Ano 4 - n.º 56 - novembro 2019
Preço 0,01€
Mensal
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
Contacte-nos em: geral@vivadouro.org - www.vivadouro.org
Carlos Esteves de Carvalho Presidente da Câmara Municipal de Penedono
Concretizado pela primeira vez, decorria o ano de 2010, estamos prestes a viver a décima edição do Mercado Magriço, um evento organizado pela Câmara Municipal com a missão de fomentar o empreendedorismo do Concelho de Penedono e na procura constante da consolidação e surgimento de novas oportunidades de negócio em todas as iniciativas locais. Com especial relevo para o
desenvolvimento económico e social do concelho de Penedono, o Mercado Magriço congrega num mesmo espaço vários setores de atividade, como a pecuária, o artesanato, as atividades agrícolas, comerciais e industriais, assumindo-se como uma afirmação do território e proporcionando aos intervenientes um espaço que permita dar visibilidade e promover o trabalho dos nossos empresários e
dos produtos endógenos do concelho. É com este propósito que realizamos este evento, e com o claro objetivo de apoiar a persistência dos empreendedores deste concelho que continuam a querer crescer e a inovar, afirmando a marca Penedono no panorama nacional e internacional. A presença de todos é, neste contexto, de uma importância vital neste nosso certame, bem como um momento alto no nosso quotidiano que vivemos sempre em cada edição do Mercado Magriço. Momento alto… pela forma como estas “Terras do Magriço” se preparam para receber os muitos, muitos visitantes, que durante os três dias se esperam; Momento alto… pela oportunidade desta “Terra de Castanha” mostrar o seu fruto rainha e os demais produtos endógenos; Momento alto… pela dinâmica comercial direta e indiretamente associada ao evento; Momento alto… pela visibilidade que hoje já se lhe reconhece e pela atratividade que provoca sobre este território, fazendo todo o sen-
tido que se possa dizer que estamos na verdade perante algo que projeta a nossa terra e a dinamiza economicamente. É também por acreditar no nosso valor, que o Município de Penedono persiste na senda de apoiar os seus empresários! Fê-lo no passado, fá-lo no presente e fá-lo-á no futuro, certo que deles depende o sucesso económico deste território e o contributo para o desenvolvimento da região. Para além da componente económica, no Mercado Magriço há também lugar para a vertente tradicional, cultural, recreativa, turismo de natureza e turística, contando com envolvências locais diversificadas das associações e coletividades que aqui fazem mostra do vastíssimo património cultural e edificado, enquanto potencialidades económicas passíveis de serem exploradas. O Presidente da Câmara Municipal convida-vos, pois, a fazerdes uma visita a Penedono no próximo fim-de-semana deixando-vos o seguinte desafio: Descobrir Penedono! Território de oportunidades!
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Ano 4 - n.º 56 - novembro 2019
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Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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Francisco José Viegas
"O Douro é a minha origem e, digamos, o meu 'lugar mítico'" "Digamos que de Barca d’Alva à Afurada tudo me pertence... "
Sernancelhe
Milhares de pessoas passaram pela Festa da Castanha > Págs. 12 e 13 Lamego
Hazem Hadla, um professor sírio no Politécnico > Pág. 14 Destaque
O VivaDouro dá-lhe a conhecer alguns projetos da região com preocupações ambientais > Págs. 20 e 21
> Págs. 8 e 9 ● "Há vinte, trinta anos, eu e um grupo de loucos a que ninguém ligava muito, diziamos que o Douro – sobretudo o Alto Douro e o Douro Superior – tinha potencialidades únicas em Portugal" ● "É inacreditável como a paisagem do Douro, vista de cima, continua a degradar-se"
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4 VIVADOURO NOVEMBRO 2019
Editorial Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org
José Ângelo Pinto
Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário Caros leitores,
Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro
Sumário: Breves Página 6
Sernancelhe Páginas 12 e 13 Lamego Página 14 Boletim Informação Páginas 15, 16, 17 e 18 São João da Pesqueira Página 19 Destaque Páginas 20 e 21
Luís Braga da Cruz
Vários Concelhos Página 22
Engenheiro Civil
Mesão Frio Página 24
Próxima Edição 11 DEZEMBRO
"Prós e Contras"
Armamar Página 11
Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda. e Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha
Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org
Mais de um ano volvido após o alerta da autarquia vila-realense, os nós de acesso da A24 continuam sem iluminação, uma situação que coloca em perigo quem circula naquela importante via da região.
Lamego | Torre de Moncorvo Página 10
Sabrosa Página 23
Colaboradores: André Rubim Rangel, António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Manuel Cabral, Paulo Costa, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Silva Fernandes.
NEGATIVO
Vila Real Páginas 7
NIF: 507632923
Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Fânzeres Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Sede do Editor: Travessa do Veloso - 87 4200-518 Porto Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia
O piloto duriense José Meireles sagrou-se Campeão Nacional Legends 2000 ao volante do seu Toyota Carina E. a vitória foi assegurada na última prova da época que aconteceu no autódromo de Portimão.
Freixo de Espada à Cinta Página 25 Alijó Página 26 Nacional Página 27 Opinião Página 28 Lazer Página 29
FOTO: DR
Tenho como assumido que é a iniciativa privada que pode vir a fazer desenvolver as regiões ditas de baixa densidade, pois o motor do emprego e do desenvolvimento nestes territórios, que esteve em vigor anteriormente, baseado nas autarquias e nas suas estruturas que empregaram pessoas e que diminuíram os problemas da interioridade até há algum tempo atrás está esgotado e a mobilização da economia local que as autarquias eram capazes de fazer, quer através do investimento direto em obras quer através do desenvolvimento de infraestruturas está hoje terminado. Mas para que haja dinamização da iniciativa privada é essencial que todos os que fazem política local, regional e nacional e que têm responsabilidades saibam atuar de modo célere e eficaz para mudar de paradigma, ou seja passarem da postura de quem faz o favor de servir para uma postura orientada para o cliente. Seja o cliente um turista, seja o cliente um agricultor, seja o cliente uma organização empresarial ou, ainda, seja um simples novo empresário ou interessado em investir. A iniciativa pública deve fazer o que lhe compete, ou seja criar os instrumentos políticos, com regras absolutamente claras e transparentes, que promovam os comportamentos desejados nos privados, ou seja aqueles que são desejáveis para o desenvolvimento dos territórios. Na maior parte dos casos até há boa definição destes programas. Quem os vê fica impressionado por saber que há incentivos para a criação de postos de trabalho, que há apoios para o investimento e que há iniciativas
em que os territórios de baixa densidade são fortemente apoiados e que é prometida a aceleração e a multiplicação das fontes de investimento e de financiamento. Mas depois vem o melhor da burocracia portuguesa estragar a bonita fotografia. Vem a exigência de termos de autenticação com 4 reconhecimentos para se dar entrada de um projeto. Vem o funcionário diligente, mas que perde os processos e ninguém sabe se entraram ou não, na dúvida e como não aparecem mesmo há que organizar tudo. Outra vez. Vem o colega em substituição dizer que é tudo fácil e que tudo se resolve, mas nada pode fazer pois está em substituição. Mas quando chega o colega substituído, afinal já não pode ser pois aquele prazo uma vez ultrapassado faz caducar o projeto. Vem a aprovação do projeto, 2 anos depois do concurso e com ano e meio de atraso pelos serviços para a data publicada, mas a entidade só tem 15 dias para assinar, carimbar e reconhecer contratos complexos. E se falhar um dia lá vai o projeto. Sem recurso. Vem a exigência de 3 propostas. Mas têm que ser semelhantes. Se os CAE’s não forem adequados e se as propostas não forem da mesma coisa (exatamente da mesma) então esta linha de investimento já não pode ser financiada. E tem que se comprar o orçamento mais baixo, mesmo que o segundo mais baixo seja muito melhor. Criámos um monstro. A máquina administrativa que é precisa para inserir, validar, verificar, auditar, processar, confirmar, etc, etc é brutal. È cara. É ineficiente. É indiligente. É reativa. É incompetente. E é prepotente.... Está quase toda em Lisboa mas impacta em todo o país. E muito. E pega-se. Cuidado.
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POSITIVO
Há dias o programa "Prós e Contras" foi dedicado ao Douro. Tendo respeito pessoal e profissional pela responsável pelo programa - Fátima Campos Ferreira - acho que, desta vez, fez um mau serviço ao Douro. Reconheço que não é fácil, ao fim de tantos anos, continuar a montar semanalmente um programa televisivo sobre temáticas nacionais, sobre a quais possa haver posições divergentes ou mesmo alguma polémica e, simultaneamente, manter o continuado interesse na sua audiência. Já alcançou sucesso no passado e também poderia tê-
-lo conseguido no caso do Douro. Desta vez o resultado não foi bom. Quis abordar um conjunto excessivo de temas durienses, sem que tivesse condições para os tratar convenientemente. Em primeiro lugar, um debate com estas características tem de ser selectivo. Não se devem misturar questões tecnicamente complexas, que reclamam um prévio enquadramento do tema e intervenções esclarecedoras, com assuntos polémicos e fracturantes de contorno eminentemente político. Há que ter habilidade quando se abordam questões que mobilizam tensões de natureza emocional. Foi o que não foi feito. Quanto ao primeiro tipo de questões, houve a ambição de querer tratar de tudo - o vinho, a navegação fluvial, a preservação do património mundial, o eno-turismo, a poluição do rio, a recuperação da linha ferroviária, etc. - claramente sem tempo para o fazer de forma sistemática e proveitosa. Como se isto ainda não bastasse, abriu-se a discussão sobre a Casa do Douro, sem ter a noção que o que estava em causa era a organização socioprofissional do sector vitivinícola duriense que, só por si, reclamaria rigor e objetividade
e, porventura, por si só, um programa específico! Com diz um provérbio galego: "quem muito quer abraçar, pouco aperta!" O que ficou nos ouvintes foi uma sensação de frustração face a um excesso de matérias complexas e uma discussão superficial. Faltou uma introdução a cada tema e capacidade de controle do debate. Ficou-se com a ideia errada e dispensável de que os durienses não se governam, nem se deixam governar. Quanto à Casa do Douro, confirmei a convicção de que o sector o que precisa é de uma plataforma de aproximação das tensões, sempre existentes entre produção e comércio, como é prática nas regiões vitícolas europeias mais avançadas. O sector carece mais de regulação e de verificação da legalidade de procedimentos e menos de uma intervenção do Estado de tipo paternalista. Para terminar e por muito respeito que tenha pela figuração dos protagonistas históricos do Douro, achei a rábula sobre a D. Antónia, completamente desadequada naquele debate, quase que roçando o ridículo. De tudo resultou uma sensação de desconforto e o sentimento de que o Douro merece melhor.
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Breves Vinhos Douro e Porto em Zurique com a NERVIR
Desemprego em queda Segundo dados do INE, na comparação homóloga com o mesmo período do ano passado, o desemprego na região do Douro recuou 8,1% até ao final do 1º semestre de 2019.
I Festival da Castanha de Tabuaço A Câmara Municipal de Tabuaço, em colaboração com a Junta de Freguesia de Chavães, vai promover o I Festival da Castanha de Tabuaço. Ao evento, cujo enfoque principal é a castanha, associa-se também o Fim-de-Semana Gastronómico de S. Martinho com o objectivo de evidenciar as múltiplas competências do fruto na gastronomia local. A realização desta iniciativa prende-se, acima de tudo, com a necessidade de divulgar um produto local, cuja qualidade e produção tem vindo a salientar-se pela excelência e a aumentar ao longo dos últimos anos, graças ao empenho dos produtores.
Baile de gala das vindimas O emblemático Salão Nobre da Casa do Douro foi palco na noite de 26 de outubro, do Baile de Gala das Vindimas, uma iniciativa conjunta da Confraria dos Vinhos do Douro, do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto e da Câmara Municipal do Peso da Régua que, em boa hora decidiram recuperar umas das mais antigas e prestigiadas tradições da região.
Hotel MiraCorgo promove 3ª edição de “Fridays of Excellence”
Colóquios dedicados a Aquilino Ribeiro levam a Sernancelhe diversas individualidades No ano em que assinalam 100 anos da edição da obra “Terras do Demo”, Sernancelhe prepara-se para encerrar as comemorações desta data histórica com o Colóquio “Aquilino, Letras e Terra”, nos dias 15 e 16 de novembro, no Auditório Municipal. A iniciativa promete ser um dos mais importantes fóruns de reflexão em torno de Aquilino Ribeiro, pois reunirá os antigos ministros Nuno Crato, David Justino, João Soares e Jorge Coelho, bem como historiador Fernando Rosas, os académicos Paulo Ferreira, Reitor da Universidade de Aveiro, Serafina Martins (Universidade de Lisboa), Nuno Rosmaninho (Universidade de Aveiro), Eugénia Pereira (Universidade de Aveiro), Anabela Oliveira (UTAD), Mafalda Matias (IPV – ESEV) e Aquilino Machado, neto do escritor Aquilino Ribeiro e professor do IGOT- Universidade de Lisboa.
Escola municipal de natação mantém certificação de qualidade
Programa cultural celebra fundação do Mosteiro das Chagas
Integrado na missão que o Hotel MiraCorgo tem vindo a desenvolver, nasceu o projeto “Fridays of Excellence”. Depois do sucesso das últimas edições, a terceira edição está agendada para dia 8 de novembro, em que terá como produtor convidado Jorge Coutinho, diretor e Enólogo dos vinhos “Alta Pontuação”. Assim se dará início a uma viagem de sabores entre os néctares “Alta Pontuação”, em harmonização com a sugestão da Chef Olívia Rolo. Respeitando os sabores com tradição, as provas serão devidamente comentadas pelo enólogo Jorge Coutinho.
Educação, património e desenvolvimento juntou especialistas em Murça Especialistas de diversas áreas estiveram em Murça para debater a educação, a herança cultural e o desenvolvimento, numa iniciativa que contou com a presença do presidente da câmara, Mário Artur Lopes, investigadores de Espanha e Portugal, professores e estudantes dos diversos graus de ensino e instituições dedicadas à preservação e divulgação do património cultural. A programação contou como convidado o embaixador português na UNESCO, António Sampaio da Nóvoa, que alertou para a importância da educação e de uma cultura humanizante, que propicie a convergência de saberes e que estimule a vivência dos direitos humanos e a paz.
CHTMAD abre espaço para ajudar crianças a desmistificar o hospital
FOTO: DR
O serviço de pediatria do CHTMAD está a organizar o evento “hospital da fantasia” com o objetivo de desmistificar a ideia que as crianças fazem do hospital, como sendo um lugar de dor e sofrimento, promovendo o contacto com o espaço, fora do período de doença, num ambiente agradável e descontraído. A criança, em idade pré-escolar, é convidada a ir ao hospital acompanhada pelo seu boneco “doente”, ao qual serão efetuados diagnósticos e tratamentos, estabelecendo com a criança um relacionamento mais próximo, num contexto de prática clínica diária.
FOTO: DR
Decorreu no passado dia 19 de outubro, na sala VIP Lounge do Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, a Gala da Federação Portuguesa de Natação, onde o Município de Vila real recebeu, pelo quinto ano consecutivo, o galardão de Certificação de Qualidade da Escola de Natação - FPNCQ2019, com a atribuição do Nível 2, correspondente ao patamar prata. Recorde-se que esta distinção está associada ao Projeto Portugal a Nadar ao qual a edilidade Vila-realense aderiu no ano 2014.
A Santa Casa da Misericórdia de Lamego vai comemorar o 431º aniversário da fundação do Mosteiro das Chagas, do qual resta atualmente apenas a Igreja com o mesmo nome, com a realização de uma grande celebração no próximo dia 23 de novembro. O programa do evento prevê a realização, à noite, de uma atuação musical “em louvor de Cristo Rei e da Imaculada Conceição” pelo grupo de canto gregoriano “Ançã-ble” e pelo Coro da Misericórdia. Ao final da tarde, às 18 horas, também é celebrada uma missa, presidida por D. António Couto, Bispo da Diocese de Lamego.
Decorreu nos dias 28 e 29 de outubro a Missão Soul Wines Suíça em Zurique, organizada pela NERVIR-Associação Empresarial, com um conjunto de ações direcionadas aos importadores suíços e imprensa especializada. Do programa constou a realização de uma Masterclass, no dia 28 de outubro, realizada pelo editor chefe da revista Vinum, Thomas Vaterlaus, em que foi apresentada a região e os vinhos Douro e Porto dos produtores presentes a uma plateia de importadores, jornalistas e opinion makers suíços. Foram mais de cem os importadores, restaurantes e lojas especializadas, que passaram pelo Hotel Metropol, onde decorreu o evento para apreciarem e descobrirem os vinhos do Douro e Porto dos produtores presentes, potenciado assim os negócios, principal objetivo desta missão.
Rota do Paiva foi oficialmente inaugurada no Festival Serranias, em Soutosa Está oficialmente aberta a nova Rota do Paiva, percurso pedestre traçado, aberto e sinalizado no âmbito da 1ª fase do projeto do “Parque Paiva Natura”. Foi inaugurada este domingo, 3 de novembro, depois da cerimónia de apresentação do “Parque” feita pelo presidente da Câmara Municipal de Moimenta da Beira, José Eduardo Ferreira, e por António Luís Crespí, do Departamento de Biologia e Ambiente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro. Tudo âmbito do programa do Festival “Serranias, Sabores e Tradições”, em Soutosa, Moimenta da Beira.
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Lamego
Um minuto de barulho contra a violência doméstica Englobado numa ação nacional, os elementos da Proteção Civil Municipal de Lamego juntaram-se num dos locais mais emblemáticos da cidade para "um minuto de barulho" em favor das vítimas de violência doméstica. Durante 60 segundos as sirenes fizeram-se ouvir junto à escadaria do Santuário da Nossa Senhora dos Remédios. Para o comandante dos Bombeiros Voluntários de Lamego, Nuno Carvalho, esta iniciativa é importante para que o debate sobre a violência doméstica se mantenha na agenda do dia e para que cada vez menos surjam notícias sobre o tema.
“Fomos contactados no dia de ontem pela Liga dos Bombeiros Portugueses e outros patrocinadores desta ação. Inicialmente pensamos em fazer algo no quartel mas durante a manhã falei com os meus homens no sentido de fazermos algo aqui, junto ao ex-libris da nossa cidade, o escadório da Nossa Senhora dos Remédios, que pode também ser protetora nestas situações. Tivemos a ideia de formar a palavra “STOP” à violência doméstica e tivemos o cuidado de integrar todas as forças de Proteção Civil e por isso tivemos aqui elementos da autarquia, da GNR e da PSP. É também uma forma de dizer que todos juntos somos mais fortes, que é o que acontece no nosso concelho, abrilhantando ainda mais este evento. É para isto que cá estamos também, para participar neste tipo de ações e é com muito orgulho que o fazemos. Ultimamente este é um tema muito debatido e com esta ação queremos despertar ainda mais a sociedade para esta problemática”. ■
> "STOP" à violência doméstica
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Entrevista VivaDouro FOTO: DR
Quais foram as suas principais preocupações e ações que desenvolveu e/ou tentou implementar no Douro, enquanto foi Secretário de Estado da Cultura? Havia muitas coisas a fazer por todo o país, mas no Douro insisti na recuperação do património, na proteção da paisagem, num certo equilíbrio entre as chamadas necessidades da economia e a necessidade de proteger a paisagem, o património e o acesso à cultura. Entrando no seu espectro profissional, o que o apaixona mais: o jornalismo ou a literatura? Porquê? Fui jornalista durante muito tempo. Hoje sou sobretudo editor [dirige a Quetzal Editores, do grupo Porto Editora]. E escritor. A literatura é um animal vivo e fugidio que me acompanha há anos e décadas, não se explica essa ligação. Escrever é uma necessidade, um trabalho e um hábito.
Texto: André Rubim Rangel
Francisco José Viegas: "Há vinte, trinta anos, eu e um grupo de loucos a que ninguém ligava muito, diziamos que o Douro – sobretudo o Alto Douro e o Douro Superior – tinha potencialidades únicas em Portugal" Comecemos pelas suas raízes em V. N. de Foz Côa. Já não vivendo há muito na sua terra natal, do que sente mais falta nela? Como vai apagando essa saudade? Vou sempre que posso, sempre que encontro uma oportunidade ou um pretexto. Nunca me senti senão “uma pessoa do Douro”. O Douro é a minha origem e, digamos, o meu “lugar mítico”, ao qual pertenço sem ter de explicar porquê. Sou uma espécie de nacionalista do Douro Superior... Do vinho do Douro, do rio (que é outra das referências míticas do meu dia-a-dia), do património, das pessoas, da minha memória. Digamos que de Barca d’Alva à Afurada tudo me pertence... [risos] Apesar da região do Douro se ter moder-
nizado e apresentar agora acessos melhorados, o seu grande problema continua a ser o despovoamento. No seu entender, o que terá de ser feito para combatê-lo? Chamar pessoas de fora. É fundamental. Pessoas que possam ter compreendido o espírito do lugar e que possam contribuir para pôr fim a essa espécie de deserto que avança por toda a região. E de que forma(s) concreta(s)? Há políticas fiscais, mas têm de ser mais profundas e mais agressivas. Mais sérias. Mas tem de haver outros apelos à fixação dos naturais e dos que querem vir para o Douro. E não só no turismo, que é uma espécie de realidade flutuante... Agora estamos com um bom afluxo de turistas, mas
ninguém sabe o que acontece daqui a dez anos. Há vinte, trinta anos, eu e um grupo de loucos a que ninguém ligava muito, diziamos que o Douro – sobretudo o Alto Douro e o Douro Superior – tinha potencialidades únicas em Portugal. Foram os turistas que mudaram a realidade, bem como o vinho e a paisagem. É inacreditável como a paisagem do Douro, vista de cima, continua a degradar-se: durante anos tornou-se uma espécie de território desbravado por auto-estradas e cercado de vinhas. Mais nada. Hoje, sabemos que é preciso proteger a paisagem, encontrar formas de evitar que a paisagem das vilas se degrade, que tenhamos orgulho naquela paisagem, que é uma herança notável do século XIX, e que não pode ser entregue à descaracterização.
Desinteressou-se pelo jornalismo – pelo menos no modo mais ativo e mediático como o exercia regularmente na TV, Imprensa e Rádio –, ou não têm surgido convites/projetos relevantes como sua nova aposta? A idade conta. Acho que fiz coisas inovadoras na televisão e na imprensa. Na televisão, durante duas décadas, tive programas de livros que hoje são impossíveis num ambiente de guerra de audiências. Compreendo, mas discordo das explicações. Os espaços de livros na televisão são uma espécie de “cultura do papá”, sem entusiasmo ou sentido do risco, e até sem memória. Levar autores à televisão é uma coisa que se devia continuar a fazer, e que se evita, porque os que mandam acham que a audiência se conquista a fazer melhor o que os outros fazem pior. Mas não me desinteressei pelo jornalismo, nem pensar. Quem é jornalista uma vez, nunca mais deixará de o ser... A nível da escrita, que mantém e entre os géneros já percorridos (poesia, romance, ficção, conto, teatro e guias/relatos de viagens), onde se revê no seu melhor “eu interior”, na sua verdadeira identidade? Poesia, sim — porque é um género sem explicação. E prosa, de ficção. Romance. E romance policial, com a minha série Jaime Ramos, o inspector da PJ do Porto, de que acaba de sair um novo livro, “A Luz de Pequim”, o nono livro com o mesmo personagem, e sempre com a cidade do Porto como cenário principal. E que análise prática faz de ambas as áreas no presente? Numa altura em que celebramos 50 anos da internet, talvez um dos principais ‘inimigos’ de ambas… Não gosto de fazer apreciações de conjunto da poesia portuguesa, ou da ficção portu-
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Entrevista VivaDouro FOTO: DR
Ainda voltando à beleza e riqueza do Douro, já pensou escrever uma obra só dedicada ao mesmo? Ou considera que não faz sentido? Bom, mas eu escrevi “Regresso por um Rio”, que é um romance sobre o Douro [originalmente de 1987, saiu um nova edição na Porto Editora em 2018]. Os romances “Um Céu Demasiado Azul”, “O Mar em Casablanca” e “A Luz de Pequim” passam-se no Douro
principalmente. O Douro nunca esteve afastado dos meus livros. Nem por um instante. Além dos seus livros, é também cronista e comentador televisivo. Nos fóruns nacional e internacional, que temas fraturantes – e cujas debilidades humanas mais se têm feito sentir – lhe chocam principalmente observar, pensar e reagir? A censura, o desejo de proibição, o policiamento da linguagem, assustam-me particularmente. Preocupa-me o facto de os populismos de esquerda e de direita avançarem cada vez mais graças à falta de resposta dos sectores mais moderados (conservadores, liberais, sociais-democratas). Fico espantado pela forma como hoje ignoramos que a Europa já não é o centro do mundo, e que o chamado Oriente (a China, a Ásia-Pacífico, por exemplo) é hoje um território em franca alteração e com grandes inovações. Somos uma espécie de racistas contra o Oriente. Tememos a China mas limitamo-nos a gritar e a escandalizar-nos. Parece que não queremos compreender, procurar explicações, negociar, estabelecer compromissos... E fico triste ao ver como uma democracia exemplar, como era a dos EUA, se transformou numa palhaçada. E como a Europa se torna cada vez mais irrelevante em termos estratégicos... Sendo que é um homem religioso, entre o catolicismo e o judaísmo, e iniciando nós anualmente este mês com duas memórias significativas – a vida dos santos e a mor-
a quinhentos anos, se calhar, celebraremos outra vez o Natal de antigamente, a Páscoa de há dois mil anos. Nisso, a cultura chinesa explica melhor como se deve observar o mundo: com a noção de que mil anos é um ciclo de tempo razoável... Nós queremos tudo demasiado depressa. Para terminar, se tivesse de definir o melhor e o pior da nossa sociedade contemporânea, que dois livros seus – entre os seus mais de 30 – escolheria e atribui-los-ia como apresentação adequada? Acho que “Longe de Manaus”, “O Colecionador de Erva” e “A Luz de Pequim”, especialmente estes três, são o meu retrato do país. Um país entregue às suas elites pouco razoáveis, endogâmicas, provincianas no pior sentido. Talvez “A Luz de Pequim”, que é um livro que começa com o cadáver de um traficante pendurado na Ponte de D. Luís, no Porto, e que fala da cidade do Porto, do Douro no Porto, da memória da cidade, seja um retrato mais atual. Mas na literatura não há atualidade. É por isso que Camilo Castelo Branco e Júlio Dinis sejam ainda hoje grandes retratos do Porto, por exemplo. Mas vou tentando. ■
FOTO: DR
guesa. Sou parte interessada. Mas acho que a internet é, sim, hoje, adversária da leitura – pelo menos da leitura que durante séculos fez com que o nosso mundo tivesse cultura, memória e sensibilidade. E bibliotecas. E coisas em comum. Provavelmente, estamos a entrar num novo tempo, e é preciso compreender as novas necessidades e desejos das pessoas comuns. O desejo e a necessidade de ficção passou dos livros para as séries de televisão, para o contacto direto e sem filtro das chamadas “redes sociais”... Antigamente, sabíamos onde estavam os maluquinhos... Hoje, estão em todo o lado graças à internet. Acho que estamos numa fase de mudança, de evolução muito rápida, ainda não sabemos onde isto vai parar... O problema é que a internet não forneceu apenas mais uma plataforma de leitura: fez nascer novas formas de leitura, mais rápidas, menos sérias, mais incultas, mais superficiais, mais disponíveis para o mal e para o ressentimento. Estamos a aprender a lidar com isso, e a começar a perceber que nem tudo é bom nas mudanças...
te dos entes queridos –, o que lhe sugerem estas vivências com a sobreposição do «Halloween», uma “nova” tradição para nós sem ser da nossa cultura? Nada. Não me sugerem nada. O Halloween, como o Pai Natal, ou o Thanksgiving, são o resultado de novas tradições que vão sendo assimiladas pelas culturas do mundo todo. Pode-se proibir o Halloween? Não. Limito-me a encolher os ombros. Nós, na Europa, e em Portugal também, perdemos parte das nossas culturas tradicionais, é natural que as novas gerações adotem outras que as tornem mais próximas das culturas mais dominantes. É isso que acontece com o Halloween, ou com o carnaval brasileiro em pleno inverno português. Protestamos muito contra o Halloween, mas não nos damos conta de que já adoptámos o hábito absurdo de ver meninas a sambar, seminuas, com o granizo de Fevereiro... Não. Nada me espanta nem escandaliza. O Natal, por exemplo, perdeu o seu significado religioso e é hoje uma festa mais ou menos global, um jantar de família, uma reunião de amigos, uma celebração pagã. Acontece que nós pensamos que trinta, quarenta anos, é muito tempo. Não é. É quase nada. Daqui
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Lamego
Município vai ter Balcão da Inclusão para pessoas com deficiência O Município de Lamego vai passar a ter um Balcão da Inclusão para prestar atendimento qualificado a pessoas com deficiência e incapacidade. O novo serviço é responsável por proceder ao correto encaminhamento destes utentes e desenvolver uma função de mediação junto dos serviços públicos e entidades privadas responsáveis pela resolução dos seus problemas que seja facilitadora da sua intervenção. O protocolo de colaboração entre a Câmara Municipal e o Instituto Nacional para a Reabilitação (INR) para a criação, pela primeira vez de um Bal-
cão da Inclusão em Lamego, foi assinado esta quinta-feira. "Assinamos este protocolo com um dever de cidadania. Queremos uma sociedade mais inclusiva e com mais qualidade de vida", afirmou o Presidente Ângelo Moura. Também presente neste ato, a vereadora da Ação Social, Ana Catarina Rocha, acrescentou que foi dado “mais um passo decisivo no apoio aos munícipes que se encontram mais vulneráveis, especialmente as pessoas portadoras de deficiência e incapacidades". O Presidente do INR, Humberto dos Santos, também defendeu que "cidadãos mais informados estão em melhores condições de exercer cidadania". O atendimento presencial no âmbi-
to do Balcão da Inclusão será feito no Gabinete do Munícipe, de segunda a sexta-feira, entre as 8h30 e as 17 horas. Aqui, o Município de Lamego está disponível para esclarecer e prestar informações via telefone, por escrito e pre-
sencialmente sobre direitos, benefícios e recursos existentes, nomeadamente, emprego e formação profissional, produtos e ajudas técnicas, benefícios fiscais, acessibilidades, transportes e educação. ■
Torre de Moncorvo
Município recebe I Colóquio da Diabetes No próximo dia 9 de Novembro, tem lugar no Cineteatro de Torre de Moncorvo o I Colóquio da Diabetes, organizado pela Associação de Diabéticos do Distrito da Guarda e Associação de Diabéticos do Distrito de Bragança em parceria com o Município de Torre de Moncorvo. Durante a manhã, e após a sessão de abertura, tem lugar um painel que abordará: “ Os Números da Diabetes no Distrito de Bragança”, pelo médico da ULSNE, Dr. Raúl Sousa, moderado pelo Presidente da Assembleia Geral da ADDG, professor Arnaldo Silva; e “Diabetes Mellitus Tipo 1: Desde a Hora Zero”, da responsabilidade de médica da ULS da Guarda, Dra Glória Silva, com a moderação do pediatra Dr. Luís Ribeiro. Depois de uma pausa para café, segue-se
o segundo painel sobre “Diabetes Mellitus Tipo 2: Conhecer Melhor para Prevenir” que conta como oradoras da ULSNE, a médica Dra Galyna Mendes e a enfermeira Amparo Freire, sendo o painel moderado pelo médico Dr. João Correia. No final, tem lugar um debate moderado pelo Dr. João Correia e Dr. Luís Ribeiro. Durante a tarde, os alunos do 3ºA do Centro Escolar Visconde Vila Maior interpretarão “Diabetes Sem Problemas”, seguindo-se um showcooking sobre “Dieta Mediterrânea um Padrão que Promove Saúde”, que conta com a participação das nutricionistas da Associação dos Diabéticos do distrito da Guarda e do distrito de Bragança, Drª Cátia Marques e Dra Claúdia Pires, respectivamente. ■
Pré-inscrições para Universidade Sénior O Município de Torre de Moncorvo pretende criar uma universidade sénior em Torre de Moncorvo. Para o efeito estão abertas pré-inscrições,
nos serviços de ação social da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo e no Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, estando o funcionamento da Universidade Sénior
sujeito a um número mínimo de inscrições. Os munícipes com mais de 50 anos podem frequentar atividades de ginástica, hidroginástica, cidadania, alfabetização,
informática, português, espanhol, inglês, história, saúde, música, artes plásticas, teatro, rendas e bordados, recursos naturais, culinária e danças de salão. ■
VIVADOURO NOVEMBRO 2019 11
Armamar
A Volta ao Emprego vai a Armamar com o Projeto OPTA No próximo dia 13 de novembro Armamar vai ser palco de mais uma Volta ao Emprego (VAE). Esta é uma ação promovida pela Representação da Comissão Europeia em Portugal, através do Centro de Informação Europe Direct e em parceria com o Insti-
tuto do Emprego e Formação Profissional. A VAE vai ter lugar no Auditório da Fundação Gaspar e Manuel Cardoso e terá início por volta das 14h. Conta com oradores de diversas entidades e agências ligados ao emprego.
Com o objetivo de combater o desemprego e promover a ligação entre as pessoas em situação de desemprego e os empregos disponíveis na União Europeia, a VAE vem assim ajudar a população do concelho a reunir mais informações so-
bre o tema. O Projeto OPTA (Oportunidade, Promoção e Transformação na Ação) resolveu trazer esta ação até ao concelho armamarense e contou com a ajuda do Centro de Informação Europe Direct Aveiro. ■
IX Jornadas Sociais de Armamar A nona edição das Jornadas Sociais de Armamar tem lugar no próximo dia 13 de novembro, no salão nobre do edifício da Câmara Municipal e no auditório da Fundação Gaspar e Manuel Cardoso (FGMC). A sessão de abertura está prevista para as 10 horas e será presidida pelo Presidente da Câmara Municipal de Armamar, João Paulo Fonseca. Ao longo do dia vão ser expostos e debatidos pontos essenciais em torno do tema “Saúde, Felicidade e Emprego – Oportunidades de realização pessoal e profissional”. No primeiro painel, da parte da manhã na
Câmara Municipal, os trabalhos centrar-se-ão nas questões da saúde e bem estar no trabalho. A moderar vai estar Aurora Sousa, da Autoridade para as Condições de Trabalho. À tarde, já no auditório da FGMC, a discussão centra-se na Volta de Apoio ao Emprego. É uma iniciativa da Representação da Comissão Europeia em Portugal, dinamizada pela rede de Centros de Informação Europe Direct em parceria com o Instituto de Emprego e Formação Profissional. O objetivo central é o de conjugar a oferta e a procura no mercado do emprego a nível
europeu. Este painel será moderado por Maria Manuel Azevedo, Coordenadora do
Centro de Informação Europe Direct de Aveiro. ■
Ler para Aprender na escola em Armamar Realizou-se nos dias 28 e 29 de outubro a ação “Ler para Aprender”, destinada a alunos do Primeiro Ciclo do Centro Escolar José Manuel Durão Barroso. Trata-se de uma iniciativa inserida na comemoração do Mês das Bibliotecas, a decorrer no Agrupamento de Escolas de Armamar. Com esta ação a equipa do Plano Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE) – Construir o Sucesso em Armamar, alia a
robótica à leitura, promovendo o interesse pela aprendizagem. A ação procurou despertar nas crianças imaginação e criatividade, o gosto pela leitura e a partilha de estratégias para combater as dificuldades de atingir objetivos isoladamente. O PIICIE é cofinanciado pelo PONORTE2020. A entidade promotora é o Município de Armamar em parceria com o Agrupamento de Escolas de Armamar. ■
12 VIVADOURO NOVEMBRO 2019
Sernancelhe
Milhares de visitantes sublinham sucesso “Olha a castanha, quentes e boas!” O pregão é conhecido e entra no ouvido como o cheiro das castanhas assadas nos entra pelo nariz. Logo à chegada à Festa da Castanha, em Sernancelhe, este é o cenário que encontramos, e ao qual se juntam milhares de pessoas que se dividem entre os espaços interior e exterior do Exposalão. 27 anos depois de o Município, os produtores, as empresas e associações locais terem ousado criar, no concelho de Sernancelhe, uma feira que pudesse ajudar a promover a castanha, em particular a variedade de referência, a Martaínha, hoje o evento é um exemplo nacional. Porque impulsiona um produto com cada vez maior peso económico regional e nacional, porque valoriza a cultura, e porque é uma montra do território, a Festa da Castanha é a janela por onde Sernancelhe mostra a sua riqueza patrimonial, paisagística e cultural, num contexto de celebração da tradição e da identidade, impulsionando todos os produtos da terra e
> Carlos Silva a inaugurar a Feira da Castanha
demonstrando o imenso potencial da castanha para a consolidação da atividade turística regional. O sucesso do evento foi sublinhado pelo vereador Armando Mateus em declarações à nossa reportagem, apontado à promoção feita ao evento e à qualidade do produto as causas do mesmo.
> Carlos Slva e Luís Pedro Martins na inauguração do certame
“Estamos com uma forte adesão de visitantes. Fizemos uma promoção muito intensa com vários meios de comunicação e com uma abrangência maior do que era habitual, tudo isto a juntar a toda a animação que tem marcado este evento. Acho que foram criadas as condições ideais para recebermos esta
multidão de gente que aqui se vê. A estratégia é encontrar um equilíbrio. É importante levar as pessoas para o interior do Exposalão e assim garantir que os produtores vendam o seu produto, no caso a castanha que é a figura principal deste evento, contudo, com uma adesão tão grande como temos o
> Armando Mateus, vereador da Cultura
VIVADOURO NOVEMBRO 2019 13
Sernancelhe
da Festa da Castanha espaço pode tornar-se caótico, por isso é importante ter uma oferta de qualidade em termos culturais e de animação no exterior, em especial em dias com um clima tão agradável como este. Temos tudo na dose certa, há animação, vê-se muita gente mas as pessoas conseguem circular e comprar os produtos, dando também resposta a um desejo dos expositores que se queixavam que o facto de os corredores ficarem tão cheios prejudicava o seu negócio”. Questionado sobre a qualidade da castanha este ano, o vereador autárquico não tem dúvidas, é como já habituou todos quantos passam por Sernancelhe, ótima. “A castanha está na forma como já nos habituou, com um sabor fantástico, um travo adocicado, com um calibre grande e uma macieza característica da nossa Martaínha”. ■
Lino Sampaio & Pedro Vaz da Costa Cerveja Judia Eu sou produtor de castanha de Carrazedo de Montenegro, uma região onde se produz muita castanha da qualidade Judia. O problema da castanha no nosso país é que durante esta época as pessoas lembram-se deste produto mas dentro de 1 ou 2 meses ela volta a cair no esquecimento até ao próximo ano. O projeto surge pela necessidade de quebrar este ciclo e poder falar da castanha ao longo de todo o ano. Como as cervejas artesanais também estão na moda decidimos criar uma cerveja artesanal de castanha. Está a ser um pequeno grande sucesso, a nossa cerveja Judia já ganhou mesmo uma medalha de ouro. Como aqui em Sernancelhe a qualidade mais produzida é a Martaínha então decidimos criar uma segunda cerveja com esta qualidade que estamos aqui a apresentar ao público.
Daniel Azevedo Produtor de castanha A nível de qualidade este ano a castanha está muito boa. A quantidade é menor que no ano passado porque não choveu o suficiente e isso acaba por afetar a produção, mesmo com todos os cuidados que temos. Eu aconselho os novos produtores a entrarem neste setor, contudo têm sempre de ter a noção que este é um investimento que não pode ser feito a curto prazo, a produção só está em pleno ao fim de 4 ou 5 anos. Nós costumamos dizer que “o avô planta para o neto comer”. Quanto ao evento em si, continua a valer a pena vir aqui para estar com os amigos e também para valorizar o nosso produto porque vem aqui muita gente de Portugal e do estrangeiro. Este ano nota-se mais gente do que no ano passado e também se está a vender mais.
14 VIVADOURO NOVEMBRO 2019
Lamego
Hazem Hadla: "Nunca na minha vida imaginei que estivesse nesta situação" A dureza no olhar não deixa esconder uma história com muitos momentos de sofrimento. A firmeza das palavras apresentam um homem que planeia o seu futuro, mesmo na incerteza do tempo que a burocracia o envolve. Há esperança, há simpatia, há crença e agradecimento, há tristeza e saudade. Tudo isto cabe em Hazem Hadla, um professor de origem síria a lecionar na escola de superior de tecnologia de Lamego.
va os verões em Lisboa, porque o programa desenvolvia atividades para nós, nunca tinha vindo para esta zona do país. É um local calmo, pacífico, onde as pessoas são bastante simpáticas. E a relação com os seus alunos, como é? Para já tem sido muito boa. Eu esforço-me para me explicar de forma clara para eles, para que aprendam aquilo que ensino e acho que por agora tem corrido bem.
Texto e foto: Carlos Almeida
É muçulmano praticante? Sente falta de ter o seu local de culto? Sim, sou. As coisas aqui são diferentes, tenho a noção disso, não posso esperar ter aqui as mesquitas como tinha no meu país. Quando estou em minha casa pratico a minha religião, não perturbo ninguém. Esta ligação entre o nós e o criador é o mais importante.
Contava-me que chegou a Portugal há cerca de 5 anos, como foi a sua chegada ao nosso país? Eu cheguei em março de 2014. No princípio a adaptação foi muito fácil, eu cheguei através de um programa de apoio a alunos sírios criado pelo ex-Presidente Jorge Sampaio, de forma a que pudéssemos dar continuidade aos nossos estudos aqui. Tínhamos tudo organizado para nós à chegada, fui colocado na Universidade de Aveiro no primeiro mês mas não havia nenhum curso equivalente ao meu. Soube que havia um curso na Universidade de Coimbra e após uma troca de emails fui aceite para ali poder continuar os meus estudos. Antes de chegar a Portugal formou-se no Cairo, quando chegou a Portugal, quais foram as principais diferenças com que se deparou, comparando as realidade egípcia e síria? Aqui a cultura é diferente mas para mim isso não é um problema. Estou aqui, respeito a cultura e as pessoas, que me respondem com simpatia. Devemos todos respeitar a diferença. Está agora em Lamego, uma realidade mais pequena, qual é a sua primeira impressão da cidade? Tenho estado muito concentrado no trabalho, ainda não fiz muitas amizades com pessoas de cá, nem visitei muita coisa. Só cheguei em setembro o que ainda é pouco tempo. Quando estava em Coimbra passa-
Cultura, religião, gastronomia, o que tem sido mais difícil para se habituar? Talvez a comida, é muito diferente do que eu estava habituado. Lamego é uma cidade muito ligada à Igreja, como é para si esta realidade? Eu cheguei durante as celebrações da Nossa Senhora dos Remédios e percebi logo isso, em Coimbra por exemplo, nunca tinha visto algo assim.
Alguma vez pensou em trazer a família? Sim, mas preciso de estabilidade aqui. Sem isso é muito complicado. Se não tiver trabalho fica impossível. Nunca na minha vida imaginei que estivesse nesta situação. A minha vida estava muito bem organizada, tinha um bom trabalho e já estava a construir a minha própria casa para constituir família. Já era professor na Síria? Não. Na Síria eu estava a trabalhar para o Ministério da Energia, como terminei o Primeiro Ciclo (licenciatura) com boa nota ganhei uma bolsa para tirar o Mestrado da Universidade do Cairo. O plano era terminar o mestrado no Cairo e regressar para ingressar no Ministério do Ensino Superior. Com tudo o que aconteceu acabei por nunca mais regressar, o plano foi por água abaixo.
Aqui em Lamego é o único sírio, sente falta de não falar a sua língua? Sim mas tenho alguns amigos aqui em Portugal e falamos várias vezes.
Aqui na região, do que já lhe falaram, o que gostava de conhecer? Estou a familiarizar-me com os hábitos dos portugueses, já me falaram muito desta região e de como é bonita com as montanhas, o rio e as vinhas. Eu gosto muito de uvas (risos). Depois de me estabelecer quero começar a fazer algumas atividades, sair e comunicar com as pessoas para não passar tanto tempo sozinho em casa. É mais saudável, sozinhos pensamos muito e isso é difícil para mim pela minha situação e por tudo aquilo que já passei. Na altura em que estive a preparar a minha tese de doutoramento estive quase a ter uma depressão mas enfrentei a situação e saí dela, não é fácil em especial quando não tens trabalho e o futuro não é claro à nossa frente. Agora as coisas estão melhores, é diferente. Ter começado a trabalhar foi muito bom para mim, sinto que todo este esforço e sacrifício começa a ser compensado e começo a ver um caminho à minha frente. Já posso viver como uma pessoa normal, estou no caminho certo.
Em termos de comida. Encontra algumas semelhanças entre os produtos que aqui encontra e aqueles a que estava habituado? Eu cozinho em casa e encontro facilmente os produtos que preciso. Há muitos produtos que são iguais, muitas vezes a diferença está na forma como os preparamos. É óbvio que há pratos dos quais sinto falta, em especial os que eram preparados pela minha mãe. Já são 9 anos desde que saí da Síria, é muito tempo.
Aqui na escola sente o apoio de colegas, funcionários e mesmo dos alunos? Os meus alunos sabem pouco sobre a minha vida. Os meus colegas é diferente, obviamente que quando me contrataram já sabiam um pouco da minha história. Tenho aqui um colega com quem já me tinha cruzado no curso em Coimbra e tem-me ajudado muito, até porque há muita coisa que não entendo nas questões profissionais mas todos me ajudam. ■
Os seus planos futuros passam por ficar em Portugal ou regressar ao seu país? Não, para já não. Como se sabe a situação lá ainda não é estável por isso não tenho planos para regressar por agora. Quero ficar por aqui, ganhar mais experiência profissional. Os planos ainda não estão bem definidos na minha cabeça. Comecei a trabalhar no início de setembro, agora preciso de poupar algum dinheiro, estabelecer a minha vida e isto leva algum tempo. Não é fácil planear tudo, é preciso alguma calma senão podemos cometer erros.
INFORMAÇ O Boletim Informativo da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira Nº 29 - Novembro de 2019
Trimestral
Ficha Técnica Ana Dias; Angela Martins; Igor Nora; José Angelo Pinto; José Fernando; João Pedro; Margarida Rodrigues; Rui Droga; Tânia Amaral
Editorial Boletim da Coopenela Caros cooperantes e amigos da Coopenela, Não é possível proceder à emissão de um boletim de informação da Coopenela, que sai em plena campanha, sem fazer um pequeno pré balanço do que está a acontecer. No caso da castanha, nos primeiros dias parecia que as entregas iam ser de frutos muito mais pequenos e fracos. No entanto, rapidamente essa situação foi ultrapassada, constatando-se agora que os frutos entregues são de excelente qualidade. Os preços baixaram um pouco em relação aos do ano passado, o que era bem previsível considerando os valores que foram atingidos e que não eram sustentáveis. A Coopenela manterá a tradição dos últimos anos de pagar aos agricultores acima dos preços que andam pelo mercado. No que respeita às quantidades entradas, regista-se um ligeiro aumento que acreditamos ser por haver mais frutos, por haver mais produtores e por haver mais entregas na Coopenela. No caso da noz, o trabalho que está a ser desenvolvido é de estabelecimento de novos mercados mais maduros e esperamos com maior valor acres-
estivemos em Vinhais, na abertura da Feira da Castanha e no jantar e tertúlia promovido pela Confraria da Castanha Ibérica, evento em que fomos convidados a explicar o nosso funcionamento e organização, com muitas perguntas dos confrades e das pessoas envolvidas. Estivemos também em Trancoso, na feira da castanha e dos sabores de Outono, quer com stand institucional quer intervindo no painel sobre o futuro da castanha dos Soutos da Lapa. Participamos na Vindouro em São João da Pesqueira e na Festa da Castanha de Sernancelhe com stand próprio e com o objetivo de angariar novos associados e divulgar os produtos dos nossos agricultores. Nesta última também participamos no já tradicional desfile da Confraria da Castanha dos Soutos da Lapa. Iremos participar, também com stand próprio no Mercado Magriço em Penedono, evento no qual temos responsabilidades associadas aos júris dos concursos e, obviamente, uma enorme responsabilidade histórica. Enfim, no capitulo do apoio aos eventos locais e na promoção regional da nossa instituição, quer na região dos Soutos da Lapa, quer no
centado para estes produtos. Em plena campanha por vezes é difícil conseguirmos estar em todos os sítios em que requerem a nossa presença. Só nas últimas semanas
Alentejo (pela partipação na OviBeja) tudo temos feito para alargar a nossa capacidade, como se comprova pelos mais de 550 associados ativos que já somos e pelo reconhecimento
cada vez mais forte que temos pela parte de todos. Os nossos agradecimentos a todos os colaboradores, técnicos, cooperantes e amigos da Coopenela que nos mo-
tivam a prosseguir ainda com mais afinco e vontade para a realização do primeiro objetivo da instituição que é a valorização dos frutos de casca rija com que trabalhamos.
> Castanhas depois de calibradas
> Amêndoas prontas para expedição
O X Encontro Europeu da Castanha decorreu em Trancoso e Penedono nos passados dias 12, 13 e 14 de Setembro de 2019 e foi um enorme sucesso
> Grupo à saída das sessões técnicas de Trancoso prontos para ir para o campo A parceria estabelecida entre os Municípios de Trancoso e de Penedono, a Assembleia Europeia das regiões produtoras de frutos, legumes e hortícolas, a RefCast – associação portuguesa da Castanha e a Cooperativa Agrícola de Penela da Beira (Coopenela) e com o apoio expresso da
UTAD e do IPB enquanto entidades do sistema científico, a Sortegel, a Massó, a Boema e a Coopenela enquanto apoiantes efetivos do evento resultou num evento com um sucesso nunca visto em nenhum tipo de realização ligada à castanha no que se refere à definição e especificação dos
> Representantes dos cinco países que fazem agora parte da rede Eurocastanea – Áustria, Portugal, França, Itália e Espanha.
caminhos para onde a Europa deverá caminhar para obter cada vez mais sucesso na comercialização da castanha e dos seus derivados. Este evento, o X, é realizado de forma interrupta desde há 10 anos, tendo vindo a ser organizado de forma rotativa entre os quatro países que
> Pormenor de uma sessão técnica
estão presentes na rede europeia da castanha, França, Espanha, Itália e Portugal, sendo este o terceiro no nosso país, depois de Bragança e Vila Pouca de Aguiar | Valpaços. Esta rede – a EuroCastanea - foi agora alargada com a admissão da Áustria, passando a ser de 5 países.
> Guarda de Honra medieval desde o castelo até aos paços do concelho de Penedono Este Encontro é hoje uma absoluta referência internacional para os agentes que trabalham dentro da fileira Europeia do castanheiro e da castanha. Aquilo que foi um grupo absolutamente informal criado na altura para organizar os primeiros encontros, converteu-se hoje na referida Rede Europeia da Castanha – EuroCastanea, uma importante voz do setor da Europa e no Mundo. Os encontros têm tido uma forte tradição de apresentar programas bastante preenchidos, com forte componente técnica, tendo sido dado enfâse, este ano, às questões das podridões e pragas da castanha, na sequência daquilo que são os impactos da presença da vespa das galhas do castanheiro nos soutos Europeus. Depois de Bragança em 2010 e Vila Pouca de Aguiar e Valpaços em 2015, Trancoso e Penedono mostraram ao mundo da castanha a capacidade empreendedora e de realização de Portugal. Claro que, sendo Trancoso e Penedono dois
dos maiores concelhos produtores de castanha da DOP “Soutos da Lapa”, tal permitiu conjugar a sua impressionante memória Histórica com a força e a tradição da produção de castanha desta região. O evento contou com a participação de mais de uma dezena de países e teve mais de 300 pessoas a participar ativamente nas sessões técnicas e práticas. Os dias foram organizados de tal modo que durante as manhãs de 12 e 13 de Setembro decorreu a parte mais formal aberta ao público, enquanto nas tardes decorreram sessões técnicas no campo. Durante o dia anterior (11 de setembro) decorreram as reuniões de gestão e coordenação dos grupos de investigação e de desenvolvimento da rede EuroCastanea e no sábado seguinte (14 de setembro) decorreu um dia de turismo para quem pretendeu conhecer um pouco melhor a região. As sessões técnicas decorreram no pavilhão multiusos de Trancoso, sendo
que o encerramento formal do evento decorreu nos paços do concelho de Penedono.
rio de Estado do Poder Local, que deu as boas vindas em nome do governo e do estado.
O encontro iniciou-se com uma sessão sobre “onde nos encontramos?” no que se refere à produção de castanha na Região dos “Soutos da Lapa” que permitiu ter uma visão da região e de como vai evoluir a produção. De seguida, foi dado a conhecer o “Livro Branco da Castanha” com uma visão integrada de como está a produção na Europa. Foi ainda explicada a missão ao Japão que a rede “Eurocastanea” promoveu em 2019 tendo sido partilhado com os participantes as conclusões e a aprendizagem adquirida. As boas vindas e cerimónia de abertura foram dadas pelos presidentes da organização bem como pelos representantes do governo, destacando-se a presença dos dois diretores regionais de agricultura (do Norte e do Centro) bem como de Carlos Miguel, Secretá-
Voltando aos trabalhos técnicos, de seguida foi apresentado o grupo operacional “ValorCast”; do souto ao consumidor, que é um projeto de melhoria de variedades e para percecionar a influência do clima na produção. Ao longo deste primeiro painel, foram discutidas as questões relacionadas com a podridão da castanha, as doenças reemergentes impulsionadas pelo fungo patogénico Gnomoniopsis castaneae, e a gestão sustentável de traças de tortrix nos soutos. Os países da rede EuroCastanea tiveram a oportunidade de apresentar o estado da evolução da sua produção. As discussões técnicas centraram-se depois na plantação e gestão
> Grupo na visita ao castelo de Penedono antes da cerimónia de encerramento optimizada dos soutos, na questão sempre presente da mobilização ou da não mobilização do souto, nas questões relacionadas com as plantações de alta densidade, no importante tema do sequestro do carbono no souto e das variedades de castanha para a produção europeia.
As visitas de campo, realizadas nas tardes destes dias, foram muito participadas, tendo havido ocasião de visitar soutos antigos, modernos e até plantações recentes. Foi visitada a Cooperativa Agrícola Penela da Beira (Coopenela) tendo
sido dada aos participantes do X encontro uma visão integrada e completa dos trabalhos que são desenvolvidos na instituição. A cerimónia de encerramento decorreu após uma visita ao centro histórico da vila de Penedono, seguida de um porto de honra acompanhado pela degustação
de produtos regionais. Ao longo do evento foram apresentados inúmeros trabalhos técnicos, nomeadamente pósteres, apresentações comerciais e técnicas e muitos outros momentos de interação entre os participantes. Um verdadeiro Encontro que deixa saudades.
> Presidentes dos Municípios de Penedono e de Trancoso e da RefCast – Associação Portuguesa da Castanha descerraram a placa evocativa da cerimónia de encerramento do X Encontro Europeu da castanha
VIVADOURO NOVEMBRO 2019 19
São João da Pesqueira
Inauguração da obra e apresentação do livro “igreja matriz de Santa Marinha de Trevões Decorreu no dia 31 de outubro, na Igreja Matriz de Santa Marinha, em Trevões, no concelho de S. João da Pesqueira, a cerimónia de apresentação do livro “A Igreja de Trevões: Identidade e Legado” e a inauguração da obra “Igreja Matriz de Santa Marinha de Trevões – Intervenção de Conservação e Valorização”. A sessão de abertura desta cerimónia contou com as presenças e intervenções do Secretário de Estado Adjunto e do Desenvolvimento Regional, Carlos Miguel, do Bispo de Lamego, D. António Couto, do Presidente da Câmara Municipal de S.
João da Pesqueira, Manuel Cordeiro e do Pároco de Trevões, Amadeu Castro. No final da cerimónia foi possível a todos os participantes realizarem uma visita ao renovado altar e frescos da Igreja, bem como ao museu de Arte Sacra, onde foi servido um porto de honra. Esta requalificação surge na sequência da aprovação de uma candidatura submetida pela Fábrica da Igreja Paroquial da Freguesia de Trevões ao programa Equipamentos Urbanos de Utilização Colectiva. O projecto, orçamentado em 90 mil euros, foi comparticipado pelo Estado a 50% e
apoiado pelo Município de S. João da Pesqueira em 50% do valor não comparticipado (22.500€).
Esta obra veio dignificar aquele que é o único monumento nacional do Concelho de S. João da Pesqueira. ■
Assinatura da constituição da associação de municípios gestora do CRO – Centro de Recolha Oficial de animais de companhia Foi formalizada e constituída no dia 28 de outubro, a associação gestora do novo CRO – Centro de Recolha oficial de animais, que vai servir os Concelhos de S. João da Pesqueira, Penedono e Sernancelhe. Estiveram presentes na assinatura e registo da associação, o Presidente da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, Manuel Cordeiro, juntamente com os colegas autarcas de Sernancelhe, Carlos Santiago e de Penedono, Carlos Carvalho. O controlo dos animais errantes é uma das preocupações atuais das Câmaras Muni-
cipais, devendo estas promover medidas de luta contra o abandono e campanhas
de promoção de adoções ou reconciliação dos animais perdidos com os respetivos
Conferência - A Valorização do Território: A Economia Circular na Economia Social A Associação Portuguesa de Management, com o apoio da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, tem vindo a realizar, ao longo dos últimos treze anos as Jornadas Cooperativas, em colaboração com Cooperativas, UTAD, Associações, bem como, com o apoio de outras Autarquias. Nesta décima quarta edição, sem perder de vista o sector Cooperativo e a sua importância, pretendeu-se dar às Jornadas, um carácter mais abrangente e criador de
sinergias, potenciando as condições locais no interesse das populações. Assim, será desenvolvida no dia 16 de Novembro, no Museu do Vinho, em S. João da Pesqueira, o tema “A Valorização do Território: A Economia Circular na Economia Social”. Um evento que contará com a participação de diversos oradores da área da economia social, com entrada livre mas com inscrição obrigatória através do e—mail: direção.apm@gmail.com ■
donos, além de promoverem a recolha no novo Centro de Recolha Oficial (CRO). ■
20 VIVADOURO NOVEMBRO 2019
Destaque
Preocupações ambientais são realidade A sustentabilidade ambiental é, cada vez mais, um tema presente na nossa vida diária. Da economia à saúde, passando pela educação ou pela forma que nos alimentamos, todas as vertentes são olhadas cada vez mais pela vertente ambiental. No Douro, uma região dependente da natureza, pelos recursos que dela extraímos e pelas paisagens que atraem milhões de turistas, este é um tema que não pode ser ignorado. Por esta razão o VivaDouro foi conhecer alguns projetos que, na região, desenvolvem o seu trabalho nesta área. Texto e fotos: Carlos Almeida
Quando a questão ambiental se coloca, uma das primeiras ideias que nos vem à cabeça é a emissão de CO₂ provocada pelo Homem, não só pelo uso de veículos motorizados como, por exemplo, pelo uso de queimas e queimadas de materiais sobrantes da produção agrícola e florestal. Das vides se faz… um pouco de tudo Foi precisamente ao ver esse material sobrante ser queimado que Pedro Teixeira teve a ideia de criar o projeto Da_Vide que, como o próprio nome indica, baseia o seu trabalho na reutilização das vides que são cortadas durante o período da poda nas vinhas do Douro. “Desde miúdo que o meu sonho era inventar algo que melhorasse a vida das pessoas, em especial algo que estivesse relacionado com o ambiente e a vida diária das pessoas. A certa altura eu e minha mulher decidimos deixar o Porto e vir para o Douro, ao chegar aqui vi que as pessoas, depois da poda, queimavam as sobras desse trabalho, o que me levou a pensar o que fazer para mudar esse ciclo, uma outra utilização para esses resíduos. Foi assim que este projeto começou, com um estudo ambiental sobre o impacto global da queima das videiras. Uma das conclusões a que chegamos com esse estudo é que, só no Douro, essa queima produz cerca de 200 mil toneladas de CO₂, o equivalente, grosso modo, a cerca de 100 mil automóveis em circulação durante um ano, este é um cálculo feito por baixo. Extrapolando isto para a produção mundial chegamos à conclusão que, se valorizássemos tecnologicamente todos os resíduos agrícolas, o uso dos combustíveis fósseis deixaria de ser um problema, chamamos a isto Modelo de Produção Agrícola em Ciclo Aberto de Carbono. A juntar a isto temos ainda uma parte muito maior que são os resíduos florestais, que também podem ser aproveitados, com uma vantagem acrescida que é a possibilidade de um melhor ordenamento de território com vantagens nomeadamente quanto à questão dos fogos florestais”. Para Pedro Teixeira o trabalho está longe de estar terminado e, entre os muitos objetivos que tem com este projeto, quer também ajudar a mudar
a tendência de desertificação das zonas rurais, tornando a agricultura num negócio com maior rentabilidade para quem nele trabalha e para atrair mais gente ao setor. “A nossa ideia passa por criar um mercado de biomassa em que nós vamos comprar aos agricultores os seus resíduos. Eles fazem a poda e no final nós vamos lá adquirir o material sobrante, evitando que o queimem o que também pode evitar incêndios por queimas que se descontrolam, o que acaba por evitar maior emissão de CO₂. Esta medida acaba por aumentar, e muito, a rentabilidade da agricultura, estamos a falar em valores que podem chegar aos 40%. Isto significa que, sendo a agricultura mais rentável, pode também ser mais atrativa para mais gente, levando assim ao combate de um dos maiores flagelos destas regiões que é o êxodo populacional. Aquilo que tentamos demonstrar é que este modelo pode resolver grande parte dos problemas que afetam a sustentabilidade ambiental”. Mas não é só aqui que o projeto Da_Vide quer fazer a diferença, juntando esta preocupação ambiental com os mais recentes desenvolvimentos tecnológicos, há o objetivo de criar uma “Eco House”, “no fundo é uma casa que não necessita de energia elétrica externa para funcionar, ela produzirá a sua própria energia através de um sistema que estamos a desenvolver e do qual já vamos conseguindo obter alguns resultados, por exemplo, temos uma lâmpada em funcionamento à cerca de um ano e meio sem estar ligada à eletricidade convencional, digamos assim”. Tendo começado o projeto por fazer canetas a partir de vides, hoje Pedro Teixeira produz um pouco de tudo, desde matérias de construção e decoração como buchas, candeeiros, molduras, etc, até postais e bijuteria, passando por diversos utensílios do nosso dia a dia, como por exemplo papel.
Todos estes produtos têm ainda uma vantagem, diz-nos Pedro Teixeira, “ao serem naturais podemos juntá-los a outros excedentes, fazer a sua compostagem e devolve-los à terra em formato de adubo, fechando assim o ciclo que não tem impacto negativo nenhum, segue a ordem natural das coisas. Desta forma conseguimos minimizar o uso de plástico, por exemplo, e mesmo os aterros deixam de ser um problema passando a ser uma solução conseguindo mesmo chegar a zonas de carbono negativo e o Douro pode ser uma dessas zonas. Ou seja, as vinhas absorvem o CO₂ para o seu crescimento, como há um número reduzido de emissões, porque fazemos esse aproveitamento dos materiais, temos um saldo negativo. Apelidamos este sistema de Biofilia Social, Biofilia significa amor à natureza e social porque achamos que a economia social tem uma palavra a dizer neste modelo, que pode ser aplicado por todo o mundo”. De projeto universitário a empresa Na UTAD, em 2014, nasceu a cooperativa Rupestris mas, antes de ser uma empresa este projeto começou por ser um trabalho académico que juntou um grupo de alunos que tinham por função ser guias do Jardim Botânico daquela instituição de ensino superior. “Este projeto nasceu quando nós éramos alunos da UTAD como desafio lançado por um professor. Na altura o projeto era sermos guias do jardim botânico mas criamos uma equipa e as ideias foram crescendo, fizemos uma parceria com a universidade e neste momento produzimos plantas aromáticas e medicinais, flora autóctone em especial a que está em maior risco devido aos incêndios e outras causas, fazemos serviços de jardinagem, projetos de arquitetura paisagista, consultoria agrícola, um pouco de tudo que esteja relacionado com plantas, agricultura, natureza e floresta”, conta-nos Luís Oliveira, um
dos três atuais sócios da cooperativa que começou com 13 elementos. Para o agora empresário, as questões ambientais são cada vez mais importantes e estão cada vez mais presentes na nossa consciência porque também as mentalidades estão a mudar, em especial com a chegada dos mais novos a lugares de decisão, quer na política quer nas empresas ou nas diversas instituições. “Hoje em dia as coisas começam a mudar porque as sociedades estão cada vez menos rurais e mais urbanas, há mais jovens a virem para esta região porque encontram aqui empregos e são pessoas que vêm com uma mentalidade mais aberta para estas questões, não têm o estigma de ser comida para os porcos ou para as pessoas pobres. O debate destas questões é cada vez mais importante para nós, não para nós Rupestris mas para a sociedade em geral. Temos que pensar cada vez mais no futuro, na sustentabilidade da vida futura, não podemos continuar a olhar apenas para o lado económico porque assim estamos a hipotecar o futuro das próximas gerações. A sustentabilidade não pode ser apenas económica, também tem que ser ambiental”. A mudança de mentalidade é, para Luís Oliveira, um dos grandes trabalhos a ser feito e é aí que muitas vezes a Rupestris intervém, educando as pessoas para uma nova forma de estar perante aquilo que a natureza nos dá e que até agora tanto desvalorizávamos. “Esta é uma região muito rural mas muita gente já não conhece estas ervas espontâneas que crescem no terreno, para muitos são ervas daninhas que são arrancadas e deitadas fora, contudo há muitas que têm potencial alimentar, medicinal ou mesmo comercial. Às vezes vamos ao terreno de uma pessoa, apontamos para uma planta e perguntamos o que é que essa pessoa faz com ela, ao que nos respon-
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Destaque
na região dem que arrancam e deitam fora, nós acabamos por lhe dizer para experimentar usar numa salada, o que deixa as pessoas um pouco perplexas, há mesmo quem diga que os seus pais ou avós davam essas plantas aos porcos e nós contrapomos logo a dizer que se os porcos eram saudáveis era porque comiam estas plantas muito nutritivas”. O papel da sociedade civil nesta problemática Considerar que apenas os governos e as empresas têm um papel fundamental nesta questão é um erro que muitas vezes cometemos, cada um de nós tem mudanças a fazer, das mais simples às mais complexas. Foi nesta premissa que nasceu, na rede social Facebook, um grupo intitulado “Plastic Free Vila Real (be part of the solution)”, pelas mãos da empresária Cristina Coelho. “Este não é um movimento propriamente dito, é um grupo de partilha, foi com essa ideia que o criei. Surgiu com a minha necessidade de mudar para uma vida mais sustentável, sem plástico. Sempre tive uma consciência ambiental e ultimamente começamos a perceber que as coisas estão mesmo mal, que as alterações climáticas não são um devaneio e que as ilhas de plástico estão lá, apesar de distantes de nós elas existem, apesar disso é visível, por exemplo, nas praias do algarve, um crescendo de lixo que ali aparece. Quando me apercebi da real dimensão deste problema fiquei assoberbada. Basta olharmos para o nosso frigorífico ou para a casa de banho e perceber a quantidade de plástico que usamos. Se fizerem a experiência de ver o lixo que produzimos em casa durante uma semana vão perceber que uma grande maioria é plástico e, grande parte dele não faz falta. Esta cultura de utilizarmos plástico para tudo, em especial o de utilização única, é um desvario que não tem só a ver com a nossa vida, tem a ver com o planeta, os nossos filhos, os nossos vizinhos, com os nossos netos e, aquilo que estamos a fazer é mau. Esta consciência requer uma mudança e foi assim que este grupo começou no início deste ano. Estava em casa, a recuperar de uma cirurgia e com tempo para refletir mais e investigar mais. Apercebi-me que o que se está a passar não é nada agradável, muito pelo contrário, é tão grave como sabermos que estamos a ingerir microplásticos em tudo aquilo que comemos. Por semana nós ingerimos o equivalente a um cartão de crédito em plástico. Os estudos ainda são recentes mas as indicações que nos dão são preocupantes. O grupo foi criado para mostrar que toda a gente pode fazer uma mudança dos seus hábitos. Esta
> Luís Oliveira e Álvaro Silva - Rupestris
mudança nunca é fácil mas existem alternativas para tudo”, conta-nos a empresária. Para Cristina Coelho a questão é mais alargada que a simples separação dos resíduos, até porque, como nos conta, apenas o fazemos numa escala muito pequena. A mudança passa por mudar hábitos e reutilizar, sendo por vezes criativo. “Todos podemos dizer que separamos o lixo mas a verdade é que apenas separamos 25% do lixo que produzimos o que significa que muito desse lixo vai para aterros e daí acaba por chegar sempre aos rios e aos oceanos. Nos aterros começa a haver a degradação do plástico e esse é que é o perigo porque se começam a libertar químicos, como o BPA, que é muito tóxico para o Ser Humano. Há estudos em animais que nos mostram que a presença deste BPA nos trás mutações genéticas graves. Não é por acaso que há uma explosão de casos de cancro, nomeadamente da mama, eu já fui operada 3 vezes a este problema e sem qualquer antecedente que o justifique. Neste momento o cancro é ambiental, a parte genética é já uma pequena parte deste problema. No meu caso comecei por mudar coisas pequenas como as palhinhas de plástico que os meus filhos usavam, também as escovas de dentes, que passamos a usar as de bambu. Uma das coisas que mais me custou mudar foi a pasta dos dentes, que é altamente prejudicial não só pela embalagem mas porque na sua composição também são usados microplásticos, já o champô, mudar para o sólido foi muito fácil e percebe-se pelo meu cabelo que é tão bom ou melhor que os que estamos habituados. Neste momento há alternativa para quase tudo. Depois é uma questão de também sermos um pouco imaginativos, quando ainda estava de baixa peguei numa toalha de mesa que já não usava e transformei-a em guardanapos, por exemplo, ou umas t-shirts que transformei em sacos de pano. Também peguei numas toalhas de turco, 100% algodão, e transformei em toalhitas, uma coisa que uso imenso até porque me maquilho todos os dias e usava imensas toalhitas, que poluem imenso. Toda esta mudança é uma mudança que se faz por querer, é como o deixar de fumar, e para mim tem sido uma experiência engraçada. Mesmo na compra de produtos uso cada vez menos plástico, vamos a uma mercearia ou diretamente ao produtor comprar fruta e legumes, que são muito melhores até porque são da época e usamos os sacos reutilizáveis, até porque aqui também entra a filosofia do quilómetro 0, ou seja, os produtos têm deslocações mais curtas diminuindo assim a pegada
no seu transporte. Como consumidores somos nós quem regula o mercado. Se vamos a um supermercado e, por exemplo, não compramos cebola porque não há nenhuma portuguesa, a empresa vai perceber isso. Obviamente que se for apenas uma pessoa não tem resultados práticos mas se toda a gente fizer o mesmo então certamente que terá consequências. Este é o grande poder que o consumidor tem nas mãos”. Mulheres dominam na consciência ambiental Uma das curiosidades com que Cristina Coelho se deparou é que, na sua maioria, as pessoas com maior envolvimento nesta questão são mulheres, não encontrando uma razão especial para este facto. “O grupo existe no Facebook mas também temos uma página no Instagram, ambos com uma dinâmica muito distinta, se no Instagram temos mais contactos de marcas até para perceber como foi a experiência com este ou aquele produto, no Facebook o grupo é mais dinâmico, com uma maior participação dos membros, que já são mais de 700. Há uma interação e uma troca de experiências muito grande que também acabam por nos ensinar bastante. O engraçado é notar que a maior parte dos elementos do grupo, em especial os mais participativos, são mulheres, não sei qual a razão mas é uma evidência clara”. Mobilidade elétrica é parte da solução Uma das soluções apontadas para a redução de emissões de CO₂ para a atmosfera é a utilização de
> Pedro Teixeira - Da_Vide
> Cristina Coelho - Plastic Free Vila Real
veículos elétricos, contudo, na região do Douro são ainda poucos os postos de carregamento existentes. Por essa razão e pelo crescente número de clientes detentores de carros elétricos, o Nosso Shopping, em Vila Real, tem a partir de agora dois postos de carregamento num dos pisos do parque de estacionamento. “Quisemos corresponder ao desejo dos nossos clientes, cada vez são mais aqueles que usam veículos elétricos e este é um benefício que lhes podemos dar, um serviço extra que o Nosso Shopping dá aos seus clientes, deixar o carro a carregar enquanto disfrutam do nosso espaço. Aquilo que sentimos é que os utilizadores destes veículos fazem os seus trajetos em função dos postos de carregamento que existem, sabendo dessa lacuna na nossa região também nos preparamos para isso”, diz-nos João Guedes, diretor de marketing do shopping. Para o responsável do centro comercial, as preocupações ambientais deste espaço não são de agora e fazem mesmo parte da filosofia da empresa. “O Nosso Shopping tem sempre na sua filosofia práticas ambientais conscientes e esta é somente mais uma iniciativa nesse sentido. Sabemos que os veículos elétricos fazem parte do futuro, não são poluentes, por isso esta medida insere-se nesta ótica de preservação do ambiente. Esta medida pode também ser uma mais valia no impulso à aquisição de veículos elétricos na nossa região. Se estas infraestruturas não existirem este setor também não crescerá. O país está a fazer essa aposta e nós aqui fazemos a nossa parte”. ■
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Vários Concelhos
Águas do Douro Sul - Associação de municípios de fins específicos constituída formalmente Decorreu no dia 29 de outubro, a assinatura da escritura de constituição da “Águas do Douro Sul Associação de Municípios de Fins Específicos” pelos Municípios de Armamar, Lamego, Moimenta da Beira, Penedono, Resende, S. João da Pesqueira, Sernancelhe, Tabuaço, Tarouca e V. N. Foz Côa, uma Associação constituída exclusivamente por Municípios, que uniram esforços no que respeita aos desafios futuros e a oportunidades de investimento, no âmbito da exploração e gestão dos sistemas públicos de captação, tratamento e distribuição de água para o consumo público e de drenagem e tratamento de águas residuais nas mesmas áreas dos municípios mencionados. Será a cidade de Lamego que vai acolher a sede da nova entidade intermunicipal. O edifício da anti-
ga Escola Primária Nº1, em frente à Escola Secundária de Latino Coelho, receberá as instalações da associação “Águas do Douro Sul” que passará a ser responsável pela gestão da distribuição da água em baixa e também
do saneamento básico de 10 municípios da região. Os associados acordaram na convergência tarifária nos próximos cinco anos e que será criado, pelo menos, um posto de atendimento no territó-
rio de cada um dos municípios associados. Como é o concelho mais populoso, Lamego terá a maior quota (19%) de unidades de participação da nova entidade constituída pela Associação de Municípios do Vale do Douro Sul. ■
Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
Só se ama o que se conhece! Nem os que por cá nascem conhecem de forma aceitável. Os que por lá estão, nos grandes centros urbanos, desconhecem completamente. O interior é um território desconhecido e longínquo do coração. Porque não se ama o que se desconhece! Há uma parte de Portugal que não é ensinado nas escolas. O presente atrativo e moderno do interior é completamente esquecido nos diversos níveis de ensino. É uma parte de Portugal que já não existe na vida de milhões de portugueses. Por completo e absoluto desconhecimento: da realidade, das vivências e das potencialidades e qualidade de vida! Há milhões de crianças e jovens que conhecem muito pouco da ruralidade, por não lhes ter sido permitido viver
experienciando esse contexto, embora saibam do seu contributo insubstituível para a sustentabilidade ambiental e sobrevivência humana. Mas podemos melhorar as coisas. Fazer do interior e do seu repovoamento e reabilitação económica e social um tema obrigatório nas escolas, desde muito cedo. Permitir o conhecimento concreto e vivido das aldeias, vilas e cidades do interior. Realizar estágios nas organizações e empresas com atividade no interior. Concretizar a visitação escolar de grande número de crianças e jovens ao interior. Dar a conhecer, a descobrir e a explorar estes territórios a uma enorme massa
humana de portugueses. É possível amar o que se conhece! Numa visão a 50 anos para o interior e com um olhar para o futuro. Não se fixa ninguém no interior sem que sinta vontade própria. Nem os que por cá nascem podem sentir mais afeto e vontade de para cá regressarem, nestes territórios que não conhecem bem e que sabem estar em depressão demográfica. Um território num ciclo vicioso de esvaziamento – por não haver emprego, ficamos sem pessoas. Não há pessoas, as empresas dificilmente se instalarão cá! Os Municípios podiam, com apoio do poder central, iniciar o processo ou programa de conhecer e viver o interior. Com estágios, visitas, emprego tempo-
rário, etc. Todos, pelo menos uma vez, teriam a oportunidade de estar e descobrir estes lugares extraordinários de Portugal. Já aconteceram no passado experiências profissionais marcantes. Alguns nunca mais de cá saíram! Aprenderam a respeitar e a amar a periferia de um país litoralizado há muito tempo. Porque as conhecemos muito bem. Somos uns privilegiados por isso. Amamos estas Terras. Não desistiremos delas nunca! A coesão territorial faz-se com as pessoas e não vai acontecer só com intenções, é preciso agir com a visão de longo prazo. Lutar pelo Interior é querer Um Portugal Inteiro - com futuro!
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Sabrosa
Bolsas de Estudo Miguel Torga para o Ensino Superior 2019/2020 vão apoiar estudantes do concelho A Bolsa de Estudo Miguel Torga 2019/2020, disponível em Sabrosa desde 31 de outubro, e até 14 de novembro, vai apoiar financeiramente os alunos que cumpram os parâmetros para a sua atribuição. Considerando que os municípios devem intervir no sentido de criar medidas efetivas com o objetivo de acompanhar a evolução da realidade concelhia e que devem tomar decisões de modo a permitir a melhoria das condições das popula-
ções residentes, designadamente na área da educação e ensino, a Câmara Municipal de Sabrosa volta a apoiar os estudos de jovens que frequentem o Ensino Superior, através desta bolsa. Desta forma, o Município de Sabrosa pretende apoiar financeiramente um número ainda não definido de jovens, mas que será sempre adequado à sua disponibilidade financeira anual, que se candidatem a esta bolsa de estudo e que cumpram os parâmetros para a
sua atribuição. Com este apoio, o Município espera cumprir com o seu dever de colaborar na formação de quadros técnicos superiores na sua área geográfica, contribuindo dessa forma para o desenvolvimento social, económico e cultural do concelho. O Regulamento e o Requerimento de candidatura estão disponíveis nos serviços de Educação e Ação Escolar da Câmara Municipal de Sabrosa ou no sítio oficial do Município de Sabrosa. ■
Município apoia com mil euros Município recebeu novamente os nascimentos no concelho Certificado da Associação Bandeira Azul da Europa A Medida de Incentivo à Natalidade do município de Sabrosa já está disponível e vem permitir ao município apoiar os nascimentos ou adoções no concelho de Sabrosa com um subsídio, de prestação única, no valor 1000€, mil euros. Publicado em Diário da República, a entrada em vigor do Regulamento de apoio à Natalidade, e que tem retroativos às crianças nascidas a 1 de janeiro de 2018, permitirá ao município de Sabrosa apoiar todos os nascidos ou adotados no concelho de Sabrosa que cumpram os
critérios para usufruírem deste apoio. Como condição, o requerente, ou requerentes, deve "residir efetivamente" no concelho de Sabrosa no mínimo há dois anos, tendo em conta a data do nascimento ou da adoção da criança, e "estar recenseados no concelho". A criança deve ainda estar registada como natural de Sabrosa e viver no concelho. Pode consultar toda a informação sobre esta medida na página oficial de internet do município de Sabrosa, em www.sabrosa.pt. ■
O Município de Sabrosa esteve representado no Dia das Bandeiras Verdes do Programa Eco-escolas, no passado dia 18 de outubro, em Guimarães, em que, mais um ano, recebeu o Certificado da Associação Bandeira Azul da Europa (ABAE) por colaborar na implementação do Programa Eco- Escolas durante
o ano letivo 2018/2019, sendo reconhecido como “Município Parceiro Eco-Escolas 2019”. No concelho foram ainda atribuídas as Bandeiras Verdes Eco-Escolas aos estabelecimentos de ensino Escola Básica e Secundária Miguel Torga e Escola Básica Fernão de Magalhães. ■
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Mesão Frio
Mesão frio aprovou por maioria orçamento para 2020 A Câmara Municipal de Mesão Frio aprovou, por maioria, na reunião extraordinária do passado dia 31 de outubro, a proposta de orçamento de 11 milhões e 670 mil euros para o ano de 2020. O documento orientador da gestão municipal apresenta o maior orçamento da última década, com um investimento na ordem dos 5 milhões de euros e será apresentado na próxima reunião da Assembleia Municipal de Mesão Frio. A proposta das Grandes Opções do Plano e o Orçamento Municipal para 2020 prevê a expansão da Zona Industrial – Empresarial da Caminheira/ Cabrial; a segunda fase de construção do campo de jogos municipal; a implementação do Centro Interpretativo do Barco Rabelo, na antiga Escola Primária da Rede; a conclusão das obras de regeneração urbana; a construção da capela mortuária, em Vila Ma-
rim; a instalação de iluminação pública LED, em todo o concelho; a revisão do Plano Diretor Municipal (PDM); as obras de recuperação dos balneários das Termas das Caldas do Moledo; a conclusão do Interface; a instalação de Wi-fi no perímetro urbano da vila, o Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE), entre outras obras de menor dimensão, mas de igual importância para o concelho e para os seus munícipes. Tendo por base o conhecimento detalhado da realidade social local, o município inclui, no seu orçamento para 2020, a prossecução da estratégia que tem como objetivo fundamental, criar as condições necessárias para um crescimento próspero, nomeadamente na promoção do bem-estar e no desenvolvimento sustentável de Mesão Frio, colocando os munícipes no centro da sua atividade. ■
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Missionários em Exposição
Freixo de Espada à Cinta
D. José Cordeiro, Bispo da Diocese, presidiu à abertura da exposição, a que se juntou D. Montes Moreira, Bispo Emérito. Convento de S.Filipe de Nery acolhe, desde 27 de Outubro, uma exposição alusiva aos Missionários. Com a temática Missionários Diocese de Bragança-Miranda para o Mundo, o evento é uma iniciativa conjunta do Município de Freixo de Espada à Cinta e da Diocese de Bragança-Miranda. No momento da inauguração, Maria do Céu Quintas, Presidente do Município, começou por referir que “o Património, seja ou não religioso, é o prolongamento da alma de um Povo, se não cuidarmos dele, é um pedaço de nós que
desaparece, são menos memórias que ficam, e novos amanhãs que se perdem”. Para a Autarca, “a exposição que
hoje se inaugura, com mais simbolismo e menos formalidade, é o início de um novo ciclo, centrado numa das maiores riquezas pa-
trimoniais de Freixo de Espada à Cinta: os nossos Missionários. Hoje, a exposição, amanhã, o Museu”, concluiu. ■
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Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira
Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária
“Preserve a sua saúde… Use os antibióticos adequadamente” Muitas vezes ouvimos dizer que que “fui ao médico...e não me prescreveu nada...estou tão doente...e nem um antibiótico...”, a verdade é que o uso indiscriminado de antibióticos, quer na doença humana, quer na doença animal ou mesmo na área agropecuária, são fatores que favoreceram o aumento previsível da resistência bacteriana. Este é um problema global e não apenas nacional. As decisões de prescrever antibióticos são muitas vezes baseadas em diagnósticos clínicos, não confirmadas por diagnóstico laboratorial. Continuam também a existir locais onde se fornecem antibióticos sem receita médica. Na agricultura, muitas vezes não são respeitados os intervalos de segurança entre a aplicação dos fitofármacos e o consumo dos alimentos. Todos esses fatores, contribuem para a resistência aos antibióticos que acontece em todo o mundo, implicando agentes microbianos que são ameaças à saúde de todos. Tal, reduz as possibilidades de tratamento das doenças, com consequências graves no aumento de morbilidade, mortalidade e de custos sociais e de saúde associados. Especialistas estimam que a resistência aos antibióticos será responsável, em 2050, pela morte de dez milhões de pessoas por ano em todo o mundo. Atualmente com a possibilidade de utilização de antibióticos mais “modernos” e “abrangentes”, de segunda e terceira linha, a mortalidade em doentes com infeções causadas por bactérias multirresistentes tem aumentado, tal como os custos de tratamento. Para além disso, enquanto a resistência antibiótica, tem crescido mundialmente, o desenvolvimento de novos antibióticos não acompanhou esse crescimento. As bactérias multirresistentes circulam na população humana e animal através do contacto pessoa a pessoa, nos alimentos, na água e no ambiente, sendo a sua transmissão favorecida e influenciada pela maior facilidade das pessoas se deslocarem, entre cidades e entre países bem como pela grande concentração no mesmo espaço, de pessoas e animais. Qualquer uso de antibióticos, embora adequado, contribui para o desenvolvimento de resistência, mas o uso desnecessário e exagerado agrava esta possibilidade de resistência. O uso excessivo e desapropriado de antibióticos é facilitado em muitos casos pela sua disponibilização sem receita médica. O objetivo é o de reduzir a necessidade da utilização de antibióticos, promover a sua utilização responsável, incentivar o desenvolvimento e a utilização apropriada de novos medicamentos, conservando o mais possível os antibióticos disponíveis e deste modo parar o aumento das taxas de resistência aos antibióticos, assegurando assim a possibilidade de tratar as infeções de forma eficaz e segura. Assim: • Utilize antibióticos apenas quando prescrito por um médico. • Tome o número adequado de doses por dia e nos horários adequados. • Complete o ciclo de antibióticos, conforme prescrito, mesmo que se sinta melhor, para garantir que todas as bactérias sejam eliminadas. • Não partilhe seus antibióticos com outras pessoas. • Não se esqueça de nenhuma dose, nem tome duas doses de uma só vez para compensar uma dose esquecida. • Armazene os antibióticos conforme as orientações. • Não guarde antibióticos para utilização futura. • Os antibióticos não são adequados nas gripes e constipações, pois estas são causadas por vírus e o antibiótico só combate bactérias. Tome conta da sua saúde e da saúde dos outros!!
Alijó
Associação Vale d’Ouro declarada de “utilidade pública” Foi publicado no passado dia 23 de outubro, em Diário da República, o despacho, assinado pelo Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros, Tiago Caldeira Antunes e que declara a utilidade pública da Associação Vale d’Ouro. A Associação Vale d’Ouro requereu a avaliação deste estatuto em 21 de fevereiro de 2015, vendo agora deferido o requerimento apresentado. O despacho n.º 96570/2019 do Gabinete do Secretário de Estado da Presidência do Conselho de Ministros refere que a instituição tem desenvolvido “relevantes atividades de interesse geral no âmbito da cultura, formação e educação, através da implementação, difusão e divulgação dos valores históricos, patrimoniais, culturais e sociais da região em que se insere”. Acrescenta ainda que se “dedica, em especial, ao teatro, à promoção do ensino da dança, ao fomento do associativismo na região onde se insere e à conceção e execução de projetos culturais e de promoção da cidadania”. Para o presidente da direção, Luís Almeida, esta foi uma notícia inesperada: “aguardávamos há muito a conclusão deste processo, sabíamos que são processos demorados e fomos diversas vezes chamados a completar a informação disponibilizada”. No entanto, o dirigente mostra-se satisfeito pelo reconhecimento “é mais uma evidência de que o trabalho que temos desenvolvido, quase ex-
clusivamente de base voluntária, tem tido um impacto relevante na nossa região”. Neste momento Luís Almeida não esqueceu toda a estrutura e parceiros gerados ao longo de 11 anos: “é um reconhecimento que também se alarga não só aos nossos associados e colaboradores, mas também aos nossos parceiros e a todas as associações que connosco lutam diariamente por ideais semelhantes e se recusam a deixar mergulhar a região no completo esquecimento”. Para o futuro, o responsável pela Associação Vale d’Ouro promete manter a mesma determinação: “vamos anunciar em breve um novo projeto que vai diversificar a nossa atuação mas que também tem um caráter social, inclusivo e de combate à desertificação dos territórios de baixa densidade. Por outro lado, procuraremos manter as atividades que deram destaque à associação ao longo destes anos e que penso terem contribuído para uma maior discussão e divulgação do melhor que o Douro e Trás-os-Montes tem para oferecer”. Fundada em 24 de junho de 2008 esta associação tem na Mostra de Teatro do Douro o seu principal evento mas conta também com a Academia de Artes Douro e Tâmega e com um Grupo de Teatro formado exclusivamente por jovens. Dentro em breve anunciará um projeto na área desportiva e tem desenvolvido diversas atividades junto da comunidade onde se destaca o Encontro de Associações do Vale do Douro que regressará no segundo semestre de 2020 e integra a plataforma de luta pela defesa e reabertura do troço internacional da Linha do Douro. Em novembro de 2018 a Associação Vale d’Ouro assinalou o seu décimo aniversário numa gala que reuniu em Alijó cerca de 250 convidados. ■
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Nacional
Incêndios na Europa: Portugal registou a maior área ardida em 2018 O Sistema Europeu de Informação sobre Fogos Florestais registou, no ano passado, o maior número de incêndios florestais em áreas de mais de 30 ha, em Itália (147 incêndios, 14 649 ha ardidos), Espanha (104 incêndios, 12 793 ha ardidos), Portugal (86 incêndios, 37 357 ha ardidos), Reino-Unido (79 incêndios, 18 032 ha ardidos) e Suécia (74 incêndios, 21 605 ha ardidos). A Comissão Europeia publicou hoje, 31 de Outubro, o relatório anual sobre os incêndios florestais na Europa, Médio Oriente e Norte de África relativo a 2018. Segundo o relatório, os incêndios florestais destruíram cerca de 178.000 hectares (ha) de florestas e terrenos na UE no ano passado. Embora esta área seja inferior a um sexto da área ardida em 2017, e menor do que a média de longo prazo, mais países do que nunca foram expostos a grandes incêndios. “Embora Portugal fosse, mais uma vez, o país com a maior área ardida, a área total foi apenas uma pequena fracção da superfície ardida em 2017 e um dos totais mais baixos dos últimos dez
anos”, realça o relatório da Comissão Europeia. Florestas no combate à emergência climática Karmenu Vella, comissário responsável pelo Ambiente, afirmou que “as florestas representam um elemento essencial dos nossos esforços no combate à emergência climática e ecológica. São os nossos pulmões e suporte vital, cobrindo 80% da biodiversidade da Terra. Mas hoje, mais do que nunca, as florestas enfrentam graves ameaças. A cada hora são perdidos 800 campos de futebol de área florestal e registam-se incêndios devastadores em todo o Mundo. Como demonstrámos com a nossa recente acção no domínio da desflorestação, a UE está disposta a colaborar com os países parceiros para proteger as florestas, na UE e em todo o Mundo, através de investimentos na prevenção de incêndios florestais”. Por sua vez, Tibor Navracsics, comissário da Educação, Cultura, Juventude e Desporto, responsável pelo Centro Comum de Investigação, acrescentou que “a mudança das condições meteorológicas associada às alterações climáticas aumenta o risco global de incêndios florestais. Devemos reagir e intensificar os nossos esforços para tornar as florestas mais resistentes face a um clima mais quente e mais seco. Os elementos de prova fornecidos pelo Centro Comum de Investigação permitem que nos concentremos nas formas mais eficazes de prevenir os incêndios florestais, por forma a proteger as nossas florestas, elemento essencial na preservação da biodiversidade e da qualidade de vida dos cidadãos”.
Principais conclusões Segundo o relatório, a Suécia enfrentou a pior época de incêndios em toda a história do país. A área total ardida, superior a 21 605 ha, cartografada na Suécia foi a segunda maior da UE, uma posição invulgar na classificação para um país do Norte. Os ecossistemas vulneráveis da rede Natura 2000, que albergam várias espécies vegetais e animais ameaçadas, perderam 50 000 ha em incêndios, representando 36 % da área total ardida em 2018. O relatório salienta ainda que, apesar de a área ardida total ter sido inferior à dos anos anteriores, as temperaturas acima da média mantiveram-se no Centro e no Norte da Europa durante a maior parte do Verão. Esta situação criou condições que contribuíram para a ignição e a propagação de incêndios florestais, causando elevadas perdas económicas e ambientais. Mecanismo de Protecção Civil da UE activado cinco vezes Em 2018, o Mecanismo de Protecção Civil da UE foi activado cinco vezes para fazer face a incêndios florestais na Europa: na Suécia, na Grécia, na Letónia e em Portugal. No total, foram mobilizados, no Verão, 15 aviões, 6 helicópteros e mais de 400 bombeiros, tendo a União Europeia financiado com 1,6 milhões de euros os custos de transporte para mobilizar o apoio aos países afectados. Foram elaborados mais de 139 mapas por satélite do sistema Copernicus de incêndios florestais, a pedido dos Estados-membros. Além disso, a UE enviou peritos em incêndios florestais de toda a UE
para Portugal, numa missão de prevenção e preparação, a fim de ajudar a reforçar a capacidade do país para fazer face aos incêndios florestais. Lançada a rescEU Em Março de 2019, a UE melhorou o Mecanismo de Protecção Civil da UE e lançou a rescEU para melhorar a protecção dos cidadãos contra catástrofes e a gestão dos riscos emergentes na Europa e não só. A UE criou, no Verão de 2019, uma frota de transição de aviões de combate a incêndios, que já foi accionada por duas vezes para lutar contra os incêndios florestais na Grécia e no Líbano. Em Julho, a Comissão Europeia apelou ao reforço da acção da UE em matéria de desflorestação e degradação florestal através de uma comunicação e comprometeu-se a tomar medidas adicionais, incluindo o desenvolvimento do Sistema Europeu de Informação sobre Incêndios Florestais para se tornar um instrumento de monitorização de incêndios florestais à escala mundial. Em 2019, época de incêndios começou mais cedo A edição de 2018 do relatório anual sobre os incêndios florestais assinala igualmente que, em 2019, a época de incêndios começou mais cedo, devido a condições secas e ventosas, e temperaturas elevadas. Em Março deste ano, o número de incêndios já era superior à média de um ano inteiro na última década, com numerosos incêndios em regiões de montanha e incêndios graves na região do delta do Danúbio. ■
Preços das portagens nas autoestradas deverão manter-se em 2020 Os preços das portagens nas autoestradas deverão manter-se em 2020, a confirmar-se a estimativa da taxa de inflação homóloga, sem habitação, em outubro, divulgada hoje pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). A fórmula que estabelece a forma como é calculado o aumento do preço das portagens em cada ano está prevista no decreto-lei n.º 294/97 e estabelece que a variação a praticar em cada ano tem como referência a taxa de inflação homóloga sem habitação no Continente verificada no último mês para o qual haja dados disponíveis antes de 15 de novembro, data limite para os concessionários comunicarem ao Governo as suas
propostas de preços para o ano seguinte. Na estimativa rápida do Índice de Preços no Consumidor (IPC) hoje divulgada, o INE avança que a taxa de inflação homóloga, excluindo habitação, no Continente terá sido de -0,10% em outubro, o que deverá resultar numa estabilização dos preços das portagens no próximo ano. A estabilização dos preços das portagens em 2020 segue-se a quatro anos consecutivos de subidas: em 2019 as portagens nas autoestradas aumentaram 0,98%, depois de aumentos de 1,42% em 2018, de 0,84% em 2017 e de 0,62% em 2016. Contudo, uma vez que a legislação atualmente em vigor define também que a atualização das taxas de portagens deve
ser feita em valores múltiplos de cinco cêntimos, e sendo as alterações de preços calculadas em cada um dos sublanços das autoestradas, pelo menos em 2016 na grande maioria dos troços e nas classes de veículos mais baixas não foi atingido o valor mínimo de atualização,
tendo-se os preços mantido, apesar da subida da taxa de inflação. Os dados definitivos referentes ao IPC do mês de outubro, com base nos quais as concessionárias devem comunicar as suas propostas de preços ao Governo, vão ser publicados em 13 de novembro. ■
28 VIVADOURO NOVEMBRO 2019
Opinião
Um novo ciclo para o Douro
António Fontainhas Fernandes Reitor da UTAD
O início de um novo ciclo político é, sem dúvida, o momento adequado para efetuar uma análise prospetiva para os próximos anos no Douro. Em matéria de coesão, a nova agenda política tem como prioridade, e bem, assegurar a conectividade digital nos territórios de baixa densidade garantindo uma cobertura de banda larga generalizada no país, determinante para a competitividade dos agentes económicos que exercem a atividade nestes territórios. Em termos de inclusão e coesão social, esta medida também é vital enquanto fator de literacia e bem-estar das populações, bem como de atração de investimento empresarial em novas atividades relacionadas com serviços e desenvolvimento digitais.
Mas, o novo ciclo governativo irá incluir a discussão do plano nacional de investimentos 2030 e do próximo ciclo de programação de fundos comunitários. É uma oportunidade única para a região romper as divisões do passado, sendo crucial mobilizar os agentes do território para um novo modelo de crescimento que privilegie a coesão territorial. Relembro que o programa nacional de investimentos 2030 vota a região ao esquecimento e não inclui infraestruturas vitais como a linha do Douro. Trata-se de um investimento com retorno económico; não é uma reivindicação despesista, contrária ao interesse discutível de alguns investimentos em infraestruturas de comunicação.
Sublinho que o mencionado plano privilegia as acessibilidades dos grandes centros urbanos e reserva pouco investimento para o Norte e vota ao esquecimento a narrativa política da coesão territorial. Relançar a linha do Douro é vital para o desenvolvimento económico de uma região que se esvazia, permitindo ligar quatro patrimónios da Humanidade (Porto, Douro Vinhateiro, Foz Côa e Salamanca). Esta infraestrutura tem potencial turístico e de transporte de mercadoria ligando o litoral Norte ao sistema ferroviário europeu. Mas, o futuro passa também pela aposta no conhecimento. É determinante apostar em atividades dirigidas à incorporação de conhecimento e inovação nas principais fileiras.
Estas dinâmicas, obrigatoriamente coletivas, devem ter como objetivos específico a sustentabilidade económica, ambiental e social, a competitividade e a internacionalização. Exige modelos coletivos que contextualizem soluções que envolvam os atores da fileira e suas competências, fundamentais em economias vulneráveis aos atores emergentes na cena económica internacional. Um novo ciclo para o Douro passa indiscutivelmente por uma aposta, clara e inequívoca, nos setores de conhecimento onde se diferencia a nível internacional e potenciar as vantagens comparativas, no sentido de gerar dinâmicas com impacto no território.
Micael Morais (Restaurant Tomy& Co) e Yann Satin (Freelancer, Attin), tiveram de demonstrar, perante uma alargada audiência que incluía profissionais do setor, jornalistas e bloggers, os seus conhecimentos sobre o mundo do vinho secular. Regozijo parcialmente satisfeito na Embaixada de Portugal em Paris onde, paralelamente à cerimónia de entrega de prémios do Master of Port 2019, teve lugar uma Grande Prova de vinhos do Porto e do Douro. Um momento para enraizar, expandir e fortalecer a notoriedade dos nossos vinhos naquele que é o maior mercado de exportação de Vinho do Porto. De destacar também que, num documento publicado em março deste ano pela France AgriMer (Vins et spiritueux - Commerce extérieur - Bilan 2018) se refere que entre os vinhos licorosos “encontram-se, em particular, os vinhos importados de Portugal (essencialmente Porto com 62%), que
são muito bem valorizados. Na verdade, e apesar da tendência no século XXI para um decréscimo na quantidade importada, a França encima desde 1963 o ranking dos principais mercados para o Vinho do Porto com uma quota de 26,2 pontos percentuais em 2018. Um valor que corresponde à expedição de 2,1 milhões de caixas, ou seja, 25,5 milhões de garrafas, que representam um volume de negócios de 71,1 milhões de euros. De resto, a importância do mercado francês para o Vinho do Porto reflete-se no facto das expedições de vinhos da Região Demarcada do Douro (RDD) com Denominação de Origem Protegida (Porto e Douro) para França representarem cerca de 70% do valor total das expedições de vinhos portugueses para o mercado francês, e no facto de França liderar no ranking dos mercados (em quantidade e valor) para o total das expedições de vinhos portugueses.
Master of port: à terceira é de vez indubitavelmente crescido em sucesso, tamanho e popularidade. Um objetivo desde sempre perseguido pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, I.P. (IVDP). Aliás, o apoio incondicional em regime de co-organização do IVDP ao Master of Port insere-se nessa abrangente política de criação de valor à volta do Vinho do Porto que inclui a continuada promoção externa, formação certificada e especialização. Um propósito também certamente na mente de Taittinger Champagne que, contando com o apoio técnico da Union of French Sommellerie, criou o Master Gilberto Igrejas of Port em 1988 com o objetivo de distinguir os sommeliers que denotavam Gilberto Igrejas uma profunda cultura do Vinho do Presidente do Instituto dos Porto. O Sindicato das Grandes Marcas Vinhos do Douro e do Porto, do Porto (SGMP), sob a égide da Edith I.P. (IVDP) Cayard assumiu, em 2004, a organização deste concurso. Desde a sua fundação, e depois de O Master of Port assume atualmen18 edições que reuniram quase 1400 te enorme relevância pois trata-se de participantes, o Master of Port tem nomear um novo embaixador que dis-
seminará de forma participada, esclarecida e técnica a qualidade do Vinho do Porto. Afirma o ditado popular que “à terceira é de vez”. Gaëtan Bouvier, sommelier no restaurante Saisons, no Institut Paul Bocuse, em Lyon, hoje mais do que nunca deverá levar à letra a proverbial sabedoria tradicional portuguesa depois de vencer à terceira tentativa o Master of Port. O melhor sommelier francês em 2016, que na oportunidade definiu o Vinho do Porto como “um vinho que fazia a síntese do passado para o futuro”, tem agora o caminho mais facilitado para atingir o ambicionado título de Meilleur Sommelier du Monde. Todavia, e ainda antes de sonhar com tal epíteto, Gaëtan Bouvier teve de superar um conjunto de rigorosas provas na final realizada no Cercle National des Armées, em Paris. Avaliação, essa, em que os três finalistas, além de Gaëtan Bouvier também estavam apurados para o desfecho da competição
Cidades Circulares: Desafios e Oportunidades
Fernando Gomes Técnico do Grupo de Trabalho da CCDR-N para a Economia Circular
A 31 de outubro celebrou-se o Dia Mundial das Cidades que este ano teve como desígnio “Mudando o
mundo: inovações e uma vida melhor para as gerações futuras”. Esta comemoração sob égide da ONU é o reconhecimento da urbanização como um processo irreversível e do papel dual das Cidades enquanto palco de progresso social e económico, bem como, espaços com problemas territoriais que exigem uma nova forma de planear, projetar, financiar e gerir o território urbano. A Economia Circular constitui um mecanismo que pode promover esta nova forma de pensar as Cidades. Considerada por muitos como um sistema idílico que contrasta com a realidade, agravada pela tendência em “reduzir” o conceito apenas a uma maior promoção da reciclagem e ao uso de tecnologias mais avançadas nessa área, a Economia Circular apresenta-se como algo que reintegra e regenera através do design, tendo como fim último a melhoria das atividades económicas, ambiente e da sociedade, em
detrimento do atual modelo linear. O desperdício decorrente do atual modelo linear ganha particular amplitude nas Cidades. De acordo com o relatório da Fundação Ellen Macarthur, “Cities in the Circular Economy”, 75% do consumo de recursos naturais, mais de 50% da produção global de resíduos e entre 60% a 80% das emissões de gases com efeito de estufa ocorrem nas áreas urbanas, sendo estas muito sensíveis às alterações climáticas (90% são áreas costeiras). As Cidades e áreas urbanas da Região do Norte, caracterizadas por distintos patamares e formas organizativas territoriais (Comunidades Intermunicipais como o Douro, “Cidades de Equilíbrio Territorial” como Vila Real, “Cidades Regionais” como Lamego) reúnem condições únicas para a circularidade, designadamente a proximidade de pessoas e materiais, a escala territorial adequada e modelos de governação urbana que asseguram uma maior flexibilidade e
capacidade de ação em múltiplos sistemas como o do planeamento urbano, mobilidade ou infraestruturas. Neste contexto, as Cidades desempenham um papel fulcral no desenvolvimento de uma economia circular, como impulsionadoras de políticas públicas e enquanto palco para a experimentação prática e inovação de novos modelos de negócio e de novas formas de organização do espaço, através das quais podem influenciar agentes económicos, consumidores e cidadãos. A adoção de processos de circularidade com vista a um sistema urbano regenerativo implica a necessidade de revisitar modelos lineares atuais de gestão urbana, sendo que são múltiplas as áreas onde as Cidades podem e devem assumir um papel catalisador: no edificado – as Cidades podem promover um edificado ecológico que adote modelos de construção modular e sustentável, um edificado gerador e
não consumidor de energia caracterizado por materiais de construção como RCD, vegetação, madeira, evidenciando assim responsabilidade social e ambiental –; na mobilidade urbana sustentável – as Cidades devem mudar o paradigma de mobilidade atual, mediante a aposta na eletricidade, nos modos suaves e na partilha multimodal como forma de fazer com que problemas como a poluição do ar e congestionamentos de tráfego sejam algo do passado –; na gestão integrada do ciclo urbano da água – um desiderato que as Cidades devem promover com vista à eficiência hídrica, designadamente em edifícios-residenciais e de serviços. Neste domínio, o reuso de águas domésticas, sistemas de recuperação de águas pluviais ou o aproveitamento das ETARs como “fábricas de recursos”, constituem ações que devem envolver autarcas, entidades gestoras de águas e claro, os cidadãos.
VIVADOURO NOVEMBRO 2019 29
Lazer Piadas de bolso:
RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO
No recreio: – Joãozinho, achas que sou bonita? – Claro, Lili… – Então quer dizer que casas comigo quando formos grandes? – Não. De forma alguma! A Lili triste pergunta: – Se sou assim tão linda, porque não casas? Sou muito feia… diz a verdade! – Não é nada disso – explica o Joãozinho -, é que na minha família só nos casamos em família… A minha mãe casou com o meu pai; o meu avô com a minha avó, a tia com o tio… Percebes?
Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego Pão-de-ló com Noz
Ingredientes 5 Ovos 15 Gemas 250 gr açúcar 190 gr farinha 100 gr miolo de Noz Preparação
Bater as gemas com os ovos juntamente com o açúcar até duplicar a quantidade. De seguida juntar a farinha envolvendo com cuidado. Juntar o miolo de Noz. Numa forma de barro própria forrar com papel de almaço. Verter o preparado e levar ao forno a cozer durante 40 minutos a 220º
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Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora
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28 A 30 DE NOVEMBRO DE 2019 AUDITÓRIO MUNICIPAL DE V. N. FOZ CÔA
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Cristina Ferreira: Vice-presidente da Câmara Municipal “O Mercado Magriço é acima de tudo um espaço de negócio, como tal, um espaço de oportunidades” Prestes a iniciar mais uma edição do Mercado Magriço, que importância tem este certame para a autarquia de Penedono? O Mercado Magriço, enquanto evento dedicado ao empreendedorismo e às demais atividades económicas concelhias, reveste-se da importância singular que este executivo dedica a todas as iniciativas desenvolvidas, por si, em prol do desenvolvimento económico e social das gentes de Penedono. O Mercado Magriço não se pode rotular como sendo mais uma feira/festa, é acima de tudo uma plataforma de apoio aos empreendedores e demais agentes económicos que, graças ao seu querer e à sua perseverança o transformaram num caso de sucesso. Ao longo destes dez anos foram surgindo novos empresários, novos projetos que foram criando o seu espaço, promovendo os seus produtos, afirmando o nome Penedono. O Mercado Magriço enquanto espaço aglutinador de todas as atividades económicas do concelho é também local de encontro no qual registamos a participação de diversas Associações concelhias que, tendo stands institucionais, aí fazem mostra das suas atividades associativas que promovem junto da população. Esta é a importância que cumpre realçar, o sucesso dos nossos produtores/empresários e das nossas associações é o sucesso desta Autarquia. Pode o Mercado Magriço funcionar como montra do concelho para atrair novos investidores a este território? Sendo uma montra das atividades económicas e turísticas deste concelho, o Mercado Magriço é acima de tudo um espaço de negócio como tal, um espaço de oportunidades. Durante a organização do mesmo são inúmeros os contactos de empresários extra concelho que pretendem aqui fazer mostra dos seus produtos, ante a impossibilidade de o fazerem dado que o mesmo é só vocacionado para empresários do concelho que optam por criar ou transferir as suas empresas para Penedono. Por outro lado muitos são aqueles que ao
visitar o certame se deparam com oportunidades de negócio, através do intercâmbio de experiências com os seus congéneres concelhios ou tão-somente descobrindo nichos de mercado que podem explorar. São vários os promotores que encontram em Penedono uma terra de oportunidades e o Mercado Magriço é sem dúvida o seu principal catalisador. A agricultura e pecuária são dois setores com forte presença neste certame. Para o Município estes podem ser dois “setores alavanca” para a economia local? Sendo Penedono um concelho predominantemente agrícola, é natural que a agricultura e a pecuária sejam considerados “setores alavanca” da economia concelhia. Se por um lado a produção de castanha é um dos principais impulsionadores económicos do concelho outros há que vão surgindo e ganhando destaque, hoje a agricultura já não é uma atividade de subsistência hoje é vista e projetada como uma atividade de produção a larga escala capaz de conquistar o seu lugar no mercado nacional e internacional. A variedade Martaínha é a principal responsável pelo sucesso que a cultura tem vindo a revelar. Conotada como sendo uma das melhores castanhas, o Município de Penedono como forma de homenagear o fruto e incentivar os produtores promove desde a 1ª edição, o Concurso de Castanha, em colaboração com a Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte e com a Cooperativa Agrícola de Penela da Beira. De salientar a presença da Confraria da Castanha que em muito tem contribuído para a divulgação e enobrecimento da Castanha da região. Também um pouco por todo o concelho vemos surgir hectares e hectares de amendoal numa clara aposta de comercialização internacional, hectares e hectares de olival que graças ao trabalho desenvolvido pela Cooperativa de Olivicultores do Vale do Torto se vai transformando em azeite de qualidade para o mercado nacional e internacional. Procurando uma total abrangência entre todos os setores de atividade o Município realiza também o Concurso de Ovinos e
Caprinos, em colaboração com a Direção Geral de Alimentação e Veterinária e que tem como objetivo promover, valorizar e dinamizar a produção e a procura de animais de raças de elevado valor zootécnico. Olhando para a edição deste ano do Mercado Magriço que pontos destaca da programação? A par da exposição daquilo que melhor se faz e produz em Penedono várias são as atividades que decorrem neste evento das quais destaco a “Caminhada na Rota do Azeite”, a ter lugar no dia 9, que visa proporcionar ao caminhante o prazer de calcorrear por terrenos de cultivo de oliveiras, desfrutar da liberdade de parar para apreciar paisagens deslumbrantes e de usufruir de uma experiência de fazer uma degustação de azeite nas instalações da Cooperativa de Olivicultores do Vale do Torto. Após esta degustação o caminhante regressará num comboio turístico ao certame onde poderá degustar os nossos produtos endógenos e a nossa gastronomia nos restaurantes e tasquinhas do Mercado Magriço. Quero realçar, ainda, o programa de animação durante a tarde do dia 10, com o envolvimento da escola de música “Espaço de Artes o Magriço” e da presença em palco dos idosos das Instituições Particulares de Solidariedade Social do concelho de Penedono. Todos os anos a autarquia associa uma campanha a este certame, sendo no ano passado a campanha dedicada à valorização da floresta. Pode-nos revelar qual será a campanha associada este ano? Não vemos razão alguma para alterarmos aquilo que apelida de campanha. Infelizmente todos reconhecemos que a área de floresta está a diminuir drasticamente! Cientes desta crua realidade, o Município de Penedono promove o concurso "Penedono Valoriza a Floresta", integrado no Mercado Magriço, com o objetivo de sensibilizar para a necessidade de proteger e valorizar a floresta. No âmbito deste concurso serão atribuídos prémios monetários que pretendem distinguir projetos florestais ou parcelas que se
apresentem bem geridos e apliquem boas práticas nas operações florestais. Se cada proprietário limpar o que lhe compete e se a Administração Central e Local agirem de acordo com as suas competências estaremos todos a trabalhar para tornar a floresta numa fonte de riqueza! Para terminar peço que deixe uma mensagem aos nossos leitores para que visitem Penedono no decorrer deste certame. Aos leitores do VivaDouro convido-os a visitar a Vila Medieval de Penedono no fim-de-semana de 8 a 10 de novembro e a conhecer os encantos, sabores e saberes da nossa terra. Venha passear com a família, com amigos ou mesmo sozinho. Penedono espera por si!