VivaDouro_ed64_julho2020

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Ano 5 - n.º 64 - julho 2020

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Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

Visite-nos em: www.vivadouro.org - E-mail: geral@vivadouro.org


Carlos Esteves de Carvalho Presidente da Câmara Municipal de Penedono Em função da pandemia provocada pela COVID-19 e da situação epidemiológica que, desde o terceiro mês do ano, se vive em Portugal, era completamente da maior insensatez a concretização de mais uma edição da Feira Medieval de Penedono! Uma multidão de gente, entre locais e visitantes de todo o país e estrangeiro,

acorrem todos os anos à recriação histórica em Penedono, desenvolvida ao longo dos três dias do evento. Teriam sido, uma vez mais, milhares de pessoas que, ao nos visitarem, dinamizariam a nossa economia nas mais diversificadas vertentes. Mas não, este ano não! O Município de Penedononãoconcretizouoevento,não

convidando a participar na sua viagem de regresso ao passado, redescobrindo os traços, os feitos e os encantos que forjaram e moldaram a identidade das suas gentes. Este ano quisemos acima de tudo, afirmar os nossos valores de cidadania, salvaguardando a saúde pública. Nada ficou perdido… Vamos voltar

novamente. O primeiro fim-de-semana de julho de 2021 é “já amanhã” e Penedono vai voltar a recebervos com orgulho, elevação e com a determinação de quem acredita na sua Feira Medieval, enquanto iniciativa que divulga, promovendo o Concelho de Penedono, na vertente históricocultural.


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Ano 5 - n.º 64 - julho 2020

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Ranking escolar com instituições durienses em destaque

Exclusivo VivaDouro António Lencastre e António Saraiva reúnem com Ministra da Agricultura : “Ministra reconhece que o Interprofissional é o verdadeiro representante da região” > Pág. 14

Entrevista Fátima Lopes: "Dependemos demasiado do turismo e ninguém tem a solução nas mãos." > Págs. 20 e 21

> Págs. 6, 7 e 8

Sernancelhe: Centro histórico invadido com “Esperança”

Região: O presente e o futuro do corporativismo

> Págs. 16 e 17

> Págs. 24 e 25


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VIVADOURO

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Editorial José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT

SUMÁRIO: Destaque Páginas 6, 7 e 8 Alijó Página 9 Sabrosa Páginas 10 e 18 Região Páginas 12 e 14

Caros leitores, O desconfinamento já está aqui. Sendo uma palavra nova, quer também dizer que precisamos de continuar a aprender a lidar com o confinamento agora invertido. E não é fácil pois é preciso sermos o “velho do restelo” e o “chato” e até mesmo o inconveniente. Porque se usar máscara, ter distancia social e desinfetar muitas vezes as mãos diminui muito a probabilidade de infetarmos outros ou de sermos infetados pelo vírus, então temos mesmo que fazer estas coisas que, em época de COVID e com toda a gente a saber o que é e como se transmite são fáceis, baratas e não requerem grandes conhecimentos. Desloquei-me ao Porto e a Lisboa por diversas vezes desde o desconfinamento. Vi muitas pessoas e seguir as regras e a levarem a que outros as sigam. E vi muitas pessoas a não o fazerem. Vi muitas máscaras mal colocadas. Vi muitas pessoas aglomeradas. Vi muitas pessoas em piscinas superlotadas. E tenho visto as notícias, sendo que a quantidade de novos infetados por dia não há forma de descer. É natural dizem-me alguns amigos. Então se se podem fazer encontros de duas mil pessoas para ouvir um suposto cómico, se se pode comemorar os dias santos de Lisboa e se se pode ir a comícios e manifestações, então porque não se pode beber umas cervejas em amena cavaqueira com os amigos, todos sem máscara e a meio metro nuns dos outros para percebermos melhor a conversa? Esta parte depende de cada um de nós. Compete ao estado e ao governo salvar a economia ou o que resta dela. Compete-nos a nós salvarmo-nos do Virus. Sempre com muito cuidado.

PRÓXIMA EDIÇÃO 5 AGOSTO

Carrazeda de Ansiães Página 15

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org POSITIVO O Douro continua a colecionar prémios, desta feita duas quintas do Douro (Crasto e Noval) figuram entre as 50 melhores quintas do mundo, num ranking organizado pela World´s Best Vineyards Academy.

Sernancelhe Páginas 16 e 17 São João da Pesqueira Página 19 Entrevista Páginas 20 e 21 Armamar Página 22 Reportagem Páginas 24 e 25

NEGATIVO Com os primeiros dias de calor registaram-se já alguns fogos na região de dimensão considerável como aconteceu em S. João da Pesqueira e Sernancelhe e ainda Sabrosa.

Penedono Página 27 Opinião Página 28

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

"RANKINGS REGIONAIS E O COOPERATIVISMO AGRÍCOLA"

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Há uns bons 30 anos, a CCRN tentou fazer a hierarquização dos 84 municípios do Norte de Portugal em termos de desempenho económico e social. Foi construído um indicador compósito que integrava diferentes valências, tanto de natureza social como económica, para aferir a posição relativa de cada território local face a objectivos de desenvolvimento e de política regional. Tínhamos a noção do alcance limitado que estes exercícios comportavam, sendo que os resultados expressavam um "ranking", uma posição relativa como se de uma competição se tratasse. Apesar de condicionalismos, o exercício teve a vantagem de localizar as situações mais problemáticas e dar indicações úteis para uma actuação posterior. Curiosamente, os municípios menos bem colocados, não correspondiam aos territórios tradicionalmente mais problemáticos, como os municípios periféricos e fronteiriços do Alto Minho ou do Nordeste Transmontano em relação aos quais já tinha havido preocupações específicas, nomeadamente no âmbito da cooperação transfronteiriça. Foi com surpresa que encontrámos no fim dessa lista quatro concelhos adjacentes do médio Douro - Baião e Mesão Frio, na margem direita, e Cinfães e Rezende, na margem esquerda. Este estudo desencadeou alguma reflexão complementar para encontrar razões que o

explicassem. A esta localização física correspondia isolamento, deficiente acessibilidade, orografia complexa, dispersão demográfica por aglomerados de pequena dimensão, actividade agrícola tradicional e de subsistência, rede escolar com dificuldades em reter professores e cumprir a escolaridade obrigatória. Tudo somado, traduzia-se num baixa densidade de organização social e económica. O isolamento físico é fácil de contrariar com o recurso ao investimento em infraestruturas. Estes quatro municípios correspondiam a um troço do rio Douro sem qualquer atravessamento. A Ponte da Ermida foi uma resposta. Embora não fosse solução milagreira para o mal identificado, reduziria o isolamento relativo. Não obstante as dificuldades, foi possível um bom trabalho de conjunto, com Baião e Rezende. Escolheu-se a melhor solução técnica e financeira. Valeu a solidariedade dos restantes municípios do Norte de Portugal, na afectação dos recursos financeiros para projectos intermunicipais, na viabilização do projecto. Porém, nestes concelhos, a situação mais crítica correspondia à ausência de uma estrutura económica e empresarial consistente, que valorizasse a escassa produção agrícola, mesmo sendo de excelência em alguns segmentos. Em casos semelhantes, o modelo cooperativo revelou-se solução possível, que chegou a ter expressão interessante em algum dos municípios do Douro, em especial no sector vitivinícola. O problema era, e ainda será, conseguir que, apenas com voluntarismo se consigam alcançar níveis de rigor e de qualidade de gestão. O Douro muito ganharia com a criação de uma instância federativa agrícola que se constituísse como rectaguarda técnica para apoio da capacitação das organizações agrícolas cooperativas.

Registo no ICS/ERC 126635 | Número de Registo Depósito Legal: 391739/15 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 | Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 | Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 / 910 599 481 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4510-698 Fânzeres | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivadouro.org/vivadouro | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Avenida Barão de Forrester, nº45 5130-578 São João da Pesqueira | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia | Colaboradores: André Rubim Rangel, António Costa, António Fontaínhas Fernandes, Beatriz Oliveira, Freire de Sousa, Gilberto Igrejas, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Paulo Costa, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Sílvia Fernandes. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares


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Destaque

Alunos do ensino básico com melhores Foi divulgado no final do mês de junho o ranking das escolas nacionais, feito com base nas notas dos exames de 2019. Texto: Carlos Almeida

O ranking das escolas do ensino secundário tem um total de 629 instituições sendo que as da região aparecem, na sua esmagadora maioria, na metade inferior da tabela, apenas a Escola Básica e Secundária de S. João da Pesqueira supera essa linha conseguindo alcançar o lugar número 303, com uma média de notas de exame de 10,44 valores, sendo que a média nacional se cifrou nos 10,53. Nesta tabela o pódio é ainda composto pela Escola Básica e Secundária Tenente Coronel Adão Carrapatoso, em Vila Nova de Foz Côa, no lugar 344 com uma média de 10,31 valores e o Colégio Nossa Senhora da Boavista, uma das duas instituições privadas da região neste ranking, que ocupa a posição 350 com uma média de 10,27 valores. Olhando para as notas, das 20 escolas da região, 13 apresentam uma classificação positiva (acima de 9,50 valores). Entre os estabelecimentos de ensino com piores médias na região estão a Escola Básica e Secundária de Murça (posição 593 com 8,49 valores), a Escola Básica e Secundária de Carrazeda de Ansiães (posição 612 com 8,08 valores) e a Escola Básica e Secundária Prof. António da Natividade, em Mesão Frio (posição 619 com 7,51 valores). Escolas da região nos TOP’s por disciplina Das oito disciplinas com maior número de exames realizados, em três é possível encontrar escolas da região entre as melhores: a Escola Básica e Secundária Abel Botelho (Tabuaço) ocupa a 27ª posição no exame de História A com 12,84 valores; com 14,39 valores no exame de Matemática A encontramos a Escola Básica e Secundária de São João da Pesqueira, na 37ª posição; no exame de Português surgem duas escolas da região, a Escola Básica e Secundária de São João da Pesqueira na 31ª posição com 13,99 valores e a Escola Secundária Latino Coelho, em Lamego, na 39ª posição com 13,64 valores de média. Percursos diretos de sucesso colocam

Pesqueira em destaque Desenvolvido há quatro anos, este indicador é visto de uma forma geral como mais justo comparativamente com o ranking habitual. Isto porque analisa a percentagem de alunos que conseguiram acabar o secundário sem qualquer chumbo e com notas positivas nos dois exames das disciplinas que são trienais (que, consoante os cursos, podem ser português e matemática, português e história ou português e desenho). Em vez de comparar a totalidade dos alunos de uma escola com a totalidade dos alunos de outra, esta ferramenta compara estudantes com características semelhantes e que partem do mesmo ponto, valorizando depois a sua evolução. Na tabela deste ano, no Top 50 das escolas com melhores resultados encontramos duas instituições durienses, a Escola Básica e Secundária Miguel Torga, em Sabrosa, no 50º lugar e a Escola Básica e Secundária de São João da Pesqueira que ocupa um honroso 5º lugar. Ensino Profissional agrícola em destaque em Peso da Régua Numa região fortemente marcada pelo setor primário, são várias as escolas profissionais dedicadas a este setor que constam deste ranking. O destaque vai para a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo, em Peso da Régua que, no 84º lugar geral nacional, é a 1ª das escolas profissionais agrícolas e de desenvolvimento rural, com uma taxa de conclusão em tempo normal cifrada nos 75% num total de 32 alunos. Notas inflacionadas preocupam ministério Há cinco anos que o Ministério da Educação mede a consistência entre as notas dadas aos alunos pelos seus professores e as que os alunos conseguem ter nos exames nacionais do ensino secundário. Este indicador de alinhamento de notas foi divulgado pela primeira vez em 2015 e tinha em conta os exames realizados entre 2009 e 2013. A informação agora disponibilizada, refere-se aos anos entre 2014 e 2019. Sendo assim, é possível analisar os desvios das notas internas dos alunos ao longo dos últimos 11 anos. Entre 2014 e 2019, um total de 20 instituições deram notas consideravelmente mais altas aos seus alunos do que as atribuídas ao resto dos estudantes do país, que tiveram os mesmos resultados

> Professora Agostinha Veiga, diretora da Escola Básica e Secundária de São João da Pesqueira

nos exames do 11.º e do 12.º anos. Entre as Escolas que deram sempre notas mais altas do que o esperado nos últimos 5 anos letivos encontra-se a Escola Secundária São Pedro, em Vila Real. No ranking das escolas apresentado este ano, numa análise à discrepância entre as notas de final de ano e as notas de exame o terceiro lugar é ocupado pelo Escola Básica e Secundária Professor António da Natividade, em Mesão Frio, com uma diferença de 6,65 valores (14,16 de nota final contra 7,51 na nota final média dos exames). Professora Agostinha Veiga Escola Básica e Secundária de São João da Pesqueira (Melhor classificação ensino secundário) Qual o “segredo” da escola para o sucesso? “Este resultado não surge do acaso, é fruto de muito trabalho e empenho dos professores, dos alunos e das famílias e que de facto se refletiu nas classificações obtidas nos últimos anos. Foi delineado uma ação estratégica no sentido de colmatar os pontos fracos. Assim, foram implementadas várias estratégias na escola, nomeadamente o reforço na carga horária das disciplinas sujeitas a exame, com um ou dois tempos semanais durante todo o ano e no final do ano há sempre uma preparação mais exaustiva para os exames, no sentido de tirar as dúvidas. Também criaram tempos de apoio e trabalho de orientação de estudo para centralizar todo o trabalho dentro da escola para os alunos tirarem

as dúvidas. Os alunos fazem o trabalho de estudo autónomo em casa e depois usam essas horas para tirarem duvidas. Eles percecionaram que os alunos precisavam de abrir horizontes e ter uma análise mais critica sobre as coisas e, portanto, promovem ações motivacionais com diversos oradores para fazerem com que os alunos acreditem que é possível. Neste sentido, organizam também diversas viagens de estudo, nomeadamente ao exterior e à Assembleia da República numa viagem de dois dias na qual também fazem os passeios literários dos mais famosos escritores portugueses. A partir deste lema existe uma forte aposta na educação mais humanística, voltada para a cidadania, solidariedade, a vertente artística e o desporto, através de diversas atividades proporcionadas pela escola. Existe um trabalho como um todo para formar um aluno com boas notas, mas também um bom cidadão. Há um trabalho muito vincado por parte dos docentes e da direção em não deixar nenhum aluno para trás. Entre outros fatores premiamos a melhor turma com uma viagem. Implementamos vários projetos nomeadamente a Escola Solidária, o Ecoescolas e o Viaja com a Ciência que promove um maior envolvimento dos alunos com a área cientifica desde muito novos, assim como diversas ações de voluntariado. O desporto escolar e a vertente artística são também duas grandes apostas por parte da escola. Quais os desafios desta classificação


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Destaque

resultados que os do secundário para o futuro? Não podemos pensar que o caminho está feito, isto é um caminho para ser trilhado todos os dias porque nada é garantido. Se não houver empenho e trabalho, motivação e se os nossos alunos não se empenharem, que eu sei que se empenham, as coisas não acontecem. Isto acontece tudo com muito trabalho e o acreditar que é possível. Algo importante é também irmos ao encontro do perfil do aluno potenciando assim da melhor forma as suas capacidades, isto é importante também para manter a motivação deles e o seu interesse, o que nos permitirá manter estes bons resultados agora obtidos. Professora Rita Mendes Escola Secundária de São Pedro – Vila Real (Melhor classificação ensino básico) Qual o “ segredo” para os excelentes resultados que a Escola apresenta neste último ranking? Não existe “segredo”, existe trabalho, quer dos professores, quer dos alunos. Os três anos do ciclo são projetados e

pensados tendo como meta o exame, ou seja, as aprendizagens essenciais são planificadas não apenas para o aluno dominar a língua e os seus mecanismos, mas para ter sucesso no exame. Para além do empenho e rigor de todos, o facto de no 9.º ano haver mais um bloco de quarenta e cinco minutos (ou seja, no horário há três blocos de 90m semanais)foi determinante para o reforço dos conteúdos programáticos e consequente sucesso neste ranking das Escolas. Que desafios futuros colocam estas classificações no ranking à Escola? Ter bons resultados no ranking das Escolas é ver premiado o trabalho dos professores e dos alunos. Qualquer professor trabalha para o sucesso dos alunos, o foco é o aluno, o conhecimento que adquire e que lhe permitirá enfrentar os anos seguintes na sua carreira académica. É sem dúvida gratificante, mas o ensino é mais do que ficar bem colocado num ranking e no momento por que passamos de incerteza devido à pandemia, os desa-

> Professora Rita Mendes, diretora Escola Secundária de São Pedro – Vila Real

fios são enormes, pois estamos perante uma situação nova que nos obriga a reinventar as estratégias de ensino aprendizagem muito centradas num ensino presencial. A interação em presença física é fundamental, o verificar se o aluno está a trabalhar, o reforço positivo que se dá, o chamar a atenção

para o trabalho, a forma como devem proceder, o ver como a turma está a trabalhar no seu todo e agir no momento, tudo isto é muito importante. Vamos esperar pelo desenvolvimento desta pandemia e continuar a trabalhar no sentido de manter o sucesso já alcançado. ▪

Critérios do Ranking VivaDouro: O critério base para a elaboração deste ranking é a média dos resultados das duas disciplinas avaliadas em exame: Português e Matemática (Nota varia de 0 a 5 valores). Só é atribuída posição no ranking a escolas onde se realizaram pelo menos 50 exames.


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Critérios do Ranking VivaDouro: O critério base para a elaboração deste ranking é a nota das 8 disciplinas com maior número de exames: Português, Matemática A, Biologia e Geologia, Física e Química A, Geografia A, História A, Filosofia e Matemática Aplicada às Ciências Sociais (Nota varia de 0 a 20 valores). A nota média dos exames é obtida a partir da média das notas dos exames às oito disciplinas, independentemente do número de alunos. PUB


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Sabrosa

Viagem histórica guiada por vinho romano recriado no Douro O trabalho de dois arqueólogos da Associação de História e Arqueologia de Sabrosa, que recriaram um vinho da época romana, leva-nos numa viagem de séculos guiados por sabores e aromas de outros tempos. “Ao bebermos este vinho estamos a fazer uma viagem pelos sabores da história”, a afirmação é de Gerardo Vidal Gonçalves, um dos arqueólogos responsáveis por este projeto, à reportagem do VivaDouro. Segundo o investigador, o “Anphoras da Gallaecia” surgiu no seguimento do concurso “New Food” lançado pela UTAD que permitiu o desenvolvimento da ideia. “Há uns tempos atrás a UTAD lançou o projeto “New Food” no qual decidimos participar juntando duas receitas, uma original que existe em diversas publicações e uma outra, da época medieval, que conseguimos através de um colecionador privado. Passamos à segunda fase o que nos permitiu criar o protótipo, financiar um estudo de mercado e desenvolver a imagem do produto”. Como explica Gerardo Gonçalves, o processo é longo e passa por diferentes fases sendo que os produtos ali utilizados são “quase exclusivamente da

> Gerardo Vidal Gonçalves e Dina Pereira

região ou da região mediterrânica”. “Isto é um processo que usa produtos da região, desde logo o vinho, que adquirimos já feito, e que depois é cozinhado num processo que demora 3 a 4 dias. Durante este tempo o vinho é aquecido e arrefecido diversas vezes adicionando mel e diversas especiarias. No final tem que ficar em repouso durante 6 meses. É um processo que não faz sentido que seja feito numa lógica industrial, deve manter-se artesanal. Só há um ingrediente que falta porque já não se consegue encontrar que é uma espécie de seiva que se chama mástique. É um dos sabores mais próximos ao que se bebia na altura porque a recriação

foi feita da forma mais rigorosa possível seguindo os escritos que tínhamos. Um problema que tivemos é que esta receita tinha uma métrica romana, os pesos e medidas são há época o que nos obrigou a fazer uma série de testes, daí a designação de arqueologia experimental, para chegarmos às medidas que usamos”. Dina Pereira, também arqueóloga e responsável pelo desenvolvimento deste vinho define esta experiência como “muito interessante” porque, mesmo “não sendo apreciadora de vinho”, como assume, este “é um produto com um toque adocicado e um sabor bastante agradável”. A arqueóloga afirma que está neste momento “em desenvolvimento o processo de licenciamento para depois se passar à comercialização, até porque existe já uma procura considerável, podendo este projeto também servir como parte do financiamento necessário para a atividade normal da associação”. O projeto do vinho de época romana visa também, acrescenta Dina Pereira, divulgar a Associação de História e Arqueologia de Sabrosa, criada para “estudar, preservar e divulgar o património do concelho", apontando como exemplo a nível patrimonial, a mamoa das Madorras, a necrópole das Touças ou a Senhora da Azinheira, onde existe arte rupestre. “Uma das maiores batalhas é aproximar o público escolar, e o público geral, desta atividade, até porque estamos inseridos numa zona de turismo e temos de aproveitar os recursos que temos. O facto de neste momento a associação

ter um espaço físico e desenvolver atividades como a elaboração deste vinho, podem potenciar esta aproximação, permitindo a que as pessoas entendam o que fazemos e como o fazemos”. Gerardo Gonçalves afirma que “a ideia é também promover a cultura e a história da região que foi muito importante na época romana, entre o Séc. II AC e o Séc. II DC viveu-se aqui um verdadeiro frenesim, e o vinho e o azeite eram os dois produtos mais comercializados por aqui. Este projeto pode também servir para promover a arqueologia no nosso país e mais concretamente nesta região, desde logo porque é normal que as pessoas associem este trabalho àquela ideia do Indiana Jones porque foi uma grande produção cinematográfica. Contudo, em Portugal há registos que a arqueologia se desenvolve desde o Séc. XVII só que a mensagem não passava para o público porque era uma linguagem muito técnica e virada para os pares”. De acordo com os dois responsáveis pelo projeto “isto tudo é hoje possível porque há uma sensibilidade maior, mesmo nos nossos responsáveis políticos, já não é só o betão que interessa. Numa zona onde não há grande industria não podemos pensar que o turismo de massas vai solucionar tudo, temos que pensar que isso só funciona que as pessoas deixarem aqui valor e no Douro isso nem sempre acontece”. A atividade da associação é desenvolvida em colaboração com a Câmara Municipal de Sabrosa e a Junta de Freguesia de São Martinho de Anta. ▪


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Alijó

Castedo vai ter Centro Interpretativo Câmara atribui 12 bolsas de estudo a estudantes do Ensino Superior dedicado ao Azeite Duriense O Município de Alijó vai avançar com a criação de um centro interpretativo designado “D’Olival ao Azeite D’Ouro”, em Castedo do Douro. Este investimento ronda os 775 mil euros, comparticipado por fundos comunitários, e vai transformar uma antiga azenha num espaço de conhecimento, inovação e experimentação gastronómica de novos produtos relacionados com o Azeite. O Presidente da Câmara Municipal, José Paredes, defende que os principais desígnios deste novo equipamento passam por “valorizar o Azeite do Douro como uma marca de excelência, colocando-o no centro da gastronomia duriense, bem como dar a conhecer o ciclo da produção do azeite e as suas tradicionais técnicas associadas”. O espaço terá um restaurante de charme, que se irá distinguir pela inovação

culinária e experimentação de novas técnicas de valorização do Azeite e do património gastronómico. Ali será possível experimentar novos pratos e novas utilizações do Azeite e subprodutos. Integrará também um espaço de degustação de azeite, azeitona e outros produtos endógenos relacionados, que estará aberto aos produtores locais para ali poderem promover e mostrar os seus produtos. Além destes espaços, terá um centro permanente de exposição e conhecimento dedicado à produção do azeite no Concelho e no Alto Douro Vinhateiro. O contrato de execução da empreitada foi assinado esta semana, seguindo-se agora a necessária análise pelo Tribunal de Contas para atribuição do visto indispensável ao início dos trabalhos, que terão um prazo de execução de 18 meses. ▪

O Município de Alijó entregou ontem, 15 de julho, bolsas de estudo no valor de 800 euros cada a 12 estudantes do Concelho de Alijó que frequentaram o Ensino Superior no ano letivo 2019/2020. Esta medida tem como objetivo aliviar o esforço económico das famílias e incentivar a continuidade da formação e educação ao longo da vida. O Presidente da Câmara Municipal de Alijó, José Paredes, recebeu os 12 estudantes de diferentes freguesias do Concelho no Salão Nobre dos Paços do Concelho. “Começamos com a atribuição de oito bolsas de estudo no primeiro ano, passamos para 10 e estamos agora a entregar

12, mas queremos ir mais além e chegar cada vez a mais jovens”, sublinhou o autarca. José Paredes acredita que estas bolsas representam “uma ajuda significativa que pode fazer a diferença no orçamento de muitas famílias”. “A situação financeira da autarquia é difícil, mas não podemos deixar de apoiar quem efetivamente precisa e merece, porque os jovens são o futuro do nosso Concelho”, realçou o Presidente da Câmara. No final da sessão, José Paredes parabenizou os estudantes do Ensino Superior pelo seu percurso académico, desejando-lhes os maiores sucessos no futuro. ▪

Apresentação pública do projeto CLDS 4G - Cidadania 4.0

Município cria 17 trilhos pedestres em todas as freguesias do concelho

Decorreu ontem, 17 de julho, a apresentação pública do projeto CLDS 4G - Cidadania 4.0 (Contratos Locais de Desenvolvimento Social - 4ª Geração). Por deliberação, o Executivo Municipal designou a Santa Casa da Misericórdia de Alijó como entidade coordenadora local da parceria. O projeto tem três eixos de intervenção:

O Presidente da Câmara Municipal de Alijó, José Paredes, assinou o contrato que vai permitir a criação de 17 trilhos pedestres nas 14 freguesias do concelho. O projeto tem como finalidade a sinalização, marcação e homologação destes itinerários paisagísticos nas diferentes freguesias, bem como a sua preservação ambiental e agroturística. Este é a concretização de mais um objetivo a que este executivo municipal se propôs

emprego, formação e qualificação; intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil; e promoção do envelhecimento ativo e apoio à população idosa no Concelho de Alijó. Com uma duração prevista de 36 meses, o projeto já está no terreno e conta com mais de meio milhão de euros para desenvolver ações até 2023. ▪

no início do mandato, que passa também pela valorização deste produto turístico cada vez mais procurado. Este projeto resulta de uma candidatura aprovada através da Operação 10.2.1.6. “Renovação De Aldeias” do Programa de Desenvolvimento Rural 2014/2020, uma medida gerida pelos Grupos de Ação Local (GAL) de apoio à preservação, conservação e valorização dos elementos patrimoniais locais (paisagístico e ambiental). ▪


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Região

A pedalar pela N2 para partilhar o interior de Portugal Marco Neiva é um vlogger, natural de Barcelos, que decidiu percorrer a Nacional 2 em busca de conhecer e dar a conhecer o interior do nosso país numa aventura que tem a duração de 35 dias, com paragens nos 35 municípios atravessados por esta estrada. O VivaDouro encontrou Marco Neiva na cidade de Peso da Régua e aproveitou para conversar um pouco com o youtuber sobre esta aventura.

Como surgiu a ideia de abraçar esta aventura? A ideia surgiu como forma de relançar o meu canal do Youtube. No meu canal comecei a perceber que os principais conteúdos que obtinham mais interações eram aqueles em que eu dava a conhecer Portugal e nesta fase de relançamento comecei a definir uma série de pilares que seriam a base sobre a qual iria trabalhar. Já tinha a ideia de fazer esta estranha aventura e decidi pôr em marcha este projeto percorrendo a Nacional 2 em grande, 35 dias, 35 municípios, quase 740 quilómetros de bicicleta elétrica. O objetivo é todos os dias partilhar um vídeo sobre o que aconteceu nesse dia. É um projeto com uma componente digital muito forte, vou partilhando onde estou, os locais que visito, as pessoas com quem vou interagindo, o que permite criar uma espécie de uma onda sobre o que está a acontecer neste momento, o Leitão soube através das redes sociais que eu estou aqui e veio ter comigo, assim como o Vasco que pertence a um clube de Vespas de Felgueiras que hoje veio ao meu encontro para me acompanhar durante alguns quilómetros… Tudo isto através das redes sociais. Mas há aqui também uma vertente ligada à mobilidade elétrica? Sim. Esta viagem tem ainda uma componente muito forte no que toca à mobilidade elétrica, desde logo pela bicicleta que eu uso e que tem uma série de vantagens: é menos cansativo, permite percorrer distâncias mais longas e permite aquilo que uma mota permite também que é apreciar de uma forma

mais livre aquilo que são as paisagens que vivenciamos ao longo da viagem. Como tem sido a viagem até aqui, em especial pelos municípios do Douro? Estou altamente surpreendido porque desde que arranquei o Douro tem sido fabuloso, seja pela paisagem, pela oferta turística, uma gastronomia ótima, pessoas muito simpáticas. Tenho recolhido estórias muito interessantes. E claro, este cenário do Douro com as vinhas em socalco têm-me obrigado a trabalhar muito com o meu drone (risos).

aqueles que pretendem vir descobrir esta rota? A N2 é um produto turístico que vai crescer nos próximos anos e acredito que nesta fase de desconfinamento ainda mais até porque os portugueses são recomendados a não sair do país indo à procura de zonas mais calmas cá dentro e esta estrada permite visitar locais

onde não há muita gente com todas as condições para viajar tranquilamente, seja de mota, autocaravana, carro, etc. Sendo uma estrada com muita diversidade, como já disse, tenho a certeza que os estrangeiros, quando a descobrirem e perceberem o que têm oportunidade de vivenciar ao longo da N2, vai ser um local de passagem obrigatória. ▪

Se lhe pedisse para descrever esta estrada numa palavra, qual seria? A palavra que melhor descreve esta N2 penso que seja diversidade. Desde as serras que existem junto a Chaves, a parte do Douro Vinhateiro, as terras que irei cruzar na zona de Coimbra, as planícies do Alentejo até às praias do Algarve. A N2 é uma espinha dorsal que une este Portugal do interior, sendo bem representativa do que é o nosso país. A rota da N2 é um projeto ainda recente e muita gente diz que ainda há falta de sinalização, tem sentido essa dificuldade? Com o GPS se temos alguma dúvida rapidamente resolvemos mas até agora não temos tido nenhum problema. Sei que há zonas que não estão ainda tão bem sinalizadas mas sei que há várias pessoas e entidades que estão a trabalhar nesse sentido, contudo são muitas questões burocráticas que por vezes se tornam um pouco mais lentas. Portugal é um país de turismo, neste momento particular da nossa história somos convidados a descobrir o nosso país, que mensagem deixaria a todos

> Marco Neiva a sair do Município da Régua

> Marco Neiva recolheu diversos testemunhos ao longo do percurso


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Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I

Desconfinamento - O que importa reter. Quando falamos de desconfinamento, falamos realmente de quê? Verdadeiramente desconfinamento significa a saída ou libertação de situação ou estado de isolamento. Como todos sabemos, o aparecimento de um vírus, que provoca a doença conhecida por COVID-19 assolou a nossa vida sem pedir permissão e alterou de forma significativa o nosso dia-a-dia, foi necessário pedir às pessoas que evitassem o contacto social e tomassem medidas de higiene e segurança acrescidas. A declaração do estado de emergência foi absolutamente decisiva para que pudéssemos conter o alargamento da pandemia e ganhar tempo para preparar os serviços de saúde, a sociedade e o sistema produtivo para este novo desafio. Se não se tivesse optado por uma política rigorosa de contenção teria sido desastroso, inundando os serviços de saúde com doentes graves a necessitarem de cuidados intensivos, mortalidade muito elevada, e os serviços de saúde não teriam efetivamente tido tempo nem capacidade para dar resposta efetiva a todas as solicitações. No entanto, desde o seu início verificou-se que esta estratégia não seria suportável a longo prazo, nem para as pessoas, nem para o país. Assim após 45 dias de estado de emergência, e de trabalho intensivo de todos os intervenientes no processo saúde/doença, onde a população teve o papel principal, acatando as recomendações das autoridades de Saúde, o desconfinamento começou a 03 de maio. O saldo decorrente de um desconfinamento eficaz depende da taxa de multiplicação da doença, ou seja, o número médio de pessoas infetadas por cada doente detetado. A progressiva reabertura de escolas e de estabelecimentos comerciais e o regresso ao trabalho presencial caracterizaram o fim do confinamento. Os passos dados foram e são, a um ritmo e intensidade muito gradual, com avanços e recuos, tendo sempre em conta as recomendações e orientações dadas pela Direção Geral da Saúde. O “desconfinamento” é acompanhado por medidas precisas, como por exemplo: testes de diagnóstico em massa, quarentena para casos positivos e monitorização daqueles que estiveram em contacto com os infetados, pelo que poderão existir momentos de mais “liberdade” e momentos de “mais contensão”. O desconfinamento exige certamente, por parte de cada um de nós: 1. Manutenção do distanciamento social, uso de máscara eficaz no convívio social e na atividade profissional. Estudos referem que o controle da epidemia será assegurado desde que 60% da população mantenha o uso de máscaras e que 60% a tenha colocada de forma eficaz. 2. Comportamento individual subordinado ao dever de confinamento, quando determinado. Mais que imposição legal, é apelo ao exercício de responsabilidade pessoal 3. Reforço da promoção da saúde para os comportamentos adequados (higiene das mãos e etiqueta respiratória) e impedimento de ajuntamentos nos espaços público e privado. É importante um caloroso apelo ao trabalho, à dedicação e ao empenhamento de todos, porque os tempos que se avizinham serão muito difíceis, irão exigir o melhor de cada um de nós, seja qual for o seu estatuto profissional, serão tempos de sacrifício. É por isso importante apelar à consciência individual na manutenção do dever de responsabilidade social, assumido como uma necessidade real de Saúde Pública. Compete aos cidadãos cumprirem a sua parte.

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Apontamentos do Douro, de todas as oportunidades! O abraço do Douro às Beiras! Nunca o Douro foi tão grande. Nunca se afirmou tão a Sul. E não é só administrativamente. É humanamente. A liderança da CIM Douro é a de um presidente de um município das Beiras.Um simbolismo forte. Mas mais forte ainda é o realismo com que Carlos Silva a pragmatiza. Carlos Silva leva as Beiras e traz o Douro com ele. E junta todos num abraço! Lamego tem tudo para ter tudo! Uma cidade que marca forte. Que tem tudo para ser feliz. Que precisa de pouco porque já tem muito. História, emoções, espaços e corações que por ela suspiram. Só lhe falta, liderança e mudança. Estratégia e ambição! Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, uma estrutura de capacitação regional! Há futuro a ser construído nesta Escola. Há mudança que afirma e confirma. A sua importância para o desenvolvimento do Douro, em particular do lado Sul. Dadas as características da nossa região, esta Escola poderá ser uma centralidade nacional da inovação social e do desenvolvimento local. Envolvamos a força da cidadania inovadora da região. A Associação Vale D,Ouro teima em ser! Ser diferente, apostar muito na cultura, no desassossego de trazer o passado para mobilizar o futuro. Luis Almeida teima em ouvir e pôr a falar a força da região - as pessoas que a lideram, nas esteiras políticas ou nas vinhas económicas e sociais da sociedade. E, tem sido tão bem feito e com tão grande impacto! Turismo desconfinado e seguro! É no Douro, da vinha e do vinho. Da maçã e da castanha. Dos monumentos e dos alentos gastronómicos. É neste paraíso! Neste mundo único e incomparável. Há muitas mais oportunidades, neste Douro fantástico! Saibamos valorizá-las!

Região Exclusivo VivaDouro

Ministra confirma 5M€ para Reserva Qualitativa em reunião com comércio e produção Numa reunião que teve lugar ao final da tarde de ontem, 21/07, no Ministério da Agricultura, em Lisboa, entre a Ministra da Agricultura e os representantes do Conselho Interprofissional, Maria do Céu Albuquerque confirmou a verba de 5M€ para a reserva qualitativa e um aumento dos valores para a destilação de vinhos DOC e IG, anunciados em comunicado no passado sábado. À saída da reunião, em declarações exclusivas ao VivaDouro, António Lencastre, mostrou-se satisfeito, desde logo pelo “reconhecimento demonstrado pela ministra quanto aos verdadeiros representantes da região, o Interprofissional”. O representante da produção afirma ainda que saiu da reunião “convencido que as coisas estão no bom caminho”. Tal como tinha avançado no passado sába-

do em comunicado, a ministra confirmou perante os elementos do interprofissional, António Lencastre e António Saraiva, o aumento para 5M€ do valor a atribuir para a reserva qualitativa, ficando agora “o IVDP com a responsabilidade de propor o formato da sua aplicação antes da reunião do Interprofissional”, que acontecerá na próxima quinta-feira, 23 de julho. Para a destilação de crise os representantes da região obtiveram também a confirmação do aumento de valores para os 0,75€/litro nos vinhos DOC e os 0,65€/litro nos vinhos IG. De acordo com as declarações de António Lencastre, “estes valores irão permitir uma maior adesão dos produtores da região o que se irá traduzir numa redução de stocks de vinho o que, por sua vez, irá também permitir uma estabilização dos preços dos vinhos que vinham a registar algumas quebras, tal como o preço da uva que não deverá sofrer cortes”. António Saraiva, representante do comércio sublinhou ainda que “é importante registar que estas boas notícias surgem no seguimento da mobilização e do trabalho conjunto que tem sido desenvolvido pelo comércio e pela produção”. Na reunião do próximo dia 23 (quinta-feira), será definido o quantitativo de mosto generoso autorizado (benefício), para a vindima de 2020. ▪


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Carrazeda de Ansiães

Apresentação da Associação AlmaTua

Requalificação do núcleo urbano de Foz-Tua

O jardim contíguo à Biblioteca Municipal de Carrazeda de Ansiães foi palco, no passado dia 3 de julho, da Apresentação Pública da AlmaTua – Associação para Prevenção & Promoção da Saúde Mental, que com sede no Concelho de Carrazeda de Ansiães, propõe-se a desenvolver respostas descentralizadas, especialmente dirigidas para a região do nordeste transmontano. A Direção é assumida atualmente por Diamantino Santos, Patrícia Preto Gomes e Maria Santos. A equipa clínica é constituída, na sua maioria, por psicólogos clínicos com formações complementares e por um conselho consultivo que contempla professores e investigadores de reconhecida competência nacional e internacional, nomeadamente, Isabel Alberto, Maria do Céu Salvador e António Preto. A conceção gráfica é da autoria do designer José Peneda. Para além da apresentação, realizou-se também a tertúlia “Cuidar de Quem Cuida: A Importância da Saúde Mental dos Cuidadores Familiares”, por Carolina Oliveira. No evento marcou presença o Presidente da Câmara Municipal, João Gonçalves, o Diretor do Centro Distrital da Segurança Social de Bragança, Orlando Vaqueiro e profissionais de saúde mental e física, nomeadamente, a Coordenadora da Unidade de Psicologia da ULSNE, Rita Asseiro; representante da Unidade de Psiquiatria, Joana Raposo Gomes; a Coordenadora da Unidade

O Município de Carrazeda de Ansiães lançou o concurso público para a requalificação do núcleo urbano de Foz-Tua com o objetivo de promover e incrementar o sector do turismo e combater a sazonalidade na procura do concelho, atrair o turismo à aldeia de Foz-Tua, mantendo a população residente atual e atraindo novos residentes. Esta empreitada pretende realizar a requalificação do espaço público de Foz-Tua nomeadamente a requalificação da Av. da Estação e da rua do Douro onde se destaca a execução de passeios, melho-

de Pedopsiquiatria da ULSNE, Elisa Vieira; o Diretor da UCSP de Carrazeda de Ansiães, Marcelino Silva e a Coordenadora da UCSP de Carrazeda e Ansiães, Filipa Ladeiro. A AlmaTua assume a propensão de elaborar protocolos e parecerias, com entidades locais e/ou regionais, públicas e/ou privadas de forma a garantir a acessibilidade de serviços, clínico comunitário, a todos os indivíduos que deles necessitam. ▪

Revisão do Plano Diretor Municipal A autarquia de Carrazeda de Ansiães, em reunião ordinária de 26-06-2020 deliberou no sentido de proceder ao início da Revisão do Plano Diretor Municipal de Carrazeda de Ansiães. Deliberou ainda estabelecer um período de 30 dias úteis, contados a partir de 1707-2020, terminando a 28-08-2020, para participação de formulação de sugestões e apresentação de informações sobre quaisquer questões que possam ser consideradas no âmbito do presente processo de revisão. A participação deverá ocorrer por escrito através de correio electrónico geral@cmca. pt, por via postal ou por entrega pessoal no GAM, dirigidas ao Presidente da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães - Rua Jerónimo Barbosa-5140-077- Carrazeda de

Ansiães, referindo sempre o “assunto” Revisão do Plano Diretor Municipal de Carrazeda de Ansiães. ▪

ramentos nos pisos existentes, construção de muros em xisto, melhoramento das infraestruturas existentes entre muitos outros trabalhos. Será feita uma candidatura ao PROVERE, programa de valorização económica dos produtos endógenos uma vez que este programa tem como objetivo fomentar a competitividade através da dinamização de atividades de base económica inovadoras e alicerçadas na valorização de recursos endógenos, tendencialmente inimitáveis do território. ▪

Município tomou posse administrativa de terreno para ampliação da Área de Acolhimento Empresarial No passado dia 2 de julho, o Município de Carrazeda de Ansiães tomou posse administrativa de 10 parcelas de terreno, situadas na vila de Carrazeda de Ansiães, para efeitos da primeira fase de ampliação da Área de Acolhimento Empresarial, que futuramente se designará por Parque Empresarial. As parcelas adquiridas pelo município têm uma área total de 71. 469m2 e, de acordo com uma peritagem independente, implicarão um investimento de 520.000€. No ato de posse administrativa, em representação do município, esteve o Presidente da Câmara Municipal, acompanhado por duas testemunhas. As obras com as infraestruturas de expan-

são da Área de Acolhimento Empresarial ascenderão a um valor aproximado de 2.000.000€. ▪


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Sernancelhe

Cultura ganha forma de “Es Durante o mês de julho Sernancelhe seria palco do evento SER+Cultura, iniciativa que aliava o património da sede do concelho a um cartaz de música e espetáculos, teatro, exposições, desporto, literatura, multimédia e tasquinhas, este ano, e por força da Covid-19 e das restrições impostas pela Direção Geral de Saúde, o evento foi suspenso. Contudo, a autarquia quis levar a cultura às ruas da vila, tornando-a acessível a todos quantos por lá passem, numa exposição intitulada “Esperança”. Texto e fotos: Carlos Almeida

A inauguração desta exposição coletiva aconteceu no passado dia 10 de julho na presença apenas de elementos da autarquia, artistas e alguns convidados que, mantendo as devidas distâncias a que o momento obriga, percorreram os 11 locais expositivos, num circuito que começa na loja interativa de turismo, guiados pelo vereador da cultura, Armando Mateus, que aproveitou o momento para apresentar as peças em exposição e os artistas responsáveis por cada uma delas. “Quisemos trazer aqui uma esperança, uma esperança que o SER+Cultura já tinha. Obviamente que o SER+Cultura tinha o intuito de revitalizar e dinamizar esta zona histórica, trazer um incremento ao comércio e ao pequeno retalho que existe nesta zona e pensamos, porque não levar isto a toda a vila? Dessa forma fizemos um desafio a todos estes nossos expositores das

6 edições anteriores que criassem uma visão própria, e uma instalação artística, sobre a pandemia e o resultado é este que temos aqui. É o resultado de uma visão muito específica, muito própria mas que eu acredito que traga curiosidade, algum retorno económico e revitalização ao comércio e à hotelaria do nosso concelho. Temos de cumprir as exigência e o plano de saúde, obviamente com isso alargamos esta exposição por um mês ou mais alguns dias caso assim o entendamos, também ela totalmente feita ao ar livre com ponto de partida da loja interativa de turismo, onde tudo é explicado, desde a exposição em si aos cuidados que se devem ter. Junto de cada peça existe também um QR Code que ao ser aberto acedemos a toda a explicação sobre a peça e o artista”. A exposição é composta por várias formas artísticas, desde a fotografia à escultura, passando ainda pela pintura, street art, literatura, arte contemporânea e arte popular. ▪


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Sernancelhe

sperança” em Sernancelhe

> Vereador Armando Mateus na inauguração da Exposição


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Sabrosa

Antiga escola primária de Vilarinho de São Romão vai ser transformada em infraestrutura turística de apoio à visitação O município de Sabrosa vai realizar uma intervenção na antiga escola primária de Vilarinho de S. Romão, em plena estrada municipal 323, transformando-a num Espaço de Apoio à Visitação turística para receber visitantes no território de Sabrosa.

O edifício será transformado numa estrutura de apoio à visitação centrada no acolhimento e na interpretação turística do território,

especialmente vitivinícola e agroturística, estimulando também a economia local e aproveitando o potencial que a requalificação da estrada municipal 323 traz ao mesmo. Aliás, esta obra acontece na sequência das diversas intervenções que esta estrada tem concluídas, e em fase de conclusão, alinhando-se numa estratégia de valorização do potencial da região e, concretamente, do Alto Douro Vinhateiro, e de atração de visitantes a Sabrosa e à região do Douro, assumindo um caráter supramunicipal. Depois da obra de requalificação dos Miradouros, da abertura de um Posto de Informação Turística, e da conclusão da Requalificação dessa via panorâmica, este equipamento virá dotar este troço de mais

uma valência importante nesse sentido. Com data de conclusão prevista para o final de 2021, este novo equipamento irá também permitir receber grupos organizados de visitantes, incentivando o intercâmbio cultural, dinamizando e qualificando o turismo, a partilha de conhecimento, da história e tradições de diversas regiões do país e da europa e, também, o acesso à fruição deste património ímpar por parte de cidadãos que não possuam condições económicas para o fazer, a não ser através de grupos de âmbito educacional, social, cultural, desportivo e recreativo. O novo espaço terá a capacidade de acolher 28 pessoas, apresentando as condições de conforto necessárias e regulamentadas à uti-

lização pretendida, e contempla espaços de receção e acolhimento, e ainda serviços de apoio e divulgação turística. Irá respeitar a estereotomia do edifício atual, demolindo os espaços correspondentes a ampliações posteriores à data da sua construção, efetuando a ampliação estritamente necessária, mantendo a simetria, salvaguardando o carácter histórico e arquitetónico da edificação e o seu enquadramento no aspeto geral. O valor total desta intervenção, com designação da operação de candidatura: Valorização e Dinamização do Edifício Escolar - Espaço de Apoio à Visitação, é de 349.800.00€, cofinanciado através do Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional no valor de 218 390,00€. ▪

Concelho vai ter quatro novos Percursos Pedestres homologados A Câmara Municipal de Sabrosa viu aprovada uma candidatura para a criação de um conjunto de trilhos/ percursos pedestres no concelho de Sabrosa que pressupõe a criação de 4 percursos pedestres espalhados pelo território, designadamente, os trilhos “Nos passos de Torga”, “Castro de Sabrosa”, “A Rota do Volfrâmio” e o “Trilho vinhateiro de Provesende”, sendo que cada um destes percursos tem contemplada a introdução de sinalética dos itinerários turísticos e paisagísticos.

Desta intervenção faz também parte a criação de um Centro de Apoio ao Pedestrianismo, na atual escola primária de Paços, edifício que se encontra neste momento sem utilização e que vai funcionar como um centro de promoção do conhecimento e divulgação do património ambiental e paisagístico do concelho de Sabrosa. Cada um dos trilhos contemplados tem uma temática associada, valorizando o património material e imaterial do território. O trilho “Nos passos de Torga”, funcionará como uma rota de divulgação do Escritor Miguel Torga através do seu percurso literário e de vida, maioritariamente localizado na parte norte do concelho e enfatizado na freguesia e vila de S. Martinho de Anta, local de nascimento do escritor. O “Trilho do Castro de Sabrosa”, será uma Pequena Rota, maioritariamente linear,

Campo da Feira Velha tem novos balneários O Campo da Feira Velha, em Sabrosa, viuse recentemente dotado de novos balneários, neste caso, de estrutura modelar, para fazer face às necessidades há muito tempo identificadas na receção condigna das equipas que recorrentemente utilizam este equipamento desportivo. Os novos balneários são compostos por seis módulos, que comportam quatro balneários, sendo dois deles destinados para atletas, e os outros dois para equipas de arbitragem. Para além da colocação desta estrutura, serão ainda promovidos os arranjos interiores finais do espaço e da área envolvente, que será renovada conforme as neces-

sidades, de forma a facilitar e privilegiar o conforto de todos os intervenientes envolvidos nas atividades desportivas. ▪

com início em São Martinho da Anta e fim na vila de Sabrosa, passando pelo “Castro de Sabrosa”, um povoado fortificado classificado como Local de Interesse Público. Contempladas com um trilho serão também as freguesias de Souto Maior e São Lourenço de Ribapinhão. O trilho “A Rota do Volfrâmio” promoverá as minas e a história do volfrâmio neste território do concelho de Sabrosa, que tiveram em tempos grande importância na sua história. Na parte sul do concelho, e em pleno Alto Douro Vinhateiro, vai ser criado o “Trilho vinhateiro de Provesende”, que se iniciará com um percurso circular pela aldeia vinhateira de Provesende, passando depois pelos vinhedos e miradouros localizados na parte sul do concelho. Durante o mesmo será possível percorrer também grande parte da história do Douro, através

dos socalcos das vinhas e olivais existentes, terminando no cais da foz, junto ao rio douro. Esta candidatura foi aprovada no âmbito da medida de Renovação de Aldeias, da Medida 10 LEADER, operação 10.2.1.6 “Renovação de Aldeias” do Gal Douro Histórico de 2020, com um apoio no valor de 71 257.83€ para um investimento total de 90 208.75€. ▪

Conta de gerência 2019 aprovada por unanimidade na Câmara e Assembleia Municipal A conta de gerência da Câmara Municipal de Sabrosa relativa ao exercício económico de 2019 foi aprovada, por unanimidade, na última Assembleia Municipal, na sequência da aprovação que já havia sido tomada em reunião de Câmara Municipal. Apresentando um excedente orçamental, o menor Prazo Médio de Pagamento Anual de sempre, o maior Resultado Líquido do Exercício de sempre e uma execução orçamental da receita de 92,5%, este exercício transmite e transparece o equilíbrio das contas municipais, sendo também estes

números o reflexo do rigor empregue na gestão da Câmara Municipal por parte do atual executivo municipal. O Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, congratulou-se pela deliberação tomada, referindo que a mesma “é um reforço do reconhecimento do trabalho e do esforço que vem sendo feito em prol do equilíbrio financeiro da Câmara Municipal, que tem sido muito rigoroso de forma a gerir os investimentos necessários no município com a sua saúde financeira.”


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Concursos - Bolsas de Estudo de apoio social e mérito para alunos(as) do ensino superior público O Município de S. João da Pesqueira está a disponibilizar 20 Bolsas de Estudo de Apoio Social para o ano letivo 2020/2021, aos (às) alunos (as) residentes no concelho de São João da Pesqueira que frequentem estabelecimentos de ensino superior público com aproveitamento escolar e que integrem agregados familiares economicamente desfavorecidos. As inscrições devem ser efetuadas a partir do dia 1 de outubro, no entanto e de forma a tornar o processo de análise mais célere, poderão começar já reunir a informação solicitada de forma a cumprirem o prazos do concurso.

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São João da Pesqueira

As candidaturas devem ser entregues em encadernação inviolável, em modelo argola trancada dos documentos solicitados no Balcão Único de Atendimento da Câmara Municipal (Horário: 09h00 > 12h30 | 14h00 > 17h30), a partir da data mencionada. Para além das Bolsas de Estudo de Apoio Social, a autarquia, também vai atribuir 5 Bolsas de Estudo por Mérito relativas ao ano letivo cessante 2019/2020, destinadas aos (às) alunos (as) do Ensino Superior Público. A apresentação destas candidaturas decorre de 1 a 21 de setembro de 2020. Mais informações em www.sjpesqueira.pt ▪

Projeto CLDS 4G aprovado para o concelho Numa perspetiva de continuidade do trabalho de intervenção social desenvolvido nas gerações anteriores no concelho de S. João da Pesqueira, a Câmara Municipal promove uma vez mais o programa CLDS (Contrato Local de Desenvolvimento Social), designado por PI+PA (Promover e Inovar Mais Perto do Amanhã). A Entidade Coordenadora é o Centro Social e Paroquial de Trevões, que abraça novamente este

projeto com a duração de 36 meses e que iniciou atividade no dia 1 de julho. O plano de ação deste projeto contempla dois eixos de intervenção, o Eixo 1: Emprego, formação e qualificação e o Eixo 2: Intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil. A promoção da inclusão social, bem como o combate a situações de vulnerabilidade, estão presentes nas máximas de trabalho do

PI+PA 4G, pretendendo concentrar a intervenção nos grupos populacionais que evidenciam fragilidades mais significativas. A equipa técnica que constitui o PI+PA 4G é pautada pela multidisciplinariedade, dedicação e dinamismo, com a pretensão de possibilitar uma melhoria significativa das condições de vida, de acordo com os problemas identificados na comunidade. ▪

Exposição – Nove Meses de Inverno e 3 de Inferno Inauguração da Exposição "Nove Meses de Inverno e Três de Inferno" no Museu do Vinho de S. João da Pesqueira. Produzida pelo Museu do Douro, a exposição de fotografia que é "uma reflexão sobre a condição humana assente sobre três vértices: a relação com a Terra, a Fé e o Progresso" chega esta sexta-feira ao Museu do Vinho de S. João da Pesqueira. Tomando partido numa expressão popular oriunda do Douro e Trás-osMontes, o trabalho do fotógrafo João Pedro Marnoto relata uma viagem, num processo de procura e redenção pessoal. Refletindo sobre as “gentes enraizadas na terra que lhe sustenta a fome e devotas na fé que lhes aponta aos céus”, é uma abordagem sobre a contemporaneidade partindo de uma premissa e perspetiva do espaço

rural. O projeto, que começou a desenharse em 2006 e que foi concluído com o apoio do Museu do Douro, é cons-

tituído por uma série fotográfica, um filme e uma publicação. A exposição "Nove Meses de Inverno e Três de Inferno" estará patente na

Sala de Exposições Temporárias do Museu do Vinho de S. João da Pesqueira entre os dias 24 de julho e 30 de setembro de 2020. ▪


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Fátima Lopes: “Se tivesse que criar uma moda para o Douro iria inspirar-me na natureza e tentar fazer justiça à sua beleza deslumbrante.”

FOTO: DR

Entrevista Texto: André Rubim Rangel

Como madeirense, que é, sempre sentiu que “a Madeira é um jardim” ou nem sempre é assim? A Madeira é um Jardim, sempre. Eu saí da Madeira porque tinha ambições demasiado grandes para a dimensão da ilha, mas a Madeira é e será sempre o meu «porto seguro». Há algumas personalidades naturais da ilha e, normalmente, acabam por singrar fora dela. Para si, a que se deve tal realidade? Falta de condições e de mercado de trabalho? As pessoas que saem da sua terra, seja a Madeira ou outra qualquer, são por natureza aventureiras e trabalhadoras. É normal que quem tenha uma personalidade forte e coragem para deixar tudo e ir à luta fora, tenha grandes probabilidades de vencer onde quer que seja. Antes de enveredar definitivamente pela moda, foi guia turística e agente de viagens. O que recorda de mais interessante, nesse período, e até de mais caricato durante alguma visita guiada? Foram anos de aprendizagem, diria até uma escola de vida. Comecei a viajar pelo mundo aos 19 anos, muitas vezes responsável por grupos de muitas dezenas de pessoas, numa época em que não havia internet, telemóveis, etc.. Eram o espírito de sobrevivência e a capacidade de liderança que tinham que prevalecer. E que ideias tem sobre o Turismo atual? Como irá ele dar a volta a esta crise gerada pela pandemia? Vivemos momentos óbvios de catástrofe. O nosso país depende demasiado do turismo e ninguém tem a solução nas mãos. Quero acreditar que haverá bonança a seguir à tempestade, mas não será fácil nem imediata. Sendo este um jornal do Douro, como vê e sente esta região? O que evidencia nela? O Douro é uma região fabulosa, que tem os mesmos problemas quanto ao resto do país. Necessita da retoma mundial para voltar a ser o que era nos tempos anteriores à pandemia. Se tivesse de criar uma moda própria, um conceito específico de design inspirado e destinado ao Douro, o que seria? E de que modo o faria? Eu vejo o país como um todo. Não seria muito diferente do que faço habitualmente: iria inspirar-me na natureza e tentar fazer justiça à sua beleza deslumbrante. Entende que a moda é como o turismo, no


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Entrevista FOTO: DR

facto de serem sazonais e de não serem para todos os gostos, ou não é bem assim? Acredito que sim. E, sobretudo, há espaço para a pluralidade dos gostos. No seu rol de clientes e aquisição de trabalhos, possui alguns projetos especiais? Sim. No meu atelier considero termos conseguido algumas parcerias surpreendentes e conquistas especiais, com peças e conjuntos por mim desenhados. Nomeadamente com: a atriz e cantora inglesa Jane Birkin, que desde 2002 usa um vestido vermelho em todos os seus espetáculos; o Conrad Hotel Quinta do Lago, com a minha marca em todos os seus uniformes desde a sua abertura (em 2013); e a criação das roupas oficiais, bem como a imagem corporativa, tanto da Seleção Nacional de Futebol como da equipa do S.L.Benfica.

Podemos dizer que o último ano foi peculiar para si? Depois de, em 2018, ter consolidado a sua marca em todos os even-

tos de moda habituais e importantes. Sim, sem dúvida. Recebi o prémio «5 Estrelas» pelo quarto ano consecutivo, concedido pelo público como “Personalidade da Moda”. E, depois, comemorei a minha 20.ª presença como estilista na Paris Fashion Week. A única portuguesa a conseguir esta proeza. Nessa sequência, e também em França, recebi um prémio de reconhecimento do Institut du Monde Lusophone. Por vezes, repara-se – nos desfiles de FOTO: DR

A última década foi também de inovação para si, ao criar outros produtos que não apenas roupas, sendo que a sua marca «Fátima Lopes» já tem mais de 25 anos de existência… Exatamente. Em 2013, lancei a minha primeira fragância, chamada Be Mine (= seja meu). E criei o conceito e a imagem, enquanto Aurélien Guichard, da Givaudan, desenvolveu o perfume. Sendo ele intensamente elegante, único e sensual. Já em 2015, desenvolvi a minha primeira coleção comercial de sapatos com duas linhas: uma mais sofisticada e outra mais casual. Foi apresentada na Torre Eiffel.

moda – em determinados conjuntos e adereços que parecem muito vanguardistas e, até, nada práticos de usar e com falta de bom-gosto, apesar dos gostos serem relativos. Concorda? Porquê? Os desfiles pretendem mostrar o lado artístico das coleções, são quase sempre o reflexo da personalidade do criador e, muitas vezes, não têm muita preocupação com o lado comercial. Sendo a arte subjetiva, nunca comento o bom ou mau gosto: acho que há lugar para tudo e todos.

me superar a mim própria. Considera positivo, por exemplo, as cores selecionadas imperarem na moda em cada estação e ainda haver sexismos de algumas marcas relativamente a elas (por ex., no lilás)? Eu nunca segui regras: faço a moda que me apetece e acho que vivemos a era mais democrática, em termos de moda, de sempre. Não há ditaduras de moda hoje em dia, há literalmente um carácter inclusivo e abrangente.

Na sua visão qual o sentido correto da moda: esse que referi - apenas para chamar a atenção, roçando o poroso - ou tem uma função estética, elegante e clássica, que qualquer pessoa pode usar sem ser “olhada de lado” na rua? É preciso entender os dois lados da moda: o artístico e o comercial. Há criadores para todos os gostos, o que agrada a uns pode não agradar a outros. Não têm forçosamente que ser entre bom ou mau. Importante é cada pessoa perceber com que estilo se identifica e sentir-se bem na sua pele.

A nível da covid, a que ponto foi afetada a área da moda, suas criações e negócios? E de que modo pode ela ajudar/contribuir significativamente no combate à pandemia? A moda, como todas as áreas, claramente foi e continuará a ser afetada por um tempo indeterminado. Cada um faz o que pode, tentando sobreviver, esperando por melhores tempos.

Acha que já foi inventado de tudo na moda ou falta ainda alguma tendência que poderá surpreender? Se sim, o quê? A criatividade não tem limites, todas as coleções terão sempre modelos diferentes, pensados para surpreender. A moda é uma das profissões criativas mais difíceis, porque uma coleção só vive seis meses e, logo a seguir, é preciso fazer mais e melhor. No meu caso, sempre com o objetivo de

Com tudo o que estamos a passar e a viver, seja desencadeado pelo vírus ou não, o que a preocupa mais nas aflições humanas e dificuldades infligidas? Vivemos uma crise mundial de várias dimensões. Apesar de ser muito otimista, a realidade é obviamente preocupante. Que mensagem final e motivational deseja deixar aos nossos leitores? Nos momentos de dificuldade devemos unir-nos. Vamos consumir o que é nacional, a todos os níveis, e ajudar a reerguer o nosso país. ▪


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Armamar

Ginásio retoma aulas de grupo O Ginásio, serviço integrado no complexo das Piscinas Municipais, retomou parcialmente a atividade no passado dia 14 de julho. Foram retomadas apenas as aulas de grupo, com algumas condicionantes de forma a garantir o cumprimento das normas de segurança e higiene definidas pelas autoridades de saúde. A marcação nas aulas é obrigatória e deve ser feita pelo telefone 254 850 800 (Câmara Municipal) no próprio dia entre as 9:30 e as 16 horas. Os balneários não vão funcionar, pelo que os interessados devem apresentar-se já equipados. Duran-

te os exercícios, realizados ao ar livre, não é necessário o uso de máscara, estando também garantidas as distâncias de segurança. O número máximo de participantes é 10 elementos por aula, exceto a Caminhada que é de 15. A Autarquia procura assim minimizar os constrangimentos causados pela pandemia do Covid-19. O serviço é retomado porque se encontrou uma solução que permite a prática desportiva, sem prejudicar a salvaguarda da saúde de todos os envolvidos. O horário das aulas pode ser consultado na página do município na Internet. ▪

"Há Bola na Escola" de Armamar “Há Bola na Escola” é o nome do projeto da Associação de Futebol de Viseu que agora chega às escolas de Armamar. O objetivo é o de fomentar a prática de futebol e futsal junto dos alunos do primeiro ciclo do ensino básico. Para implementar a iniciativa foi celebrado um protocolo de colaboração entre a Autarquia, a Associação de Futebol de Viseu e o Agrupamento de Escolas local. Pretende-se assim “ope-

racionalizar e promover o reforço de cooperação cultural, desportiva e humana entre as instituições, facultando e incrementando o processo de ensino/aprendizagem do Futebol e Futsal a todos os agentes desportivos, atletas e interessados”. Armamar junta-se aos municípios de Cinfães, Tabuaço e Tarouca, entre outros, num total de mais de 2600 alunos de 40 escolas. ▪

Obras na Rua do Outeiro já arrancaram As obras de requalificação do espaço público da Rua do Outeiro em Armamar arrancaram no passado dia 20 de julho, segunda-feira. A intervenção visa a melhoria das infraestruturas de redes de águas, águas residuais, elétricas e de telecomunicações, bem como a repavimentação. O investimento de quase 158 mil eu-

ros é financiado pelo FEDER, no âmbito do PO NORTE 2020, a uma taxa de 85 por cento. A rua do Outeiro é uma das artérias mais antigas da Vila de Armamar, caracterizada por um povoamento denso e implantada numa elevação que lhe confere características urbanas e paisagísticas muito próprias. ▪


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VIVADOURO

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Reportagem

Cooperativas durienses em destaque no De forma a assinalar o Dia Internacional das Cooperativas, a CASES, Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, lançou um estudo que compila as 100 maiores cooperativas nacionais. Texto: Carlos Almeida

Para a elaboração deste ranking, a métrica utilizada foi o volume de negócios relativamente ao ano de 2018, com destaque para algumas cooperativas da região do Douro, essencialmente ligadas ao setor vitivinícola. Em 35º lugar encontra-se a Adega Cooperativa de Favaios com um volume de negócios de 14.100.645,25€. Apenas quatro lugares abaixo, em 40º, surge a Adega Cooperativa de Vila Real, Caves Vale do Corgo, com 12.900.129,01€. A meio da tabela, na 50ª posição, com um volume de negócios de 10.682.847,04€, está

a Cooperativa Agrícola do Távora. Já abaixo dos 10M€, na 69ª posição deste ranking encontramos a Adega Cooperativa de Freixo de Espada à Cinta que apresentou um total de 8.351.178,21€ de volume de negócio. Já no último quarto desta tabela surgem ainda duas cooperativas da região, a Cooperativa de Viticultores e Olivicultores de Freixo de Numão (78ª) com um volume de 7.420.308,51€ e a Adega Cooperativa de Murça (98ª) que reportou 5.625.209,83€ de volume de negócios. A lista das 100 maiores Cooperativas de 2018 é composta por entidades de 8 Ramos Cooperativos, sendo de salientar aqueles que neste ano aumentaram a sua representatividade face a 2017, nomeadamente, o Ramo de Serviços e o Ramo de Ensino (mais uma unidade cada). O Ramo Agrícola continua, face a

2017, a ser o que maior representatividade assume neste ranking, seguindo-se o Ramo de Comercialização que também continua relativamente expressivo, embora seja de notar que ambos decresceram uma unidade. Face a 2017 o Ramo de Solidariedade Social deixou de estar presente no conjunto das 100 maiores, mas, em contrapartida, o Ramo de Habitação e Construção passou a estar representado. O VivaDouro esteve à conversa com os responsáveis de diferentes cooperativas da região tentando perceber a importância deste setor na região e quais os desafios futuros para o corporativismo.

zar. O objetivo é termos um azeite de excelente qualidade, não é por acaso que toda a nossa produção é vendida, mesmo este ano com todos os problemas que são conhecidos, neste momento não temos mais azeite para vender. Se não existisse a cooperativa os olivicultores teriam dificuldade em escoar o seu azeite. Para o futuro o nosso objetivo é arranjar clientes fora do país, temos clientes nacionais que são importantes mas vendemos o nosso azeite a custos mais elevados para aumentar o rendimento e poder pagar melhor ao olivicultor. Atualmente estamos a vender quase 50% da nossa produção para a Áustria, através de uma parceria que temos com o chef Thomas Egger que o vende com a sua assinatura. É um país com poder económico e que aprecia o nosso azeite e isso para nós é muito importante.

José Manuel Amaral – Cooperativa do Azeite de Tabuaço

Todas as cooperativas são importantes. Falando mais concretamente daquela a que estou ligado, é a única ligada à olivicultura no concelho de Tabuaço, onde não há, inclusivamente, nenhum lagar privado, portanto, se não fossemos nós seria complicado para os olivicultores ter onde fazer o seu azeite. A cooperativa mudou o seu método de funcionamento, se antes trabalhávamos quase como um lagar privado onde o olivicultor vinha com a azeitona e levava o seu azeite, agora funcionamos no sistema de tulha única, diariamente o olivicultor apanha a azeitona e trá-la para nós para a laborarmos, tal como funcionam as adegas de vinho. Neste caso nós ficamos com todo o azeite produzido nas nossas instalações para o comerciali-

Mário Monteiro – Adega Cooperativa de Favaios

O papel da nossa adega cooperativa é grande, é fundamental para os viticultores de Favaios e alguns de Sanfins, Alijó, Presandães e lamentamos não ter capacidade neste momento para sermos a adega dos

agricultores de todo o concelho. O nosso objetivo no futuro é esse, sermos a cooperativa dos agricultores do concelho de Alijó. Sentimos que numa cooperativa os agricultores estão melhor defendidos. Eu sou adepto das leis do mercado a funcionar, não sou adepto do estado intervencionista mas, neste tipo de agricultura, na nossa viticultura em que somos todos muito pequenos ou médios, há apenas meia dúzia de agricultores grandes, funciona muito melhor uma cooperativa, defendendo melhor os interesses dos pequenos e médios. Se não fosse a existência da Adega Cooperativa de Favaios as coisas neste planalto correriam bem pior para nós agricultores, estariam os grandes mais ou menos bem mas os restantes estariam mal. Toda a gente está no negócio para ganhar dinheiro, uma vez que somos muitos pequenos e médios, e com uma cooperativa a funcionar bem como a nossa, podemos defender os interesses dos nossos agricultores que também têm que ter a noção que têm que defender os interesses da adega. Há obrigações que têm que cumprir para termos uma cooperativa forte. Nós procuramos beneficiar a aldeia vinhateira de Favaios, apesar de já ser vila continuamos a designar como aldeia vinhateira. Favaios é o guarda-chuva e debaixo desse nome temos muitas coisas, desde a adega, à enoteca, ou o museu. Em breve teremos também um restaurante e contamos aumentar a adega, tudo isto debaixo do mesmo nome. É evidente que se Favaios estiver bem, também o concelho de Alijó vai estar. A médio/longo prazo temos a ambição de ser a cooperativa de todos aqueles agricultores que queiram pertencer à Adega Cooperativa de Favaios. Queremos também ter uma participação cada vez mais forte no enoturismo, uma área em que cada vez apostamos mais. Outro dos nossos objetivos é alargar a nossa produção, para lá dos moscatéis e porto, apostando em outros vinhos tranquilos e nos espumantes.


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Se há região em que faz sentido haver cooperativas é aqui no Douro porque nesta região, 80% das explorações são de pequena dimensão. No caso da nossa adega, 90% dos nossos associados tem menos de 1 hectare de vinha. Só juntos, criando escala, é que é possível ter um negócio rentável, uma coisa é cada um deles vender 1 pipa ou nós vendermos 4 mil pipas de em conjunto. Termos a marca Fernão Magalhães é muito importante, desde logo porque é uma figura mundial e porque para nós é um orgulho sendo ele daqui de Sabrosa. É uma marca que nos faz estar presentes em muitos sítios que de outra forma não seria possível, por exemplo, a Câmara Municipal de Lisboa compra-nos vinho para oferecer a entidades em visitas oficiais. O desafio para o futuro é o mesmo de sempre, continuar a modernização acompanhando os privados que têm grande força. As cooperativas têm que funcionar cada vez mais como empresas porque a concorrência é terrível. Quando aqui cheguei o vinho que produzíamos era praticamente todo para Vinho do Porto e o restante para queimar, para fazer aguardentes, ou vendido a granel, não havia a preocupação de criar marcas, etc. Hoje em dia é impossível pensar assim ou fechamos portas como aconteceu a muitas. Temos que pensar na exportação, ir ao encontro do que o consumidor gosta, e tudo isso custa dinheiro, não podemos pensar em apenas dividir os lucros pelos sócios, temos que ir adquirindo novas máquinas, marcar presença em feiras e tudo isso custa dinheiro. Usamos outras ferramen-

tas para ajudar os nossos sócios dando-lhes apoio ao seu negócio, muitos deles até nos entregam as senhas das finanças para que os ajudemos a tratar de todas as questões legais, faz parte das nossas funções prestar esse apoio.

José Ângelo Pinto – Coopenela – Cooperativa Agrícola de Penela da Beira A “Coopenela” está sediada em Penela da Beira, Penedono, mas a sua zona geográfica de produção engloba todo o território Nacional Continental, sendo uma Organização de Produtores de Frutos de Casca Rija (OPFCR) e uma Organização de Produtores Florestal (OPF). No âmbito da OPFCR, são realizadas visitas ás explorações agrícolas dos associados, destacando-se as visitas iniciais para novos associados e ou novas explorações, as visitas de acompanhamento e aconselhamento agrícola, a monitorização dos estados fenológicos e do desenvolvimento da maturação dos frutos, bem como os trabalhos a desenvolver sobre os problemas sanitários dos pomares dos sócios, com incidência na informação e formação da luta biológica e biotécnica contra as pragas e bichados das

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Reportagem

TOP 100 nacional

José Gouveia e Celeste Marques – Adega Cooperativa de Sabrosa

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culturas, acompanhados do registo de dados e elaboração de relatórios individuais e globais. Ainda neste âmbito, a Coopenela realiza as candidaturas dos produtores aos apoios ao rendimento e o desenvolvimento de inquéritos sobre as explorações individuais e respetiva produção. Na luta contra as pragas e doenças, destaca-se o protocolo estabelecido com a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Bragança (ESA-IPB), para o alargamento da aplicação do fungo hipo-virulento “Dictis” a um maior número de soutos, no âmbito de combate contra o cancro do castanheiro e o forte apoio ao programa nacional de controlo e monitorização da infestação da vespa das galhas (Dryocosmus kuriphilus) que é de res-

ponsabilidade da RefCast – Associação Portuguesa da Castanha. A Coopenela é certificada em HACCP/ BRC, visando as melhores práticas e procedimentos nos processos de manuseamento de produtos agroalimentares internos e desenvolve e apoia os esforços dos produtores para a adesão à certificação individual em Global-GAP. A Coopenela está envolvida em mais de uma dúzia de projetos de aplicação agrícola e de investigação, procurando sempre estar na vanguarda da tecnologia par melhorar o apoio que presta aos seus associados. A Coopenela está também inserida numa parceria com a Confagri e mais 100 entidades no projeto de aconselhamento agrícola e florestal designado SAAF. A gestão da ESF - equipa de Sapadores Florestais da Coopenela constitui a principal atividade da Organização de Produtores Florestais (OPF), den-

tro dos compromissos assumidos na candidatura ao Fundo Florestal Permanente (FFP) e no cumprimento das solicitações coordenadas pelo Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas. Esta é uma equipa de excelência, que têm vindo a ser fortemente reconhecida pela comunidade e pelos clientes. Consciente da necessidade de intervenções cada vez mais profissionais, a Coopenela criou recentemente uma equipa de intervenção agrícola, fortemente especializada no souto e em castanheiros e que foi munida dos mais modernos recursos para poder intervir com sucesso nas parcelas dos agricultores. A área que designamos por gestão operacional inclui 4 sub-áreas ou seções. São elas a financeira, a comercial, o marketing e comunicação e a administrativa. A pandemia provocada pelo novo Corona Virus, o COVID 19 e pelos impactos diretos provocados pela doença e pelos impactos económicos resultantes afetou significativamente o trabalho desenvolvido pela Cooperativa. De facto, as consequências da pandemia, expostas nas previsões dos resultados futuros e que são do domínio público (baixa no PIB, diminuição da procura de produtos gourmet, desemprego e falta de poder de compra) levam a que olhemos para o futuro próximo com preocupação e com muito cuidado. Os produtos comercializados pela Coopenela, especialmente a noz e a amêndoa, sofreram já diminuições de preço muito significativas, que só agora estabilizaram e que iremos ver como vão evoluir. Exportando a Coopenela 96% dos seus produtos para os mercados mais afetados pelo COVID 19, nomeadamente a Itália e a França, torna-se impossível prever a manutenção desses mercados que valorizam mais e melhor os produtos, pelo que se pode vir a revelar necessário explorar novos mercados e novos clientes, num esforço comercial adicional muito significativo e que vai ser difícil de gerir e de manter. Uma coisa é certa, a Coopenela continuará a ser reconhecida como a instituição que mais valoriza os produtos do agricultor produtor de frutos de casca rija. ▪


Eduardo Pedroso

Responsável pelas Estatísticas e Base de Dados da CASES

Filipa Farelo

Coordenadora das Relações Institucionais da Cases Resultado das 100 maiores Cooperativas de 2018 Dando continuidade a uma prática iniciada pelo anterior INSCOOP, e no cumprimento das suas atribuições, a CASES divulgou no passado dia 3 de julho, no nº 9 da revista digital da CASES, “Leituras & Debates”, o ranking das 100 maiores Cooperativas de 2018 (bem como das 20 maiores Cooperativas de Crédito e as 5 maiores por Ramo), o que coincidiu com a véspera do dia internacional das cooperativas celebrado mundialmente. Os resultados desta publicação permitem dar visibilidade a um sector extremamente relevante para o País e à atividade de Cooperativas que empenhadamente dão resposta às necessidades da população. Nesse sentido, e abordando alguns desses resultados, observa-se que a lista das 100 maiores Cooperativas apresentada é composta por entidades de oito Ramos Cooperativos, revelando a diversidade de atividades desenvolvidas por este sector em Portugal. De salientar o Ramo Agrícola e o de Comercialização que, à semelhança da listagem de 2017, continuam a ser os que maior representatividade assumem neste ranking. Geograficamente, estas cooperativas apenas estão ausentes em um Distrito, estando, em particular, concentradas em Lisboa, Porto e Coimbra onde se encontram sediadas 44,0% destas organizações, tendo sido o distrito do Porto o que mais aumentou em número de Cooperativas. Em 2018, as 100 maiores geraram um Volume de Negócios global de cerca de € 2,32 mil milhões de euros, o que representa um aumento nominal de 4,8% face ao ano anterior. O Ramo Agrícola é responsável por mais de metade do Volume de Negócios total e o Ramo de Comercialização por um terço. Registou-se uma evolução igualmente favorável em relação ao Emprego gerado, tendo sido o número de trabalhadores de 7 483, mais 5,2% que em 2017. Também neste âmbito o Ramo Agrícola tem um peso preponderante, tendo gerado 44,9% dos postos de trabalho em análise, seguindo-se o Ramo do Ensino (36,1%). Outro conjunto de resultados interessantes parte de uma das novidades inseridas neste relatório, nomeadamente, a análise do contributo das 100 maiores para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), em particular para o ODS 8 – Promover o crescimento económico inclusivo e sustentável, o emprego pleno e produtivo e o trabalho digno para todos. O enfoque neste ODS relaciona-se em particular com o facto de este ser um dos objetivos que mais impacto tem na concretização dos restantes pois, embora o ODS 8 seja um entre 17 objetivos, por estar intimamente interconectado com várias necessidades económicas, sociais e ambientais, é ao mesmo tempo um pré requisito transversal para alcançar muitas das metas da Agenda 2030. Nesse sentido, considerando algumas das metas de sustentabilidade, no âmbito do emprego feminino, 48,4% do total de trabalhadores do conjunto das 100 maiores Cooperativas que disponibilizaram informação de género (96 em 100) são mulheres. Esta proporção é inferior à registada pelo Inquérito ao Sector da Economia Social de 2018 para o Sector Cooperativo (55,4%), porém, surge alinhada com a verificada em 2018 na economia Portuguesa dado que nesse ano 48,9% da população empregada era do sexo feminino. A participação feminina surge assim quase em paridade, contudo importa relevar que a mesma varia em função da Cooperativa e da atividade que desempenha. A taxa de participação feminina nos órgãos de Administração das Cooperativas consiste noutra forma de observar a inclusão feminina no mercado de trabalho, não só se relacionando com o ODS 8, mas também estando intimamente ligado ao ODS 5 - Alcançar a igualdade de género e empoderar todas as mulheres e raparigas, e à sua meta de garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão. Deste modo, observa-se que apenas 8,2% dos membros dos órgãos de Administração das 100 maiores Cooperativas são mulheres, sendo que 78% das Cooperativas listadas não possuem mulheres nos seus órgãos de administração. Este valor fica assim muito abaixo dos apontados pelo Inquérito ao Sector da Economia Social de 2018 para o Sector Cooperativo (22,4% mulheres em órgãos executivos e 19,1% de mulheres dirigentes de topo). Importa, contudo, notar que a proporção de mulheres em cargos de chefia em 2018 em Portugal, calculada pelo INE para acompanhar os progressos realizados no âmbito dos ODS da Agenda 2030, era de apenas 2,3%, pelo que, apesar de reduzido, o contributo geral das 100 maiores Cooperativas de 2018 para uma maior participação feminina é ainda assim superior ao nacional. Quanto à meta de reduzir substancialmente a proporção de jovens sem emprego, educação ou formação, observa-se que de acordo com a informação disponibilizada por 97 das 100 Maiores Cooperativas de 2018, 3,8% dos trabalhadores são jovens entre 15 e 24 anos, o que representa um pouco mais de metade do registado em 2018 na economia nacional onde se terá verificado que 6,4% da população empregada tinha entre 15 a 24 anos. Contudo, individualmente, um grande conjunto de Cooperativas não tem nenhum trabalhador com menos de 24 anos. Já o número de trabalhadores entre 25 e 34 anos é quase quatro vezes superior à do grupo etário entre 15 a 24 anos – 15,0% - o que significa que 18,8% dos trabalhadores das 100 maiores Cooperativas têm menos de 35 anos o que é extremamente relevante atendendo às características da população ativa e do sistema educacional em Portugal. Por último, para a concretização de um ambiente de trabalho seguro e protegido, observa-se que, em 99 Cooperativas que forneceram informação, 72,7% dos seus trabalhadores têm um contrato sem termo, o que é próximo da percentagem nacional de 78,0% em 2018. De facto, neste âmbito o contributo das 100 maiores é muito positivo, verificando-se que mais de metade das Cooperativas apresentam um peso do número de trabalhadores com contratos sem termo superior a 80%. Importa notar que existem diversas ações que podem ser adotadas para garantir emprego pleno e produtivo e trabalho digno para todos. Com efeito, a luta pela igualdade de condições e oportunidades no mercado de trabalho faz parte de um conjunto mais amplo de ações de combate à discriminação contra trabalhadores que vão além do género ou da idade, incluindo também, e por exemplo, a discriminação com base em raça, origem étnica, religião, deficiência e orientação sexual. Ademais, existem outras metas de desenvolvimento sustentável para as quais as Cooperativas podem contribuir (e em muitos casos já contribuem) que não estão relacionadas com a dimensão trabalho. Assim, salienta-se que os indicadores retratados não esgotam o âmbito bastante alargado dos ODS, nem os contributos que as Cooperativas já dão para a satisfação destas metas ambiciosas. Para consultar estes e outros resultados do Relatório das 100 Maiores Cooperativas (2018) o mesmo poderá ser encontrado no site da CASES em: www.cases.pt/estatisticas-da-economia-social/


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Já iniciou o Projeto CLDS 4G Penedono Ajuda No passado dia 1 de julho de 2020, o Contrato Local de Desenvolvimento Social quarta geração (CLDS 4G) de Penedono, procedeu à sua sessão de abertura no Cine-Fórum de Penedono. Nesta sessão, presidida pelo diretor do projeto, Ângelo Pinto, estiveram presentes os diversos agentes locais. O presente projeto designa-se “Penedono Ajuda” e contempla 3 eixos de intervenção nomeadamente, o eixo 1 referente ao emprego, formação e qualificação, o eixo 2 relativo à intervenção familiar e parental, preventiva da pobreza infantil e por último, o eixo 3 alusivo à promoção do envelhecimento ativo e apoio à população idosa. O plano de ação do CLDS 4G de Penedono – Penedono Ajuda detém um total de 26 atividades divididas pelos três eixos de intervenção supramencionados. A área de intervenção abrange o concelho de Penedono e as suas respetivas 7 freguesias, sendo o seu período de duração de 36 meses. A Santa Casa da Misericór-

dia de Penela da Beira revela-se a Entidade Coordenadora Local da Parceria (ECLP), contando com o apoio da Câmara Municipal de Penedono. A equipa técnica que integra o CLDS 4G de Penedono – Penedono Ajuda é uma equipa multidisciplinar, constituída por um técnico superior de desporto, uma técnica superior de serviço social, uma técnica superior de educação social, contando ainda com a coordenação de uma técnica superior de gestão. Os técnicos encontram-se motivados na sua intervenção, tendo como objetivo criar parcerias institucionais de modo a potencializar o seu slogan “Penedono Ajuda”. Pretende ser assim um projeto focado no trabalho de parceria e complementaridade de modo a suprir as necessidades existentes no concelho de Penedono. O Programa CLDS-4G é financiado por fundos estruturais em conformidade com a legislação nacional e europeia aplicável, designadamente pelo Fundo Social Europeu (FSE). ▪


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Opinião António Fontaínhas Fernandes Reitor da UTAD

Este ano é permitido o acesso ao ensino superior de estudantes dos cursos profissionais e artísticos, tendo sido disponibilizadas mais de 2300 vagas, de Norte a Sul do país. A UTAD oferece vagas em áreas estratégicas para a Região do Douro, como são os casos dos cursos da área das ciências agrárias e do ambiente.

Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)

Uma região vitivinícola afirma-se pela qualidade dos seus vinhos, pela expectativa que o consumidor traz de experiências anteriores, pela ausência de incidentes que ecoem problemas qualitativos. A Região Demarcada do Douro tem a fama ancestral de produzir bons vinhos. Disso sabem os consumidores que lhes são fiéis, seja no mercado nacional, seja nos mercados de exportação. O reconhecimento de um produto além-fronteiras é o passo inicial de uma corrente de mercado que se pretende promissora, que pode ser bem sucedida se houver a afirmação manifesta do rigor com que o produto é originado, se efetivamente é proveniente de determinada região, se as práticas

Paula Santos Secretária Técnica do Norte 2020

O Acordo de Parceria do Portugal 2020 prevê que seja potenciada a experiência de ciclos de programação anteriores na promoção de abordagens integradas, promovidas pelas comunidades locais, com especial destaque para a abordagem LEADER. Constituíram-se, assim, Grupos de Ação Local (GAL) – consórcios de um conjunto alargado de parceiros liderados por uma associação de desenvolvimento ou uma entidade intermunicipal –, que têm tido um contributo determinante na aplicação dos apoios europeus no quadro 2014-

Aposta no acesso de alunos do profissional ao ensino superior Os candidatos devem realizar os exames específicos na UTAD no próximo dia 24 de julho, embora também possam ser realizados nas instalações dos Institutos Politécnicos do Porto, Cávado e Ave, Viana do Castelo e de Bragança. Na realidade, o jovem pode fazer o exame numa instituição e depois candidatar-se a qualquer outra que ofereça vagas específicas, devendo a candidatura ser oficializada no site da Direção Geral do Ensino Superior. Esta nova via de ingresso no Ensino Superior permite o alargamento da base social de recrutamento de jovens e, deste modo,

será possível aumentar o nível de qualificação e competências da população portuguesa. É fundamental garantir que mais jovens, depois de concluírem o secundário, continuem a estudar. Portugal deve manter o objetivo de atingir a meta europeia de qualificação da população, quantificada pela percentagem de adultos com ensino superior. O aumento da qualificação dos jovens é fundamental para o desenvolvimento das regiões e, neste domínio, as autarquias podem ter um papel determinante. As autarquias do Douro que possuem Es-

colas Profissionais podem apoiar os jovens do seu concelho a ingressar na UTAD. E a UTAD pode direcionar estes jovens para efetuar estudos finais de curso, que sejam do interesse das autarquias e que contribuam para o cumprimento do plano estratégico da autarquia. Já do Governo, espera-se mais ambição para as políticas de ensino superior, com objetivos claros, no que respeita ao acesso ao ensino superior, ao apoio social e às condições de vida dos estudantes.

A certificação das denominações de origem enológicas são as consagradas, se não houve adulterações no seu muitas vezes longo percurso comercial. À medida que o comércio internacional ganhou expressão, deixou de se poder contar como conhecimento direto da origem, muitas vezes do conhecimento pessoal do produtor, e passou a ter que se garantir, à distância, que todo esse rigor de produção era seguido, para tal, sobrepondo à garantia da marca com que o produto é identificado, uma marca coletiva. Para a Região Demarcada do Douro, entendeu o Estado português dever confiar tal tarefa de certificação a um instituto público, concretamente ao Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P, sucessor do Instituto do Vinho do Porto que desde 1933 certificava a origem Porto. O procedimento muito complexo de certificação tem as suas regras bem definidas num caderno de especificações que enquadra todas as matérias inerentes à produção dos

vinhos a certificar, há que velar para que as mesmas sejam escrupulosamente cumpridas, conforme dita uma legislação que, no caso do Porto, emana de regras definidas há muitos e muitos anos. Garantir para todos os mercados, sem exceção, que os fundamentos e as práticas consignadas para uma denominação de origem são cumpridos exige que se crie um complexo mecanismo encadeado de observância de regras, a que se chama “acreditação”. Em termos simplistas, uma acreditação pressupõe que uma entidade terceira vem periodicamente observar se as regras instituídas são cumpridas, num sistema piramidal em que a autoridade nacional é por sua vez avaliada por uma entidade europeia e finalmente por uma autoridade mundial. O IVDP está acreditado pela norma ISO EN NP 17 065 para certificar as DOP Porto e DOP Douro e a IPG Duriense. Para obter tal estatuto, é periodicamente auditado pelo IPAC.

Não basta obter uma acreditação para efetuar a certificação dos produtos: é necessário que igualmente as estruturas que fazem a avaliação qualitativa dos produtos estejam acreditadas, segundo normas específicas. É assim que tanto o Laboratório como a Câmara de Provadores estão acreditados pelas normas internacionais (ISO EN NP 17 025), indispensáveis à certificação de produtos no espaço europeu. Já lá vão os tempos em que um menor rigor pudesse ser aplicado numa análise físico-química, que uma prova informal pudesse ser suficiente para certificar um produto. Hoje, é elevada a complexidade técnica decorrente da acreditação destas estruturas, mas não poderia ser diferente quando se pretende afirmar internacionalmente, e de modo inequívoco, a inquestionável qualidade dos produtos vitivinícolas oriundos da Região Demarcada do Douro.

A retoma com o apoio do NORTE 2020 ao emprego e ao empreendedorismo 2020. Atendendo ao contexto de crise pandémica que assolou o país, deixando ainda mais vulneráveis territórios de baixa densidade como o Alto Douro Vinhateiro, os GAL são agora chamados a gerir um pacote de incentivos fundamental para a retoma económica e que estão plasmados no programa +CO3SO Emprego (Portaria nº 52/2020, de 28 de fevereiro). Procura-se, deste modo, uma gestão próxima das comunidades locais e ajustada às especificidades das estratégias de desenvolvimento de cada território. No Alto Douro Vinhateiro, os GAL que estarão em linha de contacto com os potenciais

beneficiários do apoio europeu, atribuído através do NORTE 2020, são as associações Beira Douro, Douro Histórico, Douro Superior e DESTEQUE. Tendo em conta as verbas disponíveis e a discriminação positiva que se pretende atribuir, genericamente, aos territórios de baixa densidade e, em concreto, ao Alto Douro Vinhateiro Património Mundial, a atribuição destes incentivos poderá ser um contributo importante para a retoma económica da região duriense. O financiamento visa apoiar a criação de emprego e o empreendedorismo, será atribuído a fundo perdido e cobrirá remunerações e despesas contributivas, além

de um adicional de 40 por cento para outros custos associados à criação dos postos de trabalho. Poderão concorrer ao apoio micro, pequenas e médias empresas (PME) e, nos concursos relativos ao empreendedorismo social, IPSS, associações e fundações, cooperativas, associações mutualistas, misericórdias e outras entidades da economia social. Os concursos serão geridos com a colaboração de cada GAL, podendo ter condições específicas em cada um dos territórios. Acompanhe as oportunidades de financiamento em www.norte2020. pt e contacte com o GAL respetivo para apoio e esclarecimentos.


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O Rei de Portugal, D. João I manda redigir Mandado Régio…

Eu, El-Rei D. João I, faço saber que o reino foi assolado por uma terrível peste. Uma maleita que não conhece cor nem estandarte e que ataca sem aviso. Transforma um simples abraço em aríete, derruba as nossas mais altas muralhas e enfraquece as nossas gentes. Uma peste que nos rouba os afetos, os beijos, os carinhos... O reino uniu-se contra este inimigo comum e fechou as suas portas. Penedono não será exceção e é com imenso pesar que este ano não haverá Mercado Medieval. Recolhidos nas muralhas do nosso castelo seremos mais fortes do que no embate dos escudos ou no frio corte das espadas. Magriço e a sua hoste tomarão conta das gentes de Penedono e o nosso bastião manter-se-á firme e inabalável, Com a esperança de retomarmos as festividades no próximo ano. A jornada será dura mas sempre com a Fé de que voltaremos mais fortes do que nunca... E quando a tempestade for apaziguada Penedono irá receber de braços abertos e com o sorriso e a alegria que sempre habituaram os nossos visitantes. As ruas e praças da vila voltarão a encher-se de mercadores e artesãos prontos para vender aquilo que de melhor sabem fazer. O rufo dos tambores e o belo som das gaitas ecoarão nas montanhas mais altas e as gentes dançarão felizes. Mas para que tal aconteça este ano devemos recolher. Por nós! Pelos nossos pais e avós! Por Penedono! Por Portugal!» Link de acesso: https://www.facebook.com/municipio.penedono/videos/198582558145414



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