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Ano 5 - n.º 68 - outubro 2020
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Mensal
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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Sondagem VivaDouro / Multidados A um ano das autárquicas, fomos conhecer a opinião dos durienses sobre o desempenho dos autarcas > Págs. 4, 5, 6 e 7 Reportagem Ensino Superior preparado para uma segunda vaga da Covid-19 > Pág. 24 e 25
São João da Pesqueira Jornadas Cooperativas iniciam-se a 26 de novembro com sessão presencial > Págs. 15, 16, 17 e 18
Município de Torre de Moncorvo lança Rota dos Miradouros
Sernancelhe organiza Festa da Castanha em formato digital
> Págs. 8 e 9
> Págs. 12 e 13
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VIVADOURO
OUTUBRO 2020
Editorial José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
SUMÁRIO: Destaque Páginas 4 a 7 Reportagem Páginas 8, 9, 24 e 25 Alijó Página 10
Sernancelhe Página 12, 13 e 23
O VivaDouro inaugura nesta edição os primeiros estudos de opinião realizados sobre as autárquicas que irão decorrer no ano que vem.
Carrazeda de Ansiães Página 14
As nossas publicações sempre primaram por procurar antecipar razoavelmente o futuro. Por isso, a um ano das eleições, termos uma perceção das intenções dos eleitores e da avaliação que estes fazem, hoje, do trabalho desenvolvido pelos autarcas é um instrumento de trabalho importante para quem exerce o poder, mas também para quem procura fazer oposição, pois a opinião real dos eleitores está muitas vezes bem afastada da opinião fantasiada que é o que muitos políticos acham que é a opinião dos seus eleitores.
Sabrosa Página 21
Fantástico, consegui escrever um editorial inteiro sem falar do COVID. Ou, afinal, não. Continua a ser fundamental que nos protejamos. E que vivamos, com todas as proteções e respeito pelo vírus, mas, simultaneamente, com respeito por nós próprios e pelos nossos familiares e amigos.
PRÓXIMA EDIÇÃO 25 NOVEMBRO
POSITIVO Bento Amaral foi nomeado “Wine Person Of The Year” pela revista Wine Enthusiast
Armamar Página 11
Caros leitores,
O VivaDouro mais uma vez inova e surpreende com um trabalho excecional, que demonstra bem a capacidade e a maturidade crescente do projeto e a qualidade da informação e da discussão que estão sempre presentes em cada edição do jornal.
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org
São João da Pesqueira Páginas 15 a 19 Região Páginas 20 e 27
Torre de Moncorvo Página 22
NEGATIVO À semelhança do que acontece um pouco por todo o país, também a região do Douro tem registado um crescente número de casos
Torre de Moncorvo | Foz Côa Página 26 Opinião Página 30 Lazer Página 31
Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil
"O pesadelo americano ou o futuro da Democracia"
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Há cerca de três meses o presidente dos EUA twittou o seguinte: "A época da gripe vem aí! Muitas pessoas todos os anos, por vezes mais de 100 mil, e apesar da vacina, morrem de gripe. Vamos fechar o País? Não, aprendemos a viver com isso, tal como estamos a aprender a viver com a Covid, que para a maioria das populações é muito menos letal "... A realidade infelizmente é bem outra... A OMS assegura que a mortalidade pela Covid-19 é muito superior à da gripe, dado que a sua taxa de letalidade está entre 3% e 4%, enquanto a da gripe sazonal é geralmente inferior a 0,1%. Donald Trump tem acesso à melhor informação disponível, mas a afirmação feita é 40 vezes inferior à realidade. Mentir é não dizer a verdade. Dizer inverdades grosseiras é proceder de má fé. Quando pode induzir pessoas em erro é mais grave ainda. Quando é dito por homem tão poderoso só pode ser uma insanidade desprovida de responsabilidade. Vem isto a propósito de estarmos em momento de balanço e, dentro de dias, o eleitor americano ser chamado a decidir qual dos modelos prefere, se honrar
os princípios e fundamentos básicos da democracia ou escolher a via da polarização, que só acentua a divisão na sociedade americana e sinaliza ao mundo uma distorção perigosa. Os EUA tem responsabilidades históricas e uma capacidade de contribuir para uma ordem internacional mais perfeita, humanamente mais justa e ambientalmente mais sustentável. Extremar e radicalizar tensões internas e externas, não respeitar o equilíbrio de poderes, faltar sistematicamente à verdade, é caminho que não conduz a bom destino. A política é a arte de saber diagnosticar problemas, antecipar tendências e propor soluções viáveis. Mas a democracia obriga a respeitar a vontade da maioria que se constrói com base em informação e racionalidade, com o apelo à inteligência de cada um, visando o interesse colectivo. Por isso, governar é tentar conciliar posições divergentes e responder às aspirações da comunidade. Que lições podemos extrair destas eleições para a nossa realidade regional e local? O director deste jornal disse-me que decidira questionar os leitores sobre como veem o desempenho dos seus autarcas - da CIM Douro - nos últimos três anos. Perante o momento problemático que a sociedade portuguesa atravessa, parece-me um exercício proveitoso para uns e outros. Para o eleitor porque se obriga a fazer um esforço de avaliação. Para os eleitos porque, dadas as circunstâncias, terão ser verdadeiros e pensar no futuro de forma realista.
Registo no ICS/ERC 126635 | Número de Registo Depósito Legal: 391739/15 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 | Diretor Adjunto: Carlos Almeida | Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 | Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 / 910 599 481 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4510-698 Fânzeres | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivadouro.org/vivadouro | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Avenida Barão de Forrester, nº45 5130-578 São João da Pesqueira | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia | Colaboradores: André Rubim Rangel, António Costa, António Fontaínhas Fernandes, Beatriz Oliveira, Freire de Sousa, Gilberto Igrejas, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Paulo Costa, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Sílvia Fernandes. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares
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VIVADOURO
OUTUBRO 2020
Destaque
Maioria dos durienses dá nota positiva aos autarcas Numa sondagem realizada pela Multidados para o VivaDouro, os autarcas do Douro merecem avaliação positiva por parte dos seus munícipes. A média da região é de 83%. Texto e fotos: Carlos Almeida
Ficha Técnica:
Esta sondagem foi realizada com recurso a 600 entrevistas telefónicas, realizadas entre 13 e 22 de outubro, obtendo uma taxa de resposta de 86,96%. A seleção foi aleatória, estratificada e polietápica dos pontos de amostragem e dos entrevistados, proporcional aos dados dos Censos do INE – 2011, por sexo, idade e nível de instrução. A margem de erro é +/- 4%, com 95% de margem de confiança. Analisando os resultados por município, todos os 19 autarcas da CIM Douro recebem nota positiva dos seus munícipes. No topo da lista dos autarcas com melhor avaliação estão Maria do Céu Quintas, de Freixo de Espada à Cinta e Mário Artur Lopes, de Murça, ambos com 100% de avaliações positivas. Gustavo Duarte, autarca de Vila Nova de Foz Côa surge logo atrás com 98%. Este pódio encerra com os autarcas de Alijó e Moimenta da Beira, José Paredes e José Eduardo Ferreira, ambos com 95% de avaliações positivas. Entre os autarcas com mais avaliações negativas a lista é liderada por Alberto Pereira, autarca de Mesão Frio que recolhe 33%, seguido por Rui Santos, Vila Real e Manuel Cordeiro, S. J. da Pesqueira, com 20%. Com 18% de avaliações negativas, a fechar esta classificação, está Domingos Carvas, autarca sabrosense. Por ser residual a opção "Não sabe/Não responde" não foi considerada no gráfico. De acordo com os resultados obtidos, e ainda numa lógica regional, as Estradas/Acessos/Caminhos (21%), a Limpeza de Bermas/Matos/Valetas (17%), e a Limpeza das ruas/Contentores/Ecopontos (16%), são os três principais problemas que mais preocupam os habitantes dos 19 municípios. Entre os setores em que os durienses demonstram menos preocupações estão as Infraestruturas Desportivas (1%), Ruas/Iluminação/Passeios (4%) e os Lares/ Centros de Dia/Apoio Social/Apoio a Idosos (6%). Na outra extremidade desta avaliação estão a Segurança, a Educação e a Cultura.
Legenda: Estradas/ acessos / caminhos Desemprego/ emprego
Lares / centros de dia / apoio social / apoio idosos Limpeza das ruas/ contentores/ecopontos
Infraestrututas desportivas
Águas e saneamento Limpeza das bermas/ Ruas / iluminação / passeios matos/valetas Não Não sabe/ Não responde
Sim
ALIJÓ
Quais os principais problemas do seu município?
60,7%
25%
21,4%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
Entre os setores em que os autarcas durienses merecem mais avaliações de desempenho positivas estão a Segurança (92%), a Educação (88%) e a Cultura (88%). Na outra extremidade desta avaliação estão a Atração de Investimento (76%), Águas e Saneamento (78%) e a Rede Viária (78%).
OUTUBRO 2020
VIVADOURO
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Destaque CARRAZEDA DE ANSIÃES
ARMAMAR
João Paulo Fonseca
João Gonçalves Quais os principais problemas do seu município?
Quais os principais problemas do seu município?
46,7%
40%
50%
33,3%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
FREIXO DE ESPADA À CINTA
25,0% Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
LAMEGO
Ângelo Moura
Maria do Céu Quintas Quais os principais problemas do seu município?
80,0% 40,0%
20%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
Quais os principais problemas do seu município?
41,4%
34,5%
31,0%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
MOIMENTA DA BEIRA
MESÃO FRIO
Alberto Pereira
José Eduardo Ferreira
Quais os principais problemas do seu município?
Quais os principais problemas do seu município?
70,0%
60,0%
40,0%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
71,4% 42,9%
14,3%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
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VIVADOURO
OUTUBRO 2020
Destaque PENEDONO
MURÇA
Mário Artur Lopes
Carlos Esteves de Carvalho
Quais os principais problemas do seu município?
Quais os principais problemas do seu município?
40,0%
20,0%
100% 50% Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
SABROSA
RÉGUA
José Manuel Gonçalves
Domingos Carvas
Quais os principais problemas do seu município?
Quais os principais problemas do seu município?
40,0%
30,0% 25,0%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
SANTA MARTA DE PENAGUIÃO
Luís Machado Quais os principais problemas do seu município?
66,7% 33,3% Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
66,7%
33,3%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
SÃO JOÃO DA PESQUEIRA
Manuel Cordeiro Quais os principais problemas do seu município?
40,0% 20,0% Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
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OUTUBRO 2020 VIVADOURO
Destaque TABUAÇO
SERNANCELHE
Carlos Silva
Carlos Carvalho
Quais os principais problemas do seu município?
Quais os principais problemas do seu município?
33,3%
50,0%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
35,7%
28,6%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
TORRE DE MONCORVO
TAROUCA
Valdemar Pereira
Nuno Gonçalves
Quais os principais problemas do seu município?
Quais os principais problemas do seu município?
30,0%
25,0%
45,0%
20,0%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
VILA NOVA DE FOZ CÔA
30,0%
25,0%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
VILA REAL
Gustavo Duarte
Rui Santos
Quais os principais problemas do seu município?
Quais os principais problemas do seu município?
47,1%
35,3%
23,5%
Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
28,6%
24,3% 22,9% Se as eleições fossem amanhã, iria votar?
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VIVADOURO
OUTUBRO 2020
Reportagem
Miradouros de Torre de Moncorvo
> Miradouro da Fraga do Cão
Mensagem do Presidente Nuno Gonçalves Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo
A Rota dos miradouros, recentemente criada, tem um interesse extremamente importante para o concelho de Torre de Moncorvo na filosofia que é “sentir” o património natural. Estes 16 miradouros, por si só, são já uma bela fotografia. Alguns foram melhorados fisicamente e foram inseridos novos pontos de observação da paisagem. Com pequenas intervenções recriamos hipóteses de perfeito enlevo, o que nos permite, em vez de estar de pé a olhar para os Lagos do Sabor, estar simplesmente a baloiçar num baloiço e a paisagem a paisagem. Agora, é também possível ver o Vale da Vilariça com toda a sua potencialidade e fertilidade num pequeno baloiço instalado num sobreiro, uma ár-
vore tradicional e uma árvore que representa também a resiliência destes concelhos, o poderem estar nesta terra agreste, mas que nos dá a todos aquilo que podemos comer e nos alimentar. Estes locais são também espaços de cultura, por exemplo o hexágono instalado na Serra da Reboredo tem a ver com uma figura muito querida para os moncorvenses, que é Jorge Luís Borges. Lanço o desafio de descobrir o que é que um hexágono tem a ver com Jorge Luís Borges. Termino deixando uma sugestão para que percorram os 16 miradouros e encontrem em cada um uma beleza natural inigualável.
Junta Freguesia de Castedo
Presidente da Junta de Freguesia de Castedo, Torre de Moncorvo Luísa Ferreira
> Miradouro do Talegre - baloiço do sobreiro
Como surgiu a ideia de criar este miradouro na sua freguesia? Após a construção da barragem, muitos lagos se formaram ao longo desta. Estamos perante o lago de Cilhades, que esconde a nossa história a origem do Felgar debaixo desta imensidão de água. O que restou foi esta capela transladada para este local e que tem como fundo este espelho de água. Que se concorde ou não com a construção da barragem, o que nos resta é aproveitar o que temos dela, de encontro a isso tínhamos que potencializar ainda mais este local maravilhoso, respeitando a sua simplicidade. Temos varias projectos a desenvolver
neste local muito aguardados pela população. Em Parceria com o Município de Torre de Moncorvo, tivemos a ideia de colocar um baloiço para assim promover o Miradouro de São Lourenço. Qual a importância para a freguesia deste miradouro? O Felgar é feito de pessoas fortemente ligadas as suas origens, orgulhosas da aldeia. A importância que este miradouro pode dar a freguesia é de levar o nome do Felgar como atrativo turístico e ser conhecido de todos, um local de referência a visitar. Desculpem a falta de humildade mas
OUTUBRO 2020
VIVADOURO
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Reportagem atrevo-me a dizer que é a aldeia mais bonita do concelho. Já diz o nosso Hino: “és tão linda Oh minha Aldeia” . O miradouro tem tido muita afluência de visitantes desde que foi criado? Posso dizer-lhes que tem tido muitos mais visitantes do que aquilo que esperávamos, foi um sucesso, mal foi
colocado o baloiço imediatamente a seguir foi um afluência memorável. Sabemos que as redes sociais hoje em dia tem um caracter de imensa importância, pelo que a publicidade ou promoção do local e feito da melhor maneira possível, ou seja, pelas pessoas do passa a palavra ou neste caso a imagem, e todos ficam rendidos e querem conhecer ou ate mesmo voltar.
União de Freguesias de Felgar e Souto da Velha
> Miradouro de São Lourenço Felgar
Vítor Vieira Presidente da União de Freguesias de Felgar e Souto da Velha Como surgiu a ideia de criar este miradouro na sua freguesia? Após a construção da barragem, muitos lagos se formaram ao longo desta. Estamos perante o lago de Cilhades, que esconde a nossa história a origem do Felgar debaixo desta imensidão de água. O que restou foi esta capela transladada para este local e que tem como fundo este espelho de água. Quer se concorde ou não com a construção da barragem, o que nos resta é aproveitar o que temos dela, de encontro a isso tínhamos que potencializar ainda mais este local maravilhoso, respeitando a sua simplicidade. Temos varias projectos a desenvolver neste local muito aguardados pela população. Em Parceria com o Município de Torre de Moncorvo, tivemos a ideia de colocar um baloiço para assim promover o Miradouro de São Lourenço. Qual a importância para a freguesia deste miradouro? O Felgar é feito de pessoas fortemente ligadas as suas origens, orgulhosas da aldeia. A importância que este miradouro pode dar à freguesia é de levar o nome do Felgar como atrativo turístico e ser conhecido de todos, um local de referência a visitar. Desculpem a falta de humildade mas atrevo-me a dizer que é a aldeia mais bonita do concelho. Já diz o nosso Hino: “és tão linda Oh minha Aldeia” .
O miradouro tem tido muita afluência de visitantes desde que foi criado? Posso dizer-lhes que tem tido muitos mais visitantes do que aquilo que esperávamos, foi um sucesso, mal foi colocado o baloiço imediatamente a seguir foi um afluência memorável. Sabemos que as redes sociais hoje em dia tem um caracter de imensa importância, pelo que a publicidade ou promoção do local e feito da melhor maneira possível, ou seja, pelas pessoas do passa a palavra ou neste caso a imagem, e todos ficam rendidos e querem conhecer ou ate mesmo voltar. Face à situação mundial que todos atravessamos é um local ideal a visitar, sendo em família, com crianças ou idosos; Bons acessos ate ao local das varias formas possíveis nomeadamente a pé, bicicleta , carro; tem uma zona envolvente que convida a piqueniques, convívio na natureza e neste espelho de água magnífico. As pessoas querem visitar o Felgar, gostam de aqui estar e isso deixa-nos extremamente orgulhosos da nossa terra e das nossas origens. Como tem reagido a população local a este novo espaço? A população tem reagido de forma positiva, tanto a colocação do baloiço como a vinda de visitantes à freguesia. Há uma maior movimentação nas ruas e isso agrada a todos.
Face a situação mundial que todos atravessamos é um local ideal a visitar, sendo em família, com crianças ou idosos; Bons acessos ate ao local das varias formas possíveis nomeadamente a pé, bicicleta , carro; tem uma zona envolvente que convida a piqueniques, convívio na natureza e neste espelho de água magnífico. As pessoas querem visitar o Felgar, gostam de aqui estar e isso deixa-nos
extremamente orgulhosos da nossa terra e das nossas origens. Como tem reagido a população local a este novo espaço? A população tem reagido de forma positiva, tanto a colocação do baloiço como a vinda de visitantes à freguesia. Há uma maior movimentação nas ruas e isso agrada a todos.
A Rota dos Miradouros A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo reuniu os vários locais de observação da natureza no concelho e criou uma rota dos miradouros. Estes 16 miradouros, situados em diferentes pontos do concelho e com paisagens bastantes dispares entre si promovem alguns locais idílicos e como paisagens que marcam o território. O município de Torre de Moncorvo procedeu à sinalização e embelezamento de alguns destes miradouros tornando-os locais únicos a visitar. Destacamos o Miradouro do Talegre, no Castedo, onde está situado o Baloiço do Sobreiro. Daqui a panorâmica é incrível, sendo possível vislumbrar a formidável paisagem sobre o Vale da Vilariça e a beleza dos rios Sabor e Douro. Destaca-se também uma formação das fragas natural. Na serra do Roboredo, em Torre de Moncorvo, situa-se o miradouro da Fraga do Facho, marcado por uma estrutura em ferro de onde é possível vislumbrar uma vila de Torre de Moncorvo. Deste local inesquecível avista-se ainda o vale da Vilariça, os rios Sabor e Douro e os concelhos vizinhos. Ainda na Serra do Reboredo encontra-se o miradouro da Fraga do Cão, onde se destaca uma beleza sublime, da estrutura de pedra em forma de cão, que devido a este fenómeno natural inigualável, ganhou assim o nome de “Fraga do Cão”. Na União de Freguesias Felgar e Souto da Velha está situado o miradouro de S. Lourenço. O Município procedeu à colocação
> Miradouro de Santa Bárbara - Mós
de um baloiço, neste local, permitindo aos visitantes baloiçar enquanto apreciam as belíssimas paisagens dos Lagos do Sabor. Daqui podem observar-se como encostas do Sabor e uma beleza pura sobre o magnífico Lago de Cilhades, um dos quatro Lagos do Sabor criados com a construção da Barragem do Sabor. Está ainda previsto o embelezamento de mais alguns miradouros, no âmbito da campanha Torre de Moncorvo Destino Turístico Seguro. Listagem do Miradouros existentes: 1. Miradouro da Fraga do Facho (Torre de Moncorvo) 2. Miradouro da Póvoa (Póvoa - Adeganha) 3. Miradouro da Senhora da Glória (Peredo dos Castelhanos) 4. Miradouro da Senhora do Castelo (Urros) 5. Miradouro de Nossa Senhora do Castelo (Adeganha) 6. Miradouro de Santa Bárbara (Lousa) 7. Miradouro de Santa Leocádia (Torre de Moncorvo) 8. Miradouro de São Gregório (Estevais - Adeganha) 9. Miradouro do Alto da Barca ou Fevereira (Peredo dos Castelhanos) 10. Miradouro do Vale do Sabor (Estevais Adeganha) 11. Miradouro da Vide 12. Miradouro de São Lourenço (Felgar) 13. Miradouro de Santa Bárbara (Mós) 14. Miradouro da Fraga do Cão (Serra do Reboredo no concelho de Torre de Moncorvo) 15. Miradouro do Talegre (Castedo) 16. Miradouro Barca Velha (Açoreira)
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VIVADOURO
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Alijó
“Amália: Ditadura e Revolução” na Biblioteca Municipal de Alijó No ano em que se comemora o centenário do nascimento da fadista Amália Rodrigues, o escritor e Grande Repórter da revista Visão, Miguel Carvalho, esteve na Biblioteca Municipal de Alijó, a 3 de outubro, para apresentar o seu livro “Amália: Ditadura e Revolução”. Durante a sessão de lançamento da obra, o escritor afirmou que espera que este livro possa abrir novos caminhos para o surgimento de outras publicações dedicadas à “Rainha do Fado”. Apesar de ser a voz de Portugal no Mundo, Miguel Carvalho considera que Amália é uma figura ainda pouco estudada, havendo poucas referências e obras sobre a fadista. O livro “Amália: Ditadura e Revolução - A história secreta” revela uma extensa investigação jornalística que o escritor espera que possa despertar o interesse da academia. A sessão de lançamento do livro seguiu todas as normas de segurança decorrentes do atual contexto de pandemia. ▪
Município recebe selo “Comunidades Pró-Envelhecimento 2020/2021” O Município de Alijó recebeu no passado dia 1 de outubro, Dia Internacional do Idoso, o Selo “Comunidades Pró-Envelhecimento 2020/2021”, atribuído pela Ordem dos Psicólogos Portugueses a entidades que apresentam políticas, programas, planos estratégicos e práticas que demonstram um compromisso forte e efetivo com a promoção do envelhecimento saudável e bem-sucedido ao longo de todo o ciclo de vida. A Ordem dos Psicólogos Portugueses distinguiu 94 entidades/comunidades com o Selo “Comunidades Pró-Envelhecimento 2020/2021”. Esta iniciativa reforça a necessidade de se perspetivar as comunidades como contextos de vida de excelência para
a promoção do envelhecimento saudável e bem-sucedido, com o objetivo último de construir uma sociedade coesa, equitativa, inclusiva, saudável e segura, que promova o bem-estar e a contribuição cívica de todos os cidadãos, durante todos os momentos do ciclo de vida. Nestas comunidades, trabalha-se de forma sistémica, apesar das dificuldades e dos problemas, de modo a que o envelhecimento dos cidadãos seja feito com mais bem-estar e saúde. Esta iniciativa constitui-se como um contributo da Ordem dos Psicólogos Portugueses para a sustentabilidade dos sistemas social e económico, através do investimento no enorme e rico capital humano que possuímos. ▪
Cancelamento da feira quinzenal por tempo indeterminado
Alijó em destaque em programa de lazer e turismo
Na sequência da reunião da Comissão Municipal de Proteção Civil, foi determinado o cancelamento da feira quinzenal por tempo indeter-
O programa de lazer e turismo "Giro", da Record TV Europa, dedicou dois programas inteiramente ao Concelho de Alijó. A equipa
minado. A decisão tem em conta a proliferação de casos registados de contágio por Covid-19 no Concelho de Alijó. ▪
de reportagem visitou o território para mostrar os melhores locais onde comer, onde dormir e o que fazer. ▪
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Armamar
Armamar começa ano escolar preparada para todos os cenários A Câmara Municipal de Armamar preparou o arranque do ano letivo 2020/21 em articulação com o Agrupamento de Escolas local procurando garantir a segurança da comunidade escolar, no contexto de pandemia que vivemos. O Presidente João Paulo Fonseca estev, no dia 16, na sede do Agrupamento de Escolas para entregar 2400 máscaras de proteção individual que serão distribuídas pelos alunos de todos os graus de ensino. Para além das máscaras, a Autarquia adquiriu tapetes específicos para desinfeção dos pés, equipamentos para purificação do ar e termómetros digitais, entre outros. Ao longo das férias escolares de ve-
rão desenvolveu-se um intenso trabalho entre as duas entidades que resultou no plano de contingência para o funcionamento do ano escolar. O documento elenca as ações a implementar, caso surjam situações que ponham em causa o funcionamento das aulas com as garantias de segurança e salvaguarda da saúde pública. Alguns dos pontos mais sensíveis foram a criação de horários das aulas diferenciados e da cantina para evitar aglomerações, assim como ajustes nos circuitos de transportes escolares, com dois circuitos diários de manhã e de tarde, para garantir o cumprimento das regras de distanciamento. ▪
Autarquia recebe o selo “Comunidades Pró-Envelhecimento 2020/2021” A Câmara Municipal de Armamar viu no dia 1 de outubro, ser-lhe atribuído o selo “Comunidades Pró envelhecimento 2020/2021”. A notícia surge precisamente no dia em que se assinala o Dia Internacional do Idoso. O galardão está enquadrado no âmbito da Campanha Comunidades Pró-Envelhecimento, lançada pela Ordem dos Psicólogos Portugueses.
Para a sua atribuição são avaliadas as políticas, programas e planos estratégicos implementados com o objetivo de garantir o envelhecimento saudável e bem-sucedido, numa sociedade que se quer coesa, equitativa, inclusiva, saudável e segura. A Câmara Municipal de Armamar foi um dos 98 órgãos do poder local distinguidos, entre Câmaras Municipais e Juntas de Freguesia. ▪
CPCJ assinala Dia Municipal da Igualdade A Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) publicou no sábado, dia 24, uma exposição fotográfica na sua página da rede social Facebook, no âmbito do Dia Municipal da Igualdade. A Exposição (In)Definete-te, em formato digital, resultou de um trabalho em que vários jovens do Concelho aceitaram o desafio de se deixar fotografar em contextos de trabalhos ainda sujeitos a muito estereótipo. Mulheres a trabalhar na construção civil, homens a desempenhar tarefas de gestão familiar como cuidar dos filhos e outros, são exemplos. Para ver o resultado visite a página de Facebook da CPCJ de Armamar. ▪
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VIVADOURO
OUTUBRO 2020
Sernancelhe
Edição Especial da Festa da Castanha satisfaz organização Texto e fotos: Carlos Almeida
A pandemia Covid-19 trouxe uma nova realidade para o nosso quotidiano e as celebrações que existem um pouco por todo o país foram sendo canceladas ou adiadas. Em alguns casos excecionais, como a Festa da Castanha, em Sernancelhe, estes eventos adaptaram-se à nova realidade acontecendo em formato virtual mas mantendo a sua identidade. Concursos, showcookings, espetáculos musicais, venda de castanha… tudo aquilo que faz parte da realização da Festa da Castanha em Sernancelhe acontece igualmente este ano
sem ter, contudo, o exposalão como epicentro, saltando para as redes sociais, numa alteração que pode ser já considerada de sucesso, quer pelas pessoas que assistiram aos diversos momentos em direto, quer pela quantidade de castanha vendida online que, logo nas primeiras 24 horas atingiu a impressionante quantidade de uma tonelada. O VivaDouro falou com o vereador Armando Mateus que se mostrou feliz pelo sucesso alcançado neste formato inédito, pelo seu impacto imediato, e esperançado pelos frutos que a Terra da Castanha poderá ainda vir a recolher no futuro através desta estratégia. A Festa da Castanha este ano realizase num formato inovador, como está a correr esta edição especial? Este ano a Festa da Castanha tem
uma edição Especial, é assim que a queremos denominar, porque face ao momento que vivemos de pandemia, não nos é permitido obviamente realizar uma festa presencial. Temos que procurar alternativas à organização habitual. Quais são as alternativas que foram pensadas? Tivemos desde logo a preocupação de como os nossos produtores iriam escoar o seu produto como normalmente acontece neste evento. Não é que haja dificuldade no escoamento porque esta é uma castanha muito valorizada e que é produzida numa DOP que é os Soutos da Lapa, de excelente qualidade e que o município tem dado grande apoio, facilitando assim este processo. O maior problema é a valorização deste produto endógeno que é alavancada em muito neste
certame da Festa da Castanha onde é vendida por um valor muito acima da média nacional. Não existindo esta feira presencial isto foi uma preocupação, como tal, através de uma parceria com os CTT e a plataforma Dott, criamos uma feira digital, dando a possibilidade às pessoas (em Portugal continental e nas ilhas), de adquirirem a castanha Martaínha. Como funciona esta venda online da castanha? Bem, temos duas quantidades estipuladas, 2 quilos, para famílias mais pequenas, ou 5 quilos para um magusto com mais gente. Estas quantidades foram escolhidas de acordo com aquilo que em média se vende durante o certame. Criamos um consórcio com uma associação local, a Sementes da Terra, que
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Sernancelhe tem como finalidade a promoção dos produtos endógenos, que recolhe nos produtores a castanha que depois são despachadas aqui de acordo com as encomendas recebidas. Como tem corrido esta experiência? A Dott lançou-nos o desafio de realizarmos uma pré-venda, tornando o site visível uma semana antes da abertura oficial desta edição especial, que foi no dia 23. O que se verificou, até porque fizemos uma boa promoção em diversos meios de comunicação, foi que em 24 horas vendemos uma tonelada de castanhas. Aquilo que nós de certa forma ainda não tínhamos uma certeza, de repente tornou-se numa aposta ganha. Estamos diariamente com um disparo de encomendas. As entregas só deveriam ser feitas após dia 26 mas iniciamos logo no dia 22 devido ao volume de vendas. Senão depois não teríamos mãos a medir. Tudo se antecipou devido à grande adesão que houve a esta ideia. Acredito que esta é uma aposta ganha,
temos só que encontrar uma solução para os nossos emigrantes que nos têm abordado no sentido de também comprarem alguma castanha, mas esta plataforma só trabalha em Portugal, vamos trabalhar nesse aspeto no futuro até porque esta é uma aposta que pensamos manter no futuro. Não importa só vender a castanha porque isso ajuda a um problema imediato, daí que, dentro de cada embalagem, colocamos também uma brochura promocional do nosso concelho bem como alguns vouchers de desconto para hotelaria, restauração e provas gastronómicas na Loja Interativa de Turismo. Houve essa preocupação, de abranger todos esses setores? A castanha alavanca outros setores em volta do agrícola, a restauração e a hotelaria, por exemplo. Não havendo certame todos estes setores são prejudicados. Com estes descontos as pessoas terão curiosidade de vir visitar o nosso concelho a preços mais convidativos.
Durante os dias desta edição especial promovemos também o nosso território e tudo aquilo que as pessoas aqui podem visitar, onde comer ou pernoitar, por exemplo. Vamos ter também diversos showcookings, em parceria com a Esproser, estamos a realizar concursos de bolos, doces, montras e castanha. Outra vertente muito forte neste certame é o BTT que este ano estamos a realizar em moldes completamente diferentes, em vez de se realizar num só dia está espalhado por 31 dias, até 15 de novembro onde aceitamos inscrições prévias de grupos até 5 atletas para percorrerem estes maravilhosos trilhos da castanha e do castanheiro. Tentamos, e penso que o estamos a conseguir muito bem, realizar uma Festa da Castanha diferente, mexendo em todos os setores e comunicando o nosso território para manter a castanha Martaínha e a Terra da Castanha lembrados nesta época. Estamos numa fase de promoção para que fique a vontade de vir visitar Sernancelhe em tempos mais tranquilos, colmatando assim este vazio que se irá sentir sem a Festa da Castanha. ▪
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Carrazeda de Ansiães
Comemoração do dia de São Rafael
Eficiência energética - instalação de luminárias led
O Município Carrazeda de Ansiães inaugurou no passado dia 29 de setembro o nicho dedicado a São Rafael. Este espaço é uma Homenagem dos Motociclistas de Carrazeda de Ansiães a São Rafael. O São Rafael aqui presente é uma peça
Está a decorrer a empreitada de Instalação de Luminárias LED no concelho de Carrazeda de Ansiães. Esta empreitada consiste na substitui-
única, elaborada pelo escultor conterrâneo Paulo Moura. Para poderem visitar, esta obra encontra-se na rua João da Cruz na vila de Carrazeda de Ansiães com as seguintes coordenadas: 41.2475753, -7.3066103. ▪
ção de 2726 luminárias e um investimento de 500 000€ que vai permitir reduzir o consumo de energia elétrica na Iluminação pública. ▪
Pavimentação da Rota do Douro
Vacinação da gripe vai às freguesias
O Município está a requalificar o piso da estrada da rota do Douro entre Beira Grande e o Miradouro do Douro. A Rota do Douro é uma estrada com várias valências, é uma importante
O Centro de Saúde de Carrazeda de Ansiães iniciou esta semana a vacinação para a gripe que irá percorrer todas as freguesias do concelho. Este ano a vacinação será feita nas fre-
via de acesso a explorações agrícolas e uma excelente via turística no concelho que permite percorrer o Alto Douro Vinhateiro, património da Humanidade. ▪
guesias não sendo necessário os utentes deslocarem-se ao Centro de Saúde. Para a realização desta iniciativa o município disponibilizou a Carrinha do Cidadão. ▪
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ORGANIZAÇÃO:
APOIO:
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XV JORNADAS COOPERATIVAS SÃO JOÃO DA PESQUEIRA
S. João da Pesqueira SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR DOURO Alberto Silva Fernandes Associação dos Amigos de Pereiros Desde 2006, e em catorze anos consecutivos, realizaram- se as Jornadas Cooperativas, organizadas pela APM - Associação Portuguesa de Management, Associação dos Amigos de Pereiros - SJP, e as Cooperativas Agrícolas de Castanheiro do Sul, Penela da Beira e S. João da Pesqueira, com o apoio/patrocínio da CASES, da UTAD e da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, bem como de outras entidades e a colaboração dos jornais VIDA ECONÓMICA e VIVADOURO. Ao longo dos anos foram abordados temas do maior interesse sobre o Cooperativismo, a Economia Social, a Sustentabilidade e o Desenvolvimento do Interior, com a presença e participação de entidades oficiais e personalidades representativas dos mais diversos sectores de actividade. Chegados a 2020 somos confrontados com uma situação de pandemia que nos impede de realizar as XV Jornadas nos moldes habituais, sendo certo que não devíamos interromper a sua realização. Assim, criamos um novo figurino de que damos nota e solicitamos a sua colaboração/participação. O tema das Jornadas de 2020 será centrado na Região do Douro, com o tema SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR - DOURO Acordamos com o jornal VIVADOURO -jornal mensal, gratuitamente distribuído, nos dezanove concelhos da CIMDOURO -- um espaço, (suplemento), de 4 ou 8 pá-
ginas, nas edições de Outubro, Novembro e Dezembro, admitindo o seu prolongamento se necessário. O jornal VIDA ECONÓMICA, em parceria com o VIVADOURO, editará em Novembro um Suplemento com artigos dedicados a dois temas sobre duas das áreas mais significativas para a Região: Agricultura/Viticultura e Turismo. No próximo dia 26 de Novembro terá a APM promoverá uma sessão virtual, com a moderação do Prof. Doutor Borges Gouveia e a participação de dois especialistas com carreira internacional. Pretendemos conhecer o que pensam entidades como a CIMDOURO, a UTAD, o IVDP, o TURISMO PORTO E NORTE, a DIRECÇÃO DA CULTURA DO NORTE a CASA DO DOURO, COOPERATIVAS, IPSS's, MISERICÓRDIAS, ASSOCIAÇÕES e cada um dos AUTARCAS que integram a CIMDOURO e DEPUTADOS eleitos pela Região. Serão igualmente convidados a participar personalidades de reconhecida T competência, com ligação e conhecimento da Região, para que no âmbito da sua área de intervenção, nos transmitam o seu testemunho e propostas orientadoras que entendam enquadradas no objectivo das Jornadas. Estamos seguros que reuniremos um conjunto de textos de qualidade que nos permitirão a sua edição , em livro, ou proceder á elaboração de uma síntese/conclusões, que possam servir de documento de trabalho, a utilizar pelos diversos agentes da acção política e organizações públicas,
privadas e do sector social para a SUSTENTABILIDADE E DESENVOLVIMENTO DO INTERIOR - DOURO Gostaríamos de poder receber o seu testemunho, num texto de cerca de 2.500 caracteres. Deixamos algumas perguntas Como assegurar a sustentabilidade e o desenvolvimento da região do Douro? Infraestruturas, políticas a implementar ou desenvolver, incentivos à criar, etc? Apoios a utilizar 1- PRR - Plano de Recuperação e Resiliência 2-Estratégia Comum de Desenvolvimento Transfronteiriço 3- Aliança para a Coesão do Comité das Regiões Europeias 4-Outros apoios, nomeadamente o Plano Europeu para a Economia Social (2021) O que se pretende das diversas delegações do poder central na região? Poderão/deverão cada uma das autarquias e no seu conjunto, ser o motor desse desiderato? O que teve o Douro e agora não tem? O que tem e deve manter e preservar? O que não tem e deve ter para assegurar a sustentabilidade e desenvolvimento da Região, com melhoria da qualidade de vida das pessoas? Como fixar a população, atrair novos residentes, aumentar a natalidade? O Património e a Cultura? O Turismo? A paisagem? -A agricultura/viticultura e o vinho (passado, presente e futuro)? Os produtos endógenos? Rede dos serviços de saúde? O apoio domiciliário aos idosos e solitários?
O apoio social aos mais carenciados? A educação/ formação profissional? O conhecimento? Papel da Universidade, do Politécnico e das Escolas Profissionais? A interligação entre o Secundário e o Superior? A qualificação profissional? O emprego? As novas profissões? Novas formas de trabalho? Economia Social Qual o papel a desempenhar por cada uma das organizações da Economia Social ? Estarão estas Organizações capacitadas para uma resposta adequada aos anseios e necessidades da população ? O papel das Cooperativas e o seu futuro. O Douro tem cerca de 70 Cooperativas, distribuídas pelos seguintes sectores : Agricultura +- 40 Habitação 10 Serviços 15 Fará sentido em 19 concelhos haver 40 Cooperativas na área da Agricultura ? Como interagir com o mercado, as Associações Empresariais e as próprias empresas ? A economia circular? Desperdício zero? O clima? O Voluntariado? Quais as medidas que gostaria de ver implementadas no seu concelho/região ou na sua organização que poderiam contribuir para a sustentabilidade e desenvolvimento da região do Douro? Gostaríamos de receber o seu contributo num texto não superior a 2500 caracteres O DOURO SABE BEM
Jornadas Cooperativas - Nota de Abertura José Luis Cardoso Rodrigues Vice-Presidente do Municipio /vereador de Agricultura O Municipio acolhe e patrocina mais uma edição das “Jornadas Cooperativas”. Esta edição, a XV, subordinada ao tema “A sustentabilidade e o Desenvolvimento do
Interior”, terá naturalmente um formato diferente, mantendo no entanto o nível de exigência e de qualidade de sempre. Desde o seu inicio, que o nosso município
promoveu e apoiou esta iniciativa, não podendo deixar de agradecer o empenho dos restantes parceiros, patrocinadores, oradores e demais envolvidos na organização das “Jornadas”. Este ano, ainda mais se enfatiza esse compromisso e empenho de todos, pois não obstante o contexto adverso que vivemos, não haverá um hiato na sequência das edições de um evento que ganhou o seu espaço e que no que toca a esta temá-
tica, se tornou num referencial de prestigio e de qualidade. Está absolutamente assente, nomeadamente numa perspetiva mais local, ou regional, a importância estratégica deste subsetor,(Cooperativas, IPSS´s, Associações do mais variado teôr), do reequacionar da ordem de prioridades, do seu potencial e contributos possíveis ao nível da definição e implemen-
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XV JORNADAS COOPERATIVAS SÃO JOÃO DA PESQUEIRA tação de politicas de desenvolvimento integradas, destinadas a territórios de baixa densidade populacional, quer na sustentabilidade destes territórios, impedindo um maior abandono, quer em novas abordagens ambientais. A incessante e crescente afetação de recursos para satisfazer as necessidades da Humanidade, assenta num modelo pre-
datório que está claramente posto em causa. O contributo deste subsetor, que permite um balanço mais equilibrado nomeadamente entre essas necessidades crescentes de recursos e a questão da sustentabilidade ambiental, encontram por exemplo no conceito de economia circular, uma resposta paradigmática. Para além desta proposta de alteração
de paradigma, o contributo social e económico conferido por este setor nas suas mais variadas expressões, torna-se cada dia mais relevante e imprescindível, tendo mesmo ficado exposto à evidência no atual contexto pandémico o contributo de humanização que vêm aportando às sociedades atuais. Na certeza de que as reflexões, o capital de
conhecimento, o levantamento de questões, de inquietações e de desafios que esta temática suscita, serão objeto de um tratamento de qualidade, formulo os melhores votos de sucesso para esta edição das “Jornadas Cooperativas”, acrescentando-lhe o desejo de que na próxima edição deste evento possamos voltar à sua formulação original.
AS CASAS DE ECONOMIA SOCIAL João Salazar Leite Cooperativista Se há coisa que a corrente pandemia demonstrou à saciedade foi a de que o Estado e o, dito, setor social (a designação constitucional de setor cooperativo e social deveria ser a utilizada) são complementares se quisermos resolver um qualquer problema que afete a sociedade. Estado e pessoas, os cidadãos implicados e as autoridades a quem eles conferiram mandato, periodicamente renovado, para a resolução dos problemas que afetam as suas vidas, são passageiros do mesmo barco, pelo que devem encontrar formas céleres e eficazes de atingir os resultados necessários, em vez de se procurarem mutuamente desresponsabilizar pelo que mal corre. Para lá da dependência mútua, acresce que se torna cada vez mais claro estar esgotado o modelo de organização político, sindical e social a que nos habituámos desde Abril, proliferando os movimentos inorgânicos da sociedade civil, até agora muitas vezes rapidamente absorvidos pelos partidos e organizações tradicionais, outras parecendo querer perdurar em áreas universalmente consideradas prementes, como o ambiente, a educação, o acesso à habitação, os desequilíbrios territoriais, a igualdade de género ou a reversão do decréscimo da natalidade. Em quase todos estes casos, a representação dos novéis movimentos tanto abarca um âmbito nacional e mesmo internacional, como regional ou local. Há que, por isso, saber acompanhá-los e corresponder aos seus anseios, pois não convém perder o dinamismo das pessoas que neles embarcam, canali-
zando o seu élan para o progresso social e comunitário. Venho de há anos sugerindo que o modelo da cooperativa de interesse público possa constituir uma solução para que Estado e forças vivas locais - sejam movimentos associativos, cooperativos, empresas privadas, instituições do sistema de ensino ou cidadãos individuais interessados no objeto da cooperativa de interesse público – conjuntamente venham a obter os resultados desejados para os problemas que se colocam na sociedade. E olhando para o meu País, sempre me pareceu que o nível local devesse ser o ponto de partida para o renascimento de um verdadeiro desenvolvimento social e económico, dele partindo depois para o nível intermunicipal, regional e nacional. Na tecla venho martelando, nomeadamente aquando das Jornadas Cooperativas de São João da Pesqueira, nestes sete anos que passaram desde a publicação da Lei de Bases de Economia Social de 2013. Essa Lei prometia/determinava a revisão, no prazo de seis meses, de todas as leis cooperativas, logo também do Decreto-Lei das Cooperativas de Interesse Público de 1984, compromisso não cumprido até agora. O Decreto-Lei 31/84 precisa de ser revisto, atualizado, para que possa servir os objetivos que estiveram na origem da sua criação. Na altura apenas se pretendeu fazer intercooperar organizações cooperativas com o Estado (já que o estado já o fazia com o setor privado). Hoje, essa intercooperação deve alargar-se às restantes organizações que o artigo 4º da Lei de Bases de Economia Social considera fazerem
parte do setor cooperativo e social constitucional e aos cidadãos individuais. Chamei-lhes Casas da Economia Social e atribuí-lhes dois tipos de funções: aproximar as organizações de economia social (cooperativas, mutualidades, associações, fundações) e levá-las a cooperar entre si e com o Estado , seja este central ou local; servir de incubadoras de empresas privadas e cooperativas e de outras organizações sociais que a nível local ou regional um diagnóstico do que existe tenha identificado serem necessárias para completar fileiras existentes ou criar estruturas novas, de caminho criando emprego local, fixando famílias, dinamizando o território. Câmaras e freguesias, estabelecimentos de ensino, cooperativas de consumo, de habitação, de serviços, agrícolas e outras, IPSS, misericórdias, mutualidades, as caixas de crédito agrícola, empresas privadas e cidadãos individuais, todos contribuiriam com capital para a nova estrutura, nos montantes que a assembleia de fundadores viesse a fixar em função do que se quiser atingir. Surgiriam depois serviços e, sobretudo (já se vai um pouco atrasado), delinear-se-iam projetos a financiar pela dita ‘bazuca’ que aí vem. Juntar-se-iam vontades na resposta à pandemia que afeta muitas das associações de âmbito local, associações que responderiam melhor ao flagelo por praticarem a intercooperação, ou seja, responderam coletivamente às crises pontuais numa ou noutra associação. O envolvimento das escolas municiaria as Casas de novas gerações porque elas, ao contrário do que se passa hoje, saberiam identificar o que é uma cooperativa ou uma IPSS e não achariam que apenas existiriam empresas públicas ou privadas. Se bem sucedida a primeira Casa da Economia Social outras se seguiriam, a ní-
vel regional, com a vantagem de a cada Casa poderem aderir os que quisessem investir, e não apenas os que se situam fisicamente num território limitado, seja freguesia, concelho ou distrito. Lembremo-nos sempre de que os autores da Constituição da República de 1976 quiseram deixar muito claro que a constituição de cooperativas, normais ou de interesse público, é livre. Não é legítimo que, depois, um qualquer serviço administrativo do Estado, ou um qualquer Tribunal, lhe coloque restrições ao seu funcionamento efetivo. Só pode haver concorrência plena entre setores de propriedade dos meios de produção se a todos os três setores (público, cooperativo e social, privado) forem dadas condições iguais de estabelecimento e de funcionamento. Enterrada a crise pandémica, espero que o meu País mude para melhor e se abra a ideias e práticas democráticas novas ou, como no caso das cooperativas de interesse público, atualizadas. Não se deve esquecer o papel que estas tiveram nalguns países europeus na reconstituição do tecido produtivo no pós-Guerra Mundial. Por isso, discuta-se o tema e pese-se o valor da ideia. Depois avance-se e denuncie-se sem piedade um qualquer entrave que o Estado central, ou outrem, queira colocar ao que é a vontade democrática das organizações da sociedade civil e das populações de uma qualquer região. A Constituição deve ser cumprida …. sempre. Não se esqueçam disso os que nos representam ou querem vir a representar, os quais muitas vezes a invocam, quase sempre no que lhes momentaneamente lhes convém, mas nunca na totalidade. É grande o capital de queixa do setor cooperativo e social e é tempo de acabar com discriminações que existem.
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A APM – Associação Portuguesa de Management 15ª Conferência em S. João da Pesqueira – Museu do Vinho António Carlos Manso de Almeida APM- Associação Portuguesa de Management - Presidente APM - Associação Portuguesa de Management, em parceria com a Associação dos Amigos de Pereiros - SJP, e as Cooperativas Agrícolas de Castanheiro do Sul, Penela da Beira e S. João da Pesqueira, com o apoio/patrocínio da CASES, da UTAD- Universidade de Trás os Montes e da Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, bem como de outras entidades e a colaboração dos jornais VIDA ECONÓMICA e VIVADOURO, e ainda este ano o recém-formado Observatório do Vinho do Porto e Douro, temos o Prazer de apresentar as 15ª Jornadas Cooperativas do Douro. Foram 14 anos a refletir o Douro sobre diferentes perspetivas e com inúmeros e importantes interlocutores, onde temas centrais como o COOPERATIVISMO e a importância do Empreendorismo, Inovação, da Universidade no desenvolvimento da Região, do Marketing Vinícola, do Turismo, a Cultura e a Economia Social,
foram alavancadas para criação de novos projetos, e já em 2019 a perspetiva da importância da Economia Circular para abrir horizontes para novos modelos de negócios. Todas as intervenções despoletaram novos conceitos e novas ideias de progresso e adaptação às mudanças verificadas durante estes anos. Por isso estas Jornadas serão constituídas por artigos na VIDA ECONOMICA e no VIVADOURO, que apoiam a iniciativa pela publicação de vários textos de reconhecidos intérpretes da vida económica e científica da Região, de forma a reforçar esta reflexão. Ao desenhar as Jornadas deste ano, em que o mundo mudou devido á pandemia, adaptamos o seu formato a uma Conferência Digital sobre o Tema central da Sustentabilidade e do Desenvolvimento do Interior, pois consideramos que novos desafios se apresentam a
toda a Região, que só serão possíveis enfrentar com Politicas Integradas e Inovadoras. Todo este trabalho ao longo dos anos foi sobretudo obra de persistência e vontade de Alberto Júlio Silva Fernandes, um homem do Douro, com raízes em Pereiros no Concelho de S. João Pesqueira, e atualmente Presidente do Conselho Consultivo da APM, de que já foi Presidente da Direção, tem desenvolvido um notável trabalho no apoio á Comunidade no desenvolvimento de várias iniciativas e a pensar o futuro A 15ª Conferência, terá como Chairman, Silva Fernandes e será moderada por Professor Doutor J. Borges Gouveia, Universidade de Aveiro, Membro da Direção da Ordem dos Engenheiros (Norte), e Presidente da Assembleia Geral da APM- Associação Portuguesa de Management, e terá como Oradores o Engª Luis Rochartre Àlvares, Engenheiro Florestal (UTAD) Pós-Graduado em Sustentabilidade pela Universidade de Stanford e Harvard, Membro Sénior da Ordem dos Engenheiros, Diretor atual
de Soluções para a Floresta do WBSCD (World Business Council for Sustentability Developement em Geneve. (Suiça) , Advisor do Planitiers World Gathering e do CITAB- UTAD, e Sénior Partner da NBI – Natural Business Intelligence , e o Prof Dr. Carlos Melo Brito, Vice Reitor da Universidade Portucalense , Vice-Presidente da APM e Presidente do Observatório de Vinho do Porto e Douro. Abordaremos as linhas estratégicas para a Sustentabilidade da Região, em várias vertentes que incluirá, os Novos Modelos de Negócio para a Região, Clima e Energia e uma visão empresarial sobre alguns dos pilares de desenvolvimento, tais como Turismo e negócios integrados de Base Natural. Esta Conferência será realizada no dia 26 de Novembro de 2020 às 17 horas. Com base no Museu do Vinho em São João da Pesqueira, no ZOOM com ID da reunião 827 0006 97111 e senha 598244, para que temos o prazer de convidar todos os interessados. Firmamos também o Compromisso de posteriormente a este Evento fazerrmos uma publicação em livro do resumo da Conferência e dos textos a publicar pelo VIVADOURO e VIDAECONOMICA, de continuar a desenvolver e a criar parcerias para integrar o maior número de atores possível na reflexão continua, que procuramos seja horizontal e integradora sobre como desenvolver o futuro da Região. A motivação da APM nesta realização deste Evento, assim como na realização de vários eventos e ações de Formação como poderão consultar no nosso site ( www.apm.com) , é fundamentalmente porque acreditamos que a Nossa missão é desenvolver o Conhecimento dos Gestores nas Empresas e em várias regiões do pais, e dessa forma criar condições para desenvolvimento do país. Saudamos e agradecemos a amizade e confiança das diversas Entidades e Parceiros, acima enumeradas, assim como todos aqueles que de uma forma desinteressada, nos apoiam, pois são fundamentais para continuarmos neste objetivo, que acreditamos iremos alicerçar. Pelo Douro. Pelo futuro.
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Executivo municipal desloca-se a Lisboa para reuniões em ministérios O Executivo Municipal de S. João da Pesqueira deslocou-se no dia 23 de outubro, a Lisboa, para reunir no Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública, onde foram abordadas questões relativas a diversos processos de descentralização de competências e para a criação de um projeto piloto a nível nacional para fixação de quadros da Administração Pública no concelho. No mesmo dia, também foi requerida uma audiência na Secretaria de Estado do Orçamento do Ministério das Finanças, a fim de indagar do estado dos processos pendentes relativos às intervenções da EN222 e EN222/3. ▪
Campanha de vacinação contra a gripe O Centro de Saúde em parceria com a Câmara Municipal de S. João da Pesqueira estão a promover a administração da vacina contra a gripe à população com mais de 65 anos, através da Unidade Móvel de Saúde, que irá deslocar-se a todas as freguesias / lugares, para que a população mais idosa não tenha que se deslocar à sede do Concelho. Os idosos interessados em tomar a referida vacina devem contactar o Centro de Saúde de S. João da Pesqueira (254489400) para registarem essa intenção. ▪
Distribuição de ecobags à população O Município de S. João da Pesqueira no âmbito da candidatura, para Implementação de Eco-ilhas na vila de S. João da Pesqueira (POSEUR-03-1911-FC-000063), está a levar a cabo uma campanha de sensibilização e informação para a reutilização e reciclagem, com o objetivo de contribuir para a prevenção, redução e preparação para a reutilização e reciclagem. Neste sentido, está a entregar EcoBags e material de sensibilização a toda a população do concelho de S. João da Pesqueira. O principal objetivo que o Município de S. João da Pesqueira pretende atingir com esta ação, é o aumento da preparação para a reutilização da reciclagem e da qualidade dos recicláveis, os quais foram definidos com base nas linhas orientadoras preconizadas no PAPERSU, desenvolvido pela entidade gestora intermunicipal (RESINORTE). ▪
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Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I
Prevenção do Cancro da Mama No dia 30 de Outubro comemora-se o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama. Em tempos de pandemia, o assunto do dia é COVID-19, nas nossas conversas do dia-a-dia, na comunicação social. Mas, não podemos de forma alguma descurar outras situações que potencialmente podem afetar a saúde individual e que têm que ser tratadas com o cuidado que merecem, nomeadamente o cancro da mama. O cancro da mama é uma das doenças oncológicas cuja incidência tem vindo a aumentar. Nas mulheres é mesmo o tipo de cancro mais comum. No entanto, a mortalidade devido à doença tem estado estável, apesar do aumento da incidência. Este facto deve-se essencialmente ao diagnóstico precoce, conseguido, em grande parte pelos programas de rastreio. Podemos mesmo afirmar que Portugal tem uma das taxas de mortalidade mais baixas por cancro da mama na Europa. A abordagem ao cancro da mama deve ser em primeira mão preventiva, e para tal é importante que conheçamos os principais fatores de risco, sendo eles: • Idade - probabilidade aumenta com a idade. Uma mulher com mais de 60 anos apresenta maior risco • Reincidência do cancro da mama - uma mulher na qual tenha sido detetado cancro numa mama, tem maior risco de ter a doença na outra mama. • História familiar - o risco é agravado se a mãe, tia ou irmã tiveram cancro da mama, especialmente em idades mais jovens (antes dos 40 anos). • Alterações genéticas - alterações em certos genes • Primeira gravidez depois dos 31 anos. • História menstrual longa - mulheres que tiveram a primeira menstruação em idade precoce (antes dos 12 anos de idade), tiveram uma menopausa tardia (após os 55 anos) ou que nunca tiveram filhos, apresentam um risco aumentado. • Raça - o cancro da mama ocorre com maior frequência em mulheres caucasianas (brancas), comparativamente a mulheres latinas, asiáticas ou afro-americanas. • Obesidade após a menopausa. • Falta de atividade física. Sendo a idade o primeiro fator de risco, é fundamental uma consulta com o seu médico de família a partir dos 40 anos, para que seja encaminhada para o processo de rastreio mais adequado à idade. No caso de estar perante um cancro da mama, a eficácia do tratamento é muito mais elevada na sequência de um diagnóstico precoce. É ainda importante em qualquer idade a autovigilância da mama, um exame simples que lhe pode e deve ser ensinado e instruído pelo seu enfermeiro de família nos Cuidados de Saúde Primários, para fazer em casa com uma regularidade pelo menos mensal. Perante algum sinal de alarme, que pode ser um nódulo palpável, uma alteração na cor da pele, retração dos mamilos, secreção nos mamilos ou alterações no tamanho da mama, deve com brevidade entrar em contacto com o seu médico de família para avaliação clínica. Adote ainda comportamentos de vida saudável, como hábitos de exercício físico e alimentação saudável e para além de prevenir o cancro da mama estará também a prevenir inúmeras outras doenças.
Região
TPNP e ATP fundem-se num só organismo Desde o passado dia 1 de outubro as duas instituições estão agora juntas num mesmo organismo denominado Turismo do Porto e Norte, uma ambição de Luís Pedro Martins desde a sua tomada de posse à frente do TPNP em fevereiro de 2019, que passa agora a liderar o novo organismo. “É a concretização de mais um compromisso que tinha também desde o início do meu mandato”, afirmou Luís Pedro Martins ao nosso jornal. Para o agora presidente do TPN, a situação inédita vivida apenas a Norte com uma gestão bicéfala do setor do turismo urgia em ser resolvida com o objetivo de um trabalho mais profícuo na promoção do território. “Nem eu compreendia, nem muitos dos stakeholders, esta divisão que existia na região nomeadamente sabendo que as outras regiões tinham já resolvido esta situação de termos uma liderança bicéfala no turismo. Mais importante que isso era o facto de não termos uma estratégia comum, alinhada nas áreas tão importantes como a promoção, comunicação, marketing e comercialização da região. Eu não gosto de falar do passado e não irei dissecar as razões pelas quais isto não aconteceu antes, mas vou sim assinalar o facto de termos, ao fim de muito tempo, encontrar aqui um conjunto de vontades, quer pelas pessoas que lideravam até há uns dias atrás a ATP, quer por quem estava na TPNP, dando aqui um destaque muito importante à Câmara Municipal do Porto e ao seu executivo, mas também a toda a Assembleia Geral de toda a ATP que votou por esmagadora maioria este entendimento com a Entidade Regional, e também não deixando de destacar que na Assembleia Geral da TPNP esta decisão de regressarmos à ATP foi aprovada por unanimidade, ou seja, acho que foi o cumprir de um desejo dos associados das duas instituições”. Para Luís Pedro Martins o novo organismo ganha agora um maior poder reivindicativo juntando o privado e o público na representação do setor na região.
> Luís Pedro Martins, Pesidente do TPN e da ATP
“Claramente ficamos com mais forma e maior poder reivindicativo. Na verdade temos hoje os privados e o setor público que representa o turismo junto e alinhados. Espero que o efeito possa surgir a partir do momento em que a pandemia esteja resolvida, colocando em prática todas as ideias que temos, agora sim feitas por uma só equipa. Como tal estou bastante satisfeito por isso”. No entender de Luís Pedro Martins a fusão das duas entidades será vantajosa para toda a região, não só pelo trabalho conjunto entre privados e público, mas também pela integração das diferentes ofertas existentes na região. A ligação ao Porto é também essencial para o Presidente do organismo que vê nesta marca um grande potencial, não só por ser a principal porta de entrada de turistas no Norte como pelas curtas distâncias a que as diferentes ofertas da região se encontram da cidade invicta. “Eu diria, antes pelo contrário, a Entidade regional tem uma visão muito grande do território, a ATP tem uma visão muito grande sobre o setor privado, claramente o que queremos trazer é este apor de olhar para a região como um todo e, hoje, a ATP funcionar também como uma agência de promoção da região. Já foi dado um sinal claro, nós trouxemos para dentro dos órgãos sociais
associados de territórios como o Minho (e aqui aproveitando para trazer um produto como o Golfe de Ponte de Lima), assim como veio a Rota do Românico que é transversal ao território e afastado da Área Metropolitana do Porto como são os Vales do Sousa e do Tâmega e que, hoje, fazem parte também da nossa equipa. Um sinal muito claro de qual é a nossa estratégia que é aproveitar a grande marca Porto e o grande potencial que tem de atração esta marca, e a felicidade de a termos no Norte, mas também utilizá-la para servir como porta de entrada, permitindo depois distribuir a partir daí por todo o território. É impossível dissociar o Porto do Norte, quando se promove a região de Madrid, a palavra principal é Madrid ou Barcelona, por exemplo. Nós fazemos a ligação Porto e Norte, mas evidentemente o Porto é uma marca com reconhecimento internacional e nós temos que aproveitar esta vantagem, permitindo que através dessa porta que os turistas percorram todo o território que, em boa verdade, se percorre com facilidade à distância de duas horas chegamos a quase toda a região, isto para o mercado brasileiro, por exemplo, não é nada, as deslocações que eles fazem internamente são maiores. Temos que tirar proveito desta vantagem, desta marca, e conseguir dessa forma que todo o norte beneficie”. ▪
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Sabrosa
Presidente da CCDR-N inaugurou Posto de Informação Turística e Miradouros em Sabrosa O presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Norte – CCDR-N, Fernando Freire de Sousa, esteve, no passado dia 7 de ouburo, de visita ao território sabrosense onde inaugurou o Posto de Informação Turística e os Miradouros da Estrada Municipal 323 Sabrosa – Pinhão, sendo ainda homenageado pela CIMDOURO numa reunião da mesma, que decorreu no Espaço Miguel Torga. Numa manhã com uma agenda bastante preenchida em Sabrosa, o presidente da CCDR-N começou por marcar presença na centésima vigésima quinta reunião do conselho Intermunicipal da CIMDOURO, onde foi homenageado por esta comunidade no âmbito do seu trabalho desenvolvido durante os últimos quatro anos como presidente da Comissão de Coordenação Regional do Norte. Depois,
já em pleno Alto Douro Vinhateiro, inaugurou o Posto de Informação Turística e os Miradouros da EM 323 Sabrosa – Pinhão, numa cerimónia que contou ainda com os dezanove presidentes de Câmara da CIMDOURO presentes em Sabrosa durante esta manhã. No momento, o presidente da CCDR-N teve oportunidade de expressar a sua gratidão pelo reconhecimento, por parte de todos os presentes, do trabalho realizado na, e para, a região duriense e, em particular, da satisfação sentida pela conclusão do processo relativo à estrada municipal 323 Sabrosa-Pinhão. O presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, referiu também o quanto está “grato ao presidente da CCDR-N, Prof. Dr. Fernando Freire de Sousa, pelo trabalho e envolvimento
Município entregou duas casas de habitação social No seguimento do concurso para atribuição de habitação social em regime de arrendamento apoiado, o município de Sabrosa entregou duas casas a dois agregados familiares do concelho, designadamente um T2 e um T3. Estas casas, localizadas na Mata da Soalheira e no Bairro João Paulo II,
respetivamente, foram entregues pelo presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, que no ato simbólico de entrega das respetivas chaves desejou felicidades a estas duas famílias neste novo lar e para a nova etapa que agora poderão iniciar. ▪
na realização da obra hoje inaugurada”, salientando ainda a importância das estratégias e trabalho desenvolvidos pela CIMDOURO para a região, numa estratégia supramunicipal e de cooperação e envolvimento de todos. Recorde-se que esta via panorâmica foi
alvo de uma requalificação estruturante que a dotou de maior segurança, vários Miradouros e de um Posto de Informação Turística, permitindo a Sabrosa, e à região, receber atualmente os seus visitantes com mais atratividade, segurança e comodidade. ▪
“500 Anos da Descoberta do Estreito de Magalhães” comemorados em Sabrosa No âmbito das comemorações do V centenário da viagem de Circum-navegação de Fernão de Magalhães, a Estrutura de Missão oficial para as comemorações e a Câmara Municipal de Sabrosa homenagearam, no passado dia 23 de outubro, em Sabrosa os “500 Anos da Descoberta do Estreito de Magalhães” num evento comemorativo que destacou a, já reaberta, Exposição “Locais e Culturas da Viagem de Magalhães”, em Sabrosa, e contemplou a apresentação pública do livro “Marinheiros da Esperança, na rota de Magalhães e Elcano”, lançado em três idiomas, e que conta com prefácio dos três Chefes de Estado-Maior da Armada dos respetivos países. Ao início da tarde aconteceu a abertura oficial do evento na Exposição “Locais e Culturas da Viagem de Magalhães”, com destaque para as intervenções do vice-presidente da Câmara Municipal de Sa-
brosa, António Graça, que aproveitou o momento para agradecer a todos os intervenientes envolvidos no processo de reabertura daquele espaço expositivo, e do presidente da Estrutura de Missão, José Marques, que realçou a importância de Sabrosa na promoção de Fernão de Magalhães “nacional e internacionalmente”, do seu feito e do trabalho que é desenvolvido atualmente em torno da sua viagem. Ainda no âmbito do programa estipulado para o momento, foi descerrada uma placa de homenagem da data na Estátua Fernão de Magalhães, na Avenida Cidade de Cebú, sendo mais tarde apresentado, no Espaço Miguel Torga, o livro “Marinheiros da Esperança, na rota de Magalhães e Elcano”, apresentado por Eurico Jorge Gaspar, Diretor de Pediatria e Neonatologia do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro. ▪
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VIVADOURO
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Torre de Moncorvo
Empresa sul-coreana instala Central Fotovoltaica com 27 mil painéis solares O grupo Q Cells está a instalar no Larinho, em Torre de Moncorvo, uma central fotovoltaica com 27 mil painéis solares. O projeto conta com um investimento que ronda os 8 milhões de euros. Para o Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, este investimento “na ordem dos 8 milhões de euros, é extremamente importante ao nível da economia local, pelo número de trabalhadores que aqui estão a trabalhar, da restauração e do alojamento, mas é também fulcral para estarmos na vanguarda
enquanto município das energias limpas, que são o futuro da humanidade.” “Depois de ser chumbado o projeto do parque eólico no concelho, vemos com bons olhos esta iniciativa e a oportunidade de recuperar um projeto de energias limpas, indo de encontro ao que este executivo sempre defendeu, que as energias limpas são o futuro e que o concelho de Moncorvo quer estar com um pé assente no presente, mas com um passo já no futuro”, referiu Nuno Gonçalves. Para o autarca esta é também uma oportunidade de, em conjunto com as minas de ferro, voltar a industrializar o concelho. “Quando entrei no município, Moncorvo não era um município industrializado, hoje temos as minas de extração de ferro e este projeto de instalação de painéis fotovoltai-
cos que nos permitem estar no caminho da redução da pegada de carbono”. Segundo Pedro Araújo, representante do Q CELLS, grupo investidor neste projeto, a potência solar total a instalar neste empreendimento será de 11,6 Megawatt (MW), não revelando, para já, o valor do investimento neste parque fotovoltaico, que se prevê que esteja concluído em finais de 2020. Pedro Araújo referiu ainda que “toda a Península Ibérica apresenta condições excecionais de irradiação solar, pelo que todas as regiões de Portugal e Espanha representam excelentes localizações para o desenvolvimento fotovoltaico”. “O local específico (Larinho) foi identificado após cuidadosa consideração e colaboração com os nossos parceiros locais do projeto, a empresa Triple Watt, e estamos
entusiasmados por ligar, o quanto antes, a instalação de 11,6 MW à rede e começar a fornecer energia solar limpa ao operador local da rede elétrica”, concretizou o responsável. O Q CELLS, tido como um dos maiores fornecedores de painéis fotovoltaicos do mundo, tem sede administrativa em Seul, na Coreia do Sul, e centro de investigação e desenvolvimento (I&D) na cidade alemã de Thalheim. A Triple Watt é uma empresa portuguesa especializada no setor solar fotovoltaico, fornecendo serviços nos segmentos do desenvolvimento de projetos e EPC (Engineering Procurement and Construction), para projetos de pequena e grande dimensão, não só em Portugal, mas também a nível internacional. ▪
Moncorvo prevê exportar 300 mil toneladas de minério até final do ano Na década de 50 as minas de Torre de Moncorvo chegaram a empregar 1500 mineiros, 39 anos após o seu encerramento, (em 1983, por falência da Ferrominas), reabriram já este ano pelas mãos da Aethel Mining. Para o autarca moncorvense, Nuno Gonçalves, é um orgulho ver este projeto no terreno depois de tantos entraves que foram colocados nas últimas décadas.
“O projeto mineiro que foi tantas vezes colocado em causa, posto sobre dúvidas (aceitáveis devido ao que aconteceu desde a década de 80 até hoje), com o número de concessões dadas pelo Estado às diferentes empresas que quiseram explorar este projeto e todos os entraves que lhes foram colocados, é um orgulho para o município de Torre de Moncorvo, que se diga em abono da verdade, nunca deixou cair este projeto”. De acordo com o edil, a expectativa é que “até ao final do ano o complexo mineiro de Torre de Moncorvo irá exportar cerca de 300 mil toneladas de minério, num
conceito inovador, que vem ao encontro daquilo que nós queremos, é um projeto verde. Foi feita a reabilitação de toda a zona envolvente onde é extraído o minério. Há uma preocupação ambiental e isso para nós é ir mais além. Não é um projeto mineiro igual aquilo que estamos habituados a ver, tem características próprias, a pensar no futuro e a pensar verde, que é o que queremos para Torre de Moncorvo”. Os trabalhos neste complexo arrancaram no passado dia 22 de julho com a preparação dos caminhos no Cabeço da Mua.
Recorde-se que está previsto um investimento de mais de 100 milhões de euros até 2026. Com este projeto a empresa conta explorar, numa primeira fase, mais de 6 milhões de toneladas de minério nos primeiros 5 anos de laboração e devendo dar trabalho a cerca de 200 pessoas. O transporte do minério para o Porto de Leixões será feito através da Linha do Douro que assim volta a receber o transporte de mercadorias que tem sido praticamente residual, limitando-se apenas ao transporte de alguns vagões de cimento provenientes de um entreposto da Secil. ▪
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Sernancelhe
Soutos da Lapa esperam colheita semelhante a 2019 Chega o outono e pelas ruas, aqui e ali, o nosso olfato vai sentido o cheiro a castanha assada. Na região designada como DOP Soutos da Lapa, a Martaínha é a qualidade predominante, “a melhor de todas”, garantem. O VivaDouro foi perceber como está a colheita de castanha Martaínha. No terreno a opinião é unânime, apesar de alguns contratempos, em termos de quantidade a expectativa é que esta colheita seja equivalente ao ano de 2019. Apesar de apresentar calibres mais pequenos há mais quantidade, o que equilibra a balança. “A expectativa é que em termos de quantidade não seja muito inferior aquilo que se passou no ano passado, andará em linha com a campanha de 2019, talvez menos 5 ou 10%, nada muito significativo. Do ponto de vista da qualidade pode haver alguma diferença porque 2020 foi um ano muito seco e extremamente quente o que fez com que o crescimento das castanhas fosse muito afetado. Este ano vamos ter, eventualmente, uma quantidade semelhante mas de calibres mais pequenos. Sendo de calibres mais pequenos conseguimos ter quantidades semelhantes porque tivemos um período de floração e polonização muito bom e há muita castanha. Portanto, quando pesarmos aquilo, o peso será semelhante ao do ano transato, esta é a expectativa que nós temos para este ano”, afirma José Laranjo, professor da UTAD, especialista na fileira da castanha. A mesma ideia expressa José Ângelo Pinto, presidente da Cooperativa Agrícola de Penela (COOPENELA), que afirma que os produtores se têm mostrado satisfeitos com a colheita. “Do ponto de vista da produção estamos com entregas superiores às do ano passado na mesma altura, o que quer dizer que a castanha está a cair mais cedo do que é habitual. A castanha está mais pequena, não tem para já os calibres muito grandes, normalmente esses ficam na árvore a desenvolver-se e portanto vêm mais tarde, mas está a correr muito bem. Os agricultores estão contentes com as produções e estão a entregar a castanha com grande expectativa sobre a campanha deste ano. Não há anos iguais na fileira
da castanha, a cada ano as condições variam e isso leva a que todas as campanhas sejam diferentes, estou desde 2012 muito ligado a este setor e nunca tive dois anos semelhantes sequer, cada um tem as suas características”. José Fernando é um dos produtores da castanha Martaínha, no total tem 30 hectares de soutos onde produz em média 20 toneladas deste fruto. O produtor afirma que o clima não ajudou aos primeiros dias de colheita mas o regresso da chuva e do tempo mais fresco vão ser benéficos para o que falta da campanha. “A castanha caiu mais cedo este ano mas agora as condições climatéricas também estão a ajudar com alguma chuva e o tempo mais fresco. O tempo seco não ajuda porque se torna mais difícil de abrir o ouriço o que faz com que as pessoas utilizem uns martelos para os abrir e acabam por danificar a castanha. Com esta chuva as coisas mudam, obriga a que o ouriço abra e a castanha cai limpa no chão, o que é a situação ideal. O principal problema do castanheiro são as alterações climáticas e a presença de doença e pragas”. Pragas e doenças que este ano se fizeram notar com mais intensidade na DOP Soutos da Lapa, em especial a Vespa da galha do castanheiro, como explica José Ângelo Pinto. “A vespa das galhas do castanheiro de facto, pela primeira vez, atacou a nossa região com visibilidade muito alta, as galhas eram bastante visíveis e estavam bastante espalhadas ao contrário dos anos anteriores em que na variedade Martaínha, aquela que aqui é mais comercializada, não se notava o que nos levou a pensar que haveria alguma resistência à vespa. Nas árvores atacadas o ouriço desenvolveu-se na mesma mas possivelmente não com a mesma quantidade, por exemplo, nós temos um castanheiro no quintal que foi fortemente atacado e no ouriço temos uma castanha boa e duas que não se desenvolveram. Eu acredito que seja de facto uma consequência da instalação da vespa das galhas do castanheiro na região. Estamos a lutar seriamente contra esta doença através das largadas do bicho que come a vespa das galhas, o Torymus Sinensis, algo que está a acontecer de uma forma muito ativa. No caso particular de Penedono foram feitos dezenas de lançamentos, assim como na Mêda e outros concelhos aqui à volta. Estamos convencidos que irá começar a haver um equilíbrio entra as duas circunstâncias e não iremos sentir uma quebra de produção drástica como outros países sentiram, mas obvia-
> José Fernando - produtor
mente que sentiremos algo”. Outro problema registado este ano é a existência de alguma podridão, afirma José Laranjo, que explica que o perigo desta doença é que dificilmente é identificada mas tem uma elevada taxa de contaminação entre os frutos. “Temos alguma podridão que se começa a fazer notar e é terrível, essencialmente por dois fatores: porque por fora não se percebe que está podre por dentro e tem um índice de desenvolvimento muito grande, rapidamente pode alastrar-se a uma massa de castanhas se não forem mantidas nas condições ideais. É uma dor de cabeça mais que temos no setor e que estamos a trabalhar no sentido de ver qual a melhor solução para resolver”. Apesar do mercado ter muita procura para a castanha Martaínha, José Ângelo Pinto tem ainda muitas dúvidas sobre como será o ano em termos de comercialização. Para o presidente da Coopenela, as limitações colocadas aos vendedores ambulantes de castanha assada pode causar alguns problemas. “A parte que ainda não sabemos é a questão da comercialização porque precisávamos muito que os assadores de castanha fossem autorizados a trabalhar livremente, sem obstáculos criados através de medidas perfeitamente discricionárias que são um bom sintoma daquilo que acontece habitualmente nestas circunstâncias.
> José Laranjo, professor da UTAD
Os vendedores ambulantes de castanha estão a ser altamente descriminados, estão a ser proibidos em toda a Europa de exercer a sua atividade o que é uma absoluta imoralidade porque de facto um vendedor de castanhas não é um transmissor ativo de Covid ou qualquer outro vírus. Aliás, são pessoas que normalmente têm muito cuidado com a sua saúde e o seu bem estar e não serão focos de transmissão de doenças e estão a ser vistos como tal, situação que era necessário alterar urgentemente”. No entender do professor José Laranjo, a fileira da castanha desempenha um papel importante na economia local e pode ser um travão à desertificação de concelhos como Penedono e Sernancelhe. “Sernancelhe e Penedono são dois concelhos muito importante da região dos Soutos da Lapa, são cerca de mil hectares em cada concelho o que representa cerca de 1500 toneladas em cada um. Esta é uma cultura que pode ajudar ao estancamento do despovoamento das populações, é um trabalho que tem que ser feito e aqui há também responsabilidade dos municípios que se debatem muitas vezes com falta de recursos humanos para manter estes recursos naturais. É uma cultura com muita rentabilidade, que se desenvolve nas condições apropriadas que existem no interior e isso é uma grande vantagem”. ▪
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VIVADOURO
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Reportagem
Medidas preventivas e críticas ao Governo marcam regresso às aulas no ensino superior Outubro marca o regresso às aulas no ensino superior. Num ano marcado pela pandemia Covid-19, a UTAD, em Vila Real, e a ESTGL, em Lamego, registaram elevados números de admissões. Texto e fotos: Carlos Almeida Devido à pandemia o regresso às aulas está a decorrer com diversos condicionamentos, turmas reduzidas e com o uso obrigatório de máscara dentro da sala de aula onde também a distância tem de ser cumprida entre alunos. À porta da sala já está um pequeno grupo de alunos que aguarda a professora Daniela Fonseca para mais uma aula de Criatividade e Inovação. Da carteira a professora tira um vaporizador de álcool gel que vai borrifando nas mãos dos alunos à medida que vão entrando. “Fiquem nos mesmos lugares em que ficaram na aula anterior”, lembra Daniela Fonseca. Já dentro da sala os alunos sentam-se separados por um lugar livre. “Neste momento, dentro daquilo que têm sido as minhas aulas e as minha turmas, tenho tido a sorte de tudo ter corrido bem. Estamos a tentar manter uma linha de algum cuidado e segurança mas há sempre o receio de poder haver algum contágio, de podermos estar todos assintomáticos e não saber, há esse receio. Há diversas situações que dificultam o nosso trabalho, o não poder circular pela sala, não poder pedir a um aluno que troque uma simples folha de papel com um colega, entre outras. Acho que se conseguirmos dar passos seguros, com alguma calma, vamos conseguir levar isto por mais tempo. Esperemos que o resto da sociedade assim o permita e até ver o regresso está a ser mais ou menos tranquilo, ainda não há razão de queixa. Claro que a máscara dificulta um pouco, em especial para quem usa óculos, como eu, mas tudo se consegue desde que haja boa vontade por parte das partes envolvidas. Os alunos têm tido grande boa vontade neste processo, já quando estivemos confinados eles tiveram uma maturidade e elegância muito além das nossas expectativas, colaborando e trabalhando com afinco mesmo tendo difícil também para eles. Por agora temos que continuar assim até haver outras soluções para este problema”, afirma a docente à nossa reportagem. Enquanto prepara o início da aula e vai ligando o computador para fazer a ligação com dois alunos brasileiros do outro lado do Atlântico Daniela Fonseca vai continuando a borrifar as mãos dos alunos mais atrasados que entram na sala, “não me esqueci de ninguém, pois não?”, questiona. Já com a ligação ao Brasil feita Daniela confirma que do outro lado os alunos a conseguem ouvir. “Esta é a situação possível, não a preferível. Os nossos alunos do Brasil, alguns deles vão chegar mas, como ainda não obtiveram o visto ainda
> Daniela Fonseca a lecionar a unidade curricular de Criatividade e Inovação
não puderam estar presentes nas aulas na sala. É uma situação de alguma exceção que depois se vai tornar não tão frequente. Também me parece importante que neste inicio não fiquem desacompanhados e não deixem de ter acesso às aulas para que a partir do momento que chegam possam acompanhar sem grandes problemas”. Para a docente o regresso ao regime de aulas online é para evitar. Apesar de reconhecer algumas vantagens neste método e a forma como os alunos se aplicaram quando foram obrigados a ele, a docente afirma que a presença em sala de aula é a mais adequada, mesmo com todas as limitações existentes no presente. “Tanto quanto possível o regresso às aulas online são para evitar. Apesar de ter alguns aspetos positivos, em termos de orientação de trabalho com a turma permite mais concentração, permite também ter mais cuidado e maior preparação na matéria lecionada. Contudo o presencial é mais real, humano, mais interativo, mesmo com a dificuldade das máscaras. Presencialmente o aluno sente-se mais à vontade para questionar o professor sobre uma matéria que não esteja a entender, por exemplo. As aulas online também são mais curtas porque não consegui-
"Contudo o presencial é mais real, humano, mais interativo, mesmo com a dificuldade das máscaras."
mos manter a audiência atenta mais do que 30, 40 minutos, na aula presencial há sempre momentos de alguma informalidade que ajudam a manter a concentração nos momentos mais importantes. Quando estive confinada a aprendizagem que fiz sobretudo foi a ser mais organizada e funcionou muito bem comigo até porque percebi uma coisa muito simples, como eu estou aqui diariamente, muitas vezes eu perdia imenso tempo em atendimento presencial, no gabinete ou no corredor, a tratar dos mais diversos assuntos e em casa não conseguia gerir bem os emails, tive que me adaptar e limitar ao essencial, mensagens curtas, claras, concisas, o que me tornou melhor docente”. Ruben Roma e Ana Margarida são dois dos estudantes presentes na aula da professora Daniela Fonseca, para estes alunos assistir às aulas presencialmente é sem dúvida a melhor opção, apesar da obrigatoriedade do uso de máscara e do distanciamento. “Eu não gosto muito das aulas online, embora muita gente tenha subido a mádia, eu prefiro as aulas presenciais porque estou mais atento e acabo por intervir mais vezes. A máscara dificulta um pouco porque parece que perdemos um pouco o sentido da audição porque temos também a capacidade de ler nos lábios e assim fica mais difícil, temos que falar mais alto”, afirma Ruben. “Embora esteja tudo muito diferente, com muitas regras novas eu sinto que nos estamos a adaptar muito bem e a cumprir tudo, quer por parte dos docentes quer por parte dos alunos. A máscara dificulta a transmissão da mensagem e temos que ter mais cuidado com as expressões porque os olhos são a única parte que fica visível”, afirma Ana.
“Sentimos falta de mais informação e orientações por parte da tutela" Já no que diz respeito às atividades extra curriculares o entendimento dos dois estudantes é diferente, se Ruben sente falta “de sair à noite e beber um copo com os amigos, conviver”, Ana Margarida confessa-se mais caseira por isso afirma que pessoalmente não lamenta a ausência desses momentos. “Não faz muito parte de mim sair à noite mas para quem gosta e mesmo para os estudantes estrangeiros que cá chegam deve ser uma situação mais complicada, são limites que têm de ser cumpridos para o nosso bem”. Para o presidente da Associação Académica da UTAD (AAUTAD), o início do ano letivo tem corrido bem, contudo, José Pinheiro, deixa algumas críticas à tutela e ao Governo pela forma como geriu toda a situação, adiando decisões e tardando nas orientações necessárias para o ensino superior. “Sentimos falta de mais informação e orientações por parte da tutela, nós próprios enviamos cartas ao ministro porque sentimos que não foi dada a devida atenção aquilo que é o ensino superior. Aquilo que vimos foi um Governo que foi adiando decisões e recomendações que prejudicaram em muito o início de ano letivo. É consenso geral que no mês de agosto as universidade têm uma capacidade de trabalho muito reduzida, até porque grande parte dos funcionários está de férias, e muitas decisões do ministério foram tomadas
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Reportagem nesse mês, reduzindo assim a capacidade de organização e o tempo de organizar respostas aos problemas que existem e que já se adivinhavam. Uma das queixas que tem pautado os últimos anos as reivindicações dos estudantes universitários é a escassez de alojamento e o consecutivo aumento de preços que se sente face à pouca oferta. Este ano a UTAD celebrou um protocolo com unidades hoteleiras da região para assegurar mais camas aos seus estudantes. Apesar de reconhecer o mérito desta opção, José Pinheiro afirma que esta é uma solução provisória para um problema que já se arrasta há demasiado tempo, a falta de investimento em alojamento público, em especial fora da Lisboa e Porto. “Foi celebrado um protocolo entre a UTAD, a AAUTAD e algumas unidades hoteleiras da região, realmente era necessário que ele existisse. Era importante num ano em que a oferta público baixou em 170 camas, quase para metade, havendo assim um auxílio de emergência, até porque era impossível criar alojamento público em tão pouco tempo. Resolve alguns problemas mas é uma resposta pontual mas não resolvemos verdadeiramente o problema porque a questão do alojamento continua em cima da mesa, a oferta pública continua demasiado baixa e aquilo que era o Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior continua parado ou morto, não existiu construção de mais camas. Percebemos que este modelo de residências com 3 camas por quarto começa a ficar gasto porque não permite ao aluno ter um espaço individual onde consiga estudar e criar o seu ambiente de conforto. Para o reitor, Fontainhas Fernandes, as medidas que têm sido tomadas na instituição são indicadas para a atual situação. “O ensino é claramente presencial, reduzimos o número de alunos nas salas de aula de forma a adaptar a capacidade. Em alguns casos se os docentes são de risco, ou caso haja algum caso, então passamos para o ensino à distância. Além de ter sido proibido, com antecedência e a título excecional, qualquer ato de integração, nós também promovemos o uso obrigatório da máscara em todo o campus, de forma a evitar qualquer tipo de situação interna. Nota-se uma grande mudança de comportamento e não temos visto grandes aglomerados. Com o agravamentos das condições climatéricas a situação pode tornar-se mais difícil porque os alunos também passarão mais tempo dentro dos espaços fechados”. Apesar de todas as mudanças e de todos os cuidados o reitor afirma que a UTAD estar preparada para um surto, “depende sempre da sua dimensão”.
"Nota-se uma grande mudança de comportamento e não temos visto grandes aglomerados"
“Estamos a desenvolver um conjunto de ações em articulação com as entidades de saúde locais com as quais reunimos diversas vezes. Existe uma forte comunicação entre essas entidades e a universidade, tentando dar uma resposta diária aos casos que vão surgindo, sejam em funcionários, docentes ou alunos. No caso dos estudantes a articulação tem que ser maior uma vez que a maioria são de fora de Vila Real e muitas vezes, quando são diagnosticados casos eles não se encontram cá, estão nas residências dos familiares. Temos uma equipa que esta a trabalhar em permanência não só para manter os espaços higienizados como para iniciar todos os procedimentos assim que seja detetado algum caso, procurando a melhor solução”. Fontainhas Fernandes revela ainda à nossa reportagem que a instituição está a alargar o seu apoio aos estudantes, em especial através da criação de um gabinete para apoio psicológico. “Estamos a criar um gabinete de acompanhamento psicológico para todos aqueles que precisem desse tipo de apoio. É uma realidade diferente, muitos dos alunos são deslocados e por isso pensamos que esta seria uma mais valia”. Em Lamego, na Escola Superior de Tecnologia e Gestão, o diretor, Miguel Mota, afirma que está a ser um início de ano trabalhoso de forma a cumprir todas as normas exigidas. Num ano em que registou um elevado número de admissões, a Escola Superior adapta-se a uma nova realidade dividindo turmas, mudando horários, e muitas outras medidas. “Está a ser muito trabalhoso, tivemos que nos adaptar e estamos a adaptar todos os dias. As normas internas foram adaptadas de acordo com o que foi emitido pela DGS e pelo Ministério do Ensino Superior, nós criamos um Plano de Contingência que está a ser aplicado em toda a escola e seguimos as indicações da Delegada de Saúde Regional, que esteve já por duas vezes aqui na escola para verificar as condições que tínhamos. Tivemos que adaptar em especial por causa das salas. Este ano felizmente tivemos um número de admissão de novos alunos muito grande, como não tínhamos há muitos anos, um total de cerca de 300 novos alunos nas 3 fases, no ano passado tínhamos no total 557 alunos. O resultado disto é que estamos a começar a dividir turmas, em turnos A e B, com as aulas a serem todas lecionadas na escola, isto por causa da dimensão das salas e dos corredores para evitar ajuntamentos. De resto, a nível de docentes tem havido um esforço por parte de todos, dividimos os horários o que nos permite ter um horário continuo, ao contrário do que fazíamos até aqui em que, por exemplo, às 13 ia toda a gente almoçar. Adquirimos também equipamentos que permite aos alunos levar as refeições para casa, em sistema de take-away”. Para Miguel Mota este regresso ao espaço físico era necessário, “por parte dos alunos havia uma necessidade enorme de terem aulas na escola, precisavam de contacto humano com os professores, isso nota-se pelas poucas faltas que têm dado”.
Apesar deste regresso, e como forma de evitar maior circulação no interior do edifício, o apoio aos alunos continua a ser em formato online. “Todos os apoios aos alunos são feitos online o que facilita bastante, o aluno sabe em que horários pode encontrar o professor. Este acompanhamento acontece preferencialmente na nossa plataforma interna, contudo podem também ser utilizadas as aplicações mais conhecidas como o Zoom ou o Teams”. Quanto a um eventual surto que possa surgir na instituição o diretor garante que tudo está preparado para essa situação. Com alunos de diversas zonas do país Miguel Mota garante que o acompanhamento de cada situação está garantido e por parte dos alunos também há a consciência das situação que se vive. “É algo que nos preocupa e não somos exceção, temos alunos de norte a sul e ilhas, naturalmente à nossa medida mas o problema é igual, só muda mesmo a dimensão. Eventualmente vamos ter que lidar com um surto mas estamos confiantes que dentro da escola não
> Fontainhas Fernandes, Reitor da UTAD
> José Pinheiro, Presidente da AAUTAD
> Miguel Mota, Diretor ESTGL
"Dentro da escola é o local mais seguro que têm para estar" se irá propagar. Aqui temos a questão da mobilidade que é muito diferente do ensino secundário em que os alunos basicamente são do concelho da escola, aqui eles no fim de semana vão para zonas onde em alguns casos têm taxas de contágio muito elevadas, infelizmente. Era bom que se conseguissem manter por aqui até porque até à data temos números muito baixos mas naturalmente eles querem ver as suas famílias e isso não podemos evitar. Dentro da escola é o local mais seguro que têm para estar. Lá fora relaxam mais e isso nota-se, contudo também temos notado nas últimas semanas que esse relaxamento vai diminuindo, mesmo lá fora vemos que eles têm sempre o cuidado de usar a máscara”. ▪
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Torre de Moncorvo | Foz Côa
Maior ponte suspensa pedonal do mundo ligará Moncorvo a Foz Côa O Município de Torre de Moncorvo apresentou um projeto que pretende ligar as duas margens do Rio Douro entre o Museu do Côa, no concelho de Vila Nova de Foz Côa, e o Alto da Barca, no Peredo dos Castelhanos, em Torre de Moncorvo, através de uma ponte pedonal que será a maior ponte pedonal suspensa do mundo. O projeto prevê ainda a construção de uma rede de passadiços e caminhos pedonais que interliguem os principais pontos de interesse, a pavimentação de caminhos públicos rodoviários de acesso à ponte pedonal e miradouros e a construção de uma nova ponte rodoviária sobre a ribeira do Arroio. Armindo Rodrigues, da empresa Afaplan, entidade responsável pela elaboração do projeto, reforça a abrangência deste projeto. “Devemos falar nos diferentes âmbitos, não só o interesse local, do concelho de Moncorvo, mas de dois concelhos que são duas regiões distintas, a região de Bragança e a Região da Guarda e também no panorama internacional, porque se Guarda e Bragança ficam unidas por mais
um ponto, que não é um ponto qualquer, estamos a falar de uma ponte suspensa com o maior vão do mundo, na ordem dos 750 metros, que tem um impacto a nível turístico fortíssimo.” Salientou ainda que a união das duas margens potencia diferentes rotas religiosas como os caminhos de Santiago, os de Fátima e de Lourdes, cujo centro deste triângulo se situa nesta região. Nuno Gonçalves, Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncor-
vo, explica o que está na génese deste projeto “estamos no coração de algo que é privilegiado, o Douro, o Côa, estamos dentro do Parque Arqueológico do Côa e no Alto Douro Vinhateiro. Sempre foi uma política do executivo pensar desta forma. O turismo que chega ao Porto tem que vir por esse rio, cá para cima, também vimos que o turista fica um dia em Torre de Moncorvo, a ideia é que ele consiga ficar pelo menos duas noites. Mas, para
isso, temos de lhe criar condições e dar algo para eles verem e que sintam a oferta, não só os produtos endógenos, não só a gastronomia que é por demais conhecida, mas também de um turismo ativo.” Para a execução deste projeto prevêse um investimento de 3 milhões de euros, sendo que a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo irá apresentar o projeto a várias entidades nacionais e regionais para que sejam parceiras neste investimento. “Com todo este projeto que queremos apresentar publicamente e que queremos fazer com que as entidades nacionais sejam parceiras neste investimento, o que nós queremos é demonstrar que temos todas as capacidades e tudo o que é necessário para teremos um projeto de sucesso e, portanto, é mais uma resposta para aqueles que lançam o desafio aos territórios de baixa densidade. Temos projetos de qualidade, de tão ou mais qualidade do que no litoral, e que queremos aproveitar esse fundo de resiliência para dar a conhecer o território, fazer com que as pessoas estejam neste território, venham cá conhece-lo e ao mesmo tempo tenha a qualidade que nós, aqueles que estamos cá, sabemos que temos, mas não conseguimos dar a conhecer”, referiu o autarca. ▪
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Região
Douro é a região que mais vinho produz em Portugal A região do Douro (CIM Douro), é a que maior quantidade de vinho produz em Portugal ficando à frente do Alentejo e Centro. Só na região Norte o Douro é responsável por 64% da produção vinícola. De acordo com os dados da Pordata, em 2018, a região do Douro (NUTS 3) produziu 1.715.581 hectolitros (hls) de vinho entre brancos, tintos e rosados, cifrando-se assim como a região que produz mais vinho no país ficando à frente do Alentejo (NUTS 2) com 1.622.332 de hls produzidos, e da região Centro (NUTS 2) que totalizou 1.584.854 hls. Olhando apenas para a região Norte de Portugal, o Douro é quem surge também
no lugar cimeiro, sendo seguido pela região do Tâmega e Sousa com 438.126 hls e do Alto Minho com 181.089 hls. Centrando atenções na região duriense, dois concelhos saltam à vista, no final da tabela, Penedono (0 hls) e Sernancelhe (669 hls) são os que menos vinho produzem. Fora da Região Demarcada do Douro a produção agrícola nestes dois concelhos beirões é mais importante em produtos como por exemplo a castanha, sendo mesmo dos mais importantes neste fruto outonal em Portugal. O pódio dos concelhos com menor produção fecha com o concelho de Tarouca com uma produção um pouco acima dos 9 mil hectolitros. No topo desta tabela encontra-se o concelho de Alijó com uma produção, em 2018, de 282.162 hls de vinho, seguido de próximo por São João da Pesqueira com 240.013 hls e Lamego fecha o pódio
com 228.061 hls. Olhando às tipologias de vinho, nos brancos as mexidas no top 3 acontecem apenas na 3ª posição com o concelho de Santa Marta de Penaguião (40.837 hls) a ultrapassar São João da Pesqueira que fica apenas na 7ª posição da geral com um total de 25.931 hls de vinho branco produzido. Alijó com 100.738 hls e Lamego com 46.619 hls são os dois concelhos com maior produção de vinho branco na região. Nos vinhos tintos e rosados São João da Pesqueira volta a ganhar destaque, o concelho que é o maior produtor de Vinho do Porto chega à posição cimeira na produção destes tipos de vinhos com um total de 214.082 hls. Lamego é o segundo concelho nesta tabela, com 181.442 hls produzidos, seguido bem de próximo por Alijó com um total de 181.423 hls. ▪
Maioria dos concelhos podem atingir 15% de desemprego no final do ano Estudo da Cotec e da Universidade Nova prevê, para dezembro, que o desemprego atinja os 21% em Murça, a maior taxa da região. Portugal deverá chegar aos 10,2 e a região Norte aos 10,4%. Estas previsões sobre o desemprego mensal ao nível dos municípios, que nunca tinham sido feitas, têm em consideração as estimativas já conhecidas para a taxa mensal de desemprego (INE) e os novos desempregados inscritos no IEFP, mas também os indicadores de confiança dos consumidores e de clima económico e até o número de veículos matriculados. De acordo com os resultados, Murça será, em dezembro de 2020 o município da região com maior taxa de desemprego (21%), registando também a maior subida relativamente ao mesmo mês de 2019 (10,9%). Lamego com 20,7% e Moimenta da Beira com 20,6% são os outros dois
concelhos que fecham o pódio dos que apresentarão uma maior taxa de desemprego no final deste ano. Estes três municípios ficam mesmo no top10 nacional ocupando as 5ª, 7ª e 8ª posições respetivamente, contudo, ainda bastante longe da primeira posição que será ocupada pelo concelho de Albufeira, que deverá superar os 30% de desempregados. Na outra extremidade desta lista aparece São João da Pesqueira com uma taxa prevista de desemprego que será de 7,5%, quase três pontos percentuais abaixo da média nacional. Vila Nova de Foz Côa (10,2%) e Penedono (10,7%) serão os outros dois concelhos que completam o top3 dos municípios com menor taxa. Numa comparação com a média da região Norte (10,4%) e de Portugal (10,2%), verifica-se que apenas dois concelhos durienses ficarão abaixo destes valores, precisamente São João da Pesqueira e Vila Nova de Foz Côa. Olhando à realidade nacional, distribuída por distritos, verificamos que Vila Real é o segundo distrito com
mais concelhos acima dos 15%, seis no total, todos eles pertencentes ao Douro: Murça (21%), Santa Marta de Penaguião (20%), Peso da Régua (19,3%), Mesão Frio (19,2%), Alijó (18,7%), e Vila Real (15%).
Nesta classificação o distrito de Viseu aparece na segunda posição com cinco concelhos a superarem a taxa dos 15%: Lamego (20,7%), Moimenta da Beira (20,6%), Tabuaço (17,1%), Resende (16,4%) e Tarouca (16,3%). ▪
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Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
Douro - a Grande Cidade! É um lugar-comum dizer-se que o mundo mudou. E de que nada será como dantes. É mesmo um lugar-comum, que não deverá deixar de estar no nosso horizonte quando tomamos decisões. O mundo muda todos os dias. Nós temos que mudar com ele. Mas o atual contexto pandémico fez acelerar muitas mudanças. Na circunstância destas mudanças no mundo, ao interior de Portugal apresenta-se um novo desafio, o de não se estragar. Sim, nestes novos tempos em que o confinamento e a sustentabilidade são palavras fortes, nenhum outro território estará mais preparado para oferecer excelência no novo futuro. Confinamento na perspetiva positiva, o resguardo da agitação e da impessoalidade das grandes cidades. O interior como um casulo protetor, sereno, vivo, afável e confortável. Sustentabilidade na perspetiva ambiental, dos produtos locais, da demografia, da saúde, do emprego, da economia, do amparo social. Puxando a brasa à nossa sardinha, diria que o
grande Douro é o melhor exemplo de ser uma boa escala para um novo olhar estruturado para o futuro, neste novo mundo, complexo e desafiante. Temos tudo. Nem a ambição nos falta! Só precisamos mesmo é de construir uma estratégia objetiva e realizável. Estratégia de sustentabilidade para o pós COVID-19, neste Douro de excelência! Chamando a cidadania e as organizações ao processo. Não estou a falar de planos de investimento. Estou a falar de planos e ações de posicionamento, e também da competitividade e de modelos de organização do nosso território. Colocando, antes de todo o resto, a dimensão humana como a mais importante das preocupações, reitero a visão estratégica do conceito que poucos têm entendido - o das cidades conceptuais e simbólicas. As cidades do futuro! O Douro pode ser a Grande cidade das três cidades, a cidade Douro Sul, a cidade Douro Norte e a cidade Douro Superior. As Cidades do equilíbrio entre o urbanismo, a ruralidade e a humanização. As cidades da partilha de recursos e da defesa do bem estar comum. Estas escalas nunca fizeram tanto sentido como agora que constatamos que ninguém se salva sozinho e de que tudo o que fazemos ou deixamos de fazer, tem implicações territorialmente imprecisas. Pensar e agir com a cabeça do lado de fora da caixa, permitir-nos-à ver, sentir e construir, ideias frescas, e mais à frente!!
Jornal VivaDouro 28/10/2020 Edital nº 1
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Revogação de procuração No dia treze de fevereiro de dois mil e vinte, no Cartório Notarial de sito na Avenida da Liberdade. 30, em Aguiar da Beira, perante mim, Sónia Paula Dias Rodrigues, compareceu como outorgante: FLORENTINA ALMEIDA CARDOSO, (NIF 101 002 106) viúva, natural da freguesia de Conceição de Faro, concelho de Faro, aí residente na Rua de São Francisco, n.º 6, titular do cartão de cidadão n.º 01237008 8 ZZ6, válido até 10/02/2030, emitido pelas entidades competentes da República Portuguesa. E POR ELA, FOI DITO: Que pelo presente instrumento REVOGA, considerando nula e sem qualquer efeito a partir desta data, toda e qualquer procuração que tenha passado ao seu sobrinho, Cassiano Almeida Teixeira, natural de Angola, residente na Avenida Reta Dessarges, n.º 90, São João da Pesqueira. ASSIM O OUTORGOU Foi feita à outorgante a leitura deste instrumento e a explicação do seu conteúdo.
A Notária,
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Jornal VivaDouro 28/10/2020
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Chefe de Equipa de Produção Venha viver e trabalhar em Sernancelhe, distrito de Viseu. A OVERPRINT FRANCE é especialista em impressão industrial de cosméticos. No âmbito da sua atividade em Portugal, procura-se um Chefe de Equipa de Produção para a sua unidade de produção em Sernancelhe a partir de janeiro de 2021. Com ligação à Direção Geral da Empresa, o Chefe de Equipa deverá coordenar a produção de uma unidade composta por 30 a 40 pessoas de acordo com o plano de produção. Neste sentido, as suas principais missões serão as seguintes: - Supervisionar todas as atividades técnicas das linhas de produção de impressão e artes gráficas; - Responsabilizar-se pela boa gestão da unidade: planeamento de máquinas, compra/aprovisionamento, soluções técnicas, produção, manutenção, métodos, logística, gestão dos stocks; - Assegurar o cumprimento dos objetivos de produção definidos: custos, prazos, qualidade; - Apoiar tecnicamente os operacionais: durante as operações de manutenção/reparação quando surgirem dificuldades de produção durante os períodos de ausência ou aumento da atividade. Perfil de formação desejado: - Formação técnico profissional ou superior em Indústrias Gráficas ou Gestão de Produção Industrial; - Experiência de coordenação de equipas e pelo menos cinco anos de experiência no setor industrial em cargo semelhante. - Deverá dominar impreterivelmente a tampografia ou a atividade ligada à impressão industrial. - Dinámico, rigoroso e pragmático, deverá demonstrar competências a nível de liderança e organização, desenvolver óptima relações interpessoais e capacidade para estimular a produção com total autonomia. - Deverá falar francês obrigatoriamente. - Salário compatível com a formação e experiência e possibilidade de alojamento. Envie a sua candidatura (CV) com carta de motivação (redigida em francês) para a seguinte morada: OSP, Lda. – Zona Industrial de Sernancelhe - Apartado 04 - EC Sernancelhe - 3640-000 Sernancelhe Ou para o seguinte endereço de email : osp@overprint.com Zona Industrial de Sernancelhe Apartado 04 EC Sernancelhe 3640-000 Sernancelhe PORTUGAL
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Opinião António Fontaínhas Fernandes Reitor da UTAD
Os resultados do acesso ao ensino superior confirmam a consolidação da UTAD no panorama universitário português demonstrada, quer pelo aumento de novos estudantes, quer pelos estudantes de primeira opção. Atrair novos estudantes para a região é
Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)
Numa região que enfrentou um ano particularmente difícil em termos sociais e económicos, com um ciclo vegetativo perturbado a implicar cuidados redobrados, com alterações climáticas que começam a mostrar diretamente os seus efeitos, é reconfortante chegar-se à vindima, embora se estime no horizonte quebras na produção de cerca de 30 % relativamente à média de anos anteriores. Compensa-nos o sentimento generalizado de que as uvas se apresentavam nesta vindima em bom estado sanitário, com elevado potencial alcoólico. De boas uvas se fará, certamente, bom vinho. A Região Demarcada do Douro (RDD) é particularmente interessante em toda a sua vastidão, em toda a sua pluralidade de castas, em parcelas que não se repetem na sua identidade de exposição, de solo, e tantos outros elementos diferenciadores. Sabe-se atualmente que a autenticidade
Eduardo Graça Presidente da direção da CASES
Todos os tempos contêm fatores de incerteza. Hoje mais do que nunca é necessário buscar e reforçar a cooperação e solidariedade entre todos os setores da sociedade, minimizando as rivalidades e contendas em favor da confluência em defesa do bem comum. Na verdade, no nosso tempo presente a incerteza ganhou uma brutal espessura, em todos os domínios da vida em sociedade, por
Um Novo Ano Letivo determinante para, no futuro, contrariar a perda demográfica da região. Indubitavelmente, estes resultados comprovam a maior atratividade das instituições situadas nas regiões de menor pressão demográfica que, este ano, foi reforçada por um aumento de estudantes de formações curtas e de estudantes provenientes do ensino profissional. Sem dúvida, que o aumento da qualificação superior é um desígnio do país, o que exige continuar a aposta na promoção do ensino superior, conforme a agenda para a década divulgada
pelo CRUP na convenção sobre ensino superior, nomeadamente de modernização e especialização das instituições e ainda de reforço da ligação com os empregadores e o tecido produtivo. É fundamental para o país reforçar o investimento por estudante, as condições de alojamento e de apoios sociais, mantendo o esforço da capacidade de investigação e inovação. A bem da sociedade, a Universidade deve ser dotada dos recursos imprescindíveis ao desenvolvimento da sua missão e deve ser envolvida nas medidas do plano de recuperação económi-
ca e social. Mas, importa igualmente desenvolver a atividade num quadro legislativo estável e adequado, que promova a autonomia e a responsabilização. Só assim a mais europeia das instituições, que durante séculos foi um pilar do desenvolvimento e da cultura, poderá continuar a assegurar o seu papel vital na recuperação do país e, no caso da UTAD, cimentar o seu papel no desenvolvimento da região.
No Douro ainda é tempo de vindima dos vinhos não se deve apenas aos fatores que são tradicionalmente elencados, mas também a particularidades biológicas dos solos, a designada “microbiota” do local, com importantíssimo papel para as leveduras, cuja diversidade se encontra perturbada pela proliferação de leveduras comerciais que, desde as últimas décadas, vieram ocupar o lugar das autóctones, que aí se multiplicavam desde tempos imemoriais, acompanhando a secular tradição da feitura do vinho. O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP) tomou consciência da importância da preservação deste património levedural intrínseco da Região e para tal, desde meados do século passado, isolou e acabou por caraterizar geneticamente centenas de leveduras, verificou a sua aptidão para fermentação, e constituiu uma coleção que se encontra devidamente preservada. Quem sabe se certas leveduras que por serem há anos consideradas desapropriadas a uma boa fermentação, não nos poderão trazer à ribalta surpresas inacreditáveis, produzindo vinhos originais. Quem sabe se, um dia, a mira dos “vinhos naturais” não se centrará em reviver muitas destas leveduras,
explorando um filão económico cujos limites serão inimagináveis nos dias de hoje. O expoente que atingem os vinhos da Região deve-se, identicamente, ao importante contributo trazido pelo conhecimento científico aplicado das práticas, quer na viticultura, quer na enologia, no marketing, e em tantas outras. Foi decisivo o aporte de conhecimento que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro trouxe à Região, na implantação da vinha, na formação de uma nova geração de enólogos, no reinventar novos vinhos, no desenvolvimento de tantos estudos que trouxeram progresso e diferenciação. E tantas outras universidades contribuíram também nestas áreas e em áreas complementares, ensinando como fazer vinho, como conservar, como caraterizar o novo gosto do consumidor. No ensino politécnico, a Região pôde também encontrar técnicos com formação consolidada e atualizada, para responder às muitas tarefas a executar no terreno, na adega. O IVDP aplica-se sobremaneira na fase da vindima. É aqui que lhe compete assegurar, num ciclo produtivo que se inicia e que irá culminar na certificação das denominações de origem,
que os fundamentos da autenticidade e da genuinidade estão garantidos. A certificação de denominação de origem que está no âmago da sua atividade não poderia começar sem que controlasse a origem das uvas, acompanhasse os seus trânsitos, velasse para que a produção ocorresse nas instalações adequadas. No seu plano de controlo, o IVDP inclui, pois, necessariamente, as denominadas “ações de vindima” que essencialmente visam assegurar que outros não se aproveitem ilegitimamente da riqueza que é criada por quem aí trabalha honestamente. É a expressão clara desta missão de Estado que está confiada ao IVDP. Estas ações que leva a efeito não relevam tanto pelo resultado direto traduzido em número de apreensões ou elevados volumes de vinhos selados, mas antes pelo exemplo de rigor que transmitem para a opinião pública e, consequentemente, aos mercados: no Douro, há quem, com afinco, assegure que os vinhos que se produzem são autênticos, que são respeitadas as regras estabelecidas, e que a fraude é reprimida deste o mais pequeno indício.
tável hibridização (já em curso) entre público, privado e social? Qual o futuro papel do Estado? Adivinham-se novos e difíceis tempos desafiantes também para a economia social e seus protagonistas. Neste magma de incertezas estamos convictos que se abrirão novos horizontes para o reforço do papel e protagonismo da economia social no contexto das mudanças que se perfilam diante dos nossos olhos. Em épocas de crise as entidades a economia social, contra todos os contratempos, sempre se afirmaram pela sua resiliência que resulta, afinal, de serem organizações de pessoas com forte e histórico enraizamento nas comunidades. Nada que não esteja, no
essencial, consagrado na Constituição da República, que consagra os ideais mais profundos do 25 de abril de 1974, descritos pelos estudiosos em que avulta, no caso português, António Sérgio, e praticados por muitos milhares de dirigentes, trabalhadores e voluntários do tempo presente e de todos os tempos. Passada a tempestade, com suas pesadas consequências, que é necessário enfrentar com coragem e cabeça fria, far-se-ão as contas e estou certo, tal como nas crises passadas, a economia social e seus protagonistas contemporâneos, fazendo frente a todos os desafios, sairá mais forte.
Tempo de incerteza efeito da pandemia COVIT19. Tornou-se mais presente a sensação da inevitabilidade, no próximo futuro, de profundas mudanças na organização e funcionamento das nossas sociedades. Ninguém é capaz, no presente, de caraterizar com rigor o sentido dessas mudanças. Estaremos na véspera da valorização de um modelo económico-social em que as sociedades de pessoas ganhem centralidade e terreno face às sociedades de capital? Será o ecossistema da economia social suficientemente maduro e vibrante para se auto reformar superando a sua persistente subalternidade face ao setor privado lucrativo? Qual a direção, e grau de aceleração, da quase inevi-
B OA S FE ST AS
RECEITA CULINÁRIA
CARRÉ DE BORREGO COM ERVAS AROMÁTICAS Ingredientes:
● 250 Gr de carré de borrego ● 4 Maçãs vermelhas ● 2dl de azeite ● 4 Tomates cherry ● Q.b. sal ● Q.b. de pimenta de moinho ● 3 Dentes de alho ● 130 Gr de manteiga clarificada ● Q.b. de ervas de Provence ● Q.b. Mostarda ● Q.b. tomilho ● Folhas de Manjericão ● ½ molho de salsa pequeno Preparação:
1- Arranjar o carré e temperar com sal, alho, azeite, tomilho. 2- Leva-se a corar numa frigideira com azeite, só para que crie uma “Em nome da Câmara Municipal de Tabuaço desejo um Natal Feliz e crosta na carne. 3- Numa tijelaum deita-se a mostarda, ano de 2018 pleno de realizações pessoais e profissionais” as ervas (aromáticas) um fio de azeite, e a manteiga clarificada, passa se Maria Helena com a varinha ate formar uma pasta.O Presidente da Câmara 4- Coloca-se o carré num tabuleiro com o Socióloga, taróloga e apresentadora forno pré-aquecido a (Carlos André Teles Paulo de Carvalho) 210 929 000 180ºc,cobre-se o carré com a pasta mariahelena@mariahelena.pt e leva-se ao forno cerca de 10 minutos. 5- Saltear os tomates cherry em azeite, alho e sal. 6- Descascar maçãs, cortar aos Amor: Será uma fase importante para rever o que não está cubos e colocar a cozer num pouco bem na sua relação, compreendendo o que lhe falta e o que de água. Deixar evaporar a agua e pode ser melhorado. de seguida reduzir a puré. Temperar com um pouco de sal. Saúde: Deixe que se operem calmamente as mudanças que 7- Dispões-se no prato em forma vierem a ocorrer na sua vida. decorativa, servir com o puré maçã e Dinheiro: Possibilidade de ganhar algum dinheiro extra. tomates salteados.
HORÓSCOPO
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Lazer Piadas de bolso: Um polícia vai a perseguir um homem que conduzia muito bêbado. Quando finalmente o consegue fazer encostar à berma, pergunta: - Então o senhor não viu as setas? O bêbado responde: - Setas, que setas?! Eu nem sequer vi os índios!
SOLUÇÕES:
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