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Ano 6 - n.º 81 - novembro 2021
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Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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Página 7 Ver mais
Maria Tulha
"Venda para fora cá dentro."
Emídio Gomes:
"Só seremos uma Universidade se afirmarmos os nossos Centros de Investigação"
Freixo de Espada à Cinta Primeiro evento homenageou freixenistas > Pág. 8
Lamego ESTGL celebra 21 anos de ensino superior na cidade > Pág. 14
Região Património Mundial celebrado durante 1 ano > Pág. 18
Torre de Moncorvo
> Págs. 4, 5 e 6
Município celebra Natal com aldeia alusiva à quadra > Págs. 22 e 23 PUB
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VIVADOURO
NOVEMBRO 2021
Editorial José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
Caros leitores, Já entramos no período de pré-campanha eleitoral para as eleições de 30 de Janeiro de 2022. Já disse aqui, há uns anos, que, para mim, o orçamento do ano seguinte tem sido sucessivamente pior que o do ano anterior pelo que um governo gerir o país em duodécimos não seria grande o mal. Mas, neste caso concreto, o governo está a publicar legislação avulsa que lhe permite ultrapassar o chumbo do orçamento, realizando na mesma a despesa apesar de ter sido derrotado na votação e até mesmo ignorando a oposição e o facto de que lá para Junho de 2022 muitas das rúbricas agora cabimentadas por legislação avulsa ficarem esgotadas, não havendo autorização de despesa para se continuar a realizar essa despesa. Claro que qualquer novo governo sensato procurará ultrapassar a situação e haverá até uma obrigação dessas despesas serem aprovadas pelos partidos do arco da governação, mas na política tudo é sempre possível. Já sobre o agendamento para o dia 30 de Janeiro de 2022, foi o que era possível, considerando as restrições, quer o período do Natal quer a antecedência que deve existir para a elaboração das listas. Quanto aos motores partidários, eles já se encontram bem aquecidos, estando todos os partidos já lançados na preparação e elaboração de programas eleitorais e na organização das listas candidatas. Alguns arrumaram a casa antes de irem para a luta, outros optaram por ir para a luta com a casa bem desarrumada e outros andam a tentar arruma-la ainda a tempo de a conseguir mostrar limpinha aos eleitores. Independentemente da campanha eleitoral que iremos assistir diariamente a partir de agora, o esclarecimento eleitoral é sempre a melhor opção para aqueles que acreditam que os eleitores fazem boas escolhas. Por isso, que vença o melhor! Para isso, os eleitores devem procurar perceber o que cada uma das propostas eleitorais tem em cima da mesa e como pretendem concretizar essas propostas. Devem perceber a composição das listas, procurando as competências, formação e capacidade que os futuros eleitos vão ter para executar ou fazer executar as propostas que realizam. Para tal, devem os eleitores procurar assistir aos debates e entrevistas que os candidatos vão dar ao longo de toda a campanha para perceberem quem e como é a sua região fica mais bem defendida. Só votando nas listas certas (nas pessoas certas) podemos desenvolver a nossa região Claro que isto não é fácil. É por isso que falo aqui do dever de cidadania. Porque ir às eleições colocar uma cruz, à sorte ou por causa da influência de um amigo, é fácil. Difícil é fazer escolhas informadas e feitas em função do que é melhor para Portugal e para a região. Isso já é difícil. E dá trabalho. E não chega. Porque o nosso voto sozinho não altera nada, é preciso que os votos dos amigos, conhecidos e familiares também seja informado e inteligente e isso significa que temos a obrigação de informar e discutir com todas as pessoas como devemos votar. Claro que vamos discordar muitas vezes e com muitas pessoas. Mas da discussão nasce a luz e só falando sobre o melhor futuro que podemos querer para Portugal conseguiremos caminhar para lá.
PRÓXIMA EDIÇÃO 22 DEZEMBRO
SUMÁRIO: Destaque Páginas 4, 5 e 6 Freixo de Espada à Cinta Páginas 8 e 25 Santa Marta de Penaguião Páginas 9 e 12 Região Página 10 Alijó Página 11 Armamar Página 13
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org POSITIVO Os muros em pedra posta de xisto são considerados dos elementos mais marcantes na paisagem duriense, Património Mundial da Humanidade desde 2001. Nos últimos 20 anos foram recuperados 500 quilómetros destes muros.
Lamego Página 14 São João da Pesqueira Página 15 Torre de Moncorvo Páginas 16 e 17 Régua Página 18 Carrazeda de Ansiães Página 19 Régua Página 18 Entrevista Páginas 22 e 23 Sabrosa Página 21
NEGATIVO Vila Real é o distrito, em Portugal, com mais idosos em risco (5191), de acordo com a edição de 2021 da "Operação Censos Sénior" da GNR. Guarda (5012) e Viseu (3543), são os distritos que se seguem. Bragança (3343) é o 6º distrito desta classificação.
Vila Real Páginas 24, 27 e 28
Luís Braga da Cruz
Nacional Página 29
Engenheiro Civil
Lazer Página 30 "O PRR apoia a Formação Superior"
Opinião Página 31
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O PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) é uma iniciativa da União Europeia para o pós Covid. Cada estado-membro propôs reformas e investimentos estruturantes com potencial de transformação da economia e da sociedade europeia. Portugal fez a sua proposta estruturada nas três dimensões do plano - Resiliência, Transição Climática e Transição Digital - que foi aprovada no início de 2021. Para Portugal, o PRR tem um caracter inédito, tanto pela motivação, como pelo envelope financeiro associado (16,4 mM€ de subvenções e 14,2 mM€ de empréstimos) sem paralelo em anteriores iniciativas europeias. A execução tem de estar concluída até 2026, pelo que a preparação obrigou a uma actuação rápida e rigorosa, que não deixou de ser objecto de debate e controvérsia política, tendo alguns levantado dúvidas sobre a nossa capacidade de usar bem estes recursos. Quero deixar o meu testemunho sobre um dos programa do PRR em que estou envolvido e que me parece ter condições para alcançar bons resultados. Refiro-me ao "Programa Impulso", incluído na componente "Qualificação e Competências", da dimensão - "Resiliência". Tem como objectivo aumentar a frequência no ensino superior em Portugal, ajustar as formações às necessidades dos empregadores e adequar as competências aos desafios que a especialização produtiva vai exigir. O acesso ao programa foi feito por concurso público aberto às Instituições de Ensino Superior (IES), públicas e privadas, universidades ou politécnicos. Reserva 252 M€ para apoiar projectos
de duas tipologias: uma para atrair jovens para formações tecnológicas, em áreas STEAM (Science, Technology, Engineering, Arts, Mathematics), designada por "Impulso Jovem"; outra, para complementar a formação dos que não foram além do secundário, garantindo a reconversão e a actualização de competências, a que se chamou "Impulso Adulto". Ambas as componentes premiavam parcerias e consórcios entre IES, empresas, autarquias, unidades de I&D e outras entidades públicas ou privadas, assim como uma estreita articulação com a rede do ensino secundário. O Impulso Adulto, compreende formações curtas e compatíveis com a vontade dos empregadores. Tive o privilégio de ser um dos 16 membros do júri deste concurso, que trabalhou de Julho a Novembro, com inteira independência e que entregou recentemente o seu relatório à tutela - MCTES - tendo aprovado 33 candidaturas. A apreciação seguiu as condições do concurso, compreendendo audição pública dos promotores e negociação para ajustar os valores pretendidos à disponibilidade financeira do programa. As duas IES de Trás-os-Montes tiveram uma presença que foi muito apreciada. Registo como positivo a qualidade das propostas, a capacidade das IES formarem parcerias e alianças para corresponderem à demanda do mercado e à preocupação de se alinharem com as estratégias de especialização definidas nos programas regionais pelas CCDR. Resta a convicção de que as metas definidas serão ultrapassadas, dado que as propostas aprovadas propõem-se graduar, até final de 2025, mais 18 mil estudantes nos domínios STEAM, face ao total de graduados em 2020, e qualificar cerca de 100 mil adultos até 2025, o que são resultados muito promissores.
Registo no ICS/ERC 126635 | Número de Registo Depósito Legal: 391739/15 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 | Diretor Adjunto: Carlos Almeida | Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 | Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 / 910 599 481 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4510-698 Fânzeres | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivadouro.org/vivadouro | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Avenida Barão de Forrester, nº45 5130-578 São João da Pesqueira | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: Av.ª da Republica nº6 1º Esq. 1050-191 Lisboa | Colaboradores: André Rubim Rangel, António Costa, António Fontaínhas Fernandes, Beatriz Oliveira, Freire de Sousa, Gilberto Igrejas, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Paulo Costa, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Sílvia Fernandes. | Impressão: Luso Ibéria | Tiragem: 10 mil exemplares
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VIVADOURO NOVEMBRO 2021
DESTAQUE
Emídio Gomes: “Recebi uma Universidade com contas direitas e organizadas”
Texto e fotos: Carlos Almeida
Eleito em março deste ano, Emídio Gomes será o Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro nos próximos quatro anos. Numa conversa com o VivaDouro o novo reitor fala dos desafios da instituição nos próximos anos.
Natural do Porto é licenciado em Engenharia Zootécnica pela UTAD, mestre em Ciências Biomédicas pela Universidade do Porto e doutorado em Ciências Biomédicas, especialidade de Nutrição, pela Universidade do Porto. No último mandato de António Fontainhas Fernandes, Emídio Gomes exerceu o cargo de vice-reitor da UTAD para a Área de Investigação e Inovação.
Para começar a nossa conversa, pedimos-lhe que faça um “raio x” da UTAD que recebeu das mãos do seu antecessor, António Fontainhas Fernandes. A UTAD é uma universidade com uma grande normalidade institucional. Foi uma passagem de testemunho muito tranquila, diria até muito amiga e aberta, sem nenhum percalço. Herdei o resultado do esforço do António Fontainhas Fernandes durante dois mandatos. Um primeiro, claramente dedicado a normalizar a situação interna, porque ele herdou uma situação muito difícil. Foi um mandato virado para a reorganização, reestruturação e resolução de problemas internos da Universidade, com vista à sua credibilização. No segundo mandato, do qual eu também já fiz parte, foi feito um trabalho de afirmação para o exterior. A própria liderança do CRUP que desempenhou, durante três anos, fez parte desse trabalho. Os reflexos disto tudo são agora evidentes. Foram dois mandatos distintos que resultaram numa “herança” absolutamente normal e tranquila. Com bastantes problemas ainda por resolver mas que não são falha da gestão de Fontainhas Fernandes, até porque herdou muitos deles e que foi resolvendo.
Pode então afirmar que recebe uma UTAD estável do ponto de vista financeiro? Do ponto de vista estrutural, a UTAD é uma instituição credível e organizada. Em termos financeiros a situação sempre foi delicada, mas que não tem a gravidade idêntica àquela que ele herdou. É justo dizer que ele transfere uma Universidade mais equilibrada, do que aquela que herdou em 2013. Bastante mais. Não há folgas, não há desvarios, mas há uma reestruturação visível em curso, que se vai aprofundando, com a melhoria da qualidade do investimento. Aí nota-se que houve a capacidade, da parte do anterior reitor, de alguma contenção, que permite chegar a este momento com uma Universidade estável financeiramente. Contas direitas e organizadas. Olhando agora para o seu mandato. Quais são as linhas mestras que irão pautar o seu trabalho? No fundo são as que estão expressas no Plano Estratégico, que foi aprovado por unanimidade pelo Conselho Geral. Reforço a afirmação da Universidade enquanto entidade formadora, ou seja, mais e melhores alunos, com algum cuidado. É
visível hoje que nas áreas das ciências, da engenharia, temos graves dificuldades no número de pessoas que terminam o secundário com matemática como disciplina específica, de opção. O aumento exponencial de vagas nas universidades do litoral, em resultado do fim dos mestrados integrados, colocam também uma dificuldade muito acrescida à UTAD. Apesar de tudo, o número global de alunos cresceu quase 4%. Admitimos, no total de 1.º e 2.º ciclos e doutoramentos, quase 2900 novos alunos. É histórico, nunca tal tinha sido alcançado. Temos, no total, um valor próximo de 7700 alunos, que também é um número bastante positivo. Houve um crescimento, mas realço novamente o cuidado que temos que ter com algumas áreas específicas, às quais estamos a dar maior atenção, nomeadamente na área das engenharias que impliquem, como específica, a disciplina de matemática e/ou física. É um problema estrutural do país e da região, não é um problema específico da UTAD. Afirmar alunos, identificar novas áreas de crescimento, potenciar as linhas de força da UTAD – que é onde somos capazes de captar mais alunos e pensar naturalmente
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DESTAQUE em melhorar –, diversificar a oferta e ir promovendo a reforma curricular necessária, que torne a oferta formativa mais atrativa. Tudo isto liga também com a necessidade de renovação do corpo docente nesta área de formação. Faremos também uma aposta no crescimento das ciências veterinárias e da nutrição, e no avanço na área das ciências da saúde, com formação no domínio do sector médico. Temos já a proposta pronta para o Centro Académico Clínico e, a breve prazo, será apresentada uma proposta muito séria de formação: contida, mas de grande qualidade na área médica. Esta é uma das visões do Plano Estratégico. A componente da formação. Outra visão é a componente “investigação”. Só seremos uma Universidade se afirmarmos os nossos Centros de Investigação. Temos seis Centros sediados na UTAD, classificados na FCT com «Muito Bom» e «Bom», em dois casos. Temos também alguns polos de centros que, estando fora da UTAD, têm grande expressão interna. O maior exemplo de todos resulta da parceria com a Universidade do Porto, com o impacto que tem o INESC-Tec dentro da UTAD. O maior polo do INESC-Tec, fora do Porto, é na UTAD, que por sua vez é maior que alguns dos nossos centros… A afirmação da área da investigação vai-nos permitir ganhar credibilidade, sobretudo na componente externa com as empresas e com o território. Esta é outra dimensão, mais do que uma Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, é sermos uma Universidade em Trás-os-Montes e no Alto Douro. Isto implica uma melhoria, muito significativa, do nosso envolvimento institucional com a realidade empresarial e institucional da região. Sobretudo com as CIM do Douro, uma parte de Trás-os-Montes, uma recuperação forte no Alto Tâmega e uma nova realidade que resulta do efeito da abertura do Túnel do Marão. Hoje estamos a menos de 30 minutos de três cidades maiores que Vila Real: Amarante, Penafiel e Marco de Canaveses. São cidades que passam a estar dentro do raio de atratividade da UTAD, com elevado potencial. Neste sentido vamos já utilizar mesmo alguns fundos do PRR para os envolver diretamente, com algumas ações que vamos promover. São as três grandes dimensões que irão guiar este mandato: a formação, a afirmação da investigação e a implantação e influência no território. Referiu já o Centro Académico Clínico. Já ouvimos aqui, inclusivamente o Ministro do Ensino Superior, afirmar que um curso de medicina pode ser uma realidade na UTAD, é algo porque vai lutar? Não gosto de falar muito sobre este assunto porque há muita frustração passada. Se revisitarmos a imprensa com 10 anos, tem títulos nos jornais a dar a medicina como certa na UTAD. Por três vezes o processo borregou. Sou muito cauteloso nessa matéria, a realidade é o que é e por vezes as decisões não têm aspetos que sejam entendíveis para
todos nós. O que lhes posso dizer é que, neste momento, a realidade da Universidade e a realidade da sua envolvente hospitalar, com o CHTMAD com hospitais em Vila Real, Chaves a Lamego e os três ACES, dá garantias, muito sólidas, de podermos fazer formação médica de grande qualidade, em especial se formos cuidadosos no número de alunos que vamos admitir. Esta é a realidade. O nosso Centro Hospitalar dá-nos todas as garantias de fazer formação médica de grande qualidade, aliás, já a faz, e este é um dos equívocos. Muitas das pessoas, que são hoje formadas na Universidade do Porto e do Minho, concluem a sua formação no CHTMAD, em condições mais vantajosas e de melhor qualidade do que têm hoje no Porto. Digo isto com cuidado, mas com serenidade. Pela razão simples do rácio de acompanhamento: não é que os supervisores no Porto sejam piores, o que digo é que se formos cautelosos, a qualidade formativa pode ser muito elevada. É uma condição necessária do meu ponto de vista, a par com um corpo docente de grande qualidade. Neste sentido, estamos convencidos que – no diálogo que temos de ter com a Ordem dos Médicos – seremos bem-sucedidos, porque o que vamos apresentar é sensato, credível e contido. Por outro lado, mais do que o ícone da formação médica em si, é sabermos que a formação nesta área da saúde pode ajudar a alavancar a nossa Escola Superior de Saúde. Nós não podemos pensar uma Universidade a um mandato de três ou quatro anos: temos que pensar a 8, 12, 16 anos. Quando pensamos numa UTAD a essa distância, temos que a pensar com esta oferta formativa e na sua afirmação com quatro ou cinco vetores que a credibilizem. Um vetor é o de uma só saúde. Passaremos a fazer parte de um grupo restrito de
universidades com formação médica animal e humana. Como percebemos com esta pandemia, a saúde pública animal está diretamente relacionada com a humana. Passaremos a ser um parceiro privilegiado, daí ser um setor para crescer na UTAD. Outro vetor é toda a área das ciências alimentar e nutrição, e a interligação que fazem com este setor. É obvio que vamos fazer crescer a nossa ligação com a agricultura de precisão, com os desafios que as alterações climáticas trazem à agricultura de futuro, tendo aqui um palco privilegiado a nossa formação em viticultura e enologia. A nossa parceria com o Instituto Fraunhofer, que está em fase de implementação acelerada no Regia Park, é o exemplo de outro dos vetores que serão nossa aposta. Finalmente, o sector das Ciências do Desporto e a sua ligação à saúde e bem-estar. Numa região como a nossa, em que a população tem características muito especiais. Estes são os quatro grandes vetores. Depois, nas vertentes da Cultura e da História, a nossa relação com a região é inequívoca. Ainda recentemente, aproveitamos um facto estranho: de não haver nenhuma Cátedra de José Saramago em Portugal, para criar uma aqui. Passámos a ter um espaço de estudo sobre toda a influência de Saramago, no âmbito da língua e da literatura portuguesa. São linhas de força simples e objetivas, porque se não forem assim, serão difíceis de concretizar. Se lhe disser que vou criar uma Universidade maior que o MIT, é mais que uma utopia, é uma ficção, e a realidade é bem mais dura do que isso. Temos que ser muito ambiciosos, mas numa ambição que seja possível de concretizar. Uma das questões problemáticas na UTAD é a questão do alojamento. Como
pretende enfrentar esta situação? A questão do alojamento é crítica. Com a dissolução da Assembleia da República não sabemos se o Governo vai avançar com a publicação do diploma no âmbito do PRR que permite às universidade aumentar a sua oferta. No nosso caso, por exemplo, poderíamos passar das atuais 600 camas para 1000. Depois, o mercado privado de habitação, que esteve parado uns anos mas está a voltar a mexer, irá ajudar a equilibrar uma balança que tem estado desequilibrada, potenciando alguns momentos de tensão. A Universidade cresceu mais depressa em número de alunos externos, do que a oferta de alojamento. Também temos de olhar para isto numa dimensão que vá para além do concelho de Vila Real. Concelhos de proximidade – como Peso da Régua ou Sabrosa, por exemplo – podem fazer parte de uma resposta articulada, com transporte público, permitindo que muitos alunos possam viver nesses locais. De qualquer forma, temos que dar o exemplo e aumentar a nossa oferta de residências, mais camas e melhores residências. A articulação com o município é importante para solucionar este problema? É decisiva. Não há outra forma de resolver a questão, mas com os municípios. O pior que podia acontecer à UTAD era ser vista como a universidade de Vila Real. A médio/ longo prazo estaria em risco. A UTAD tem que ser uma Universidade em Trás-os-Montes e Alto Douro. Sem esquecer os municípios que já falei, que se situam logo depois do túnel do Marão. Esta tem que ser a nossa visão. As eleições autárquicas terminaram e, nos próximos quatro anos, os melhores presidentes de câmara são os que foram eleitos. É preciso respeitar a democracia, não há cor política nisso. O interesse deles é o nosso interesse.
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VIVADOURO NOVEMBRO 2021
DESTAQUE Tem defendido, em algumas intervenções, marcar uma maior presença da UTAD no território, em especial na CIM Douro. Como pretende concretizar esta ligação? Será um trabalho em diferentes dimensões. Numa primeira, e que nos próximos meses irá ser testada, é ter formações em parceria no território. No âmbito do PRR, por exemplo, estamos a preparar algo na área da formação – que não pretendo dar agora dar muitos pormenores –, mas que envolverá os diversos municípios nas suas várias dimensões. Depois, pretendemos também ter essa presença mais regular com a realização de alguns eventos. Para dar um exemplo: a apresentação, que este ano aconteceu aqui, dos
vinhos Alumni UTAD, no próximo ano irá ter lugar num dos municípios do Douro. Para lá de tudo isto, a UTAD pode ainda ser usada como fator de captação de investimento e da criação de emprego nesses territórios. Para os municípios isso é fundamental, basta ver as notícias que vão saindo e que nos dizem que perdemos cerca de 30 mil pessoas na área do Alto Douro Vinhateiro. É algo que nos preocupa muito e é muito por aí que vamos trabalhar. Ao longo desta entrevista já referiu algumas vezes o PRR. No âmbito do Programa Impulso, do PRR, a UTAD tem 4,8 milhões de euros disponíveis. Como é que os pretende aplicar? Com os municípios e as empresas, é o meu
compromisso. Temos a CIM do Douro, do Alto Tâmega e do Tâmega e Sousa, todas envolvidas no processo. Obviamente que nas CIM do Alto Tâmega e do Tâmega e Sousa não haverá um envolvimento da totalidade dos municípios. Com a CIM do Douro estamos a estudar como é que nos podemos organizar, bem como com a do Alto Tâmega, indo até aos concelhos de Baião e Resende. Não queremos com isto dizer que excluímos parcerias com alguém. Agora, se em Felgueiras há um polo do Instituto Politécnico do Porto (IPP), é óbvio que o município terá com o IPP uma relação de proximidade, é mesmo assim. Quanto melhor estiverem as outras insti-
tuições, melhor estará a UTAD, sempre pensei assim. Sempre apoiei o Politécnico de Bragança, por exemplo, e continuarei a fazê-lo sempre que houver oportunidade. Ainda no PRR, a UTAD pretende concorrer a mais fundos? Já concorremos, estamos à espera dos resultados da famosa chamada no âmbito das agendas temáticas de investigação e desenvolvimento. Apresentámos um projeto enorme no domínio da agricultura, sobretudo nas questões relacionadas com a sustentabilidade ambiental e alterações climáticas, envolvendo as maiores empresas nacionais. O líder deste consórcio é a Herdade do Esporão. Temos também a Sogrape e a Gran Cruz… Todas as empresas do sector da agricultura estão connosco nesse projeto. Temos uma enorme confiança que será financiado. Não pelo montante que solicitamos, até porque a dotação da chamada ficou muito aquém da procura. Isso já está feito, falta agora a parte das residências. Para finalizar tem espaço para uma mensagem para o corpo docente e não docente, e estudantes da UTAD. A mensagem que já transmiti à academia e que tenho vindo a tentar reforçar é de que todos temos uma enorme responsabilidade. Dirigentes da universidade, comigo ao leme como é natural, corpo docente, alunos e corpo não docente e não investigador. Nós temos uma enorme responsabilidade para com a sociedade e o país, no presente e no futuro desta universidade. É uma responsabilidade coletiva e que tentarei transmitir a todos, em especial aos nossos professores, que são o corpo da elite formativa. Ao serem exigentes consigo próprios dão um sinal à sociedade que sabem assumir a responsabilidade que o contribuinte nos transmite. Para Trás-os-Montes e Alto Douro, ter uma universidade é importante, mas ela não é apenas importante por aqui estar e criar alguns empregos. Temos que perceber que temos que dar um retorno forte formando, a prazo, alunos que em termos médios sejam melhor que aqueles que os ensinam nesta fase. A mensagem é sobretudo de apelo à união de esforços em torno deste grande desígnio que é afirmar uma Universidade neste território. Como gostaria de ser recordado no dia em que deixar o cargo de Reitor da UTAD? Nunca tive esse estigma. Nunca penso no passado. O legado que quero é que, na minha avaliação de consciência, deixe uma universidade melhor do que aquela que me foi entregue. Isso é que realmente é importante, que na minha consciência esteja claro que fiz tudo o que estava ao meu alcance. De resto, no dia em que sair, é algo que fica ali resolvido. Se há algo que nunca gostei de ser na vida é “ex” de algo. Faço o meu trabalho, termino e vou à minha vida, no dia seguinte.
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VIVADOURO NOVEMBRO 2021
Freixo de Espada à Cinta
Sabores e tradições locais dão mote ao primeiro evento do atual executivo termos já um plano para a participação em feiras internacionais de promoção do território. Freixo de Espada à Cinta é neste momento o centro de Portugal, perdoem-me a expressão mas, é esta centralidade que pretendemos atrair para aqui”.
Eleito a 26 de setembro, o executivo de Freixo de Espada à Cinta, liderado por Nuno Ferreira, levou a cabo o seu primeiro evento, dedicado especialmente ao concelho e às suas gentes. Entre as particularidades específicas deste certame, duas saltam à vista logo no momento inaugural que teve lugar às 10H30 na manhã, sem a presença de qualquer elemento do Governo, como é habitual nestas situações. Aspetos que não são alheios ao propósito desta mostra. “Este evento tem um propósito muita característico ao nível da autarquia
que é claramente homenagear a nossa população. Não há melhor forma de o fazer como dar a conhecer o melhor que as nossas gentes fazem, seja nos produtos endógenos, na agricultura, na gastronomia e, nas tradições locais. Propositadamente não convidamos ninguém do Governo para este evento, apesar do enorme respeito que temos pelos seus elementos, porque, ao contrário da nossa população que estará sempre aqui, os governos mudam. Com este primeiro evento oficial deste executivo decidimos também marcar a diferença inaugurando-o logo da parte da manhã que é quando começa o dia. Pretendemos mostrar à população que governamos para eles e não
> Nuno Ferreira, acompanhado pelo Presidente de São João da Pesqueira
para qualquer outra entidade”, explica Nuno Ferreira à nossa reportagem. Para o autarca recém eleito a organização deste certame nos moldes definidos foi uma aposta ganha, não só pela adesão ao nível dos expositores como pelo número de visitantes que ali acorreu durante o fim de semana. “Foi um risco que corremos mas está a ser um sucesso. Temos cerca de 20 expositores com os seus produtos, dos quais podemos destacar os vinhos, muitos deles premiados a nível nacional mas também a nível mundial, algo que nos enriquece. Temos orgulho do que estamos a mostrar a quem nos visita. Este certame tem ainda por objetivo implementar na economia local uma dinâmica diferente, fazendo com que os visitantes adquiram os nossos produtos, deixando aqui o seu dinheiro. É o primeiro de muitos eventos que iremos realizar, não só para todos os freixenistas mas também para todos quantos nos visitam. Queremos catapultar Freixo de Espada à Cinta para um patamar superior, de excelência a nível nacional”. Nuno Ferreira garante ainda que a atual situação da autarquia não será um entrave ao trabalho que pretende levar a cabo no concelho, levando o nome de Freixo de Espada à Cinta e os seus produtos a todo o mundo. “A difícil situação financeira em que o município se encontra, e da qual já demos conta aos nossos munícipes, não será um entrave ao trabalho que pretendemos desenvolver, não vamos ficar de braços cruzados certamente. Queremos levar ainda mais à frente todos os nossos produtos, daí também
Edson Pereira Quinta dos Castelares É de saudar esta iniciativa com a presença de quase todos os produtores da região. Estes eventos têm um forte impacto na nossa atividade porque é uma oportunidade de darmos a conhecer aquilo que fazemos e os nossos produtos. O nosso projeto tem características particulares, apostamos em mercados específicos. São vinhos com um perfil fino, feito por gente jovem, que agradam a mercados diferenciados como Brasil, China ou Japão.
Gabriela Santos Os Docinhos da Gabi É um evento importante porque é uma oportunidade de mostrar os nossos produtos. Apesar de vendermos em casa, num evento destes conseguimos chegar a mais pessoas o que é sempre melhor para o negócio. Temos o bolo de laranja, uma bola de azeite e enchidos. Os bolos secos são todos feitos à base de azeite e amêndoa. Tudo produtos daqui do nosso concelho.
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Santa Marta de Penaguião a trilhar fileira do castanheiro e da castanha
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Santa Marta de Penaguião
A produção de castanha no concelho de Santa Marta de Penaguião é já hoje uma realidade ainda que reduzida. A aposta do município é desafiar os privados, bem como os Conselhos Diretivos dos Baldios, a promoverem de forma sustentável a cultura do castanheiro na Serra do Marão. De acordo com o autarca local, Luís Machado, a ideia não é nova e já vem desde o seu primeiro mandato. O autarca teve sempre “um plano de sustentabilidade” que passa pela valorização dos três produtos endógenos do concelho: o vinho, o azeite e a castanha”. “Na área do vinho fizemos um trabalho diferente, porque tendo a nossa adega cooperativa passado por anos de grandes dificuldades financeiras permitiu o aparecimento de jovens e menos jovens produtores/engarrafadores que apostaram na marca “chapéu” SANTA MARTA que tem, como todos sentimos, reconhecimento nacional e internacional”, afirma o autarca. Este último completa a ideia afirmando que o concelho “tem hoje referências de vinhos Douro, Porto e Aguardentes de qualidade, que têm conquistado diversos prémios de reconhecimento nos mais variados e prestigiados certames da especialidade”. Para Luís Machado este foi um “caminho difícil”, mas que a autarquia continua determinada em afirmar, deixando escapar que “o objetivo é que em Santa Marta de Penaguião só se produzam vinhos a partir de uvas do concelho ou da Região. Queremos acabar com a importação de vinhos de outras regiões”. O autarca penaguiense sublinha ainda a importância da “relação próxima” que foi conseguida entre a restauração e os produtores de vinho do concelho. “Hoje em dia qualquer restaurante do concelho tem na sua carta de vinhos, vinhos produzidos em Santa Marta de Penaguião e esse foi um passo de gigante”, conclui. Com o trabalho no setor vinícola em andamento a autarquia aposta agora em duas novas frentes: revitalizar o setor do azeite e avançar na produção de castanha na Serra do Marão.
> Luís Machado, Presidente do Município de Santa Marta de Penaguião
“Santa Marta de Penaguião nos anos 50, 60, teria entre 15 a 20 lagares de azeite, hoje, infelizmente, não tem nenhum. Não faz qualquer sentido que os penaguienses produtores de azeite tenham de se deslocar fora do concelho ou ao concelho vizinho para fazer o seu azeite, assim como não faz sentido que não tenhamos uma marca deste produto”, afirma Luís Machado para explicar o objetivo da autarquia, que passa por incentivar e promover a construção de um lagar de azeite”. Se no azeite pouco está por fazer, na castanha pouco está feito. A produção deste fruto outonal no concelho é ainda residual, contudo a autarquia vê na Serra do Marão uma grande e única oportunidade. “Como toda a gente sabe, as alterações climáticas vão fazendo com que a altitude da produção de castanha vá subindo e, no Marão, temos uma faixa em altitude que permite essa evolução”. No total, a área potencial de produção aproxima-se dos 700 hectares, “que juntando aos terrenos onde já existem soutos, poderá tornar o concelho como um dos maiores em área de produção deste fruto. “ “É nossa convicção que o negócio da castanha é um caminho a seguir pelos penaguienses. A maior parte da área nesta altura é gerida pelos Conselhos Diretivos de Baldios mas nós entendemos e acreditamos que um projeto único para toda a área do Marão será
o caminho a seguir para criar valor, fixar jovens e essencialmente tornar Santa Marta de Penaguião cada vez mais um concelho sustentável. O desafio que temos é valorizar a Serra do Marão, criando valor para os que lá vivem e trabalham. O que gostaríamos é que todos os Conselhos Diretivos dos Baldios se unissem num projeto único que, do meu ponto de vista, pode ter dois caminhos. Um é fazer lotes/unidades de cultura disponibilizando-os aos jovens residentes e naturais desses locais para que estes tenham uma parcela de terreno para explorar, o outro passa por serem os próprios Conselhos Diretivos a explorar. A minha ideia era que os jovens residentes ou naturais tivessem a oportunidade de terem uma parcela de terreno para manterem as suas raízes e criarem um valor acrescentado aos rendimentos da sua atividade profissional”. Com o objetivo de garantir um projeto de sucesso, Luís Machado explica à nossa reportagem que irá convidar especialistas desta área, nomeadamente da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro que poderão, entre outros aspetos, ajudar a perceber qual a qualidade de castanha mais aconselhável para a referida produção. “Naturalmente vamos ter que ir junto de quem conhece e domina esta cultura, neste caso a UTAD, desafiando-a a que nos ajude a escolher a melhor
castanha para o nosso território, enquadrando-nos desta forma no contexto produtivo nacional. Estamos confiantes que a UTAD irá ajudar, e que os penaguienses vão entender e participar”. Para Luís Machado, ao longo dos anos a influência da Serra do Marão na Região Demarcada do Douro tem sido pouco reconhecida, e pretende assim intensificar as atenções do município e dos seus munícipes para esta vertente, apostando nas potencialidades do lado serrano do concelho como fator de desenvolvimento e de afirmação da economia local. “Durante muitos anos, as lideranças fixaram-se na Região Demarcada do Douro achando que a parte serrana era a parente pobre do concelho, quando nós achamos que esta tem as mesmas potencialidades de criação de valor. Estou convencido que nesta altura, até pela paisagem e pelo turismo de natureza, no nosso caso, a parte serrana tem um potencial forte e perfeitamente complementar ao nosso Douro.” Finalizando, o autarca refere que “olhando para a Região do Douro como um todo, o Marão tem de ser incluído nessa visão. Hoje em dia já não é razoável pensar na valorização da Região Demarcada e Regulamentada do Douro sem incluir a Serra do Marão. Ambos são complementares e assim o potencial de criação de valor é muito maior. Este é o caminho”.
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VIVADOURO
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Região
Obra de Miguel Torga inspira ópera criada no Douro Nascida da vontade de Eduarda Freitas em escrever algo, o libreto ficou pronto em 2015, passando depois por um longo caminho até se estrear em palco, no próximo mês de dezembro. “Desde sempre andei envolvida em projetos e ia escrevendo algumas coisas para alguém cantar ou para teatro, por exemplo. Um dia simplesmente lembrei-me de pegar em todo esse conhecimento de desenvolver um libreto para uma ópera, porque é um género que agrega a maior parte das coisas que eu gosto. Não foi algo muito pensado para ir a palco, foi mais pelo desafio da escrita que é algo que gosto muito. Como toda a gente escreve livros eu decidi escrever um libreto (risos), é um nicho de mercado (risos)”, conta Eduarda. A autora conta ainda que, desde que pensou escrever o libreto, Miguel Torga foi o nome inspirador que lhe veio à mente. Contudo inspirar este trabalho em Miguel Torga e na sua obra era um risco, daí a decisão de utilizar os próprios escritos do autor duriense. “Basicamente o libreto não tem ne-
nhuma palavra da minha autoria, fui aos Contos e aos Novos Contos da Montanha e retirei as personagens que melhor se adaptavam ao que tinha pensado e coloquei-as a contracenar num outro espaço diferente, usando os mesmos discursos. Ou seja, criei um conto novo a partir de partes dos diferentes contos e das personagens. A poesia, também de Torga, surge pela necessidade que tinha que algumas vezes as personagens refletissem sobre algo, que ganhassem mais corpo”. Ao terminar a obra, Eduarda Freita foi partilhando o resultado com alguns amigos que a incentivaram a avançar para uma apresentação em palco o que requeria um passo difícil, a autorização da filha de Miguel Torga para o uso dos textos do seu pai. Concedida a autorização, o passo seguinte foi o registo na SPA, ao qual se seguiu a apresentação a uma série de instituições com o objetivo de conseguir financiamento. “Apresentei o projeto a diversas entidades e acabou por ser a UTAD a querer ficar com ela para a levar a palco. Entretanto o Emídio Gomes saiu da CCDR-N e diversos projetos ficaram suspensos, um deles foi a Mátria. O desejo de ver a ópera em palco acabou por nunca esmorecer e fui
apresentando o projeto a diversas entidades. Nunca duvidei que a subida a palco fosse acontecer, mas foi um processo longo e um pouco desgastante. Entretanto decidi criar uma empresa, e acabei por candidatar o projeto à DG Artes. Não era o financiamento total mas já era uma grande ajuda, que veio juntar-se ao apoio que tivemos dos Teatros de Vila Real e Bragança. Posteriormente a CCDR-N acabou também por se juntar e o espetáculo de estreia estará inserido nas comemorações dos 20 anos do Alto Douro Vinhateiro Património Mundial”. Uma das características particulares desta ópera é a não utilização de cenografia. Todo o enquadramento das cenas será feito por um dos coros, constituído por pessoas da região. “A ideia foi em especial do encenador e tem por base dois princípios, o primeiro é que a cenografia para uma ópera desta dimensão, com muitas mudanças de cenário, ficaria muito dispendioso, o segundo prende-se com a própria participação das pessoas, acreditamos que a comunidade deve estar realmente envolvida num projeto destes, não apenas aparecer em palco por uns segundos e nada mais. Foi um desafio gigante que lhes fizemos mas tem corrido muito bem e no-
> Eduarda Freitas
ta-se uma grande aplicação de todos os participantes. Inicialmente este coro estava pensado para cerca de 200 pessoas, contudo com o Covid acabamos por ter que fazer algumas alterações e, em palco, só terá nove elementos”. Em palco estarão ainda sete solistas, que darão voz às criações de Fernando Lapa. A encenação fica a cargo de Ángel Fragua e a condução da orquestra nas mãos de Jan Wierzba. Para além do coro comunitário em cena estarão também os Moços de Coro. Para Eduarda Freitas as “expectativas para a estreia não são demasiado elevadas”, confessa. “Adorava que as pessoas fossem ver até porque é um projeto que nos está a dar muito trabalho por isso espero que a sala não esteja vazia É um projeto em que estamos diretamente envolvidos em todas as fases, o que lhe confere vantagens e desvantagens. Uma desvantagem é o cansaço que vamos acumulando e outra é o receio de ter uma visão demasiado “de dentro”. Por outro lado é um privilégio poder estar em todos os momentos, desde a criação até ao baixar final do pano em palco”. A estreia de Mátria em palco está marcada para o próximo dia 17 de dezembro, no Teatro Municipal de Vila Real, com mais dois espetáculos a 18 e 19. Cerca de um mês depois, a 20 de fevereiro, será a vez do palco do Teatro Municipal de Bragança.
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Câmara desafia crianças do Concelho a desenhar Postal de Natal
Município promove “Destino Alijó” junto de Agências de Viagens
Pelo terceiro ano consecutivo, a Câmara Municipal de Alijó lançou o desafio a todas as crianças das Escolas do 1º Ciclo do Ensino Básico para a criação do “Postal de Natal Oficial” do Município. A iniciativa tem como objetivo incentivar a participação e estimular a imaginação e criatividade dos mais pequenos, bem como reforçar o espírito de Natal e a ligação ao Concelho. Até dia 26 de novembro, as crianças estão a dar asas à imaginação para mostrar como é o seu Natal.
Alijó foi o único município português entre os mais de 1000 participantes presentes na III Convenção Ibérica de Agências de Viagens, que se realizou entre 12 e 14 de novembro, em Punta Umbría/Huelva. O Município de Alijó viajou até ao sul de Espanha com vários operadores turísticos do Concelho que aproveitaram esta oportunidade para divulgar os seus produtos e serviços junto das Agências presentes, de modo a incluir o destino Alijó nos seus pacotes de viagens. Após um longo período em que o setor do Turismo viveu a sua pior crise de sempre, o Município quis
Após essa data, os Professores de cada uma das turmas irão selecionar dois postais para apresentar a concurso, conforme previsto no regulamento. O júri, constituído por representantes do Município de Alijó e do Agrupamento de Escolas D. Sancho II, irá escolher os oito vencedores. Os postais vencedores serão impressos e enviados para as casas dos munícipes, com os votos de Boas Festas da Câmara Municipal de Alijó.
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Alijó
proporcionar uma oportunidade única aos agentes económicos do Concelho. Foram três dias de promoção e divulgação de pacotes turísticos num espaço com mais de 1000 agências que permitiu desenvolver negócios, analisar as tendências do mercado ibérico e aumentar a rede de networking. O evento foi organizado pelo Grupo DIT Portugal, o maior grupo de gestão de agências de viagens da Europa, que aproveitam esta oportunidade para renovar a sua oferta de pacotes com novos destinos e novos produtos turísticos.
Comitiva de alunos e professores estrangeiros recebidos nos Paços do Concelho
Escolas do Concelho participam no Exercício “A Terra Treme” Os alunos do Concelho foram desafiados a participar hoje no exercício nacional de sensibilização para o risco sísmico #ATerraTreme, que lhes permitiu aprender aquilo que devem fazer antes, durante e depois de um sismo. Baixar, proteger e aguardar foram os três gestos de
proteção treinados pelos alunos. A iniciativa, que foi acompanhada pela Proteção Civil Municipal, realizou-se em todo o país, às 11h05, com o objetivo sensibilizar a população para as medidas a tomar em caso de tremor de terra.
Cerca de 50 alunos e docentes de escolas da Bélgica, Eslovénia, Itália e Lituânia foram recebidos ontem, 16 de novembro, pelo Presidente da Câmara Municipal, José Paredes, no âmbito de uma visita de intercâmbio que está a decorrer em Alijó, até ao dia 20 de novembro. Este intercâmbio está integrado no projeto Erasmus+ “Short Films for School and Europe”, de que é parceiro o Agrupamento de Escolas D. Sancho II de Alijó. José Paredes deu as boas-vindas a toda a comitiva e felicitou todos os intervenientes pela participação neste projeto de intercâmbio. “Espero que aproveitem esta experiência enriquecedora que permite a troca de conhecimentos, ao nível da cultura, da história, das tradições e do património do nosso Concelho”, afirmou. A visita inclui atividades educativas e tem também uma forte compo-
nente sociocultural, como acontece em todos os projetos deste tipo, em que é dada primazia ao conhecimento do património, cultura, gastronomia e língua locais. No âmbito da parceria com o Agrupamento de Escolas D. Sancho II, a Câmara Municipal colaborou na organização deste encontro, através da promoção de atividades de divulgação do Concelho de Alijó, nomeadamente visitas ao património e pontos de interesse turístico.
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Santa Marta de Penaguião
Blind & Lost Studios atrai bandas nacionais e internacionais Natural de Santa Marta de Penaguião, foi no seu berço que Guilhermino Martins decidiu estabelecer-se criando um estúdio de gravação, para bandas, que é hoje reconhecido internacionalmente. Se a criação do estúdio aconteceu para dar resposta a uma necessidade pessoal, rapidamente o trabalho de Guilhermino começou a ser referenciado, gravando hoje algumas das bandas mais conhecidas no universo do metal. “Este estúdio foi criado no ano 2000. Na época tinha uma banda, os ThanatoSchizO e tínhamos necessidade de fazer uma espécie de pré-produção dos álbuns. Nós gravávamos em Valadares, no estúdio do pessoal de outra banda, os Tarântula, que estavam muito habituados a trabalhar este tipo de som, mas nós achávamos que tínhamos que já ter algum trabalho feito quando íamos para essa gravação. Normalmente usávamos um estúdio que havia na Régua, que era mais uma sala de ensaio para uma banda pimba, e o dono do espaço deixava-nos ir lá fazer algumas gravações. Era tudo muito feito na base do desenrasque, nem ele sabia trabalhar
com o tipo de som que nós tocávamos, nem nós sabíamos trabalhar com aquela maquinaria… Ao fim de alguns meses comecei a perceber que aquela parte era algo que eu gostava e, modéstia à parte, também tinha algum jeito (risos). Comecei a ler várias coisas e a ver vídeos tutoriais ainda em cassetes VHS, mais o que ia aprendendo quando acompanhava as nossas gravações em Valadares”. Guilhermino confessa que inicialmente havia algumas situações engraçadas com as bandas que passam pelo estúdio Blind & Lost Studios, com os penaguienses a demonstrarem alguma estranheza, apesar da simpatia.
“Já aqui estiveram diversas bandas internacionais a tocar. Não são bandas que toda a gente conheça, são mais deste “nicho” do metal mas, na área, são bandas de renome que decidiram um dia vir e tocar aqui, é muito bom. Uma das últimas bandas que esteve aqui antes da pandemia eram belgas, ficaram cá 15 dias e foi engraçado que quiseram aproveitar para conhecer a região, o que despertou alguma curiosidade nas pessoas, verem aquele pessoal estranho a andar aqui nas ruas… Ainda não havia toda esta dinâmica da N2, por isso as pessoas também não estavam muito habituadas a ver estranhos aqui”. Apesar de “obviamente” mais ligado
ao universo do metal, no espaço cabem outras sonoridades, recentemente o produtor penaguiense gravou o álbum de uma banda da região com um som distinto do que está habituado. “Tanto gravo aqui metal extremo como gravo Rock-Pop, nesse aspeto há alguma abertura. Durante o verão passado gravei aqui um projeto de Vila Real, os Pontas Soltas, que é Rock-Pop puro, completamente comercial. Acho que ficaram satisfeitos até porque já falaram em regressar. Apesar disso é óbvio que a maior parte das bandas são de metal”. Guilhermino reconhece que a interioridade pode ter sido um fator difícil de ultrapassar na fase inicial do trabalho, “podia ter feito isto no Porto, por exemplo, teria cinco ou seis vezes mais trabalho numa fase inicial”, contudo resolveu ficar pela sua terra natal, “o objetivo sempre foi que as pessoas reconhecessem o meu trabalho pela qualidade e para gravar comigo terem que vir até Santa Marta de Penaguião”. “Há coisas que obviamente tens que sair daqui para teres mercado de trabalho. Um jovem formado em energia atómica não fica em Santa Marta a fazer nada, a verdade é essa, mas há projetos que encaixam perfeitamente aqui, e há espaço para os jovens criarem essas coisas inovadoras e ficarem por cá. Este projeto é um exemplo disso. Outra vantagem de um projeto como este, é que acabo também por dar o meu contributo à terra. As bandas que vêm gravar aqui no estúdio ficam aqui uma semana, quinze dias… precisam de um espaço para dormir, de sítios para comer, passeiam pela região, tudo isso são aspetos positivos”. O músico confessa mesmo que tem “aproveitado o grande fluxo de turismo no Douro para promover o estúdio internacionalmente”, o que tem resultado na vinda “de diversas bandas estrangeiras a Santa Marta de Penaguião”. “É um sentimento mito bom perceber que as pessoas sentem essa vontade de vir ter comigo”, afirma. Atualmente Guilhermino é elemento de outra banda, os Serrabulho, que vão granjeando sucesso internacional, no entender do músico, com alguma responsabilidade para as raízes locais da banda. “Incorporamos muita música tradicional transmontana, instrumentos de Miranda do Douro, etc, mais do que nos limitar, o Douro é inspirador, e torna-nos únicos. Estas paisagens são mais inspiradoras do que limitadoras”.
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Armamar
Câmara Municipal promove concurso de decorações de Natal A Câmara Municipal de Armamar vai promover durante a quadra natalícia que se aproxima um concurso para encontrar as melhores decorações de Natal. O regulamento do concurso, disponí-
vel na página do município na Internet, prevê que as inscrições dos interessados decorram até ao dia 30 de novembro. Os trabalhos estarão expostos entre os dias 8 de dezembro e 9 de janeiro próximos.
Com este concurso a Autarquia pretende envolver as coletividades, as IPSS, as lojas comerciais e, de uma forma geral, a comunidade em torno de atividades ligadas ao Natal. As decorações de Natal são já um dos
momentos marcantes desta época do ano. Neste Natal, depois de controlada a pandemia, a Câmara Municipal espera conseguir uma adesão ainda mais significativa de participantes.
Workshop aborda experiências Sérgio Rego é Tricampeão educativas no estrangeiro Nacional de Supermoto “Cursos, Estágios e Voluntariado Internacional” é o workshop online que o Gabinete de Inserção Profissional (GIP) de Armamar e o projeto Proativar CLDS4G promovem no próximo dia 24 de novembro pelas 15 horas. O workshop é dinamizado pela VidaEdu, um agente educativo com larga experiência em estabelecer parcerias inter-
nacionais. Esta entidade trabalha com o objetivo de proporcionar experiências internacionais numa lógica de enriquecimento curricular, com ganhos na competitividade das pessoas num mercado de trabalho cada vez mais global. Pode encontrar mais informação sobre estes programas no website do município.
O Armamarense Sérgio Rego sagrou-se este fim de semana pelo terceiro ano consecutivo campeão nacional em supermotos, uma prova regulamentada pela Federação de Motociclismo de Portugal. Depois das conquistas de 2019 e 2020, Sérgio Rego alcança o Tri, num contexto de provas fortemente condicionadas
pela pandemia. Mesmo assim, o jovem Armamarense conseguiu alcançar os seus objetivos. O Município de Armamar, na pessoa do Presidente da Câmara Municipal João Paulo Fonseca, felicita Sérgio Rego e faz votos que o futuro lhe reserve mais conquistas como estas.
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Lamego
ESTGL celebra aniversário a olhar o futuro A celebrar o seu 21º aniversário, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego (ESTGL), olha para o futuro apontando a um crescimento do número de alunos e maior implementação no território.
A cerimónia comemorativa do aniversário da Escola teve lugar no passado dia 11 de novembro, no Teatro Ribeiro Conceição, com a presença de diversas entidades da região, com destaque para o autarca local, Francisco Lopes e o Presidente o Instituto Politécnico de Viseu (IPV), José dos Santos Costa. Nos discursos proferidos durante a cerimónia foi unânime o desejo de desenvolver o ensino superior em Lamego, apostando numa oferta formativa que vá ao encontro das necessidades da região, desejo que a autarquia, pela voz do seu presidente, pretende alimentar apoiando a instituição sempre que necessário. No final da cerimónia, em declarações ao nosso jornal, o autarca, Francisco Lopes, reforçou a ideia da importância da ESTGL para a cidade. “Vejo a ESTGL como um elemento fulcral do nosso quadro de educação, pontuado por excelentes escolas de vários níveis onde o ensino superior tem um papel de destaque, sendo um parceiro fundamental do município e das entidades locais num vasto leque de projetos. A presença de diversas entidades nesta cerimónia
de comemoração de mais um aniversário da ESTGL é também sinal desse trabalho conjunto que é feito Olhamos para a ESTGL, que está num processo de desenvolvimento, com muito otimismo, procurando dar resposta aos seus desafios e procurando criar condições para que possa receber mais alunos, nomeadamente que venham de fora para estudar em Lamego. Estivemos sempre envolvidos no passado com a escola, chegando mesmo a alugar instalações para ceder à escola. Participamos num projeto de ampliação das instalações, que foi concluído à relativamente poucos anos e continuamos dispostos a trabalhar em conjunto com a escola de forma a melhorarmos as condições do espaço, capacitando-a assim para desenvolver um trabalho em prol do nosso concelho”. Quanto ao maior problema que este crescimento da instituição enfrenta, a falta de alojamento e instalações físicas que suportem esse crescimento, o autarca mostra-se também empenhado em apoiar a instituição. “Temos condições para criar alojamento, e algumas instituições em Lamego têm capacidade de disponibilizar alguns espaços, como o Colégio de Lamego, por exemplo. Da parte do município há todo o interesse, havendo programas do Governo, em criar uma residência para os estudantes. É um tema que está em aberto e que merece toda a nossa atenção e prioridade”. Por outro lado, nas declarações à nossa reportagem, o presidente do IPV, José dos Santos Costa, sublinhou a vitalidade da ESTGL, reafirmando o interesse do IPV em ver esta Escola crescer. “A ESTGL é um braço armado fortíssimo do IPV. São 21 anos de vitalidade. Feliz-
mente hoje temos uma ESTGL que cresceu no número de estudantes, sinal que o reconhecimento na comunidade é crescente. Isto aumenta ainda mais os desafios futuros. Tem todas as condições para crescer, num território onde é única, e onde tem que ser cada vez mais acarinhada. É possível crescermos se formos capazes de aumentar a atratividade da escola, é um desafio que é possível ganhar. As autarquias estão disponíveis para ajudar a escola e o IPV está disponível para fazer a ESTGL crescer, tal como todos os professores, alunos e funcionários desta escola”. Miguel Mota, diretor da Escola sediada em Lamego, era no final da cerimónia um homem “feliz”. “É um sentimento de enorme alegria e de muita esperança por aquilo que se viu hoje aqui no TRC. Foi bom ver tantas instituições da cidade e da região a marcarem presença nesta cerimónia, era algo que não se via na nossa academia há algum tempo”, afirmou.
Quanto ao futuro da Escola Superior, para o diretor, ele passa pelo aumento do número de alunos, o que obrigará a uma resposta mais eficaz da Escola, e outras instituições, na capacidade em criarem todas as condições necessárias. A implementação da escola no território, em especial nos concelhos da CIM Douro, é também um objetivo da instituição. “Uma preocupação que temos neste momento, e que acaba por ser feliz, prende-se com a escassez de espaço, que acontece muito pelo crescimento que a escola tem tido. Precisamos de mais espaço para salas de aulas, de uma nova cantina e residências, são fatores dos quais dependerá o nosso crescimento. Com o dobro de alunos, com um novo espaço mas mantendo sempre a nossa casa mãe. Gostaria ainda de ver a escola distribuída pelos 19 municípios da CIM Douro, com cursos breves, CETESP’s, com cursos de especialização, etc, e que a CIM Douro sentisse que esta casa também é sua”.
ESTGL organiza Ciclo de Conferências MET Meet the Expert in Tourism (MET), é o conceito anexo ao ciclo de conferências, subordinado ao tema: Gestão Hoteleira Eficiente com Recurso à Tecnologia. Neste contexto, profissionais de referência na área do turismo serão periodicamente convidados a partilhar o seu know-how de experiência feito, num contexto informal, em que os estudantes não assumem o papel de meros recipientes da informação dos
convidados, devendo colocar as questões que considerem pertinentes. As conferências acontecem em diversos dias entre novembro de 2021 e janeiro de 2022, tendo a primeira, a 4 deste mês, contado com a presença de Zélia Freitas, Territory Manager da IT Base | WareGuest. Até janeiro decorrerão ainda mais cinco sessões das Conferências MET: Raúl Ferreira, Presidente da Direção da ADHP; Nuno Leandro, Diretor Geral do Jupiter Lisboa Hotel; Arlindo Madeira, Docente/Investigador; Nuno Constantino, Fundador e Diretor Geral da Hub Hostels e Paulo Romão, Fundador e Diretor Geral da Casas do Coro.
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NOVOS PARADIGMAS NA GESTÃO HOTELEIRA 14:00 | AUDITÓRIO DA ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE LAMEGO
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São João da Pesqueira
Polo de inovação do Douro em S. João da Pesqueira O Ministério da Agricultura detém um conjunto de estruturas de grande relevância para Portugal aptas para a investigação aplicada, desenvolvimento experimental e demonstração, dispersas por todo o país nomeadamente estações experimentais, laboratórios e infraestruturas de conservação e valorização dos recursos genéticos nacionais destinados à alimentação. O Polo de Inovação do Douro surge de uma parceria DRAPN - Direção Regional de Agricultura e Pescas do Norte e Município de S. João da Pesqueira, a sua sede será na quinta de Santa Bárbara, em Casais do Douro. Este Polo de inovação está especializado na cadeia de valor da vinha e do vinho, destacando-se a conservação de uma vasta coleção de castas regionais da Região do Douro, possuindo ainda cerca de 22 ha de vinha em produção. Neste polo pretende-se desenvolver atividades relacionadas com a vinha e com o vinho de modo a que possam responder às necessidades/problemas dos vitivinicultores do Douro, nomeadamente as ques-
tões relacionadas com as alterações climáticas, o estudo das castas tradicionais, estudar novas formas de mecanização e as problemáticas relacionadas com os modos de produção sustentáveis. Possui um laboratório de apoio aos vitivi-
nicultores. Segundo a diretora regional, nesta quinta, propriedade do Ministério da Agricultura, vai ser investido cerca de um milhão de euros para a sua reestruturação e criação de um polo da rede de inovação do Dou-
ro, através da Agenda de Inovação para a Agricultura. A 27 de Novembro a ministra da Agricultura deslocar-se-á ao Douro para assinar a parceria com o Presidente da Câmara de São João da Pesqueira.
S. João da Pesqueira marcou presença no Xantar Salão Internacional de Turismo Gastronómico Retomando as ações presenciais internacionais de promoção do concelho, o Município de S. João da Pesqueira participou na 22.ª edição do Xantar - Salão Internacional de Turismo Gastronómico, que decorreu em Ourense (Galiza), Espanha. O Xantar - Salão Internacional de Turismo Gastronómico é a única Feira de Turismo Gastronómico reconhecida como internacional pelo Governo de Espanha,
continuando a apostar na promoção internacional de destinos enogastronómicos de Espanha, Portugal e América Latina, sendo uma referência ao nível dos certames de gastronomia. Este Salão Gastronómico é, pois, o cenário ideal para posicionar Destinos Enoturísticos – Gastronómicos de Excelência, ligando distintos territórios da Península Ibérica.
Concursos - Montras de Natal 2021 e Aldeias de Natal A Câmara Municipal está a lançar novamente os Concursos de Montras de Natal e Aldeias de Natal. O Concurso Montras de Natal tem por objetivo dinamizar e valorizar o comércio tradicional, tornando-o mais atrativo durante a quadra natalícia, apelando ao consumo no comércio local. O Concurso Aldeias de Natal pretende dinamizar e valorizar as freguesias do concelho de S. João da Pesqueira, pro-
movendo a amizade, o trabalho colaborativo, reavivando tradições e costumes de outrora durante a quadra natalícia A inscrição é gratuita e deve ser efetuada mediante preenchimento da ficha de inscrição e entregue / enviada para o Balcão de Atendimento do Município de São João da Pesqueira. Consulte os regulamentos e prazos de inscrição dos 2 concursos na página eletrónica do Município www.sjpesqueira.pt
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Torre de Moncorvo
A Magia do Natal está a Chegar a Torre de Moncorvo De 3 a 31 de dezembro, a Câmara Municipal de Torre de Moncorvo organiza as Festas da Boa Nova de forma a brindar a população local e os visitantes com alguma animação durante a época natalícia. O Município de Torre de Moncorvo preparou um programa com várias atividades infantis, culturais e solidárias. Destacamos o mercado de natal, realizado em parceria com o CLDS Moncorvo 4G, que contará com vários espaços para venda e exposição de regionais e artesanato. O espaço criança, além da casa do Pai-Natal, engloba várias diversões destinadas aos mais novos. Aqui, as crianças podem usufruir dos carrosséis, subir na roda gigante, fazer face painting ou simplesmente escrever uma carta ao Pai Natal. Esta edição, contará com algumas novidades como um corredor de gelo (Fun Track) e um bosque encantado. Destinado aos mais novos, decorrem no centro histórico da vila passeios no Bombeirinho com Rodas, nos dias
21 e 24 dezembro, assim como uma Parada de Natal, no dia 17 dezembro, destinada aos alunos do Agrupamento de Escolas de Torre de Moncorvo. De 20 a 31 de dezembro realizam-se as Férias de Natal na Biblioteca e de 27 a 31 de dezembro as atividades de Natal para as crianças das freguesias, promovidas pelo CLDS Moncorvo 4G.
Destaque ainda para a representação de um presépio ao Vivo pelo Grupo Alma de Ferro Teatro, no dia 18 de dezembro, e para a atuação do grupo da Associação Musical Recreativa e Cultural Sons do Mondego, no decorrer do dia 19 de dezembro. Do programa faz também parte um passeio de BTT Solidário de Natal e
a tradicional fogueira do galo, esta última promovida pela Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo, no adro da Igreja Matriz de Torre de Moncorvo. Não faltará a tradicional iluminação de natal, que traz à vila de Torre de Moncorvo a alegria e a magia do Natal. ■
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Régua
Comemorações dos 20 anos do Douro Património Mundial apresentadas na Régua Com início marcado para o dia 14 de dezembro, as comemorações terão a duração de um ano, ao longo do qual serão apresentadas diversas iniciativas. A apresentação das comemorações dos 20 anos do Douro Património Mundial decorreu no Teatrinho de Peso da Régua, um espaço com forte ligação à história da região, na presença de diversas entidades regionais. Na agenda para 2021 ganham destaque a estreia da primeira ópera duriense, “Mátria”, uma campanha de marketing territorial baseada em 20 histórias de vida de durienses, o lançamento do prémio “Vinha D´Ouro 2022” e a renovação do Prémio Arquitetura do Douro, com a presença de Souto Moura entre os jurados. “O nosso principal papel será o de constelar e agregar, num programa integrado, as iniciativas desenvolvidas por um conjunto de instituições regionais ligadas ao Douro Património da Humanidade”, explicou António Cunha. Integram a Comissão Organizadora da iniciativa, para além da CCDR-NORTE, a Comunidade Intermunicipal do Douro, a Entidade Regional do Turismo do Porto e Norte, as direções regionais de Cultura e de Agricultura e Pescas do Norte, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto, os Museus do Douro e do Côa e a Liga dos Amigos do Douro Património Mundial. Uma Comissão de Honra será presidida pelo Presidente da República. Segundo o Presidente da CCDR-NORTE, “esta programação não se confina a um propósito comemorativo”. “As comemorações sobre os 20 anos do Douro Património Mundial devem ser o solo para uma reflexão prospetiva sobre os próximos 20 anos”, explicou. Depois de elencar alguns dos avanços do desenvolvimento do Douro nos últimos 20 anos, com destaque para os setores dos vinhos e do turismo e para a melhoria de indicadores socioeconómicos ligados ao rendimento e à educação, António Cunha desta-
cou a “crise demográfica” como um dos principais desafios da região. “Nos últimos 20 anos, o Douro perdeu mais de 30 mil habitantes”, explicou. “Estancar esta hemorragia demográfica será decisivo para o futuro do Douro”. A demografia será, precisamente, um dos temas abordados no ciclo de conferências que as instituições regionais organizarão, em conjunto. Na apresentação da programação, a Vice-Presidente da CCDR-NORTE, Célia Ramos, avançou que a programação será como uma “narrativa” que “faz uma ponte entre o passado e o futuro”. O programa inclui iniciativas de caráter cultural, como a estreia da ópera duriense “Mátria”, assim como exposições, concertos especiais, um ciclo de seminários e conferências, ações de marketing de território e de internacionalização, a participação em feiras
nacionais e internacionais e um conjunto de iniciativas de educação para o património. A estreia da ópera “Mátria – Aqui na Terra” está agendada para 17 de dezembro, no Teatro de Vila Real, contando ainda com mais dois dias de espetáculo (18 e 19). Trata-se da primeira ópera original criada em Trás-os-Montes e Alto Douro, escrita a partir da obra de Miguel Torga, com libreto de Eduarda Freitas e música do compositor Fernando Lapa. Outra das novidades é o Prémio Vinha D´Ouro 2022, com o objetivo de distinguir as boas práticas em viticultura que salvaguardem os interesses patrimoniais, e que sejam exemplo de boas práticas do ponto de vista ambiental, no território classificado pela UNESCO. As comemorações incluem ainda a sétima edição do Prémio de Arquitetu-
ra do Douro, lançado há 15 anos pela CCDR-NORTE, para distinguir as boas práticas de arquitetura no Património Mundial. Este ano o júri contará com a presença do arquiteto Eduardo Souto Moura, vencedor da última edição. “Esta é uma agenda ainda em aberto, em construção”, explicou Célia Ramos, “mas estimamos mais de 100 iniciativas ao longo do próximo ano.” Por seu turno, o autarca reguense, José Manuel Gonçalves, no final da cerimónia, em declarações ao nosso jornal afirmou que “este é um momento importante para refletir sobre o que foram os últimos 20 anos da região, como evoluímos e como será o futuro deste território”. Para o edil o território “tem que ser pensado para as pessoas, olhando às suas necessidades, dando-lhes resposta para que não se vejam obrigadas a sair”.
NOVEMBRO 2021 VIVADOURO
Carrazeda de Ansiães
Ampliação/beneficiação da rede Candidaturas para atribuição de Bolsas de Estudo ano letivo de saneamento do concelho 2021/2022 Foi assinado dia 9 de novembro, o contrato de empreitada de obra pública entre o Município de Carrazeda de Ansiães e a empresa Sociedade Construções Souto & Marques, LDA. Em causa estão obras de ampliação e beneficiação da rede de saneamento no concelho, a zona a intervencionar
é a entrada norte de Carrazeda de Ansiães. As obras no valor de 125.596,22€ (cento e vinte e cinco mil, quinhentos e noventa e seis e vinte e dois cêntimos), acrescido de IVA à taxa legal, e têm prazo de execução de 120 dias à data da sua consignação.
Balcão Único do Prédio abre em Carrazeda de Ansiães O Município de Carrazeda de Ansiães, dispõe desde 15 de novembro, de um Balcão Único do Prédio (BUPi), uma plataforma dirigida aos proprietários de prédios rústicos e mistos. O BUPi vai permitir aos cidadãos, de forma simples e gratuita, identificar e
registar os prédios rústicos e mistos de que são proprietários e assim garantirem a titularidade dos seus terrenos e marcar os seus limites. Para mais informações aceda a https:// bupi.gov.pt/ ou ao site da autarquia.
O Município de Carrazeda de Ansiães informa que estão a decorrer de 15 de novembro a 15 de dezembro as candidaturas às bolsas de estudo para o ano letivo 2021/2022. As candidaturas são formalizadas através do preenchimento do formulário de candidatura disponível no Gabinete de Apoio ao Munícipe (GAM) e no site do município. A apresentação das candidaturas pode ser feita de forma presencial no GAM ou enviadas por correio, em carta registada e com aviso de receção. Para mais informações contactar o GAM ou no site do município.
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5º Seminário de Prevenção do Mau Trato na Infância e Juventude Aconteceu, na passada sexta-feira, dia 19, no Espaço Miguel Torga, o 5º Seminário de Prevenção do Mau Trato na Infância e Juventude, subordinado ao tema “Cyberbullying e Segurança Digital”, promovido pela CPCJ de Sabrosa em parceria com o CLDS 4G Sabrosa. Foi com uma sala cheia que se deu o momento de abertura, marcado pela presença da Presidente da CPCJ de Sabrosa, da Coordenadora do CLDS 4G Sabrosa, da Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa e do Diretor do Agrupamento de Escolas Miguel Torga. As temáticas apresentadas pelas oradoras Prof.ª Dr.ª Ana Paula Monteiro e Dr.ª Rita Bessa abordaram o Cyberbullying, tendo sido dado enfoque à Segurança Digital pelos inspetores Margarida Seixas e Francisco Claudino e Engenheiros Carlos Nunes e Roman Rudenko. O III painel foi marcado pela participação da Associação No Bully Portugal, através da sua Presidente Dr.ª Inês Andrade, com uma vertente mais prática de identificação e prevenção do Cyberbullying, após a qual o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa procedeu ao encerramento do Seminário. A Associação No Bully Portugal esten-
deu a sua intervenção, na manhã do Seminário, às turmas do 12º ano do Agrupamento de Escolas Miguel Torga, com a dinâmica “Torna-te à prova de cyberbullying”. Com uma temática de extrema importância, ficou clara a necessidade de trabalhar a sensibilização e capacitação de crianças, jovens e adultos, promovendo a empatia, a tolerância e a aceitação quer em casa, quer na escola. A CPCJ de Sabrosa e o CLDS 4G Sabrosa agradecem à Appacdm Sabrosa (entidade promotora do CLDS 4G Sabrosa), ao Município de Sabrosa, ao Agrupamento de Escolas Miguel Torga (Escola E.B. 2,3/S Miguel Torga - Sabrosa), ao Espaço Miguel Torga, a todos os oradores e entidade que representam (UTAD, APAV | Associação Portuguesa de Apoio à Vítima, DIC – PJ de Vila Real e No Bully) e a todos os participantes do Seminário.
Concelho de Sabrosa comemorou 185 anos de existência a 6 de novembro O Município de Sabrosa assinalou no passado sábado, dia 6 de novembro, o seu 185.º aniversário e as comemorações, que decorreram no final da tarde no Auditório Municipal, tiveram como pontos altos da sessão as intervenções oficiais da presidente da Câmara Municipal, Helena Lapa, da presidente da Assembleia Municipal, Fátima Fernandes, e do cantar de parabéns ao município pelos presentes. No início do programa, os presentes tiveram ainda oportunidade de visitar a exposição “Sabrosa Antiga” e de assistir à exibição de um filme promocional do concelho de Sabrosa. No fim da sessão, foi ainda possível assistir a um espetáculo musical na Biblioteca do CEISDTAD.
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Sabrosa
Prémios Municipais de Mérito Escolar 2021 Atribuídos aos Melhores Alunos do Concelho Os melhores alunos a estudar no concelho de Sabrosa até ao 12.º ano de escolaridade foram novamente distinguidos pela Câmara Municipal de Sabrosa através da atribuição dos Prémios Municipais de Mérito Escolar. Estas atribuições aconteceram na Gala do Dia do Diploma, organizada pelo Agrupamento de Escolas Miguel Torga - Sabrosa, na passada sexta-feira, 19 de novembro, na Escola EB 2,3/S Miguel Torga de Sabrosa. A cerimónia contou com a presença da presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Maria Helena Marques Pinto da Lapa, que aproveitou o momento para “dar os parabéns a todos os alunos, enaltecer a satisfação com que estes prémios são atribuídos, destacando a excelência dos alunos, mas também o trabalho, esforço e dedicação de toda a comunidade escolar”, afirmando ainda que “a educação será uma das principais preocu-
pações e prioridades para este novo executivo”. Os prémios entregues no ano de 2021 destacaram o mérito do melhor aluno de cada um dos cursos disponíveis para o ensino secundário, atribuindo ao melhor aluno de Ciências o Prémio Fernão de Magalhães, ao de letras o prémio Miguel Torga, e um prémio idêntico ao melhor aluno do ensino profissional. A cada um destes alunos foi entregue um voucher no valor de quinhentos euros. Foram ainda premiados, com Vales Oferta, setenta e quatro alunos, que mais se destacaram no último ano dos primeiro, segundo e terceiro ciclos de escolaridade. Com esta política, o município visa motivar os jovens no seu desenvolvimento pessoal e social, tornando ao mesmo tempo Sabrosa como um território cada vez mais atrativo para as famílias.
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VIVADOURO NOVEMBRO 2021
ENTREVISTA não funcionar assim. Essa minha experiência emigrante, com 17 anos, foi perceber que a vida é sobretudo aventura.
VIRGÍLIO CASTELO: “A vida é viver em insegurança e não procurar viver em segurança” Texto: André Rubim Rangel
Comecemos pelo que fez antes de se tornar ator, apresentador e autor/encenador. O que de melhor recorda da carreira de modelo e da ida para o Conservatório? O que recordo com mais interesse é aquilo que era novidade. Ou seja, sou fascinado por tudo o que não conheço. Fiz muito poucos desfiles, entre os meus 19 e 21 anos, mas fiz muitos filmes de publicidade. E a ideia de fazê-lo em sítios diferentes, com histórias diferentes e com personagens diferentes foi algo que sempre me entusiasmou imenso. Quanto à entrada para o Conservatório foi mais sui generis, depois de já ser profissional. Como entrei no teatro por acaso em 1974 e não sabia se era para continuar, entrei no Conservatório em 1978 para ver como seria o futuro e aí percebi que era o teatro. E o que aprendeu no Conservatório e a que se deveu serem ambas tão passageiras? O mesmo que aprendi quando comecei no teatro de revista, onde se representa aquilo que chamamos de “bonecos”, que têm que ter um impacto imediato e em muito pouco tempo. O que os professores me diziam lá
é que eu não interpretava as personagens mas o resultado que queria que as personagens tivessem. O que aprendia era mostrar ao público todas as situações emocionais pelas quais a personagem passava. Isso foi, de facto, algo que me moldou em termos de profissão para o resto da vida – como ator sou muito isso. Depois de escriturário nas Finanças foi emigrante em Paris, tanto nas obras do aeroporto como rececionista num Hotel. É algo de que se orgulhe? O que assimilou em si com tais variadas experiências? Foi uma experiência de 9 meses e não de dois anos, como aparece na internet. Foi uma experiência enorme que transformou a minha vida, porque hoje o Portugal que temos é felizmente muito diferente do que tínhamos em 1970, quando fui para França. Era um Portugal muito fechado, provinciano, muito pouco cosmopolita. Logo a atração pelo que era novo, do estrangeiro, da vida como movimento existia pouco: a vida era muito parada em Portugal. Assim, viver nesse ritmo com toda a novidade e adversidade que a vida tem para mim foi muito importante. Acho que um problema que Portugal ainda tem é as pessoas não assumirem que a vida é movimento. E não muito paragens, como cá, em que as pessoas acham que podem controlar tudo e ter uma vida previsível, que se desenrola em determinadas etapas. E que é um problema, se
Quanto ao aspeto da emigração, e já que vivemos – como diz – num Portugal melhor, que análise faz da atual situação de milhões de portugueses que vivem pelo mundo? Por que não regressam? Nós temos um problema em Portugal, relacionado com uma análise mais política, que surgiu há uns 500 anos com a morte do rei D. João II. Até aí havia um Portugal corajoso, aventureiro, que não tinha medo, que arriscava. Com o rei seguinte, D. Manuel I, aparece o Portugal das rendas, dos rentistas, e o domínio dos Braganças. Nessa altura já se discutia se devíamos continuar a viver a aventura ou começar a viver dos rendimentos da aventura. O que valeu foi viver dos rendimentos. Isso faz com que, 500 anos depois, continue em Portugal uma espécie de vontade em haver rendas. As rendas dos pobres são os subsídios. As rendas dos ricos são os negócios cruzados. O Estado mantém esta maneira de viver que foi inaugurada nessa época e não com o Estado Novo ou com as lutas liberais! Para mim, D. Manuel I foi dos piores reis da História nacional porque inicia, precisamente, o direito à preguiça em Portugal. Ao regressar a Portugal no pós-25 de Abril, cofundou o Grupo de Teatro Adoque com outras notáveis figuras. Porquê o teatro ser a paixão da sua vida? Tendo sido surgido ele por acaso… Tem a ver com o que falava antes: a questão da aventura e do acaso. O acaso na minha vida é algo que está sempre a acontecer. E eu habituei-me a isso. Porque a vida é viver em insegurança e não procurar viver em segurança. A própria segurança não existe. É uma espécie de emanação do inseguro. Devemos aprender não a segurar a vida, mas como se pode levar a vida através da insegurança que ela tem! É o que ensino às minhas filhas e acho que continua a ser o mais importante. O teatro ajudou-me a viver assim. O ator é alguém que tem um tempo curto para dar o máximo de si, para depois voltarem a chamá-lo para este ou aquele papel. Nunca sabemos o que vai acontecer a seguir. Quando correm bem, e temos capacidade para isso, voltamos a ser chamados. Há que viver permanentemente à espera do desconhecido. E três anos depois regressou a França para se diplomar em Artes Dramáticas na Universidade de Estrasburgo. Sempre pôs em prática e ensina sempre aquilo que lá aprendeu? Sim. A formação feita pelos franceses é muito cartesiana, muito racionalista. E para um ator isso é essencial. Uma das coisas que aprendi lá, dito por um professor e que considero muito significativa, foi: “um ator tem a obrigação de assegurar uma personagem. E, depois, de vez em quando, os deuses descem e somos bons”. É preciso saber lidar com o que não conseguimos dominar. Mais do que ser ator tem sido um dos mais reputados diretores de atores, con-
tando no seu CV com a direção de várias séries e telenovelas. Como é lidar e orientar atores tão distintos, de estilos e gerações diferentes? É muito apaixonante. É das coisas que mais gostei de fazer. Tenho tido uma carreira muito rica e variada e estou muito agradecido por isso! E não é só orientá-los, mas também ter descoberto em castings novas atrizes e atores, quando dirigia a NBP, com aquelas primeiras telenovelas da TVI, entre anos 90 e primeiros anos de 2000. Foi uma fase muito bonita. Tentei dirigi-los não fazendo aquilo que eu faria como ator, mas ver neles – na gama que cada um/a tem – como seriam eficazes em servir aquela personagem. Pois, como diz e bem o Ruy de Carvalho, “importa servir a personagem e não servir-se da personagem”. Assim como dirige e encena várias pessoas e situações, se tivesse de o fazer numa missão de governação do país, mesmo que curta, como seria e o que mudaria? Voltaria um pouco lá atrás e ao D. João II. Quando olhamos para a nossa vida – tenhamos 20, 40 ou 60 anos – e refletimos sobre ela, se formos honestos connosco próprios chegamos à conclusão que todos os períodos de crescimento se deram a seguir a roturas. Ou seja, não se cresce em compromisso, tem de se crescer em rotura. A vida é isso. Não é procurarmos desculpas, mas partir para etapas novas. Portanto, diria que não há maneiras seguras de viver, seja em que sector for: todos temos de dar o litro, não há outra hipótese. E temos de arriscar! Um dos grandes problemas dos Portugueses é a falta de motivação para arriscar. Esse seria o meu programa político, se tivesse essa tal missão a que me desafiou. A questão não foi inocente: no seu ingresso literário escreveu «O Último Navegador» (em 2008), aludindo a um novo Portugal, onde nascia uma monarquia moderna. Desejaria o regresso a esse cenário e porquê? Sim, porque acho que a monarquia é o sistema político que mais se adequa aos Portugueses. Eles são o povo mais individualista do mundo. Nós temos muito pouco de coletivo. As instituições coletivas em Portugal não funcionam. Basta ir às províncias! Nas grandes cidades ainda funciona qualquer coisa. E não há mal nenhum nesse modo de ser individualista, antes pelo contrário. A maneira como Viriato se tornou o chefe das tropas portuguesas, para combater os romanos, foi por eleição. Ou seja, a nossa forma de atuação tem a ver com o mérito. A monarquia é o único sistema em que o mérito individual pode ser reconhecido. E a do Reino Unido é a que me parece mais acertado com a modernidade, em que são distinguidos como cavaleiros da rainha os méritos individuais. Na República, ninguém dá por eles. Mesmo do ponto de vista psicológico é muito importante. Passados quatro anos ninguém sabe sobre a vida do filho dum Presidente, ao contrário dum príncipe ou princesa que acompanhamos sempre, toda a vida.
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ENTREVISTA A propósito da peça de sua autoria «O Homem da Amália», que esteve em exibição e que retratou os encontros e desencontros amorosos, foi a sua forma de tributo à maior fadista de sempre? Sim, foi a minha homenagem à Amália. Ela é mais do que uma fadista, do que uma diva, do que uma cantora. Tem qualquer coisa de especial, de único. Fez com que durante a vida dela, e mesmo passados 22 anos da sua morte, ela continua a ter uma influência misteriosa na nossa maneira de ser. Não sei explicar as razões, mas ela ter ido para o Panteão Nacional é porque mexe com o nosso imaginário, com qualquer coisa de mais profundo. Eu não a conheci pessoalmente e fiquei sempre com essa nostalgia. Mas o que quis fazer, e que surgiu no 1.º confinamento e aquando o seu centenário de nascimento, é a minha maneira de gostar da Amália e da pena de não a ter conhecido. Então inventei este homem que conta um pouco a história da Amália. Numa entrevista recente disse que a Amália Rodrigues “tornava simples e claro aquilo que a nós é complexo e obscuro”. O que tinha ela de diferente para conseguir tal? Onde estava a força desse poder? Não sei explicar. Isso é uma citação da peça e outra expressão que digo dela é que tinha uma espécie de “aristocracia da raça”. É algo muito especial: havia nela uma nobreza sem altivez. Sendo simples e sendo tão direta e tão genuína, havia algo de superior natural nela. Depois, há a própria vida dela, que modificou imenso e tudo o que ela conseguiu. O facto de ela ter a 4.ª classe e falar aquelas línguas todas e escrever daquela maneira. Tudo isso é um exemplo de esforço, de dedicação. Todos os Portugueses podiam ser a Amália se trabalhassem o su-
ficiente por isso! Ela é um exemplo daquilo que podemos alcançar de melhor. Dá importância à aparência e cuida dela? Já que nos faz parecer o George Clooney português… (risos) O cuidado que tenho é em termos de saúde. Habituei-me, desde muito cedo, a não jantar por causa dos espetáculos. Ao fim de quase 50 anos deste trabalho praticamente não janto e isso dá-me esta forma física. Também sempre bebi muita água e faço exercício, dado que tenho um pouco de colesterol e não quero tomar medicamentos. Voltando-nos para o Douro, não são apenas o vinho e as paisagens que sobressaem nesta região. Sabia que a «Castanha Martaínha» de Penedono, Sernancelhe e Carrazeda de Montenegro é considerada da melhor do mundo? Gosta deste fruto e o que lhe apraz dizer sobre isto? Isto que me fala é muito interessante! Há várias coisas em Portugal que são das melhores do mundo e nós não sabemos. Isso só mostra aquilo que dizia antes: é na individualidade – porque não são as castanhas de todo o país eleitas como essas que refere – e nesse lado da individualização das coisas que importa. Se formos para Norte, e numa série de sítios, encontramos determinados produtos que só ali. Acho isso fantástico. Portugal, mesmo geologicamente, é uma espécie de joia do planeta, porque aqui em Portugal temos de tudo, mas em escala muito pequena. Em lado nenhum não há esta variação de paisagem que temos em 900km de extensão! Noutros países é em milhares de quilómetros. Portanto, esse lado do Douro que não conheço bem, leva-me a dizer que sempre que vou à região
– que não só pela paisagem e pela gastronomia – é um prazer enorme reconhecer que ainda há uma série de coisas que estão preservadas. Não foram abrutalhadas pelos grandes negócios nem pela grande especulação. Nós encontramos aldeias, vilas e cidades com um grau de preservação enorme. Depois há o aspeto do rio, desde que surgiu esta questão da navegabilidade: todas aquelas margens, as casas e hotéis. É das paisagens mais bonitas do mundo! Através dum fruto faz-se e repete-se a tradição da festa e do convívio popular com o magusto. Como acontece no verão com a cereja, também no Douro… Exatamente, há essa vertente. Aliás, a Amália não sabia a data ao certo do seu nascimento, por isso ela dizia que tinha nascido no tempo das cerejas. É muito engraçado (risos). Lanço-lhe outro desafio: como produtor e encenador, por que não realizar uma película sobre o Douro atual, mais do que tê-lo como fundo? Julgo que o Douro continuar a ter uma grande importância na ficção nacional. Mas a questão do natural paisagístico não pode substituir o aspeto documental. Ou seja, não faz sentido mostrar o Douro pelo Douro, mas encontrar histórias que retratem as realidades das gentes durienses, mesmo que a região esteja como pano de fundo. Mas isso está muito presente nos filmes de Manoel de Oliveira e nos romances de Agustina Bessa-Luís. E não só! Por enquanto, não sinto esse bichinho para fazer algo sobre o Douro, mas quem sabe – quando começar a minha digressão no Douro, com a peça «O Homem da Amália» em 2022 – apareça a inspiração. Onde já fui muitas vezes foi ao Peso da Régua e aí encontro aquelas escarpas e os rio a serpentear. Até agora não me suscitou essas histórias, mas poderão surgir. Ora a temática que preocupa deveras o mundo é a questão climática e o não compromisso devido, a nível mundial, em salvar o planeta. Que anseios e receios tem sobre ela? Aí tenho de falar sobre algo que é politicamente incorreto. Acho que não há maneira de se fazer a transição climática sem se pagar. Isto de se mudar para carros elétricos, para matérias-primas que não sejam poluentes, para construção de casas que não gastem muita energia, tudo isto custa muito dinheiro! A primeira coisa que as pessoas todas devem ter noção é que precisamos de fazer essa transição, senão o planeta morre. Mas, para isso, não é possível fazermo-lo sem perdermos coisas! Nós temos de perder maneiras de viver como temos atualmente, porque achamos que temos direito e que foi uma conquista. Porém, se continuarmos a pensar assim não vai haver possibilidade de transição. Para não poluirmos tanto, temos de trazer menos carros para dentro das cidades! A única solução é organizarmo-nos. Doutro modo, não resolvemos o problema. Outro exemplo é por exemplo a produção de carne: está provado que é das que mais polui o planeta. Nós não
precisamos de comer tanta carne: qual é o problema de reduzir o consumo? E o oxigénio do planeta? Se continuarmos assim não há Cimeira de Glasgow que resolva o problema! Esta questão faz-me lembrar uma peça em que contracenou: «As Raposas». Há também muitas pessoas matreiras e sedentas de poder, que não só nestas áreas ambientais? Quem são para si? Uma das coisas que aprendi, em quase 70 anos de vida, é como diziam os romanos: “no meio é que está a vírgula”. Ou seja, ou acho que a ambição e a esperteza que atribuímos às raposas, se excessivas, são defeitos. Mas se as usarmos em parcimónia são positivas. Tudo na vida, se for usado na virtude do meio não há problema. Não importa haver muitas raposas desde que não nos transformemos em galinhas! O que é preciso é que tenhamos arame suficientemente forte para as raposas não saltarem para o galinheiro. Pois não vamos deixar de ter raposas. Haverá sempre gente, neste e no próximo mundo, que é mais inteligente do que nós, mais forte, mais capaz. Nós não somos todos iguais: pensar assim parece-me uma utopia ingénua. Existirá sempre o predador. Temos de arranjar maneira de defender o mais fraco, tendo leis melhores e estruturas mais fortes. Temos de dar capacidade aos fracos para se defenderem dos fortes! O que faria a todas essas “raposas” humanas desta vida que aguçam a sua avidez para o mal? E como faria para transformá-las e amansá-las? Acho que é muito simples: das mais simples que há! Mesmo as raposas mais ambiciosas e mais gananciosas têm um momento da vida delas em que percebem que há um lobo que as vêm comer. Ou seja, na hierarquia da predação, há sempre um animal mais forte do que nós. Quem prejudica acabará por ser, também, prejudicado. A vida aí, ou Deus, encarrega-nos sempre de nos pôr no respetivo lugar, porque a vida sabe sempre mais do que nós. Um dia a raposa estará distraída e o lobo aparecerá para acabar com ela… Ao concluirmos a entrevista, desafio-o a uma mensagem inspiradora e original, que sirva de alento e fomento a todas as pessoas boas e de bem… Já que falámos numa região, que é o Douro, vou pegar na origem do nome. Assim se chama porque para as primeiras pessoas que viram o rio ele tinha um aspeto dourado e a forma do reflexo seria de tal maneira brilhante que as pessoas sempre associaram o ouro às coisas boas da vida. Portanto, a minha mensagem é que todos nós – Portugueses, em geral, e Durienses, em particular – olhássemos para dentro do sol que há em todos nós, para o nosso dourado. E é esse lado que nos torna melhores! É assim que transmitimos aos outros calor, brilho e alegria, em vez de ficarmos fechados em nós próprios, com todas as tristezas, inseguranças e negruras da vida – que temos de deixar. Habituemo-nos a projetar o lado brilhante que ouro e o Douro em nós refletem.
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Eleições no PSD:
A visão dos coordenadores de Rio e Rangel no distrito de Vila Real André Marques
Coordenador de candidatura de Rui Rio no Distrito de Vila Real Apoio convictamente Rui Rio! O momento de exceção que o país atravessa, exige de quem exerce militância no PSD um sentido de responsabilidade individual e livre, mais apurado que nunca. Acresce a esta minha convicção pessoal a de cumprir com o desafio que me foi endereçado, desempenhar a coordenação da candidatura do Rui Rio no Distrito de Vila Real. Quero desde já ressalvar que esta minha decisão é toda ela imbuída de um espírito democrático e unicamente construtivo. A decisão que temos pela frente em primeira instância nas eleições diretas do PSD, é a escolha do candidato a Primeiro-Ministro de Portugal. Estamos perante umas eleições muito particulares, com relevante importância de salvaguardarmos ambos os candidatos aos olhos do País, acima de tudo. Quero desde já frisar, que tanto Rui Rio como Paulo Rangel, são quadros de excelência do PSD e ambos têm um contributo importante para dar ao País. Não está em causa as capacidades individuais de cada um deles, mas sim uma análise pragmática do contexto político atual, que julgo ser manifestamente favorável a Rui Rio, que considero reunir as melhores condições para liderar um projeto reformista e estável que o País tanto necessita. Um dos fatores determinantes para a minha tomada de decisão, enquanto militante, prende-se por não rejeitar as evidências emanadas pelas pessoas que me rodeiam, fora do circuito partidário, que recai vincadamente sobre Rui Rio como sendo a melhor solução para liderar o PSD nas Legislativas 2022. Permitam-me sugerir o seguinte exercício que eu próprio fiz: questionem fora do partido os vossos familiares e amigos e interpretem a sua mensagem. Julgo que terão a mesma perceção que eu. Perante isso, é nossa responsabilidade enquanto militantes, cumprir internamente com essa visão emitida pela sociedade civil e do comum eleitor. Só assim, estaremos a prestar um bom serviço ao País. O quadro político dos últimos anos, teve uma frente de esquerda como nunca houve na história do País, há hoje a plena noção de que esta frente nasceu por si e só
morreria por si própria. Quero com isto dizer que é injustificado e injusto apontarem o dedo à ineficácia da oposição, pois é evidente que quanto mais atacada esta frente fosse, mais esta se unia, havendo um contexto de defesa permanente que acabaria por fortalece-los. Há que reconhecer que o combate e queda da apelidada “geringonça” não é algo que vem nos livros (como fazer oposição), pois não há histórico comparativo. Este é um fator relevante! Tenho sérias dúvidas que caso tivesse havido uma oposição mais agressiva, com um tom de voz mais elevado, agarrada a pequenas tricas e alicerçada na espuma dos dias, hoje o PSD não teria o enquadramento de ser a garantia de estabilidade na possível geometria parlamentar, que possa advir do resultado da legislativas 2022. Importa também salientar que, algumas críticas internas de que o PSD não tem matéria e visão para apresentar ao País, é uma inverdade. O PSD tem uma visão para o País, existe um extenso e robusto trabalho de auscultação desde da base do partido com envolvência da sociedade civil, realizado através do CEN - Conselho Estratégico Nacional. O CEN é uma estrutura de trabalho interno que envolveu milhares de pessoas, nos seus diversos quadrantes e setores, e essa visão será certamente plasmada na estratégia programática que Rui Rio apresentará ao País. O grau de legitimidade programática que Rui Rio tem, proveniente do CEN, é correspondente à dimensão reformista e avanço estrutural que o País necessita. Disso, não tenhamos dúvidas. Temos pela frente uma decisão com enorme impacto na vida das pessoas, temos uma gigantesca responsabilidade para com o futuro do país, e não podemos correr o risco de sermos incompreendidos pelos Portugueses ao entrarmos em “experimentalismos” a dois meses de eleições legislativas. As opções são duas, optar pela convicção individual de cada militante ou pelo tacticismo partidário. É precisamente neste ponto que se pode ou não dar início à vitória das legislativas 2022. Se o PSD optar pela convicção da base pode ambicionar a vitória, se optar por tacticismos e estratégias de longo prazo, poderá incorrer num vazio muito complexo. Quero por último apelar à serenidade e à mobilização, o País necessita de nós. Acreditem, o país necessita de um líder reformista.
Rafael Feliciano
Coordenador de candidatura de Paulo Rangel no Distrito de Vila Real Há cerca de quatro anos foi prometido aos militantes do PSD e aos portugueses um banho de ética política. No entanto, assistimos a quatro anos de seca reiterada de oposição ao Governo; uma aridez de oposição assertiva e tempestiva, além de uma esterilidade de verdadeiras propostas alternativas à governação socialista. Nos últimos quatro anos, o PSD esteve acasernado num discurso político ao centro e em momento algum se vislumbrou a possibilidade de virmos a ganhar eleições legislativas. Não vai há muito tempo, ouvimos dizer que o objectivo estratégico do PSD deveria ser resgatar o Governo da extrema-esquerda. Entendo que o PSD não deve ter como estratégia resgatar o Governo da extrema-esquerda. O PSD deve ter como estratégia política resgatar e libertar os portugueses dos grilhões ideológicos da extrema-esquerda e do PS e, em consequência, alcançar a governação de Portugal. É consensual dizer-se que as eleições se ganham no centro político. Não sou politólogo, sociólogo, nem analista político. Não obstante, parece-me que as eleições legislativas não se ganham com um discurso focado, exclusivamente, no centro político e dirigido, apenas, a um determinado segmento sociológico da sociedade. Mas uma coisa eu tenho a certeza! As eleições legislativas ganham-se com um discurso político dirigido a todos os portugueses, sem excepção! As eleições legislativas ganham-se com propostas bem fundamentadas, sérias, concretas e exequíveis dirigidas a todos os portugueses. Nas últimas eleições legislativas assistimos a uma transferência de voto desde a extrema-esquerda até à direita radical. Uma das lições que podemos tirar desta volatilidade de voto é que é possível atrair todos os portugueses a votarem no PSD, desde que tenhamos um programa político em consonância com as nossas bases programáticas e abrangendo as legítimas expectativas da maioria dos portugueses. E é nesta maioria dos portugueses, desde o centro-esquerda (moderada) ao centro-direita e direita moderada a quem o PSD deve dirigir-se no seu discurso político.
É nesta pluralidade abrangente de portugueses que deve consistir a base sociológica de apoio político-partidário do PSD de forma a conseguirmos uma maioria parlamentar confortável e governarmos sem os condicionalismos ou amarras dos partidos extremados. O PSD precisa de um líder galvanizador, um líder que agregue as várias sensibilidades do partido e, essencialmente, um líder que saiba ouvir os militantes e as estruturas locais. E é, também, por defender este tipo de posicionamento político e estratégico do PSD, além da sua determinação em ganhar as eleições legislativas, que eu apoio, convictamente, a candidatura de Paulo Rangel à liderança do PSD. Apoio Paulo Rangel porque, também, defende uma sociedade menos estatizada e mais liberalizadora. Nos últimos seis anos assistimos a um aumento da estatização de vários sectores da sociedade, nomeadamente no domínio da educação e da saúde com a consequente degradação qualitativa. Não podemos continuar a ter uma visão maniqueísta entre o sector público e o sector privado. É necessário recriar e reformular o modelo de complementaridade entre o Estado e o sector privado numa relação simbiótica e mutualista em que ambas as partes partilham os mesmos riscos e ganhos de forma equitativa. Apoio a candidatura de Paulo Rangel por defender que os problemas essenciais da Justiça não estão ao nível dos órgãos superiores, mas ao nível da celeridade processual devido, sobretudo, à falta de meios instrumentais e recursos humanos. Há muitos anos acompanho com regularidade quase diária a actividade política portuguesa. Acompanho o percurso de vários protagonistas políticos. E há muitos anos que acompanho o percurso político de Paulo Rangel. Paulo Rangel é portador de um discurso de esperança; defende a criação de riqueza como impulsionador da mobilidade e ascensão social; faz uma aposta na digitalização dos serviços do estado e do sector empresarial; invoca o legado do PSD na defesa do ambiente, devendo ser uma das suas bandeiras políticas. Por tudo que tem afirmado e escrito ao longo dos muitos anos que está na política activa, tenho a convicção que Paulo Rangel está muito bem preparado para ser a melhor alternativa na liderança do PSD. E tenho, também, a convicção que Paulo Rangel é possuidor de um pensamento político bem estruturado e sólido para ser o futuro Primeiro-ministro de Portugal.
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Freixo de Espada à Cinta
Ensino secundário será realidade já em 2022 Foi uma promessa de campanha do atual autarca Nuno Ferreira que, segundo o mesmo confirmou em exclusivo ao nosso jornal, será uma realidade já a partir do próximo ano.
De acordo com o autarca, os contactos com vista a que esta fosse uma realidade em Freixo de Espada à Cinta “começaram mesmo antes das eleições”. A oferta no concelho será baseada no ensino profissional estando desde já assegurados quatro cursos, todos eles com relevo não só no concelho trasmontano mas em toda a região onde está inserido. “A partir do próximo ano, em 2022, em parceria com o IEFP, vamos arrancar com quatro cursos de ensino profissional, que darão resposta às necessidades identificadas no território. É neste sentido que estamos a trabalhar, não só prometer mas fazer o que
foi prometido. Para nós, executivo, a campanha é feita todos os dias em prol dos nossos munícipes. A partir de agora os nossos alunos já não serão obrigados a deixar o seu concelho ao chegar ao 10º ano. Através do ensino profissional, graças ao atual Governo, os alunos poderão ainda prosseguir estudos para a universi-
dade, por isso há aqui uma oportunidade que temos de aproveitar. No próximo ano teremos mais novidades sobre este assunto mas para já fica a certeza que esta será a nova realidade de Freixo de Espada à Cinta”. Ainda de acordo com as informações dadas por Nuno Ferreira, uma das
áreas de formação será ligada à viticultura e outra ao turismo. “As restantes ficam por agora em segredo, na certeza porém que estarão sempre aliadas àquilo que são as necessidades do nosso território, não só do nosso concelho mas do distrito e da região, podendo assim também atrair jovens que se fixem aqui”.
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VIVADOURO NOVEMBRO 2021
Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
É possível unir na diversidade! Há um cenário político que atrai grande parte das nossas atenções. As eleições legislativas do próximo 30 de janeiro. O país vai fazer opções. Essas opções marcarão fortemente o futuro coletivo. O principal partido da oposição está ainda em processo de escolha de quem será o seu candidato a Primeiro Ministro. Ou seja, o PSD está em eleições primárias. Uma circunstância incomum. Mas que teremos que olhar com otimismo. O PSD irá optar por um candidato emergente, ou por um candidato experiente? Todos os experimentalismos em cima do acontecimento são perigosos e podem defraudar as legítimas expectativas do PSD voltar a governar. Na região há uma salutar convivência entre to-
Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I
Semana Mundial dos Antibióticos
A Semana Mundial dos Antibióticos (13 a 19 de novembro) é uma iniciativa da Organização Mundial da Saúde (OMS), e engloba o Dia Europeu dos Antibióticos, que é uma iniciativa do Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças (European Centre for Disease Prevention and Control, ECDC). O Dia Europeu dos Antibióticos e a Semana Mundial dos Antibióticos têm por objetivo sensibilizar para a utilização correta dos antibióticos, que é uma responsabilidade de todos, cidadãos e profissionais de saúde envolvidos na sua prescrição e distribuição, a nível humano e animal, contribuindo para a diminuição da resistência das bactérias aos antibióticos. A resistência aos antimicrobianos constitui um assunto central da agenda política dos principais países e da própria OMS. Se nada for feito, estima-se que em 2050 morram 10 milhões de pessoas em todo o Mundo com infeções causadas por bactérias resistentes. Nos últimos anos o aumento da resistência aos antibióticos é um importante problema de Saúde Pública. A resistência aos antibióticos tem diversas causas conhecidas; contudo, o uso inadequado e a utilização excessiva de antibióticos parece ser um dos fatores que mais contribui para este problema. É absolutamente prioritário o cumprimento de boas práticas de prevenção e controlo da infeção. A evidência do uso excessivo e inadequado dos antibióticos justifica a necessidade de monitorizar
dos independentemente de quem apoiam. E isso é digno de registo. A liberdade assenta na responsabilidade. Todos serão consequentes e saberão ler os resultados. Depois disso, o horizonte será 30 de janeiro de 2022. Portugal precisa dos dois principais partidos, com um projeto claro e mensagens consistentes. A governabilidade é tão importante para os desígnios coletivos, como o pão para a boca de cada um dos cidadãos. As dialéticas políticas são a vida da democracia. Saibamos nunca esquecer de quem deve ser sempre o centro de todas as decisões, Portugal e os portugueses. No nosso caso concreto, neste grande Douro, desejamos, serenamente, a participação de muitos para vincarmos as ambições de todos. Queremos representantes que permaneçam e não desapareçam logo a seguir às eleições. Precisamos de quem, ancorados nos projetos e propósitos dos municípios e dos seus líderes, saibam interpretar e promover a região, lutando, sem estratégias pessoais, nessa afirmação sempre por todos desejada e manifestada. Seguindo-se o excelente exemplo da CIM Douro, na diversidade é possível convergir. Pelo Grande Douro! Por Portugal!
os padrões de utilização destes medicamentos. Os anti-infeciosos e os antibióticos, representaram entre 2016 e 2019, no ambulatório da Administração Regional de Saúde do Norte (ARSN), respetivamente cerca de 6% e 5% do total de medicamentos dispensados. Os antibióticos representaram ao longo do período em análise, mais de 80% do total de medicamentos anti-infeciosos dispensados, no ambulatório da ARSN. Em Portugal, nos primeiros nove meses do ano 2020, a média de embalagens de antibióticos dispensada nas farmácias, passou de 17,46 (DHD= DDD/1000 habitantes/dia) para 13,97 DHD. Portugal, continua a apresentar valores elevados de consumo de antibióticos, quando comparado com alguns países da Europa, embora sobreponíveis ao valor médio dos países que integram o projeto Vigilância Europeia do Consumo de Antimicrobianos (European Surveillance of Antimicrobial Consumption - ESAC). As penicilinas, que representaram 47,6 % dos antibióticos consumidos no ambulatório da região norte, foram os antimicrobianos mais prescritos em todos os países da europa. A higiene adequada das mãos é, de forma muito clara, a ação mais eficaz para impedir a propagação da infeção. Evita até 50% das infeções evitáveis adquiridas durante a prestação de cuidados de saúde. Mas também previne as infeções transmissíveis na comunidade, como a gripe, outras infeções respiratórias, diarreias infeciosas, entre outras. A estratégia de melhoria multimodal da higiene das mãos da OMS à qual Portugal aderiu desde 2008, provou ser altamente eficaz, levando a uma redução nas infeções associadas aos cuidados de saúde (IACS). As principais mensagens da OMS são: HIGIENE DAS MÃOS: segundos que salvam vidas – porque é uma das ações mais simples e eficaz na redução das infeções, é um gesto rápido que salva vidas reduzindo a morbimortalidade associada às infeções. QUEM SALVA VIDAS: Todos: trata-se, realmente, de uma responsabilidade partilhada por todos no seu dia-a-dia pessoal e profissional.
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Protetor solar nas vinhas pode ser solução contra alterações climáticas Folhas da videira com protetor solar é uma das soluções encontradas por investigadores para ultrapassar o efeito do aumento da temperatura nas vinhas, afirma João Santos, professor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). "A curto prazo, a aplicação de protetores solares nas folhas da videira, o uso recorrente à irrigação, o controlo de pestes, a poda e a aplicação de redes de proteção solar são soluções que podem ajudar a combater os efeitos das alterações climáticas na viticultura", referiu o investigador. João Santos é coordenador do projeto europeu Clim4Vitis, um projeto que procura reforçar a capacidade
de atuação da UTAD no estudo da viticultura. O investigador partilha as mesmas preocupações de Carlos Lopes e alertou que, se houver "uvas com menor qualidade no futuro, isso vai ser muito mau para os viticultores". O aumento da temperatura e o aquecimento do planeta têm provocado mutações no processo de recolha das uvas e na sua transformação para o produto final, "sobretudo nos últimos 20 anos", referiu Carlos Lopes, professor no Instituto Superior de Agronomia de Lisboa (ISA) e um dos investigadores responsáveis pelo estudo do impacto das alterações climáticas na viticultura. As vindimas começam cada vez mais cedo devido ao calor e, em consequência, "as uvas ganham açúcar mais rápido e ficam aptas a vindimar", mas a maturação fenólica, ponto em que a planta atingiu a maturidade reprodutiva, não fica completa, disse Carlos Lopes à Lusa.
"Cada vez mais precisamos de adicionar água à viticultura, o que é um problema porque a água também é um recurso natural", salientou Carlos Lopes. O "projeto no âmbito da ação climática", ainda sem nome oficial, está a ser desenvolvido em conjunto com outros investigadores com o objetivo de traçar o futuro da viticultura. De acordo com os especialistas,
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Vila Real
como consequências do aumento da temperatura decorrente das alterações climáticas pode registar-se um aumento de pestes como a cigarrinha verde, uvas com menor qualidade (uma vez que a composição química dos bagos é alterada), tipicidade do vinho diferente, quebras na produção e menor retorno financeiro para as empresas e produtores.
UTAD recebe a primeira Residência em Microbiologia Veterinária do País Será já no início de 2022 que a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) receberá a primeira aluna para a obtenção do título de Especialista Europeia em Microbiologia Veterinária em Portugal. O Laboratório de Microbiologia Médica da UTAD, que foi o primeiro Approved Training Centre do Colégio Europeu de Microbiologia Veterinária (ECVM) em Portugal, é dirigido pela Professora Catedrática Patrícia Poeta, investigadora e coordenadora do Grupo de Microbiologia e Resistência a Antibióticos – MicroART. O ECVM é uma prestigiada instituição europeia constituída por mé-
dicos veterinários com formação altamente diferenciada na área da Microbiologia, cuja missão é contribuir significativamente para a manutenção e melhoria da qualidade dos especialistas em todos os países europeus, garantindo que a Microbiologia Veterinária se eleve ao mais alto nível e assim melhorando os serviços médico-veterinários prestados aos concidadãos. Vanessa Silva é a primeira candidata portuguesa cujo programa de residência alternativo foi aprovado pelo ECVM. A médica veterinária, mestre pelo Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto (ICBAS-UP) tem, desde que terminou o curso, desenvolvido a sua atividade profissional na área do diagnóstico clínico em microbiologia veterinária. O programa de residência alternativo, que terá uma forte componente na One Health, decorrerá em
três instituições – o Laboratório de Microbiologia Médica da UTAD, o Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto e o Laboratório Clínico Veterinário CEDIVET, um dos maiores laboratórios de diagnóstico clínico veterinário privado em Portugal.
O programa decorrerá sob a direção e supervisão da Professora Patrícia Poeta e contará ainda com o apoio de outros dois diplomados portugueses membros do ECVM, os Professores Ana Cláudia Coelho (UTAD) e João Mesquita (ICBAS-UP).
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Vila Real
Vencedores do FIIN 2021 conhecidos em gala online Foi novamente no formato online, devido às restrições provocadas pela pandemia Covid-19, que decorreu a Gala FIIN’ALL, onde foram revelados os vencedores das diferentes categorias do festival deste ano. O Festival Internacional de Imagem de Natureza é dedicado ao tema do Ambiente, património natural e da Biodiversidade. Através de várias vertentes artísticas, incentiva, sensibiliza, alerta consciências e capta os olhares (mesmo daqueles mais desatentos), para questões ambientais e a implicação da ação do Homem na nossa saúde pública, colocando na linha da frente o debate sobre a sustentabilidade do nosso Planeta. Até hoje, o FIIN já premiou dezenas de ilustradores, fotógrafos e realizadores de curtas-metragens, oriundos de todo o mundo, exibindo posteriormente um pouco por todo o país, através da versão itinerante do Festival,
António Fontaínhas Fernandes Professor Universitário Comemorar o Douro A Comissão Coordenação e de Desenvolvimento Regional do Norte anunciou no passado dia 19, num ato simbólico realizado na Régua. o programa de comemorações dos vinte anos do Alto Douro Vinhateiro Património Mundial. Nos últimos 50 anos, a classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património da Humanidade, a par de outros projetos estruturantes do Douro como o Projeto de Desenvolvimento Rural Integrado de Trás-os-Montes com efeitos reconhecidos na reconversão da vitivinicultura duriense, a navegabilidade do Douro e o investimento no turismo, mudaram e projetaram a imagem da região no mundo. Comemorar a chancela UNESCO no Douro Vinhateiro é um bom momento para lembrar todos os que se envolveram no processo de candidatura do Douro a Património da Humanidade, bem como os que continuam a honrar o esforço e o saber acumulados dos durienses, contribuindo para o legado de sucesso que tanto nos orgulha. Mas, é também o momento adequado para efetuar uma breve reflexão, retrospetiva e prospetiva, sobre região. Ao longo das últimas décadas muito foi feito na área das acessibilidades rodoviárias (muito pouco nas ferroviárias), da educação, das infraestruturas e serviços culturais, do turismo, entre outros domínios, mas o seu histórico encravamento geográfico traduz-se numa condição de território periférico e marginal, quando comparado com os centros mais dinâmicos situados no litoral. O Douro continua no estatuto de
mais de 200 obras resultantes dos 4 concursos. Este ano, não poderia ser diferente. Mais do que nunca a ação do Homem está em debate, naquilo que pode provocar se for irrefletida e inconsequente. Nesta edição o FIIN trouxe ainda uma novidade, o FIIN Família. Consciente de que o quotidiano das famílias, dos pais e dos jovens, nem sempre permite assistir às curtas-metragens noturnas durante a semana, como forma de promover a missão da preservação ambiental, chegando a todas as gerações, o FIIN compilou um conjunto de curtas-metragens da Biodiversidade que estiveram a concurso, e que foram exibidas no passado domingo, dia 21, no Teatro de Vila Real. Nesta que é a 5ª edição do festival, bateram-se recordes no número de curtas a concurso, tendo ultrapassado as 2000 candidaturas, mais de 90% destas com proveniência internacional. Ao longo dos últimos cinco anos, no FIIN, foram já avaliados 14 mil trabalhos, sublinhando a importância do festival e do seu alcance mundial,
território desafiante e necessitado de políticas públicas ativas. Ainda que tendo por base a necessidade de mitigação das alterações climáticas, o Douro Vinhateiro debate-se no curto-prazo com dois desafios determinantes para a sua sobrevivência, a valorização dos vinhos e das uvas de modo a assegurar a sustentabilidade económica e, a mitigação da falta de mão de obra assegurando a sustentabilidade social. Trata-se de problemas devidamente identificados, tanto ao nível do diagnóstico como das medidas. A este propósito veja-se o estudo Rumo Estratégico para os Vinhos do Porto, elaborado pela UTAD, por solicitação do IVDP, divulgado publicamente em 2018. Ao nível da mão-de-obra a solução aponta para estratégias e medidas inclusivas e participadas de imigração permanente, nomeadamente de população jovem e com integração familiar e no seio da comunidade, a exemplo do que fazem países europeus. Diremos que, hoje, na senda das dinâmicas territoriais, económicas e sociais, o Douro necessita de políticas e projetos que resolvam problemas estruturais, mas também conjunturais, que sejam inovadores e respeitem os valores patrimoniais, culturais e inter-geracionais. O Futuro convoca à valorização do desenvolvimento sustentável, ao qual a cultura e as indústrias criativas adicionam um valor acrescido, mediante expressões culturais e práticas artísticas, a preservação do património material e imaterial, e a promoção da diversidade cultural. O futuro do Douro passa por ambicionar aumentar o valor acrescentado dos produtos regionais, valorizar os recursos endógenos, considerando a paisagem um ativo único, valores que devem estar sempre presentes na estratégia coletiva de aumento da competitividade e da melhoria social da região.
recebendo participações de países como o Afeganistão ou a Índia, entre tantos outros exemplos.
Pode visitar as exposições do FIIN, até 31 de dezembro, no Teatro de Vila Real.
Vencedores do FIIN 2021 Concurso Juvenil de Imagem de Natureza (Desenho) 1º Renata Navio 2º António Ferreira 3º Anabela Pereira Concurso Juvenil de Imagem de Natureza (Fotografia) 1º Afonso Pinto 2º Beatriz Igrejas 3º Pedro Costa Concurso de Desenho da Biodiversidade (Natureza) 1º Berta Paramo 2º André Mata 3º Andrea Seidlová Concurso de Desenho da Biodiversidade (Científico) 1º Jessica Eggers 2º Jaime Naharro 3º Lucia Torres Concurso de Fotografia da Biodiversidade (Aves) 1º Victor Ortega 2º Vishwajit Rane
3º Mario Sanches Concurso de Fotografia da Biodiversidade (Outra Fauna) 1º Manuel Sanches 2º Mario Sanchez 3º Ignácio Fernandez Concurso de Fotografia da Biodiversidade (Flora e Fungos) 1º Márcio Cabral 2º Mario Sanchez 3º Sónia Almeida Concurso de Fotografia da Biodiversidade (Paisagens e Habitats Naturais) 1º Javier Lafuente 2º Victor Ortega 3º Alessandro Carboni Concurso de Curtas-Metragens Dear Forest, de Claire Eyheramendy, Simon Duclos e Pauline Gregoire Concurso de Fotografia da Biodiversidade - Grande Prémio “Carvalho Araújo Mario Sanchez
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9 Milhões para o ensino superior do norte apostar na ciência Uma nova linha de apoio, dirigida às universidades e institutos politécnicos do Norte, foi capacitada pelo Governo com mais de nove milhões de euros. O valor, proveniente do Programa Operacional Norte 2020, visa apoiar Centros de Valorização e Transferência de Tecnologia (CVTT), que integrem uma instituição de Ensino Superior desta região na construção ou reabilitação de instalações e na aquisição de equipamentos, explica o Ministério da Coesão Territorial. De acordo com as regras estabelecidas, cada instituição poderá apenas submeter uma candidatura, para uma apoio até dois milhões de euros, que pode ser cofinancia-
do até um máximo de 85%. O ministério explica ainda que os CVTT têm como missão apoiar o desenvolvimento de setores emergentes e a utilização de tecnologia nos setores tradicionais da economia, de forma a contribuir para a diversificação e maior competitividade do tecido empresarial. "O seu trabalho depende de estreita colaboração e coordenação com outros agentes do território como as empresas, junto das quais dinamizam atividades de investigação, desenvolvimento e inovação, estimulam a procura por novas tecnologias e soluções inovadoras e promovem a formação de recursos humanos altamente qualificados. Com este apoio, espera-se dar melhores condições aos CVTT para otimizar a capacidade económica já existente no território, aumentar a oferta científica e tecnológica de excelência e aproximá-la das ne-
Parlamento Europeu aprova a nova Política Agrícola Comum O Parlamento Europeu aprovou em Estrasburgo o pacote para a Reforma da Política Agrícola Comum (PAC) 2023-2027. “O resultado da votação de hoje deixa-nos muito satisfeitos. Recordo que estamos perante um processo negocial que se iniciou em 2018, tendo sido apenas no dia 28 de junho de 2021, durante a Presidência Portuguesa do Conselho da União Europeia, que se conseguiu chegar a acordo político entre o Parlamento Europeu, o Conselho e a Comissão”, afirmou a Ministra da Agricultura, Maria do Céu Antunes. “Os agricultores europeus precisam desta reforma, uma vez que ela responde aos objetivos da União Europeia, ao ser mais
justa, mais verde e ao garantir o desenvolvimento de sistemas agroalimentares seguros e sustentáveis do ponto de vista da resiliência, quer na dimensão económica, quer na dimensão ambiental. Além disso, e pela primeira vez na história desta política, inclui também a dimensão social”, acrescentou. O Plano Estratégico nacional encontra-se já numa fase avançada de elaboração – estando a decorrer, atualmente, a segunda consulta pública alargada – e será submetido para aprovação da Comissão até 31 de dezembro deste ano, como previsto nos regulamentos comunitários. A nova Política Agrícola Comum entrará em vigor a 1 de janeiro de 2023
cessidades das empresas, num contributo para o aumento do valor criado na economia desta região", refere o ministério em comunicado. Além disso, o Governo destaca que esta linha de apoio reforça o investimento dos programas operacionais regionais do Portugal 2020 na Ciência e nas instituições de Ensino Superior. Os potenciais beneficiários deste apoio são as universidades do Por-
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Nacional
to, do Minho e de Trás-os-Montes e Alto Douro, bem como os institutos politécnicos do Porto, de Viana do Castelo, do Cávado e do Ave e de Bragança. No total, com fundos destes programas e do Compete 2020, já foram aprovados investimentos de mais de 1,4 mil milhões de euros em 2418 projetos de Ciência, com apoio de mais de mil milhões de euros de fundos europeus.
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Lazer RECEITA CULINÁRIA
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Tapas de salmão fumado com pasta de queijo e ervas 4 a 6 fatias de pão de centeio 250 g de queijo fresco em creme 1 pepino de conserva
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1 colher de sobremesa de alcaparras
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pimenta preta de moinho
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200 g de salmão fumado ovas de salmão
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aneto picado
Barre levemente as fatias de pão com Vaqueiro Alho, corte-as em tiras e leve-as a tostar levemente no forno. Deite o queijo numa taça. Pique finamente o pepino de conserva e as alcaparras bem escorridas e junte-os ao queijo. Perfume com folhas de aneto picadas, tempere com pimenta preta moída na altura e misture muito bem. Corte o salmão em tiras. Barre as tiras de pão com a pasta de queijo e por cima coloque rolinhos de salmão fumado. Enfeite com ovas de salmão e folhinhas de aneto.
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ANEDOTA
O juiz: - O senhor confirma que chegou a casa mais cedo e que encontrou a sua mulher com outro homem? - Correto - diz o réu. - E então - continua o juiz - o senhor pegou na pistola e deu um tiro na sua mulher, matando-a? - Correto -E porque disparou contra ela e não contra o amante? O réu responde: - Pareceu-me mais simples do que matar um homem diferente todos os dias!
Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora
Escorpião
SOLUÇÕES:
210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt
Amor: Poderá ter de enfrentar uma zanga familiar, mas não fique preocupado, pois tudo se resolverá. Aceite os erros dos outros. Saúde: Cuidado com o sistema nervoso. Mantenha a serenidade. Dinheiro: Não se deixe abater por uma maré menos positiva nesta área da sua vida, pois nem tudo está perdido!
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Opinião Eduardo Rosa
Vice-Reitor para a Investigação da UTAD
Antes de abordar o prestigiado evento “A Prova dos Novos – UTAD Alumni Wine Collection 2021”, que teve lugar a 18 de novembro e em que foram lançados quatro néctares de diferentes origens, permitam-me um breve enquadramento e do percurso efetuado até aqui. Recuemos a 1984 quando a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD) lançou os Cursos de Formação não conferentes de grau em Enologia. Rapidamente se percebeu o interesse e a motivação de quem estava no terreno e sentia a necessidade de mais informação e formação. Assim, surgem
António M. Cunha, Presidente da CCDR-NORTE
O Alto Douro Vinhateiro é Património Mundial há 20 anos. As comemorações – que serão felizmente mais do que uma evocação – juntam a CCDR-NORTE, responsável pela salvaguarda e gestão da classificação da UNESCO, a um vasto conjunto de personalidades e instituições regionais. A iniciativa merece da parte do Senhor Presidente da República o seu “alto patrocínio”. O que tornará esta celebração especial não é o seu recorte institucional ou a natural vaidade dos discursos que serão proferidos, mas o facto de colocar no centro da sua programação e do seu debate as pessoas. Foi a resiliência das suas gentes e uma força
Gilberto Igrejas
Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)
O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, em todo o ciclo vitivinícola, aplica-se sobremaneira na fase da vindima. É aqui que lhe compete assegurar, num ciclo produtivo que se inicia e que irá culminar na certificação das denominações de origem, que os fundamentos da autenticidade e da genuinidade estão garantidos. A certificação de denominação de origem que está no âmago da sua atividade não poderia começar sem que controlasse a origem das uvas, acompanhasse os seus trânsitos, velasse para que a produção ocorresse nas instalações adequadas.
O desafio aos UTAD Alumni Wine a Licenciatura em Enologia, em 1989, e o Mestrado 20 anos depois, designando-se “Mestrado em Enologia e Viticultura” em 2015. Ao longo dos últimos anos, o desenvolvimento do conhecimento científico na área de Enologia tem tido um crescimento significativo, porém, esse conhecimento tem que chegar aos utilizadores. A UTAD pretende não só diferenciar-se no contexto nacional, mas, sobretudo, acompanhar este ritmo no universo enológico global. Está na calha (seguramente já para 2022) um doutoramento internacional, desta vez com horizontes além-fronteiras e com parceiros de referência mundial que acreditamos que vai impulsionar o conhecimento científico e tecnológico e a resolução dos desafios, e são muitos, de quem está numa fileira
extremamente competitiva. Dito isto, o percurso dos nossos Enólogos constitui motivo de grande orgulho para a UTAD pela qualidade que imprimiram aos vinhos portugueses e pelo enorme impacte no tecido económico da cadeia de valor. Não há hesitações no caminho a percorrer, estreitar as ligações com aqueles que formámos. Em boa hora foi criado o “Alumni Wine”, que, mais do que um símbolo, é o desafio de fazer renascer em cada ano um vinho com carácter e a que este ano também se acrescentou um espumante. O brio e esmero profissionais foram justamente transportados para este desafio que se iniciou em 2016 com os vinhos Alumni. Quem passa agora pelo nosso Restaurante Panorâmico, depois do evento do dia 18,
para além de poder ter uma retrospetiva desta iniciativa desde o seu lançamento através da “UTAD Wine Wall of Fame”, tem sobretudo a oportunidade de se deliciar com quatro néctares “UTAD Alumni Wine Collection 2021”, acrescentando à carta de vinhos um exuberante espumante produzido pelo meu estimado colega Jorge Dias, e quem conhece o Jorge sabe bem que ele não se fica por meias medidas, colocou a fasquia bem alta. Lanço o repto: provem ou, melhor, desfrutem o tinto da Maria Serpa Pimentel que transporta a elaborada e subtil seiva de vinhas velhas, o branco que veio de um exímio terroir de Estremoz pela mão da Sandra Gonçalves e o Porto que o Carlos Agrellos nos trouxe da emblemática Quinta do Noval.
Douro – da celebração ao debate do futuro. coletiva anónima que fizeram o Douro “Património Mundial” e fazem aquilo que é hoje. Devolver essa conquista às populações e olhar o futuro do território são as formas de tornar justa e oportuna esta iniciativa. Na produção da ópera comunitária “Mátria”, criada a partir de textos de Miguel Torga, que junta numa orquestra e num coro cidadãos de várias gerações e geografias durienses, encontramos o espírito desse território humano e da força de uma participação coletiva. Tal como na campanha de marketing territorial que, em vez de paisagens, fará de heróis anónimos destes 20 anos os seus protagonistas. Existem motivos de sobra para celebrar o selo da UNESCO no Douro Vinhateiro. Devem ser lembrados. Esse selo ajudou a projetar o “reino maravilhoso”, de que falava Torga, na cena internacional, crian-
do melhores oportunidades de vida; e responsabilizou-nos mais na salvaguarda da sua singular “paisagem cultural”. Há 20 anos, as taxas de abandono escolar aqui eram de 17% no 2.º ciclo e de 25% no 3.º ciclo. Hoje, são marginais. A riqueza média per capita era de 73% da riqueza produzida no Norte, sendo atualmente superior a 85%. No turismo, o Douro afirmou-se como um destino de excelência, mais que duplicando o número de dormidas e, sobretudo, incrementando o seu valor. Os seus vinhos ganharam prestígio internacional e melhores níveis de rendimento, tornando menos injusta a difícil atividade agrícola. Nos serviços culturais consolidaram-se casas prestigiadas e criaram-se o Museu do Douro e o também duriense Museu do Côa. Em contraponto, perderam-se nos últimos 20 anos mais de 30 mil habitan-
tes… sobretudo devido a um saldo migratório muito negativo. Por isso, afirmar o Douro como Paisagem Cultural Evolutiva e Viva, com o prestigiado selo de “Património Mundial” da UNESCO, e promover o Douro como destino turístico de excelência é hoje tão importante quanto o de posicionar o Douro como um território de oportunidade para viver e trabalhar. Como em tudo na vida, não basta puxar os galões do passado. É necessário assumir os desafios do presente e do futuro, numa responsabilidade que é coletiva. A crise demográfica e as alterações climáticas são alguns desses reptos incontornáveis. Também para isso – e para um Douro mais humano – serve esta celebração. Que Douro queremos nos próximos 20 anos? Ou – num horizonte mais concreto – na próxima década?
com afinco, assegure que os vinhos que se produzem são autênticos, que são respeitadas as regras estabelecidas, e que a fraude é reprimida desde o mais pequeno indício. Neste ano de 2021, a vindima decorreu com normalidade, havendo a expectativa de um aumento de produção. É reconfortante chegar-se à vindima, embora com dados ainda preliminares, com uma produção de cerca de 255 mil pipas, mais 25 % do que no ano de 2020 e 10 % acima da média dos últimos 10 anos (232 mil pipas). Não obstante, verificou-se na terceira semana de setembro a ocorrência de chuvas que prejudicaram a qualidade das uvas que ainda estavam por vindimar. Outro aspeto positivo a realçar, é terem-se verificado melhorias nos preços a pagar pelas uvas aptas a DOP Douro, que esperamos venham a ser
confirmados pelos números que vierem a constar dos pagamentos realizados até 15 de janeiro. Esses preços mais elevados originaram controlos suplementares à entrada de uvas e produtos vínicos na Região, para contrariar a tentativa de ocorrência de negócios fraudulentos. Outro aspeto relevante prende-se com o esforço que o IVDP tem vindo a desenvolver na desmaterialização de processos. Assim, nesta vindima, foram emitidas em papel cerca de 2 mil autorizações de produção, ou seja, cerca de 10 % de todas as autorizações emitidas. O Douro continua, assim, a ser uma região vitivinícola ímpar, não apenas pela qualidade dos vinhos que produz, mas pelo rigor que está patente em todo o processo produtivo.
O IVDP na vindima de 2021… Como em anos anteriores, o plano de controlo estabelecido pelo IVDP inclui, pois, necessariamente, as denominadas “ações de vindima”. Enquanto executor de missão de Estado que lhe está confiada, as “ações de vindima” visam, essencialmente, assegurar que outros não se aproveitem ilegitimamente da riqueza que é criada por quem trabalha no Douro honestamente. Recordamos que estas ações que o IVDP leva a efeito não relevam tanto pelo resultado direto traduzido em número de apreensões ou elevados volumes de vinhos selados, mas antes pelo exemplo de rigor que transmitem para a opinião pública pela presença das equipas de fiscalização e controlo no território. Igualmente, esta exigência de rigor transparece para os mercados. Assim se afirma que no Douro, há quem,
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