Nuno Gonçalves Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo
Torre de Moncorvo posiciona-se como um concelho com enormes potencialidades turísticas, não estivesse o território situado na confluência do Rio Douro e Rio Sabor. Não podemos esquecer que estamos situados no Alto Douro Vinhateiro, fazemos parte do Parque Arqueológico do Vale Côa e somos um dos quatro municípios que integram os Lagos do Sabor. Estes destinos turísticos de excelência, onde estamos inseridos, fazem de Torre de Moncorvo um local obrigatório de visita no nosso país. Para promover este território único, lançamos a campanha “Sonhe. Explore. Descubra Torre de Moncorvo” que pretende divulgar e dar a conhecer o vasto património arquitetónico, histórico e arqueológico, assim como as belíssimas paisagens e miradouros existentes no concelho. Convidamo-lo a sonhar este território duplamente, em experiências e em memórias.
> Vista da Ecopista do Sabor
> Lagos do sabor
> Centro Histórico
> Miradouro do Talegre - Baloiço do Sobreiro
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Ano 6 - n.º 76 - junho 2021
Preço 0,01€
Mensal
Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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Normal indesejado
Nos últimos cinco anos há registo de queda de granizo na região com avultados prejuízos para a agricultura ● Produções de maçã e vinho têm sido as mais afetadas ● Viticultores pedem seguro coletivo de colheitas ● Balões de alteração do clima podem ser solução. > Págs. 6 , 7 e 8
Entrevista
Região
Grupo The Fladgate CIM Douro Albuquerque Mendes: "O Douro tem a magia da lua mas com Partnership apresentou homenageia autarcas todas as suas fases ao mesmo tempo" dois Portonic’s em final de mandato > Pág. 14
> Pág. 22
> Pág. 24
Nesta edição pode encontrar o destacável do Boletim Informação
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VIVADOURO
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Editorial Miguel Almeida Diretor VivaDouro
SUMÁRIO: Destaque Páginas 6, 7 e 8 Santa Marta de Penaguião Página 9 Região Páginas 10, 22 e 24 Lamego Página 11
Eleições começam a fervilhar Depois de praticamente todos os candidatos apresentados, as máquinas partidárias começam a entrar no terreno para as eleições de setembro próximo. Será que estamos preparados para eleger os 308 presidentes de câmara e os 3092 presidentes de freguesia? Este ano, teremos mais candidatos a sufrágio. Por isso, cabe aos partidos políticos um esforço acrescido na explicação dos seus programas eleitorais, para que os eleitores detenham o máximo de informação possível na hora de exercer o seu voto. No entanto, sabemos que numa eleição autárquica, a figura do candidato(a) é muitas vezes decisiva na obtenção do resultado. É na esmagadora maioria das vezes, uma pessoa da terra. Logo, muito próxima dos seus eleitores, direi mesmo muito conhecedora das principais carências do seu concelho, ou seja, terá a obrigação de passar uma mensagem muito clara aos seus eleitores sobre aquilo que efetivamente pretende para o seu concelho/freguesia. Outro fator igualmente importante, é a escolha das pessoas que vão fazer parte das listas. Se os candidatos (as) optarem pela competência em detrimento de muitas vezes das imposições partidárias, o seu concelho ficará inevitavelmente a ganhar. O cartão de militante nunca pode ser fator determinante da escolha, mas sim a competência para o exercício da função. Se estes requisitos forem religiosamente respeitados, então sim, estaremos em condições de eleger o presidente do nosso concelho/ freguesia.
PRÓXIMA EDIÇÃO 28 JULHO
Régua Página 12
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org POSITIVO A realização do 1º Grande Prémio de Ciclismo Douro Internacional foi um sucesso. A prova foi ganha pelo uruguaio Maurício Moreira da equipa Efapel.
Carrazeda Página 13 Entrevista Página 14 São João da Pesqueira Página 19 Sabrosa Páginas 20 e 28 Armamar Página 21 Alijó Página 23 Freixo de Espada à Cinta Página 27 Resende Página 28 Opinião Página 29
NEGATIVO A ausência de resposta à candidatura ao programa Garantir Cultura forçou a Fundação da Casa de Mateus a suspender a realização da XXXI edição dos seus habituais Encontros de Música, que deveria realizar-se entre os próximos dias 24 e 31 de Julho.
António Fontaínhas Fernandes Professor Universitário
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Pensar a Floresta A utilização dos fundos do Plano de Recuperação e Resiliência é um dos temas que marca a agenda política da atualidade. Foram divulgados os primeiros programas na área da formação, caso do impulso jovens STEAM destinado a promover e apoiar iniciativas orientadas para aumentar a graduação superior em áreas de ciências, tecnologias e engenharias. De igual modo, o programa impulso adultos que pretende reforçar e diversificar a formação pós-secundária, garantindo a reconversão e atualização de competências, para dar resposta à transformação dos mercados de trabalho e da empregabilidade. Trata-se de uma oportunidade, por exemplo, para a engenharia florestal que, paradoxalmente, é uma formação com reduzida procura pelos jovens. Em cada ano formam-se menos de duas dezenas de licenciados em Portugal, um número escasso para responder aos desafios das políticas de ordenamento e valorização do conhecimento. Esta área, além do papel na definição de modelos de silvicultura preventiva que permitem tornar a floresta mais resistente e resiliente ao fogo, tem um papel determinante na valorização tecnológica dos produtos florestais, alicerçado numa visão de promoção da biodiversidade, de defesa contra a erosão, de correção dos regimes hídricos e da qualidade do ar e da água.
É clara a função da floresta na mitigação dos efeitos das alterações climáticas e do sequestro de carbono que apelam à multidisciplinaridade, a matriz identificadora do engenheiro florestal dos novos tempos. Por outro lado, importa sublinhar o saldo positivo da balança comercial de produtos florestais. É claro o efeito nefasto dos fogos que se tem traduzido numa diminuição da área florestal que conduz à redução da evapotranspiração e da infiltração de água no solo, à exportação de nutrientes e ao aumento de erosão. Em termos concretos, à medida que diminui a floresta aumenta a desertificação e são potenciados fenómenos hidrológicos extremos, caso das cheias e secas. Esta situação exige uma aposta na floresta que envolva o ordenamento, a gestão florestal e a prevenção de incêndios, contrariando as políticas focalizadas no combate aos incêndios que assumem a maior fatia do investimento e na proteção civil, descurando as questões essenciais. É fundamental apostar numa agenda centrada num modelo de silvicultura baseado na diversificação de espécies, da gestão de combustíveis, na requalificação de áreas ardidas, no apoio fitossanitário e no serviço de ecossistemas que maximize fins múltiplos. Não é possível reduzir a área ardida sem uma forte intervenção e de forma continuada no espaço florestal. Em síntese, é fundamental promover entendimentos alargados visando uma nova agenda florestal com efeitos positivos na economia e no desenvolvimento territorial, a qual também passa pela aposta na formação.
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Destaque
Mau tempo volta a causar avultados danos na região Texto e fotos: Carlos Almeida
Pelo quinto ano consecutivo a região duriense foi afetada por violentas tempestades de ganizo que dizimaram vinhas e pomares em diversos concelhos como Armamar, Lamego, Peso da Régua e Vila Real, em especial. O primeiro episódio desta série de tempestades que se abateu sobre a região aconteceu no último dia de maio afetando principalmente algumas freguesias do concelho de Vila Real, em junho a situação agravou-se com praticamente 12 dias consecutivos de episódios de queda de granizo, chuva forte e vento intenso. Produção de maçã em Armamar novamente afetada Maurício Fonseca é produtor de maça e cereja no concelho de Armamar, em cinco anos é a quarta vez que as suas produções são afetadas pelo granizo. Para este agricultor os últimos anos têm sido vividos “com o coração fora do corpo. Cada vez que cai granizo sentimo-nos impotentes e depois, quando vamos a ca-
minho dos terrenos para ver o que ficou afetado parece que o coração chega lá primeiro de tão apertado que o sentimos”. “Trabalhamos todos os dias desde as cinco da manhã até às oito ou nove da noite e depois, de um momento para o outro vemos ir tudo por água abaixo, é desesperante”. O olhos lacrimejantes de Maurício Fonseca ao olhar para os pomares deixam transparecer o cruel significado das suas palavras. Para este produtor era necessário tomar medidas para prevenir os efeitos destes episódios até porque os seguros “não garantem sequer 50% dos prejuízos. Num ano bom somos capazes de produzir cerca de 60 toneladas de maçã, os seguros cobrem apenas 30 a 40 toneladas, a um custo bem mais reduzido do que o da produção”. Em Armamar “há propriedades que perderam 100% da produção, outras 60% e os mais sortudos foram afetados em 40%, olhando em termos económicos falamos de perdas a rondar os 13 milhões de euros. É um custo demasiado elevado para quem faz disto vida e o problema maior
é que assim fica difícil fazer contratos com clientes, não temos a garantia de ter produto para entregar e neste setor isso é prejudicial, o cliente quer a garantia que vai ter produto e se nós não a damos então vão procurar em outra região”. Numa altura em que se fala cada vez mais em segurar população no interior e atrair novos habitantes para este território, Maurício Fonseca tem uma certeza, “por mim nenhum dos meus filhos irá trabalhar nisto, já lhes disse que quando eu não conseguir mais trabalhar que acabo com a empresa. Não os quero nesta vida, não dá. Quando ouço um governante dizer que devemos atrair os jovens para a agricultura até me dá vontade de rir, acham que com 10 ou 20 mil euros vão conseguir isso, esquecem-se que muitos deles têm a sua família neste setor e vêm o que os seus avós e pais passam”. Vinhas foram dizimadas Já no concelho de Lamego, na freguesia de Valdigem, foram as vinhas que sofreram avultados danos. Duarte Sequeira é um jovem produtor com cerca de quatro hectares de vinha
que este ano estão reduzidos a zero. Numa altura em que as vinhas deveriam estar cheias de folhas e frondosos cachos de uva em desenvolvimento, num passeio pelos terrenos de Duarte Sequeira apenas se vêm as varas das videiras, resultado de uma tempestade de granizo que durou cerca de 13 minutos com pedras a chegarem aos 4 ou 5 centímetros de diâmetro. “É um cenário desolador, é a vida do agricultor que está em jogo e é a produção de dois anos que fica em causa. Como se pode ver este ano a poda que iremos fazer é pouca ou nenhuma e isso vai afetar muito a produção do próximo ano, teremos sempre alguma coisa mas sempre longe daquilo que seria expectável. Esta vinha onde estamos já levou um tratamento depois da tempestade para tentar minimizar os problemas a médio e longo prazo, contudo nota-se que ainda está muito debilitada, isto traz outro problema que é o custo que tudo isto tem, sem que vá haver qualquer tipo de retorno porque aqui a produção será zero ou próxima disso. É desmotivante, mas temos que ser como a vinha e encontrar forças para nos regenerarmos. Eu amo profundamente a vinha e agora resta pensar no amanhã”. “Os nossos governantes falam muito nos seguros e até dão uma bonificação através do IFAP mas quem ganha com isto são as seguradores. Enquanto lavradores, através das taxas que se pagam ao IVDP, deveríamos ter acesso a um seguro coletivo. Este ano já não há nada a fazer mas temos que olhar para o futuro e encontrar soluções que se adequem. Há já algumas soluções que têm sido faladas como a questão dos balões mas ainda falta financiamento e quando estiverem no terreno será ainda em fase de testes em determinadas zonas, o que acaba por ser uma lotaria porque nunca sabemos onde o granizo vai cair. O principal neste momento seria mesmo tentar arranjar uma solução que garantisse no mínimo um valor a rondar os 300 euros por pipa, o que nos dava logo alguma segurança”. A mesma ideia é partilhada por António Xavier, presidente da Junta de Freguesia que nos acompanha na visita às zonas afetadas. “Com a minha idade e mesmo falando com pessoas mais velhas, ninguém se recorda de alguma vez ter assistido a algo desta dimensão. Com um ano assim talvez seja tempo de o nosso Governo pensar um bocadinho mais nos lavradores do Douro que não têm sido apoiados nestas situações, fala-se em créditos e seguros mas a vida de uma agricultor no Douro não é assim tão fácil e, vindo um ano como este, não se consegue levar por diante a missão de fazer este néctar tão precioso”. Para este autarca em causa pode estar o futuro da região. Considerando ter na sua freguesia “jovens viticultores bem preparados”, teme que os mesmos desistam do seu negócio porque, como afirma, “com situações destas acabam por ver a sua vida muito complicada”.
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Destaque
Questionado pela nossa reportagem, Gilberto Igrejas, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), afirma que há equipas no terreno a fazer um levantamento exaustivo dos danos enquanto em sede do Conselho Interprofissional se discutem formas de mitigar os prejuízos. “As equipas do IVDP têm estado no terreno a par com o trabalho que tem sido feito pela Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte. Sabemos exatamente qual a extensão das vinhas que foram afetadas na Região Demarcada do Douro, estamos a trabalhar de uma forma séria e cuidadosa no que isto se irá traduzir em termos de perdas para a campanha deste ano. Tivemos uma reunião do Conselho Interprofissional onde este tema já foi debatido e vamos tentar arranjar medidas mitigadoras para apoiar aqueles que sustentam o setor que são os agricultores. Uma pedra basilar para os vinhos do Douro e Porto”. Confrontado com o desejo dos produtores em ter um seguro coletivo de colheitas Gilberto Igrejas afirma que essa negociação não pode ser feita pelo IVDP apesar do instituto público estar atento ao problema. “O enquadramento legal do IVDP não nos permite contratualizar um seguro de colheitas para toda a região, por isso mesmo temos estado a trabalhar juntamente com o Ministério da Agricultura para encontrar as melhor soluções. Este é um assunto muito importante para o IVDP e não está esquecido, queremos ver salvaguardados os nosso agricultores porque eles são o garante da produção. “Balões de S. João” podem ser solução Com o recorrência destes fenómenos a ser cada vez mais sentida na região, aumenta também a discussão em torno do que pode ser feito para evitar os efeitos
do granizo nas produções. Rui Soares é presidente da PRODOURO, uma associação que tem levado a cabo diversas iniciativas no âmbito do combate ao granizo, estando já a trabalhar com uma empresa francesa para a instalação de postos de lançamento de balões que reduzam ou eliminem mesmo a queda de granizo na região. Ao longo dos últimos anos a PRODOURO
o futuro parece-nos haver aqui uma tendência crescente no número de episódios e na sua violência. A recolha de dados, tal como nos tinha sido indicada pelos consultores franceses, é fundamental para conhecer melhor o fenómeno. A realidade é que em Portugal há ainda pouco estudo sobre este tema, poucos dados científicos. Aquilo que continuamos a fazer em conjunto com os
> Placa de esferovite antes e depois de um episódio de granizo
tem distribuído pelo território placas de esferovite que recolhem dados sobre a recorrência e a intensidade do granizo na região, dados que depois são analisados para que o sistema de balões seja instalado com maior eficácia, notando-se desde já uma evidência, de acordo com este responsável, os episódios são cada vez mais recorrentes e mais violentos. “É difícil dizermos que o futuro vai ser assim ou pior, o que constatamos é que nos últimos 5 anos há um número crescente nos episódios de granizo, uma maior regularidade e, quando surgem, são sempre violentos. Não são episódios pontuais e benignos, são cada vez mais violentos. Olhando para trás para tentar adivinhar
especialistas franceses é a recolha de informação e interpretação dos dados, com o objetivo de perspetivar o futuro. Como infelizmente temos tido bastantes episódios temos muitas placas de recolha de informação. A informação que recolhemos valida a nossa escolha sobre o método a utilizar para minimizar os efeitos do granizo”. O sistema já foi apresentado aos autarcas da região tendo sido bem recebido por estes, contudo, passado mais de um ano dessa apresentação o dirigente associativo lamenta que pouco ou nada tenha sido feito, não por falta de financiamento mas, como afirma, “por falta de vontade política”.
“Passado um ano da reunião com a CIM Douro onde fizemos a apresentação do projeto pouco aconteceu porque entretanto também surgiu a pandemia o que, como sabemos, acabou por atrasar uma série de situações. Voltamos à carga com o assunto há cerca de 6, 7 meses e as câmaras de Alijó e Sabrosa mostraram disponibilidade para apoiar financeiramente o projeto, o que para nós foi extremamente positivo. No final de 2020 conseguimos não só o apoio “moral” mas também a garantia do apoio financeiro ao projeto. Para implementar este projeto eram necessários 350 mil euros, dos quais a PRODOURO iria investir 75 mil, ficando o restante à responsabilidade das autarquias na proporção da área coberta no seu concelho. No início deste ano, 2021, estava tudo reunido para avançar com o projeto mas entretanto tudo parou porque a empresa com que estamos a trabalhar apresentou-nos uma outra possibilidade que é um upgrade do sistema, tudo se mantém igual com uma pequena grande alteração, em vez do acionamento ser feito por pessoas, ele passaria a ser automático. Os postos de lançamento estariam ligados a um sistema e bastaria apenas uma pessoa para os acionar, isto iria simplificar o processo e diminuir o risco de falha humana. O prolema deste sistema é que o custo multiplica por três, no fundo o custo ultrapassaria o milhão de euros. Para nós era indiferente o sistema a ser utilizado mas os autarcas preferem este sistema mais completo até porque existia a possibilidade do seu financiamento no âmbito do pacote de projetos que estava ser discutido com o Ministério do Ambiente, referente ao processo das barragens. Entretanto o tempo foi avançando e chegou a época do granizo com as consequências que todos conhecemos. Entretanto já soubemos que o ministério olhou para isto com algumas reticências por não considerar este um projeto prioritário. O que nós dizemos é que, seja o sistema mais barato ou o mais caro, nós precisamos é que ele seja implementado, podíamos iniciar com o processo mais simples e depois evoluir para o automático havendo financiamento para isso. Neste momento o problema não é a questão do financiamento porque esse foi assegurado pelas autarquias, mas de vontade política, de entender que isto é uma prioridade para a região do Douro. Com o que aconteceu nestas últimas semanas consideramos que os nossos autarcas têm mais argumentos para pressionar o Governo para avançar com este projeto”. Investigador refuta correlação com alterações climáticas João Santos é professor e investigador da UTAD e do CITAB, para este académico a situação vivida este ano, sendo gravosa, não sai dos parâmetros habituais para a época e para a região, recusando mesmo uma relação direta destes episódios com as alterações climáticas. “Estes eventos que tivemos foram um pouco mais frequentes
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Destaque do que o normal mas não se pode dizer que não tenha sido normal para a época. Os eventos de trovoada e queda de granizo estão associados com aquilo que chamamos em meteorologia, Processos de Desenvolvimento Vertical que são muito comuns em finais de maio e junho, principalmente nas regiões mais interiores do país e zonas de montanha. É uma situação que podemos afirmar que está dentro dos padrões normais. De facto não existe uma evidência que este tipo de eventos seja uma causa das alterações climáticas. Eu não excluo que as alterações climáticas possam aumentar a probabilidade de ocorrência destes eventos, contudo essa relação só deve ser feita quando temos uma tendência estatística muito robusta. Neste momen-
to, em Portugal, não há um aumento claro destes eventos, antes pelo contrário, aquilo que verificamos é uma diminuição destes eventos em algumas regiões do país. Por exemplo, situações como a seca ou as ondas de calor têm vindo a aumentar, contrariamente ao que acontece com fenómenos destes de chuva intensa e granizo, onde não se verificasse aumento. Eu teria muito cuidado em relacionar as alterações climáticas com estes eventos. No caso português não há nenhum sinal que este tipo de fenómenos vá aumentar no futuro, ao contrário do que se prevê no centro e norte da europa. Portugal é dos países da europa com menos granizo, há zonas da europa onde todas as semanas há tempestades de granizo”.
Para este investigador a solução dos balões meteorológicos não é garantia de prevenção dos danos até porque, como afirma, estes fenómenos são muito localizados e difíceis de prever onde irão acontecer. Por outro lado, conclui, não existem ainda dados que permitam afirmar com exatidão que o mesmo funciona de forma eficaz. “É possível prever estes fenómenos, contudo são processos físicos muito complexos e muito localizados, dependem da localização de um tipo de nuvem que são as chamadas cumulonimbus, que são nuvens de desenvolvimento vertical, e que são muito difíceis de prever a sua localização exata. Aquilo que conseguimos prever são probabilidades de ocorrência que são úteis
para avisar os agricultores, contudo, essa previsão em pouco ou nada pode ajudar. Existem formas de proteger as culturas como as redes de proteção e outras que agora têm sido faladas mas o que é certo é que ainda não há uma comprovação científica cabal da eficiência destes sistemas. Em França tem havido muito investimento nos últimos anos em sistemas deste género e os resultados não têm sido muito animadores, nem sempre se consegue prever a queda do granizo. Em alguns locais aparentemente tem funcionado mas em outros casos não existe nenhuma evidência clara entre a não queda de granizo e estes sistemas. É um tema que tem levado a muitas discussões no meio científico”. ■
Como funcionam os “Balões de S. João”?
Este método é designado oficialmente de Operação de Modificação do Tempo e consiste em perturbar artificialmente as nuvens de granizo. Isto não é nada inovador apesar de que ao estarmos a falar desta tecnologia estamos a falar de algo novo, não é o caso, não descobrimos a pólvora, há 70 anos que isto se faz na europa. Este sistema que escolhemos divide-se em duas partes. A primeira é a monotorização das nuvens de granizo, para tal, o método contempla um radar meteorológico que é dedicado a isto. A partir do momento em que as nuvens entram no raio de ação do radar começam a ser monitorizadas para depois o software fazer a interpretação dos dados, que servem de base para a produção de um alerta. A segunda parte é a proteção em si, a partir do momento em que é emitido o alerta as pessoas responsáveis pelos balões vão ter que os acionar. Esse balão tem uma tocha acoplada que está carregada com sais hidroscópicos. No fundo são dois componentes, carregados numa mala, que depois de ativados, a uma determinada altitude, o balão rebenta e os sais são espalhados agarrando-se às pedras de granizo, fracionando-as e transformando-as em água. Ou seja, continua a cair água mas em forma líquida em vez da sua forma sólida. É um princípio muito simples. Cada balão tem o raio de cobertura de 9kms quadrados. Para a zona de ação da nossa área teste, que são as freguesias vinhateiras dos concelhos de Alijó e Sabrosa, cerca de 15 mil hectares, precisamos de cerca de 28 postos de lançamento.
Como é que surgem estes fenómenos?
A página Meteo Trás-os-Montes dedica-se, como o próprio nome indica, ao acompanhamento de fenómenos meteorológicos através da leitura de diversos mapas, fornecendo informações bastante exatas que divulgam na sua página do Facebook. Ao VivaDouro os elementos da página explicaram este fenómeno, como se forma e como pode ser acompanhado para avisar as populações acerca dos riscos potenciais. “Na verdade aconteceram duas situações distintas, mas ambas com características muito semelhantes. A Primavera é uma estação de transição, regularmente, a atmosfera é palco de uma espécie de “batalha” entre as bai-
xas pressões em latitudes superiores e as altas pressões em latitudes inferiores, sem que nenhumas delas se consiga impor plenamente, daí a variabilidade que carateriza esta estação. Assim é natural que este tipo de fenómenos aconteçam nesta época do ano, na página usamos a definição de “bolsa de ar frio em altitude”, que não é mais que um dos ingredientes fundamentais para a ocorrência de instabilidade associada às trovoadas no período estival, os nossos vizinhos espanhóis utilizam a definição “Gota Fria” ou “DANA”. A comunidade cientifica é praticamente unânime, com as mudanças climáticas em marcha e que são inegáveis, nomeadamente a subida das temperaturas haverá mais energia para a dinâmica atmosférica, mais calor significa mais força para as correntes ascendentes na formação dos cumulonim-
bus (nuvens verticais), mais atividade elétrica, mais e maior granizo e saraiva. O acompanhamento destas situações deve assim, ser algo de atenções redobradas por parte das entidades oficiais, por forma a avisar as populações com o máximo de tempo possível, para que possam minimizar os impactos dos riscos potenciais. Obviamente que a emissão de avisos não anula o risco, mas é de fundamental importância, assim como a reformulação dos mapas de risco meteorológico, deixando para trás um sistema de índole administrativa do século passado para um novo mapa atendendo as diferentes realidades climáticas das regiões. Faz sentido Montalegre e o Pinhão estarem inseridos na mesma unidade espacial de um mapa de avisos? Não faz! São duas realidades totalmente diferentes, o Douro, pela sua especificidade climática que todos conhecemos, deve ter um aviso próprio, independente dos distritos que o atravessam, este exercício já foi feito por outras agências (AEMET, MeteoGalicia…), exemplos que devemos seguir com urgência pelo bem e segurança de todos, deve ser tema central na nossa região. A aproximação da informação meteorológica às populações, reforma do sistema de avisos e uma melhoria da cobertura espacial de estações meteorológicas, fundamentais para o nowcasting neste tipo de eventos de tempo severo. Para haver condições para a ocorrência de instabilidade associada a trovoadas nesta época do ano, necessitamos de 3 fatores
fundamentais, calor à superfície (vínhamos de uns dias de calor muito intenso), ar frio em altitude e humidade (estes dois fatores são aportados pela bolsa de ar frio), existem outros fatores, o CAPE-LI, o shear, etc. Os 3 primeiros são passíveis de previsão com vários dias de antecedência, uma vez que através do nowcasting (acompanhamento em tempo real) é possível o acompanhamento, por via de satélites, da trajetória da bolsa de ar frio e saber com vários dias de antecedência com a ajuda de modelos numéricos, qual a região que terá maiores probabilidades de registo de tempo severo. No Meteo Trás-os-Montes fizemos esse trabalho, acompanhamos a sua evolução desde o momento em que se encontrava a oeste da Região Autónoma da Madeira até à sua chegada a Portugal Continental. Por norma, este tipo de situações não costumam durar muito mais que 48 horas, geralmente as bolsas de ar frio são rapidamente absorvidas pela circulação geral da atmosfera e o tempo estabiliza, mas no último episódio foi diferente, “estacionou” durante dias, o que manteve durante mais de uma semana as condições para registo de tempo severo em especial nas regiões do interior Norte e Centro, com granizo e saraiva de dimensões pouco habituais no nosso país e estragos muito significativos em especial na agricultura, com o Douro novamente muito fustigado”.
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Caminho de Torres apresentado no Santuário da Lapa Itinerário que integra os Caminhos de Santiago, ligando Salamanca a Santiago de Compostela, assume-se como um percurso jacobeu que passa por antigas estradas medievais, passando no território da CIM Douro pelos concelhos de Lamego, Mesão Frio, Moimenta da Beira, Peso da Régua, Sernancelhe e Tarouca. O Caminho de Torres adotou o nome do seu mais célebre peregrino, o escritor salmantino Diego de Torres Villarroel, que fez o Caminho de Santiago em 1737, ao longo de cinco meses e não hesitou em descrevê-lo como a prova mais penosa da sua vida. Atualmente o percurso faz-se em pouco mais de 20 dias, ao longo dos quais os peregrinos podem desfrutar de um percurso diverso e com identidade própria, que é duro mas fascinante, e que embora seja ainda desconhecido tem vários pontos de interesse para o culto a Santiago. Quem se aventura por estes quase 600 km terá de enfrentar subidas íngremes e longas jornadas solitárias, mas passará também por centros urbanos inesperados e trechos deslumbrantes de paisagem, conhecendo um património surpreendente. A magia do Caminho de Torres pode depreender-se por ser um itinerário repleto de valores imateriais, lendários e vernáculos, onde a diver-
sidade da paisagem é um dos maiores atrativos. Às planícies de Salamanca sucedem-se as vias pedregosas da Beira Alta, as plantações de castanheiros em Sernancelhe e de macieiras em Tarouca e Moimenta da Beira ou os socalcos verticais do Alto Douro e as vinhas alinhadas do Minho. Durante a apresentação deste percurso, no Santuário da Lapa, em Sernancelhe, o autarca local e presidente da CIM Douro, Carlos Silva, sublinhou o trabalho conjunto entre as diferentes autarquias de diferentes CIM’s, bem como outras entidades e instituições como o Turismo do Porto e Norte e a Direção Regional de Cultura do Norte. O autarca de Sernancelhe sublinhou ainda a importância da relação entre o Santuário da Lapa e Santiago de Compostela, “há uns bons anos atrás eram os dois santuários religiosos mais importantes da Península Ibérica, acho que faz todo o sentido que exista esta variante, pela importância histórica desta relação”. A requalificação deste caminho e sua demarcação, com base em documentos e marcações já existentes, tem vindo a cativar alguns peregrinos, levando Carlos Silva a afirmar que com as conclusões dos trabalhos é de esperar um incremento de utilização. “Não há fim de semana nenhum, em Sernancelhe, que não apareçam caminheiros, quer dizer que estando o caminho marcado, nós conseguimos trazer mais gente. A organização faz com que não se dispersem, e há uma outra segurança”. Presente nesta apresentação esteve também a Diretora Regional de Cultura do Norte, Laura Castro, que sublinhou a importância do património material e imaterial, uma conjugação que se pode encontrar neste Caminho de Torres. “A área cultural e a área natural, a paisagem, o património material e imaterial estão cada vez
mais articulados, é cada vez maior o número de projetos, mesmo os projetos no património edificado e no património arquitetónico, que têm alguns requisitos de ações que não são apenas essa intervenção física e que tem a ver precisamente com essa dimensão imaterial, de experiências, como acontece aqui com o caminho”. Para Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte, este caminho “é um ativo importantíssimo”. “Uma das razões pelas quais nós tivemos algum sucesso em 2020, isto é estranho de dizer em ano de pandemia (já agora lembro que fomos a região com maior número de hospedes apesar da desgraça), foi muito pela riqueza que tínhamos neste tipo de oferta, produtos que atravessam a natureza, que davam ao turista esta perceção de tranquilidade, segurança. Fez com que os territórios de baixa densidade, do Porto e Norte, nomeadamente Douro, Minho e Trás-dos- Montes, tivessem taxas de ocupação acima dos 95%, em grande contraste com as cidades, as grandes
cidades, nomeadamente o Porto, que não passou dos 15%”. Candidatura a Património Mundial Carlos Santos Silva, nas declarações à comunicação social revelou que está a ser preparada uma candidatura do Caminho de Torres a Património Mundial da UNESCO que, a ser atribuído, seria o quarto no territórios da CIM Douro. A Candidatura que está a ser feita para que este caminho seja reconhecível e valorizado como Património Mundial. Assim o sendo passaríamos a ter quatro na região: o Alto Douro Vinhateiro, o Vale do Côa, o Barro de Bisalhães e podemos ter este. Tudo o que valorize o património, arquitetónico e natural, tem uma importância enorme no crescimento e na dinâmica dos territórios Sendo a região do Douro, essencialmente turística, tudo o que sejam rotas que possam valorizar os nossos produtos e o nosso património Natural e Arquitetónico, obviamente nós ficamos muito satisfeitos. ■
Inaugurado espaço dedicado à Castanha e ao Castanheiro No dia 24 de junho, foi inaugurado o novo Espaço da Castanha e do Castanheiro, no concelho de Sernancelhe. O local é inteiramente dedicado à castanha, o produto ex-libris do concelho. Uma obra que custou aproximadamente 300 mil euros e que contou com o apoio de financiamento do programa Valorizar. O Presidente da CIMDOURO e da Câmara Municipal de Sernancelhe, Carlos Silva Santiago, iniciou a sua intervenção por explicar que este espaço “É simples e pequeno que terá um conjunto de produtos ligados à castanha” que estarão à venda para os visitantes. “A ideia é que este espaço seja, um espaço de formação, um local que sirva para ser uma incubadora, para que possam aparecer pequenas ou micro empresas familiares, que tenham uma dinâmica na área da transformação da castanha. Já há alguns produtos que se vão fazendo em Sernancelhe, ainda de forma, se calhar muito caseira. Mas a ideia era que através deste espaço -que terá depois apoio técnico superior na área da economia, na área do marketing e na área da promoção- estes pequenos produtos pudessem proporcionar experiências, para que assim, possamos fazer formação e possamos desenvolver aqui uma atividade através da transformação da casta-
nha, que trará um valor acrescido” para a região. Quanto ao futuro do espaço o edil adianta que, para além dos produtos da castanha, o local terá à venda Merchandising, terá bicicletas elétricas com GPS, para que as pessoas possam conhecer o Espaço da Castanha, bem como fazer a rota da castanha e do castanheiro. O local contempla ainda um espaço exterior, que nas palavras de Carlos Silva, os visitantes “Poderão degustar alguns dos produtos adquiridos no Espaço da Castanha, ou também provar cerveja de castanha, quer da variedade Martaínha, que é a nossa rainha, mas também na variedade Judia -fruto de um trabalho que estamos a fazer em comum com uns investidores e duas pessoas muito dinâmicas de Carrazedo de Montenegro, para podermos ter aqui cerveja da nossa castanha. O espaço não passa de um espaço fisico que pretende dinamizar o nosso território. Tudo o que possamos fazer em volta deste espaço, não é nada comparado com aquilo que a castanha já fez por Sernancelhe”. Para o autarca, este espaço surge de forma simbólica e representa a identidade de um povo. Depois da intervenção de Carlos Santiago, o professor Alberto Correia, contemplou os presentes com a leitura de um pequeno excerto da obra O
castanheiro e a castanha, de Aquilino Ribeiro. A inauguração contou ainda com a presença da Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira. Natural de Bragança é ligada à área da investigação, e é reconhecida como uma das melhores cientistas da sua área a nível na-
cional e mundial. A representante do governo mencionou aos presentes o seguinte: “O interior é rico em produtos de alto valor, produtos únicos e que precisamos de valorizar cada vez mais com a ciência, com a inovação e com a tecnologia e, é isso, que conseguimos ver neste novo espaço”. ■
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Lamego
“Lamego Cidade Poema” homenageia Fausto Guedes Teixeira O festival literário “Lamego Cidade Poema” celebrou, pelo quarto ano consecutivo, a poesia e os livros, sobretudo junto do público mais jovem, homenageando ao mesmo tempo Fausto Guedes Teixeira, “o poeta do amor” nascido nesta cidade há 150 anos. Organizado pela Câmara Municipal de Lamego, em parceria com a Rede de Bibliotecas de Lamego e a curadoria de Rui Rodrigues e José Pedro Leite, “Lamego Cidade Poema” é um evento de referência na região e no país e uma das grandes apostas do programa cultural autárquico, pela sua vertente literária e de entretenimento, bem como de promoção do gosto pela poesia e pelos livros. “Saúdo a colaboração da nossa comunidade educativa que fomentou a reflexão e a capacidade crítica dos nossos alunos, desafiando-os a transformar em verso toda a sua paixão e vivência cultural. Transformámos este nobre e histórico burgo na capital da Poesia e da Literatura em Portugal”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal, Ângelo Moura. Beatriz Bento (Escola Secundária Latino Coelho) e Margarida Carvalho (Escola Secundária da Sé) foram
as alunas premiadas no âmbito do concurso “Poesia”, enquanto que João Trindade (Escola Secundária Latino Coelho) foi o aluno premiado do concurso “Ilustração” e autor do cartaz de divulgação do evento Ao longo de três dias, o festival literário “Lamego Cidade Poema” ofereceu um programa de atividades bastante diverso e eclético dirigido a vários públicos e marcado por várias iniciativas: sessões de poesia, conversas temáticas, um concerto poético e uma peça de teatro para crianças, destacando-se também
a apresentação pública do “Prémio Literário Fausto Guedes Teixeira” que o Município de Lamego decidiu instituir como forma de homenagear o poeta que se distingue pela “sua lírica lúgubre, contemplativa e melancólica”. Outro dos momentos altos foi a apresentação pública de “Acordes de Lamego em Tempo de Pandemia”, uma nova obra literária, construída por 40 autores como um testemunho e um registo histórico sobre os tempos de pandemia que avassalaram a humanida-
de e, em particular, a cidade de Lamego. Mais uma vez, a atuação musical do grupo Vítor Blue no Teatro Ribeiro Conceição marcou o encerramento deste festival. Este projeto musical apresentou a orquestração dos poemas vencedores produzidos pelos alunos de diferentes estabelecimentos de ensino que participaram nesta iniciativa desde o início do ano. Um momento em que a música e a palavra poética também refletiram, em palco, a matriz cultural de Lamego. ■
Lamego promove feira de produtos endógenos no verão Durante três meses, os produtos endógenos mais genuínos do concelho de Lamego vão estar em destaque na “sala de visitas” da cidade: a Av. Dr. Alfredo de Sousa. Com a participação prevista de dezoito expositores, vão marcar presença neste certame os setores da horticultura, fruticultura e artesanato, para além de outros produtos regionais como os enchidos tradicionais, os vinhos, os licores e as compotas. Associada à marca “Lamego é Douro”, esta feira de produtos endógenos tem como objetivo preservar e
valorizar a grande variedade e qualidade dos produtos locais e promover a riqueza patrimonial e cultural do concelho de Lamego e da região do Douro. Visa também valorizar o meio rural, através da dinamização da atividade económica dos pequenos produtores num ano muito difícil marcado pela pandemia. O certame decorre de 1 de julho a 30 de setembro. O formulário e as respetivas condições de participação estão disponíveis em www.cm-lamego.pt. Os produtores e artesãos do concelho de Lamego que produzem ou comercializem produtos endógenos podem efetuar a sua inscrição, até ao dia 25 de junho, através do email geral@ cm-lamego.pt ou entregar o respe-
tivo formulário no Balcão de Atendimento do Município de Lamego. A feira de produtos endógenos é co-financiada pelo FEDER em 85% no
âmbito do projeto de “Valorização dos Produtos Endógenos do Concelho de Lamego”, aprovado no programa Norte2020. ■
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Régua
Escola Profissional do Rodo aposta na diversificação da oferta formativa Com mais de 50 anos de existência, a Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo, é uma referência no ensino profissional da região, com destaque para a área vitivinícola, produzindo mesmo a sua marca própria de Vinho do Porto. Em 2021 o objetivo é diversificar a oferta formativa olhando às necessidades da região. Olhando para a instituição a partir da sua génese agrícola, a nova direção liderada por Susana Massa, pretende alargar a oferta formativa de acordo com as necessidades que a região apresenta. “Estamos a diversificar a nossa oferta formativa indo de encontro aos interesses da região, porque isso é muito importante. O objetivo da escola é dar resposta aquilo que a região pede em termos de formação profissional, mas olhando sempre ao que os alunos pretendem para o seu futuro. É isso que pretendemos fazer e que estamos a tentar fazer”. Com o objetivo de prosseguir esse trabalho, no próximo ano letivo será lecionado um novo curso na escola, Técnico/a Auxiliar de Saúde que, no entender da diretora, responde precisamente a uma necessidade crescente no território. “É uma área muito importante para nós. Na cidade da Régua vai avançar a requalificação do hospital o que deverá certamente fazer aumentar a procura por estes profissionais. A atual situação pandémica também nos alertou para as necessidades do SNS nas suas mais diversas valências, como por exemplo nos lares, portanto consideramos que esta será uma boa aposta para
> Susana Massa, Diretora da EPDRR
um novo curso a ministrar este ano”. O novo ano letivo trará também de volta à EPDRR um Curso Técnico Superior, lecionado em parceria com o Instituto Politécnico de Bragança (IPB). “Este é um curso que tem tudo a ver com a nossa escola, daí o surgimento deste protocolo. Não faria sentido colocar um curso técnico superior que não tivesse relação com aquilo que é a nossa identidade. É um curso que já foi ministrado aqui, funcionou muito bem e será uma forte aposta para nós. Este curso reforça a nossa identidade agrícola na região, garantindo a formação profissional de outros jovens e adultos que pretendam formar-se nesta área. Para os nossos alunos esta é também uma excelente oportunidade de prosseguirem um pouco mais os seus estudos sem que tenham que se deslocar para outra cidade mais distante, o que é muitas vezes inibidor dessa progressão académica. O curso tem dois anos que permitem depois ingressar no ensino superior com algumas equivalências, podendo finalizar o curso superior ficando licenciado. Aqui na região, o que nos tem sido transmitido, por parte dos parceiros externos, é que há muita dificuldade em conseguir mão de obra qualificada nesta área." Para Susana Massa, esta ligação entre instituições do ensino superior e do ensino profissional são uma mais valia e vê com bons olhos a possibilidade da criação de outros cursos técnicos superiores nos próximos anos. “Esta ligação é uma grande ajuda para o que é o ensino profissional, que tem sido “mal amado” nos últimos anos. Dar a possibilidade aos nossos alunos de prosseguirem para o ensino superior, e são já muitos que o fazem, é uma grande mais valia. O que poderá acontecer no futuro é ter aqui mais cursos destes, por exemplo, de termalismo. Na escola já temos um curso profissional de termalismo e em breve vão ser requalificadas as Termas das Caldas do
Moledo, por isso pode também ser uma boa aposta, acima de tudo temos de estar atentos à realidade que nos rodeia, respondendo às necessidades que vão surgindo”. Para a diretora a vantagem das escolas profissionais é a relação que é criada entre docentes e alunos, ajudando a formar bons profissionais mas também homens e mulheres de valores. “As escolas profissionais, tendo um número reduzido de alunos, são escolas que trabalham muito os alunos não só ao nível dos conhecimentos e das competências, mas também ao nível dos valores. Nós conhecemos cada aluno que temos aqui pelo
nome, conhecemos a sua personalidade, isso é muito importante, independentemente da escolha que façam quando saírem daqui”. Susana Massa destaca ainda as “excelentes condições” da escola, dando o exemplo na área vitivinícola. “A escola tem cerca de 10 hectares de vinha, adega, laboratórios e armazém onde produzimos e guardamos o nosso Vinho do Porto, o Quinta do Rodo. Todo o processo é feito pelos nossos alunos e docentes no decorrer da sua formação, o que significa que quando saem daqui, os nossos alunos serão profissionais muito mais qualificados”. ■
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Carrazeda de Ansiães
Município garante apoios ao turismo No sentido de apoiar o sector do turismo, que tem sido bastante afetado devido à pandemia de Covid-19, o Município de Carrazeda de Ansiães, sob proposta do Presidente da Câmara Municipal, desenvolveu um programa de apoio intitulado “Descobrir Carrazeda de Ansiães”. Este programa é uma forma de ajudar os agentes económicos locais, neste caso as unidades de alojamento e restauração, na retoma da sua atividade e ao mesmo tempo promover o turismo local tornando-o mais apetecível, dinâmico e competitivo. Assim ciente da importância do sector do turismo para o estimulo da atividade económica concelhia vai decorrer, entre os dias 15 de Junho e 15 de setembro, a iniciativa “Descobrir Carrazeda de Ansiães” que consiste na oferta de condições especiais, descontos, no sector da restauração e alojamento. Os apoios constantes deste programa encontram-se materializados da seguinte forma: Apoio à restauração: Na reserva de 2 noites nas unidades de alojamento turístico locais (empreendimentos turísticos ou alojamento local), o visitante terá direito a um voucher de 20% do valor da 2ª noite. Este voucher pode ser descontado numa refeição a efetuar num dos restauran-
tes locais aderentes a esta iniciativa. Este desconto será efetuado através da emissão de um voucher pela Loja Interativa de Turismo, mediante a confirmação da reserva pela unidade de alojamento aderente e confirmado posteriormente após a entrega de cópia da fatura com data correspondente à emissão do voucher.
Secretária de Estado da Educação inaugura as obras de requalificação e modernização da Escola Básica e Secundária
Inês Ramires, Secretária de Estado da Educação, visitou o Agrupamento de escolas de Carrazeda de Ansiães, para conhecer e inaugurar as obras de requalificação efetuadas. Foi acompanhada pelo Diretor do Agrupamento, pelo Presidente da Câmara Municipal, pelo Delegado Regional da Educação e pelos técnicos que acompanharam o desenvolvimento da empreitada. O projeto “Requalificação e Modernização de EB2,3/S de Carrazeda de Ansiães” tinha como objetivos dotar a infraestrutura de salas de aula climatizadas e com controlo térmico, casas de banho reformuladas com no-
Foto: DR
Apoio às unidades de alojamento turístico: Na reserva da terceira noite nas unidades de alojamento turístico (empreendimentos turísticos ou alojamento local) aderentes a esta iniciativa, o visitante terá direito a um desconto de 30% na terceira noite. O desconto é de utilização exclusiva no terceiro dia de estadia consecutivo e não aplicável nos restantes dias da reserva. O valor do desconto será suportado pelo Município através da entrega pela unidade de alojamento de cópia da fatura. Os descontos descritos são limitados às seguintes quantidades: O Município apoiará do desconto de 20% do valor da 2ª noite na refeição nos restaurantes aderentes até à quantidade de 1000 refeições. O Município apoiará o desconto de 30% na terceira noite nas unidades de alojamento turístico até à quantidade de 100 noites. Os descontos não são acumuláveis, no caso de se encontrarem em condições de beneficiar dos dois descontos os visitantes terão de optar por apenas um. Esta iniciativa é dirigida a todos os restaurantes e unidades de alojamento turístico do concelho de Carrazeda de Ansiães. Para poderem aderir a este programa os res-
vos materiais, espaços exteriores renovados ao nível dos pavimentos, proteção de vãos e sombreamento móvel e um pavilhão gimnodesportivo praticamente novo e repleto dos mais recentes equipamentos desportivos. As obras agora inauguradas oficialmente pela Sra. Secretária de Estado da Educação resultam de um investimento de dois milhões e quatrocentos mil euros financiados pelo Programa Operacional Regional NORTE2020. O Município foi responsável pela elaboração do projeto arquitetónico e sua execução, agiu como “dono” da obra com as competências de fiscalização e coordenação da empreitada. ■
taurantes e unidades de alojamento e restauração do concelho de Carrazeda de Ansiães têm de cumprir os seguintes requisitos: Cumprir todas as regras de segurança e higiene estabelecidas pela Lei, assim como demais regulamentos estabelecidos pelo setor da atividade que exercem; Cumprir as disposições da DGS – Direção Geral de Saúde relativamente às regras de segurança e prevenção no âmbito do Covid-19, assim como as disposições legais estabelecidas no enquadramento do plano desconfinamento; Cumprir a legislação em vigor a nível comercial e tributário; Estabelecer com o Município de Carrazeda de Ansiães um protocolo de colaboração no âmbito deste programa de apoio à atividade turística “Descobrir Carrazeda de Ansiães”. Listagem dos estabelecimentos de restauração e unidades de alojamento aderentes: RESTAURAÇÃO •Churrasqueira Mateus •Pizzaria Moinho •Restaurante Avenida •Restaurante Beira Rio •Restaurante Calça Curta •Restaurante Convívio
•Restaurante Europa •Restaurante O Careca •Restaurante o Terraço •Restaurante Ponto de Encontro •Restaurante Quintinha do Manel •Restaurante o Vinhateiro •Taberna da Helena •Tua Mercearia •Restaurante o Minhoto •Villa Cantina •Restaurante Chitaka •Petisqueira Mesquita e Filhos ALOJAMENTO •Quintinha do Manel •Bom Sossego •Seven Book House •Casa do Professor •Casa do Beco •Casa da Cadima •Casa do Cabeço •Quinta das Amendoeiras •Casa dos Vinhais Douro Valley •Hotel Casa do Tua •Mallus •Terraços do Baco •Casal de Tralhariz •Casa Dona Urraca •Lagares, Douro Villas ■
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Entrevista
ALBUQUERQUE MENDES: “Quando a vida não tem portas entramos pela janela”
Texto e foto: André Rubim Rangel
Quais os melhores momentos de infância que viveu, e de que se recorda, na sua terra natal (Trancoso)? Para mim as melhores recordações que tenho são dos Natais, do sincelo, o cheiro do parque no Outono, o perfume a violetas da minha mãe, os inúmeros lanches no pinhal de São Marcos e a lealdade do meu cão Stop. Sendo um Duriense de raízes, e bem conhecedor da região, quais são para si aqueles encantos mais imaculados nela – e porquê? – ainda desconhecidos do grande público e dos turistas? Eu nasci em Trancoso em 1953. Não existem locais imaculados. Todos têm a sua história e a sua importância para a população. Nada é desconhecido para os Portugueses, apenas têm que ser relembrados. Para mim, o Douro tem a magia da lua mas com todas as suas fases ao mesmo tempo. É precisamente no Douro, em Vila Real (Museu da Vila Velha), que vai acontecer a sua próxima exposição, de fórum documental, entre 4 de julho e 26 de setembro. O que terá de peculiar esta instalação? Haverá algo distinto daquilo que costuma fazer? Sim, ao contrário das minhas exposições de arte, esta exposição é documental. Documenta todas as performances que fiz desde 1974. A curadoria da Dra. Paula Pinto faz com que uma vida cheia de performances tenha um fio conector. Em tudo o que fazemos existe arte, até a documentar. Sente que o Douro ainda não está à altura do seu ilustre concidadão, ao raramente ter acolhido uma das suas centenas de exposições e performances ou nunca tê-lo homenageado municipalmente? Como aconteceu no Porto, com a medalha da Cidade (grau ouro)…
Não propriamente. Quem corre atrás de prémios, tem a tendência de não dar valor ao que tem. Vejo-me como um pintor. O que conta é a poética do tempo. Na sua vida houve já vários momentos de mudança do estilo “8 para 80”, tal como sucedeu na sua troca da engenharia pelas artes? O meu estilo é não ter estilo. O meu percurso é como um rio onde existe baixios, rápidos e curvas. Não troquei engenharia pelas artes, porque a arte sempre existiu em mim. Para a engenharia já teriam que me ensinar. Inclusive, nessa busca de realização profissional, chegou a pensar em ser padre. O que fez esmorecer essa sua vocação, ou não? A vocação de ser padre existiu, mas tudo na vida tem um propósito. Um amigo meu, o Frei Bernardo Domingues – já falecido –, disse-me quando falávamos de arte e religião: “não te preocupes, em ti tudo é normal”. Mas mantém-se um homem de fé e de valores cristãos? Em que práticas do dia a dia, por exemplo, o evidencia? Continuo a citar o Frei Bernardo Domingues, em que “cada cristão tem o seu tempo pessoal de oração”. Para completar, cada um tem os seus lugares pessoais de acolhimento. A Monja Hildegard Von Bingen, sabia melhor do que ninguém a espessura da alma. Como pintor, de que modo o gigante Nadir Afonso – cujo centenário se celebra este ano – o influenciou e influencia no seu percurso? Até porque em 1983 foi distinguido, em Chaves, com o Prémio Nadir Afonso… O Nadir é um pintor que admiro e um Flaviense duro e íntegro. A primeira vez que eu vi os seus trabalhos foi em março de 1970, em Paris, mostrados pela galerista Denise René. O Nadir descobriu através da geometria, a felicidade. É tudo o que os artistas procuram. O que distingue essencialmente as artes
plásticas das outras artes expositivas, na sua conceção e essência? Até que ponto vai essa plasticidade? Não existe distinção, porque todas elas têm um fim. Elas esperam por atenção e compreensão. Infelizmente os artistas ou o próprio tempo faz, com que essa demanda se perca, mas tudo tem um propósito despropositado. É considerado um dos maiores e mais importantes performers portugueses. Para quem não está bem dentro desta área, o que são e em que consistem essas performances? Para mim a performance é um "meio" como a pintura e a escultura. Tenho uma mensagem e vou comunicá-la com o "meio" mais eficaz que conheço. Nas minhas performances o meu corpo faz parte da obra. Ela só existe porque eu estou presente. O resto são documentos e registos da ação. Não é só dos melhores cá dentro, naquilo que faz, mas de modo igual uma referência internacional. Quais / que tipo de reações que vai recebendo por esse mundo fora? Sempre tive uma boa receção internacional ao meu trabalho. Provavelmente é o Brasil, o país onde eu mais gosto de expor, pela cumplicidade estética e pelos laços comuns que temos. Depois de Serralves em 2001, a minha segunda exposição antológica foi no Brasil, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói. Na década 70 (séx. XX) realizou a intervenção «A arte é bela, tudo é belo». Vejamos uma pintura muito impressionista ou abstracionista, mesmo que sejam só uns “riscos” ruidosos, difíceis de interpretar/ perceber: isso é arte? E é também beleza? «A arte é bela, tudo é belo» é a minha primeira performance que foi feita para o "Aniversário da Arte", no Círculo de Artes Plásticas de Coimbra em Janeiro de 1974. Ela constava do meu deslocamento do Porto para Coimbra de comboio, oferecendo às pessoas que ia encontrando, uma flor com essa frase escrita. À chegada ao CAPC coloquei panos floridos no
chão, como se tratasse de uma passadeira de flores. Existem fotos maravilhosas dessa performance do Ernesto de Sousa. É curioso que praticamente todos os seus trabalhos realizados para exposições performativas são depois levados por anónimos visitantes. Que motivo e explicação tem esta já inédita tradição? As performances "Rituais" têm uma liturgia muito própria com os materiais utilizados pelos pintores na confeção do seu trabalho. A tela, tintas, paleta e pincéis, tudo está presente e são tratado como objetos sagrados. Daí resulta que durante a ação é dado ao público presente, oferendas que representam esses momentos de comunhão. Sente que o mundo, tal como está, é suficientemente amigo e recetivo às artes plásticas ou o que lhe falta para prestar mais atenção a estas expressões? O século XXI chegou com tudo de bom e de menos bom. Nunca se produziu tanta arte e se mostrou, como no princípio deste século. Nunca se olhou para a arte dos outros querendo conhecê-los, como se faz agora. Queremos mesmo ver arte, sem ter filtros. Isso é uma bênção deste século. Se tivesse de improvisar agora mesmo uma performance que refletisse o atual estado de alma e carácter dos Portugueses, face ao que estamos a viver, como seria ela? Seria nos crepúsculos do dia. Gosto de pensar de Portugal como uma criança num Lusco-fusco. Seria a partir destas imagens que iria construir a performance. E avaliando a relação da arte contemporânea e da contemporaneidade das artes no nosso país, que papel tem tido nela os meios/ órgãos socioculturais e políticos? E que desafios lança? Portugal é um país especial, pois a situação geográfica empurra-o para o mar. Não é uma ilha mas os políticos comportam-se como se fosse. Sempre seremos um país de poetas épicos, onde olhamos para a terra com saudades do mar. Todos estes conceitos se refletem na nossa cultura. Esperamos que os vindouros tragam um olhar mais puro e cristalino. Pensando agora em aspetos muito positivos, o que lhe aconteceu de melhor na vida? Qual foi aquele presente recebido que nunca esqueceu, bem como o melhor elogio a si dirigido? A melhor coisa presente na minha vida foram os meus filhos. Existe um paralelismo muito forte entre criar arte e criar filhos. Todos sabemos como começa e nunca sabemos como pode acabar. Cada um deles tem o seu caminho e vai para lugares que desconheço. Isto é um presente que a vida me deu. Sobre os elogios, esqueço-me facilmente. Sou muito beirão com os pés assentes numa terra granítica. Concluindo, peço-lhe uma mensagem final que possa prestar aos nossos leitores, como que um repto aliciante para se viver bem a vida, com o melhor que ela tem… Quando a vida não tem portas entramos pela janela. ■
Boletim Informativo da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira Nº 35 - JUNHO de 2021
Trimestral
Ficha Técnica Ana Dias; Angela Martins; Beatriz Almeida; Igor Nora; José Angelo Pinto; João Pedro; Maria João Gaspar, Rui Droga; Tânia Amaral
Evolução para o modo de produção biológico Ana Dias A produção biológica é um sistema de produção que se baseia em vários princípios e práticas de gestão, desenvolvidas para minimizar o impacto das atividades humanas no ambiente, mas ao mesmo tempo garantir que se obtêm produtos de qualidade o mais naturalmente possível. Produzir de forma biológica implica respeitar os princípios, regras e requisitos deste modo de produção. Qualquer pessoa que pretenda enveredar por esta área deve assegurar-se que conhece a legislação aplicável de forma a estar plenamente consciente das suas responsabilidades, deveres e direitos. Os agricultores biológicos podem solicitar formas de apoio ao rendimento ao abrigo da política agrícola comum (PAC), incluindo pagamentos diretos e pagamentos especificamente destinados aos jovens agricultores. Além disso, os agricultores biológicos são automaticamente elegíveis para os pagamentos por ecologização, concebidos para incentivar os agricultores a tomar decisões respeitadoras do ambiente. Na candidatura ao Pedido Único das Ajudas (PU) 2021, foi possibilitado aos agricultores efetuar a candidatura a novos ciclos de compromisso com o período de duração de dois anos para as seguintes ações
integrantes da Medida 7 - Agricultura e Recursos Naturais - Agricultura Biológica; Pagamentos Rede Natura; Conservação do Solo; Culturas Permanentes; Pastoreio Extensivo; Recursos Genéticos; Mosaico Agroflorestal; Silvoambientais e ainda Agroambientais à Apicultura. No caso da Acção 7.1 - Agricultura Biológica, esta encontra-se subdividida em duas operações, sendo a operação 7.1.1 -Conversão para a Agricultura Biológica, destinada a agricultores que iniciaram a produção biológica este ano e a operação 7.1.2 Manutenção em Agricultura Biológica destinada a agricultores que já estejam integrados neste modo de produção. Para formalizar a candidatura ao Pedido Único das Ajudas (PU) 2021 para as ações 7.1.1 e 7.1.2, os agricultores necessitavam de cumprir alguns requisitos mínimos, nomeadamente: ●Ter efetuado a Notificação relativa à Agricultura Biológica (DGADR) até à data de 28 de fevereiro; ●Ser detentor de um Contrato de Prestação de Serviços com o Organismo de Controlo e Certificação Reconhecido e Acreditado para a certificação da área candidata em MPB; ●Possuir uma área mínima de superfície agrícola de 0.5ha, com exceção das culturas aromáticas condimentares e medicinais em que a área mínima candidata eram 0.3ha; ●Manter o encabeçamento mínimo estabelecido para cada espécie durante o período de retenção;
●Cumprir a densidade mínima determinada para cada cultura em cada subparcela; ●Manter registos atualizados das atividades realizadas nas áreas candidatas (Caderno de campo); ●Ser detentor de um Contrato de Assistência Técnica com Técnicos Reconhecidos ao abrigo da legislação aplicável (facultativo). ●Frequentar no prazo de um ano após o início do compromisso, isto é até 31/12/2021, uma acção de formação específica homologada pelo Ministério da Agricultura e do Mar. Sendo a agricultura biológica considerada também como uma filosofia de vida que se baseia em ciclos ecológicos para produzir culturas e animais saudáveis e manter e melhorar o ambiente na exploração e ao seu redor, uma boa gestão do solo é um ponto fundamental para a sua execução ser bem-sucedida. Em termos práticos, os sistemas de agricultura biológica visam otimizar a saúde e bem-estar dos animais, culturas agrícolas e seres humanos de uma forma sustentável e utilizando métodos preventivos, profiláticos e que beneficiem o equilíbrio do ecossistema. As principais regras da produção biológica são as seguintes: Proibição de uso de fertilizantes e fitofármacos sintéticos, herbicidas e antibióticos; ●Proibição de uso de herbicidas; ●Manter enrelvamento na entrelinha e combater as infestantes apenas com recurso a métodos mecânicos; ●Evitar efetuar mobilizações profundas; ●Efetuar rotações e consociações de culturas sempre que possível; ●Criar de animais em regime extensivo com recurso a raças adap-
tadas às condições locais e com acesso a áreas exteriores abertas; ●Garantir alimentação de origem biológica aos animais de produção; ●Efetuar análises de solo, água e material vegetal com a periodicidade estabelecida. Essa decisão é baseada no nível económico de ataque, que consiste em avaliar a intensidade de ataque de um inimigo da cultura a que se devem aplicar medidas limitativas ou de combate para impedir que a cultura corra o risco de prejuízos superiores ao custo das medidas de luta a adotar, acrescidos dos efeitos indesejáveis que estas últimas possam provocar (Figura 1). (Amaro & Baggioloni, 1982). O nível económico de ataque varia ao dos diferentes estados de desenvolvimento da cultura, de variedade/cultivar para variedade/cultivar e deve ser constantemente revisto quer face a novos inimigos da cultura, novas variedades/cultivares, novas práticas agronómicas, novos padrões de qualidade e novos preços de mercado. Em agricultura biológica, os meios de luta são muitas vezes semelhantes para pragas ou doenças, podendo estes ser: ●Legislativos – medidas reguladoras para controlar e reduzir a disseminação de insetos e agentes patogénicos; ●Genéticos – melhoramento ou seleção de plantas resistentes a pragas e doenças; ●Culturais – práticas culturais que alteram o ambiente, o estado do hospedeiro ou o comportamento da praga
ou doença; ●Físicos – utilização de equipamentos ou outros métodos físicos de controlo de pragas (mobilização do solo, queima, armadilhas, etc); ●Biológicos – utilização de
inimigos naturais das pragas (auxiliares) – insetos benéficos, organismos que causam doenças a insetos ou antagonistas de agentes patogénicos e promoção do seu desenvolvimento natural (luta biológica clássico, largadas
inundativas ou aumentativas e limitação natural ou conservação); ●Biotécnicos – utilização de mecanismos fisiológicos dos insetos ou seus comportamentos, que irão afetar negativamente a sua sobrevivência; ●Químicos – utilização de pesticidas provenientes de compostos naturais.
> Figura 5 Luta Física - Utilização de armadilhas para captura de machos do bichado da castanha (cydia splendana e cydia fagiglandana) impedindo o acasalamento.
> Figura 2 Meios de luta física
> Figura 3 Luta biológica - Torymus sinensis no combate à vespa da galha-do-castanheiro
> Figura 4 Luta Biológica - Aplicação do bio produto Dictis para combate ao cancro do castanheiro (Cryphonectria parasitica)
> Figura 6 Luta Genética - Enxertia de castanheiro variedade Martaínha em porta-enxerto Marsol CA07: Resistente à doença da tinta (Phytophthora cinnamomi) em souto não mobilizado com enrelvamento espontâneo
Em conclusão, a decisão de enveredar pela produção biológica deve ser bem ponderada, estabelecendo os seus prós e contras e assumindo a responsabilidade de vir a cumprir todas as recomendações e regras impostas. Conhecendo a realidade das explorações dos associados da COOPENELA, é possível constatar que não irá ser difícil implementar este método de produção, na medida em que todos eles já estão sensibilizados para a importância de produzir de forma mais sustentável e executam práticas que estão de acordo com este método como é o caso da não mobilização dos soutos, a utilização de enrelvamentos, não
utilizarem herbicidas, optarem pela utilização de porta-enxertos resistentes e adaptados, execução de fertilizações racionais baseadas em análises de solo, utilização de luta biológica, entre outros. Para todos os associados que pretendam saber mais acerca deste método de produção, a equipa técnica da COOPENELA encontra-se sempre disponível para esclarecer todas as dúvidas e acompanhar a implementação e certificação para todos os associados que assim o decidam. Até Breve! Saudações Biológicas :)
Pedido Único de Ajudas (PU) 2021 Angela Martins
Iniciou-se no dia 1 de fevereiro, mais uma campanha do Pedido Único, PU2021, que consistiu no pedido de pagamento de um conjunto de ajudas que integram os regimes sujeitos ao Sistema Integrado de Gestão e de Controlo (SIGC), previsto na regulamentação comunitária. É um momento
de grande importância para os agricultores, dado a viabilidade económica e o rendimento de muitas explorações estar muito dependente dos apoios provenientes da Política Agrícola Comum (PAC). Dentro do Pedido Único (PU) de ajudas, encontra-se o pedido de pagamento aos regimes
Período critico 2021
Tania Amaral Portugal enfrenta um problema estrutural de ordenamento do território, que o fenómeno das alterações climáticas vem revelando constituir uma grave ameaça à segurança das populações e ao potencial de desenvolvimento económico e social do país. Os incêndios de grandes dimensões que deflagraram no ano de 2017 motivaram uma reforma na prevenção e combate aos incêndios rurais, assente num conjunto de medidas sólidas. Uma delas foi o reforço na informação e fiscalização da limpeza dos aglomerados populacionais e envolvente das habitações, passando também os municípios e as freguesias a ser um elo de ligação mais próximo com a população. É do conhecimento geral que, o problema de ordenamento de território que o país enfrenta deve-se também ao envelhecimento da população e ao consequente abandono dos terrenos bem como à procura de oportunidades nos grandes centros urbanos. Importa também referir que, além deste fenómeno de desertificação do interior, prevê-se que este verão seja mais quente do que o habitual, segundo os especialistas as previsões apontam para tempo seco e temperaturas muito altas, consequência do aquecimento global. O Centro Europeu de Previsão do Tempo a Médio Prazo espera temperaturas a rondar os 40 graus, em Portugal, nos meses de junho, julho e agosto.
de apoio aos Pagamentos Diretos (PD), que abrangem o Regime de Pagamento Base (RPB), e Pagamento Redistributivo, o Pagamento por Práticas Agrícolas Benéficas para o Ambiente e para o Clima (Greening), o Pagamento para os Jovens Agricultores, o Regime de Pequena Agricultura, os apoios Associados voluntários para sectores específicos, como o Prémio por Ovelha e por Cabra, o Prémio por Vaca em Aleitamento, o Prémio por Vaca Leiteira, o pagamento para o Tomate para Transformação e o pagamento para o Arroz. Estão ainda incluídas no PU as candidaturas e pedidos de pagamento de diversas medidas de apoio do Programa de Desenvolvimento Rural do Continente (PDR 2020), designadamente de apoio à manutenção da atividade agrícola,
Carlos Pires, especialista em clima da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, afirma (em entrevista à TSF) que ainda não é possível prever quais os dias exatos em que as temperaturas serão mais elevadas, mas é certo que os países do sul da Europa, como Portugal mas, principalmente, Espanha e Itália, vão sofrer com o calor. Apesar das temperaturas serem mais elevadas do que o habitual, o risco de incêndio não deve aumentar, segundo o referido especialista, que aponta como justificação o facto de existir muita água no solo e nos aquíferos, não estando o mesmo demasiado seco e apresentando até um elevado teor de humidade o que indica que, mesmo que haja condições de secura e que haja escassez de precipitação em junho e julho, como há ainda reservatórios de muita água acumulada, não vai ser muito gravoso para o balanço hídrico e para os incêndios florestais. Fazendo um pequeno balanço do concelho de Penedono, podemos constatar que existiram em 2009, 2013 e 2017 incêndios de grandes dimensões, sendo que nos restantes anos a área ardida foi quase inexistente, não podemos, contudo, descurar os nossos cuidados, é importante fazer o controlo de infestantes e manter faixas de proteção ao redor das habitações. Importante também é saber qual a postura a adotar em caso de incêndio, devemos sempre adotar uma postura “defensiva” no sentido de nos colocarmos em segurança. Durante a realização de uma atividade no espaço rural, se observar o início de um incêndio, deve-se ter muita precaução e adotar rapidamente os seguintes procedimentos: • Em primeiro lugar deve manter a calma e se estiver muito próximo do incêndio, contatar as autori-
medidas agroambientais e pagamentos anuais de medidas de florestação de vários períodos de programação. Todas estas validações foram feitas pela equipa técnica da Coopenela na candidatura do agricultor para garantir uma correta formulação dos seus pedidos de ajuda. As visitas de campo foram agendadas em sala de parcelário com os técnicos, de acordo com a disponibilidade de ambas as partes, onde foram efetuadas visitas aos terrenos através da recolha de evidências de campo (fotografias), sendo as mesmas carregadas no parcelário do agricultor. Podemos concluir que todas as candidaturas foram submetidas com sucesso pela coopenela!
> Evidência de Campo - Plantação de Castanheiros
dades ou operadores para os informar desse facto e solicitar indicações; • Deve retirar-se local em que se encontra para uma zona segura, sem nunca abandonar o trilho e embrenhar-se na vegetação. Poderá sair do trilho caso verifique a existência de algum caminho e esteja seguro de que essa opção não constitui um risco acrescido; • Evite realizar atividades que sejam coincidentes com o final do dia, principalmente em locais que para si são desconhecidos. A falta de conhecimento do terreno, nomeadamente no que diz respeito aos acessos, trilhos e ao seu estado de conservação, assim como da existência de elementos que possam constituir ameaças, são um fator de risco, o que associado ao incêndio agravam a situação de perigo; • Se o incêndio estiver muito próximo deve e proteger-se do calor. Evite estar de t-shirt junto das chamas, se tiver uma camisola de manga comprida, vista-a para se proteger da radiação; • Proteja as vias respiratórias utilizando um pano a tapar na zona das vias aéreas; • Esteja atento às mudanças de direção e intensidade do vento. Pode facilmente verificar essas alterações através da observação da coluna de fumo. Se estiver numa zona para a qual a coluna está inclinada, tente sair dali o mais rápido possível, pois a probabilidade de o incêndio progredir para esse local ou aí caírem partículas a arder é muito grande; • Se está num local a meia encosta e o incêndio vem de montante, terá mais tempo para se colocar em segurança, o que já não acontece se o incêndio evolui encosta acima ou na base de uma linha de água. Nesta situação é critico sair o quanto antes do local onde se encontra; • Tenha em atenção que, mesmo em locais onde a carga de combustível é reduzida e os combustíveis são do tipo herbáceas ou pequenos arbustos, não é seguro estar aí, procure uma zona sem vegetação ou já ardida e cujo impacto da radiação seja
menor; • Se já identificou previamente uma zona de segurança ou recebeu indicação das autoridades ou operadores para se deslocar, faça-o de imediato, não atrase a fuga. O declive acentuado, a existência de escarpas e de muitos afloramentos rochosos, a vegetação alta e densa, vão dificultar e tornar muito mais lenta a progressão no terreno, o que, consequentemente, se traduz numa maior exposição ao perigo; • Se tiver necessidade de descansar, faça-o em locais já afastados do incêndio e com condições de segurança adequadas para esse efeito. Não descansar em locais que possam ser atingidos pelo incêndio, opte por locais que tenham as caraterísticas de uma zona de segurança e, preferencialmente isentas de fumo e calor, para poder recuperar melhor e mais rapidamente; • Não se esqueça que com as alterações socioculturais e o êxodo das populações para os grandes centros urbanos, os terrenos agrícolas deixaram de fazer a compartimentação e proporcionar zonas seguras, principalmente onde existiam culturas de regadio; • Se encontrou outras pessoas pelo caminho, que estão na mesma situação e caso já tenha recebido indicações das autoridades, transmita-lhes essas informações, informe as autoridades desse facto e sigam todos juntos até ao local seguro; • Se o trilho ou caminho que estiver a percorrer, ficar localizado numa encosta e o incêndio estiver a montante, deve ter cuidado com uma situação que também pode representar perigo, que é o facto de as rochas dilatarem, em resultado do aumento da temperatura, podendo desprender-se da rocha-mãe, rolar encosta abaixo e assim atingirem quem se encontre nessa posição; • Se tem a perceção de que au
mentou a temperatura e diminuiu a humidade relativa do ar, deve redobrar a atenção, pois a probabilidade da ocorrência de fenómenos de comportamento extremo nessas condições será muito maior. Também a desi-
dratação nestas situações ocorre muito mais rapidamente, como tal, é fundamental manter-se bem hidratado, bebendo muita água ou bebidas isotónicas; • Quando estiver a comunicar com as autorida-
VESPA-DAS-GALHASDO-CASTANHEIRO
(Dryocosmus kuriphilus yasumatsu) Rui Droga A vespa das galhas do castanheiro é considerada uma das pragas mais perigosas para o castanheiro. O inseto é originário da china e difundiu-se desde a china até ao nosso pais desde 1941 até á referenciação em Portugal continental em 2014. Ainda antes da entrada em Portugal desta praga já os técnicos da Coopenela, realizavam ações de sensibilização e prospeções por todo o território nacional. Desde lá até a aqui as informações e a orientações tem evoluído em função da presença e também do desenvolvimento da praga. A D. kuriphilus (vespa das galhas do castanheiro) inicialmente era mais visível em algumas variedades de castanha, mas atualmente pode ser encontrada na generalidade das variedades de castanha, nomeadamente na Martaínha. A formação das galhas no castanheiro, prejudica e atrasa o desenvolvimento normal do castanheiro, reduzindo o crescimento dos ramos e dos órgãos frutíferos, podendo causar grandes perdas de produção nos 4 anos de ataque. A dispersão ocorreu de diferentes formas com material vegetal (plantas e partes de plantas a circular por toda a europa. Meios de Luta Atualmente com a presença da praga em todos os soutos já não é possível controlar a praga com a remoção de galhas, esta prática poderá ser feita só num ou outro castanheiro novo. A luta biológica natural é sem dúvida a mais eficaz, demorada, mas mais eficaz. Existem parasitoides autóctones que tem uma ação importante no combate a vespa das galhas e exercem uma redução da população do Dryocomus kuriphilus. A presença de carvalhos junto dos soutos ajuda, pois, os parasitoides presentes nos carvalhos. Também exercem ação sobre a Vespa das galhas. Contudo é necessário acelerar este processo, fomentar a luta biológica com praticas diretas e indiretas. As práticas culturais de promoção da biodiversidade no souto são importantes, nomeadamen-
O D.kurifilus apresenta uma só geração por ano. Só são reconhecidas fêmeas, que emergem das galhas entre final de maio e final de julho. Os adultos da Vespa vivem em média 10 dias, mas neste período pode colocar 100 ovos nos gomos do castanheiro. No ano seguinte em abril as larvas que hibernaram retomam o desenvolvimento na mesma altura que os gomos se desenvolvem no castanheiro, e assim surgem as galhas, as larvas desenvolvem-se durante 30 a 40 dias e depois de adultas saem das galhas e volta a colocar os ovos. Os adultos são de cor negra e medem cerca de 2,5 a 3mm. te manter o coberto vegetal, que permite a existência e a permanência no souto de diversos auxiliares, como também ajuda na alimentação dos parasitoides quer sejam autóctones ou mesmo o Torymus sinnensis (as conhecidas largadas). Por outro lado, devem-se adequar as podas á presença de parasitoides que permanecem nas galhas durante quase um ano. Portanto após a largadas de parasitoides não devemos destruir galhas quer por queimas ou por trituração. Devemos manter o souto com níveis de fertilidade adequados e promover os crescimentos dos ramos com uma nutrição adequada do castanheiro. Um castanheiro bem alimentado irá resistir melhor ao ataque de pragas e doenças. Se todos estes fatores se conciliarem com a Largadas de Parasitoides, conseguiremos controlar a praga e minimizar os estragos e as quebras de produção. A título de exemplo, sabendo que em muitos outros concelhos o mesmo acontece, em Penedono, pelo empenho do Município e em especial o seu presidente Carlos Esteves de Carvalho que desde a primeira hora disponibilizou recursos e empenho pessoal, foram realizadas prospeções em todos os soutos e já diversas largadas. Tentando acompanhar o crescimento da praga no concelho foram distribuídas diversas largadas pelo concelho. Em 2017 foram feitas 2 largadas, em no ano seguinte inicialmente estavam previstas 10 mas realizaram-se 16, no ano seguinte em 2019 já realizaram 30 largadas, em
des, mantenha um discurso calmo e coerente, de modo a que mais facilmente possa ser localizado no território e os meios de socorro sejam direcionados para lá. Posto isto, relembrar que o Período Crítico de in-
cêndios inicia no dia 1 de julho, após esta data está proibida a realização de queimas e queimadas e devem ser redobrados todos os cuidados na realização de atividades agrícolas e/ ou florestais.
2020 já com largadas em todas as freguesias houve necessidade de apertar a malha, e como tal foram libertados Torymus em 34 lugares em cada um desses lugares, uma largada constituída por sensivelmente 200 insetos parasitoides, para promover a luta biológica. Recordamos
que em 2020 foi um ano muito complicado pois tivemos o confinamento sucessivo, os constrangimentos que todos já conhecem, mas mesmo assim o Município a Coopenela e a REFCAST levaram a cabo as largadas e com sucesso.
Este ano e durante o fim de abril e início de maio foram realizadas mais 41 largadas, quarenta pagas pelo município de Penedono e uma por proprietários particulares.
Hoje em dia os produtores também, tendo essa necessidade e havendo condições, podem custear as largadas nos seus soutos.
Podem ver os locais de largadas através da aplicação http://soscast.eu/, registando-se junto da Refcast. Após as largadas -Nos locais de largada não se podem efectuar tratamentos químicos até final de junho -Se podarem, devem deixar nos soutos os ramos finos com galhas (pois ai permanecem de uma ano para o outro o parasitoide)
> Mapa de Penedono com as largadas.
-Não devem cortar os ramos com galhas -Não devem mobilizar o solo até junho. O combate a pragas e doenças só é possível com uma vigilância dos soutos, um aconselhamento assertivo e o empenho de todos, desde produtores, técnicos e instituições do sector.
JUNHO 2021 VIVADOURO
Participação na Feira Nacional de Agricultura O Município de S. João da Pesqueira participou de 9 a 13 de junho, na Feira Nacional da Agricultura 2021, que se realizou no Centro Nacional de Exposições, em Santarém. O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na companhia da Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes, o Secretário de Estado da Agricultura, Rui Martinho (Natural de Paredes da Beira, freguesia de S. João da Pesqueira) e alguns membros do governo, visitaram no domingo o stand do Município de S. João da Pesqueira, onde foram recebidos pelo Presidente da Câmara Municipal, Manuel Cordeiro, membros do Executivo Municipal e colaboradores da Autarquia. A FNA21 é uma grande oportunidade comercial para os agentes que atuam no mercado, é uma forma de reforçar a notoriedade e imagem das
São João da Pesqueira
empresas e de realizar negócios. O evento contou com grande cobertura mediática e com a presença dos principais decisores nacionais. O Município de S. João da Pesqueira esteve mais uma vez presente neste certame, com um novo stand com informação turística e onde também foi possível degustar vinhos, azeites e mel de produtores que se associaram a esta iniciativa da autarquia, a animação pombalina foi também um dos pontos altos desta participação, com destaque para a divulgação da Vindouro | Wine and History | Festa Pombalina, com alguns figurantes pombalinos e a sua boa disposição a interagirem e animarem os visitantes da FNA 2021. A Feira Nacional de Agricultura é um espaço privilegiado de contactos e negócios, além de ser uma oportunidade para as empresas se destacarem neste sector. ■
Museu do Vinho de S. João da Pesqueira ganha prémio Prestígio da AMPV A Associação de Municípios Portugueses de Vinho no âmbito das comemorações do seu 14.• aniversário homenageou e distinguiu com o Prémio Prestígio o Museu do Vinho de S. João da Pesqueira, numa iniciativa integrada na Feira Nacional da Agricultura que decorreu este sábado no CNEMA, em
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Santarém. Esteve presente na cerimónia, em representação do Município de S. João da Pesqueira (entidade gestora do Museu do Vinho), o vice-presidente, Luís Rodrigues, que agradeceu a distinção e enalteceu o papel que a AMPV tem tido na defesa dos municípios vitivinícolas. ■
PROJETO INSPIRA - DOURO, CULTURA & PATRIMÓNIO apresentado no Museu do Vinho Resultado de uma parceria estabelecida entre o Museu do Vinho, o Museu do Douro e o Museu do Côa, o projeto Inspira, que tem como fio condutor a música, promete animar o território já a partir do mês de Julho. Miradouros, praças e outros espaços culturais dos três parceiros vão receber aproximadamente 70 momentos
culturais ecléticos que pretendem unir patrimónios e pessoas já ligados pela também inspiradora E.N. 222. A apresentação do projeto “Inspira” decorreu no Museu do Vinho em S. João da Pesqueira e contou com uma atuação ao vivo com o músico Tiago Saga no miradouro de S. Salvador do Mundo, considerado um dos mais belos do Douro. ■
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VIVADOURO
JUNHO 2021
Sabrosa
La Lys Warsongs apresentou poesia e música em estreia do Palavras Cruzadas La Lys Warsongs levou ao Espaço Miguel Torga poesia e música como veículos de paz, num espetáculo que é o resultado de uma pesquisa histórica, sonora e poética de algumas das principais guerras do século XX em que o “ocidente” esteve envolvido. Apresentado em sete línguas, pela Associação Apuro e com o ator Rui Spranger como protagonista, as canções e poemas
que integram este projeto guiou o público presente numa viagem que se iniciou nos anos 10 e que atravessou quase todas as décadas do século XX de forma emotiva e com uma componente histórico-cultural muito vincada. Este espetáculo marcou também o início do projeto Palavras Cruzadas, que apresenta uma programação cultural em rede da qual o Espaço Miguel Torga faz parte.
Município comemorou o Dia Mundial da Criança com o ambiente em destaque O Município de Sabrosa comemorou, no passado dia 1 de junho, o Dia Mundial da Criança 2021 com um programa de atividades lúdicas e didáticas destinadas a todos os alunos do Pré-Escolar e 1.º ciclo do Agrupamento de Escolas Miguel Torga – Sabrosa, onde as preocupações ambientais estiveram em destaque. Com base nas últimas diretivas do Observatório de Desenvolvimento Sustentável do Planeta, a Câmara Municipal de Sabrosa, com a participação do Projeto Reeducar+, dinamizou um programa de atividades que contemplou a realização das “Olimpíadas da Cidadania e Património”, para os 3.ºs e 4.ºs anos de escolaridade,
e de vários jogos na Exposição “Os Locais e Culturas de Magalhães”, no BB King Parque, para os alunos do pré-escolar e 1.ºs e 2.ºs anos, onde estiveram presentes, entre outras, as temáticas da alimentação saudável e da reciclagem. Para além das atividades proporcionadas, as crianças foram também presenteadas com a oferta de um kit com presentes, que incluiu um papagaio de papel e um saco de pintar personalizados e outras ofertas simbólicas. Todas as atividades foram realizadas cumprindo as regras de saúde e higiene decretadas pela DGS e que estão atualmente em vigor.
Município vai apoiar 98 agregados no âmbito da habitação social O Município de Sabrosa vai apoiar 98 (noventa e oito) agregados familiares que vivem em condições habitacionais indignas no concelho através da aquisição e reabilitação de frações ou de prédios habitacionais já existentes no território sabrosense. Para o efeito foi assinado o Acordo de Colaboração no âmbito do 1.º Direito para o Município de Sabrosa com o Instituto da Habitação e da Reabilitação Urbana (IRHU), no qual se identificam as soluções habitacionais que se propõe promover, direta e ou indiretamente, e que permitirá concretizar essas medidas. A Cerimónia de assinatura, que decorreu online, contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, do Secretário de Estado da Descentraliza-
ção e da Administração Local, Jorge Botelho, da Secretária de Estado da Habitação, Marina Gonçalves, e do vogal do Conselho Diretivo do IRHU, Henrique Ferreira. Depois de aprovada a Estratégia Local de Habitação de Sabrosa, que define a estratégia de intervenção em matéria de política de habitação à escala local, tendo por base um diagnóstico das carências existentes relativamente ao acesso à habitação, a identificação dos agregados com condições habitacionais indignas no Município foi realizada através do enquadramento dos mesmos nas várias tipologias elegíveis para esta medida, como a Insalubridade/Insegurança, precaridade, sobrelotação, ou inadequação ao contexto habitacional atual. Este Acordo tem a duração máxima de 6
anos, estando previstas a execução das várias medidas até ao ano de 2026, e um investimento total de 3.748.000,00 € (três milhões setecentos e quarenta e oito mil euros), sendo 1.228.921,44€ (um milhão
duzentos e vinte e oito mil novecentos e vinte e um euros e quarenta e quatro cêntimos) concedidos sob a forma de comparticipações financeiras não reembolsáveis. ■
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Armamar
Diretora Regional da Agricultura esteve em Armamar para avaliar efeitos da queda do granizo A Diretora Regional da Agricultura, Carla Alves, esteve hoje em Armamar, a convite do presidente da Câmara Municipal, João Paulo Fonseca, na sequência da tempestade que ontem à tarde se abateu sobre o concelho. O Autarca conduziu uma visita ao terreno para mostrar exemplos da devastação que o granizo deixou nas culturas de pomares de macieiras, de cerejeiras e nas vinhas. Antes houve tempo ainda para uma reunião no edifício da Câmara Municipal, onde estiveram também representantes da Associação dos Fruticultores de Armamar e alguns dos produtores mais afetados. Da visita resultou o compromisso das várias entidades em encontrar o mais rápido possível, junto do Governo e da banca, linhas de apoio para ajudar os agricultores afetados. Recorde-se que em quatro dos últimos cinco anos, as culturas de Armamar foram fustigadas pelo granizo. ■
Cores e Sons de São João em exposição A Câmara Municipal de Armamar promove desde o dia de São João, e Feriado Municipal, a exposição São João, Cores e Sons. A mostra vai estar patente en-
tre 24 de junho e 30 de julho, todos os dias entre as nove e as 17 horas, no Salão Paroquial de Armamar. No espaço pode ver-se um conjunto alargado de
trajes e adereços que fizeram os últimos 30 anos das marchas populares sanjoaninas. Para reunir o espólio a Autarquia contou com o empenho e
dedicação de muitas das coletividades do município, freguesias e grupos que dinamizaram as marchas nas últimas três décadas. ■
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VIVADOURO
JUNHO 2021
Região
The Fladgate Partnership apresenta Portonic’s do grupo O grupo The Fladgate Partnership apresentou os dois Portonic, em lata, que fazem agora parte do seu portfólio, o Taylor’s Chip Dry & Tonic e o Croft Pink & Tonic, numa cerimónia no Porto. A Taylor's foi a primeira casa a produzir um vinho do Porto branco seco: o Taylor’s Chip Dry, que foi lançado em 1934 e que desde então conquistou devotos seguidores em todo o mundo. Há muito que é reconhecido como o vinho do Porto perfeito para fazer um aperitivo refrescante e elegante, juntando água tónica. É chegado o momento de o disponibilizar já preparado, numa elegante e muito conveniente lata de 250ml. É fácil de transportar, versátil e está pronto para ser apreciado em qualquer lugar, permitindo novos momentos de consumo e chegar a novos consumidores. “A Taylor's, reconhecida pelo espírito pioneiro e permanente inovação, sem nunca comprometer a qualidade excecional dos seus Vinhos do Porto tem, ao longo dos anos, procurado alargar a base de consumidores do Vinho do Porto, procurando satisfazer as suas necessidades. Esta tem sido a fonte do sucesso da nossa empresa desde 1692. O Taylor's Chip Dry & Tonic é o culminar de dois anos de trabalho ao lado do Instituto do Vinho do Porto, que sem dúvida vai ajudar a trazer mais consumidores para o Vinho do Porto.” comenta Adrian Bridge, CEO da The Fladgate Partnership. E acrescenta: “Perguntam-me frequentemente qual é a proporção perfeita de um Porto Tónico perfeito. Foi o que fizemos, e ao fazer a nossa própria água tónica, seca e especial, acrescentando alguns ingredientes secretos, fizemos o exemplo perfeito do Porto Tónico.” Para David Guimaraens, enólogo da The Fladgate Partnership: “Este projeto foi um desafio para a equipa de enologia para selecionar os melhores ingredientes para combinar com o Taylor's Chip Dry, de modo a garantir o melhor equilíbrio e a bebida mais agradável e refrescante.” E acrescenta: “O resultado é uma bebida deliciosa, repleta de caráter, que vai surpreender e encantar até quem não conhece este excelente vinho do Porto” O Taylor's Chip Dry & Tonic, o primeiro Porto Tonic ready-to-drink em lata tem 5,5% de teor de álcool e é perfeito
> Rui Martinho, Secretário de Estado da Agricultura, Adrian Bridge CEO da The Fladgate Partnership e Gilberto Igrejas, Presidente do IVDP
para desfrutar em casa ou ao ar livre, no campo ou na praia, com amigos e família. A lata é leve, 100% reciclável, fácil de transportar e armazenar. Na mesma cerimónia foi ainda apresentado o novo Portonic rosé da Croft, a mais antiga empresa que ainda permanece ativa como produtora de Vinho do Porto. “Apesar da sua longa história e reputação, a Croft nunca se deixou limitar pela tradição e em 2008 lançou o primeiro vinho do Porto rosé: o Croft Pink, que a todos surpreendeu pelo arrojo e novidade. O Croft Pink atraiu novos e mais jovens consumidores para o vinho do Porto e criou novas oportunidades de consumo, nomeadamente associadas à preparação de cocktails e bebidas de Verão, onde era o ingrediente essencial.”, refere Adrian Bridge. O responsável adianta ainda que “é chegado o momento de apresentar este vibrante vinho do Porto, na versão ready-to-drink, com água tónica, numa atrativa lata. Estamos confiantes que o Croft Pink & Tonic vai agradar a todos os que procuram um momento refrescante e informal. Além de demonstrar a versatilidade e variedade do Vinho do Porto.” David Guimaraens, destaca “o estilo inovador do Vinho do Porto que lançámos em 2008, o Croft Pink, foi conseguido através de uma inovadora técnica de vinificação capaz de extrair os sabores frescos e frutados e apresentar um cor-de-rosa subtil e delicado ao vinho. Também a fortificação foi afinada para assegurar a frescura dos
aromas a fruta e dar grande elegância do vinho. O resultado foi um maravilhosamente fresco e vibrante vinho do Porto, com deliciosos sabores de cereja, framboesa madura, com notas de mel e toranja, num final seco e muito atrativo.” O enólogo assegura ainda que “o Croft Pink & Tonic que agora apresentamos é irresistível, pois combina a explosão de aromas de fruta com o atrativo final seco da nossa água tónica. É delicioso e muito prático para apreciar em qualquer momento e em qualquer lugar.” Presente no lançamento das bebidas esteve também Gilberto Igrejas, presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) que sublinhou a importância da criação desta nova
bebida para o setor. “Em articulação com os agentes económicos desenvolvemos algo inovador no setor que possibilita, por um lado a aproximação de um público mais jovem e, por outro lado, um consumo de uma nova bebida de uma forma descomplexada. Num ano que não foi dos melhores, apesar dos números não serem tão catastróficos como alguns anunciavam, conseguimos dinamizar o setor. Acho que estão lançadas as bases para que esta nova bebida seja um sucesso”. Num registo mais relaxado o presidente do IVDP afirmou que no seu frigorífico “há sempre Vinho do Porto”, assegurando que “a partir de agora também haverá sempre Portonic”. ■
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Alijó
Município presente na Essência do Vinho - Edição de verão 2021 O Município de Alijó vai marcar presença na Essência do Vinho - Edição de verão 2021, o maior evento nacional da área do vinho, que acontece de 2 a 4 julho, no Porto, dando assim oportunidade aos Produtores do Concelho de exporem e venderem os seus vinhos. Os produtores interessados em estar presentes no stand do Município podem inscrever-se através deste formulário. Esta participação tem como principal
objetivo proporcionar a oportunidade aos nossos produtores de dar a conhecer e comercializar os seus vinhos. Este importante evento é considerado a principal experiência do vinho em Portugal e tem como objetivos democratizar o consumo e ajudar os produtores a vender os seus vinhos. Nesta edição de verão, os visitantes poderão adquirir produtos diretamente aos expositores/produtores representados. ■
Abertas inscrições para o Move(TE) no verão 2021 O Município de Alijó, através do Piicie Alijó Educa+, está a preparar o Move(TE) no verão, que vai proporcionar atividades destinadas a crianças dos 6 aos 10 anos, de 12 a 16 de julho, e a jovens dos 11 aos 14 anos, de 19 a 23 de julho. As inscrições podem ser feitas até 30 de junho. 1ª Semana (12 a 16 de julho): crianças dos 6 aos 10 anos 2ª Semana (19 a 23 de julho): jovens dos 11 anos 14 anos Horário: de segunda a sexta-feira, das 9h00 às 17h30. Atividades: serão desenvolvidas atividades de caráter pedagógico, cultural, de promoção de competências pessoais e sociais, assim como de estratégias que favoreçam a continuidade e manutenção de uma salutar relação parental. Todas as atividades serão realizadas cumprindo as recomendações da Direção-Geral de Saúde. Almoço: os encarregados de educação deverão indicar se pretendem usufruir de refeições, sendo a marcação fei-
ta no dia anterior. As refeições serão servidas na cantina do Agrupamento de Escolas D. Sancho II. O pagamento das mesmas será da responsabilidade dos encarregados de educação, sendo aplicadas as mesmas condições de pagamento do restante ano letivo para os alunos beneficiários da ação social escolar. Os lanches para o período da manhã e da tarde deverão ser da responsabilidade dos encarregados de educação. Seguro: todas as atividades a desenvolver estarão cobertas pelo Seguro Escolar. Outras indicações: ao longo do programa têm de ser cumpridas todas as recomendações e orientações da Direção-Geral de Saúde. As crianças e jovens deverão utilizar roupa confortável, de acordo com as condições climatéricas e com o plano de atividades definido. Formas de inscrição: preferencialmente, através do preenchimento da ficha de inscrição. Nos Serviços Municipais de Educação, entre as 9h00 e as 12h30 e as 14h00 e as 17h30. ■
Município assina protocolos para atribuição de apoio logístico a associações desportivas O Presidente da Câmara Municipal de Alijó, José Paredes, assinou, no passado dia 14 de junho, protocolos para atribuição de apoio logístico a associações desportivas do Concelho, nomeadamente o Atlético Clube Alijoense e a Associação Cultural e Desportiva dos Veteranos Alijoenses, através da cedência do Estádio Eng. Delfim Magalhães, e o Clube de Artes Marciais e Pankration, ao qual foi ce-
dida uma sala no Complexo das Piscinas Municipais. Este apoio logístico é fundamental para a prossecução da atividade desportiva destas associações, que contribuem para a promoção de um estilo de vida saudável e fomentam a saúde e a qualidade de vida das populações. Esta medida reflete ainda uma forte aposta do Município no apoio à formação das camadas mais jovens. ■
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VIVADOURO
JUNHO 2021
Região
Cinco Autarcas da CIM Douro homenageados em Sernancelhe
> Na foto: Carlos Silva, Alberto Pereira, José Eduardo, Gustavo Duarte, Domingos Carvas, Isabel Ferreira e Carlos Esteves de Carvalho
No dia 25 de junho, sexta feira, decorreu no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Sernacelhe, a cerimónia de homenagem a cinco autarcas da CIM Douro que estão prestes a cessar funções. Os Presidentes distinguidos foram: Gustavo Duarte (Foz Côa), Carlos Esteves de Carvalho (Penedono), Alberto Pereira (Mesão Frio), José Eduardo (Moimenta da Beira) e Domingos Carvas (Sabrosa). A cerimónia contou ainda com a intervenção da Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira e com o Presidente da CIM Douro, e da Câmara Municipal de Sernancelhe, Carlos Silva Santiago. Para o Presidente da Câmara Municipal de Foz Côa, Gustavo Duarte, este reconhecimento foi recebido “De muito agrado”, principalmente porque posso partilhar o momento com “Os outros quatro colegas autarcas”. O edil explica que foi “Uma ideia muito feliz do Carlos Santiago, que só prova a amizade e a camaradagem que existe entre os autarcas”. Com a perspetiva dos 12 anos de mandato, Gustavo evidencia que “Cada vez mais os autarcas trabalham em rede e já não há os ‘quintalzinhos’ que haviam antigamente”. O presidente não esconde a sua “Particular” satisfação ao mencionar ao nosso jornal que o Xisto do troféu é de Foz Côa, o que tornou o momento ainda mais especial para o edil. Gustavo Duarte sublinha que este tipo de eventos “Fica como exemplo para o futuro”. Quanto a Carlos Esteves de Carvalho, Presidente da Câmara Municipal de Penedono, este reconhecimento simboliza o terminar de um “Percurso político”. O autarca demonstra-se sensibilizado pelo momento vivido, proporcionado pelo gesto do seu “Colega”, Carlos Silva Santiago. O edil refere que o momento serviu para reconhecer,o trabalho desenvolvido não só pelos homenageados, como também todos os edis que tem desenvolvido em
prol da CIM Douro. Ao terminar, o responsável explica que se sente “Muito satisfeito e honrado". Outro autarca homenageado foi Alberto Pereira, do concelho de Mesão Frio. O Edil afirma: “Foi uma honra e sinto uma mistura de sentimentos muito forte, principalmente por receber este prémio das mãos de um Presidente que admiro e gosto muito, e que tem feito um trabalho notável pelas suas gentes e pelo seu concelho. Portanto, este é um reconhecimento ao fim ao cabo, pelo trabalho que fiz ao longo dos últimos anos, em prol do meu concelho e da Comunidade Intermunicipal do Douro”. Estivemos à conversa com o Presidente José Eduardo do concelho de Moimenta da Beira, outro homenageado na tarde de sexta feira. O autarca, começou por explicar o quão especial é para si a Terra de Sernancelhe, “Gosto muito desta terra, desta gente e tenho aqui muitos amigos, inclusivamente alguns familiares” e reconhece que não haveria um lugar melhor para receber este reconhecimento que não fosse Sernancelhe. No entanto, faz questão de sublinhar que “Este reconhecimento não é para mim, é para todos. Para todos aqueles
que me acompanharam, que me ajudaram, que me empurraram, que me fizeram acreditar em muitas coisas e que ajudaram a concretizar as ideias em que acreditávamos. Este reconhecimento se fosse apenas para mim, não teria grande sentido, porque julgo que não o mereço, mas merecem sim todas as pessoas que me acompanharam durante todos estes anos. E, portanto fico muito satisfeito, muito honrado, em nome de todos os que me têm acompanhado, por estarmos aqui a ser reconhecidos”. Apesar de estar a sair por iniciativa própria e não por limite de mandatos, o Presidente Domingos Carvas, do concelho de Sabrosa, explica que sente que o seu dever está cumprido: “Tenho 24 anos de autarca, tenho seis mandatos e nunca perdi uma eleição. Senti-me sempre bem e neste momento, para além de motivos pessoais e do sentimento de dever cumprido, não tenho outros motivo para mencionar. A decisão foi tomada neste sentido de saída e sinto-me bem e, como dizia na minha intervenção, ‘Estranha é esta sensação de liberdade’ que nós já vamos sentindo”. Quanto ao prémio recebido refere que “É um orgulho receber este reconhecimento por parte do Presidente da Câmara de Sernancelhe. Um reconhecimento que não é para a pessoa em si, mas sim, para o território que represento”. O autarca sublinha ainda o facto de ser a primeira vez que cinco autarcas são homenageados fora do seu território e destaca o exemplo de liderança pela parte do Presidente Carlos Santiago: “É um exemplo do que se faz, como se faz e o porquê se faz. Ele provavelmente foi um mentor para alguns e vai deixar um traço indelével em todos nós pela sua qualidade e pela sua competência”. O edil termina explicando que ficou assente com a cerimónia que o que fica é as “Amizades, o respeito e o reconhecimento que o Presidente de Sernancelhe tem pelo seus colegas da CIM Douro”. Nas palavras do anfitrião da noite, o Presidente da CIM Douro e da Câmara Municipal
de Sernancelhe, Carlos Silva Santiago, este momento representa “O fim de um ciclo” e para o edil é “Justo reconhecer o trabalho” destes cinco homens. Carlos Silva explica que: “Nós não estamos isolados, é impossível um concelho sozinho afirmar que se desenvolve. Hoje, a região tem que ter dinâmicas de desenvolvimento”. O autarca explica que não fizeram mais do que a sua obrigação perante “Os meus cinco colegas que são meus amigos, confidentes e com os quais construímos um grupo de confiança, de coesão e de muito compromisso”. Na perspetiva do Presidente da CIM Douro, “é um reconhecimento público que é justo pela honestidade, pela dedicação, pela ambição, pela determinação, mas acima de tudo, pela vontade de todos eles, em conjunto (os que estavam sentados na mesa de honra e os que estavam sentados na plateia), todos esses tiveram e continuam a ter um sonho, de que estes territórios continuem a fazer parte daquilo que é o futuro de Portugal. Essa é a razão de nós termos feito esta iniciativa”. A representar o governo, a cerimónia contou com a presença da Secretária de Estado da Valorização do Interior, Isabel Ferreira. "A primeira palavra que deixo é de agradecimento, porque para mim é muito importante realçar que a valorização do interior é uma missão conjunta e que se faz com o Governo, com os autarcas, com as empresas, com as Associações produtivas, com as entidades do sistema científico e tecnológico, com os nossos politécnicos e universidades. Em segundo lugar, deixo as maiores felicidades nas suas vidas futuras. Isso é o mais importante, que tenham a consciência de que fizeram o melhor, o que podiam e o que sabiam durante as suas funções. De facto, o que vemos aqui é uma colaboração que é essencial para os territórios, uma colaboração dentro de uma comunidade Intermunicipal, que nos transmite uma coesão que é muito importante a todos os níveis. A coesão territorial faz-se a partir da coesão em cada território em particular e, portanto, acho que é muito louvável esta homenagem, porque os autarcas têm um papel extraordinariamente importante nos seus municípios contribuindo para esta missão conjunta da valorização do interior. Esta missão tem que ser realizada com todas as entidades que já referenciei, mas também com cada cidadão. Só ganhamos se trabalharmos em conjunto e cada Cidadão pode fazer a diferença nos seus territórios. Portanto se todos trabalharmos para os mesmos objetivos, certamente que conseguiremos atingi-los. Para o Governo é muito gratificante ver também como os territórios do interior têm sido muito resilientes. Quando nós estamos no interior vemos como ele tem evoluído, como se tem desenvolvido e como tem sido valorizado. E o interior de há 50 anos, não tem nada de parecido com o interior de hoje e, certamente, não terá nada de igual com o interior do futuro, que é um interior que todos nós queremos”. ■
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XV JORNADAS COOPERATIVAS SÃO JOÃO DA PESQUEIRA Carla Alves Diretora Regional da Agricultura e Pescas do Norte
Contributos para a Sustentabilidade na Região Demarcada do Douro
Questões como a eficiência energética, a mobilidade sustentável, o clima e as alterações climáticas, o consumo sustentável, o uso eficiente de recursos, a valorização dos resíduos ou ainda a preservação da biodiversidade são áreas essenciais que merecem uma reflexão individual e coletiva, no sentido precisamente de se alcançar um desenvolvimento sustentável. O desenvolvimento sustentável visa melhorar as condições de vida de todos, preservando-se o meio envolvente a curto, médio e longo prazo, tendo como objetivo um desenvolvimento economicamente eficaz, socialmente equitativo e ambientalmente sustentável. A Região Demarcada do Douro é um território muito heterogéneo, em termos físicos, climáticos, económicos e sociais, onde a vitivinicultura é a principal atividade e sendo cultivada nas encostas do rio douro e seus afluentes, apresenta elevados custos de produção e baixas produtividades. Baseia-se num elevado número de viticultores, de dimensão e características sociais e económicas heterogéneas. A heterogeneidade estende-se também nas atividades a jusante, com o comércio do vinho do Porto a ser feito por um reduzido número de empresas e, pelo contrário, a do vinho tranquilo a assentar num elevado número de micro, pequenas e médias empresas Perante um mercado cada vez mais competitivo e com vinhos diferenciados, a economia do vinho defronta-se com o desafio de conseguir uma maior valorização e consequentemente uma redistribuição do valor acrescentado pelos viticultores, e
assim contribuir para a sustentabilidade do território. A sustentabilidade tem-se tornado cada vez mais importante na indústria da vinha e do vinho, uma vez que a aplicação de uma estratégia sustentável vai permitir aos produtores a obtenção de produtos diferenciadores, inovadores e de melhor qualidade, mostrando ainda aos consumidores uma preocupação com questões sociais e ambientais, gerando assim maior confiança por parte dos mesmos. Pretende-se assim um território competitivo, coeso e sustentável com base na valorização endógena dos recursos agrícolas, culturais (paisagem classificada como Património da Humanidade), ambientais e sociais e na distribuição equitativa do valor pelos vários produtores. O Douro, a região demarcada e regulamentada mais antiga do mundo alia a tradição à inovação para a produção de vinhos de alta qualidade contribuindo para que seja um território cada vez mais sustentável e resiliente às alterações climáticas, face aos episódios de stress hídrico e escaldão que se irão certamente agravar. Sendo uma região classificada como Património Mundial tem que salvaguardar os valores paisagísticos, ambientais e culturais e tendo em vista o justo equilíbrio entre conservação, sustentabilidade e desenvolvimento, estimulando a participação e a iniciativa da sociedade civil, sensibilizando a população em geral bem como a comunidade educativa, e apoiando os agricultores como agentes de construção e de mudança da paisagem, designadamente através da divulgação de boas práticas agrícolas e ambientais A Agricultura em especial a vitivinicultura como principal atividade, a afirmação da sustentabilidade reflete-se na escolha do melhor modelo de vinha que integra uma série de técnicas e estratégias que permitem criar um ambiente equilibrado, diversificado e sustentável nas vinhas e no seu ecossistema,
ao mesmo tempo que garantem a produção de vinho de alta qualidade. “ A agricultura sustentável na RDD deve ter em consideração os seguintes vetores: ▪A preservação dos aspetos arquitetónicos e paisagísticos com a manutenção de muros em pedra posta; ▪A defesa contra a erosão do solo e na cobertura do solo; ▪Gestão na aplicação de fertilizantes e produtos fitossanitários ▪A escolha e a distribuição das castas no terreno em função das suas características e tendo em vista o vinho a produzir; ▪A Valorização dos vinhos com Denominação de Origem Douro e Porto; ▪A valorização do azeite, amêndoa e outros produtos de qualidade; ▪Valorização de um território património mundial. A importância do fator trabalho e a escassez de mão-de-obra, tanto em quantidade como em qualidade, tem sido uma constante ameaça á sobrevivência da viticultura, que tem sido ultrapassada com a inovação, nomeadamente ao nível dos sistemas de plantação e condução da vinha. Assim, nos últimos anos os agricultores têm feito um grande esforço para reestruturar as suas vinhas com o objetivo de diminuir os custos de produção e do incremento da qualidade dos vinhos. Para este desiderato, destacamos o Programa Reconversão e Reestruturação das Vinhas (VITIS) que para além da plantação da vinha permite a reconstrução de muros e infraestruturas de drenagem, para preservar e valorizar a paisagem duriense. Também as medidas previstas no Programa de Desenvolvimento Rural (PDR 2020), são um bom contributo para a sustentabilidade do território Património Mundial, das quais destacamos; O Apoio ao investimento de Jovens Agricultores na exploração Agrícola, transformação e comercialização de produtos
agrícolas; A Organização da produção; A criação de agrupamentos e organizações de produtores; A gestão do risco e estabelecimento do potencial produtivo; Os seguros e a prevenção de calamidades e catástrofes naturais; O Ambiente, Eficiência no uso de recursos e clima; A agricultura biológica, a produção integrada, conservação do solo - enrelvamento na entre linha de culturas permanentes, as culturas permanentes tradicionais - Douro vinhateiro e a manutenção da atividade agrícola em zonas desfavorecidas (indemnizações compensatórias). As medidas atrás referidas, isoladamente ou em conjunto, desde que devidamente utilizadas, são um bom contributo para o desenvolvimento sustentável. A par das transformações ocorridas no setor agrícola da região também o turismo foi ganhando algum espaço na economia do território, principalmente nos últimos dez anos. O turismo com dinâmicas essencialmente privadas e algumas públicas dinamizadas pelo Turismo do Porto e Norte, tem acompanhado a evolução da região em termos da da agricultura, com destaque para vitivinicultura, paisagem património cultural. As quintas tem vindo elas próprias a estruturar a sua visão sobre a economia do vinho e a procurar no turismo também novas formas de afirmação comercial. Em conclusão a sustentabilidade da Região Demarcada do Douro está associada ao vinho, azeite e amêndoa, turismo, gastronomia e património cultural e religioso, e às dinâmicas de todos a atores na região, agricultores e suas organizações, empresas, autarquias e respetivas comunidades municipais e serviços públicos. A criação de verdadeiras cadeias de valor, vai trazer desenvolvimento sustentado para as economias locais e, consequentemente, para a atração de pessoas e a criação de emprego.
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VIVADOURO
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Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
Precisamos de um projeto político e social que junte os municípios em propósitos comuns - na “cidade” Douro Sul. São 8, ou 10, ou até bem mais, municípios. São muitas realidades diferentes. Mas, no seu conjunto, são um único contexto geodemográfico. Poderíamos falar, sem qualquer constrangimento, no geoparque do Douro Sul. Não tem sido possível passar de mera intenção iniciativas que unam estes municípios. Que permitissem dar escala a concelhos a caminho do precipício demográfico. Há muitos assuntos, problemas, desafios, oportunidades, idiossincrasias, património, que poderão ser bandeira comum. As bandeiras da “cidade” conceptual - Douro Sul. Lamego é a cidade culturalmente referência deste território. Cabe a Lamego a iniciativa de um processo de abraço fraterno com os outros concelhos num desafio para a união em propósitos comuns. A liderança dos propósitos estratégicos comuns, seria para cada um dos municípios na área ou áreas em que seja mais diferenciado.
Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I
A SEGURANÇA ALIMENTAR
A Segurança dos Alimentos envolve muito mais do que o simples consumo de alimentos, tem o objetivo prevenir, detetar e gerir os riscos de origem alimentar, contribuindo para a saúde, prosperidade económica, agrícola, acesso a mercados, turismo e desenvolvimento sustentável, numa interação que passa por todos os sectores económicos. Segundo a FAO (Organização das Nações Unidas para a Agricultura) a segurança alimentar é: “Uma situação que existe quando todas as pessoas, em qualquer momento, têm acesso físico, social e económico a alimentos suficientes, seguros e nutricionalmente adequados, que permitam satisfazer as suas necessidades nutricionais e as preferências alimentares para uma vida ativa e saudável”. O consumo de alimentos seguros trazem benefícios imediatos e de longo prazo para as pessoas, para o planeta e para a economia. Reconhecer as ligações entre a saúde das pessoas, dos animais, do meio ambiente e da economia ajuda-nos a perceber e preservar as necessidades futuras. Tudo tem inicio no processo agrícola, assim, as boas práticas agrícolas compreendem um conjunto de protocolos e recomendações técnicas para orientar todo o processo de produção, processamento e transporte de alimentos, que têm como objetivo aumentar a produtividade e reduzir prejuízos para a saúde humana, tanto
Para Lamego é muito claro de que é a área da saúde a grande bandeira que deverá liderar. O Hospital de Lamego é cada vez mais, paradoxalmente, um lugar seco de soluções e, por outro lado, uma unidade de saúde inundada de potencialidades. Um serviço de urgência manco de especialidades e manco de equipamentos básicos para o diagnóstico, por exemplo o serviço de ecografia, ( nem se imaginam os constrangimentos que a sua falta provoca). Um heliporto sem asas. Um serviço de medicina física e de reabilitação sem o número de técnicos que as pessoas do Douro Sul tanto precisam. Um banco de sangue sem gota, não há banco de sangue. Um serviço de medicina com poucas camas. E a cirurgia sem um, pequeno que seja, espaço de internamento. O Hospital de Lamego ou do Douro Sul, é um ecossistema com recursos humanos muito competentes e valências muito diferenciadoras. O centro oftalmológico e a cirurgia de ambulatório são respostas de excelência que precisam de mais autonomia e valorização. Poderiam já ser Centros de Referência reconhecidos. A saúde é a bandeira maior para o desenvolvimento dos territórios. A pandemia fez do hospital de Lamego uma incontornável centralidade do Douro Sul. Ficou bem evidente a sua fragilidade, mas, também, o seu muito importante papel para as pessoas desta região a sul do Douro. Para o Hospital de Lamego urge acrescentar uma outra missão que concretize a sua vocação fundacional, a da proximidade, com a hospitalização domiciliária, fazendo-o maior e mais próximo. E, assim que possível, avançaríamos para o Sistema Local de Saúde do Douro Sul, apostando na integração de cuidados. Tenho enfatizado com veemência, embora talvez pouco percebido, de que o Douro Sul é uma escala virtuosa e a mínima para a sobrevivência dos 8, 10, ou mais, municípios a sul do Douro, quase todos, em colapso demográfico! Vamos lá...!! para os trabalhadores agrícolas, como para os consumidores, como, ainda, para o meio ambiente, sendo, em fim de linha uma das formas mais efetivas para aumentar produtividade e evitar desperdícios. Para cada cultura, solo e condições climáticas, o tipo da semente escolhida, fertilizante e pesticidas exige a utilização de um protocolo diferente por parte do agricultor. O uso de doses inadequadas de herbicidas aplicados em estadios tardios da planta daninha, e falhas na aplicação de agroquímicos são os principais erros cometidos pelos agricultores. Sem o devido controle das plantas daninhas, por exemplo, as perdas na agricultura podem ultrapassar 90%, já com o controle adequado, esse número fica entre 5% e 10% apenas. É importante o agricultor adotar uma série de estratégias, para preservar as suas culturas e evitar o uso inadequado de agroquímicos, entre elas, deve: identificar e quantificar as plantas daninhas presentes na área, utilizar coberturas vegetais, fazer a rotatividade de culturas e eventos biotecnológicos, aplicar o herbicida na dose correta, utilizar herbicidas pré-emergentes com ação residual no solo, higienizar adequadamente os equipamentos para evitar a disseminação de plantas daninhas nos terrenos agrícolas, controlar as plantas daninhas ou os restos sobrantes da cultura após a colheita. Por outro lado, os operadores de empresas do sector alimentar devem assegurar em todas as fases de produção, transformação e distribuição que cumprem os requisitos da legislação alimentar e que verificam o cumprimento desses requisitos, tendo a responsabilidade de: - Não colocar nos mercados géneros alimentícios perigosos; - Retirar produtos não conformes com as disposições de segurança; - Colaborar com as autoridades competentes nas medidas tomadas a fim de evitar ou reduzir os riscos apresentados por Géneros Alimentícios ou Alimentos para Animais não seguros. De acordo com o Regulamento CE 852/2004, os operadores de empresas do sector alimentar devem assegurar que todas as atividades desde a produção à venda, de sua responsabilidade, sejam executadas de modo seguro. Devem implementar e manter processos concebidos de acordo com a legislação, o códex alimentarius e ainda o sistema HACCP (quando aplicável). Trabalhemos juntos para a segurança dos alimentos e a boa saúde!
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Freixo de Espada à Cinta
Seda de Freixo de Espada à Cinta promovida por Joana Amaral Dias Joana Amaral Dias, a conhecida Psicóloga Clínica e Comentadora da TVI24, foi a protagonista de uma produção de moda para a revista social Nova Gente, em que envergou acessórios YourSilk, a marca registada da
Seda de Freixo de Espada à Cinta. Recorde-se que Joana Amaral Dias é a Embaixadora da Seda de Freixo de Espada à Cinta e, nesse papel, tem contribuído na promoção desta arte, única na Península Ibérica. ■
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Sabrosa
Chegada do verão assinalada na Necrópole Medieval das Touças A chegada do verão, conhecida também como Solstício de verão, foi assinalado com uma cerimónia na Necrópole Medieval das Touças, em Sabrosa, pouco passava das 04H30 do passado dia 21. Inserida nas Jornadas Europeias da Arqueologia, promovidas pela Associação de História e Arqueologia de Sabrosa, a cerimónia contou com uma representação pelo Teatro SOLO, para cerca de três dezenas de entusiastas que marcaram presença na necrópole localizada na Aldeia da Garganta, em S. Martinho de Anta, Sabrosa. Para Dina Pereira, representante da
associação conta que “esta cerimónia foi a comemoração, foi o culminar dos vários eventos que houve ao longo dos três dias, incluídos nas Jornadas Europeias da Arqueologia. Este ano foi um bocadinho complicado porque não houve sol, mas foi um momento agradável de convívio entre os participantes”. A responsável explicou ainda que a peça de teatro apresentada “foi uma recriação retirada de um livro de origem irlandesa, do século VI”. De acordo com Dina Pereira, “a Necrópole das Touças tem características que eu pessoalmente não conheço a nível de Portugal. Com as escavações pretendemos dar a conhecer o sítio, atraindo turistas não só a este espaço como ao concelho de Sabrosa e à região do Douro”. ■
Cláudia Couto Vim pelo gosto pela arqueologia e também por amizade com as pessoas que estão a explorar o local, arqueologicamente falando. Foi um momento muito rico do ponto de vista cultural, etnográfico e arqueológico. A história e a arqueologia estão um bocadinho “na gaveta” por questões económicas, considerando importante percebermos de onde vimos, este tipo de eventos ganha outra relevância.
Paulo Travassos Sou sócio da associação e interessado nestes assuntos por isso para mim foi um momento muito interessante. Estas atividades servem para a divulgação do património histórico e cultural. São sempre atividades que devem ser promovidas e devem dirigir-se ao maior número de pessoas possível, para que conheçam o meio que estão inseridas e a sua história.
Resende
Festa da Cereja regressa a Resende Depois de um interregno de um ano provocado pela pandemia Covid-19 a Festa da Cereja regressou a Resende para gaudio dos produtores e dos consumidores deste fruto, motor da agricultura do concelho. A festa arrancou no passado dia 29 de maio e irá prolongar-se até ao próximo dia 21 de julho, aos fins de semana e feriados, num ambiente que se pretende de animação. No recinto, montado no Largo da Feira do município os visitantes podem ainda encontrar outros produtos locais, licores e artesanato, por exemplo, havendo também todas as condições de segurança sanitária para uma visita tranquila. De acordo com os produtores de cereja o fruto deste ano é de grande qualidade, uma opinião que é partilhada pelo autarca resendense, Garcez Trindade. “Temos cereja fantástica e por isso é que eu digo que temos de apostar na plantação de cereja de qualidade, que é aconselhada no Manual de Boas Práticas".
De acordo com o autarca, seguindo os conselhos desse manual, elaborado em conjunto com a Dolmen e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, "a probabilidade de produzir com qualidade é maior e isso é importante para que as pessoas percebam que vale a pena
apostar na qualidade, porque, provavelmente, a cereja vai vender-se muito mais rapidamente e com melhor proveito". Garcez Trindade revela ainda que, em oposição ao ano 2020, foi possível realizar este evento devido à melhoria da situação pandémica.
"Este ano, com as saudades que estávamos e porque a situação sanitária está mais ou menos controlada, tivemos a possibilidade de fazer esta venda aos fins de semana e aos feriados, no fundo, para manter a tradição desta feira, onde se realiza o Festival da Cereja". ■
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Opinião Emídio Gomes Reitor da UTAD
A Comissão Europeia assinou recentemente a proposta do Governo Português para o Plano de Recuperação e Resiliência, PRR, na sequência da decisão de criação de um fundo de apoio financeiro que permita aos países da união uma recuperação mais rápida da situação económica e social, face ao impacto resultante da pandemia Covd19. O impacto do PRR será tanto mais importante quanto mais eficaz for a sua implementação, a par da necessária interligação com o encerramento do PT2020 e arranque do PT 2030.
Gilberto Igrejas
Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)
Apesar das condições atípicas que a pandemia COVID-19 tem proporcionado, com consequências graves para o setor económico e empresarial, é reconfortante verificar que o ano 2021 tem sido sinónimo de uma evolução muito positiva das vendas de vinhos da Região Demarcada do Douro (RDD). Durante os primeiros cinco meses do ano, observou-se um crescimento muito considerável das vendas dos nossos vinhos, de aproximadamente 18 por cento em termos globais, o que representa 198 milhões de euros em vendas. Depois do impacto que a COVID-19 teve sobre a comercialização dos
Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil A UTAD acaba de editar um belo livro, que o Reitor Fontainhas Fernandes encomendou ao Dr. Alexandre Perafita, especialista em Ciências de Comunicação e grande conhecedor da história da instituição. Esta obra poderia ter sido o testemunho do legado dos dois marcantes reitorados do Prof. Fontainhas. No entanto corresponde a um propósito mais profundo: fazer um esboço da história daquela que, em minha opinião, se consagrou como a mais importante instituição transmontana, desde que foi criada em 1973. Era então Ministro da Educação o Prof. José Veiga Simão. Até então, a estrutura de ensino superior estava reduzida às uni-
Aproveitar e otimizar as oportunidades As componentes do domínio da formação são aspetos cruciais a considerar. De acordo com os documentos tornados públicos, a crescente complexidade dos desafios enfrentados por profissionais, administração pública e empresas, intensificados por uma recuperação económica que se pretende baseada na inovação e no conhecimento e na aceleração das transições digitais e ecológica, exige investimentos sem precedentes na atualização e reconversão de competências da população ativa, em particular de nível superior, tornando fundamental a promoção da aprendizagem ao longo da vida. Os programas previstos, tanto para o aumento da formação de jovens, como para a
requalificação de adultos serão importantes para os territórios do interior, como são os municípios da CIM do Douro. Entre outros objetivos, pretende-se apoiar programas promovidos e a implementar por parte das IES, em parceria ou em consórcio com empresas, empregadores públicos e/ou privados e incluindo autarquias e entidades públicas locais, regionais e nacionais. A outra dimensão está naturalmente relacionada com o investimento público, que terá que ter como desígnio a intervenção na globalidade do território nacional. A correção urgente de ligações a nós rodoviários principais por parte de alguns concelhos do interior continua por resolver. Do
mesmo modo é consensual a urgência da modernização da estrutura ferroviária. Neste domínio, se urge uma solução técnica que permita uma ligação regular e cómoda, num tempo inferior a duas horas, na ligação entre as duas principais cidades do país, também a ligação ferroviária com Espanha é importante e decisiva. Na região, não é aceitável o estado atual da linha do Douro, sobretudo a partir de Marco de Canavezes, sendo de ponderar seriamente a possibilidade da ligação europeia por este canal. A ausência de uma estrutura ferroviária moderna será sempre uma forte restrição à melhoria da competitividade.
2021 – Recuperação da evolução positiva nas vendas de vinhos da RDD nossos vinhos, sobretudo no primeiro semestre de 2020, estes dados revelam uma recuperação e consequente evolução nas vendas muito gratificantes. Este crescimento revela não só uma mais-valia para a revitalização do setor vitivinícola, como também atua como um bom indicador para o futuro. Aliás, importa salientar que a recuperação a que assistimos em 2021 superou, de facto, todas as expectativas. A evolução de vendas globais até agora registada, de janeiro a maio de 2021, não só está acima das do mesmo período de 2020, como também é superior à registada nos cinco primeiros meses de 2019, ou seja, no período pré-pandemia. De forma a termos uma noção deste crescimento, durante o primeiro semestre deste ano, destaca-se que foram vendidas 4,9 milhões de caixas
dos vinhos da Região Demarcada do Douro. São os seus principais vinhos – Porto (+18%) e Douro (+17%) – que contribuem para essa evolução, com percentagens de aumento muito próximas entre si. Destaca-se igualmente que de janeiro a maio de 2021, se registou um aumento nos nossos principais mercados, nomeadamente nos Estados Unidos no que diz respeito ao vinho do Porto e no Reino Unido um crescimento atinente ao vinho do Douro. Por exemplo, nos EUA, e para Vinho do Porto, registou-se um crescimento de 49,8 % nas suas importações em valor, sendo o único mercado que regista uma subida no ranking em comparação com igual período de 2020 (de 5.º para 3.º lugar), com o consequente aumento de quota de mercado (de 9,9
% para 12,1 %). No que diz respeito ao Reino Unido e no caso do vinho do Douro, traduziu-se num crescimento de 147,5 % nas importações em valor, sendo o mercado em que se verifica uma maior subida no ranking (de 6.º lugar para 3.º lugar) e um maior acréscimo na quota de mercado (de 2,9 % para 5,6 %). Finalmente, importa reiterar que estes dados são muito animadores para toda uma região que faz da vitivinicultura a sua força. Depois de uma fase menos boa, a verdade é que, em 2021, e ainda sem o contributo pleno do canal HORECA pelos motivos óbvios, assistimos a uma franca recuperação dos mercados, o que evidencia a capacidade da Região Demarcada do Douro para enfrentar novos desafios.
implicaram a região. Em 1986, aconteceu o inevitável: o IUTAD deu origem à UTAD. Pessoalmente, este livro evoca-nos a génese, o crescimento e a consolidação da UTAD, que tive o privilégio de acompanhar, dado que a partir 1986 passei a ter responsabilidade na CCRN. A leitura desta obra editorial foi uma oportunidade para recordar tantas figuras singulares a que a UTAD muito ficou a dever. Limito-me a lembrar os atributos de alguns, com quem privei, e que já não estão entre nós - a delicadeza de Lima Pereira, a energia de Fernando Real, a elegância de Luiz Vaz de Sampaio, o grande saber de Torres Pereira. Também me recordou os tempos do PDRITM e das muitas interacções que a CCRN teve com a UTAD, em especial no domínio da investigação agrícola aplicada à
realidade duriense e transmontana. Todas estas invocações são registos de saudosa memória. A UTAD, pela sua continuada acção ao longo destes quase 40 anos, revelou ser uma das mais importantes instituições nacionais nos domínios agrário e florestal. Foi um importante pólo de formação de técnicos competentes. Contribuiu para a compreensão dos problemas da região e para o seu desenvolvimento. A UTAD terá sido uma das instituições nacionais que mais contrariou o inexorável processo de desvalorização do interior do País. Por isso, a nossa gratidão a todos os que contribuíram para esta história de sucesso. Aproveito para desejar ao novo timoneiro - Prof. Emídio Gomes - vento favorável na condução desta nobre embarcação.
"UTAD 1973-2020" versidades das três cidades - Coimbra, Lisboa e Porto - sendo a sua oferta desadequada em termos quantitativos e de cobertura territorial. De uma assentada foram criadas três novas universidades Nova de Lisboa, Aveiro e Minho - um Instituto Universitário em Évora, mais nove institutos politécnicos (um dos quais o de Vila Real). Iniciou-se um período de instalação e consolidação desta nova e extensa rede de Ensino Superior, com todas as suas vicissitudes. Desde cedo que o politécnico de Vila Real aspirou ao estatuto universitário. Em reforço disso, as suas opções e a sua ambição revelavam uma forte vontade de ligação à complexa realidade social e económica da região onde estava inserido. Pela Lei n.º 49/79, o politécnico foi transformado em instituto universitário - o IUTAD - e as licenciaturas criadas (Produção Agrícola, Produção Animal e Produção Florestal)
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Muitas são as experiências e emoções que esperam por si em Torre de Moncorvo. Aquilo que lhe propomos é uma visita a Torre de Moncorvo, um concelho com lugares únicos, e onde os momentos vividos se transformam em experiências inesquecíveis. Torre de Moncorvo dispõe de um vasto património natural constituído por paisagens de cortar a respiração. Sugerimos que percorra a rota dos 17 miradouros existentes no concelho e usufrua de momentos de paz e tranquilidade. Se alguns destes locais estão ornamentados com baloiços e outros adereços, outros há em que as paisagens falam por si. Desfrute de um passeio pela Ecopista do Sabor, que na sua extensão de 34 km, permite um contacto único com a natureza. Se no troço entre Torre de Moncorvo e Carviçais se destacam as vistas sobre o vale do Baixo Sabor e a Serra do Reboredo, no troço de Torre de Moncorvo ao Pocinho vislumbra-se o Vale do Douro, região demarcada e classificada como património Mundial da Unesco. Aproveite o espaço de lazer da Foz do Sabor, situado na confluência do Rio Sabor e Douro, local idílico onde pode aproveitar para se refrescar ou simplesmente descansar à sombra de uma das árvores de grande porte aí existentes. Numa visita a Torre de Moncorvo não pode deixar de visitar os Lagos do Sabor, criados com a construção da Barragem do Baixo Sabor. Aqui, situa-se o Lago de Cilhades que dispõe de um vasto manto de água cristalina que deixa qualquer um sem palavras. Torre de Moncorvo oferece uma série de experiências culturais únicas que passam pelas visitas aos vários museus existentes: Núcleo Museológico da Casa da Roda, Núcleo Museológico da Fotografia do Douro Superior, Museu de Arte Sacra, Lagar da Cera de Felgueiras e ao Museu do Ferro e da Região de Moncorvo. Destacamos ainda o Museu do Castelo, implementado recentemente nas ruínas do antigo castelo e que nos leva numa viagem pela história da criação do concelho. Sugerimos um passeio pelo centro histórico da vila, onde pode apreciar a belíssima Igreja Matriz de Torre de Moncorvo, Chafariz Filipino, muralha e Porta da vila, Igreja da Misericórdia, entre outros pontos de interesse dignos de admiração. Aproveite para provar as amêndoas cobertas de Moncorvo, um produto IGP e uma das 7 Maravilhas da Doçaria Portuguesa. Nos restaurantes do concelho aprecie as várias iguarias típicas como a posta, o borrego terrincho e as tradicionais migas e peixes do rio. Para conhecer melhor o território aproveite para ficar mais do que um dia, usufruindo das experiências que os vários alojamentos disponíveis no concelho têm para oferecer.
> Espaço de lazer da Foz do Sabor
> Museu do Castelo