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Ano 6 - n.º 85 -março 2022|
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João Paulo Foseca
"Se no final do mandato estiver concluida a variante de Fontelo e a ampliação do regadio do Monte Raso, serei um presidente satisfeito". > Págs. 10/11
UCRÂNIA
DOURO
UNIDO
BTL > Págs. 4/5 - 16/17
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VIVADOURO MARÇO 2022
Editorial José Ângelo Pinto Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
Caros leitores, A guerra está instalada num país do continente europeu, mesmo que do outro lado do nosso continente e no país da Europa mais afastado de Portugal. O desconhecido e a mudança são circunstâncias com as quais a maior parte das pessoas tem muita dificuldade em viver. Estamos habituados a repetir os dias e as atividades de todos os dias esquecendo com muita facilidade que muitos seres humanos não têm essa felicidade e que vivem atormentados e sem segurança ou condições mínimas de alimentação e dignidade. Mas não estamos habituados a que a guerra seja tão perto da nossa casa e que se vejam as suas consequências tão próximas de nós. Claro que o mundo tem sempre guerras. Muitos países e regiões têm conflitos latentes e mesmo presentes. Mas estão longe de nós e não afetam o dito “ocidente” como esta. Além do resto, esta guerra está a perturbar seriamente os mercados e a provocar mais um aumento generalizado de preços de materiais e de recursos. A energia, em particular, está a sofrer aumentos brutais. Claro que os nossos políticos aproveitam para subir os impostos e a receita fiscal que advém dos custos da energia, sem qualquer pudor ou respeito pelos contribuintes. Não se percebe como estando uma grande percentagem da nossa energia dependente de energias renováveis que são autoconsumidas estejamos tão dependentes de mercados internacionais, a não ser pelo velho problema da ganância pública que pode dar asas à sua ambição com uma desculpa que hoje em dia serve para tudo. O COVID já foi uma grande desculpa, agora temos a guerra. Qual será a próxima?
SUMÁRIO:
Destaque Páginas 4 e 5 Armamar Página 6 Mesão Frio Página 8 Entrevista Autarca Páginas 10 e 11 Alijó Página 12 S. João da Pesqueira Páginas 13 e 19 Tabuaço Página 14 Freixo de Espada à Cinta Páginas 15 e 19 Reportagem Páginas 16 e 17 Sabrosa Página 20 Santa Marta de Penaguião Página 21 Entrevista Páginas 22 e 23 V. N. de Foz Côa Página 24 Carrazeda de Ansiães Página 25 Opinião Páginas 26 e 30 Celorico de Basto Página 27 Alijó Página 28 Nacional Página 29
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org POSITIVO Desde o dia 21 de março que a pista do aeródromo de Vila Real voltou a receber aviões.
NEGATIVO Guerra na Ucrânia e sanções à Rússia leva ao aumento de custos na agricultura, em especial nos fertilizantes.
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PRÓXIMA EDIÇÃO 27 ABRIL
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VIVADOURO MARÇO 2022
Destaque
Douro unido em movimento de apoio à Ucrânia 24 de fevereiro de 2022 ficará para sempre registado como o dia em que a guerra regressou ao território europeu. Vladimir Putin deu a ordem e as tropas russas iniciaram, nessa madrugada, uma ofensiva contra a Ucrânia que terá morto já mais de 800 civis e provocado cerca de 3,5 milhões de refugiados e mais de 6 milhões de deslocados internos. Com as imagens de destruição e sofrimento humano que nos chegavam pela televisão, cresceu também, em toda a Europa, um espírito solidário que se materializou num apoio sem precedentes, a todo o povo ucraniano. Recolhas de alimentos, roupas e medicamentos, concertos solidários, vigílias, iluminações de fachadas de edifícios icónicos, posições públicas de personalidades relevantes de diversos setores da nossa vida, foram várias as formas que surgiram para apoiar o povo ucraniano, de diferentes dimensões e partindo não só das entidades públicas mas muitas também da iniciativa privada e associativa. Douro envia 170 toneladas de apoio e disponibiliza-se a receber 400 refugiados No Douro, das muitas iniciativas que têm sido levadas a cabo o destaque vai para o movimento "Somos Ucrânia", organizado pela CIM Douro, e que no total levou até à zona de conflito, 170 toneladas de alimentos, roupa e medicamentos. Entre os 19 municípios foram ainda disponibilizadas as condições para receber cerca de 400 refugiados. Para o presidente da CIM Douro, este momento é um teste à união do território que, com a resposta que está a dar, mostra o seu lado mais solidário e humano perante as atrocidades da guerra. “Esta questão humanitária foi mais um teste à nossa capacidade de união, num tema que é novo para todos nós, esta invasão, esta tragédia. Percebemos que o povo do Douro é um povo solidário, percebemos que havia uma ou outra ação espontânea no território e fizemos uma reunião de urgência, para não só estarmos disponíveis, mas para enquadrarmos todas as ações espontâneas que estavam a acontecer. Enquadramos todas num projeto único do Douro, dando-lhe a dimensão que devia ter. Fizemos um levantamento junto de todos os municípios e temos condições para alojar até 400 pessoas na região do Douro. Quando digo alojar é em condições de grande dignidade, porque nós percebemos que as famílias que estão a vir são famílias que vêm de um país organizado, de um país livre, com dinâmica económica. Há famílias que têm um estrato social elevado, e nós temos de os saber receber com dignidade, embora que seja de forma provisória, mas tem de ter dignidade. Estamos a atingir os nossos objetivos nesta missão, não gostávamos de nos unir para estas coisas, gostávamos de nos unir para outro tipo de atividades, mas tendo em conta o espírito solidário que o interior do país tem, porque sabe fazer, sabe estar, sabe receber, nada
melhor que estarmos a ajudar este povo que é um povo irmão da liberdade”. O Presidente da Comunidade Intermunicipal admite que é difícil prever quando chegará o fim deste conflito mas deixa a garantia de manter o apoio ao povo ucraniano sempre que necessário. “Não sabemos o que vem pela frente, não entendemos esta atitude de alguém que é psicopata e não percebemos muito bem até onde pode ir. Enquanto não tivermos o povo da Ucrânia, novamente feliz, nós estaremos sempre disponíveis, dentro dos possíveis, para ajudar aquele povo a encontrar alguma felicidade. A palavra felicidade não é a mais correta, mas encontrar ali algum conforto. Enquanto não sentirmos que o povo ucraniano está, minimamente, confortável, acho que nenhum português pode dizer que o objetivo está cumprido”. Juntando a sua voz aos muitos que se levantam contra esta guerra, Carlos Silva admite que gostaria de ver a NATO fazer mais pela Ucrânia, não acreditando que o conflito se pudesse espalhar pela Europa. Acredito que tenha que haver diplomacia, mas quando estamos a tratar com um psicopata, quando estamos a tratar com alguém que sabe que se destroem maternidades, que se matam crianças e depois ainda faz propa-
ganda a dizer que são vídeos da própria Ucrânia para cá para fora, quando são os próprios russos já a identificar isso, acho que vai para além dos limites. Vladimir Putin tem a perfeita noção da força do mundo. Uma coisa é o David contra Golias, nesta fase, outra coisa é a Rússia contra o mundo. Não acredito que isso venha a acontecer, acredito sim que nós na Europa estamos muito agarrados ao glamour e ao show off, não estamos preparados para dar uma resposta europeia neste tipo de circunstâncias. A Europa e os Estados Unidos já podiam ter feito muito mais do que fizeram. É muito mau que não se consiga ter uma resposta nestas circunstâncias”. Refugiados já chegaram ao Douro Ao todo a CIM Douro proporcionou já transporte a cerca de 100 pessoas que chegaram a território nacional. Na chegada foram encaminhados para Sernancelhe onde foram recebidos com uma refeição quente e alojamento. O presidente da CIM Douro e autarca sernancelhense foi uma das caras que recebeu este grupo, “quando saíram do autocarro foi, acima de tudo, um alívio, a exaustão era tanta que nem se conseguia ver a tristeza nos olhares”.
Da quase centena de refugiados recebidos no Douro, parte tem-se deslocados para outras regiões ao encontro de familiares e amigos já estabelecidos no nosso país. De acordo com dados do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, enviados à agência Lusa, antes da invasão da Rússia, viviam em Portugal 27.200 ucranianos. Desde o início da guerra, 18.400 cidadãos oriundos da Ucrânia pediram proteção temporária a Portugal. Entre os que ficaram no Douro estão Viktoriia, Roma e Dmytro, mãe e dois filhos com 8 e 15 anos respetivamente, vindos de Myrhorod, cidade do centro da Ucrânia com uma economia muito suportada pelo turismo. Em tarouca, onde estão já há uma semana, esta família recebeu a nossa reportagem com um sorriso no olhar. Viktoriia e o marido eram proprietários de duas joalharias, negócio a que se dedicaram depois do marido decidir deixar o emprego de mestre joalheiro numa fábrica. Dmytro é o nosso interlocutor, fala inglês fluente e vai ajudando a mãe na tradução sempre que pedimos para ouvir a sua opinião. O jovem, de apensa 15 anos, que sonha ser programador informático diz-se tranquilo agora que está em segurança mas a presença do pai na Ucrânia é algo que o preocupa, “fa-
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DESTAQUE José Milhazes é jornalista, historiador e tradutor. Atualmente é comentador em diversos órgãos de comunicação social. Mudou-se para a então União Soviética em 1977, país de onde saiu para regressar a Portugal em 2015.
lamos com ele várias vezes mas nunca se sabe o que pode acontecer no minuto seguinte. A situação na Ucrânia está muito perigosa neste momento”. Quando saíram da cidade Natal, o rumo da família foi Lviv, cidade onde, após uma noite num Centro de Refugiados se instalaram em casa de amigos durante cerca de uma semana até conseguirem apanhar um dos comboios que os transportou até à Polónia. Já dentro das fronteiras da União Europeia foram recebidos por uma família polaca “que ajudou com os contactos com a Embaixada de Portugal”, até entrarem no autocarro que os trouxe numa viagem de mais de 40 horas até Sernancelhe. Um dia após a chegada chegaram a Tarouca, cidade onde se instalaram. Para Viktoriia agora é tempo de respirar alguma tranquilidade, apesar disso não esconde a preocupação com o marido. “Agora estou mais descansada porque sinto que os meus filhos estão em segurança mas estou ainda muito preocupada com o meu marido que teve que ficar lá”. Mas não é apenas o marido de Viktoriia que está no pensamento desta família. Dmytro conta-nos que o tio “esteve 15 dias num abrigo em Mariupol, já não tinham água, nem comida nem eletricidade, mas não podiam sair porque podiam ser atingidos pelos bombardeamentos constantes”. Depois de estabelecidos os corredores verdes, para que os civis pudessem fugir das zonas mais afetadas, o irmão de Viktoriia foi para Zoporija, uma viagem atribulada com “diversos carros e autocarros cheios de civis a serem atingidos por disparos do lado russo”. Ao recordar os momentos que passou, a voz de Dmytro fica mais pesada e, sem nunca referir o nome de Vladimir Putin, afirma que a Rússia é neste momento um estado terrorista. “Dizem que Al-Qaeda é um grupo terrorista porque atirou os aviões contra as torres gémeas em Nova Iorque e matou muitas pessoas. Aquilo que a Rússia está a fazer também é terrorismo, também está a matar pessoas inocentes. A Rússia é um país terrorista. Porque é que ninguém diz isso? Eles estão a dizimar as nossas cidades, não deixam nada de pé. Duas ou três horas antes de estarmos aqui a falar um Centro Comercial em Kiev, onde eu costumava ir, foi atingido por um rocket. Ninguém está seguro em nenhum local". Uma semana em Tarouca "Aqui, em Tarouca, consigo encontrar tudo o que preciso, sinto-me bem aqui. Na Ucrânia tocava guitarra baixo e bateria, aqui tenho uma escola de música onde posso praticar. Também tenho o skate parque para andar de skate que também era algo que fazia em casa", conta Dmytro que diz ainda que a mãe
"tem muita vontade de voltar a trabalhar, seja no que for". Por agora é tempo de habituação a uma realidade diferente da que viviam, um processo que tem provocado alguns percalços, encarados com boa disposição. "Ainda nos estamos a habituar a todas as diferenças, por exemplo, vocês aqui fecham tudo na hora de almoço, na Ucrânia as coisas abrem às 9 e fecham às 18, não fechamos a porta a meio do dia para almoçar (risos). No domingo saímos para dar um passeio e começamos a ver que tudo estava fechado, depois explicaram-nos que era domingo e as lojas não abrem (risos), nós estamos habituados a ter tudo aberto, todos os dias (risos), tem alguma piada estarmos ainda a aprender estas coisas, com o tempo já vai ser mais fácil. Na alimentação também há muitas diferenças, vocês comem imenso, cada refeição tem sopa, prato principal, com muita comida, a sobremesa e o café para nós é impossível fisicamente comer tanto (risos)". Apesar dos percalços a família diz-se grata por todo o apoio que tem recebido e que tem visto para com o seu povo. "É bom sentir que somos bem recebidos. Sentimos que as pessoas percebem que estamos a fugir do nosso país porque não estamos seguros, e todos nos recebem de braços abertos. Quero agradecer, do fundo do coração tudo aquilo que estão a fazer por nós, acho que o posso dizer em nome de todos os refugiados, muito obrigado pelo apoio que nos dão". Para a vereadora do município de Tarouca, responsável pelo pelouro a Ação Social, Susana Gouveia, a chegada e integração desta família "está a decorrer de forma discreta e tranquila". A autarca reconhece que a situação, sendo nova, não é fácil para ninguém, e destaca o lado humanitário das gentes durienses em toda esta iniciativa conjunta dos municípios da CIM Douro. "Como qualquer outro município estamos abertos a receber estas pessoas que estão a ser atingidas pelo flagelo da guerra, não podemos ficar indiferentes. Num espírito de humanidade e humanitário, estamos a criar condições para receber estes cidadãos e transmitir-lhes alguma paz, que é o que mais precisam neste momento, bem como o conforto habitacional. Não tem sido fácil porque é algo novo mas, é também um desafio que recebemos enquanto cidadãos e autarcas responsáveis pelos destinos do concelho. Foi por isso que decidimos juntar os 19 concelhos da CIM Douro, para criar todas as condições para recebermos quem chega fragilizado".
Passado quase um mês do início da guerra, qual é o ponto de situação do conflito? As coisas estão a correr mal para Putin. Ele pensou que seria uma invasão fácil mas acho que já percebeu que não é assim. É ele (Putin), o grande responsável por esta guerra? Putin e a camarilha que o rodeia, e que apoia a política dele neste momento. É possível ver o fim ao conflito? As coisas estão a correr mal para Putin. Esta é uma guerra que vai demorar bastante até se conseguir encontrar uma fórmula que a trave. Existe uma fórmula para esse fim? É muito difícil ainda prever uma fórmula que faça com que haja um cessar fogo estável, e um acordo de paz. A Ucrânia aceita ser um país neutro mas vai querer garantias de várias partes, não só da Rússia porque essas não valem nada, mas vai exigir garantias da NATO. A NATO terá que dar garantias à Ucrânia que intervém no caso de a Rússia voltar a invadir o país no futuro, e isso a Rússia não vai querer. Além disso a Rússia não se limita apenas à neutralidade da Ucrânia, ela pretende muito mais, pretende a destruição do sistema político ucraniano e a submissão total da Ucrânia à Rússia. Não estou a ver a luz ao fundo do túnel, nem sequer ilusões de ótica. E há o risco do conflito se espalhar ao resto da Europa? Espero bem que não, isso significaria uma guerra nuclear, seria o último conflito da humanidade. Putin teria a coragem de premir esse botão? Para carregar nesse botão não é preciso coragem, é preciso loucura. Se Putin está louco a esse ponto? Não sei, até porque não sou especialista em doenças psiquiátricas. Qual é o objetivo de Putin com esta invasão? Putin queria ficar na história como o homem que fez renascer a Rússia como superpotência temida por todo o Mundo. Não conseguiu, está a ter sérias dificuldades na Ucrânia. O conflito militar está a mostrar as fraquezas que alguns já sabiam que existiam, exceto o presidente Putin e a sua camarilha, nomeadamente a má preparação dos militares e o armamento, sobretudo devido à corrupção existente a todos os níveis na Rússia. Claro que Putin não estava à espera da resistência levantada pelos ucranianos, para ele foi uma surpresa muito desagradável, assim como não estava à espera de uma resposta tão forte e bem coordenada entre os países da NATO e do ocidente em geral. A NATO poderia ter um papel diferente? Não é possível. O mais que poderia ter sido feito teria sido antes, hoje já não é possível porque fazer mais pode resultar num confronto direto entre a Rússia e a NATO, que seria uma guerra nuclear, com tudo de mau que isso pode trazer. A via diplomática ainda é solução para acabar o conflito? Mais tarde ou mais cedo ele vai ter que acabar. Sabe-se que as guerras são fáceis de começar mas difíceis de acabar mas vai ter que acabar e isso só acontece com a diplomacia, nem que seja para assinar atos de rendição ou outro tipo de documentos. O problema é que a diplomacia ainda não deu nenhum resultado até agora. Como será o Dia Seguinte desta guerra? É muito difícil prever. Os russos querem uma Ucrânia retalhada, pretendem ficam com todo o Donbas e com a Crimeia, cortando praticamente o acesso da Ucrânia ao Mar Negro. A Ucrânia não pode aceitar tais condições, daí ter o receio que Putin pretenda ocupar toda a Ucrânia e esmagar a resistência, colocando lá um líder fantoche pró-russo. Encontra paralelo na história com outro conflito? Paralelos há muitos, por exemplo a guerra Fino-Soviética de 1939, em que a União Soviética de Estaline pensava ter um passeio fácil, e ocupar a Finlândia. O país nórdico resistiu e mesmo não tendo a vitória, teve que ceder um terço do seu território, mas Estaline também não venceu. Vendo a fraqueza do Exército Vermelho, perante as forças armadas finlandesas, Hitler considerou que seria altura para iniciar a invasão à União Soviética, o que veio a acontecer um pouco depois.
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Armamar
A vida invisível das bactérias mostrada às crianças O Agrupamento de Escolas de Armamar recebeu no passado dia 18 de março, a visita de Raquel Branquinho, uma cientista que regressou à escola onde estudou quando criança. A cientista dinamizou uma oficina de ciências com os alunos das turmas do quarto ano de escolaridade. Assim, os finalistas do primeiro ciclo do ensino básico, tiveram a oportunidade de contactar com o vasto mundo da ciência, e ficaram a perceber que também eles podem fazer como a Raquel. Esta ação desenvolveu-se no âmbito do programa @ Cientista Regressa à Escola, que leva cientistas de várias áreas
do saber às escolas onde iniciaram o seu percurso escolar. A Raquel Branquinho é uma cientista Armamarense, que desenvolve trabalhos na área da microbiologia. Atualmente é Investigadora Auxiliar no
REMA (Research Management & Science Communication Hub), um centro de investigação da Universidade do Porto. Como explica Joana Bordalo, cofundadora e coordenadora do programa @ Cientista Regressa à Escola, o objeti-
vo é o de fomentar a literacia e a cultura científica na sociedade portuguesa, aproximando a ciência da sociedade e ancorando o programa a conceitos tão importantes como a humanização da ciência e a educação circular.
Armamar mostra-se na BTL 2022
A Câmara Municipal de Armamar marcou presença na Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), entre os dias 16 e 20, num evento de regressa depois de dois anos cancelado pela pandemia. Para a operação promocional, a Autarquia apostou mais uma vez num for-
te envolvimento dos agentes do setor do turismo que operam em Armamar. Ao longo dos cinco dias do certame estiveram representados o alojamento local, restauração e pastelaria, produtores de vinhos, da maçã de montanha, de produtos biológicos, entre outros.
Exposição “Mercadoria Humana” em Armamar
A Câmara Municipal de Armamar acolheu entre os dias 4 e 16 de março a Exposição Mercadoria Humana, Fotografia e Artes Plásticas. A exposição serviu o propósito de sensibilizar a comunidade para os crimes de tráfico de seres humanos e é da autoria de Pedro Medeiros e de estudantes da Escola Universitária das Artes de
Coimbra. Esta iniciativa enquadra-se num protocolo de cooperação subscrito entre a Câmara Municipal de Armamar e a Saúde em Português, entidade promotora do projeto, financiado pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego (POISE), através da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG).
No certame foi ainda apresentada a PR Douro e Cister, um percurso turístico que propõe uma caminhada que é também uma viagem às origens da produção do Vinho do Porto. O restaurante Bistro Terrace da Quinta do Tedo, um dos finalistas das 7 Maravi-
lhas da Nova Gastronomia, promoveu um showcooking. No sábado a jovem Armamarense Daniela Magno, Miss Beira Alta, esteve na BTL numa ação promocional de um dos nossos maiores símbolos de Armamar, a Maçã de Montanha.
Partiu a ajuda para a Ucrânia
Partiram na sexta-feira, dia 18, do Centro Multiusos em Lamego os 9 camiões que transportam as 170 toneladas de ajuda humanitária para a região fronteiriça da Ucrânia. Para marcar o momento estiveram presentes os presidentes das Câmaras Municipais da CIM Douro, a que se juntou a Cônsul da Ucrânia no Porto, Alina Ponomarenko. Os bens resultam do espírito solidário dos cidadãos, empresas e instituições dos
municípios que integram a Comunidade Intermunicipal (CIM) do Douro, de que o município de Armamar faz parte. Os Armamarenses responderam ao desafio lançado pela Autarquia e deixaram bem clara a sua solidariedade para com o povo Ucraniano. Em Armamar todo o trabalho de recolha dos bens foi articulado entre a Câmara Municipal, Bombeiros Voluntários, Juntas de Freguesia, IPSS e Associações Culturais.
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Mesão Frio
Mulheres homenageadas pelo município Para assinalar o Dia Internacional da Mulher, o Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva e os Vereadores, Fernando Correia e Justina Teixeira, percorreram, as principais artérias da vila, para presentear todas as mulheres com uma flor. Num gesto espontâneo e singelo, a iniciativa reproduziu o reconhecimento e a gratidão do Município para com todas as mulheres, não apenas hoje, mas sempre, pelo papel fundamental que desempenham na sociedade. Para as mulheres que tiveram o ensejo de ser presenteadas com a iniciativa do Município, ficou patente e de um modo unânime, que esta ação “representa amor pela Mulher” e que “a Mulher tem de se valorizar e de ser muito mais valorizada”. Para além das ruas da vila e do comércio tradicional local, o Executivo Municipal foi agraciar as Mulheres a laborarem nas várias repartições públicas de Mesão Frio, na Câmara Municipal, no tribunal, nas escolas, nos bombeiros, na Santa Casa da Misericórdia, na adega cooperativa, na piscina municipal coberta, no centro de saúde e na
biblioteca Municipal. Para o Presidente da Câmara, a atividade “foi somente simbólica de homenagem à Mulher. Queremos que seja extensível a todas as mulheres do concelho, do País e do Mundo. A todas elas, o nosso agradecimento. Sintam-se todas homenageadas. Este Executivo Municipal tudo fará para que
seja possível viver numa sociedade mais justa e com igualdade de oportunidades, sem discriminação de géneros.” Justina Teixeira, Vereadora da Câmara Municipal, considera “fundamental refletir-se sobre os direitos e os deveres da Mulher na sociedade, porque apesar de ter havido uma evolução nos últimos anos,
em alguns casos, a Mulher ainda continua a ter um papel inferior. Temos de fazer o nosso trabalho e lutar contra isso. Temos que dar espaço para que, profissional e pessoalmente, assim como, a nível familiar, as Mulheres tenham uma vida mais tranquila e possam, por sua vez, proporcionar bem-estar, a quem está com elas. Neste dia, juntamo-nos à reflexão do Município e estamos com as mulheres ucranianas, por quem temos muito respeito. Assistimos às imagens de mulheres a protegerem as famílias nos abrigos de guerra, a fugirem do País com os filhos e a família, para os protegerem e verificamos que precisamos de construir uma sociedade mais estruturada. As mulheres são o pilar e o abrigo da maior parte das famílias e temos de lutar para lhes proporcionarmos uma vida digna, com as expectativas que lhes são legítimas”, declarou. O Município de Mesão Frio deseja o resto de um excelente dia a todas as mulheres, não esquecendo a simbologia desta efeméride: celebrar a luta pelos direitos que as mulheres conquistaram, recordando o caminho para a igualdade.
Festival Descobre o Teu Interior com paragem em Mesão Frio O festival Descobre o Teu Interior percorre, entre 31 de março e 24 de abril, 8 territórios do interior do país onde vais poder viver experiências culturais únicas e intimamente ligadas à identidade de cada território. O percurso arranca no Sul, em Beja, e passa depois por Viana do Alentejo, Montemor-o-Novo, Vila Viçosa, Constância, Pombal, Mesão Frio e Mêda, com um programa que se fixa sempre durante dois dias em cada local. Há conversas para refletir sobre o interior, concertos em espaços únicos, jantares que celebram a gastronomia, passeios que revelam espaços vedados e, até, workshops dedicados a ofícios locais. Todas as iniciativas vão ter lugar em espaços únicos, sustentáveis e fortemente ligados às comunidades locais, que não são habitualmente usados como palcos artísticos. Sabe mais e compra o teu bilhete aqui: https://gerador.eu/descobre-o-teu-interior-2022/
Programação Mesão Frio 22 de abril Ao Vivo 15h00 Passeio Aberto Visita guiada pelo melhor do território e acesso garantido a espaços habitualmente fechados ao público. Ao Vivo e Online, em gerador.eu 17h00 Conversa Como vão as alterações climáticas afetar o interior? Três personalidades juntam-se para refletir sobre os desafios que enfrentam os territórios do interior do país no combate às alterações climáticas.
Caminhada Solidária celebra Dia Mundial da Saúde
Local por anunciar Ao Vivo e Online, em gerador.eu 19h00 Concerto com artista local Um artista musical local instala-se num dos palcos inusitados do festival para um concerto único que será transmitido também online. Local por anunciar Ao Vivo 20h00 Jantar da Casa Um elogio à gastronomia local com um contador de histórias como sobremesa. Local por anunciar Online, em gerador.eu 21h00 Sessão de filmes A seleção da Academia Portuguesa de Cinema com filmes sobre o interior de Portugal Ao Vivo 22h00 Concerto Beatriz Pessoa com o Rancho Folclórico de Barqueiros Um espe-
A Câmara Municipal de Mesão Frio, em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro - Núcleo Regional do Norte, vai realizar uma caminhada solidária, no dia 10 de abril, no âmbito do Dia Mundial da Saúde, que se assinala no dia 9 do mesmo mês. Antes de dar início à atividade, haverá uma aula de aquecimento destinada a todos os participantes, bem como, uma aula de relaxamento no final, na Avenida
táculo único e imperdível que une a artista Beatriz Pessoa ao Rancho Folclórico da Casa do Povo de Barqueiros, depois de uma residência artística para criarem em conjunto. Local por anunciar 23 de abril Ao Vivo 10h30 Workshop Ofício Local Práticas modernas ou tradicionais do território para todos experimentarem. Local por anunciar Ao Vivo e Online, em gerador.eu 11h30 Conversa Como desenvolver o turismo vinícola? Três personalidades juntam-se para refletir sobre os caminhos do turismo ligado à produção de vinhos e o papel que este pode ter no desenvolvimento local e regional. Local por anunciar Online, em gerador.eu 13h Sessão de filmes Música Portuguesa a Gostar dela Própria
Conselheiro José Maria Alpoim, local de concentração e de chegada da caminhada. Na impossibilidade de participar, poderá contribuir com o seu donativo. Participe nesta iniciativa e seja solidário/a nesta causa a favor da Liga Portuguesa Contra o Cancro. Garanta a sua inscrição a partir de segunda-feira, dia 21 de março, no Posto de Turismo. Contamos consigo!
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João Paulo Fonseca, Presidente da Câmara Municipal de Armamar
“Considero-me um político muito mais d João Paulo Fonseca cumpre o último mandato à frente da autarquia de Armamar. Na conversa com o VivaDouro lamenta os atrasos em alguns projetos, causados pela pandemia, e daqueles que ainda pretende concluir nos próximos anos. Ser autarca implica uma dedicação ao cargo que vai muito além das habituais 8h de trabalho, quem é que fica a perder por se dedicar tanto à causa pública? Ficam a perder, sempre, aqueles que nos são mais próximos, essencialmente a família. A esposa e os filhos ficam com certeza a perder com as nossas ausências, com aquilo que nós abdicamos muitas vezes, até do crescimento deles. No meu caso, apanhei nos meus mandatos, os meus filhos em idades ainda muito precoces, portanto ficam a perder eles, ficamos a perder nós, porque acabamos por não conseguir de alguma forma dar-lhes todo o tempo que acho que é necessário para acompanhar o crescimento deles. Tem consciência que faz, ou tenta fazer, esses equilíbrios? Sim, tento. Tenho consciência que de todo não o consigo fazer, mas tento pelo menos de alguma forma e quando posso, tento compensar as minhas ausências. Como é que os compensa? Compenso aos fins de semana, estar mais tempo com eles, sair com eles, perceber também aquilo que são as preocupações deles, aquilo que acabamos por, no dia a dia, não conseguir. As decisões que toma no seu dia a dia nem sempre são do agrado unânime da população, como autarca que peso tem a opinião dos munícipes nas suas decisões? O peso das opiniões dos munícipes é sempre relevante para um autarca, nós percebemos que muitas das nossas decisões, embora nós consideremos que são transversais e que acabam por ser abrangentes para toda a população muitas vezes não o são. Tem algum peso mas, quem é autarca tem de tomar decisões convicto de que está a fazer o melhor para a população. Nós compreendemos sempre que as nossas decisões irão ter impacto no dia a dia das pessoas, mais numas do que noutras, quem acha que beneficia mais, muitas vezes está mais de acordo com aquilo que são as nossas decisões. Quando as tomamos, é sempre com base, primeiro nos critérios que lhes estão adjacentes e depois naquilo que é a nossa convicção de estar a fazer o melhor. É um político que anda muito no terreno ou que está mais no gabinete? Considero-me um político muito mais de terreno, muito mais de proximidade. No último mandato, não por opção própria, mas devido à pandemia, acabei por me resguardar mais em gabinete, contudo isso nunca foi impeditivo de ter esta proximida-
de, mesmo quando, por força das circunstâncias, tivemos de estar mais afastados. Falou na Covid, estes últimos dois anos afetaram de alguma forma aquilo que tinha planeado para o seu segundo mandato? Ao longo destes dois anos fomos encontrando muitas adversidades. Tínhamos planeado um mandato de 4 anos, tínhamos uma série de investimentos que hoje alguns deles estão em fase de conclusão, mas que não foram concluídos durante este mandato. Houve todas estas contingências. Muitas vezes as execuções das obras pararam por força, ou daqueles períodos de confinamento geral, ou porque as próprias empresas responsáveis pela execução das obras se viam a braços com falta de mão de obra, por terem funcionários infetados e confinados. Tudo isso atrasou um pouco aquilo que eram os timings que nós tinhamos previsto para a conclusão de alguns investimentos. Por exemplo, a Praceta 25 de abril, que agora está concluída, foi uma das obras que sofreu atrasos, o prazo de execução era para final de 2020, início de 2021, foi concluída em agosto de 2021, um atraso de 8 meses nessa obra. O Pavilhão Desportivo, também por força da pandemia, do aumento exponencial das matérias primas e de alguma limitação de mão de obra, teve três concursos, sendo que os primeiros dois ficaram vazios. Só no mês passado, é que adjudicamos a obra. Era uma obra que planeávamos ter em curso durante o ano de 2021 e só foi adjudicada em 2022. Tem sido discussão recorrente na praça pública, nestes dois anos as autarquias investiram muito dinheiro, sobretudo na fase inicial da pandemia, ao invés praticamente não realizaram eventos. Como é que isso afetou a balança da autarquia? Eu acho que ninguém ficou a ganhar, nem a perder, mas também não fizemos essas contas ao pormenor. É evidente que os municípios gastaram muito do seu orçamento naquilo que foi a aquisição de equipamentos de proteção e higiene. Equipamentos necessários quer para a população, quer para as IPSS a quem nós demos um forte apoio. Depois, também na testagem e na vacinação. Fomos parceiros privilegiados nos territórios com a DGS. Houve ainda o investimento que os municípios fizeram, e muito bem, nos equipamentos para o ensino à distância. Foram os próprios municípios que garantiram o funcionamento do ensino à distância com a distribuição de equipamentos informáticos, acessos à internet, etc. Foi um investimento significativo, ao invés houve o cancelamento de uma série de eventos por todo o território. Mesmo não tendo feito essas contas ao pormenor, creio que no balanço não há grande oscilação. Entra agora no último mandato, que projetos pretende deixar finalizados em
Armamar? Infelizmente, neste mandato que terminou não conseguimos fazer aquilo que eu expliquei, concluir alguns dos nossos projetos. Felizmente a maior parte deles já estão concluídos, outros estão em fase de obra, como é o caso do Centro Interpretativo Mulher Duriense, ou da Adega Cooperativa,
que está já em fase de obra e que se prevê a sua conclusão até novembro deste ano. Estamos também já em obra com a requalificação da Igreja Matriz, que é o único Monumento Nacional qualificado no nosso território, e cujo o prazo de conclusão está para julho deste ano. Temos o Pavilhão Desportivo que já adjudicamos e que tem prazo
Em perfil Um filme: Cinemas e filmes não é a minha praia. Um livro: Habitualmente só leio jornais. Uma banda: Dire Straits. Não passo sem: Contacto com as pessoas, essencialmente. Prato favorito: Bacalhau com batata à murro . Local de férias: Praia, em Portugal. Algarve, Madeira, vou todos os anos à Madeira, Porto Santo. Em Armamar, gostava de ter: Gente.
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NOTA PRÉVIA: O VivaDouro prossegue com uma série de entrevistas aos 19 autarcas da CIM Douro.
de terreno, muito mais de proximidade” Este é um investimento importante até para que Armamar se torne atrativo em termos de residência neste eixo Lamego, Régua, Vila Real, portanto, isso é um dos investimentos fundamentais.
de execução de 1 ano, por isso até junho de 2023 devemos ter concluído também essa obra. Adjudicamos dois milhões e quatrocentos mil euros de requalificação das vias municipais, um investimento para o qual não há comparticipação. Há ainda duas obras pelas quais temos batalhado e que gostava de ver concretizadas mas que, infelizmente não dependem apenas do município. Uma é a variante de Fontelo, a ligação de Armamar à A24. É imprescindível que essa obra seja feita e que aproxime Armamar da A24, acabando de uma vez por todas com os constrangimentos do tráfego pesado. Nos últimos 10 anos o tráfego de pesados na 313, ligação entre Valdigem e Armamar, aumentou mais de mil por cento. Temos hoje industrias que contribuíram para este aumento, como por exemplo os fumeiros Terras do Douro, que agora têm uma parceria com a Mercadona. Isto é incompatível com as condições da estrada, em especial em Fontelo onde por exemplo não se podem cruzar dois veículos pesados.
É um projeto possível de se resolver até 2025? Eu penso que sim. A obra já esteve no Plano Nacional Rodoviário de Ligações de Proximidade, entretanto foi retirado. Continuamos a fazer pressão junto do Governo, até porque percebemos que PRR não traz muitas verbas para a rede viária, mas que já têm identificadas algumas destas pequenas intervenções de proximidade, como é o caso de Mondim de Basto, Marco de Canaveses ou Castelo de Paiva. Estamos a sensibilizar o Governo para a importância que este pequeno troço, estamos a falar de uma variante com 1,2 km, a um custo calculado à data, de um milhão e seiscentos mil euros, mas que é fundamental para a atratividade do território em termos de investimento, mas também para a proximidade da principal via. Essa é uma das situações que eu gostaria de ver concluída até ao final do mandato. A outra é que o investimento que a câmara já fez num projeto de ampliação de regadio de Armamar. A ampliação do regadio de Monte Raso permitiria irrigar cerca de mais 500 hectares de maçã. O projeto já foi feito pela autarquia e entregue à Direção regional da Agricultura, que é a única entidade ilegível em sede de PRR nos regadios, e que esperamos que também possa ser concretizado. Hoje, os municípios do interior já têm um nível de equipamentos públicos, embora com algumas falhas, razoável, portanto, os investimentos têm de ser feitos também a pensar muito mais naquilo que é o incremento à economia local. A variante e a ampliação do regadio são fundamentais, porque vão gerar mais riqueza no território, são efetivamente os dois investimentos que eu gostaria de ver concluídos, antes do final do meu mandato. Falava no início da conversa que gostava de ter mais gente no seu concelho, o que é que é preciso fazer para atrair pessoas para o concelho de Armamar? É preciso fazer aquilo que eu acabei de dizer. Gerando riqueza gera-se mais postos de trabalho e isso fixa as pessoas. Armamar, felizmente, também no setor turístico tem tido investimentos de grande monta, com vários grupos, uns que já estão a trabalhar no território, outros que estão com investimentos em execução, no total temos mais 4 projetos em fase de aprovação para 4 novos hotéis, para além do alojamento local que tem tido aqui movimento muito grande, e de qualidade. Portanto, o turismo também será com certeza uma atividade de fixação. O setor do turismo é também uma forma de atrair gente?
É uma forma de atrair gente, e de fixar gente. O setor do turismo cria muitos postos de trabalho. Ao contrário do que acontece na agricultura por exemplo, que podemos mecanizar as propriedades para diminuir a necessidade de mão de obra, no turismo isso não acontece. As condições que têm de ser criadas, são as condições de proximidade aos grandes centros do território, como Vila Real ou o Porto. As distâncias hoje já não se medem em quilômetros, medem-se em tempo, mas para isso temos de ter as tais vias de comunicação e temos de ter um investimento efetivo no território, onde os municípios terão de ser sempre parceiros, mas onde o estado central também tem um papel fundamental na resposta às necessidades. Precisamos de ter redes de fibra ótica de qualidade, precisamos de ter a oportunidade de termos nos nossos territórios serviços do estado central, descentralizados nestes territórios. O que é que não há em Armamar desses serviços? Em Armamar, felizmente, neste momento a única coisa que não há, ou melhor, que há mas não funciona da forma como funcionava anteriormente é o tribunal. Nós continuamos a ter conservatória de registo criminal, de registo civil, automóvel, e vários outros no Espaço Cidadão que a câmara abriu. Mas quando falo de serviços descentralizados, eu estou a falar de serviços do estado central que estão, a maior parte deles, em Lisboa. Há muitos desses serviços que podem estar descentralizados nos territórios. Uma secretaria do Estado da Agricultura, por exemplo, era possível estar em Armamar? Por exemplo, ou uma secretaria de estado das florestas, ou dos recursos hídricos. Estamos no coração do Douro, portanto eu quando falo nesses serviços é mais naquilo que é a centralidade dos serviços do estado central que poderiam, e deveriam, estar também nestes territórios, o que ajudaria a descentralizar e a chamar pessoas. Acredita que a famosa bazuca do PRR pode ajudar o seu município? Em quê? Eu acredito que o PRR é uma ferramenta importante para os territórios e que é uma oportunidade única para efetivamente haver um investimento na coesão territorial. Sou um pouco cético quando nós já temos alguma informação de que 60% do valor da bazuca já está consignado aos grandes investimentos nacionais. Acho que é uma ferramenta de oportunidades para os nossos municípios. Eu tenho como objetivo em termos de PRR, a construção do novo centro de saúde de Armamar, que se não for no meu mandato, pelo menos que se inicie no meu
mandato, se não se iniciar no meu mandato, dificilmente será feito, porque a duração do PRR é de tal forma curta que se não se iniciar no meu mandato, também não estará concluído naquilo que é o prazo definido para o fecho do PRR. Eu tenho conhecimento que esse centro de saúde está identificado pela ARS Norte e pelo ACES Douro Sul, como um investimento de prioridade no Douro Sul, o nosso centro de saúde e o de Lamego, por serem os equipamentos que hoje menos condições têm para atender a população. Espero que o PRR nos dê essa oportunidade em termos de saúde. Como já referi, espero também que o PRR seja a alavanca que falta para a variante de Fontelo. Depois vamos tentar aproveitar todas as oportunidade que surjam no âmbito do Plano na área do ambiente, onde temos alguns investimentos a fazer em equipamentos da estrutura das águas residuais. Armamar é um município que sofre muito com a falta de água, Há alguma solução a curto/médio prazo, para quando acontecer uma seca parecida como esta, se consiga minorar o efeito dela? Acho que esse tipo de medidas têm de ser medidas de fundo. Quando falamos, por exemplo, da ampliação do regadio, é porque, efetivamente, essa área não é irrigada ou muito pouco dessa área é irrigada. Esta medida pode ajudar a criar reservas de recursos hídricos, para evitar estas situações. O nosso Ministério da Agricultura entregou à empresa responsável pela gestão do Alqueva, os estudos em termos de água para regadio no Norte do país, que nós gostaríamos de ver concretizados, mas eu desconfio sempre quando as coisas mudam a meio do jogo. O Plano Nacional de Regadios, tem dotações financeiras de 450 milhões de euros, só o Alqueva para ampliação absorve os 450 milhões, e ainda precisa de outros 450 milhões. A situação que vivemos este ano deve fazer-nos refletir sobre os métodos de gestão hídrica que temos e que queremos. É lógico que o consumo humano está garantido, tem prioridade, mas o facto de restringir também a rega nos pomares, vai consequentemente acarretar uma diminuição da produção, da qualidade, de rentabilidade, da economia local e, portanto, tem de haver aqui uma política séria, para estes territórios também em termos de gestão de água. Tem definido o perfil do/a seu/sua substituta? Não. Eu não defino perfis de quem me há de suceder, a sucessão será natural. O seu número 2, ou o seu númeo 3 está nessa sucessão natural? Claramente que sim.
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VIVADOURO MARÇO 2022
Alijó
Câmara Municipal incentiva sucesso escolar através do teatro O Município de Alijó está a promover um ciclo de teatro direcionado aos alunos do Agrupamento de Escolas D. Sancho II, que teve início na semana passada com a apresentação das peças “Auto da Barca do Inferno” e “A Farsa de Inês Pereira”, de Gil Vicente, pela companhia Filandorra - Teatro do Nordeste. Esta iniciativa, promovida no âmbito do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar (PIICIE) Alijó Educa+, pretende contribuir para o enriquecimento do processo de ensino-aprendizagem, proporcionando aos alunos experiências pedagógicas significativas, estimuladoras, diversificadas e, sobretudo, facilitadoras e promotoras do sucesso escolar. Para além das obras de Gil Vicente, os alu-
nos do Agrupamento de Escolas D. Sancho II terão oportunidade, durante o presente ano letivo, de assistir a peças de teatro sobre a obra literária de Luís Vaz de Camões, Eça de Queiroz, Almeida Garrett, Alice Vieira, José Saramago, Jorge Amado e Virginia Woolf. Este ciclo de teatro assume-se como um projeto criativo de descoberta, reinvenção e reconstrução de obras literárias e visa promover o contacto dos alunos com todos os elementos inerentes à dramatização, fomentar o gosto pelo teatro e motivar a leitura e o estudo das obras daqueles autores. Os objetivos desta atividade passam também por potenciar a experimentação de novas abordagens pedagógicas, bem como por promover o diálogo entre as práticas artísticas e os conteúdos curriculares.
Câmara assinala Dia Mundial da Árvore e da Floresta O Município de Alijó assinalou hoje o Dia Mundial da Árvore e da Floresta no Centro Escolar de Alijó, tendo convidado os alunos para plantar várias árvores na zona de recreio. Esta iniciativa permitiu inspirar as crian-
ças a fazer mais e melhor pelo meio ambiente e sensibilizá-las para a importância da floresta no equilíbrio ambiental e ecológico, bem como na manutenção da vida no planeta e construção de um mundo sustentável.
Município apresenta “Amar-te e Respeitar-te” no Dia Nacional do Estudante O Município de Alijó vai juntar os cerca de 600 alunos do Agrupamento de Escolas D. Sancho II, a 24 de março, Dia Nacional do Estudante, para assistir ao projeto pedagógico “Amar-te e Respeitar-te”, que tem como objetivo o combate à violência no namoro. A iniciativa conta com a presença do músico Jimmy P e inclui uma performance musical e teatral, assim como a apresentação de um livro dedicado ao tema.
Esta ação, que vai decorrer no Pavilhão Municipal de Alijó em duas sessões (10h45 e 15h10), visa capacitar e dotar os jovens com ferramentas de diagnóstico e de prevenção de comportamentos agressivos nas relações de namoro, dos próprios e dos seus pares. O objetivo do projeto passa por sensibilizar os alunos para as diferentes formas de violência, designadamente verbal, psicológica, relacional, física e sexual, e o desenvolvimento de uma Escola que esti-
mule relações de género paritárias, que contribua para a cooperação entre géneros, que promova a autonomia, a resiliência e a autoestima, bem como a resolução não violenta e eficaz dos conflitos entre pares. A ação é desenvolvida no âmbito do Plano Integrado e Inovador de Combate ao Insucesso Escolar, financiado pelo Norte 2020, que tem também por objetivo a promoção do bem-estar emocional e a saúde mental de crianças e
jovens, fatores indissociáveis do sucesso educativo. É neste contexto que surge a necessidade de implementar ações que pretendem, em última instância, diminuir os índices de violência nas escolas e promover a cidadania, incrementando valores como tolerância, solidariedade, empatia, amabilidade, respeito ao próximo e altruísmo nos alunos, aumentando os fatores de proteção e diminuindo os fatores de risco.
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S. João da Pesqueira
Saberes e Sabores regressaram ao Coração do Douro A "Festa dos Saberes e Sabores do Douro" regressou a São João da Pesqueira após dois anos de interregno forçado pela pandemia Covid-19, dando a conhecer o que de melhor tem o concelho duriense. O evento decorreu nos fins de semana de 5, 6 e 12 e 13 de março. No primeiro dia de dois fins de semana de festa, a animação ficou garantida com o Encontro de Concertinas do Douro, no qual participaram a Associação Concertinas do Távora e Douro Sul; Concertinas de Sezures; Concertinas Raízes do Marão e Concertinas Amigos de Riodades. O segundo dia da Festa dos Saberes e Sabores do Douro teve animação garantida logo pela manhã com Os Roleses - Gaiteiros de Urrós e, depois de um almoço reconfortante, as atuações musicais de Jorge Veiga e dos aguardados Sons do Minho tomaram conta da tarde. No sábado, último fim de semana de festa, o cartaz contou com a animação musical da Associação Filarmónica, Cultural, Recreativa e Humanitária de Nagoselo do Douro e atuações dos grupos Nelson Santana Trio e Paulo Star. No último dia de festa, houve teatro à solta nas tabernas tradicionais, com a encenação da peça “Pranto de Maria Parda”, pela companhia Filandorra. Depois de almoço, o divertimento ficou ga-
rantido com as músicas do Duo Clamma e da cantora Rosinha. No final da sessão de abertura, que contou ainda com a presença da Diretora Regional de Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, o autarca pesqueirense, Manuel Cordeiro, mostrava-se satisfeito pelo regresso do certame, que, explica, é mais dedicado à população local. “Felizmente, ultrapassado quase que está, pelo menos o pior, período da pandemia, podemos regressar a este tipo de atividades que vínhamos fazendo antes dela surgir. Este é um evento que serve acima de tudo para responder aos locais. É uma montra do conjunto de produtos que o nosso concelho tem para além do vinho. É um evento importante para estes pequenos produtores que aqui marcam presença escoarem um pouco mais dos seus produtos, é muito
importante para eles”. O regresso do certame motivou ainda uma preocupação especial com os pesqueirenses que tiveram oportunidade de ver no seu concelho dois artistas de reputação nacional. “O objetivo de trazer dois artistas nacionais nesta edição (Sons do Minho e Rosinha), foi para dar um pouco mais de alegria às nossas gentes, não para atrair mais gente a este evento”, afirmou Manuel Cordeiro. Para a DRAPN, Carla Alves, o regresso deste certame é uma boa notícia, sendo também um espelho da diversidade de produtos e tradições que existem na região. "Ainda bem que estamos de regresso a estes eventos tão importantes para dinamizar a economia local. São momentos muito importantes para concelhos do interior como São João da Pesqueira.
Este é um território com muita diversidade de produtos endógenos, não é apenas o vinho apesar da grande expressão que tem, aqui podemos também encontrar o azeite, a amêndoa, a castanha ou a maçã, por exemplo. É um território com muita diversidade e isso é uma vantagem muito grande". Questionada ainda sobre os problemas que os produtores têm encontrado nos últimos meses com o aumento dos custos energéticos e um largo período de seca, a DRAPN assegurou que "o Ministério já fez o levantamento dos concelhos que estão em seca severa ou extrema", e que "os concelhos afetados serão certamente apoiados pelas medidas especiais que estão a ser criadas". "Estamos a aguardar a resposta de Bruxelas para aplicar várias destas medidas de apoio, muitas delas têm a ver com descompromisso. Ou seja, todos os agricultores que se candidatam a programas têm depois uma série de compromissos a responder, por exemplo com a agricultura biológica, compromissos esses que podemos deixar cair por um período de tempo porque são encargos muito elevados numa altura destas. Estamos a trabalhar nesse sentido. Internamente e com o PDR vamos conseguir abertura de avisos virados para esta matéria como seja a situação das charcas, valorizando este investimento, bem como a aquisição de painéis fotovoltaicos. São tudo situações nas quais estamos a trabalhar para mitigar os efeitos que possam surgir", concluiu Carla Alves.
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VIVADOURO MARÇO 2022
Tabuaço
"O meu sonho era acabar na AJAB, com o pavilhão cheio" Natural de Barcos, Tabuaço, foi na AJAB (Associação Juvenil Abel Botelho) que deu os primeiros toques como futesalista. Com a equipa tabuacense subiu à 2ª divisão, palco que lhe permitiu dar o salto para a divisão cimeira, ao serviço do SC Braga. De Braga o jogador tabuacense rumou a Lisboa, onde jogou no SL Benfica durante seis épocas, findas as quais regressou novamente a Braga para representar os arsenalistas. Na seleção, Fábio Cecílio conta já mais de 100 internacionalizações, tendo ganho dois campeonatos europeus e um mundial. Conquistas sobre as quais fala ao VivaDouro, numa conversa na cidade dos arcebispos. Já passou algum tempo desde a conquista do bi-campeonato europeu de futsal. Já deu tempo para saborear esta conquista? A nós jogadores não "cai a ficha". São momentos em que chegamos ao céu mas acabamos por não usufruir desse espírito na totalidade. Logo depois de uma conquista destas temos de regressar aos clubes e trabalhar por novos objetivos, é a nossa profissão. Pecamos por não disfrutar mais destes momentos tão especiais. Quando alguém chega ao pé de nós e nos dá os parabéns pelo campeonato do Mundo ou pelos da Europa é que nos lembramos que já levantamos aquelas taças, são pequenos momentos que nos relembram das conquistas. É mais difícil disfrutar da vitória ou ultrapassar uma derrota? As derrotas ninguém as quer. No desporto é difícil digerir uma derrota e o pensamento fica logo no jogo seguinte para fazermos melhor e voltar a dar aos adeptos o gosto da vitória. A vitória é mais fácil de disfrutar, apesar de termos pouco tempo para isso (risos). A seleção portuguesa é olhada agora com mais respeito pelos adversários. Isto é fruto das conquistas alcançadas? Na minha opinião isso chama-se responsabilidade. Quando chegamos ao topo os nossos adversários olham para nós com mais respeito. Hoje os adversários olham para nós como uma seleção mais competitiva, mais focada durante os 40 minutos e sabem que vão encontrar dificuldades. Acaba por haver sempre alguma pressão mas se estivermos bem preparados então certamente que as coisas vão correr bem. No nosso grupo esse é um fator muito importante, o foco no trabalho que fazemos, o nosso querer.
Nos últimos anos temos evoluído muito, também porque o nosso campeonato se tornou mais equilibrado e isso ajuda à evolução da seleção. Dos três grandes troféus que já conquistaste pela seleção (dois campeonatos da Europa e um do Mundo), algum que tenha sido mais especial? Todos são especiais mas o Europeu de 2018, que foi o primeiro, teve um gosto especial. Os portugueses estavam à espera de uma grande conquista por isso teve um gosto especial. Era um grupo muito unido, tal como os das outras conquistas, as condições de trabalho foram perfeitas e tudo correu como planeamos, quando assim é torna-se especial. Grande parte do grupo vem de dois clubes rivais, Sporting e Benfica. Como se gere esta rivalidade no seio da seleção? Fora da seleção cada um representa o seu clube e faz o melhor que consegue, na seleção é diferente. Quando nos concentramos na seleção sabemos quais são as nossas responsabilidades, sabemos que é um espaço completamente diferente, onde todos remamos para o mesmo lado, com os olhos postos no mes-
mo objetivo que não é fácil de alcançar. Na seleção somos uma família muito unida. Ter um treinador transmontano e um jogador duriense no grupo, ajuda a fomentar esse espírito de família? (risos) Sabemos que os transmontanos são rijos e o mister Brás sabe como nos guiar, como nos incentivar. Tenho a certeza que todos os jogadores que passam pela seleção estão dispostos a deixar a vida em campo por ele. Quando começaste a jogar futsal na AJAB certamente não imaginarias todas as conquistas alcançadas. O que dirias hoje ao Fábio de 14 anos, em Tabuaço? Quando somos do interior sabemos que as possibilidades não são as maiores. A minha luta ao longo dos anos foi contrariar o discurso que estando em Tabuaço seria muito difícil porque ninguém ia ver os jogos, etc. O ano em que tudo mudou foi o ano em que a AJAB esteve na 2ª divisão e chegou aos oitavos de final da Taça de Portugal. Aos miúdos que ambicionam um dia chegar ao mesmo patamar que eu o melhor conselho que posso dar é que não de-
sistam, tal como eu não o fiz. Ouvi muita gente a dizer que não era possível mas dei a resposta da melhor forma, trabalhando para alcançar os meus objetivos. Nas grandes conquistas fazes sempre questão de levar a bandeira de Tabuaço contigo e partilhar uma foto nas redes sociais. É uma forma de mostrares Tabuaço ao mundo, junto com o teu nome? No mundial fiz questão de levar duas bandeiras, a de Barcos, que é a minha freguesia e a de Tabuaço. É a minha terra e tenho muito orgulho nela. Espero um dia, já velhinho, estar por lá. São as nossas origens e isso tem muito peso. Tabuaço deu-me muito e eu sinto que também devo fazer algo pela minha terra. Já tens muitos anos como profissional, já pensaste como gostarias que fosse o teu último jogo? O meu sonho era acabar na AJAB, com o pavilhão cheio. Quando comecei a jogar nos juvenis o pavilhão estava sempre vazio, quando saí da AJAB para o SC Braga, já como sénior, o pavilhão estava sempre cheio. Era essa imagem que gostava de manter na hora do ponto final na carreira.
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VIVADOURO MARÇO 2022
Reportagem
Douro apresenta-se unido na B Os 19 municípios da CIM Douro estiveram presentes na edição deste ano da Bolsa de Turismo de Lisboa (BTL), num espaço dedicado à comunidade intermunicipal com o grande destaque a ir para o Passaporte Douro. Durante cinco dias (entre 16 e 20 de março), passaram pela FIL, no Parque das Nações, perto de 70 mil visitantes. Os quatro pavilhões encheram-se com 1400 expositores que foram a casa de 60 destinos internacionais, entidades regionais de turismo, câmaras municipais bem como empresas de todo o setor do turismo, desde agências de viagens, operadores turísticos, alojamentos ou empresas de animação. Ao longo dos dias em que o certame esteve de portas abertas, no espaço da CIM Douro, os 19 municípios tiveram oportunidade de mostrar aquilo que de melhor a região tem. No espaço duriense, integrado na área dedicada ao Trismo do Porto e Norte, os visitantes tiveram oportunidade de experimentar o melhor da gastronomia regional, bem como os melhores vinhos que se produzem na região. As tradições e costumes durienses também estiveram em destaque com diversas apresentações ao longo dos cinco dias. No auditório do Turismo do Porto e Norte os municípios tiveram espaço para individualmente apresentarem alguns dos eventos e pontos de atração do seu concelho. Já no espaço da CIM Douro, também de forma individual, cada município ia pontuando o dia com provas de diferentes produtos gastronómicos do seu concelho, bem como vinhos, azeites, entre muitos outros. Passaporte Douro foi destaque Com cada município a ter oportunidade de mostrar o que de melhor tem, conjuntamente foi o Passaporte Douro que esteve em destaque. Apresentado no verão de 2021, o passaporte conta com 76 sugestões de visita (quatro em cada município) em toda a região. Apresentação do documento ficou a cargo de Ana Sofia Gomes, responsável da COMUNICARTE, contando ainda com a presença de Luís Pedro Martins, Presidente do TPN, Francisco Lopes, Presidente da Câmara Municipal de Lamego, em representação dos municípios, e o cantor Emanuel, que abrilhantou a apresentação com a sua presença. Sob o slogan “Descubra e viva uma experiência única!”, o Passaporte Douro, é um projeto inédito desenvolvido pela CIM Douro, com o objetivo de promover turisticamente os 19 concelhos que a constituem. O documento pretende ser um guia para mostrar o Douro nas suas diferenças e nas suas riquezas, elegendo a monumentalidade, a cultura e as gentes como o mais importante desta imensa região de patrimónios da humanidade e de incomensurável potencial no País e no Mundo.
O Passaporte do Douro é um projeto que parte de uma ideia simples mas dinâmica e, essencialmente, muito prática. Ou seja, os visitantes do Douro podem obter nas lojas interativas de Turismo dos 19 municípios o Passaporte Douro, e iniciar a sua viagem à descoberta de 76 pontos de interesse nesta área geográfica de mais de 4 mil quilóme-
tros quadrados que é a CIM Douro. À passagem por cada um dos pontos de interesse carimbam o Passaporte e quando completar a sua “viagem” pelo território da CIM Douro o turista receberá um certificado de excelência e uma oferta exclusiva do Instituto do Vinho do Douro e Porto (IVDP). Para auxiliar os visitantes, está disponível
uma aplicação que contém vídeos promocionais dos pontos de interesse indicados por cada município. 20 anos de Património Mundial Outro dos momentos altos destes cinco dias da BTL no espaço CIM Douro foi a apresentação das comemorações dos 20 anos
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Reportagem
BTL 2022
do Alto Douro Vinhateiro Património Mundial, que ficou a cargo de Jorge Sobrado, da CCDR-N. Na Bolsa de Turismo de Lisboa, o representante da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento da Região Norte (CCDR-N), considerou que promover um destino património da Humanidade como o Douro
“exige, reclama, requer trabalhar também as suas causas”. “Hoje, as suas causas são pessoas. A causa do Douro são pessoas porque, na verdade, a força do Douro são as pessoas”, frisou. Jorge Sobrado acrescentou que o que foi feito nos últimos 20 anos de património mundial foi "dar o palco às pessoas" e diz
que nunca as entidades trabalharam de uma forma tão articulada para a promoção do Douro como agora" Para assinalar a força humana que carateriza a região, Jorge Sobrado apresentou na BTL uma campanha promocional comemorativa dos 20 anos do Património da Humanidade com histórias de pessoas ligadas à re-
gião, sendo elas "vinte histórias do passado, do presente e do futuro do Douro". "O que fizemos foi irmos à procura de uma padeira de 70 e tal anos, que tem desde a sua bisavó o segredo de fazer o pão de Favaios, e o que fomos descobrir foi aquele tanoeiro que, há mais de 60 anos e segundo métodos artesanais que herdou do seu pai e do seu avô, prepara os pipos nos quais se guardam os preciosos néctares do Douro. Mas também fomos descobrir aquele investigador que é um dos mais citados no mundo sobre as alterações climáticas na viticultura. Também fomos descobrir aquele jovem enólogo que se apaixonou pelo Douro, se formou no Douro e não quer sair de lá", explicou Jorge Sobrado. A campanha foi lançada no dia 14 de dezembro, quando se cumpriram 20 anos desde a declaração de património da Humanidade sobre o Douro, e vai prolongar-se durante este ano com uma campanha publicitária e uma série de eventos. "Na verdade, hoje, já não se trata apenas de fazer promoção turística, já não se trata apenas de acender holofotes sobre um determinado destino, já não se trata apenas de repetir o baú dos argumentos do costume. Trata-se de nos associarmos a causas que importem e de encontrar a história certa para os territórios", sublinhou Jorge Sobrado. S. João da Pesqueira apresentou espaço individual Integrado no espaço da CIM Douro, o município de São João da Pesqueira optou ainda pela presença também num espaço individual onde destacou os produtos do concelho e o seu maior certame, a Vindouro, que este ano assinala o seu vigésimo aniversário. A presença nos principais eventos turísticos continua a ser uma aposta da autarquia liderada por Manuel Cordeiro, na divulgação de todo o território e na promoção dos produtos endógenos, sobretudo o vinho e o azeite, bem como a promoção dos principais eventos municipais. A autarquia de S. João da Pesqueira esteve presente com um stand personalizado do “Coração do Douro” no pavilhão 2, dedicado aos municípios e associações municipais. No espaço do município pesqueirense foi possível aos visitantes assistirem e participarem em diversas atividades e degustações de produtos regionais em parceria com a ESPRODOURO - Escola Profissional do Alto Douro. Neste stand individualizado houve ainda a presença de um grupo de teatro que fez “animação pombalina”, de forma a promover a VINDOURO, o maior certame do concelho que este ano realiza a sua vigésima edição, um momento que será recheado de surpresas e muitas novidades. No domingo, último dia do certame, uma comitiva de S. João da Pesqueira, composta por membros das Juntas de Freguesia, Assembleia Municipal e Empresários locais visitaram o evento e o stand do Coração do Douro.
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Freixo de Espada à Cinta
Feira da Amendoeira em Flor de Freixo apresenta-se renovada Ao longo de três fins-de-semana, Freixo de Espada à Cinta acolheu a Feira da Amendoeira em Flor, um certame típico da cultura do concelho, este ano marcado por uma total reestruturação e nova dinâmica. Fotos:Tiago Vieira Para a edição deste ano, que marca a retoma dos grandes eventos à Vila Manuelina, a autarquia apostou num cartaz atrativo que conjugou animação musical, com concertos dos Sons do Minho, Marco Rodrigues, Bárbara Bandeira e o Festival de Tunas Académicas, jogos tradicionais como a Pelota, Malha e Raiola, e várias atividades desportivas e de lazer, como a Caminhada da Amendoeira em Flor, o Torneio de “Petizes e Traquinas”, o Passeio de Carros Clássicos e o Passeio de Motas e Motorizadas com Free-Style. Tudo isto aliado ao melhor artesanato, exposição de produtos endógenos de qualidade superior (azeite, azeitona, vinho, amêndoa, laranja e fumeiro), e à seda, ex-libris do concelho. Na Feira da Amendoeira em Flor participaram ao todo, 70 expositores locais, nacionais e internacionais, que registaram a afluência de centenas de visitantes no Espaço Multiusos. Para o autarca, Nuno Ferreira, o vasto número de visitantes que se deslocaram até Freixo de Espada à Cinta “são uma prova inequívoca do sucesso alcançado neste evento, contribuindo para a dinamização do concelho, colocando-o na rota do progresso e desenvolvimento rumo à sua transformação, num futuro próximo, em Capital da Amendoeira em Flor”. Ainda de acordo com Nuno ferreira, “os princípios orientadores que estiveram assentes na organização deste evento são consonantes com a política autárquica que o Executivo Municipal tem vindo a desenvolver, nomeadamente, a coesão sustentada do território, promoção dos produtos endógenos, divulgação das tradições que fazem parte da memória e identidade da população, necessidade de trazer turismo e investimento para o interior, através de ações dinâmicas e posicionamento estratégico, apostando no conhecimento, na inovação, na ciência e na valorização da agricultura”. O autarca destacou ainda o trabalho desenvolvido na renovação do multiusos, um espaço “que se encontrava obsoleto e alvo de vandalismo”, levando a autarquia a fazer “um forte investimento na sua renovação, garantindo assim todos as condições de segurança para receber eventos desta dimensão”.
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S. João da Pesqueira
Campanha Solidária de Apoio à Ucrânia O Município de S. João da Pesqueira realizou uma campanha solidária de apoio às vítimas da guerra na Ucrânia, disponibilizando vários pontos de recolha nas freguesias e escolas do concelho. No Pavilhão Gimnodesportivo Municipal de S. João da Pesqueira, diversos voluntários ajudaram a organizar os donativos que foram chegando dos diversos pontos de recolha, a Câmara Municipal assegurou o transporte e os bens foram entregues no Pavilhão Multiusos de Lamego, de forma a seguirem para a Ucrânia para apoiar as pessoas que estão a sofrer com esta guerra injusta.
Apoio Financeiro da Câmara Municipal às Juntas de Freguesia Tendo em vista reforçar a capacidade financeira das freguesias, a Câmara Municipal de S. João da Pesqueira vai transferir do seu orçamento para as juntas de freguesia no ano de 2022, o valor global de € 774.577,00€. Foram assim assinados no Salão Nobre dos Paços do Município, os autos de transferência de verbas para as Juntas de Freguesia, verbas essas repartidas em função da área da freguesia, das áreas agrícolas, do número de habitantes, dos equipamentos existentes, entre outros.
- Castanheiro do Sul – 54.101,00€ - Ervedosa do Douro – 115.320,00€ - Nagoselo do Douro – 44.735,00€ - Paredes da Beira – 67.101,00€ - Riodades – 57.208,00€ - Soutelo do Douro – 52.737,00€ - Vale de Figueira – 56.686,00€ - Valongo dos Azeites – 31.914,00€ - União de Freguesias de S. João da Pesqueira e Várzea de Trevões – 145.920,00€ - União de Freguesias de Trevões e Espinhosa – 74.879,00€ - União de Freguesias de Vilarouco e Pereiros – 73.976,00€ Pode consultar o mapa e toda a informação dos critérios dos valores de transferência em www.sjpesqueira.com
PesqueirAnima “põe a mão no barro” com oficinas de artesanato Até ao final de 2022, o projeto PesqueirAnima está a promover oficinas de artesanato – nomeadamente olaria e vidro/gesso – nas freguesias do concelho de S. João da Pesqueira. O objetivo primordial é aproximar a comunidade de ofícios que estão a cair em desuso e aproximar diferentes gerações. A candidatura Cultura Para Todos-PesqueirAnima, promovida pela Câmara Municipal de S. João da Pesqueira e cofi-
nanciada pelo Norte 2020, Portugal 2020 e Fundo Social Europeu, começou por levar o teatro às localidades e às instituições de solidariedade social concelhias, mas a programação que une todo o concelho à volta da cultura não vai parar por aí. Estão já a decorrer nas freguesias de Ervedosa do Douro, Castanheiro do Sul e S. João da Pesqueira – outras se seguirão, entretanto – as Oficinas de Artesanato, cujo propósito é aproximar a população, independentemente da idade, de artes e
ofícios que têm vindo a perder expressão não só no concelho, mas a nível nacional. O projeto PesqueirAnima, que ambiciona descentralizar a programação e envolver toda a comunidade em iniciativas agregadoras e inovadoras no âmbito cultural, inclui ainda ações de sensibilização para uma cidadania ativa, música ao vivo e cinema nas localidades – em ações que se vão prolongar até dezembro de 2022 e que prometem meses de muita animação em todas as freguesias do concelho de S. João da Pesqueira.
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Sabrosa
I Passeio de BTT pelo Reino Maravilhoso aconteceu ontem no Município de Sabrosa O Município de Sabrosa, e a AllBikeExperience, organizaram no passado dia 6 de março o I Passeio de BTT pelo Reino Maravilhoso, que contou com 290 inscrições, 150 no passeio de BTT e 140 pessoas na Caminhada, que fizeram, desde logo, deste evento um sucesso. O dia ficou marcado pelos percursos desafiantes, com trilhos certamente inesquecíveis, pelas deslumbrantes paisagens que os percursos contemplaram, pela gastronomia da região servida aos presentes, animação e o convívio entre todos. A Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, que participou na
caminhada e deu a partida para as duas modalidades, destacou a importância do
Rede de Percursos Pedestres do Município de Sabrosa foi apresentada O Município de Sabrosa apresentou a sua rede de percursos pedestres e inaugurou o Centro de Apoio ao Pedestrianismo, localizado na Antiga Escola Primária de Paços. No momento da inauguração foram apresentados os quatro trilhos, espalhados pelo concelho, que compõem a rede de percursos pedestres pelo concelho de Sabrosa, todos homologados pela Federação de Campismo e Montanhismo de Portugal, em formato de Pequena Rotas, nomeadamente: PR2 SBR- Trilho do Castro de Sabrosa, com uma distância de 6.8 km; PR3 SBR- Trilho do Volfrâmio de 10.9km; PR4 SBR- Trilho Vinhateiro de Provesende com 6.4km e PR5 SBR- Trilho nos Passos de Torga com 11.4 km. A Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, presente no evento, destacou que “esta é uma forte aposta do Município de Sabrosa na valorização da paisagem e do património existente, valorizando de forma decisiva a promoção do desporto de natureza ao mesmo tempo que turisticamente estamos a criar mais pontos atrativos para a visita ao concelho de Sabrosa, oferecendo de forma “natural” muito do que melhor temos, entre a serra e
o rio, valorizando o nosso património histórico/cultural, também em pleno Alto Douro Vinhateiro”. O evento ficou ainda marcado pela realização de uma caminhada por um dos trilhos apresentados, o trilho “Nos passos de Torga”, que, com início em São Martinho de Anta, continuou em direção à Sepultura da Arcã, onde se destacaram os vestígios da ocupação medieval, passou pela Mamoa 1 de Madorras, que é uma marca histórica do período megalítico em Sabrosa, e continuou em direção à aldeia de Garganta, passando pela Necrópole das Touças, onde as sepulturas se enquadram na Alta Idade Média, e pelo Santuário de Nossa Senhora da Azinheira, dando oportunidade aos cerca de 150 participantes na mesma de apreciar belas paisagens, e algum do mais belo património que nos rodeia e caracteriza. O projeto “Trilhos de Sabrosa” foi proposto pela Câmara Municipal de Sabrosa e teve enquadramento no Programa de Renovação de Aldeias, da Medida 10 LEADER, operação 10.2.1.6 Renovação de Aldeias com candidatura aprovada e financiada a 80% num investimento total de 90 208.75 Euros.
momento, realçando a grande alegria sentida depois de dois anos privados de con-
vívio e atividades entre todos, impossíveis devido à COVID-19. O Município de Sabrosa presta o seu agradecimento a todas as entidades envolvidas para a realização do evento, das quais, a GNR, os Bombeiros Voluntários de Sabrosa e Provesende, as Juntas de Freguesia, instituições e associações do concelho que ajudaram e contribuíram para o sucesso deste dia. A todos os participantes agradece pela boa disposição, participação e pelo contributo, uma vez que parte do valor da inscrição reverteu para a Liga Portuguesa Contra o Cancro – NRN.
Inauguração da requalificação do Polidesportivo de Souto Maior O Polidesportivo de Souto Maior foi inaugurado no passado dia 13 de março, depois das obras de requalificação que o mesmo sofreu recentemente, as quais foram apoiadas pela Câmara Municipal de Sabrosa. No momento, esteve presente a Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, que referiu que “depois de um período de enorme dificuldade e isolamento, provocado pela pandemia da COVID-19, a prática desportiva é uma das formas de convívio mais importantes. Esta requalificação irá permitir a utilização plena de um equipamento que estava degradado e que agora reúne todas as condições para a prática desportiva e para a utilização de todos.” O evento contemplou ainda um jogo amigável entre os populares da freguesia, que simbolicamente estrearam o novo relvado sintético agora aplicado, e que estará disponível a todos, não só à população de Souto
Maior mas também de todo o concelho. A este momento seguiu-se um porto de honra e um bolo comemorativo oferecidos pela Associação Cultural Desportiva e Recreativa de Souto Maior - ACDRSM, promotora deste projeto. Estas intervenções surgem na sequência de uma candidatura que esta associação concretizou ao PRID – Programa de Reabilitação de Instalações Desportivas do IPDJ, a qual obteve apoio da Câmara Municipal na percentagem não financiada. Paralelamente às intervenções realizadas no âmbito da candidatura, a Câmara Municipal instalou ainda nova iluminação e nova vedação do recinto Ainda no âmbito desta inauguração, está previsto para dia 10 de abril, a realização de um Torneio de Futebol de 5, que não aconteceu neste fim de semana devido às más condições meteorológicas previstas.
Município de Sabrosa marcou presença na Bolsa de Turismo de Lisboa - BTL No passado dia 17, o Município de Sabrosa marcou presença na BTL, com uma ação de promoção que incidiu na divulgação e apresentação da Casa de Miguel Torga e do Espaço Miguel Torga, contemplando ainda os miradouros da Via Panorâmica da Estrada Municipal 323. Nesta que é a maior feira de turismo do país, o município de Sabrosa participou através do stand da CIMDOURO, localizado no espaço da Entidade de Turismo do Porto e Norte de Portugal - TPN, cuja estratégia de promo-
ção assentou este ano no Passaporte Douro. A ação promocional contemplou ainda uma degustação de alguns produtos típicos do concelho, como a bola de carne, os bolinhos de coco e os vinhos da Adega Cooperativa de Sabrosa, este ano com a apresentação dos vinhos Fernão de Magalhães Reserva e Porto White Santo Niño. A participação na BTL 2022 inseriu-se na estratégia de promoção turística do Município de Sabrosa em parceria com o TPN e a CIM Douro.
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Santa Marta de Penaguião
Assinatura do auto de consignação da empreitada “Construção da Casa Mortuária de Paradela do Monte” Foi assinado no passado dia 4 de março, o auto de consignação da empreitada “Construção da Casa Mortuária de Paradela do Monte”, entre a Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião e a empresa EN-
GISUN, Lda, um investimento de 163.411,69 € (cento e sessenta e três mil, quatrocentos e onze euros e sessenta e nove cêntimos) e com um prazo de execução de 365 dias. O auto de consignação contou com a
presença do Presidente da Câmara Municipal, Dr. Luís Machado e do Eng.º João Pedro Mesquita Braz em representação da empresa ENGISUN, Lda. Estão assim criadas as condições para dar início à obra de
construção da Casa Mortuária há muito desejada pela população de Paradela do Monte e que vem assim proporcionar aos residentes maior dignidade e recolhimento no adeus aos seus familiares.
Assinatura do Auto de consignação da Empreitada “Espaço Douro do Frei João de Mansilha – Ligação de História” Foi assinado no passado dia 4 de março, o auto de consignação da Empreitada “Espaço Douro do Frei João de Mansilha – Ligação de História”, entre a Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião e a empresa RBT-CONSTRUÇÃO, S.A, um investimento de 637.765,51€ (seiscentos e trinta e sete mil, setecentos e sessenta e cinco euros e cinquenta e um cêntimo), acrescido de IVA à taxa legal em vigor, e com um prazo de execução de 365 dias. O auto de consignação contou com a presença do Presidente da Câmara Municipal,
Dr. Luís Machado e do Manuel António Barbosa Vieira em representação da empresa RBT-CONSTRUÇÃO, S.A. Estão assim criadas as condições para dar início à obra que irá promover a história do Frei João de Mansilha, mentor e criador da Região Demarcada do Douro, que contará com um espólio de informação aos visitantes sobre a personagem de inigualável importância para a promoção da marca SANTA MARTA e do seu território no âmbito do turismo de excelência.
Presidente da Câmara Distrital de Lembá recebido em Santa Marta de Penaguião O Município de Santa Marta de Penaguião recebeu no dia de ontem e hoje (15 e 16 de março) o Presidente da Câmara Distrital de Lembá (São Tomé e Príncipe), no âmbito do protocolo de geminação existente entre as duas vilas. A visita prendeu-se com o propósito de auscultar os problemas que atualmente assolam a vila de Lembá, nomeadamente os resultantes das inundações do passado mês de dezembro de 2021, que originaram a escassez de água potável e a destruição de inúmeras habitações. O Presidente da Câmara Distrital de Lembá, Dr. Alber-
tino Barros, reuniu com o executivo municipal que não ficou indiferente à realidade de Lembá, tendo ficado em aberto várias formas de cooperação entre as duas vilas. O Presidente de Lembá teve ainda a oportunidade de visitar as obras da requalificação das piscinas municipais, ficando o momento registado numa placa comemorativa afixada no hall de entrada das instalações municipais. No final da visita oficial, o Presidente do Município, Dr. Luís Machado, afirmou que “o executivo municipal irá continuar atento à realidade da vida da população de Lembá e colaborar sempre que lhe possível”.
Santa Marta de Penaguião solidária com a Ucrânia No seguimento do apelo da autarquia e da CIMDOURO para a recolha de bens essenciais para a Ucrânia, os penaguienses responderam de imediato, presentes. Com a ajuda das Juntas de Freguesia, Cruz Vermelha, Agrupamento Vertical de Escolas, Corporações de Bombeiros Voluntários, Loja Social, foram recolhidas 23 paletes de bens, entregues ontem em Lamego. Um agradecimento especial às Caves Santa Marta pela colaboração no acondicionamento dos bens e transporte dos mesmos.
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Entrevista
DAVID FONSECA Texto: André Rubim Rangel Fotos: David Fonseca O gosto e paixão pela música sempre foi determinante na tua infância? A ponto de fazeres dela a tua carreira? Tive, como acho que toda a gente. Eu via música na televisão e ouvia na rádio e, só depois, aos meus 17/18 anos é que tive um interesse maior pela música. Aprendi a tocar guitarra e, a partir daí, as coisas seguiram um percurso meio natural: de fazer a primeira banda, de ensaiar. Depois, anos mais tarde, quando os «Silence Four» assinam o primeiro contrato " tinha eu 25 anos " tudo se tornou mais sério. E, desde então, se tornou numa profissão. Nesses anos, entre os meus 17 e os 25, apenas tinha a dedicação à música como um hobbie. Foi assim. Mas o clique da música em ti " e na sua transversalidade " foi dada de que forma, antes de surgirem essas oportunidades? No meu caso foi o tédio. Eu sofria muito de tédio, porque tinha demasiadas situações em que tinha muito tempo nas mãos. Isso é que me empurrou a querer tocar um instrumento, a fazer canções e a querer exprimir-me de alguma forma. Pura e simplesmente, porque estava entediado.
perante algo mais sério dá um pouco mais de trabalho, não é uma coisa propriamente possível de fazer no Instagram. Não é a mesma coisa! Penso que aquilo que está por detrás da fotografia é como tudo: é um certo pensamento, uma certa ideologia, um modo de pensar as coisas e de tornar aquilo que se está a fazer em algo que tem a ver com a própria pessoa que o faz, essencialmente. Ou seja, que quando se olha para esses trabalhos se reconheça a pessoa, de alguma maneira. Por isso é que a fotografia, como todas as artes, vive uma espécie de individualismo inicial, que depois se transforma em algo completamente diferente. Voltando à música e olhando àquela que foi a tua grande alavanca, os «Silence Four», e olhando a algumas grandes bandas que acabam e depois retomam, prevês mais projetos conjuntos? Já fizemos isso em 2 0 1 4 , m a s apenas
“A guerra é das piores
musicais ou não, tem vislumbrado algo que nos possas revelar? Tenho sempre projetos, mas é sempre tudo segredo. Como se diz, "o segredo é a alma do negócio". Mas tenho muitas coisas na calha que eu espero que vejam luz nas próximas semanas, digamos assim. E fazendo a fusão entre dois conceitos abordados, o tédio e o silêncio, que faz com que nunca estejas parado e de buscar respostas em fazer mais e melhor? Não sei se procuro fazer algo melhor, na realidade. Não tenho uma ambição de fazer melhor, mas a de fazer mais coisas. Considero que isso do "melhor" e do "pior" é uma fixação muito
Pois eu estou muito feliz com todas as coisas que fiz na minha vida e não preciso de as ultrapassar. Agora se quero fazer diferente, quero! Mas "diferente" não é necessariamente "melhor", é apenas diferente! Mas, também, não sei bem o que é melhor ou o melhor. Para mim, todas essas adjetivações na arte, do "melhor" e do "pior", não servem. Contudo, ao fazeres uma autoanálise do que vais fazendo, vais tendo a perceção de fazer bem ou mal, substituindo-os ao "melhor" e ao "pior". Sentes-te bem ou mal consoante o que realizas / realizaste, certo? Assim está bem. E, aliás, acho que a maior parte das coisas que qualquer artista faz são péssimas. Os que não fazem assim é porque são geniais! A globalidade das pessoas que está no universo da criação atira muitas vezes o barro à parede e na gigantesca maioria das vezes ele cai no chão, não fica l á . Por-
E essa resposta foi por ti próprio, ou fruto de alguma ajuda ou orientação? Não, foi por mim. Eu tive aulas de música quando era muito miúdo, entre os 8 e os 10 anos. Aprendi piano e solfejo. Foi solução única, para ti, esse combate ao tédio, ou tentaste outros escapes? Tentei muitas, como fotografia e cinema. Coisas que eu gostava de fazer. Essas não te seduziram tanto como a música? Seduziram, pois, já que o meu curso académico, de três anos, é de Cinema. Queria mesmo seguir essa área, além de ir fazendo fotografia. Então por que foi a música a vencer, por assim dizer? Porque fui apanhado por um sucesso absurdo, de um momento para o outro. E quis continuar a ver o que isso iria dar. Aliás, sempre pensei que era algo que eu ia fazer em três/quatro anos e que, depois, ia largar. No entanto, aqui estou, fazendo da música a minha vida. Quanto à fotografia, e dado que hoje em dia cada vez há mais a circundar nas redes, em que qualquer um dispara com o seu telemóvel, achas que está a haver maior banalização da imagem? Essa banalização já havia. É inevitável. Acho que as pessoas que fotografam são fotógrafos, de alguma maneira, que não só os fotógrafos profissionais. Pensar a fotografia de um modo completamente diferente
uma v e z . Não temos continuado. Na altura, a nossa vocalista tinha recuperado duma leucemia terrível e nós resolvemos juntar-nos para angariar dinheiro para a Liga Portuguesa Contra o Cancro. Foi apenas isso, com cinco grandes espetáculos: três no continente – Guimarães, Lisboa e Leiria " e dois nas ilhas, Açores e Madeira. Não é algo que estar a prever, novamente, de momento. Mas aconteceu. E em termos de novos projetos, sejam
tanto, não acho que seja uma ambição minha de atirar o barro à parede e ele tinha de ficar lá a toda a hora Até acho mais divertido atirar o barro do que ele fique lá colado (risos). s o cial, da ideia de que cada vez que andamos para a frente temos de ser melhores, de alguma maneira. Acho que isso é uma enorme armadilha. E acho, ainda, que a ideia de poder fazer uma coisa que me ultrapasse a mim próprio acaba por ser um disparate.
Nessa tua imagem figurativa e apontando à música nacional, achas que é de atirar também o barro à parede, ou estamos bem? Ou, pelo menos, melhor do que há uns anos? Estamos muito melhor! Porque acho que
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coisas que sabemos fazer como seres humanos, infelizmente” o nosso país tem algo muito bom, em relação a outros países, nomeadamente a nossa vizinha Espanha. Nós temos muitos artistas para um Povo, que não é muito numeroso: temos músicos para todas as áreas, literalmente todas as áreas musicais que se possam imaginar, e acho que fazem concorrência direta ao melhor que se faz no mundo inteiro! E isso é muito raro num só país. Não há nada que nós não tenhamos cá e que não estejamos a fazer com uma qualidade impressionante! Portanto, acho que vivemos uma época maravilhosa na música portuguesa e tem, ainda, para dar muitas cartas no futuro. E alimentas com esperança os tempos que se seguem, após esta pandemia que tanto foi um rombo como um travão? Haverá um boom cultural? Não vai ser fácil! Até porque não é a única área em que isso sucede, mas na nossa acontece mais. Como é óbvio, em tudo, vai demorar um pouco a assentar novamente. Os músicos vivem muito por momentos sazonais: às vezes estão uns, outras vezes estão outros. E o que a pandemia fez foi empurrar-nos todos para o mesmo momento. A pandemia ainda não acabou, mas agora já se pode tocar ao vivo, já não há essas restrições todas, por isso parece que nos deixaram todos à porta ao mesmo tempo. Isso torna a coisa mais difícil, mas é uma questão de tempo " talvez de um ano ", para isto tudo voltar a ter os ciclos devidos. Todos nós vivemos de ciclos e acho isso natural. O que não é natural é que todos olhemos para o mercado simultaneamente, tornando-o um bocado confuso. Também te sentes viver nessa sazonalidade? Como quebras o tempo em que
não é o teu tempo de novo álbum e de estar no palco? Eu faço muitas outras coisas para além da música: faço produção e escrevo canções, para mim e para outros. Confesso que nunca me senti muito encurralado neste tempo pandémico. Senti, até, que tive oportunidade para fazer outras coisas de que não estava à espera e que, forçosamente, teve de acontecer. Eu, como todos os músicos, tínhamos um ano à frente de muitos concertos e isso acabou por ser cortado, o que me fez agarrar novas fases da minha vida artística. Lancei discos, lancei singles e produzi músicas. Há uma miríade de coisas que acabaram por acontecer. Isso mostra que a pandemia, apesar de horrível a nível geral, não teve só contras, mas trouxe alguns prós Sim. A realidade é que na minha área, e as pessoas que nela trabalham, nem todas tiveram essa capacidade e/ou oportunidade de escapar para outros afazeres, dentro da área ou não. Foi, de facto, muito duro, inclusive para quem trabalha muito em grupo, como eu, e às vezes as pessoas não têm noção. É um trabalho de grupo para chegar a um fim. Há pouco referias que a música portuguesa vive uma "época maravilhosa". Atribuis a mesma consideração à sociedade atual, a nível cívico e de cidadania? A sociedade tanto vive coisas boas, como coisas más. Não se pode dizer que tudo está bom ou que tudo está mal. Ora temos coisas muito boas, como temos coisas péssimas. Há muito que olhar para dentro e perceber como fazer melhor, mas não há nenhum extremo nem de um lado nem de outro. Em 2019, integraste o cartaz do Festival «Rock Douro». Como foi atuar naquele ambiente, no Peso da Régua, naquela re-
gião e perante aquele público? Foi uma experiência fantástica, que gostei imenso. De facto, o público do Douro e de todo o Norte é muito caloroso. Terminamos com o tema da atualidade. Foste um dos muitos artistas participantes no concerto solidário com a Ucrânia, «Uma voz pela Paz» - no Porto. Como vês esta situação? Como fomos chegar a este ponto? Eu não sou analista político, por isso não faço a menor ideia do que passa na cabeça de pessoas que iniciam guerras. Obviamente que sou contra a guerra, como qualquer outra pessoa que viva numa Sociedade. A última coisa que nós queremos é estar envolvidos numa guerra, seja de que maneira for! Acho que a guerra é das piores coisas que sabemos fazer como seres humanos, infelizmente Neste momento está presente, muito perto de nós e é algo que acaba por despertar a consciência de todos e sobre a seriedade do momento e a forma de agir perante o outro. Preferíamos todos que não estivesse a acontecer e desejamos todos que, no fundo e com iniciativas como esta, possamos colmatar o máximo das dificuldades das pessoas. Que a guerra acabe depressa! Temes represálias pelo facto de, como a generalidade dos países, apoiar a Ucrânia e face às declarações de ameaça de Putin? Mas sobre isso não podemos agir face ao que pode acontecer ou não. Acho que vamos todos sofrer represálias da guerra, não é só aqui, mas no mundo inteiro. Acima de tudo temos de olhar para o próximo e perceber como podemos ajudá-los numa situação destas. São eles, mas de alguma forma também somos nós. Que mensagem final deixas, especial-
mente dedicada aos Ucranianos? E não só, há outros cidadãos dos países fronteiriços, contra a guerra, que também têm sofrido A mensagem que deixo é de esperança. É que não desistam e que possam reviver o seu país de volta, as suas vidas. Penso muito na banalidade dos dias que foi interrompida nessa ideia de que " tal como eu, tal como todos nós aqui " temos os nossos dias normalíssimos e isso, de repente, é suspenso por uma realidade absurda, surrealista e que deve ser difícil de compreender. Desejo que tudo termine rápido e que eles possam retomar a vida que tinham anteriormente. E que possam ser livres!!!
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Vila Nova de Foz Côa
Amendoeiras em Flor levam milhares a Foz Côa Os grandes eventos estão de regresso à Capital da Amendoeira em Flor. Vila Nova de Foz Côa vestiu-se de gala para a edição de 2022 da Festa das Amendoeiras em Flor, um regresso após dois anos de ausência. Fotos Tiago Vieira Quem visita o concelho foz-coense por estes dias não pode deixar de ficar encantando com as vastas paisagens pintadas de branco e rosa, um cenário idílico que este ano volta a ser paragem obrigatória para os milhares de visitantes que ali se deslocam. Após dois anos de interrupção, devido à pandemia Covid-19, a Festa das Amendoeiras em Flor regressou este ano com diversas
novidades, mas sempre com o mesmo espírito de celebração. No final do certame, que se realizou entre os dias 26 de fevereiro e 6 de março, João Paulo Sousa, autarca foz-coense, fez um balanço positivo da edição 2022, em exclusivo ao VivaDouro. “O balanço é extremamente positivo. Não estávamos a contar com tanta gente, confesso. Alteramos o paradigma da festa, o que foi um risco calculado, mas acabou por exceder todas as expectativas. Nos dois fins de semana tivemos sensivelmente mais 3 a 4 mil pessoas por dia em Foz Côa, do que o habitual, não contando depois com o desfile etnográfico, que este ano envolveu cerca de 40 carros, uma participação que também nos surpreendeu.
Esta é uma festa das nossas gentes e isso ficou evidente na participação massiva de todos, desde as escolas, às associações e mesmo as juntas de freguesia. Conseguimos atingir os nossos objetivos que era mostrar que, apesar da pandemia, não havia um bicho que nos deitasse abaixo”. Uma das novidades da edição deste ano foi a aposta na animação noturna que o autarca considera ganha e para continuar. “Este ano dividimos a festa em duas partes. Uma feira com quase 150 expositores durante o período do dia, desde as 9h da manhã até às 18h da tarde, e depois a animação noturna com gastronomia, concertos ao vivo e dj’s que estendiam a festa até às 3 ou 4 da manhã. Basicamente só não
havia atividades entre as 3 ou 4 da manhã e as 09:00. Era uma resposta que precisávamos de dar aos jovens que muitas vezes perguntavam o porquê de pararmos aqui, e que devíamos de dar continuidade. Ao mesmo tempo os nossos comerciantes acabaram por poder mostrar também algo diferente. O modelo é para manter e para o ano subir de nível, que é aquilo que costumamos dizer, para ter uma festa ainda melhor”. Ao longo dos 10 dias de festa foram muitas as atividades e para todos os gostos, desde passeios Todo o Terreno, cicloturismo, torneio de futebol, teatro, ballet, feira de produtos locais e muita animação musical com artistas bem conhecidos do público como Agir, Overule e os Calema.
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Carrazeda de Ansiães
Feira do Folar e Produtos da Terra A Praça do Município vai acolher a Feira do folar e Produtos da Terra que regressa nos dias 14, 15 e 16 de abril. O evento pretende dar a conhecer, estimular a produção e a preservação deste produto tão tipicamente transmontano. Os visitantes podem degustar este e outros produtos, bem como comprar produtos da terra como: o vinho, o azeite, doces e compotas, licores e frutos secos. Durante o evento vão decorrer espetáculos de animação, visitas turísticas guiadas e o Festival do Cabrito, inserido nos fins de semana gastronómicos do Porto e Norte. Aos participantes informa-se que as inscrições já estão a decorrer até ao dia 25 de março, podem ser efetuadas na Loja Interativa de Turismo (LIT) através do telefone 278098507 ou por email lit@cmca.pt, ou através do formulário online no site do município.
Jogo “Separar e valorizar vai do começar” No âmbito da atividade nº 5 “Cidadania em Movimento” a Equipa PIICIE em colaboração com a Empresa Resíduos do Nordeste, realizou o jogo “Separar e Valorizar vai do Começar” com os alunos do 1º Ciclo,
A arte do fabrico de queijo está de volta ao Museu da Memória Rural, com o Workshop de Queijo artesanal, já no próximo mês, 03 de abril pelas 15h00. Atividade pretende divulgar a prática do fabrico do queijo artesanal, muito usual nas comunidades rurais de Trás-os-Montes. O workshop é dirigido a todos aqueles que pretendam conhecer como se faz o queijo e degustar alguns produtos ob-
tidos a partir do leite de ovelha, como a coalhada, o soro e os requeijões. A atividade é promovida pela Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães de cariz gratuito e dirige-se a todos as faixas etárias. Para participar só têm de efetuar a inscrição, até ao dia 24 de março, na Loja Interativa de Turismo (LIT) por telefone 278 098 507 ou email lit@cmca.pt ou no formulário online no site do município.
nos dias 14 e 15 de março. Atividade teve como objetivos sensibilizar e consciencializar as crianças para a importância da reciclagem e conservação dos recursos naturais do planeta.
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Opinião
António Fontaínhas Fernandes Professor Universitário
Um Compromisso com a Floresta A Floresta ocupa mais de 3,2 milhões de hectares do território (36% da sua área), sendo o principal uso do solo em Portugal. Assume um papel incontornável no sequestro de carbono, na biodiversidade, na proteção dos solos e na regularização dos regimes hidrológicos. Este capital natural pode ser potenciado a partir das atividades económicas que nele assentam, no emprego que gera e no seu papel na fixação de populações em contexto rural. Esta multifuncionalidade deve ser aproveitada em todo o seu potencial, o que conduziu a que cerca de vinte organizações, entidades e empresas
Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I
Saúde Mental:
A promoção da felicidade, precisa-se! Com o aumento diário da incerteza social e de todas as intercorrências que o mundo atravessa, como foi o caso da Covid-19 e da guerra da Ucrânia, vive-se um colapso das crenças da população. Cultivar e manter pensamentos felizes, para o bem da saúde mental, é cada vez mais difícil e simultaneamente imprescindível. Neste exato momento, países com a Ucrânia entre muitos outros estão a viver completas revoluções. As pessoas que neles vivem, vivenciam conflitos, guerras, disputas territoriais e guerras pelo poder. O mundo atual será lembrado pelos grandes desequilíbrios, migração forçada, separações sem nexo das famílias, dos pertences e de toda uma história de vida e de sentido de pertença e de dignidade mais básica fugir é foco. Essas perdas inevitavelmente provocaram desespero e medo da incerteza, muitas vezes, além-fronteiras. A procura de asilo não é uma novidade, contudo, o afluxo sem precedentes de refugiados deixa a Europa em estado de alerta. Com o intuito de controlar estes fluxos migratórios, a União Europeia numa união sem precedentes na história adotou várias medidas com o objetivo de aumentar a assistência humanitária. Considerando que mais de metade das pessoas que chegam à União Europeia são mulheres e crianças, podemos imaginar como é viver com as memórias de um passado recente marcado pelo trauma, pelas mortes e pela guerra a que assistiram? Até que ponto o ser humano aguenta tanto sofrimento, sem ajuda adequada? Por essa razão, para preservar a saúde men-
da área florestal tenham assumido recentemente um forte compromisso visando: Assegurar uma gestão ativa das áreas agroflorestais e a renovação dos ecossistemas florestais, essencial para o aumento da produtividade, a redução do risco de incêndio e a salvaguarda dos valores naturais; Envolver os proprietários e gestores das áreas florestais, parceiros indispensáveis na gestão do território; Assegurar que a riqueza gerada da função socioeconómica da floresta contribua para a proteção dos ecossistemas mais sensíveis do território. Num momento em que se inicia um novo ciclo político, os subscritores deste compromisso reforçam o empenho em contribuir ativamente para, no espaço de uma década, concretizar um quadro promotor de uma Floresta com Futuro, disponibilizando para tal meios, conhecimentos e vontades.
tal neste momento é fundamental acolher e respeitar a trajetória que têm trilhado. Independentemente do que aconteceu, é possível reconstruir a sua autoestima. Cada etapa vencida, num mundo em caos, é sinal de força e de dedicação de quem teve suporte e ajuda de alguém especializado na área da saúde mental, mas também dos afetos de proximidade e dedicação, nunca estamos sós e não nos devemos sentir sós, qualquer que sejam as circunstâncias. O 20 de março é considerado o Dia Internacional da Felicidade. A data, criada em 2013, foi inspirada pelo Reino do Butão, localizado nos Himalaias, entre a China e a Índia. O país asiático promove o conceito de Índice da Felicidade para medir bem-estar socioeconómico e o Produto Interno Bruto, PIB. A Assembleia Geral das Nações Unidas em sua resolução 66/281 de 12 de julho de 2012 também reconhece a relevância da felicidade e do bem-estar como objetivos e aspirações universais na vida dos seres humanos em todo o mundo e a importância do seu reconhecimento nos objetivos das políticas públicas. Cada pessoa sente e pensa de uma forma singular e essas diferenças têm a ver com a história de vida do indivíduo, que é única. Mesmo que a situação do país esteja recomenda-se que ao final do dia se faça um balanço do que aconteceu. “Pode ter acontecido algo negativo e difícil, mas um dia mau nunca é só um dia mau. O que ocorreu de positivo nesse que, talvez por ser algo tão pequeno, não se identificou, mas teve importância, e é importante verbaliza-la “ A felicidade é construída através do desenvolvimento da inteligência emocional, do autoconhecimento e identificando as alegrias nas pequenas coisas. Dessa maneira é possível, cultivar pensamentos felizes que ajudam a impedir o desenvolvimento de ansiedade ou depressão, a tristeza, ansiedade e insónia causados por fatores de vida como o stress das tarefas do dia-a-dia e a solidão que afetam cada vez mais pessoas e são responsáveis por grande perda de funcionalidade. É necessário falar positivo, num mundo cada vez mais feito de momentos negativos, pelo bem da nossa Saúde Mental.
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Celorico de Basto
Regresso das Camélias a Celorico de Basto celebrado com milhares de visitantes Após dois anos de interregno devido à pandemia, Celorico de Basto voltou a organizar a Festa Internacional das Camélias que, nesta 17ª edição, atraiu milhares de visitantes. Para o autarca celoricense, José Peixoto Lima, esta edição marcou a retoma deste tipo de atividades, destacando o cuidado na organização do evento. “Esta festa das camélias marca de facto, diria a retoma à normalidade, é o primeiro grande evento que nós organizamos pós-pandemia, tivemos o cuidado de o organizar durante todo o mês, começamos por iniciativas que juntamos menos pessoas e culminou hoje, neste grande cortejo, que juntou aqui milhares e milhares de pessoas. Nós estávamos também sedentos destes encontros, quando me perguntavam se este evento se ia ter muitas pessoas neste fim de semana, eu respondia que havia aqui dois sentimentos contraditórios. Por um lado, eu notava que as pessoas tinham muita vontade de estarem juntas, mas claro que esta pandemia deixou marcas e nós também temos que as sarar. Com estas iniciativas, que levamos a cabo,
durante este mês, é também isto que estamos a fazer, desconfinar e voltar à nossa normalidade.” O autarca explicou ainda que esta festa só acontece pelo envolvimento de toda a comunidade, seja de uma forma direta ou apenas com a decoração das suas casas e negócios. “Nós nunca poderíamos ter de facto esta grandeza, se não envolvêssemos toda a comunidade, mas é mesmo toda. Quando eu digo toda, não é apenas a Câmara, as Juntas de Freguesia, as Associações ou Coletividades, são as pessoas que decoram as suas casas, são os comerciantes que decoram as suas lojas, são no fundo as pessoas de uma forma informal que se associam aos múltiplos eventos que nós organizamos. Por isso é que, na maior parte dos casos, as festas que envolvem as camélias, são muito elitistas. Aqui, em Celorico de Basto, é uma festa profundamente popular e esta é também a sua grande característica”. Para encerrar a 17ª edição da Festa Internacional da Camélias o município tem ainda preparadas, para o último fim de semana de março (25, 26 e 27), diversas iniciativas como o raid, a milha e o BTT das Camélias, assim como duas oficinas e um ballet
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Alijó
Arte e vinho fundem-se em novo Centro de Enoturismo
Os proprietários da marca Quanta Terra, os enólogos Celso Pereira e Jorge Alves, tomaram a iniciativa de convidar Joana Vasconcelos para lançar, em parceria, um espumante e um vinho tinto, com o rótulo da artista portuguesa. No dia 4 de março, decorreu o arranque do ciclo de exposições de Joana Vasconcelos, em Favaios, no concelho de Alijó, promovido pela empresa Super Napron e com o apoio do programa Garantir Cultura. Esta mostra expositiva assinalou a inauguração da nova adega Quanta Terra e vai estar patente até ao dia 19 de junho. A inauguração da Destilaria nº7 aconteceu numa antiga destilaria da Casa do Douro e para além da exposição de sete obras da artista plástica portuguesa, o espaço deu também lugar a um ciclo de conferências, debates de diálogo aberto, onde se falou de temas como as estratégias para o desenvolvimento económico, cultural e humano. As sete peças que integram a exposição são a Pavillon de Vin, Coração Independente Vermelho, Porto Wine, Mustang, Destemido, Conselheiro e BonBon. Estas são peças facil-
mente reconhecíveis para quem conhece e acompanha o percurso de Joana Vasconcelos, uma vez que, por exemplo, a Pavillon de Vin, a que dá as boas vindas aos visitantes, esteve já exposta no Château de Versalhes, na exposição mais vista de sempre. Coração Independente é também uma das peças que nos últimos anos tem percorrido vários centros culturais internacionais. Relativamente ao ciclo de conferências, denominado "Diálogos Abertos", que também assinalou esta inauguração, o ponto de partida foi a reavaliação das dinâmicas culturais no Douro. Este programa, resultou da parceria entre a Fundação Joana Vasconcelos e os produtores durienses, tendo sido realizado e moderado pelo colecionador André Quiroga. O painel que iniciou este ciclo foi o Painel de Cooperação Transfronteiriça, que contou com a presença de Filomena Marques, Guillermo Campos e Xosé Regueira Varelo; de seguida o Painel Investimento, foi integrado por Luís Pedro Martins, Beraldino Pinto e José Rodrigues Paredes. Por fim, o último foi o Painel Cultural, no qual não podia faltar Joana Vasconcelos, que esteve acompanhada por Emídio Gomes e Teresa
de Albuquerque. Em comunicado à imprensa, o Presidente de Entidade Regional de Turismo do Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins, disse que “são várias as razões pelas quais o turismo Porto e Norte vê com muito interesse esta iniciativa. Primeiro, porque alia aqui alguns dos principais ativos do turismo, a cultura, mas também o enoturismo, neste caso os vinhos e porque coloca também ambição ao território ao trazer uma das artistas mais internacionais do país”. Vista como uma mais valia, Joana Vasconcelos, além do reconhecimento internacional, é apreciadora dos vinhos Quanta Terra, dos vinhos do Douro, o que deixa os produtores muito lisonjeados. A artista plástica, em declarações à imprensa, diz ainda que "estar aqui faz todo o sentido visto que é um tema (vinho) que eu tenho vindo a trabalhar na minha obra, ao longo dos anos e em diferentes peças". Acrescentando que "não existe a cultura no sítio certo, o que existe é a cultura comunicar com todos os sítios, é dever dos artistas estarem por todas as partes, senão também não fazia sentido sair de Portugal para o mundo".
Celso Pereiro, enólogo e gerente da empresa, chama a atenção para o facto do interior estar cada vez mais desertificado e termina dizendo que “pretendemos com este tipo de ações chamar as populações do litoral para visitarem o Douro, provarem os nossos vinhos, reconhecerem a nossa identidade e o nosso valor, pois é uma maneira de nos comunicarmos”. Inspirado nas caixas de transporte das obras de Joana Vasconcelos e desenvolvido pela equipa da Força Motriz em conjunto com a designer Maria Monteiro, os vinhos vêm dentro de uma caixa vermelha de madeira, cor essa escolhida por ser a cor que a artista usa nas suas caixas de transporte das suas peças de arte. Produzidos em quantidade limitada e para uma edição anual, o lançamento destes produtos resulta de um trabalho conjunto, retomado no final de 2020. No que diz respeito ao espumante, este é também o primeiro do produtor, na gama de vinhos Quanta Terra. A exposição está patente até dia 19 de junho na Destilaria nº 7 | Quanta Terra, as reservas podem ser efetuadas através do email reservas@quantaterradouro.com
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Nacional
Bruxelas aprova medidas de apoio aos agricultores e ativa a reserva de crise Pagamentos antecipados, ativação da reserva de crise e possibilidade de utilização de terras em regime de pousio - para aumentar a produção de alimentos - são algumas das medidas propostas pelos ministros da Agricultura dos 27, que esta segunda-feira se reuniram em Bruxelas, sendo que deverão vigorar pelo menos até ao final da campanha agrícola em curso. Os ministros da Agricultura da União Europeia reuniram-se esta segunda-feira em Bruxelas para aprovar um pacote de medidas de apoio ao sector, que agora se debate com o impacto da guerra na Ucrânia – um dos principais produtores de cereais do mundo – e com a escalada de preços de vários fatores de produção. Em declarações ao Expresso, a ministra da agricultura Maria do Céu Antunes, disse que ficou decidido, desde já, a ativação da chamada reserva de crise, da ordem dos 500 milhões de euros a distribuir pelos vários Estados-membros. Daquele pacote chegarão a Portugal cerca de 9 milhões de euros, que serão distribuídos de forma proporcional aos atuais pagamentos diretos que já são feitos por Bruxelas aos agricultores.
Utilizar as terras em pousio para pastoreio Por outro lado, e ainda segundo a ministra da Agricultura, deverão poder ser utilizadas as terras em pousio obrigatório (que são cerca de 10% das terras cultivadas com cereais), tanto para pastoreio como para produção de proteína vegetal. Aos agricultores portugueses serão também pagos em antecipação 500 milhões de
euros de pagamentos diretos, já em maio – via Orçamento do Estado – sendo que em outubro serão feitos os acertos de contas em relação ao conjunto das verbas a atribuir neste domínio. Outra decisão que saiu da reunião desta segunda-feira é a que tem que ver com a possibilidade de a Comissão poder vir a fazer compras comuns de matérias-primas
alimentares e fertilizantes, em bloco, para depois repartir pelos vários Estados – um pouco à semelhança do que se fez com as vacinas anti-covid. Todas as medidas agora aprovadas deverão ser anunciadas publicamente perla Comissão já na próxima quarta-feira, dia 23 de março, e estarão em vigor pelo menos durante a atual campanha agrícola.
Nova ponte sobre o Douro começa a ser construída em 2023 7ª travessia entre Porto e Vila Nova de Gaia começa a ser construída no 1º semestre de 2023. Prazo de execução da obra é 970 dias. Está confirmado: a nova ponte sobre o rio Douro que servirá o Metro do Porto vai ser construída pelo consórcio formado pela Prof. Edgar Cardoso – Engenharia e Laboratório de Estruturas, Lda, pela Arenas & Asociados, Ingenería De Diseño SLP e pela No Arquitectos, Lda. Aquela que será a sétima travessia entre o Porto e Vila Nova de Gaia deverá começar a ser construída na primeira metade de 2023, sendo que o prazo de execução da obra é 970 dias. Já o custo está orçado em 50,5 milhões de euros. O conceito consiste numa ponte de pórtico com efeito de arco, totalmente em betão, e com um perfil longitudinal a uma altura ligeiramente superior à da Ponte da Arrábida, de modo a não constituir um obstáculo visual. Com uma forte orientação no sentido da sustentabilidade, a proposta prevê, ainda, a instalação de painéis fotovoltaicos nos carris, que permitirão a iluminação da ponte, refere a Câmara Municipal do Porto (CMP), adiantando que o projeto contempla ainda escadas e um elevador a servir a Rua do Bicalho e a Faculdade de Arquitetura da Universidade do Porto. Segundo a Metro do Porto, “a ponte a de-
senvolver vai unir o Campo Alegre, no Porto, ao Candal, em Vila Nova de Gaia, sendo parte obrigatória de uma nova linha de Metro – a Linha Rubi – que ligará as estações da Casa da Música e de Santo Ovídeo”. “Tanto a futura ponte como a nova linha são totalmente financiadas a fundo perdido por verbas inscritas no Plano de Recuperação e Resiliência e estarão construídas e em funcionamento até ao final de 2025”, acrescenta a empresa. Nova ponte entre o Porto e Gaia será só
para Metro, peões e bicicletas A autarquia indica que contrato para o desenvolvimento do projeto deverá ser assinado em breve, representando um investimento superior a 1 milhão de euros. A CMP revela, ainda, que o tabuleiro da futura ponte é exclusivamente reservado ao Metro, aos peões e bicicletas. O presidente do conselho de administração da Metro do Porto, Tiago Braga, considera, em comunicado, que a nova ponte sobre o Douro tornará “a região ainda mais coesa,
ambientalmente sustentável e competitiva” e confirma que se trata de um projeto que tem em linha de conta a preocupação com a sustentabilidade: “Numa altura em que as questões energéticas estão ainda mais na ordem do dia, esta ponte e esta linha são o mais forte contributo para a descarbonização da mobilidade nesta região, uma vez que este é o eixo alternativo à circulação automóvel na Ponte da Arrábida e a parte da VCI, contribuindo estruturalmente para uma menor dependência nacional de combustíveis fósseis”.
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Opinião
Eduardo Rosa Vice-Reitor para a Investigação da UTAD
Julgo haver unanimidade sobre a importância do Ensino Superior no desenvolvimento regional, através de ações diversas e abrangentes. O impacte destas ações é tanto mais relevante quanto maior forem as necessidades desse desenvolvimento e o modelo de envolvimento da instituição. O modelo mais comum, porque normalmente mais fácil de implementar, é o de envolvimento regional, sobretudo em regiões do Interior e de menor densidade populacional, onde o tecido empresarial tem também, normalmente, menor expressão. Todavia, o modelo de promoção de sistemas de inovação ou o modelo de
António Cunha Presidente da CCDR-NORTE
Como um sopro, e sem pedir licença, este conflito (mais próximo do que o entendemos) rompeu a estabilidade do nosso modo de vida – a do “Velho Continente”, a Europa, mas também do nosso País e Região. Essa mesma estabilidade que, ainda agora, começávamos a reconstruir depois dos efeitos nefastos da pandemia. O Douro, infelizmente, não ficará fora da guerra que desafia a paz mas, também, a resiliência da economia. Segundo dados fornecidos pelo Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP), em
Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)
O Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP) tem vindo a investir fortemente, de forma continuada, em formação especializada sobre vinho do Porto junto das escolas de hotelaria internacionais e nacionais. São os alunos dessas escolas os protagonistas da mudança que estamos e queremos operar junto do consumidor. Pretendemos que o consumo de vinho do Porto seja, não apenas um momento lúdico e de convívio, mas a que se dê um aporte significativo de informação ao consumidor, que o capacite para escolhas futuras mais esclarecidas. Todos sabemos que a comunicação do vinho do Porto é assaz complexa. Torna-o de especial curiosidade ser um vinho identificado com a mais antiga e regulamentada região demarcada do mundo. A complexidade da comunicação começa no facto de ser um vinho licoroso " logo aí a curiosidade de
UTAD: 36 anos que marcaram o passado e uma visão para o futuro empreendedorismo poderão ter um efeito mais eficiente, por conseguinte, mais célere no respetivo impacte. Nas regiões do Interior, os modelos híbridos são os que encontram maior facilidade de implementação justamente pelas caraterísticas destas regiões. Frequentemente, os modelos híbridos apostam no convencional papel do Ensino Superior, centrado na formação superior e na investigação, que frequentemente não está orientado para as necessidades regionais. A investigação geocêntrica contrasta, assim, com os desafios, cada vez mais vincados, das sociedades e das políticas públicas atuais. Daí terem sido incentivados vários tipos de organizações, que se poderiam designar de “interface”, que visam estimular uma dinâmica de inovação e de empreendedorismo fundamen-
tal para a criação de valor acrescentado. No dia 22 de março, celebrámos o 36º aniversário da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). Ao longo destas quase quatro décadas, a UTAD marcou de forma indelével o desenvolvimento regional, ao mesmo tempo que se afirmava no contexto nacional. Inicialmente focada no setor agrário, aquele que publicamente foi reconhecido como o mais carenciado e no qual o conhecimento existente e entretanto gerado permitiram operar uma rápida transformação, rapidamente foi abraçando outras áreas do conhecimento, nas quais foi granjeando reconhecidos méritos e inegável protagonismo, também além-fronteiras. Foi justamente utilizando o modelo de envolvimento regional que se efetivou o maior impacte, através da formação superior e da
investigação e da experimentação. Uma reflexão sobre o percurso e o impacte do passado deve levar necessariamente a identificar e a perspetivar o futuro e a forma como transformamos o modelo entretanto utilizado, de modo a que cada aluno formado seja um potencial criador de riqueza através da visão de inovação e de empreendedorismo, capaz de responder aos desafios societais. Também aos docentes e aos investigadores é exigida uma mudança de paradigma, que enquadre justamente esta visão, o que implica uma maior aproximação e perceção das necessidades do setor empresarial e da sociedade. O Programa Estratégico de 2021-2025 traça o caminho com grande objetividade. Façamos então, todos juntos, o caminho, para chegar mais longe.
A Guerra – os efeitos que se estendem do “Velho Continente” até à nossa porta 2021 foram exportados cinco milhões de euros de vinhos Porto e Douro (DOC) para a Rússia. Sendo um valor relativamente modesto no cômputo geral das exportações do Douro, é um exemplo concreto das múltiplas ondas de choque da guerra que nos afetarão. A crise do preço da energia e a ameaça de uma crise inflacionista acabarão por adquirir um efeito imediato em muitas dimensões do nosso quotidiano, com repercussões em praticamente todos os setores produtivos, com particular destaque no do alimentar, conhecido o estatuto ucraniano e russo de “celeiros do Mundo. Ao contrário do que se possa pensar, as “agendas” europeias e nacionais de desen-
volvimento não foram ultrapassadas, mantendo intacta a sua pertinência e atualidade. Viram, aliás, intensificada a sua razão de ser e urgência. São os casos da descarbonização, da promoção da economia elétrica e da produção de energias de fonte renovável, em que o Norte é referência. Esta “transição” é hoje tão estratégica para a soberania europeia como para o cumprimento das metas ambientais. Por outro lado, devemos prosseguir a reconversão e modernização da nossa base industrial, substituindo o modelo de produção intensiva, baseado na quantidade e baixo preço, por um modelo fundado na inovação, na segmentação e na qualidade. Só assim seremos mais competitivos e resi-
lientes. Também no Douro essa visão será estratégica. Recusar uma nova idade das trevas reclama visão e liderança reforçadas. Também para uma governação central esclarecida e atuante nas frentes externas, precisamos de um Estado próximo e de confiança no plano interno. A agenda da descentralização e da reforma do Estado não pode ser, por isso, esquecida. Os piores fantasmas e temores podem turvar a visão e tolher a ação. É em momentos como estes que o nosso pensamento estratégico e capacidade de resposta coletiva devem fazer prova da sua força.
A importância da formação em vinho do Porto ter uma fermentação interrompida no seu decurso pela adição de uma aguardente " e continua na panóplia de tipos, de estilos, de categorias especiais, de cores, de doçuras, nos processos de vinificação singulares " uns que procuram uma maior oxidação, outros menos ", para não falarmos da singularidade das castas autóctones que nem todo o consumidor conhece. Se ligarmos a esta complexidade a enorme espessura histórica e cultural associada ao vinho do Porto, a comunicação fica tão vasta quanto difícil de abranger. É desta complexidade de vinhos que nasce a necessidade de fazermos um esforço continuado e dotarmos o setor da restauração e da hotelaria de pessoas habilitadas que façam a ponte entre a região, o vinho e o consumidor. Por ser uma região secular, a invulgaridade da Região Demarcada do Douro tem a contar o seu longo passado, e a oferecer um manancial de informação histórica e cultural que permitem criar um story-telling deveras interessante, capaz de envolver o consumidor na origem de qualquer vinho que daqui tenha origem. É esse o desígnio da formação que facul-
tamos: permitir que o consumidor seja esclarecido de uma forma cabal, aprofundada, através de quem conhece os detalhes, está familiarizado com o produto, e está em condições de propor os melhores vinhos, a melhor adequação aos momentos de consumo, nos canais de restauração e da hotelaria. A importância dos cursos que frequentemente realizamos fica, pois, perfeitamente justificada quando perspetivada como uma forma estrutural de aumentar a sustentabilidade social e económica da região pela comercialização. Para o conseguir, o IVDP está dotado de equipas de formadores altamente qualificadas, versadas nas mais diversas áreas, que se integram na docência dos programas de formação traçados pelas mais reputadas escolas de hotelaria nacionais e internacionais. O que era há anos um acontecimento episódico tornou-se uma prática rotinada, que apenas a pandemia COVID-19 intervalou. Muitas ações poderiam ilustrar esta atividade de formação tão necessária e meritória. Mas pontua-se aqui a realizada no âmbito do projeto "Les Vins de Porto: Connaissance des Produits Européens et Inter-Culturalité”,
ação que vimos a desenvolver desde 2003, numa parceria com o Ministério da Educação francês, tendo realizado, neste mês de março, um vasto programa de formação nas academias de Toulouse e de Montpellier. São esta ações que temos vindo a empreender, visando sempre o acréscimo da comercialização, o melhor esclarecimento, descomplicando e democratizando o consumo moderado, em ambientes mais cosmopolitas e descontraídos, para chegar aos mais jovens, cortando as “amarras” a momentos solenes. Conseguimos captar, cada vez mais, jovens formandos das escolas de hotelaria. Ávidos de informação. Interessados. Disponíveis para continuarem a propalar o Vinho do Porto, a Região Demarcada do Douro, a sua Cultura, e as suas Gentes. Assegurando maior sustentabilidade de um território verdadeiramente singular. Cria-se, assim, uma jovem camada de agentes profundamente conhecedores, que fará a disseminação da enorme fama e excelente reputação que detém o Vinho do Porto, marca de imagem de Portugal.
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SOPA DE LETRAS Flores
SOLUÇÕES Palavras Cruzadas
com listras. VERTICAIS: 1 - Elemento de formação de palavras que exprime a ideia de hostilidade, oposição. Embraia. 2 – Aglut. da prep. com e do det. def. ou pron. a. Declarar com fi rmeza. 3 – Casamento. A minha pessoa. 4 – Tapume. Dar pios. 5 – Motivo. Conjunto de coisas descritas e enumeradas. 6 – Contr. da prep. em com o art. def. o. Mato a sede ou a fome a. Contrai os músculos e as linhas da face de modo especial, por efeito de alegria ou nervoso. 7 – Fileira. Volta em espiral. 8 – Alameda, rua de jardim ou parque. Descanso religioso que, conforme a lei de Moisés, os Judeus deviam observar no sétimo dia da semana. 9 – Fluido gasoso, transparente e invisível que constitui a atmosfera. Limpar com vassoura. 10 – Remir. Jornada. 11 – Abrandar a dureza. Cheiro agradável.
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HORIZONTAIS: 1 – Líquido incolor volátil e inflamável, de cheiro forte, agradável e característico, miscível com a água e com o éter, usado no fabrico de lacas e como dissolvente. Unidade de medida agrária equivalente ao decâmetro quadrado. 2 – Estrofe de nove versos. Serve para chamar ou saudar (interj.). Indica lugar, tempo, modo, causa, fim e outras relações (prep.). 3 – Boldrié. Com asas. 4 – Depois de. Que é de bronze. 5 – Concluíra. Forma antiga de mim. 6 – Nome da letra F. Sufixo com sentido diminutivo. Caminhar ou dirigir-se para o lugar onde estamos. 7 – Níquel (s.q.). Fazer plissado em. 8 – Rebanho de gado miúdo. Esvaziar. 9 – Dar-se por ofendido, descontente, escandalizado, sem se queixar. O quarto mês do ano civil gregoriano. 10 – Contr. do pron. pess. compl. te e a. Grande porção. Cantor ambulante. 11 – Altar cristão. Ornar
Cravo Dalia Girassol Hortencia Lirio Magnólia Margarida Narciso Orquidea Rosa Tulipa Violeta