. João da Pesqueira tornou público o relatório de Prestação de Contas do ano 2018, aprovado no mês de abril de 2019. Segundo informação constante na página electrónica da Autarquia, o ano de 2018 foi um ano de rigor total, tendo sido possível melhorar o desempenho organizacional, aumentar os níveis de investimento e a eficácia e, ao mesmo tempo, garantir o equilíbrio das contas públicas. Em traços gerais: 1. (Atingimos um elevado Grau de Execução Orçamental da Receita total de 85,7% (sendo que a execução das Receitas Correntes atingiu 99,7%); A Taxa de execução das Grandes Opções do Plano alcançou uns impressionantes 82,3% (a maior taxa de execução das GOP'S dos últimos 8 exercícios); Ao nível do PPI, houve um aumento do investimento (pago) superior em € 232.483,00 em comparação com o ano de 2017, e uma maior execução absoluta das GOP'S (PPI+PAM) em € 725.701,00.

2. Também, pela primeira vez desde 2013, o passivo exigível (dívida) diminuiu, sendo que, entre 2017 e 2018, a diminuição verificada foi de € 793.308,00 (9,8%); 3. Reduzimos os prazos médios de pagamento a fornecedores de 75 dias para 48 dias. 4. Em 2018 o município pagou a totalidade das faturas da compra de água e saneamento (o que não acontecia desde 2009), tendo sido possível ainda recuperar os valores em dívida dos clientes do município. 5. Celebramos Acordo para pagamento da dívida de quase 4 milhões de euros que herdamos com as Águas do Norte, S.A., acordo esse que irá permitir ao município, face à dívida existente, economizar € 226.083,30 de juros de mora de 7% por ano, tendo, também o acordo permitido receber a totalidade das rendas daquela empresa na totalidade e aumentando o valor dessas rendas em mais € 192.528,00; Na compra das aguas Águas do Norte, S.A., verificou-se, ainda, uma brutal diminuição de custos verificada entre 2017 e 2018 (em menos € 176.749,10). 6. No Fornecimento de Serviços Externos, entre 2017 e 2018, verifica-se uma diminuição de € 466.794,40. 7. Em relação aos Gastos e Proveitos em

2018, relativamente a 2017, houve uma diminuição do total de custos no valor de € 355.063,00, e um aumento do total de proveitos em € 369.125,00, o que permitiu melhorar os resultados e diminuir o endividamento. 8. Em 2018 obtivemos um Resultado Líquido negativo de € 584.669,60, o que contrasta com o resultado liquido negativo de € 1.308.858,00 de 2017, sendo o melhor resultado alcançado desde 2013. O presente relatório demonstra, assim, que é possível fazer mais com menos desperdício de recursos, sem aniquilar o investimento público, tendo aproveitado todas as candidaturas sem as quais não é possível

investimento (BEM, Valorizar, ETARS, PARU e PAMUS, PROVERE, etc.). Este esforço em 2018 para a diminuição da dívida total permitiu gerar folga orçamental para contratar empréstimos para investimentos não comparticipados nas Freguesias. Estamos, por isso, todos de parabéns, eleitos e técnicos deste município, por este esforço num ano difícil, mas que permitirá abrir novo espaço e nova forma de gestão para o futuro!” O relatório completo está disponível em www.sjpesqueira.pt ■


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São João da Pesqueira

ESPRODOURO aposta na oferta formativa que serve as empresas da região A Escola Profissional do Alto Douro, apresentou ao nosso jornal a nova oferta para o ano de 2019-2020, que segundo o seu diretor "pretende colmatar necessidades na região indo de encontro às novas gerações!". Os cursos dirigidos a jovens até aos 20 anos que vão ingressar no 9º ou 10º ano de escolaridade, têm mais vantagens que o ensino dito "tradicional"!

Fernando Rodrigues, Diretor Geral e Pedagógico da ESPRODOURO, salienta que "precisamos de ter uma oferta compatível com as necessidades da região... por isso ter o curso de Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores, focado nos sistemas de automação de produção vínica, respondendo às necessidades de técnicos de domótica e de sistemas elétricos que existem na região é fulcral". Por outro lado, lançaram o novíssimo curso de Técnico de Comunicação e Serviço Digital, com "forte foco no marketing e nas redes sociais como estratégia de vendas. Hoje, comunicar um produto ou serviço, como o vinho ou serviços, necessita de técnicos que saibam as melhores estratégias digitais... tirar

uma boa fotografia, trabalhar a imagem e comunicar pelo Instagram, é um dos exemplos que os nossos jovens vão aprender. Nos tradicionais cursos de Técnico de Cozinha e Pastelaria, e Técnico de Restaurante e Bar, também existem novidades. "Agora nestes cursos é possível a certificação parcial e o curso de Restaurante e Bar, já existe a possibilidade do aluno realizar a especialização em Escanção. É uma profissão muito bem remunerada e com extrema escassez, numa região onde o vinho e a vinha, esperam esse conhecimento nos seus profissionais." Para concluir a oferta, também para os alunos que pretendem ingressar no CEF de Operador de Informática, numa escola"

onde existiu uma forte aposta tecnológica com aprendizagens práticas dentro da própria escola. Os alunos da ESPRODOURO terminam o 12º ano com dupla certificação, ou seja, com nível 4 de formação profissional (ao passo que no ensino tradicional terminam com nível 3), com acesso à universidade sem necessidade de realizar exames nacionais e com acesso aos cursos CTesP via protocolo e com uma forte orientação profissional/académica do seu percurso. Uma escola, onde o sonho dos alunos é o seu desafio. Este ano as inscrições são limitadas, por isso sugere-se a visita a www.esprodouro.com. ■

Uma experiência por terras de Madrid No âmbito do projeto Pesqueira Educa, nos dias 24, 25 e 26 de abril, professores e alunos da ESPRODOURO viveram um intercâmbio internacional, numa visita à capital espanhola, visando aprofundar aprendizagens adquiridas ao longo do ano letivo. Com esta experiência fora de portas, os cerca de 65 alunos e professores conseguiram ver, sentir e tocar de perto o património histórico, cultural, gastronómico e desportivo da cidade de Madrid, o que acabou por estabelecer e aprofundar conteúdos e temas de cada percurso. Para Fernando Rodrigues, Diretor Geral e Pedagógico da escola “A ESPRODOURO pretende continuar a realizar visitas de estudo que enriqueçam o percurso escolar

dos alunos, bem como aulas 70% práticas com o objetivo de preparar os alunos para qualquer que seja a sua escolha: continuar os estudos e ingressar no ensino superior ou entrarem no mercado de trabalho. E isto já para o ano lectivo 2019/2020, onde pretendemos formar na prática profissionais de excelência.”.

Foi um projeto no âmbito do desenvolvimento das competências dos alunos com prática real, pretendendo realçar a motivação dos alunos com Workshops e contacto real com as atividades. Seguem agora para o projeto integrador do jantar vínico a decorrer em 29 de junho de 2019, sobre o qual prometem novidades em breve! ■

Testemunhos de 3 alunos sobre a viagem: João Sousa, Técnico de Apoio à Gestão 1º ano: “A viagem a Madrid correu com tranquilidade, sem nenhum percalço, e dentro do planeado no projeto. A resolução do projeto ajudou e bastante na aprendizagem, pois nós deparamo-nos com um orçamento que nos foi dado com um determinado valor, e tivemos de conseguir gerir esse determinado valor, como alunos do curso Técnico de Apoio à Gestão, para conseguir realizar a viagem. Dentro dos conhecimentos que adquirimos para saber gerir esse dinheiro, tivemos de procurar as melhores alternativas englobando, baixos preços, bons serviços, e bons acessos, neste caso localização!” Luís Lara, Técnico de Desporto, 2º ano: “Nos dias 24, 25 e 26 de abril, os alunos juntamente com os professores da ESPRODOURO, realizamos uma visita de estudo a Madrid, onde visitamos o estádio do Santiago Barnabéu e o Parque da Warner. Posso dizer que como aprendizagem contribuiu muito para o meu curso, para a comunicação e para o conhecimento de novas culturas e de sítios diferentes.” Vânia Pimenta, Técnico de Cozinha/Pastelaria 3º ano: “Sou aluna da ESPRODOURO e participei na viagem de final de ano da minha escola. Esta viagem contribuiu para o sucesso de aprendizagem de uma nova língua, contribuiu também para o meu curso pois visitei a cozinha do Palácio Real e isso foi muito bom para adquirir mais conhecimentos, sobre técnicas antigas de cozinha.”

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Sernancelhe

Feira Aquiliniana regressa à Senhora da Lapa Assumindo o objetivo cimeiro de ser um tributo a Mestre Aquilino e à Lapa, o certame decorre nos próximos dias 1 e 2 de junho, no terreiro do Santuário, envolto pelo conjunto patrimonial constituído pela Igreja, Colégio, Pelourinho, Casa da Câmara e o casario tradicional daquela pequena comunidade pertencente à Freguesia de Quintela, enaltecendo a vertente religiosa sempre presente na Lapa, a fé e a lenda que comprovam os mais de 500 anos de história de uma localidade criada pelos Jesuítas. A Feira Aquiliniana é um evento temático com selo de qualidade da Escola Profissional de Sernancelhe, cujos formadores e alunos prepararam, ao longo do ano, a sua participação no evento de forma

ativa, recriando profissões, trajes, rituais, atividades e personagens, procurando o equilíbrio entre o sentido religioso e a questão profana do comércio, das tascas, dos comes e bebes, momentos inspirados na obra literária do escritor natural da freguesia de Carregal. A este propósito o VivaDouro falou com Armando Mateus, vereador da autarquia de Sernancelhe. Qual a importância deste evento para o município de Sernancelhe? O propósito principal da Feira Aquiliniana é trabalhar duas temáticas, o turismo religioso e o literário, por isso o local selecionado é o Santuário da Lapa; a parte literária, como o próprio nome indica, é a obra de

Aquilino Ribeiro, tudo isto associado às festividade e à novena da Lapa que culmina no dia 10 de junho. Organizamos este certame em homenagem à obra de Aquilino Ribeiro, que retrata de forma assinalável a relação do religioso com o profano e os momentos culturais que são as romarias e os acontecimentos na Lapa. Nestas festividades em honra de Nossa Senhora da Lapa os romeiros e os peregrinos passavam a noite no terreiro do santuário, onde se juntavam vários feirantes que davam alimentação e animação a todos os peregrinos e romeiros. A Feira Aquiliniana tem esse propósito, é reviver uma feira do século XIX, inícios do século XX que é mencionada no Terras do Demo, no Cinco Reis de Gente, no Malhadinhas, de Aquilino. Recriamos uma feira à época com todos os ofícios, artesanato, tendas de comida e toda a parte de animação, que tenta sempre ser contida porque tem de respeitar as horas da novena que o santuário realiza entre os dias 1 e 9 de junho. Fora desses momentos a animação é feita por ranchos folclóricos, representações cénicas, a cargo da Escola Profissional de Sernancelhe, de diversos jogos tradicionais e das profissões da época (o sapateiro, a costureira, o oleiro, etc). Esta ligação à cultura é importante para a promoção dos territórios do interior como é o caso de Sernancelhe? Obviamente que cada concelho tem que delinear uma estratégia de promoção e divulgação do seu território, no interior isso é ainda mais importante porque acaba por ter um potencial e uma genuinidade que nós queremos aproveitar e divulgar.

Tenho uma certa convicção que é nesta zona do interior, que é com esta genuinidade, que nos apresentamos culturalmente, o que faz com que as pessoas nos visitem. Olhando para a edição deste ano do certame, que momentos destacaria? Não podemos dizer que há um momento diferenciador que se possa destacar. Este evento recria uma feira que decorre durante a tarde de sábado e todo o dia de domingo onde pontualmente vão existindo vários momentos de animação. Aquilo que podemos destacar, sem dúvida, é todo o trabalho que é feito pelo agrupamento de escolas Padre João Rodrigues, pela Escola Profissional de Sernancelhe, pelas associações culturais e recreativas do nosso concelho, que trazem as suas representações descritas na obra literária de Aquilino Ribeiro. A participação dos estudantes é importante para a divulgação da cultura aos mais jovens? Sim, sem dúvida, porque a obra de Aquilino Ribeiro tem uma linguagem muito própria, muito regional, que nem sempre é fácil de entender por parte dos jovens. A melhor forma, como os próprios professores de português nos dizem, é colocar os alunos a trabalhar a obra não meramente no sentido literário mas trabalhando-a para a representação, para a interpretação. Desta forma conseguem absorver melhor o vocabulário, a terminologia tão própria de Aquilino e a obra deste grande autor. ■ PUB


12 VIVADOURO MAIO 2019

Vila Nova de Foz Côa

Festival de Poesia e Música homenageia Manuel Alegre O mais antigo festival de poesia do país regressou a Vila Nova de Foz Côa para a 35ª edição com homenagem a Manuel Alegre e cinco dias de música, poesia, apresentação de livros, leituras de poemas, debates, etc. Na semana em que se comemoraram os 45 anos da “Revolução dos Cravos”, Foz Côa foi a capital cultural do interior com a organização do Festival de Poesia e Música, um evento que ano após ano se afirma no panorama nacional. Este ano o homenageado foi Manuel Alegre, o “Poeta da Liberdade” que, à nossa reportagem se mostrou feliz e lisonjeado com a distinção. “Obviamente sinto-me lisonjeado por esta homenagem e pelas pessoas que cá vêm. Venho aqui também para dar um estímulo a este tipo de atividade”. Para o poeta, o papel da cultura é essencial ao desenvolvimento económico e social dos territórios, em especial aos que ficam mais distantes dos grandes centros urbanos como Lisboa ou Porto. “Este é um festival muito antigo, penso mesmo que será o mais antigo de Portugal. Foz Côa é um território do interior mas que tem um grande potencial cultural, basta que haja um comboio ali do Pocinho até Salamanca para que aqui se faça verdadeiramente uma revolução cultural. Presente nesta homenagem esteve também a Ministra da Cultura, Graça Fonseca que destacou o papel de Manuel Alegre na construção da ideia de liberdade no pós 25 de abril. “Eu associo Manuel Alegre à liberdade, eu nasci antes do 25 de abril mas toda a minha vida vivi e cresci em liberdade e é isso que Manuel Alegre significa para mim. Como referi, este festival tem com uma resiliência fantástica, são já 35 edições, um feito extraordinário para um evento de poesia e música. O facto de acontecer nesta semana, com uma homenagem ao Manuel Alegre é particularmente relevante. Estamos na semana do 25 de abril, é uma semana em que se celebra a liberdade um pouco por todo o

vais literários foram criados como alternativa ao centralismo. É com projetos como este que conseguimos criar e atrair novos públicos, promovendo uma cultura verdadeiramente ao acesso de todos.”

> Manuel Alegre autografa livro à ministra da Cultura

país e esta associação a Manuel Alegre é a melhor possível, até porque é conhecido como o ‘Poeta da Liberdade’”. Cada vez mais tenho a convicção que a cultura é um meio de afirmação dos territórios do interior e felizmente ela existe um pouco por todo o território. Portugal não é Lisboa e Porto e existem exemplos extraordinários como este de Foz Côa, que têm um impacto cultural muito relevante, com um efeito muito importante de coesão territorial. Certamente não haverá um festival como este que tenha uma longevidade de 35 anos. O que isso significa é que este evento cultural conseguiu resistir a várias formas de estar do Governo central, e a vários executivos autárquicos, portanto, não encontro melhor exemplo de como a cultura é capaz de promover a coesão territorial e isso felizmente encontra-se muito pelo país apesar de nem sempre ser devidamente reconhecido. O festival contou ainda com a participação de nomes como Rosa Alice Branco, Casimiro de Brito, Luís Quintais, Paulo Sucena, Rui Spranger, Daniel Rocha, Aurelino Costa, José Viale Moutinho, etc. Do programa fez também parte uma sessão com o poeta italiano Marco Fazzini, promovida em parceria com a Biblioteca Municipal Eduardo Lourenço, na Guarda. No final dos cinco dias do evento, o VivaDouro esteve à conversa com João Paulo Sousa, Vice-Presidente da autarquia foz-coense e Coordenador Executivo do festival, que aproveitou para fazer um balanço desta 35ª edição e dos planos que existem para o futuro deste evento.

> Gustavo Duarte entrega Foral do Município ao poeta

Qual o balanço que faz da 35ª edição do festival? Falar em balanços culturais é sempre muito difícil pois não gosto de quantificar projetos desta natureza. É preferível sinalizar que foi com satisfação que acolhemos a 35ª edição do Festival de Poesia e Música -2019, entre os dias 23 a 27 de abril. Considerado como o mais antigo festival literário do país em atividade (1984) este ano o – Poetry e Music 2019 – como foi assim designado pelo seu curador e cofundador (Dr. Jorge Maximino) foi mais uma vez o resultado de uma forte persistência e determinação dos seus organizadores: Município de Vila Nova de Foz Côa e Associação SOMA. A coordenação executiva deste projeto cultural foi exigente. “Fozcoa Poetry e Music” – 2019, foi mais que um festival de sucessivos momentos e instantes poético/culturais/musicais. Agregou vontades inspiradoras, opiniões, epifanias e sinergias culturais e científicas. Nada mais oportuno que aproveitar o “Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor”, (23 de abril) para homenagear Manuel Alegre, o "Poeta da Liberdade" e lançar uma belíssima antologia de 55 poemas sobre o autor. Neste colóquio-homenagem para além dos testemunhos em vídeo de Guilherme d´Oliveira Martins, Lobo Antunes e Lídia Jorge os oradores António Cortez, Clara Rocha e Paulo Sucena deixaram o seu testemunho sobre o autor. A música ocupou um espaço preponderante e diversos momentos ocorreram. Por um lado, perante um especial público (população de Castelo Melhor) por outro, nas comemorações do 25 de Abril, propriamente dito. As secções continuas (escolhas assertivas do diretor e curador do festival) perante os encontro e desencontros da respiração emocional com a consciência poética dos autores, permitiu arquitetar literariamente uma panóplia de momentos únicos. Considera a cultura uma forma de afirmação do território, em especial tratando-se de um território do interior como Foz Côa? A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, na homenagem a Manuel Alegre evidenciou isso mesmo, referindo a importância deste festival no território: “Praticamente não existiam [em 1984] iniciativas alargadas de diálogo ligadas à literatura ou à leitura. O Festival de Poesia e Música de Vila Nova de Foz Côa soube dar cumprimento a um dos objetivos fundamentais que deve presidir à realização de encontros deste tipo: historicamente, os festi-

Após 35 edições do Festival de Poesia e Música de V.N. de Foz Côa, que planos existem para o futuro deste evento? Embora a excelência contínua seja inalcançável, utópica, o padrão de qualidade demonstrado neste festival deve ser categoricamente seguido. As áreas de melhoria foram desde já sinalizadas e certamente serão postas em prática noutros campos de ação e novos intervenientes. O processo da internacionalização do festival deverá ser levado em linha de conta, tal como tem acontecido pontualmente em edições anteriores, mas se for essa a aposta, terá que naturalmente provocar terramotos emocionais/poéticos diferenciadores, e sempre que possível para um público mais vasto. Quer isto dizer que, embora este festival não esteja pensado para contemplar públicos massificados e “vulgares”, também não nos interessa cair num clube elitista, desinteressante e absurdo. O interior precisa de momentos irrepetíveis e aí Foz Côa é capaz de os oferecer pois é o único concelho do país que tem 2 patrimónios mundiais classificados pela UNESCO e tem uma liderança nacional interessante no mercado vitivinícola, que provoca e desperta emoções únicas a quem nos visita. Assim, se o turismo é a maior porta de entrada do concelho, a cultura vende bem esta região / território desertificado. Vila Nova de Foz Côa culturalmente está preparada para ser o eucalipto (não no sentido de secar tudo o que está a sua volta) cultural do interior, elemento identitário de Torga quando fala sobre as ideias: “As ideias são como as plantas: têm o seu clima e a sua terra. Por mais que se diga, o eucalipto será sempre exótico na paisagem portuguesa”. ■

> João Paulo, vice-presidente da autarquia


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14 VIVADOURO MAIO 2019

Torre de Moncorvo

“Alquimia do Ferro” é mote para viagem no tempo Torre de Moncorvo foi palco de mais uma viagem no tempo, entre os dias 26 e 28 de abril, com a realização da Feira Medieval dedicada ao tema “Alquimia do Ferro”. Ferreiros, carpinteiros, comerciantes e muito mais encheram as ruas de Torre de Moncorvo em mais uma recriação histórica que transportou os milhares de visitantes que se deslocaram à vila transmontana detentora da maior jazida de ferro da Europa, até outros tempos. Variadas recriações históricas, músicas interpretadas, danças e animação de rua animaram os vários espaços da feira. Muitas outras encenações como o cortejo do Rei e sua Corte, pelourinho, batismo real, cortejo de Santa Bárbara, pracear das aves, espetáculos equestres, tornaram os dias de locais e forasteiros uma animação, ajudada pelo tempo solarengo que se fez sentir. Para Nuno Gonçalves, autarca moncorvense, essa edição fica marcada pelo sucesso, evidenciado pelo aumento de expositores e pelas cerca de 8 dezenas de milhares de visitantes que ali acorreram durante os 3 dias do evento. “A edição de 2019 da Feira Medieval de Torre de Moncorvo teve um balanço bastante positivo. Aumentamos para mais de 90 o número de expositores e estimamos que durante os três dias passaram por Torre de Moncorvo per-

Dina Morais Comerciante

> Desfile do Rei e sua corte

to de 80 mil visitantes”. Ao VivaDouro, o autarca salientou ainda a importância deste evento na dinamização local, em especial porque se realiza fora da denominada época alta. “A Feira Medieval, assim como os restantes eventos âncora do concelho, nomeadamente o Festival do Solstício, o Vinho e Sabor Douro e as Festas da Boa Nova são muito importantes para o concelho, uma vez que se realizam fora da denominada época alta e atraem muitos visitantes. A feira medieval, que é já um evento consolidado, tem um grande impacto na economia local, nomeadamente no Comércio, na Restauração e na Hotelaria. É importante também para as associações do concelho, pois uma parte dos mercadores e todas as tabernas são de associações. Outro fator que também se destaca é a oportunidade que a Feira

Medieval proporciona no escoamento dos produtos da terra e produtos regionais, das várias empresas locais”. Para Nuno Gonçalves este evento é uma mostra do seu concelho, acabando por ser também uma forma de atrair turistas que mais tarde regressam para melhor poderem explorar o território. “A Feira Medieval de Torre de Moncorvo já é um cartão de visita do concelho. Muitas são as pessoas que esperam por uma nova edição para regressarem a Torre de Moncorvo. E é isso mesmo que o Município de Torre de Moncorvo pretende, que as pessoas visitem o concelho fiquem agradadas com a nossa gastronomia, o belíssimo património natural e histórico e queiram regressar. Por isso, é que Torre de Moncorvo está 365 dias por ano disponível para receber quem nos quer visitar”. ■

Como comerciante acho este evento muito bom, são três dias “a bombar”, como dizem os mais jovens. Além de vendermos é uma oportunidade de mostrar os nossos produtos e nós sentimos que as pessoas gostam até porque se nota que regressam ano após ano, não só neste altura mas ao longo de todo o ano.

Esperança Moreno Figurante Eu pertenço ao grupo de teatro “Alma de Ferro”, sediado aqui em Moncorvo, por isso é sempre uma emoção viver estes dias de festa na nossa terra. É uma oportunidade que temos de levar o nome de Moncorvo mais longe, visto sermos do interior, através dos milhares de visitantes que passam por aqui estes dias, é muito gratificante.

Carlos Alves Músico Não somos moncorvenses de sangue mas somos de coração. Moncorvo é dos concelhos onde atuamos mais vezes e para nós é muito importante estar aqui, é uma oportunidade de mostrarmos as nossas raízes, as raízes transmontanas, que estiveram muito apagadas ao longo de muitos anos mas que agora são reativadas.


INFORMAÇ O Boletim Informativo da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira Nº 27 - Maio de 2019

36ª edição da Ovibeja

Ficha Técnica

Ana Dias

A Coopenela marcou presença na 36ª edição da OVIBEJA que decorreu de 24 a 28 de Abril, no Parque de Feiras e Exposições de Beja, Manuel de Castro e Brito, organizada pela Associação ACOS – Agricultores do Sul. A OVIBEJA nasceu em 1984 como uma exposição de ovinos num recanto da tradicional Feira da Primavera em Beja e evoluiu de tal modo que é hoje considerada uma das maiores feiras agrícolas do país tendo vindo a aumentar e diversificar a sua área de atuação. A presença da Coopenela neste evento permitiu estabelecer novos contactos com importantes intervenientes do sector agrícola, bem como reforçar os laços com os parceiros e associados presentes a Sul do país. No dia da abertura da feira, 24 de Abril, a Coopenela teve o prazer de receber Sua Excelência o Senhor Presidente da República Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa tendo sido aproveitada a oportunidade para se apresentarem as atividades que a cooperativa desenvolve e o papel importante que exerce junto do sector agrícola. O tema central desta 36ª edição centrou-se numa reflexão sobre as alterações climáticas e a agricultura em que durante dois dias, 26 e 27 de Abril, participaram no semi-

Trimestral

Ana Dias

José Fernando

Ana Santos

João Pedro

Angela Martins

Margarida Rodrigues

Igor Nora

Rui Droga

José Angelo Pinto

Tânia Amaral

Pedido único 2019

Margarida Rodrigues

nário alguns dos mais destacados especialistas nacionais e internacionais sobre esta temática. O programa deste seminário teve como propósito o enquadramento geral do tema bem como apresentação e discussão de estratégias de mitigação e de adaptação que os agricultores em geral podem e devem adotar para contrariar os impactos negativos e reduzir os riscos associados ao fenómeno das alterações climáticas. As alterações climáticas poderão ter os seguintes impactos para a agricultura: Diminuição do ciclo das culturas; Diminuição do período de geadas; Diminuição do

número de horas de frio; Aumento da incidência de pragas e doenças; Aumento do stress hídrico; Aumento da erosividade da precipitação; Aumento da suscetibilidade a eventos extremos; Aumento da necessidade de drenagem artificial. O desenvolvimento de uma atividade agrícola consciente pressupõe que os agricultores estejam preparados para fazer face aos impactos das alterações climáticas nas culturas que produzem, sendo para isso imprescindível o apoio de um corpo técnico adequado e responsável que aconselhe o agricultor a tomar em cada momento as melhores decisões.

As candidaturas às ajudas incluídas no PU2019 com início a 1 de fevereiro e termo a 6 de maio dos agricultores que nos confiaram esta tarefa foram concluídas com sucesso pela Coopenela. Com o intuito de informar os agricultores sobre os apoios disponíveis foi realizada uma acção de esclarecimento, nas instalações da Coopenela, no dia 25 de março, pelas 10:00 Horas com a presença do Engº Fernando Gonçalves da Confagri. Como no ano de 2019 foram disponibilizados os novos ortofotomapas referentes a 2018, houve a necessidade de serem feitas correcções nas parcelas dos beneficiários, com recursos a visitas de campo. Todas as visitas de campo foram agendadas em sala de parcelário com os beneficiários, de acordo com a disponibilidade de ambas as partes. Estas validações nos terrenos foram feitas pela equipa técnica da Coopenela através da recolha de evidências de campo, especialmente fotográficas, sendo as mesmas carregadas no parcelário do agricultor. Após actualização do parcelário e aprovação de evidências de campo os pedidos únicos foram todos submetidos sem ser necessária qualquer diligência adicional.


Encontro Nacional de técnicos Ângela Martins Mais um ano em que a Coopenela esteve presente no Encontro Nacional de Técnicos da Confagri que, desta vez, decorreu no centro cultural de congressos de Aveiro no dia 1 de fevereiro de 2019. Este encontro anual é um evento onde se reúnem todas as organizações agrícolas, e neste ano estiveram presentes cerca de 350 técnicos e dirigentes de diferentes regiões do País, para estudar e debater as principais alterações para a campanha de ajudas e parcelário para 2019 e que são muitas. Só com a atualização permanente do conhecimento dos nossos técnicos é possível prestarmos estes serviços com a qualidade e a velocidade que hoje em dia fazem a diferença e permitem que os rendimentos dos nossos agricultores se mantenham.

Proteger a floresta... Tânia Amaral Decorreu no dia 28 de março nas instalações da Coopenela, uma formação de Poda e Enxertia de Castanheiros. Esta formação teve uma componente teórica e uma componente prática, tendo sido

possível exemplificar a realização destas podas e enxertias. A organização ficou a cargo da Coopenela e teve uma boa adesão. Contamos, no futuro, vir a ter mais formações deste género.

Numa altura em que todos os produtores e proprietários se preocupam com a limpeza das suas explorações agrícolas e florestais e com as faixas de gestão em redor das habitações, é importante falar nas queimas de amontoados que têm sido muito usadas, contudo é preciso ter em atenção que devem ser cumpridas regras de segurança na realização das mesmas. Os dados mais recentes, fornecidos pela Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) indicam que entre 01 de janeiro e 17 de março foram registados 1344 incêndios, dos quais resultaram três vítimas mortais devido à realização de queimas de sobrantes. Nos espaços rurais, durante o Período Crítico e fora do período crítico quando se verifique o índice de risco de incêndio rural de níveis muito elevado e máximo é proibido fazer queimas de amontoados. Lembrar também que a autorização para realização de queimas e queimadas é obrigatória e que pode fazer o seu registo na Coopenela.


Enxertias Igor Nora Sendo uma técnica de multiplicação vegetativa, a enxertia é o método de propagação mais utilizado em fruticultura, como é o caso dos frutos secos. Tem por objetivo, para além de reduzir o período até o início da produção, melhorar a produção e obter plantas resistentes ou tolerantes a diversos fatores, como pragas, doenças, solos com má drenagem, entre outros. O enxerto é a união do tecido de duas plantas diferentes, onde a primeira planta geralmente é chamada de enxerto (é a árvore que, no final, vai produzir os frutos) e a segunda planta é chamada de cavalo ou porta-enxerto (é a que vai dar suporte, fornecendo água e nutrientes). O propósito de tudo é juntar as melhores características de duas plantas em uma só! Certas copas produzem bons frutos em quantidade e qualidade, mas suas raízes morrem com o ataque de certas doenças. Enxertando a copa em um cavalo (base) resistente, temos uma planta produtiva e resistente! Porque se recorre à enxertia? Permite adaptar as plantas a diferentes condições de solo e clima, através da utilização de porte enxertos com características especificas, como sejam a maior resistência à seca ou ao excesso de água, à salinidade, a solos ácidos ou alcalinos, ao

frio, nomeadamente geadas, entre outras. Geralmente só é possível enxertar plantas do mesmo gênero, ou pelo menos da mesma família. As enxertias são compostas de duas partes: O Enxerto (a copa), e o porta enxerto (o cavalo). Para que serve enxertar? A utilização da enxertia tem por objetivo, para além de reduzir o período até o início da produção, melhorar a produção e obter plantas resistentes ou tolerantes a diversos fatores, como pragas, doenças, solos com má drenagem, entre outros. É muito importante para o sucesso da enxertia que haja o cuidado de selecionar bem as árvores das quais irá ser retirado o enxerto. As árvores de fruto devem ser adultas, nem muito jovens, nem muito velhas, com produções de qualidade e que não apresentem problemas fitossanitários. A melhor altura para a realização da enxertia corresponde aos meses de fevereiro e março. No caso do castanheiro, podemos utilizar dois tipos de enxertia como: enxertia de fenda e enxertia de encosto. De salientar que a tesoura de poda e a navalha de enxertia devem estar bem afiadas. Após cada enxertia, devem limpar-se bem, e depois mergulhá-las numa solução desinfetante, antes de proceder

a nova utilização. Para atar o enxerto ao porta-enxerto, é conveniente utilizar um material que resista durante um certo tempo, como a ráfia natural. Em linhas gerais, um porta-enxerto deve reunir as seguintes características: imunidade à doença que se pretende controlar, quando este for o objetivo da enxertia; boa resistência aos demais patógenos do solo; vigor e rusticidade; boa afinidade com a cultivar enxertada; condições morfológicas ótimas param a realização da enxertia; e não afetar desfavoravelmente a qualidade dos frutos, possibilitar o plantio mais cedo, já que as raízes do porta-enxerto, normalmente, conseguem se desenvolver em condições de temperatura mais baixa do solo. Na escolha do porta-enxerto devem ser observados outros aspetos, além do fator de resistência. A compatibilidade é definida como a capacidade de duas plantas diferentes, unidas pela enxertia, conviverem satisfatoriamente, como uma única planta. Para garantir o sucesso da enxertia, é necessário que haja coincidência entre os tecidos próximos ao câmbio, que gera o calo ou cicatriz. Não existe nenhum método capaz de predizer o resultado de uma enxertia, entretanto, em linhas gerais, se pode dizer que quanto maior a afinidade botânica entre as espécies, maior

a probabilidade de sobrevivência do enxerto. Vários trabalhos de pesquisa realizados nacional e internacionalmente têm demonstrado que o uso da enxertia em alguns casos pode aumentar a produção, dar maior resistência a adversidades climáticas, como baixas temperaturas, aumentar a tolerância à seca e salinidade do solo, controlar desordens fisiológicas, melhorar o aspeto externo dos frutos, aumentar o vigor da planta e controlar doenças. Entretanto para alcançar sucesso na utilização dessa tecnologia, é necessário estabelecer uma metodologia apropriada e escolher as espécies que realmente se ajustem à utilização da técnica. A pedidos de vários agricultores, a coopenela prestou este ano serviços específicos de apoio ao agricultor na realização de trabalhos de enxertia. Pretende-se que, no futuro, haja a continuação destes trabalhos e também de outros de acordo com a necessidade dos nossos associados para que, juntos possamos continuar um bom trabalho e estar sempre atento às necessidades dos agricultores para que estes possam ter a nossa confiança e saber com quem contar.

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Nova Agricultura Rui Droga

Ainda não foram explorados todos os meios e formas de produção agrícola intensiva, e paralelamente já se fala muito em produção Vegan e resíduos zero. A agricultura intensiva ou plantações de culturas permanentes, com compassos apertados e/ou densidades elevadas, tem sido aliciante para poder aumentar o rendimento e um aumento da produção por há nos primeiros anos, muito também por força dos projectos Proder e PDR2020. Para se fazer diferente temos que estar conscientes que essa diferença obriga a uma presença constante do produtor junto da nova plantação. Esta situação contrasta muitas vezes com a opinião generalizada de que culturas como a amendoeira, e castanheiros são culturas pouco exigentes. Para se produzir bem, manter as plantas num bom estado nutricional e consequentemente um bom estado fitossanitário, é necessário acompanhar a cultura de perto, vigiar cada estado fisiológico, e prevenir com antecedência as doenças e também o ataque das pragas. Sim, é possível prever o ataque das pragas, se a nossa cultura estiver num bom estado nutricional, equilibrada na sua formação, evitamos muito o aparecimento de pragas. As boas práticas culturais, poupam muito a carteira do produtor e o ambien-

te, pois evitam a utilização de produtos fitofarmacêuticos de emergência que são habitualmente mais dispendiosos. Os produtores devem fazer frequentemente analises de solo, folhas e água, de forma a ter o conhecimento das disponibilidades da cultura, é como se vigiasse a sua conta bancária. É importante quando colocamos uma cultura saber se ela terá disponível nutrientes para o ciclo vegetativo ou para os ciclos seguintes. O mesmo acontece com a conta bancária se não houver dinheiro não poderá haver gastos. É importante que as analises de solo se realizem antes da instalação da cultura e uma vez por ano nos anos seguintes, o período melhor é fim do verão e/ou durante o repouso vegetativo. Nem todos os anos são iguais e á anos mais chuvosos que podem lixiviar muito nutrientes como pode haver anos secos que por falta de humidade a planta não absorve os nutrientes e é fundamental em cada ano conhecer-se este balanço de nutrientes. Somente se deve colocar na nossa cultura o que é estritamente necessário para diminuir o nível de resíduos e diminuir o arrastamento de nutrientes para a água e para o meio ambiente em geral, evitando contaminações desnecessárias. Para as analises de folhas e de água também devem ser frequentes para verificas se as fertilizações estão a surtir efeito ou

existe algum bloqueio de nutrientes. As de folhas são feitas no período da floração, e as de água devem ser feitas quando estamos a regar e junto á planta. As culturas intensivas, pelo nome podemos achar que são intensificadas as fertilizações, mas isso pode não ser verdade, como os custos são muito calculados, o balanço de perdas e arrastamento de nutrientes ou fitofármacos podem ser menores. Um cêntimo a mais nos custos de manutenção de uma cultura em muitos hectares tornam-se valores insuportáveis. Mas sim a quantidades de fertilizantes introduzidas por hectare são maiores porque temos mais plantas por hectare e mais “bocas” para alimentar, mas se a fertilização for racional sustentável pode traduzir-se num aproveitamento muito grande. Existe formas de rentabilização de custos e de tempos de operação que a maioria dos produtores conhece, mas que importa referir. Se fertilizarmos cumprindo as boas práticas agrícolas, fazemo-lo nos tempos certos e com os produtos indicados para aquele estado fisiológico, tirando o melhor partido, principalmente para a cultura. Acontece é que por vezes os produtores não fazem isso e tem que actuar em emergência com produtos mais prejudiciais para o ambiente, e a maioria das vezes esquecem que nessa operação podem atuar juntamente fertilizantes que melhoram e estimulam a cultura, e até muitos desses produtos são de resíduo zero. Muitos agricultores fazem aplicações com um só produto desperdiçando o tempo e o custo da operação, onde podiam vincular fertilizantes e melhorar a reação da cultura ao agente biótico. E eventualmente poupar uma nova aplicação para fertilizar. Enfim tempos que rentabilizar as operações, por exemplo na rega, tentar acompanhar com fertilizantes pois o comportamento de uma cultura em regadio ou sequeiro são diferentes. Com as regas abundantes á nutrientes que são lixiviados. Portanto deveriam utilizar dinamizadores de solo e que aumentam

a retenção de nutrientes e aumenta a capacidade de retenção de água. A água é um bem escasso e deve ser utilizada com conta peso e medida. A rega dita deficitária deve ser preferia ás regas abundantes. A rega deve ser somente utilizada para equilibrar o balanço hídrico da planta e do solo e não para tornar os terrenos molhados. Por esse pais fora vemos bons e maus exemplos e todos aprendemos algo de novo em cada visita que fazemos, hoje em dia a cooperativa tem produtores associados, com os mais diferentes modos de produção, desde Agricultura dita convencional, até aos sistemas mais modernos Vegan e Orgânica, passando pela Biológica e pela produção integrada. Com esta nova realidade estamos a capacitarmos com formação, parcerias com empresas, e meios técnicos e humanos, de forma a dar respostas a todos os produtores. Queremos dar um caminho de forma que os nossos produtores consigam nos seus diferentes modos de produção tenham as soluções necessárias para aumentar o rendimento. Mas também queremos que se caminhe para uma sustentabilidade da atividade agrícola e do ecossistema agrário e privilegiar cada vez mais uma agricultura “BIO4All”.


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20 VIVADOURO MAIO 2019

Entrevista VivaDouro

Fontainhas Fernandes: "O meu papel é uma missão, a que me Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro desde 2013 e Presidente do Conselho de Reitores desde 2017, Fontainhas Fernandes esteve à conversa com o VivaDouro sobre os desafios presentes e futuros do ensino superior em Portugal. Texto e fotos: Carlos Almeida

A UTAD celebrou recentemente o seu 33ºaniversário. Como é que a Universidade se apresenta hoje? A Universidade celebrou 45 anos de existência. Nasceu em 1974 como Politécnico, embora, do ponto de vista da passagem para universidade, esta é mais jovem. Estamos há 45 anos ao serviço do território e, neste momento, penso que a Universidade tem uma visibilidade notória, a nível nacional, e em alguns setores, a nível internacional, que mostra que esta deu um salto qualitativo. A UTAD, ao longo do tempo, obteve uma forte ligação ao território, mas, neste momento, não se esgota a sua visibilidade aqui na região (Douro ou Trás-os-Montes). No seu discurso, sublinhou muito o papel dos antigos alunos (ALUMNI) como embaixadores da instituição. O futuro tam-

bém se faz deste passado? Quando a Universidade foi criada, o campus foi criado de raiz na antiga Quinta de Prados. Foi mantendo alguns edifícios ao longo da cidade e, nos últimos 4/5 anos, concentramos tudo no campus. A grande vantagem desta concentração não se centra apenas na gestão de espaços, ornamento e gestão de património, mas para chamar para gerar no campus uma maior interação entre o aluno e o professor. Isto irá originar novos projetos multidisciplinares, apesar da génese da UTAD ser mantida, ou seja, a aproximação e afetividade entre professor e aluno. Enquanto que, antes essa afetividade existia até um pouco na vida “extramuros”, hoje em dia, essa atividade é toda cá dentro. Estamos num campus onde se pratica desporto, ao ar-livre ou indoor. Estamos numa academia onde as atividades culturais com os alunos desenvolvem-se no campus. Todo um conjunto de workshops, seminários, há um fervilhar constante da Universidade e com uma forte participação dos alunos. Eu penso que isto vai dar mais rendimento e efeitos positivos, do ponto de vista pedagógico, bem como originar outros efeitos, como a forte ligação com os ALUMNI, devido à sua forte afetividade ao campus. A taxa de procura da UTAD, perante as vagas disponibilizadas, é bastante elevada. Este ano foram preenchidas todas as vagas. Vê nestes resultados um espelho do seu trabalho como reitor? A Universidade, nos últimos 4 anos, focali-

zou a sua atividade. Isto é, se olharmos para a história da Universidade, esta nasceu de uma génese agrária, depois expandiu-se, quer no território “extramuros”, quer na sua oferta educativa. Mas, à luz dos novos tempos e do futuro, as instituições necessitam de ter uma marca. Portanto, a marca da UTAD é um foco, quer na investigação, quer na produção de conhecimento, que nós temos vindo a trabalhar. A redução da oferta, nos cursos do 1ºciclo e 2º ciclo, originou bons resultados, uma vez que os estudantes vão escolher as instituições duma determinada marca. E é esse foco que pretendemos alcançar. Essa marca pode ser afetada pontualmente com um ou outro caso. Como aconteceu, atualmente, com a visita da Polícia Judiciária às instalações da UTAD. Isto fere a imagem da instituição? E se a resposta é sim, como? Eu não vejo nessa perspetiva. Existia um formato de cooperação da Universidade com determinadas empresas do Brasil, que merecia algumas dúvidas, portanto, julgo que estes assuntos devem ser julgados nos locais devidos. Esta Universidade é aberta, não só no ponto de vista do conhecimento, mas também aberta para qualquer dúvida que possa surgir. Portanto, a melhor forma de o fazer é serem as entidades judiciais a realizarem esse trabalho. Na altura surgiram muitas notícias. Certamente, pressentiu que havia um burburinho. Como se dá a volta a uma questão destas? Curiosamente, não senti esse burburinho. O grande objetivo de quem está cá dentro é mostrar o que existe, de forma a esclarecer. Mas apercebi-me que a Comunicação Social tinha sido mais rápida do que a Universidade. Portanto, a nossa preocupação é que a investigação seja bem feita por parte das autoridades. A UTAD já têm uma preocupação ambiental há algum tempo, tendo em conta o desenho da própria Universidade, com um campus muito verde. A constituição deste eco-campus é uma procura da afirmação da Universidade, neste olhar da gestão dos recursos naturais? A Universidade está implantada num dos grandes jardins botânicos da Península Ibérica. Tecnicamente, estamos a falar de 130 hectares que têm milhares de árvores, ou seja, o património arbóreo é de elevada qualidade e de uma paisagem diferente. Neste projeto de criação do eco-campus, tentamos devolver os espaços às pessoas e

que não sejam ocupados pelos automóveis. Nós vivemos na geração do carbono, do automóvel e onde tudo é rápido. Logo, temos que nos deslocar nesse ponto de vista. Foi necessário para nos apercebermos que as mudanças climáticas existem para as pessoas perceberem que vão ter que mudar. Eu penso que as mudanças que estamos a promover pecam pelo atraso, porque as Universidades devem ser o exemplo, uma vez que formamos pessoas e, talvez, futuros decisores políticos. Portanto, temos que ter essa missão. Do ponto de vista da eficiência energética, as obras estão a arrancar ao abrigo do POSEUR. Vão baixar as emissões em cerca de 70%, vamos ser um campus exemplar, não só pela redução financeira, em termos de custos de 50% brutos, mas com a redução das emissões. Temos vindo, anualmente, a aumentar o nosso património arbóreo para a captação de carbono, através do aumento de espaços de jardinagem, criação de espaços para a prática de desporto ao ar livre, com requalificação dos espaços desportivos, porque esse é um aspeto fundamental de um campus, a implementação de políticas de combate ao plástico e melhorar a gestão da água. Não podemos olhar para o campus apenas como um exemplo de sustentabilidade ambiental, mas que foi pensado à luz das cidades inteligentes. Estamos perto de uma revolução digital, em que todos os seus envolventes, como a Internet e a Robótica vão passar a ser uma parte fundamental das Universidades. Essas situações poderão trazer para o campus empresas nas áreas das novas tecnologias. Temos que olhar para uma vinha com um laboratório e não, propriamente, como um local onde se apanham apenas as uvas. Somos das poucas instituições que têm um plano estratégico alinhado pela agenda da ONU 2030, onde todas as atividades do plano estratégico estão alinhadas com certos objetivos da Agenda 2030 da ONU, em que têm como missão o combate às alterações climáticas, preocupações de igualdade de géneros, combate à pobreza, desigualdades, aposta na educação. Temos vindo a implementar medidas com base nesses objetivos. O que a UTAD tem para oferecer para cativar os alunos para frequentarem a sua instituição, em vez de irem para o Porto? Qual é a mais valia que a UTAD pode oferecer a esse tipo de alunos? Um campus amigo do ambiente, das pessoas e pensado à luz das novas tecnologias. Nós não podemos continuar a ensinar nos


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Entrevista VivaDouro

dedico com esse espírito"

anos de 2020, com as mesmas salas do meu tempo de aluno de faculdade. Temos que acompanhar os grandes desafios do mundo global e digital. Temos que andar ao ritmo deste novo mundo, onde existe uma grande perceção de que as máquinas podem substituir o homem, e eu acho que a afetividade e aproximação podem marcar a diferença. Qual deve ser o papel da instituição no desenvolvimento do setor da agricultura na região? Desde logo, é importante apostar no conhecimento básico, porque só com bons fundamentos é que é possível melhorar o desempenho da agricultura, nomeadamente, da região. Não podemos pensar apenas no desenvolvimento do conhecimento aplicado. Um dos grandes saltos que prevemos para o futuro advém da instalação do Centro Fraunhofer. Este é um centro dedicado à agricultura inteligente que irá ter como grande objetivo a atração de investimento para investigação em determinadas áreas da agricultura, não apenas na vinha. Hoje em dia, a robótica, a gestão da água, as alterações climáticas, exigem cada vez mais tecnologias digitais. Portanto, é esse passo qualitativo que nós esperamos dar com estas parcerias internacionais. Do seu ponto de vista, a Universidade tem um papel cada vez mais importante no desenvolvimento da inovação, em termos regionais? O papel da UTAD no Douro do futuro é também este do desenvolvimento da inovação, que gera a capacidade de atrair jovens e criar emprego na região. À luz do que se está a passar com os novos movimentos da Europa, defendo a criação de ecossistemas regionais de inovação, julgo que o poder político e local, das comunidades intermunicipais e a própria região

devem articular-se mais com o tecido empresarial e ter sempre um motor de inovação, que são as Universidades. Portanto, as Universidades têm que ser polos de atração de jovens porque, como nós sabemos, os maiores problemas do Douro é o modelo económico, que está a ser muito discutido na atualidade, e o envelhecimento populacional, devido há queda demográfica que tem vindo a acentuar-se nos últimos anos. Para mantermos a paisagem e este património mundial, é fundamental existirem pessoas. Para isso, é preciso reter talento. Este é um dos problemas da Europa, a retenção de talentos. E esta é uma missão que não compete aos governos. É preciso, à escala regional, criar estratégias de criação dos tais ecossistemas. Olhando para a economia nacional e para a realidade das nossas empresas,

acredita que a taxa de 3%, relativamente à colocação de doutorados nas empresas, pode, efetivamente, aumentar? Portugal aumentou muito o número de produção científica e o número de doutorados. Deu um enorme salto do ponto de vista da ciência, nos últimos anos. Não conseguiu foi fazer a verdadeira interligação com o tecido empresarial. Na atualidade, as Universidades ficam com os seus doutorados dependendo dos seus interesses científicos. Deste modo, torna-se difícil a adaptação no tecido empresarial. Por isso, o trabalho tem que ser feito anteriormente, através dos próprios cursos doutorais, em que não podem ser como os cursos magistrais, com uma enorme carga presencial de aulas, isto é, com um sistema tradicional. Estes têm que ser realizados em contexto de empresa ou serem os próprios empresários a ter uma participação nesse ensino. Logo à partida, na construção destes cursos é preciso ter este ambiente. Por outro lado, também os investigadores não podem seguir carreiras autonomamente. Têm que ter uma forte ligação ao ensino, tal como os docentes têm que ter uma forte ligação à investigação. Assim, a introdução dos doutorados nas empresas é mais natural e os estímulos comunitários podem ser aplicados de melhor forma, porque esses fundos já existem para a inserção dos doutorados, não estão é a ter os resultados esperados. Existe a capacidade de absorção de conhecimento dos doutorados, em diversas áreas, em Portugal, quer em termos de empresas que estimulam as pessoas a fa-

zerem mais, quer ao nível do salario que vão receber? Nos últimos anos, depois da visita da Troika e do período da recessão económica, preocupamo-nos muito com o equilíbrio das contas e com determinados indicadores para apresentar a Bruxelas. Acho que a grande preocupação de Portugal, a nível da economia, atendendo a que temos um perfil exportador que tem vindo a crescer, é aumentar o valor acrescentado a essas exportações. Nós só podemos aumentar os rendimentos económicos do país, e aí ter maiores salários e emprego mais qualificado, se vendermos produtos com mais valor acrescentado. Para isso é preciso ter tecnologia e saber inovar. É esse salto que a economia tem que dar. Não podemos olhar tanto para a questão dos grandes problemas da Administração Pública, mas tentar fazer uma mudança de perfil económico. E o Douro tem essa capacidade? O Douro tem. A prova disso são os vinhos, que, neste momento, deram um salto enormíssimo devido ao seu grande posicionamento em vários países no Mundo. Essa visibilidade deve-se à inovação da geração de enólogos e de viticultores de qualidade no Douro e o próprio Turismo. O Douro mantendo a identidade, mas fazendo diferente, tem um segmento muito elevado, que traz ao Douro maior visibilidade. Estou convencido que dentro de 10 a 20 anos, esta região será uma grande potência no Turismo. E não se deverá apenas ao enoturismo, como também à gastronomia, à natureza, ou seja, o chamado turismo de experiências. Falando não só como Reitor da UTAD, mas como Presidente do CRUP, a distribuição de vagas no ensino superior para o próximo ano está em discussão e irá ser apresentada em breve. Acredita que este é um modelo a seguir e o mais eficaz? Em primeiro lugar, é preciso ver que estamos, à partida, a criticar uma diminuição de vagas, em duas áreas regionais (Porto e Lisboa), mas não olhamos para o aumento assustador de vagas que existiu nos últimos anos. Na última década, Lisboa e Porto aumentaram a oferta, muito superior à sua base de recrutamento. Isso vai provocar esvaziamentos e aumentar as assimetrias. Por outro lado, estas instituições estão localizadas em locais de maior densidade populacional. Além do aumento da oferta, acabam por viver em territórios que se vão esvaziando. Portanto, a base de re-


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Entrevista VivaDouro terior tem sido uma aposta crescente aqui na UTAD? É uma aposta da Universidade, só que a base é mais reduzida, pois não temos um tecido empresarial de grande dimensão na região. Estamos a falar mais de uma boa gestão de fundos europeus, quer dos Programas Operacionais (PO) regionais quer, diretamente, da Europa. Por isso, sou um grande defensor de que o próximo quadro comunitário deve ter programas operacionais adstritos às regiões e com verbas para a área da investigação e inovação.

crutamento cada vez mais é regional e diminui. Deste modo, algo tem que ser feito. Não digo o corte, porque este corte de 5% de vagas não tem efeitos assustadores e devastadores como se pode pensar, visto que as instituições localizadas no Litoral, têm maior capacidade de atração e de internacionalização, mas, também de ofertas de 2º e 3º ciclos. Os próprios estudantes que fazem a primeira formação (1ºciclo) nestas instituições, situadas em territórios de menor densidade demográfica, depois podem ir para as instituições litorais complementar os seus estudos. O mais importante tem a ver com o modo como podemos criar fatores de atratividade. Desde logo, o aumento de bolsas e a criação de um contrato-programa com as instituições que têm uma forte ligação ao território, que lhes permita capacitar-se mais rapidamente e definir uma estratégia. Como é o caso da UTAD na sua focalização. Nós estamos a fazê-lo sem qualquer incentivo adicional. O país tem que olhar para esta situação, porque a questão destas assimetrias regionais vai ser um problema grave no futuro. Este corte que se deu em Lisboa e no Porto, no ano passado, trouxe mais alunos do litoral para o interior ou “barrou” a saída dos estudantes do interior para o litoral? Ninguém consegue responder a essa questão, de uma forma clara, visto que, no ano passado, tivemos uma queda de 3 000 candidatos. No último ano letivo, Portugal teve menos 3 000 candidatos. E com a queda demográfica de 125 000 jovens (com 18 anos) para 85 000. Daí o Governo ter avançado com a hipótese de os alunos do Profissional poderem ingressar no ensino superior. É uma nova modalidade de alargamento da base social de recrutamento por parte das instituições do Ensino Superior. Ninguém consegue quantificar. No caso da UTAD, melhoramos sem dúvida. A taxa de ocupação é de 95%, tendo nós aumentado vagas e o nosso número de inscritos, em primeira opção, também

aumentou (cerca de 1 000 estudantes). O futuro tem que ser pensado de uma forma organizada e não apenas por aumento e diminuição de vagas, mas por um conjunto de mecanismos complementares de apoio. Um desses complementos será também a questão do alojamento dos estudantes. O Governo apresentou recentemente o plano de alojamento para o Ensino Superior. É suficiente? Este plano não é propriamente um incentivo, visto que nós não temos uma dotação financeira para aumentar o número de camas, para contruir ou capacitar. O que o Estado nos dá é a possibilidade de recorrer a fundos da Segurança Social, pagando uma taxa muito próxima dos 4%, para capacitar espaços para disponibilizar aos estudantes. No caso da UTAD, esta poderá utilizar 70 camas na Pousada de Juventude, em Vila Real, e poderá ser feita a requalificação do edifício CIFOP. É um modelo de negócio que exige uma grande proatividade, não há propriamente fundos ou meios que permitam criar alojamentos. Apenas as instituições que possuam saldos, poderão utilizá-los na construção, o que não é o caso da UTAD. Temos outras prioridades e os nossos saldos têm que ser utilizados para a execução de fundos comunitários. Já tem uma previsão de qual será o aumento, nos próximos 2 ou 3 anos, da oferta de camas aqui em Vila Real? Do ponto de vista direto do Estado, é zero. O plano não dá mais camas. Quanto ao número previsível depende dos investimentos privados. Neste momento, existem fortes investimentos privados no Porto e em Lisboa, que vão ajudar a resolver o problema. Não sei até que ponto o setor privado vai reagir desta forma. No setor público, ver até de que forma a UTAD, na ausência de mecanismos diretos de financiamento, possa utilizar estas ferramentas. Mas, são modelos que exigem planos de negócio bastante difíceis. Como Presidente do CRUP, qual é a sua posição relativamente à redução das pro-

pinas ou à sua abolição? Neste momento, queremos que o Governo cumpra o acordo que foi afirmado. Ou seja, toda e qualquer alteração ou implementação legislativa, que tenha sido promovida pelo Governo ou pela Assembleia da República, que diz respeito às propinas, à valorização salarial, descongelamento de carreiras e as medidas de emprego científico que o Estado deve cumprir. Estas políticas nacionais devem ser respeitadas e, portanto, merecem uma maior dotação. Se devemos ou não caminhar no sentido da diminuição das propinas ou manter o sistema em curso até agora, eu acho que é um grande debate para os partidos políticos neste novo ciclo eleitoral. Não só a questão das propinas, mas também das bolsas. É preciso ver que no caso das bolsas, estamos fortemente dependentes de fundos comunitários. E se no próximo quadro comunitário, a Europa disser que não é legível, o Governo vai ter que perceber que vai ter que colocar essa dotação. É evidente que é muito inferior relativamente aos passes sociais. Há sempre a questão do retorno financeiro para a Universidade à volta deste valor das propinas. Essa situação tem mudado ou é um problema que se continua a arrastar? Nós quantificamos o montante de cada instituição previsto para a admissão da propina. Mas compete ao Ministério das Finanças transferir essa dotação para as Universidades. O cálculo já está efetuado e eles sabem qual o número de alunos que pagam propinas logo, o montante em dívida é o diferencial que deve ser retornado às instituições. Não podemos esquecer que, no caso da UTAD, o Orçamento de Estado financia apenas 85% dos salários. Se não existirem receitas próprias com as propinas, o trabalho e a prestação de serviços efetuados para o exterior, o dinheiro não chega para o funcionamento da Universidade, nem para pagar salários. Esse lado da venda de serviços para o ex-

Olhando para o futuro, como é que gostaria que daqui a 45 anos, fosse vista a Universidade? Eu gostava que a Universidade, mantendo a sua identidade e a sua autonomia, pudesse integrar o consórcio do Norte, em conjunto com a Universidade do Minho e do Porto, com uma nova dimensão que mostrasse mais visibilidade a nível europeu e internacional. Se tivéssemos essa escala, isso iria repercutir nos rankings internacionais. Estou certo que nós manteríamos não só esta atratividade de alunos a nível nacional, mas também iríamos aumentar a capacidade de atração a nível internacional, principalmente às nossas áreas foco, onde nós definimos essas chamadas áreas bandeira. Como gostava que o campus fosse descrito? Eu gostava que este campus fosse considerado um exemplo, do ponto de vista de sustentabilidade ambiental e que fosse chamado campus carbono-zero. Esta é uma grande tendência europeia, mas pensada à luz das cidades inteligentes, onde o aluno convive diariamente com as novas tecnologias, na era da Internet e da Robótica, e com uma forte dimensão internacional. E em relação ao seu papel, como gostava que ele fosse recordado? O meu papel é uma missão, a que me dedico com esse espírito. Não trabalhei, em nome da UTAD, apenas para ficar aqui registado com o meu nome em qualquer placa. Ou seja, a sua marca, que ficará daqui a 20 anos, não o preocupa neste momento? As pessoas é que fazem a Academia e não apenas uma pessoa. Mas obviamente existe um rosto. Quando se fala na UTAD, pensamos, obrigatoriamente, no seu reitor? O mais importante é que a dinâmica que a Academia criou, através da criação de um campus sustentável, onde os estudantes podem conviver com as boas práticas ambientais. Não me revejo no mundo, em que no dia 11 de agosto os recursos do planeta se esgotaram. Nós consumimos um planeta e meio por ano. Se não formos nós, universitários, a dar o exemplo, o futuro será muito pior. ■


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Sabrosa

Bolsa de Estudo Miguel Torga para o Ensino Superior entregue a 25 alunos do concelho O município de Sabrosa entregou, em cerimónia realizada na manhã de 17 de abril, no auditório do CEISDTAD, a Bolsa de Estudo Miguel Torga para o Ensino Superior a 25 alunos do concelho. No ato, o Presidente do município, Domingos Carvas, entregou um Certificado a cada aluno, bem como um comprovativo da transferência bancária já efetuada, e deixou uma palavra de apreço aos presentes, salientando que “esta bolsa representa uma decisão unânime de todo o executivo municipal, que vê nos alunos o futuro do nosso conce-

lho, e pretende ser um incentivo ao mérito e um complemento e ajuda financeira ao enorme investimento que todos os pais fazem no ensino dos seus filhos”. Esta cerimónia serviu, sobretudo, para marcar o simbolismo do momento, visto tratar-se do primeiro ano de implementação e dos primeiros alunos a receberem esta bolsa e este apoio por parte do município, sendo um sinal inequívoco de que o investimento na educação representa uma das prioridades mais prementes do executivo, que reconhece o mérito e o peso financeiro que a educação e o ensino representam nas famílias do concelho. A Bolsa de Estudo Miguel Torga representa um investimento global do município de Sabrosa de cerca de vinte mil euros. ■

Obra de Torga falada e cantada no FLiD 2019 A edição deste ano do FLiD, que encerrou no dia quatro de maio, com um concerto dos Lavoisier, invocando a obra de Miguel Torga, ficou marcada por vários momentos altos, em que a literatura foi sempre o epicentro do evento. Ao longo dos três dias, vários foram os temas abordados pelos mais de vinte escritores presentes na edição deste ano, e que trouxeram ao Espaço Miguel Torga vários curiosos e amantes da literatura, para conversas, mesas de debate e apresentações. Da programação destaca-se a palestra de Clara Rocha, filha do escritor Miguel Torga, que abordou “A Criação do Mundo de Miguel Torga”, num dos momentos mais acorridos desta edição, a inauguração da exposição “Terra Mãe”, de Graça Morais, e a interação do festival com mais de duzentos alunos da região. Destaca-se ainda a última mesa do evento, que tocou o tema da viagem de circum-navegação de Fernão de Magalhães, com o tema "Em Viagem Descobri a Literatura no Mapa", moderada por Luís Caetano, e em que participaram Alice Brito, Álvaro Laborinho Lúcio, Pablo Azócar e Raquel Ochoa.

A edição deste ano terminou com um concerto de Lavoisier no santuário de Nossa Senhora da Azinheira onde foi cantado Miguel Torga. O novo trabalho deste grupo foi aqui apresentado, pela

primeira vez e em pleno reino maravilhoso, que serviu, juntamente com a obra do escritor, de inspiração para os novos temas tocados. O Festival Literário do Douro foi orga-

nizado pelo Espaço Miguel Torga/Município de Sabrosa, com entrada livre e cofinanciado pelo Programa Operacional Regional do Norte – Norte 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu. ■


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Lamego

Feira agrícola atraiu milhares de visitantes Sob o lema “Atração ao Centro do Douro”, decorreu nos dias 3, 4 e 5 de maio, a quarta edição da Feira Agrícola de Lamego (FAL), uma iniciativa da APEDouro, em parceria com a autarquia lamecense. No total estiveram presentes no certame mais de 120 expositores, que puderam mostrar aquilo que de melhor se faz na região. Ao longo dos três dias os visitantes puderam participar em provas comentadas de vinhos, concursos, jornadas técnicas, demonstração de máquinas agrícolas, tudo num ambiente de muita animação. O VivaDouro esteve presente no arranque deste certame, um momento que serviu para parabenizar os agricultores da região pela sua resiliência, mas também para lançar alguns alertas para os problemas que este setor vive, em especial nos últimos dois anos que ficam marcados por inúmeras intempéries e severos períodos de seca. Aproveitando a presença da Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, o diretor do certame e presidente da APEDouro, Hélder Lino, pediu mais atenção por parte dos governantes para a agricultura da região. “Nos últimos dois anos os nossos agricultores têm tido muitos problemas, seja pelas intempéries, pela seca ou pelos projetos que são chumbados. Temos que apostar mais nos nossos jovens agricultores de forma a conseguirmos fixá-los na região. Fala-se muito em turismo

Daniel Lopes Jopauto

> Inauguração da Feira agícola de Lamego

mas o turismo existe porque existem agricultores que permitem ter esta paisagem magnífica que o Douro tem. É um alerta que deixamos aqui, neste certame que é uma homenagem a estes homens e mulheres que trabalham a terra”. O mesmo apelo chegou pela voz do autarca lamecense, Ângelo Moura, que pediu mais apoios para os agricultores e ajudas iguais para os viticultores do Douro e do interior do país, defendendo que é necessária “a mesma atenção que tem sido dada a outras regiões que estão mais próximas dos centros de decisão”. “Lamego, pela sua monumentalidade e pela sua localização geográfica, no coração do Douro, deve ter o turismo como vetor do seu desenvolvimento, contudo, não podemos esquecer o setor agrícola, até pelo facto de ser um fator de fixação de população no nosso território”, afirmou ainda o edil. Por sua vez, a diretora regional, depois de

enaltecer o esforço da organização do certame deu nota de alguns investimentos que o Governo tem vindo a fazer na agricultura, em especial juntos dos fruticultores e dos vitivinicultores. “No segundo trimestre deste ano vamos abrir apoios ao investimento na fruticultura, onde a proteção dos pomares pode ser contemplada. Este é um investimento que aqueles que puderem aceder fazem muito bem candidatar-se porque estará brevemente aberta essa possibilidade. No âmbito do Regime de Apoio à Reestruturação e Reconversão da Vinha, no ano passado foram investidos mais de 1,7 milhões de euros. Este ano, vão ser retomadas as candidaturas no segundo semestre”. Após a inauguração a comitiva, composta ainda por diversas entidades locais, percorreu o certame aproveitando a oportunidade para ficar a conhecer os produtos e os projetos ali em exposição. ■

Atendendo à nossa condição de concessionário New Holland responsável por esta região, e como líderes de mercado em equipamentos específicos para a viticultura, não podíamos deixar de garantir a nossa presença num certame desta natureza. Este ano, para além da linha de tratores New Holland, apresentámos um portfólio de equipamentos específicos para viticultura, cujas marcas distribuímos em exclusivo para todo o país – Provisitis, Clemens, Boisselet. É importante apresentar estas novidades neste tipo de eventos, para que o mercado perceba a nossa busca constante pela inovação. Este tipo de parcerias estratégicas com marcas de referência tem como objetivo melhorar a eficiência da mecanização da viticultura em condições extremas como as que temos no Douro. No fundo, esta feira reveste-se de grande importância, porque é a mais importante da região e reúne muitos visitantes ligados à viticultura, que é efetivamente a nossa área de especialização.

Natalino Ferreira Fumeiros Casa de Lamego É um evento que nos dá bastante projeçãoe uma oportunidade de divulgarmos ainda mais os nossos produtos. Para nós é habitual participar neste tipo de feiras, não só aqui como um pouco por todo o país, e sabemos dar valor a essa participação, é uma excelente oportunidade para contactar com o público e conhecer a sua opinião sobre os nossos produtos. Cada terra tem a sua tradição e uma das coisas pelas quais Lamego é conhecido é pelos excelentes fumeiros que aqui apresentamos, é um produto que as pessoas procuram e que apreciam e isso sentimos em todos os eventos onde nos apresentamos.


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Alijó

Alicaça, um evento cinegético de projeção nacional Realiza-se nos próximos dias 11 e 12 de maio a quinta edição da Alicaça, um certame dedicado à cultura da caça que este ano aposta na internacionalização. Com o objetivo de internacionalizar o evento "ALICAÇA 2019" o Município de Alijó tem integrado no programa a realização do "Concurso Europeu de Imitação do Canto de Aves", pela primeira vez em Portugal, com a participação de uma equipa espanhola, uma equipa francesa, uma italiana e uma portuguesa. Do programa desta edição, destacam-se ainda a realização de uma "Corrida de Galgos", prova a contar para o Campeonato Nacional, cuja coordenação é da responsabilidade da Associação Galgueira e Lebreira do Norte (AGLN),

para além das várias provas/atividades de caça habitualmente integradas neste evento como são, as "Provas de Sto Huberto", "Prova de Trabalho de Cão Coelheiro", "Percurso de Caça", "Batida de Perdizes", "Concurso de Beleza de Cães de Caça" e o "Desfile de Moda de Roupa de Caça". O Município de Alijó tendo como preocupação fundamental a preservação e a sustentabilidade deste setor, tem integrado também neste programa a realização de um colóquio, onde se irá debater e apresentar um trabalho científico realizado pelo Instituto Nacional de Investigação Agrária e Veterinária (INIAV) sobre a problemática das doenças associadas ao coelho bravo (espécie cinegética)." ■

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Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Um projeto político para o Douro As diferentes forças políticas vão-se esforçando para dar nas vistas no Douro. Mas fazem-no aos trambolhões! Um Douro de quatro círculos eleitorais não tem um projeto político. Tem visões políticas de cada força partidária e quatro ou mais por cada uma delas. É grande a confusão a que estamos sujeitos. Pior, algumas das forças políticas nem representantes com conhecimento mínimo desta vasta região têm. Politicamente somos uma vinha mal amanhada. A diversidade da região obriga-nos a respeitar as idiossincrasias dos territórios. Respeitar é tratar de forma diferente o que não é igual. As opções políticas devem ter esta evidência sempre em conta. Só com uma mudança do sistema político poderemos ter círculos eleitorais próximos e comprometidos. Até lá, precisamos comprometer nós as diferentes forças políticas à apresentação de um projeto político formalizado para a região. Um projeto que deixe bem visível cada uma das opções. Mas como temos quatro distritos em jogo, resta-nos obrigar as diferentes forças políticas a juntarem os seus candidatos e pô-los a conhecer e sentir os 19 concelhos e a pensar que soluções podem defender para este grande Douro. Seria certamente um banho de realidade. Para alguns uma descoberta, pois são eleitos com votos de uma região da qual quase nada conhecem. Foram tantos os disparates feitos por desconhecimento e falta de compromisso político. A região tem que se afirmar. Urge encontrarmos soluções de impacto estruturante. Quer ao nível de infraestruturas e equipamentos, quer ao nível da organização e gestão das diferentes atividades, realçando a região desmarcada do Douro. Mas não só. Há muitas outras fileiras a considerar como centrais para a sustentabilidade deste grande Douro. Sem necessidade de nenhuma capital, este Grande Douro, deve encontrar modelos de organização do território que dê sinais claros para a estruturação geográfica da iniciativa econômica e social. Como exemplo, reitero a ideia que há muito dou, da cidade conceptual e simbólica do Douro Sul. Mas porque esta insistência num modelo que juntaria, em bom rigor até já junta, vários municípios numa cidade com esta escala? A resposta começa pela escala. Escala mínima de sobrevivência. Todos já percebemos que, ou nos unimos, ou desapareceremos. Não é suportável, é inviável e vazio, o futuro de territórios não integrados. Só se manterão vivos e autónomos os territórios que ganhem robustez demográfica mínima. 100.000 habitantes é a escala aceitável para suportar projetos estruturantes, sustentáveis e com massa crítica suficiente para que alguém lhes ligue alguma. Será que vai ser desta que as soluções aparecem claras e com compromisso evidente? Venha daí um projeto político, a sério, para o Douro! Os três Douros ( Douro Superior, Douro Norte e Douro Sul) de mãos dadas, respeitando-se nas suas nítidas diferenças, juntos, farão deste Grande Douro um território de peso económico e político de grande relevo nacional e internacional. O Douro tem futuro! PUB


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Cinquentenário da morte António Sérgio 2019


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Eduardo Graça Presidente da direção da CASES

Prémio António Sérgio – 2019 Pelo 8.º ano consecutivo, a CASES lança uma nova edição do Prémio Cooperação e Solidariedade António Sérgio, uma forma pública e solene de homenagear as pessoas singulares e coletivas que mais se tenham distinguido em domínios relevantes para a Economia Social. As candidaturas decorrem entre 2 de maio e 30 de junho de 2019 nas seguintes categorias e toda a informação está disponível em www. cases.pt: a) Inovação e Sustentabilidade, quaisquer entidades cuja conduta no âmbito dos domínios referidos na alínea a) do Ponto 3.º mereça destaque; b) Estudos e Investigação, quaisquer pessoas ou entidades autoras de trabalhos de investigação editados em papel ou digitalmente, ou produzidos e avaliados em Instituições de Ensino Superior no âmbito das respetivas atividades curriculares, nos termos da alínea b) do Ponto 3.º, devendo ser acompanhados de tradução portuguesa aqueles que tiverem sido escritos em língua estrangeira; c) Formação Pós-Graduada, qualquer instituição do ensino superior cuja oferta formativa pós-graduada mereça destaque no âmbito da Economia Social; não poderão concorrer instituições de ensino já premiadas em anos anteriores e cujos cursos se mantenham sem alterações curriculares, ou de corpo docente, em relação ao ano em que foram premiadas; d) Trabalhos de Âmbito Escolar, os realizados por turmas ou grupos de alunos/as que revistam a forma de trabalhos escritos, os projetos de criação de cooperativas ou associações escolares, assim como projetos de difusão comunitária da teoria e práticas da Economia Social, apresentados a concurso pelas respetivas escolas. e) Trabalhos Jornalísticos, jornalistas autores de trabalhos de qualquer género jornalístico, produzidos nos seguintes formatos: imprensa (texto em formato de papel ou digital), fotojornalismo (fotografia), rádio (áudio), televisão (vídeo), multimédia (para os trabalhos que juntem pelo menos dois formatos, entre texto, áudio e vídeo, e podendo conter também a componente fotografia). Destaque para a atribuição do Prémio de Honra Personalidade da Economia Social 2019, que se divide em duas subcategorias, sendo atribuído a personalidades que se tenham distinguido pela carreira e pela capacidade empreendedora. Honra à Carreira: premiando uma personalidade pela sua carreira na gestão de entidades da Economia Social, ou no ensino, promoção ou estudos na área da Economia Social, contribuindo significativamente para o seu reconhecimento e desenvolvimento públicos; Honra à Capacidade Empreendedora: premiando uma personalidade pelo seu contributo relevante para a conceção e promoção de ações e empreendimentos inovadores e sustentáveis no setor da Economia Social, em particular no seio das entidades que o integram, ou através de estudos promotores do empreendedorismo social. No decurso do período de candidaturas que auguramos, neste ano de 2019, aumentarem em quantidade e qualidade, mantém-se a itinerância da Exposição Sérgio´19, um Tributo a António Sérgio pelo cinquentenário da sua morte.

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VIVADOURO MAIO 2019 29

Nacional

7.ª Concentração de Vespas em Resende O Clube Amigos da Vespa de Resende organiza, no próximo dia 11 de maio, uma Concentração de Vespas, que promete atrair ao concelho 400 vespistas de todo o país.

Esta 7.ª edição da iniciativa, que conta com o apoio do Município de Resende, tem concentração marcada para as 11h00 no Parque Urbano da Vila de Resende, após o secretariado que decorre entre as 9h00 e as 11h00. Daí os vespistas partem em direção a Sta. Marinha do Zêzere, para um aperitivo, seguindo-se uma pausa para o almoço, pelas 12h30, num restaurante em Resende. Pelas 14h30 o passeio continua com um percurso pelas margens do Rio Douro

até à Vila de Cinfães, onde terá lugar um lanche. O programa finaliza com um jantar convívio a realizar pelas 19h00, no local da partida. As inscrições estão abertas até ao dia 5 de maio de 2019, pelo valor de “20 vespas” e podem ser realizadas através dos seguintes contactos: Nuno Barrosa – 914 193 924 ou Zé Manel - 934 897 737, sendo confirmadas depois do pagamento através de transferência bancária para

o IBAN PT 5000 0018 0003 3688 3544 02090. A Concentração de Vespas em Resende é uma iniciativa que se tem vindo a afirmar como uma referência a nível nacional, pois como refere a organização “trata-se de um passeio que reúne as paisagens magníficas do rio Douro, os cenários deslumbrantes dos cerejais nas suas encostas e a boa gastronomia que faz as delícias de quem nos visita”. ■

Festa da Cereja é em Alfândega da Fé no fim de semana de 7, 8, 9 e 10 de junho A Festa da Cereja, em Alfândega da Fé, abre ao público no fim de semana de 7 a 10 de Junho de 2019 e já tem animação garantida. Minhotos Marotos, Per7ume, DAMA e Cuca Roseta são os cabeça de cartaz, aos quais se juntam outros artistas e vários momentos de animação.

O certame é antigo mas todos os anos melhorado para dar a conhecer o melhor do concelho e da região. Para 2019 o espaço dá relevo aos produtos locais, com montras personalizadas e mais atrativas. Queijo e Fumeiro, Azeite, Frutos Secos, Doces e Compotas Tradicionais, Aromáticos e Turismo vão ser as áreas temáticas em destaque na Tenda com 2100m2. A autarquia quis voltar a dar ênfase ao que por cá se faz de melhor e proporcionar aos visitantes uma melhor experiência na Festa da Cereja. Sem esquecer todos os expositores que anualmente marcam presença no certame e que este ano terão os seus espaços

renovados. A gastronomia vai estar em destaque com o projeto Alfândega da Fé à Mesa. Os visitantes vão poder apreciar pratos típicos, como a sopa das segadas, caldeirada de cabrito e cordeiro grelhado na brasa, nos restaurante e tasquinhas presentes no recinto e também nos restaurantes alfandeguenses aderentes ao projeto Alfândega da Fé à Mesa. Mas há mais: repetem-se o Encontro de Pastores, com mostra de ovinos e caprinos e a Meia Maratona da Cereja, uma modalidade em crescendo no concelho. Para os mais novos e famílias a organização apostou em oficinas

de criatividade, mas há também showcookings e vários momentos de animação, como as atuações de grupos locais e com o Free Style de Motos que regressa à Festa da Cereja. Este ano vai ter lugar o primeiro Encontro de Bombos, esperando-se mais de uma dezena de grupos para fazerem ecoar o estridente som dos bombos. A Cereja vai estar em destaque com o “ Prémio da Melhor Cereja” para distinguir e valorizar os produtores de cereja de Alfândega da Fé e há muitas outras novidades a não perder na Edição deste ano, de 7 a 10 de junho em Alfândega da Fé. ■

Cerejas são recebidas em Festa em Resende Nos próximos dias 1 e 2 de junho, Resende vai ser um concelho em festa com a cereja no centro das atenções. Durante 2 dias, mais de 100 vendedores e produtores locais disponibilizarão toneladas de cereja a preços especiais. Mas, para alem da oportunidade única de adquirir uma das mais afamadas cerejas do pais, os visitantes poderão encontrar diversos produtos artesanais ligados ao fruto, bem como as famosas cavacas de Re-

sende, que são uma referencia na gastronomia Resendense. Também as Juntas de Freguesia do concelho vão apresentar as suas atracões, em stands próprios, numa iniciativa que pretende promover as tradições locais. Quem se dirigir a Resende naquele fim de semana poderá assistir, ainda, entre duas mãos cheias de cereja, as atuações de grupos musicais, isto se entretanto não for “atropelado” por malabaristas, acrobatas, personagens de andas e modeladores de balões, que vão garantir a animação de rua. Mas, o ponto alto do Festival da Cereja e o cortejo temático que, a partir das 15h00 de domingo (2 de junho), ira percorrer as prin-

cipais ruas da Vila de Resende. Cerca de 400 figurantes, crianças do 1.o e 2.o ciclo, acompanham o desfile, em carros de bois de raça arouquesa, que este ano será dedicado ao “Memorial a Cereja” e que contara com grupos de animação musical. Para facilitar a deslocação ate a festa, o Município de Resende mantem a parceria com a CP, oferecendo 30% de desconto no bilhete de comboio ate a estação da Ermida, sendo que a empresa de autocarros Transdev Douro assegurara o transporte dos passageiros ate ao centro da Vila de Resende, onde decorre a festa. O mesmo transporte e assegurado no sentido inverso.

Pelo 4º ano consecutivo, a autarquia promove o concurso “Melhor Doce/Bolo de Cereja de Resende”, que pretende incentivar a criação de um doce/bolo que identifique o concelho como produtor da melhor cereja, onde serão atribuídos incentivos aos três melhores classificados. Esta e a 18ª edição do Festival da Cereja de Resende, uma iniciativa de grande importância para a economia local que procura promover e valorizar um dos produtos de excelência do concelho, já que as cerejas de Resende são de facto as primeiras a surgirem em toda a Europa e reforçadas de inconfundíveis características nutritivas e gustativas. ■

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30 VIVADOURO MAIO 2019

Opinião

O principal desafio da Região: a atração de talento

António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD

A crescente perda de população e o seu envelhecimento é um dos prin-

cipais problemas da Região do Douro, o que exige pensar uma estratégia integrada envolvendo todos os atores. Desde logo, os responsáveis políticos, as empresas e a sociedade, podendo as instituições de ensino superior dar um impulso fundamental. A UTAD, a par da sua atividade de ensino e formação, de investigação e de transferência de conhecimento, tem vindo a apostar na atração de empresas e de emprego qualificado. Vejamos: este ano entrou em funcionamento uma delegação da empresa “Critical Software” e, em breve, serão instaladas mais duas empresas no campus. A vinda destas empresas representa mais de 150 empre-

gos qualificados, nos próximos dois anos, na área das tecnologias digitais. O ForestWise, Laboratório Colaborativo da Floresta e dos Fogos, em fase de instalação no campus, abriu concurso para contratar 20 doutores. Em breve, o Laboratório Colaborativo da Vinha e do Vinho, sob a orientação da ADVID e em colaboração com a UTAD, seguirá uma idêntica linha de orientação, promovendo a contratação de doutores para desenvolver a sua atividade com as empresas. A instalação de uma delegação do maior centro de investigação alemão, Instituto Fraunhoffer, será novo impulso a esta estratégia, pois vai dinamizar novos projetos de I&D de natureza competitiva na área da agri-

cultura de precisão, que assume a maior relevância para o Douro. Estas são boas notícias para a região. Significam emprego qualificado e são uma resposta clara para atrair e reter talento, com todos os benefícios económicos e sociais que daí resultam. Mas, esta nova etapa representa para a Universidade mais responsabilidade e desafios acrescidos, a que o poder central nem sempre responde de modo favorável. É assim fundamental que, numa lógica de cooperação e de clusterização, os atores políticos percebam que a atração de empresas e de talento para as regiões é um desafio que extravasa fronteiras regionais e nacionais, ampliando-se à Europa e

ao Mundo. Desde logo, exige políticas fiscais atrativas e incentivadoras que fomentem a instalação deste tipo de unidades, uma melhor utilização dos fundos estruturais, a par da necessidade de apostar na produção e difusão do conhecimento, mediante sistemas regionais de investigação, desenvolvimento e inovação, a exemplo do que se passa na Europa. No atual momento marcado por sucessivos ciclos eleitorais e a preparação do novo quadro comunitário, é fundamental considerar esta estratégia na agenda na política nacional e reforçar o papel do ensino superior e da ciência no desenvolvimento das regiões como prioridade.

Vinho do Porto tem dez novos embaixadores

Gilberto Igrejas Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

Portugal, através do Vinho do Porto, a região do Douro e todo o territó-

rio vinhateiro duriense, tem dez novos embaixadores. Originários de cinco países distintos, Brasil, China, Rússia, Espanha e Portugal, os agora detentores do Certified Port Educator estão habilitados a disseminar, transmitir e revelar conhecimentos sobre os mais diferentes temas como a diversidade genética das castas, a edificação da vinha, a viticultura, a enologia e o envelhecimento dos vinhos, a fiscalização e a certificação, entre outros. Uma das ferramentas válidas utilizadas pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP) para proteger, defender e promover as Denominações de Origem Porto e Douro, o Certified Port Educator constitui-se, igualmente, como um vetor estratégico e imprescindível no trajeto de internacionalização dos vinhos da Região De-

marcada do Douro (RDD). Na verdade, pretendemos que a aposta na educação, formação, instrução, pedagogia e sensibilização destes públicos profissionais, dentre os quais distinguimos professores, jornalistas especializados e intermediários de consumo como os importadores, os distribuidores e os vendedores, tenha reflexo junto do consumidor final. Uma certeza ampliada pela abordagem teórico-prática intensiva de três dias que incluiu provas, visitas, jantares, conversas e harmonizações. O conjunto de experiências vivenciado entre as Caves do Vinho do Porto, algumas Quintas do Douro e as instalações do IVDP terá, inevitavelmente, contribuído para o êxito de duas mãos cheias de irredutíveis guardiães, zeladores e defensores do Vinho do Por-

to. A região Duriense e Portugal estão também, por este motivo, mais ricas e promissoras. De resto, a célere multiplicação de educadores de Vinho do Porto além-fronteiras, numa diversidade de latitudes, será a fórmula de sucesso num tempo em que a informação circula de forma avassaladora. Nesse sentido, a diferenciação da mensagem assume importância fulcral, pois seremos tanto mais bem-sucedidos quanto melhor potenciarmos uma comunicação precisa, factual, objetiva, positiva, orientada e fundamentada. Aliás, razão que justifica a importância do Certified Port Educator. O conteúdo programático do curso, que abarca a história da mais antiga região demarcada e regulamentada do mundo, legislação básica aplicada, mercados de

escoamento e tipos de Porto ou inovação territorial, e que se complementa com o quadro de orientadores das múltiplas temáticas, profissionais do setor, respalda realidades quotidianas incontornáveis de um património singular de qualidade. Essas exigências serão, seguramente, avaliadas em exames práticos, escritos e orais, bem como através da entrega de um ensaio no final da próxima edição do Certified Port Educator que terá lugar nos dias 13, 14 e 15 de novembro e que constituem, também, a garantia do sucesso na divulgação e promoção do Vinho do Porto. Todos estamos convocados para o desafio de harmoniosamente promovermos pontes, aumentando a promoção e coesão territorial em prol de um futuro genuíno para as gerações vindouras.

Economia Circular – envolver os cidadãos

Mário Neves Coordenador da Agenda Regional do Norte para a Economia Circular, CCDR-N

Segundo dados da Comissão Europeia, a Europa tem vindo frequentemente a usar os materiais APENAS UMA VEZ. Cada pessoa do espaço europeu utiliza, anualmente, cerca de 15 toneladas de materiais finitos e produz, em média, mais de 4,5 toneladas de resíduos por ano, sendo quase metade depositados em aterros. Sem dúvida, esta realidade a todos deve preocupar. A economia linear baseada num modelo de «recolha, produção e eliminação» e dependente (em exclusivo) da extração de recursos em contínuo tem de deixar de ser uma opção viável. Deste modo, e como a Comissão Europeia reconhece, o conceito de economia circular constitui “uma resposta ao desejo de um crescimento sustentável no contexto da pressão crescente

que a produção e o consumo exercem sobre o ambiente e os recursos mundiais” (COM (2015) 614 final, de 02.Dez.2015). Trata-se, portanto, de um conceito estratégico que visa substituir o conceito de fim-de-vida da economia linear por novos fluxos de reutilização, regeneração, restauração, renovação e partilha. Neste contexto é, também, devido um reconhecimento sobre o relevo que esta temática tem vindo a merecer ao atual Governo Português, evidenciada nomeadamente através da RCM n.º 190A/2017, datada de 23.Nov.2017, que aprovou o designado Plano de Ação para a Economia Circular (PAEC). Neste Plano de Ação estipulam-se três níveis de ações (Macro e Meso) e ainda, regional/ local sendo que este “visa a cooperação,

estimulando a troca de conhecimento, a formação de redes colaborativas (empresariais, científicas ou outras), o desenvolvimento de projetos conjuntos e a definição de mecanismos de investimento coordenados” (ponto 3.4 da RCM). É aqui que se enquadram as Agendas Regionais para a Economia Circular e correspondentes Planos de Ação (devidamente adaptadas às especificidades socioeconómicas e territoriais de cada região), em elaboração e dinamização pelas Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR). Dos objetivos das Agendas inclui-se a identificação de oportunidades de aceleração e transição para uma utilização mais eficiente, com sinalização de casos de sucesso, a formação de redes colaborativas entre os atores regionais e o

reforço da articulação da rede de cidades com a rede de áreas de acolhimento empresarial, os setores e empresas chave e, ainda, com o sistema científico e tecnológico. Na Agenda Regional do Norte identificaram-se um conjunto de temáticas que, numa primeira fase, deveriam ser objeto de intervenção, como a Construção, Transportes, Alimentação, Resíduos da Construção e Demolição, Cidades Circulares, Compras Públicas e o Têxtil, um dos setores de maior representatividade na Região Norte, em termos de Economia Circular. Considera-se que a adesão dos atores regionais tem sido positiva. Não basta legislar ou envolver as empresas. É, também, preciso conquistar os Cidadãos para essa transição.


VIVADOURO MAIO 2019 31

Lazer RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

Piadas de bolso:

Arroz de pato no forno

INGREDIENTES 4 peitos de pato 2 chávenas almoçadeiras de arroz 1 chouriço de carne 150 gr de toucinho fumado 1 cebola média 3 dentes de alho 1 colher de sopa de polpa de tomate ½ dl de azeite 2 folhas de louro Colorau q.b. Sal q.b Pimenta q.b. Noz moscada q.b. FOTO: DR

HORÓSCOPO

Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt

PREPARAÇÃO Num tacho, coza os peitos de pato com bastante água, ½ do chouriço, as folhas de louro e ½ de toucinho fumado, cerca de 40-50 minutos. Entretanto, faça um refogado com o azeite, a cebola e os alhos picados, deixe alourar e acrescente a polpa de tomate, deixe refogar uns minutos. Depois do pato cozido, coe e reserve o caldo, deixe arrefecer os peitos. Desfie os peitos, corte o chouriço às rodelas e o toucinho aos bocados e acrescente tudo ao refogado. Adicione um pouco do caldo, para não queimar, e deixe os sabores se misturarem, acrescente um pouco de colorau e deixe ferver. De seguida, junte o arroz, envolva e deixe fritar uns minutos, em lume brando. Adicione o caldo, em quantidade o dobro da medida do arroz, tempere de sal, pimenta e noz moscada, deixe levantar fervura, depois reduza o lume e deixe cozer mais 10 minutos. Num tabuleiro de ir ao forno, unte-o com um pouco de margarina, coloque todo o preparado e enfeite por cima com a outra metade do chouriço às rodelas e a outra metade do toucinho às fatias. Leve ao forno até ficar douradinho, cerca de 15-20 minutos.

GÊMEOS

21 de Maio – 20 de Junho

Amor: O seu charme e simpatia possibilitam-lhe alcançar a harmonia afetiva à sua volta. Saúde: Não tenha medo de aceitar aquilo que lhe parece novo ou diferente. É essa mudança que lhe vai permitir evoluir. Dinheiro: Deixe os seus investimentos darem frutos.

Desafio VivaDouro

Um menino chega A casa e confessa à mãe: - Acabei de partir o abajur do apartamento do Zézinho… - Como fizeste isso? – pergunta a mãe surpreendida. Explica o menino: - Estávamos a jogar futebol dentro da sala e, sem querer, eu chutei a bola com muita força e batei no abajur. A mãe olha com cara de desapontada e diz: - Vou ligar para a mãe do teu amigo e perguntar como era o abajur. - Tu queres comprar um igual? – pergunta o menino. - Claro! – responde a mãe. E diz o menino: - Não, mãe, não te preocupes com isso. - Porquê? – pergunta a mãe. Diz o miúdo: - Ela disse que aquele abajur era insubstituível… PUB

Consegue resolver a seguinte equação?

6:2 (1+2)=?

SOLUÇÕES:

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Solução: De acordo com as regras da matemática, primeiro devemos resolver a parte da equação que está entre parênteses. Como resultado, terá a seguinte equação: 6 ÷ 2×3 = 9.


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