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Ano 7 - n.º 86 abril 2022|
Preço 0,01€ Mensal
|Diretor: Miguel Almeida | Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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INFLAÇÃO FAZ
DISPARAR OS BENS ALIMENTARES
> Págs. 4/5
ENTREVISTA
> Págs. 10/11
Carlos Carvalho,
Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço Eu digo meio a brincar, mas também a sério, que é incomparavelmente mais difícil ser Presidente da Câmara de Tabuaço, Armamar ou Penedono, por exemplo, do que do Porto, Braga ou Lisboa. Sem qualquer sentido de injustiça para com os meus colegas destas realidades maiores.”
Boletim Informativo da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira Nº 38 - ABRIL de 2022
Trimestral
Ficha Técnica Ana Dias; Angela Martins; Beatriz Almeida; Igor Nora; José Angelo Pinto; João Pedro; Joaquim Vasconcelos; Maria João Gaspar, Rui Droga; Tânia Amaral
Introdução Tenho-me coibido de escrever neste boletim, por um lado porque a qualidade dos trabalhos que têm vindo a ser publicados pelos colaboradores deste boletim tem sido muito elevada, o que diminui a necessidade de o fazer e, por outro lado, as circunstâncias politicas regionais, locais e até da própria cooperativa a que presido têm aconselhado contenção e ponderação no que publicamos. Na data em que escrevo e após o prazo de entrega de listas ter decorrido, apenas foi apresentada uma lista para os órgãos sociais da Coopenela, lista essa a que presido e, por isso, e apenas por isso faz sentido que utilizar este meio para voz explicar os nossos programas, planos e objetivos para o mandato de 2022 a 2026. Havendo mais de uma lista, este espaço deveria e seria partilhado pelas diversas candidaturas. Havendo só a nossa, então é esta a altura para celebrar o momento em que termina
o mandato em que fui eleito presidente da Cooperativa, mandato iniciado há 4 anos, mas que foi o corolário do trabalho desenvolvido anteriormente como vice presidente durante dois mandatos, e é, por isso, também a altura certa para avaliar os anos que passaram e projetar as intenções para o futuro da instituição. A decisão de me recandidatar estava tomada já há algum tempo, por diversas razões que vou explicar. A principal é o sentimento que estamos com demasiadas coisas a ocorrer na Coopenela que estão a meio e que por isso faz sentido que tentemos terminá-las e que assumamos em pleno a responsabilidade de as terminar. Aliás, o programa que apresentamos em 2018 era para 8 anos e por isso está agora a meio. A pandemia provocada pelo COVID 19 e as consequências da gestão das suas consequências obrigaram a que refreássemos projetos e ações, que procurásse-
mos tornar mais eficaz o trabalho e por isso reforçamos os laços com os cooperantes, com os parceiros, com as autarquias, com os agricultores e com os colaboradores para fortalecer e capacitar a região e os nossos associados, que são a razão principal da nossa existência enquanto organização. Outra razão é a consciência da responsabilidade que temos. A maturidade da instituição, que irá celebrar 25 anos em Outubro, é ainda pequena e a estabilidade nos corpos dirigentes é uma mais-valia profunda para podermos melhorar a capacidade de intervir e sermos capazes de ir mais longe. A fusão com a COFRAL ainda não se conseguiu solidificar, os novos quadros que temos vindo a desenvolver estão a atingir picos de produtividade e a melhoria continua começa a ser uma realidade permanente. Mas, se os sinais são muito bons, há ainda muito trabalho para se fazer.
Nesta edição pode encontrar
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VIVADOURO ABRIL 2022
Editorial
SUMÁRIO:
José Ângelo Pinto
Destaque
Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
Torre de Moncorvo
Páginas 4 e 5 Página 6 Mesão Frio Página 7
Caros leitores, A discussão à volta do uso ou do não uso de máscaras nas salas de aula e de uma forma genérica em espaços fechados é mesmo muito à Portuguesa e muito representativo das dores que tivemos para ter uma democracia. Os portugueses gostam de ser comandados (ou será liderados?) e gostam que a responsabilidade das decisões não lhes sejam atribuídas. Por toda a Europa as pessoas já deixaram de utilizar a máscara a não ser em situações de grande risco, como contacto com grupos mais vulneráveis ou nos estabelecimentos de saúde. Mas em Portugal não. Porque em Portugal as pessoas podem estar num restaurante com centenas de pessoas a jantar sem máscara, mas não podem estar sem ela se estiverem a ler numa biblioteca. Podem ir para a discoteca ou assistir a espetáculos ao vivo e cantar com o uso de plenos pulmões; mas não podem deslocar-se no escritório sem a colocar. A avaliar por uma recente visita que fiz à Alemanha, assim que as máscaras deixarem de ser obrigatórias, imediatamente quase todos as abandonarão. Os Portugueses (e a maior parte dos Europeus) não têm o sentido de responsabilidade individual e coletiva que têm outros povos, particularmente os Asiáticos e, consequentemente, só usam se forem obrigados. Por outro lado, a gestão razoável que foi feita da pandemia do ponto de vista da saúde pública (não nas questões económicas, como vimos nos dados recentes em comparação com outros países; mas isso é outro assunto) leva os portugueses a terem boas doses de confiança nas vacinas e na proteção que estas transmitem. Ora isto leva a desleixo e deixar a coisa andar sem problemas porque estamos todos vacinados. E o governo bem sabe disto. Aliás ganhou eleições com maioria absoluta por causa da inconsistência que outros partidos demonstraram que teriam para gerir a pandemia. Porque nós queremos que os outros usem a máscara para protegermos o coletivo. Mas nós não a queremos usar porque a nós incomoda. E se ninguém nos obrigar dificilmente iremos usar. Já os outros o devem fazer, que é obrigação cívica. E é assim que rapidamente passamos de toda a gente a usar para ninguém a usar. Por isso é tão difícil ter opinião sobre este assunto!
PRÓXIMA EDIÇÃO 25 DE MAIO
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org POSITIVO A retoma dos eventos de grande dimensão à região , com o aliviar das restrições pandémicas, tem trazido ao Douro milhares de visitantes.
Carrazeda de Ansiães Página 8 e 24 Entrevista Autarca Páginas 10 e 11 Sabrosa Página 12 Alijó Página 13 S. João da Pesqueira
NEGATIVO A modernização do troço Marco-Régua perdeu financiamento do Ferrovia 2020 e aguarda verbas do novo quadro comunitário.
Páginas 14 Boletim Coopenela Páginas 15 a 18 Santa Marta de Penaguião Páginas 19 e 29 Armamar Página 20
Luís Braga da Cruz Engenheiro civil
Entrevista Páginas 22 e 23 Freixo de Espada à Cinta Páginas 25 Opinião Páginas 26 e 30 V. N. de Foz Côa Página 28
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- "A minha última crónica - O Poder Económico" Ao longo de cinco anos escrevi uma crónica mensal para o Vivadouro, a convite do seu director - Miguel Almeida. Todo o processo que começa, mais cedo ou mais tarde, tem um fim. Mas é bom saber quando o devemos interromper. Vou fazer 80 anos, em breve. Entendi que devia ficar por 80 crónicas, sendo, portanto, esta a última. Agradeço a quem me convidou e, especialmente, a quem teve a paciência de me ter lido. Foi um período longo em que, com o Douro e Trás-os-Montes como referência de fundo, discorri sobre alguns dos temas que me motivaram ao longo da vida. Relendo o que escrevi, porque penso editar estes textos, dei conta que me interessei pelos problemas da nossa sociedade a partir do local. Sou tentado a dizer uma banalidade: que o mundo está agora mais feio do que há cinco anos. A pandemia estará a acabar, mas tomámos consciência que a ameaça de fenómenos semelhantes no futuro é real e possível. Acreditávamos que a paz global era um desígnio alcançável, e eis que a agressão bárbara regressou à Europa, acompanhada de violência gratuita, chantagem nuclear e de mentira sistemática. Surpreende-nos que, por motivação do bem-estar pessoal e imediato, metade dos franceses avalizem soluções que, se tivessem vencimento, comprometeriam gravemente o projecto europeu, justamente no momento em que mais precisávamos de estar solidários e unidos, fortes e disponíveis para aprofundarmos soluções integradas e portadoras de futuro para a Europa. Contava-me o meu avô que, no seu tempo de estudante, no início do século XX, havia um professor de Direito na Universidade de
Coimbra1 que usava uma frase que os caloiros deviam repetir, sobre as estranhas motivações das escolhas humanas. Dizia sensivelmente o seguinte: “até na face seráfica dos santos dos altares, se divisa o sorriso satânico do poder económico”. Com esta afirmação redonda, transposta para os nossos dias, o que é que ela pode querer dizer? Que não há ingenuidade possível. Que o que comanda a vida continua a ser o interesse económico e o exercício do poder dos mais fortes, sem respeito por princípios e direitos humanos que julgávamos adquiridos. Obviamente que não pode ser assim. A União Europeia é um dos blocos mundiais economicamente mais robustos, mas com dificuldade de ter políticas que reforcem uma soberania comum e que obriguem os seus membros a uma actuação coerente. A nível mundial, ainda estaremos pior. Perante um acto condenável, perpetrado por um dos membros do concelho de segurança da ONU, esta organização criada depois da última grande guerra - justamente, como plataforma para assegurar a paz e a concórdia - revela-se totalmente incapaz de contribuir para este desígnio. É tempo de rever os seus fundamentos e de chamar à razão os seus membros. A Europa, se quiser continuar a ser respeitada, tem de mobilizar de novo os valores humanísticos em cuja génese se fundamentou. Deveria continuar a ser o primeiro nível de referência no respeito pelos direitos humanos, na defesa do Estado de Direito, na tolerância em relação ao outro, na defesa da democracia participativa. Entretanto, perspectivam-se novas adesões que tornarão a União Europeia ainda mais diversa e complexa. Por isso mesmo, se reclama clareza na definição das regras mínimas que todos têm estrita obrigação de cumprir, sem que restem dúvidas sobre o que pode acontecer a quem não estiver disponível para as seguir com escrúpulo e para explorar um novo ciclo de aprofundamento europeu. Tem de ser esta a nossa expectativa.
Doutor Pedro Monteiro, tinha a responsabilidade da cátedra de Economia, na Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra, no final do século XIX.
Registo no ICS/ERC 126635 | Número de Registo Depósito Legal: 391739/15 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 | Diretor Adjunto: Carlos Almeida | Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 | Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 / 910 599 481 | Paginação: José Miguel Gonçalves | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4510-698 Fânzeres | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivadouro.org/vivadouro | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Avenida Barão de Forrester, nº45 5130-578 São João da Pesqueira | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: Av.ª da Republica nº6 1º Esq. 1050-191 Lisboa | Colaboradores: Ana Luísa Santos, André Rubim Rangel, António Cunha, António Fontaínhas Fernandes, Beatriz Oliveira, Carlos Rodrigues, Emília Sarmento, Eduardo Rosa, Emídio Gomes, Gilberto Igrejas, Guilhermina Ferreira, Helena Pereira, Luís Alves, Paulo Costa,Ricardo Magalhães, Sandra Neves, Sílvia Fernandes e Tiago Vieira. | Impressão: Luso Ibéria | Tiragem: 10 mil exemplares
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2022 FIM ENDUROGP WORLD CHAMPIONSHIP
MAY 13 - 15 2022
ENDUROGPOF Portugal
PROGRAMME INFORMATIONS
PESO DA RÉGUA - ARMAMAR
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VIVADOURO ABRIL 2022
Destaque
Guerra provoca subida dos preços Com a pandemia finalmente a parecer querer dar tréguas, 2022 começou com a perspetiva de regresso à normalidade, contudo, a guerra iniciada por Vladimir Putin na Ucrânia veio alterar o cenário mundial levando a uma escalada de preços que pesa na carteira dos consumidores. De acordo com um estudo realizado pela DECO, atualmente o cabaz de bens alimentares custa ao consumidor final mais de 200€. “O preço de um cabaz de bens alimentares essenciais registou, entre 13 e 20 de abril, uma ligeira descida de 0,88 cêntimos (menos 0,44%), passando a custar um total de 200,79 euros. Esta é a segunda vez que o custo do cabaz de alimentos desce desde que iniciámos esta análise, a 23 de fevereiro, um dia antes da invasão da Ucrânia pela Rússia. No entanto, na maioria das semanas analisadas têm-se registado aumentos significativos. Entre 6 e 13 de abril, por exemplo, o mesmo cabaz de bens alimentares passou a custar mais 6,75 euros (mais 3,46 por cento). Já no período entre 23 de fevereiro e 20 de abril, o cabaz ficou 17,16 euros (mais 9,35%) mais caro”, lê-se no comunicado da associação de defesa do consumidor. Ainda de acordo com o mesmo estudo alguns dos produtos que compõe este cabaz aumentaram em dois dígitos percentuais o seu custo. "Desde fevereiro, temos monitorizado todas as quartas-feiras, com base nos preços recolhidos no dia anterior, os preços de um cabaz de 63 produtos alimentares essenciais que inclui bens como peru, frango, pescada, carapau, cebola, batata, cenoura, banana, maçã, laranja, arroz, esparguete, açúcar, fiambre, leite, queijo e manteiga. Esta análise tem revelado aumentos quase todas as semanas, com alguns produtos a registarem subidas de preços de dois dígitos de uma semana para a outra. Entre 13 e 20 de abril, o alho seco, por exemplo, registou um incremento de 12%, passando a custar mais 0,30 cêntimos em apenas uma semana. O preço do quilo de salmão fresco também foi dos que mais subiram no espaço de uma semana, passando de 12,94 euros, em média, a 13 de abril, para 14,20 euros, em média, a 20 de abril (mais 10 por cento). Se analisarmos exclusivamente as categorias de produto com maiores subidas de preços entre 13 e 20 de abril, a carne e o peixe são as que mais se destacam, com incrementos percentuais de 12,95% e 18,59%, respetivamente. Estas também já tinham sido as categorias com maiores aumentos nas duas semanas anteriores". MERCADOS, FEIRAS E PEQUENO COMÉRCIO SUFOCADOS COM AUMENTOS No Mercado Municipal de Peso da Régua a quarta-feira é dia de azáfama com centenas de pessoas a passarem por este espaço com o intuito de comprarem os seus produtos. Onde antes se iam ouvindo pregões a anunciar o quilo da cebola mais barato que a banca do lado, agora os mesmos pregões
Frutaria Ana Bernardo - Mesão Frio argumentam com a frescura dos produtos. Maria Gomes já soma um par de décadas na sua banca do mercado, a pergunta que mais ouve por estes dias é, confessa-nos: "quanto custa?", sendo que depois da sua resposta vem quase sempre um desabafo, "está muito caro, não levo". “Há produtos em que o preço aumentou bastante e, com a diminuição do poder de compra, notamos que as pessoas levam menos produtos. Há pessoas que levavam grande quantidades de frutas e legumes, aquilo que se nota é que as pessoas estão a comprar com mais cuidado, em menos quantidade". O aumento do preço dos produtos, aliado ao aumento do preço dos combustíveis têm levado a um esmagamento das margens de lucro. "O transporte destes produtos também tem aumentado com o preço dos combustíveis mas não podemos refletir todo esse aumento no custo ao cliente, senão as pessoas deixam mesmo de comprar, temos que ser nós a absorver esse custo, o que também não nos deixa muita margem, por exemplo, estou a vender aqui um molho de grelos por 1,80€, a mim o mesmo molho custou-me 1,70€, não temos margem”, explica Maria Gomes. Já fora do mercado, entre os vendedores da feira semanal o sentimento é semelhante. José Costa vende têxtil infantil, veio de Amarante para Peso da Régua mas faz outras feiras pela região.
Fonte Deco Proteste
Nos produtos que vende assume "ainda não ter sentido um aumento dos custos", contudo, "o preço dos combustíveis e das licenças de venda" têm um peso muito significativo no orçamento do negócio, mais ainda numa altura em que começa a sentir "uma diminuição do poder de compra dos clientes" "O que nos pesa mais atualmente é o preço dos combustíveis e o preço que pagamos pelas licenças nas feiras. As autarquias deviam ter mais atenção à nossa situação, não digo que optassem por uma solução como foi durante a pandemia, que nos isentaram das taxas, mas podiam ter em atenção o aumento dos custos e o decréscimo do negócio para fazerem um desconto". Questionado pela nossa reportagem sobre se ainda compensa a viagem desde Amarante para vender nas feiras da região do Douro, José Costa, com um olhar hesitante responde, "depende dos dias". Na vila de Mesão Frio visitamos a frutaria de Ana Bernardo. Com a porta aberta para a rua principal da vila há cerca de sete anos, esta empresária confessa à nossa reportagem que "nunca o negócio esteve tão mau como nos dias de hoje". "Estou aqui há sete anos, nos primeiros dois ou três trabalhamos bem mas depois o negócio foi decaindo. Primeiro foi a pandemia e agora uma guerra, não sei qual será o futuro para os pequenos comerciantes. Te-
mos os custos fixos (renda, contabilidade, água, luz, fornecedores, etc) que temos de assumir, o único que podemos não pagar é o meu próprio salário. Em janeiro e fevereiro deste ano nem salário consegui tirar. Com esta instabilidade não consigo contratar ninguém, o que me obriga a estar aqui sempre, mesmo quando estou doente". Entre os clientes são muitas as reclamações, com o aumento dos preços já nem todos os produtos saem das prateleiras e os que saem são em menor quantidade. "Há pessoas que reclamam muito do preço que estamos a cobrar mas é algo que não podemos evitar. A alguns até lhes pergunto se querem ver a fatura dos valores que paguei para perceberem. Normalmente vou buscar produtos duas ou três vezes por semana e aquilo que temos notado é que, por exemplo, se vou numa segunda feira o preço é um, dois ou três dias depois os mesmos produtos já estão mais caros. Uma carga de produto que antes me custaria mil euros, por exemplo, agora é capaz de ficar por 1500, é uma subida muito grande. Tenho vários clientes que vêm fazer encomendas e uma dificuldade que temos é garantir o preço porque não sabemos quanto vamos pagar ao nosso fornecedor". Pão já aumentou duas vezes este ano Um dos produtos onde a escalada dos preços tem sido mais notada é no pão que, só este ano, "já teve dois aumentos", conta-nos Eugénia Coutinho, padeira há 41 anos. "Estou neste ramo há 41 anos e não me lembro de haver aumentos no pão como agora, normalmente o preço aumentava a cada 8 ou 10 anos, este ano já aumentou duas vezes, em janeiro passou de 12 para 15 cêntimos e agora já custa 17 cêntimos, é algo inédito. Foi um aumento muito violento. Não me recordo de um aumento semelhante. A farinha aumentou quase para o dobro, bem como os derivados e o combustível para os carros que fazem a distribuição". Para a empresária do ramo da panificação este aumento dos preços deve-se, sobretudo, à guerra na Ucrânia, principal fornecedor de cereais de Portugal. "A guerra aumentou muito o preço dos cereais porque um dos nossos maiores fornecedores é a Ucrânia. Ainda hoje recebemos uma encomenda de farinha e o fornecedor já nos avisou que na próxima semana vai estar mais cara, tem sido sempre assim nos últimos tempos". No caso de Eugénia Coutinho a situação é mais grave na distribuição de pão, somando o custo do combustível com o preço mais reduzido de revenda, é escassa a margem de lucro do negócio. "É uma tradição levarmos o pão ao cliente. Temos escolas, hotéis, barcos, uma série de clientes que temos de ser nós a entregar o pão. Esta situação tem dois problemas, desde logo com o aumento dos combustíveis, a distribuição fica mais cara, depois são clientes que pagam a preço de revenda, mais baixo que o cliente habitual, ou seja, a margem de lucro é espremida ao máximo".
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DESTAQUE
“A inflação é um flagelo para as famílias, em especial para as de menor rendimento, mas também para as empresas” O aumento de preços tem sido generalizado e sentido pelos portugueses. Qual a causa deste aumento da inflação e de que forma provoca este aumento de custos? A inflação (aumento generalizado dos preços) é um flagelo para as famílias, em especial para as de menor rendimento, mas também para as empresas que não conseguem repercutir o acréscimo de custo dos fatores no preço dos bens que produzem. A origem estrutural da inflação deve ser explicada à luz do modelo de desenvolvimento prosseguido pela economia mundial nos últimos 40 anos, traduzido na globalização, na deslocalização da produção para países de menor custo de produção, relevando a China, e na criação de cadeias de abastecimento e interdependências, geográfica e economicamente, complexas. Os pressupostos em que assentava o modelo da globalização completamente abalados pela pandemia Covid-19, com os confinamentos a reduzirem a produção e desregularem a cadeia logística de distribuição, com atrasos nas entregas e aumento dos custos de transporte. Tudo isto traduziu-se num desequilíbrio de mercado, com excesso generalizado da procura de bens, em relação à oferta, com o consequente aumento dos preços. Este desequilíbrio entre a oferta e a procura, foi ainda potenciado pelas políticas públicas de muitos países, com os bancos centrais a colocarem dinheiro “fácil” em circulação, sem a correspondência na produção real, e apoio público às famílias e empresas. Mais recentemente, a situação inflacionis-
Prof. João Rebelo (UTAD) ta veio ser agravada pela guerra na Ucrânia, com mais disrupção nas cadeias de abastecimento e queda acentuada de produção em bens essenciais como o trigo e o óleo de girassol, em que a Rússia e a Ucrânia, no seu conjunto e respetivamente, representam cerca de 28% e 80% do comércio mundial.
Também na sequência desta guerra, o mercado dos combustíveis fósseis, nomeadamente petróleo e gaz, sofreu um forte abalo com aumento generalizado dos preços. Em síntese, as fontes da inflação atual, podem ser agregadas em Covid-19 (confinamentos e disrupção nas cadeias logísticas) guerra na Ucrânia, e política pública monetária e económica de mitigação aos efeitos da pandemia. É possível estabelecer o momento em que os preços começarão a recuar? Neste momento, não existe informação suficiente que permita estabelecer um momento de inversão dos preços. Começa a haver algum consenso entre economistas que, na sua essência e em parte relevante, a inflação tem caraterísticas estruturais, embora também tenha uma componente conjuntural, e que nos países desenvolvidos dificilmente atingirá os dois dígitos. Para combaterem o efeito estrutural, os bancos centrais estão a aumentar a taxa de juro de referência e, por esta via, reduzirem o excesso de procura no mercado. Simultaneamente, para reduzirem impactos conjunturais, os governos, entre os quais o de Portugal, estão a intervir nos mercados energéticos, tanto por via fiscal como por fixação de preços máximos. Diria que, tendo em consideração a sua origem, a inflação está para ficar ainda que com acréscimos de preços menos acentuados que os observados em 2022. Reduzir preços (deflação) ao nível pré-pandemia, é uma impossibilidade, até pelo acréscimo
dos salários e do custo de matérias-primas essenciais. Olhando para a realidade do Douro, que consequências económicas terá este aumento do custo de vida? A realidade do Douro deve ser vista numa dupla perspetiva: a das famílias e da sua base económica (empresas). Para as famílias a situação não será diferente do que acontece no resto dos país, com o grupo social de menor rendimento a sofrer mais, restando-lhe, no fim do mês, muito pouco dinheiro para a compra de outros bens que não os essenciais (alimentação, energia, água e saúde). Sendo a base económica da região centrada no vinho, os efeitos negativos da inflação irão sentir-se na rentabilidade e viabilidade da fileira vitivinícola, devido, simultaneamente, ao aumento do custo de produção (mão de obra, fitofármacos, combustíveis) e à dificuldade em transferir este acréscimo de custo na generalidade dos vinhos vendidos, por estarmos perante um bem de consumo não essencial, com procura sensível ao preço e ao rendimento real das famílias. Salienta-se que no Douro, o efeito acrescido do custo do principal fator de produção, a mão-de-obra, já era sentido pré-pandemia, consequência, da regressão demográfica da região e envolventes. Um problema estrutural que deve merecer uma política estrutural. Acrescentaria ainda o Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP) pode ter um papel ativo de suporte económico ao setor vitivinícola e, por esta via, á economia da região.
Os preços necessitam aumentar
A
António Filipe Marquez Presidente da AEVP
Se tal não vier a ser possível, as margens brutas e líquidas dos operadores deste setor irão sofrer enormes impactos, muito provavelmente duradouros”.
grave crise nas cadeias logísticas internacionais que se manifestou durante a pandemia Covid, agravada pela interrupção temporária do canal do Suez e, mais recentemente, o fenómeno inflacionista registado nas matérias-primas, sobretudo à conta do brutal aumento dos custos da energia, em parte, mas não só, resultado da Guerra da Ucrânia, puseram de manifesto algumas fragilidades adicionais no setor vitivinícola português. Como é conhecido, desde o início do ano de 2021 começaram-se a sentir dificuldades de aprovisionamento, nomeadamente de materiais de engarrafamento, que afetaram, principalmente, as pequenas e médias empresas, a larguíssima maioria do tecido empresarial vitivinícola português. Aos aumentos significativos nos prazos de entrega, sucederam-se, ao longo do ano, aumentos de preços com algum significado, indiciador do que a seguir viria. A crise pandémica e os largos períodos de confinamento, por todo o mundo, tiveram, como se sabe, um efeito positivo nas vendas do setor dos vinhos e outras bebidas alcoólicas. Um produtor francês de garrafas referia, nessa altura, que as grandes marcas de espirituosos, a nível global estavam a aumentar as suas compras em percentagens de dois dígitos! A sua importância para estes fornecedores e o seu poder negocial tiveram como consequência que a capacidade adicional de produção lhes fosse destinada, na quase totalidade, deixando os pequenos e médios
produtores em evidentes dificuldades de conseguir entregas deste tipo de material de embalagem. Adicionalmente, esta crise surge num contexto de um enorme processo de consolidação empresarial criando gigantes no setor de materiais de embalagem, em busca de ganhos de escala e de oportunidades de redução de custos (nomeadamente no cartão, garrafas e vedantes) e que tornaram diminuto o poder negocial da grande maioria das empresas portuguesas do setor vitivinícola. Como se estes problemas de falta ou atrasos no abastecimento não bastassem, a espiral inflacionista induzida pelo lado da oferta, em consequência dos aumentos dos custos energéticos tem vindo a promover efeitos muito nefastos para o equilíbrio económico e financeiro das nossas empresas. As garrafas pagam-se, à data de hoje, mais de 50% acima do que se pagavam no ano passado. Também com aumentos muito significativos, o cartão, o papel, as paletes de madeira, os produtos enológicos e as aguardentes. Também, no setor primário, os aumentos são muito significativos. Para além dos combustíveis, também os produtos fitossanitários estão a sofrer elevados aumentos. Se o clima se mostrar adverso, nos próximos meses, e impuser um número elevado de cuidados e tratamentos, a fatura para os agricultores será seguramente muito pesada e impossível de ser acomodada nas suas margens financeiras atuais. Os operadores económicos encontram-se hoje
entre dois muros. Por um lado, incapazes de resistir aos aumentos de preços que lhes são impostos a montante por fornecedores poderosos e organizados. Do outro lado, com manifestas dificuldades em poder repercutir estes enormes aumentos nos seus clientes nacionais e internacionais, nomeadamente na moderna distribuição que se tem vindo a mostrar inflexível na acomodação destes pedidos. Se tal não vier a ser possível, as margens brutas e líquidas dos operadores deste setor irão sofrer enormes impactos, muito provavelmente duradouros, já que não se vislumbra a possibilidade de, noutros custos de estrutura, se poderem encontrar poupanças que compensem estas enormes perdas de margem. Sem margens não há remuneração do investimento, nem investimento em novos ativos, em promoção, inovação, eficiência, melhoria contínua, investigação e desenvolvimento, ou seja, não há futuro. Os preços de venda dos nossos vinhos e produtos terão forçosamente de subir, nos próximos meses, quer nacional quer internacionalmente. Terá de haver a coragem, a perseverança e a determinação, por parte de toda a fileira vitivinícola em suscitar e manter as negociações necessárias para se obterem melhores preços, de modo ser possível a proteção de margens e a justa remuneração de toda a cadeia de valor. De outra forma iremos acrescentar fatores de insustentabilidade e a um setor que manifesta, sob várias perspetivas, debilidades estratégicas e estruturais.
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VIVADOURO ABRIL 2022
Torre de Moncorvo
Torre de Moncorvo recuou ao tempo medieval durante três dias Visitar Torre de Moncorvo durante a realização da Feira Medieval é um autêntico salto ao passado. Os cheiros, os sons e as cores que abundam pelo centro da vila transmontana fazem-nos reviver tempos passados, este ano com um sentimento especial após dois anos de ausência. Com a chegada do cortejo real ao centro da vila, constituído pelas várias associações e escolas do concelho, foram abertas as festividades com um diverso espetáculo para entretenimento do casal real e das gentes moncorvenses. Para o autarca Nuno Gonçalves, o regresso da Feira Medieval a Torre de Moncorvo “É motivo de festejo, é o regresso da alegria”. “As pessoas têm novamente oportunidade de conviver, e as nossas gentes podem mostrar aquilo que de melhor temos e fazemos a todos que nos visitam por estes dias. Uma demonstração que estes concelhos de alta intensidade, como sabem que gosto de chamar, fazem muito bem”. Nuno Gonçalves sublinhou ainda a participação das diferentes associações do concelho na recriação, “quer seja na zona da restauração, por exemplo, quer no mercado da praça central a mostrar o que fazem e a vender alguns dos seus produtos. É uma feira que envolve todo o concelho, é um evento da população”. Para o autarca moncorvense, esta edição ganha ainda mais significado por ser a primeira a realizar-se após a reabertura das minas de ferro de Torre de Moncorvo. “O ferro esteve sempre no coração da nossa feira medieval. Esta é a primeira feira
após a reabertura das minas de ferro do nosso concelho por isso também tem para nós um carinho especial”. Jorge Alves, um dos animadores presentes no evento e diretor artístico do grupo História Viva, em declarações á nossa reportagem afirmou “estar feliz” pelo “regresso ao contacto com o público”. “de outra forma não faz sentido”, concluiu. O mesmo sentimento revelou-nos Nuno Soares, do grupo musical Gaitas Sirigaitas. “Está a ser um regresso aquilo que era a nossa vida, está a ser fantástico. Existe ainda alguma apreensão mas é uma alegria enorme poder voltar a fazer aquilo que tanto gostamos”. Francisco Esteves, no papel do ferreiro do povoado criado na praça central da vila transmontana, em declarações à nossa reportagem também se mostrava bastante satisfeito com este regresso à presença do público. “Quando os eventos começaram a ser cancelados nós tivemos que nos reinventar e criamos o Covil do Lobo, que nos permitiu continuar a trabalhar. Por incrível que pareça trabalho não faltou felizmente. O que nós gostamos de fazer é trabalhar com o público, se assim não for mais vale ficar em casa”. António Faneca e Camila Vieira, alunos do agrupamento de escolas de Torre de Moncorvo, vestiram a pele do rei Dom Dinis e da rainha Santa Isabel. Um trabalho que precisou de pesquisa, mas que dizem estar orgulhosos por poderem fazê-lo. “É também uma grande responsabilidade”, disse António Faneca. Já Camila Vieira realçou ter sido “uma experiência incrível”.
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Mesão Frio
Sessão evocativa do 25 de abril No âmbito das comemorações dos 48 anos do Dia 25 de abril de 1974, o Município de Mesão Frio realizou uma sessão evocativa, que teve lugar no Auditório Municipal de Mesão Frio. Paulo Silva, Presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, fez um discurso onde lembrou o que foi conquistado na revolução dos cravos, apelando à educação política dos mais novos em prol de um futuro mais participativo e vigilante das instituições. “Portugal derrotou o Fascismo há 48 anos atrás. Novos valores se levantaram nessa manhã de 25 de Abril de 1974. Caíram os poderes podres: os poderes feitos de favores e compadrios, e sobretudo, os poderes baseados no medo permanente, no garrote do controlo e na opressão asfixiante. Caiu o poder único; o poder inquestionável. Caiu o poder do orgulhosamente só! E nasceu o poder do povo. O poder ditado pelas eleições livres e democráticas. Onde cada um se expõe à opinião de todos e é por ela julgado, votado e, eventualmente, eleito! E este é um poder que compromete o eleito perante o eleitor. Um poder que presta contas de X em X anos e que se submete à decisão soberana e escrutinada de todos os que compõem o universo eleitoral do país, do município ou da freguesia. Este é o poder que me trouxe, a mim e a minha equipa, a esta tribuna. E é perante o povo de Mesão Frio que a nossa ação se expõe e que os nossos propósitos são analisados e vivenciados. Esta é uma responsabilidade da qual não nos escondemos e que, sobretudo, queremos promover, exponenciar e mesmo exigir de todos! Participar com ideias e soluções; criticar contribuindo; vigiar democraticamente! Estas, entre outras, são obrigações de todos nós! De quem tem a obrigação decretada pelas eleições de Governar, da Oposição que vigia institucionalmente e de todos os que compõem a sociedade que têm o dever e o direito de exigir soluções, adicionando
ideias e participando com lealdade nos fóruns democráticos do regime de liberdade instituído pelo 25 de Abril. Meus amigos: liberdade é a palavra-chave! E talvez não seja por acaso que liberdade rima com responsabilidade. A lição trazida pelos jovens militares que fizeram a Revolução é que o poder exige responsabilidade a quem, momentaneamente, dentro das regras democráticas, e sempre, sempre segundo o modelo da limitação de mandatos, o exerce. E o exercício do Poder não é um palco de exibição de vaidades, um pavonear de egos ou um estado de narcisismo permanente. O exercício do Poder é um privilégio que exige sentido de responsabilidade, espírito de missão e humildade perante o escrutínio que as eleições trazem. E é por isso que o exercício do Poder tem que
ser, só pode ser, um exercício de liberdade. Por vezes temos a tentação de dizer que as gerações que já nasceram no período pós 25 de Abril não valorizam a Liberdade. Não a sentem em todo o seu esplendor e beleza, porque no fundo nunca sentiram na pele a falta dela! É claro que é difícil fazer perceber aos jovens que mais que três ou quatro pessoas juntas na rua poderiam receber ordem para dispersar; que as mulheres tinham que pedir autorização aos maridos para viajar para fora do país; que havia leituras proibidas e filmes censurados pelas razões mais aleatórias; que vivíamos num país onde o estudo era vedado e o analfabetismo grassava; que havia gente presa, torturada e assassinada só porque pensava de forma diferente de quem mandava de quem brutalmente mandava! - neste país.
E se calhar é bom que os jovens ouçam isto com incredulidade! Como se isto fossem histórias do fundo dos tempos! Mas compete-nos a nós dar o grito de alerta! Dizer alto e bom som que arbitrariedades, injustiças e crimes de Estado não podem voltar a acontecer! Nunca mais! E por isso compete-nos a nós desafiar os jovens; os mais novos; os nossos filhos, sobrinho e netos; os nossos eleitores e futuros eleitores, a tentar compreender como dar valor à Liberdade que sempre se teve! Quanto a mim, só há uma forma de fazermos isto: ensinar, promover e valorizar a participação cívica! Dar ferramentas aos jovens que lhes permitam dar opinião, contribuir, e, dando-lhes essas ferramentas, exigir que o façam! Só assim - só vencendo esse desafio - serão os governantes capazes de promover a real consciência da diferença gritante do que é viver em ditadura por oposição ao que é viver em democracia. Mas este é um desafio que temos que sobretudo lançar a nós próprios, a cada um de nós! Exigirmos, a nós e aos que nos rodeiam, autonomia esclarecida, participação comprometida, responsabilização mútua e voz plural na gestão da ‘Coisa Pública’! Porque o exercício do Poder em Democracia é relevante – muito relevante! - na coragem para assumir e desempenhar um cargo público em defesa e consolidação do ‘Bem Comum’, mas será porventura ainda mais relevante no momento de sair desse exercício: é importante agir, intervir e deixar marca, mas é sobretudo importante fazer interessar os outros pelo ‘Bem Público’ para que esses outros venham e façam! Façam porventura diferente, mas sempre com responsabilidade e Liberdade! No fundo, para que cada um assuma a sua responsabilidade e o seu direito em fazer. O 25 de Abril é para ser celebrado todos os dias e compete a cada um de nós exercê-lo no seu quotidiano! Viva o 25 de Abril! Viva a Liberdade! Viva Mesão Frio! Viva Portugal!”
Caminhada solidária por caminhos rurais de Mesão Frio A Câmara Municipal de Mesão Frio, em parceria com a Liga Portuguesa Contra o Cancro, dinamizou uma caminhada solidária por caminhos rurais circundantes à vila, que contou com mais de 200 inscritos. O valor da participação angariado foi totalmente entregue à Liga, numa iniciativa que, mais uma vez, demonstra o espírito solidário e empenhado da população do nosso concelho. Antes de saírem para os trilhos, os caminhantes concentraram-se na Avenida Conselheiro José Maria Alpoim, para uma pequena aula de aquecimento que serviu, também, para animar os participantes antes da foto de grupo. O percurso traçado pela primeira vez passou por alguns dos caminhos mais incomuns das imediações da vila, proporcionando o contacto próximo com as hortas recentemente plantadas ou a vinha que nesta época
começa a rebentar em todo o seu esplendor. Com o relevo próprio do nosso terreno, a caminhada juntou pessoas de todas as idades, e com mais ou menos esforço, todos chegaram bem-dispostos ao adro da Igreja de São Martinho, onde foi servido um abastecimento. A manhã de lazer terminou junto aos Paços do Concelho, com uma aula de aeróbica que recebeu os participantes da caminhada e foi em festa que a iniciativa da Câmara Municipal de Mesão Frio e da Liga Portuguesa Contra o Cancro encerrou. Os momentos de aquecimento e descompressão física antes e depois da caminhada foram ministrados por técnicos da autarquia. Inspirada na participação gerada e alegria demonstrada nestas pequenas aulas, a Câmara Municipal vai estudar a possibilidade de repetir iniciativas semelhantes durante alguns domingos do verão que se aproxima.
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Carrazeda de Ansiães
Feira do Folar e dos Produtos da Terra comemorou décima edição
No total foram cerca de 20 os expositores presentes na Feira do Folar e Produtos da Terra que aconteceu na vila de Carrazeda de Ansiães entre os dias 14 e 16 de abril. De pequenas dimensões mas de grande importância para a valorização dos produtos tradicionais do concelho como o folar, o mel, o azeite, o vinho, a maçã e os frutos secos. “É uma maneira de incentivarmos a produção local. Temos aqui produtores do nosso concelho mas também de concelhos vizinhos”, explica o autarca em declarações no arranque do certame, que questionado sobre o potencial de crescimento do certame, explica que não depende apenas da autarquia. “O crescimento deste certame não depende apenas da autarquia mas também da vontade e participação das nossas gentes. Se houver espaço para o crescimento obviamente que ele acontecerá”. Associado a esta Feira esteve também o Festival do Cabrito, um certame criado no ano de 2021, durante o período pan-
démico, como resposta às dificuldades que o setor da restauração atravessava. “Associado a esta Feira temos também o Festival do Cabrito que vai na segunda edição e que esperamos que se mante-
nha por muito tempo. É um apoio à restauração mas também aos produtores de pequenos ruminantes que nesta fase atravessam grandes dificuldades”. A Feira teve lugar na Praça do CITICA
e Nave do ESAMA e contou ainda com vários espetáculos de música tradicional, animação circense, espetáculos de Showcooking, espaços Kids, assim como, ações de promoção turística.
Pedro Rodrigues e Roberta Ruivo – Produtores de Azeite È importante a retoma destas atividades para podermos dar a conhecer os nossos produtos, aquilo que fazemos, a todos quanto nos visitam por estes dias. Usamos maioritariamente azeitona desta zona, o que transmite ao nosso azeite características únicas que só se conseguem com as temperaturas muito elevadas e muito baixas que vamos sentindo ao longo do ano.
Vânia Seixas – Produtora de cogumelos A pandemia coincidiu com o início do nosso projeto, foi um pouco complicado. Com a retoma deste tipo de eventos esperamos que o negócio também seja maior. Infelizmente o cogumelo ainda não é muito valorizado, em especial o cogumelo selvagem, não existe legislação, há um vazio legal que é aproveitado pelos nossos vizinhos espanhóis que vêm cá apanhar estes cogumelos e os vendem do outro lado da fronteira.
Testemunhos
Ana Trigo - Padeira As pessoas estavam com muita vontade de sair da rotina dos últimos dois anos em que este tipo de eventos não se realizou. Temos tido muita procura, tanto que os folares já esgotaram e já estamos à espera que venham mais para as pessoas que estão a pedir. Este folar é diferente pelos produtos que usamos, que são na sua maioria caseiros, e por ser batido à mão dá-lhe uma textura única.
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Carlos Carvalho, Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço
Não há nada mais gratificante do que perceber que aqu Carlos Carvalho cumpre o último mandato à frente da autarquia de Tabuaço. Na conversa com o VivaDouro abordamos os desafios que a guerra na Ucrânia trouxe para a realidade do município. Perspetivamos ainda o tempo que falta até ao final do mandato. Ser autarca implica uma dedicação ao cargo que vai muito além das habituais 8h de trabalho, quem é que fica a perder por se dedicar tanto à causa pública? Eu digo meio a brincar, mas também a sério, que é incomparavelmente mais difícil ser Presidente da Câmara de Tabuaço, Armamar ou Penedono, por exemplo, do que do Porto, Braga ou Lisboa. Sem qualquer sentido de injustiça para com os meus colegas destas realidades maiores. São autarquias com estruturas orgânicas mais profissionalizadas, não que as nossas não sejam, onde a lógica da proximidade tem um conceito completamente distinto. A proximidade tem um lado fantástico que permite, para além de saber o nome das pessoas, tomar o pulso às situações. Mas isto também nos absorve de uma forma que, a certo ponto, o aspeto pessoal, o familiar e o autarca, já se confundem de certa forma. O risco é poder perder por vezes a visão mais global das coisas. Tudo isto torna-se mais esgotante, do que ter qualquer outra profissão. Em qualquer outra realidade as coisas são estanques, há uma separação clara entre o lado pessoal e o profissional, no caso do autarca isso não acontece, tudo se mistura. Se por um lado isso é muito positivo porque nos permite ver mais rapidamente o que está bem ou mal e agir de acordo com a situação, percebendo o impacto direto que temos na vida das pessoas, por outro, acaba por ser mais cansativo, porque a exigência é maior e constante. Não é um trabalho de oito horas, é um trabalho de 24x7. Todas as nossas associações, e felizmente que assim é, gostam de ter os elementos do executivo nas suas atividades, e nós fazemos questão disso. Sendo um executivo pequeno, esta representatividade exige mais de cada um de nós. É perfeitamente normal, se como autarquia incentivamos as nossas associações a tomar a iniciativa, temos de estar presentes quando o fazem. Apesar de tudo, e tendo já um horizonte de saída temporalmente definido, sei já que irei ter saudades. Dificilmente alguém consegue desempenhar uma outra função que o faça sentir, no dia a dia, o impacto direto que o seu trabalho tem na vida das pessoas. Também há o lado pior que é quando as coisas correm menos bem (risos) Não há nada mais gratificante do que perceber que aquilo que se faz melhora a qualidade de vida de alguém. Numa visão completamente desprendida de presunção, olhando apenas na perspetiva do sentido público. Basta pensar que, estando eu na Câmara, não há razão para não atender alguém que
lá se desloque, a menos que esteja numa reunião ou outra situação que o impossibilite. No meio de tudo isto aqueles que nos são mais próximos são os que também mais acabam por sofrer consequências. A solução é aproveitar da melhor forma cada momento que se tem. As decisões que toma no seu dia a dia nem sempre são do agrado unânime da população, como autarca que peso tem a opinião dos munícipes nas suas decisões? Normalmente temos tendência para desfrutar pouco daquilo que melhor fazemos. Melhoramos a qualidade de vida das pessoas mas podíamos aproveitar mais enquanto o fazemos, temos tendência para complicar o que por vezes é simples. Em primeiro lugar deveríamos sempre decidir na perspetiva do impacto que pode ter na outra pessoa. Tendo a noção que nunca o faremos fielmente, só o exercício de o fazermos e colocarmos diferentes cenários, e que impacto teriam em A, B, C ou D, já nos prepara melhor. Vezes há em que nos enganamos, e aí devemos ter a capacidade de o perceber e emendar. É fácil assumir isso? Sim. Uma coisa é a convicção que temos em algo, mas a linha entre esse sentimento, a persistência e a teimosia, é muito ténue. Muitas vezes baralhamos a convicção e a persistência tornando-nos teimosos. Numa realidade como a nossa, com todas as questões da proximidade que já falamos, e com algum endeusamento, que existe sim, há o risco de nos convencermos que fazemos tudo bem. Pessoalmente tento sempre combater este pensamento, assim como perceber o que está errado. Se decidirmos de consciência tranquila, da forma que gostávamos que alguém decidisse de acordo com as nossas vidas, então no final o resultado será positivo. Certo que haverá indecisões e erros mas o balanço final será positivo. Deitar à noite de consciência tranquila é o melhor sintoma que o nosso trabalho não está a ser mau, já nem digo que está a ser bom. Então estou tranquilo. Está neste momento a cumprir o terceiro e último mandato. Depois de uma pandemia nos dois últimos anos do anterior mandato, este arranca praticamente com uma guerra. Como vive o momento atual? Tínhamos a ideia que as coisas iam normalizar e que à partida iriamos conseguir retomar a atividade normal. Conseguimos fazê-lo de alguma forma no que diz respeito a muitos dos constrangimentos provocados pela pandemia Covid-19. Acredito que este ano os municípios já possam retomar as suas atividades. A diferença para o atual momento que se vive com a situação na Ucrânia, é que este acaba por não ter um impacto direto nas
Em perfil Um filme: Magnólia Um livro: A insustentável leveza do ser, de Milan Kundera Uma banda: The Cure Não passo sem: Pessoas, amigos. Prato favorito: Arroz, com qualquer coisa Local de férias: Gostava de ter um espaço em Valença do Douro que me permitisse ter férias lá pelo menos duas semanas por ano. Em Tabuaço, gostava de ter: Gente. Clube: F.C. Porto
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NOTA PRÉVIA: O VivaDouro prossegue com uma série de entrevistas aos 19 autarcas da CIM Douro.
uilo que se faz melhora a qualidade de vida de alguém” nossas vidas, como teve a pandemia, em que nos tivemos que reinventar para conseguir estar próximo de todos como é nossa característica. Nesta situação o impacto maior é a nível financeiro para a autarquia, basta perceber que neste momento temos já um pouco mais de 30 pessoas no nosso concelho, que estão completamente à nossa responsabilidade. Os nossos serviços sociais têm ajudado com todo o apoio necessário, quer para tratar de todas as burocracias necessárias, quer para integrar estas pessoas na sociedade, as crianças na escola, etc. É uma questão humanitária para a qual todos devem dar o seu contributo. A escalada dos preços dos combustíveis, por exemplo, que esta situação tem provocado, tem um impacto direto em praticamente toda a nossa atividade diária. Existe mesmo um receio muito grande que vários concursos públicos que temos em aberto não consigam ser concluídos dentro do prazo ( junho 2023). As empresas têm receio de se apresentar a concurso com valores que passado uma ou duas semanas, estão abaixo do preço final. Há empresas que já vêm ter connosco para tentar perceber que formas podem ser encontradas para minimizar as suas perdas, fruto dos valores que estavam adjudicados em comparação com os que neste momento são praticados. Logicamente que aí não podemos fazer nada, o que nos leva a vislumbrar um cenário não muito agradável em que alguns destes concursos possam ficar desertos. O que nos preocupa é que são obras financiadas por fundos europeus, não são apenas da responsabilidade da autarquia, temos prazos que somos obrigados a cumprir, neste caso junho de 2023. Este não é de todo um problema exclusivo de Tabuaço mas de toda a região, corremos de facto esse risco. Tudo isto nos preocupa bastante porque nos provoca uma indefinição que, se mesmo para municípios que têm uma realidade financeira estável é difícil, para nós é ainda pior. Deixa-nos pouca margem para termos uma estratégia sequer a médio prazo. Vamos continuar, na maioria das vezes, a reagir, como temos vindo a fazer nos últimos dois anos e meio. Como poderia ser alterado o rumo da situação? Acredito que seja necessária uma clarificação da situação, e mesmo ela existindo, face à natureza do conflito, nunca será suficiente para uma redução dos preços e estabilização da situação económica. Até porque, ao contrário daquilo que muitos desejam, que é regressar rapidamente às suas casas, infelizmente não poderá acontecer porque o que vão encontrar é um país destruído. O único aspeto positivo da sua permanência aqui é a inversão da tendência de decréscimo da população mas, de longe,
queríamos que fosse este o motivo. O lado económico é o maior impacto que esta guerra, a tantos quilómetros de distância, pode provocar num concelho como Tabuaço? O facto desta guerra acontecer na Europa acaba por mexer mais connosco. A proximidade àqueles que são afetados por este conflito é muito grande, quer em características físicas, quer no modo de vida. Revemo-nos mais. Aquilo que percebemos, logo ao fim da primeira semana de guerra, é que começou a surgir algum aproveitamento, uma especulação à volta de uma série de setores que leva a que se crie uma instabilidade ainda maior. Não me parece que seja intelectualmente honesto que permitamos que isto aconteça desta forma, até porque nós ainda não tivemos falta de nenhuma daquelas matérias que fazem realmente disparar os preços, em toda a cadeia. Comparativamente com o Covid, esse impacto desta vez foi muito mais rápido, e será tanto maior quanto mais longo for este período. A pandemia teve impacto, mas não tão grande como esta guerra está a ter. Basta o aumento do custo dos combustíveis para encarecer tudo o resto, tudo é transportável. Só não aumenta o rendimento disponível das pessoas. A questão económica, neste momento preocupa mais porque pode, pelo menos neste horizonte temporal de seis meses, inviabilizar uma série de situações que, espero, seja entendida na União Europeia (não só em relação a Portugal mas todos os países que estão com Quadros Comunitários abertos), e que haja um prolongamento dos prazos de execução. Olhando agora um pouco mais para Tabuaço, e para este último mandato, que
projetos faltam finalizar até ao final da legislatura autárquica? Queremos levar algumas obras estruturantes para a frente, como a recuperação do nosso Teatro, que é fundamental que seja requalificado, é um projeto que está pendurado há dezenas de anos. Estamos a tentar que seja uma obra prioritária para a Direção Regional de Cultura do Norte. O trabalho autárquico é continuo. Obviamente que a questão das infraestruturas é sempre importante e nós, enquanto comunidade, damos mais valor áquilo que é a visibilidade da obra, comparativamente com tudo o resto. Grande parte desse trabalho foi sendo feito ao longo das últimas décadas. Hoje em dia, não me parece que seja por falta dessas infraestruturas que tenhamos a perda de serviços e população, são outros os fatores. Continuamos a defender que o principal é a questão da atratividade. Mais do que qualquer obra que possamos fazer neste momento, a verdadeira preocupação deve ser a atratividade. Na nossa região, o Douro, sabemos que há o pilar fundamental da agricultura, que vamos apoiando estando ao lado dos nossos produtores. Contudo, a grande alavanca do território é o turismo. Uma das nossas grandes apostas, já de há alguns anos a esta parte, é a atratividade turística do nosso concelho, e eu quero muito acreditar que ao longo deste último mandato vamos conseguir requalificar o rio Távora e consequentemente trazer um universo enorme de turistas, que anda pelo Douro, a Tabuaço. Temos algumas freguesias, as mais próximas do rio, que estão inundadas de turistas, mas depois temos uma outra realidade, que são as freguesias mais altas do concelho onde ainda não conseguimos fazer chegar este valor acrescentado.
Para isso basta criar infraestruturas? Isto infelizmente não depende só de nós, só de criar as infraestruturas, que em muitos casos já existem. O mesmo acontece com quem não fica cá hoje em dia. Não é por falta de emprego, é por não existir um universo de atratividade, que nós enquanto região ainda não conseguimos construir. Este não é um problema exclusivo de Tabuaço. Isto não implica única e exclusivamente a situação do emprego mas uma perceção coletiva do ideal do que é qualidade de vida hoje em dia. A pandemia criou uma nova lógica com o teletrabalho, que não será abandonado nunca mais por diversas empresas, mesmo com tudo normalizado. Isto pode criar um novo conceito nómada em que as pessoas possam estar aqui em Tabuaço a trabalhar para uma empresa no porto, em Lisboa ou em qualquer ponto do Mundo. Para isso é fundamental que criemos as condições tecnológicas para que isso aconteça. A vida é mais barata, o ar é mais puro e o tempo parece que anda mais devagar, a segurança é outra, mas se não conseguirmos ter o 5G para trabalhar, então não vale a pena. É impensável como no Douro, um destino turístico de excelência, uma das vias mais movimentadas (EN222) em cerca de 80% do seu percurso não tenha acesso a dados móveis, e em muitos pontos, nem mesmo rede para uma chamada. É algo absurdo. Por vezes parece, no discurso de alguns políticos, que é fácil andar a criar Silicon Valleys por aí, depois alguém vem residir para Adorigo e passa o dia às voltas com o sinal da internet. Esta é outra das preocupações que devemos ter ao longo deste mandato, uma maior conectividade no nosso território.
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Sabrosa
FLiD - Festival Literário Douro regressa ao Espaço Miguel Torga de 5 a 7 de maio A 4ª edição do Festival Literário Douro - FLiD está de regresso ao Espaço Miguel Torga nos dias 5, 6 e 7 de maio de 2022 e irá contar com um leque de escritores e personalidades do meio literário nacional e internacional. Organizado pelo Espaço Miguel Torga e com a programação de Francisco Guedes, o FLiD assume-se como um evento cultural de referência na região, contando com a presença confirmada de vários escritores e personalidades de referência nacional e internacional. Abel Neves, Alexandra Soares Rodrigues, Alice Brito, Ana Cristina Silva, Andrea Barrios, António Ferreira, Aurelino Costa, Cristina Carvalho, João Rasteiro, João Rios, José Fanha, José Pedro Leite, Luís Cardoso, Luís Caetano, Manuel Jorge Marmelo, Miguel Marques, Paulo Araújo, Pedro Jóia, Pedro Teixeira Neves, Renato Filipe Cardoso, Salgado Maranhão e Teresa Carvalho, constituem o leque de escritores e personalidades para o FLiD do presente ano, que proporcionarão três dias repletos de literatura e música. A sessão de abertura está agendada para o dia 5 de maio, pelas 18h00, no Espaço Miguel Torga, com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Dr.ª Helena Lapa, do artista Paulo Araújo, que irá inaugurar a exposição "Caderneta" e de Teresa Carvalho com a temática “Ul/trapacear a Taprobana — a epopeia do papel”. Ainda, Andrea Barrios marcará presença por volta das 21h45, onde falará acerca do seu livro "Albertina Belmonte", e posteriormente interpretar-se-á um filme-concerto poético da criação de Rui David e Blandino. O programa contemplará, para além das várias mesas de debate, subordinadas a vários temas relacionados com a literatura e a escrita,
O Município de Sabrosa acolheu no passado dia 3 de abril, a partida da terceira etapa da Volta ao Douro em bicicleta. Esta etapa caracterizada por ser a mais longa, com 109.2 quilómetros e um acumulado de 2300 metros de desnível positivo, contou com 17 equipas participantes num total de cerca de 130 atletas nacionais e internacionais que foram aplaudidos pela população no arranque para a competição. A terceira Etapa, passou por algumas freguesias do concelho de Sabrosa, das quais: Sabrosa; Paços; São Martinho de Anta e Paradela de Guiães; e Provesende terminando em São João da Pesqueira. André Filipe, ciclista do Centro Popular e Recreativo do A-do-Barbas (Leiria), que envergava a camisola branca do Município de Sabrosa, foi o vencedor da terceira etapa com o tempo oficial de 3h05m05s, assegurando ainda a liderança da prova com a camisola amarela. Esta foi a segunda edição desta prova, organizada pela Associação Regional de Ciclismo de Vila Real e contou com o apoio do Município de Sabrosa.
um momento de poesia musicada, intitulada de “A poesia de A.M. Pires Cabral”, dita por Aurelino Costa acompanhado do guitarrista Paulo Vaz de Carvalho, e ainda o concerto de Pedro Jóia que encerrará o festival no dia 7, pelas 18h00.
Também na edição do presente ano, o "FLiD vai à escola", procurando desta forma o envolvimento e a participação da comunidade escolar, através do encontro com os escritores junto do Agrupamento de Escolas Miguel Torga e do
Agrupamento de Escolas Morgado Mateus, inserido no programa do festival. O Festival Literário do Douro é organizado pelo Espaço Miguel Torga e pelo Município de Sabrosa e terá entrada livre.
Município acolheu partida da terceira etapa da Volta ao Douro em Bicicleta
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Alijó
Casa dos Noura já abriu portas para promover os produtos endógenos do Concelho
O Município de Alijó inaugurou a Casa dos Noura, um novo equipamento municipal onde funciona agora o Centro de Mostra e Amostra de Produtos Endógenos. “Aqui, nesta centenária casa solarenga, agora reabilitada, vamos promover diretamente aquilo que de melhor se produz no nosso território: os nossos vinhos e os nossos azeites, mas também o nosso mel, o nosso pão, o nosso artesanato, entre outros produtos de inquestionável qualidade”, afirmou o Presidente da Câmara Municipal, José Paredes, durante a cerimónia de inauguração, que contou com a presença da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira. O Centro de Mostra e Amostra dos Produtos Endógenos, que pretende assumir-se
como um estratégico ponto de interesse turístico para quem visita e uma janela de oportunidades de negócio para todos os agentes económicos do Concelho, resultou de um avultado investimento, no valor de aproximadamente um milhão de euros. José Paredes realçou que “mais do que inaugurar uma obra”, o novo equipamento municipal representa a afirmação de “uma estratégia política de reabilitar o passado, trazendo-o para o presente e projetando-o no futuro”. Além da recuperação de um importante património arquitetónico, o Município passa agora a “disponibilizar um espaço público vocacionado para funcionar como uma plataforma de dinamização das potencialidades da região”, através da cria-
ção de uma área de mostra e amostra de produtos endógenos associados ao universo da agricultura, vitivinicultura, artesanato e gastronomia. O Presidente da Câmara sublinhou que o sucesso deste projeto “depende, em grande parte, da participação ativa dos produtores” do Concelho, a quem agradeceu a disponibilização dos seus produtos. O novo equipamento municipal dá especial realce aos chamados Vinhos dos Altos, que podem ser encontrados no espaço expositivo. A Casa dos Noura irá funcionar também como um centro disseminador de cultura, tendo aberto ao público com a exposição “Quatro Paredes Caiadas”, da
conceituada artista Joana Vasconcelos, com curadoria de D. André de Quiroga. Descentralizando a arte, a mais internacional artista portuguesa regressou ao Douro da sua infância. Até 19 de junho, é possível visitar uma mostra de 15 peças que habitualmente se encontram apenas nos grandes centros, contribuindo assim para o aumento da visibilidade nacional e além-fronteiras do território de Alijó. Durante a cerimónia, a Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, elogiou o trabalho do Executivo liderado por José Paredes e a sua capacidade de aproveitar as oportunidades de investimento e os fundos comunitários ao dispor das autarquias.
Centro Escolar de Alijó recebeu ação de sensibilização “Como Treinares o Teu Cão” O Centro Escolar de Alijó recebeu uma ação de sensibilização intitulada “Como Treinares o Teu Cão”, promovida por uma equipa do Centro de Recolha e Proteção Animal do Vale do Douro Norte. O objetivo passou por chamar a atenção e consciencializar as crianças para os cuidados a ter com os animais de estimação, a questão do abandono animal e para a importância da adoção responsável. Os mais pequenos tiveram oportunidade de aprender mais sobre animais de estimação, aprender como se deve educar e treinar um cão, fazer perguntas e ainda assistir a um vídeo educativo sobre animais abandonados. No final, as crianças deram mimos ao “Kiko”, um cão que se encontra para adoção no Centro de Recolha e Proteção Animal, e que foi a estrela desta ação. A iniciativa abrangeu um grupo de crianças da Educação Pré-Escolar e do 1º ano do Ensino Básico.
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S. João da Pesqueira
COMEMORAÇÕES DO 25 DE ABRIL HOMENAGEM AOS ANTIGOS COMBATENTES
O Município de S. João da Pesqueira assinalou o dia da Liberdade com uma Homenagem aos Antigos Combatentes do Concelho. No jardim central da vila foi depositada pelos Presidentes da Assem-
bleia e Câmara Municipal, uma coroa de cravos no Memorial ao Antigo Combatente, na presença de antigos combatentes e entidades do concelho. Em frente aos Paços do Concelho decor-
reram os discursos oficiais e o Hastear da Bandeira Nacional, com guarda de honra das 2 corporações de Bombeiros do Concelho (S. João da Pesqueira e Ervedosa do Douro) e acom-
panhamento musical da Banda Filarmónica de Nagoselo do Douro. A autarquia ofereceu a todos os antigos combatentes uma lembrança evocativa deste dia.
DIA INTERNACIONAL DOS MUSEUS REÚNE MUSEUS DO VINHO EM S. JOÃO DA PESQUEIRA A 18 de maio comemora-se o Dia Internacional dos Museus, que este ano tem como mote “O Poder dos Museus”. Para assinalar a efeméride, o Museu do Vinho de S. João da Pesqueira reúne os seus homólogos numa conferência, com arranque pelas 14h30, sobre o “Poder dos Museus do Vinho”. Este encontro de museus do vinho congrega também diferentes regiões vitivinícolas do país, tendo confirmado presença nestas comemorações do Dia Internacional dos Museus: o Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde (Ponte de Lima), o Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas (Loures), a Casa Museu Interativa de Borba: EMRézio e o Museu do Vinho de Alcobaça. Os temas vão desde os desafios coloca-
dos pela pandemia, a comunicação dos museus do vinho junto do público infantil, o papel multifacetado destes espaços mu-
seológicos, entre outros. A apresentação do evento está a cargo de Madalena Vidigal, formadora que assina o
HÁ UMA “SONATA PARA BACO” NO MUSEU DO VINHO DE S. JOÃO DA PESQUEIRA A Sala de Exposições Temporárias do Museu do Vinho de S. João da Pesqueira recebe a exposição “Sonata para Baco”, de António Carmo, no próximo dia 6 de maio. É a primeira vez que o trabalho do pintor é exposto em S. João da Pesqueira. Os vinte quadros selecionados para a mostra “Sonata para Baco” retratam alguns dos nomes mais sonantes do panorama da música clássica mundial, como Chopin, Mozart ou Beetho-
ven. A pintura figurativa de António Carmo homenageia os músicos e a obra em quadros repletos de cor e movimento e é uma exposição a não perder na programação cultural municipal. A inauguração de “Sonata para Baco” está agendada para dia 6 de maio, às 17h30, e esta fica patente no Museu do Vinho até ao dia 1 de julho. A entrada é gratuita.
reconhecido blogue de enoturismo “Entre Vinhas” e o podcast da Antena 3 “5 Minutos de Vinho”.
Boletim Informativo da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira Nº 38 - ABRIL de 2022
Trimestral
Ficha Técnica Ana Dias; Angela Martins; Beatriz Almeida; Igor Nora; José Angelo Pinto; João Pedro; Joaquim Vasconcelos; Maria João Gaspar, Rui Droga; Tânia Amaral
Introdução Tenho-me coibido de escrever neste boletim, por um lado porque a qualidade dos trabalhos que têm vindo a ser publicados pelos colaboradores deste boletim tem sido muito elevada, o que diminui a necessidade de o fazer e, por outro lado, as circunstâncias politicas regionais, locais e até da própria cooperativa a que presido têm aconselhado contenção e ponderação no que publicamos. Na data em que escrevo e após o prazo de entrega de listas ter decorrido, apenas foi apresentada uma lista para os órgãos sociais da Coopenela, lista essa a que presido e, por isso, e apenas por isso faz sentido que utilizar este meio para voz explicar os nossos programas, planos e objetivos para o mandato de 2022 a 2026. Havendo mais de uma lista, este espaço deveria e seria partilhado pelas diversas candidaturas. Havendo só a nossa, então é esta a altura para celebrar o momento em que termina
o mandato em que fui eleito presidente da Cooperativa, mandato iniciado há 4 anos, mas que foi o corolário do trabalho desenvolvido anteriormente como vice presidente durante dois mandatos, e é, por isso, também a altura certa para avaliar os anos que passaram e projetar as intenções para o futuro da instituição. A decisão de me recandidatar estava tomada já há algum tempo, por diversas razões que vou explicar. A principal é o sentimento que estamos com demasiadas coisas a ocorrer na Coopenela que estão a meio e que por isso faz sentido que tentemos terminá-las e que assumamos em pleno a responsabilidade de as terminar. Aliás, o programa que apresentamos em 2018 era para 8 anos e por isso está agora a meio. A pandemia provocada pelo COVID 19 e as consequências da gestão das suas consequências obrigaram a que refreássemos projetos e ações, que procurásse-
mos tornar mais eficaz o trabalho e por isso reforçamos os laços com os cooperantes, com os parceiros, com as autarquias, com os agricultores e com os colaboradores para fortalecer e capacitar a região e os nossos associados, que são a razão principal da nossa existência enquanto organização. Outra razão é a consciência da responsabilidade que temos. A maturidade da instituição, que irá celebrar 25 anos em Outubro, é ainda pequena e a estabilidade nos corpos dirigentes é uma mais-valia profunda para podermos melhorar a capacidade de intervir e sermos capazes de ir mais longe. A fusão com a COFRAL ainda não se conseguiu solidificar, os novos quadros que temos vindo a desenvolver estão a atingir picos de produtividade e a melhoria continua começa a ser uma realidade permanente. Mas, se os sinais são muito bons, há ainda muito trabalho para se fazer.
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visão, missão, valores e objetivos aprovados em Assembleia Geral em 2018 são o principal guia de atuação com que nos regemos:
Ficha Técnica
Definição Estratégica
Missão A Coopenela tem a missão de desenvolver e melhorar a rentabilidade para os produtores de frutos secos, quer nas suas explorações, quer promovendo a valorização da comercialização e transformação destes produtos, através do estabelecimento de unidades de recolha, tratamento, agregação, transformação e da sua colocação nos mercados mais rentáveis, baseada nas estruturas físicas e nos recursos humanos adequados para estes fins. Visão: Levar a Coopenela, no espaço de oito anos (em 2026, portanto), a ser a instituição nacional mais forte e de referência na área da produção e
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O que já foi feito
as muita coisa já fizemos. A Coopenela conta hoje com cerca de 860 associados. As instalações em Penela da Beira datam do ano 2000, tendo sido ampliadas em 2011 e encontram-se em bom estado de conservação e de utilização. Além destas instalações próprias, a Coopenela tem um pequeno escritório de representação em Beja. O edifício atual tem aproximadamente 2400m2 de área coberta a que se juntam 1800 m2 de parque para viaturas e para manobras dos camiões e de outros equipamentos. A Coopenela funciona por secções distintas, as quais têm regulamentos internos e organização própria. As secções existentes na Cooperativa são a Organização de Produtores Florestais e a Organização de Produtores de Frutos de Casca Rija. As instalações estão dimensionadas para processar 700 toneladas
comercialização de frutos secos. Valores: A Coopenela estabelece relações de confiança com todos os intervenientes na área dos frutos secos, nomeadamente fornecedores, clientes, cooperadores, instituições de ensino e de investigação, procurando a inteira satisfação destes e apostando em pessoas que aportem os valores em que acreditamos para o sucesso: o conhecimento, a experiência, a confiança, a qualidade, o rigor, a inovação e a investigação permanente. Principais Objetivos Estratégicos: a) Acrescentar maior valor líquido aos cooperantes, através de uma política de retribuição competitiva, eficiente e atrativa. b) Continuar a estratégia de crescimento por aquisições / fusões e orgânica. c) Promover o desenvolvimento e implementação da Martaínha® como
marca representativa de uma variedade de castanha na qual a Coopenela é já um dos principais operadores bem como a valorização das Denominações de Origem Controlada. d) Desenvolver ou apoiar o desenvolvimento de projetos de implementação de unidades de transformação que possam vir a aumentar o valor dos frutos. e) Prosseguir o trabalho com todas as instituições públicas e privadas, nomeadamente no combate a doenças e pragas. f ) Manter e aumentar a presença em instituições relevantes para a Coopenela e para os produtos e serviços que representamos, como o CNCFS, a RefCast, a Confraria da Castanha, a Fenafrutas, a Confagri e a CAP; entre outras. Quando aprovamos estes valores, esta missão, esta visão e estes objetivos tínhamos consciência que precisaríamos de 8 anos para os concretizar. Estamos, portanto, a meio do trabalho.
de frutos de casca rija por mês de operação, tendo desempenhado com sucesso estas funções. O dimensionamento da armazenagem permite armazenar, em pico, cerca de 1,000 toneladas, sendo cerca de 380 destas nas quatro camaras de frio. Esteve em execução um projeto de investimento para capacitar e receção e o tratamento de Frutos de Casca Rija no Alentejo, que teve que ser cancelado devido à pandemia causada pelo vírus conhecido como COVID 19. Foram aprovados dois projetos estruturantes, um ao abrigo da certificação como OPFCR designado "Programa Operacional" e um outro de investimento no desenvolvimento da variedade de castanha Martaínha e que é denominado "BreedMartaínha". Foi apresentado um projeto ao CHAFEA para a promoção da castanha biológica Portuguesa.
Ao nível interno promovemos diversas alterações, que culminarão num dos primeiros resultados que vamos procurar que ocorram após o que esperamos ser a reeleição, ou seja, um novo organograma funcional e uma nova estrutura de funcionamento, muito mais orientada para os projetos e para os agricultores, para que a Coopenela possa promover maior valor aos cooperantes e agricultores da região e para que os nossos colaboradores possam ver as suas carreiras a evoluir. Uma palavra muito especial para todos os colaboradores da Coopenela. O grau de maturidade institucional é hoje muito maior e a capacidade de intervenção também, porque as pessoas que estão connosco estão a ser capazes de se transformar e de melhorar a qualidade e a quantidade do trabalho que todos os dias é produzido.
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Ficha Técnica
O que vamos fazer
as o funcionamento interno ainda precisa de beneficiações, podendo-se melhorar o modelo de funcionamento da direção executiva que pensamos ser uma das razões para a Coopenela ter conseguido estar presente e melhorar os resultados apesar da pandemia. A Coopenela tem uma forte estratégia de responsabilidade e compromete-se a manter o equilíbrio e a sustentabilidade financeira para os próximos anos. Essa matriz faz parte da nossa entidade e essa sustentabilidade só é capaz de ser mantida com uma gestão rigorosa, eficaz e eficiente pelo Conselho de Administração e pela Direção Executiva que tem sido e vai continuar a ser transmitida de forma clara a todos os colaboradores. A Coopenela, com o alargamento a várias áreas, produtos e serviços tem um trabalho administrativo cada vez mais exigente e multifacetado. Os nossos sistemas de informação, especialmente no que se refere à gestão de associados da Cooperativa e ao nosso sistema de gestão precisam de algumas adaptações, para lá do investimento já feito em equipamentos e sistemas que facilitam o trabalho. Os agricultores podem e devem confiar na Coopenela para a resolução de todos as questões que envolvem a sua atividade. Estamos preparados para toda a formalização da compra e venda dos produtos agrícolas e fatores de produção, para a elaboração das candidaturas aos apoios ao rendimento e às medidas agroambientais e aos projetos de investimento agrícola e florestal. Há uma clara aposta de crescimento para conseguirmos operar mais e melhores produtos nos próximos anos. A Castanha continua a ser o nosso principal produto, mas é necessário encontrar novos mercados para outros produtos que já trabalhamos e que vamos trabalhar no futuro. O setor dos frutos de casca rija teve uma grande expansão nos últimos anos e o seu consumo vai continuar a aumentar. A Coopenela pretende ser uma referência nesse setor, conseguindo atingir novos consumidores com maiores rendimentos. Para isso, serão necessários investimentos, que estão alinhados com os estudos de mercado que temos realizado e a que temos tido acesso e que demonstram que os consumidores estão muito mais recetivos a adquirir produtos prontos para utilizar, o que, no caso dos frutos de casca rija, passa por ter a capacidade de os fornecer descascados, embalados em pequenas quantidades e prontos para consumir.
A estratégia de ter cada vez mais produtores de frutos de casca rija vai ser mantida. O aumento na produção de vários frutos de casca rija coloca novos desafios comerciais, pois é necessário obter novos clientes para escoar toda a produção prevista para os próximos anos. Ao conseguirmos dar esse salto, vamos ter no futuro um crescimento significativo do nosso volume de negócios. A participação em feiras nacionais e internacionais focadas em mercados estratégicos, é fundamental para a obtenção deste objetivo ambicioso, mas exequível. As parcerias que temos com várias associações nacionais, tais como o CNCFS, a Refcast, a Portugal Fresh e a Acos Beja, permitem a nossa participação nesses eventos com preços competitivos. Se temos essa estratégia no core business, também temos outras áreas em que se pretende que a Coopenela cresça nos próximos anos, como por exemplo, a venda de adubos e outros produtos agrícolas. A realização das obras para a implementação de uma nova loja de produtos e fatores de produção continua a ser uma prioridade para o Conselho de Administração e para a Direção Executiva. Queremos realizá-la o mais breve possível para conseguirmos aumentar, não só o volume de vendas desses produtos, mas também para permitir a aproximação da Coopenela a todas as necessidades que os associados e os agricultores sentem diariamente. Para tal estamos a estudar a melhor forma de conseguirmos implementar a construção, uma vez que se trata de um investimento significativo cujo resultado é público, mas o facto é que não há incentivos específicos públicos que permitam a realização destas obras. Em termos de marketing foi, finalmente, elaborado um plano de marketing e comunicação. Estas áreas são fundamentais na economia atual e só com esse plano, podemos ter um posicionamento correto no mercado. Se por um lado, sabemos que temos que estar presentes em várias feiras, também há a necessidade de nos atualizarmos para esta economia digital, rápida e que muda constantemente. A Coopenela vai organizar-se para que seja viável execução e realização do plano de marketing e comunicação que queremos ter implementado nos próximos anos. Este plano vai incidir numa renovação da imagem institucional da Coopenela, que já se iniciou, bem como de vários
aspetos comerciais, como os stands das feiras, as embalagens e os próprios produtos. Se por um lado, é um investimento e tem custos, pode permitir benefícios futuros muitos maiores com a obtenção de novos mercados e clientes. Também temos o objetivo de uma atualização da nossa comunicação virtual com todos os nossos stakeholders (clientes, fornecedores, associados e outras entidades), principalmente em termos de comunicação por email e da nossa página na internet. Vamos iniciar um trabalho de organização interna que nos permita ter e gerir os dados dos associados, o que tem sido difícil quer porque os dados não são diretos quer porque os sistemas informáticos e a pandemia não têm ajudado. As redes sociais também são uma ferramenta de comunicação muito importante e que pretendemos manter mais atualizada e interessante para todos. Também o boletim "Informação", publicado e distribuído em conjunto com o jornal "VivaDouro" e enviado especialmente para os nossos associados e para mais de 20 mil leitores adicionais vai continuar a ser organizado e distribuído com informação útil para os nossos agricultores e para todos os envolvidos. Em 2020 foi iniciada a total alteração de imagem da Coopenela, que foi concretizada a 100 por cento já no início de 2021. A dinamização da página da Coopenela na internet será prosseguida, tendo em vista transmitir uma imagem atualizada para o exterior e contribuir, de forma decisiva, para a entrada dos nossos produtos nos melhores mercados. Os serviços administrativos internos bem como os que são prestados aos sócios e demais produtores, nomeadamente as atualizações no sistema de identificação parcelar dos terrenos agrícolas e as candidaturas aos apoios ao rendimento, medidas agroambientais serão desenvolvidos e melhorados através da dinamização do posto de Balcão Verde instalado na Coopenela, Disponibilizar-se-á também o apoio à gestão de empresas e projetos agrícolas e florestais. Continuaremos a apostar na submissão de projetos próprios que sejam benéficos para a Coopenela. Os projetos em parcerias complexas, como os Grupos Operacionais, de que fazemos parte e que estão a terminar as suas ações, serão avaliados cuidadosamente.
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valiamos os objetivos fixados em 2018 e organizamos o programa de 2022, fixando os seguintes novos objetivos para o mandato 2022 - 2026: OBJ 1 Manter ou melhorar os níveis operacionais atuais de quantidade e qualidade dos produtos entregues na Coopenela valorizando-os acima dos preços de mercado; procedendo ao pagamento rapidamente ou antecipadamente e estando presente no território nacional. OBJ 2 Manter ou melhorar o reconhecimento regional e nacional, mantendo e reforçando a liderança institucional da Coopenela nas entidades em que está envolvida e participar nos eventos que tragam notoriedade ou oportunidades. OBJ 3 Procurar ide ntificar e promover candidaturas a programas e projetos do estado Português e da União Europeia, particularmente as que promovam a produção
e o consumo dos frutos de casca rija; quer da Coopenela quer para os seus cooperantes. OBJ 4 Manter ou melhorar a comunicação no que se refere ao boletim informativo, às redes sociais, à página web e aos sistemas de comunicação com os associados. OBJ 5 Continuar a diversificar, procurando-se trabalhar mais produtos e serviços. OBJ 6 Iniciar o estabelecimento das marcas próprias. OBJ 7 Reforçar o trabalho de campo por parte dos técnicos da instituição e o apoio direto realizado aos produtores para melhorar as culturas e a exploração dos seus terrenos, através de um aconselhamento mais proactivo e mais presente. OBJ 8 Melhorar continuamente os procedimentos das certificações organizacionais que a Cooperativa detém (HCCP e BRC).
OBJ 9 Aumentar a comercialização de fatores de produção a preços controlados, diversificando a oferta e criando condições para a comercialização de produtos fitossanitários. OBJ 10 Reforçar e alargar a atividade da secção florestal para mais associados e procurando aumentar a sua eficácia, prosseguindo o desenvolvimento do trabalho da equipa de sapadores florestais. OBJ 11 Reforçar a equipa da Coopenela sob o mote "Juntos é Melhor"; procurando aumentar o espírito de equipa e o potenciar o trabalho conjunto para fortalecer os resultados. OBJ 12 Melhorar a capacidade de intervenção direta da Coopenela para a realização de trabalhos agrícolas e para tomar conta e realizar todos os lavores nos pomares e sutos dos cooperantes. Para os realizar contamos com todos. Porque Juntos é Melhor. E somos muito mais fortes. Cumprimentos, A lista “A”
Mesa da Assembleia Geral: PRESIDENTE ..................................................................................................João Carlos Alegria Esteves Salgado (sócio n.º 6) VICE-PRESIDENTE ......................................................................................Henrique Augusto Pereira Moreira (sócio nº 8) SECRETÁRIO ..................................................................................................José João Neto (sócio n.º 1)
Conselho de Administração: PRESIDENTE ..................................................................................................José Ângelo da Costa Pinto (sócio n.º 59) VICE-PRESIDENTE ......................................................................................José Fernando Aguiar Pereira (socio n.º 9) VOGAL ..............................................................................................................Nuno Henrique Simões Ramos dos Santos (Sócio nº 638) VOGAL ..............................................................................................................António Nuno Delgado (sócio n.º 94) VOGAL ..............................................................................................................Mariana Petra Mendes (Sócio nº 232) VOGAL...............................................................................................................Joaquim Manuel de Seixas Vasconcelos (sócio nº 430) VOGAL ..............................................................................................................João Ricardo da Rocha Pinto (Sócio nº 772) SUPLENTE........................................................................................................Serafim de Jesus Pinto (sócio n.º 97) SUPLENTE........................................................................................................Fernando Augusto Pereira (sócio n.º 15) SUPLENTE .......................................................................................................David José Sequeira Abrunhosa (Sócio nº 914)
Objetivos 2022 2026
Conselho Fiscal: PRESIDENTE ..................................................................................................João Gomes Ferreira (sócio n.º37) VOGAL...............................................................................................................Daniel Aguiar Moreira (sócio n.º 2) VOGAL ..............................................................................................................Luís Pereira Melfe (sócio nº 459) SUPLENTE .......................................................................................................Maria José Lourenço Direito Fonseca (sócia n.º 17) SUPLENTE........................................................................................................José de Jesus Direito (sócio n.º 22) SUPLENTE .......................................................................................................Rui Miguel Costa Droga (sócio nº 846)
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Santa Marta de Penaguião
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios assinalado em Santa Marta de Penaguião É sempre importante dar valor ao património cultural que nos rodeia, e foi com esse objetivo que a autarquia de Santa Marta de Penaguião não quis deixar de assinalar o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, no dia 18 de abril. Ao longo do dia foram feitas várias publicações digitais dando a conhecer todos os monumentos concelhios classificados na Direção Geral do Património Cultural como Imóveis de Interesse Público. Para além disso, num desafio lançado pela autarquia, as quatro IPSS do concelho foram desafiadas a participar numa ação junto ao Pelourinho, monumento classificado como Imóvel de Interesse Público desde 11 outubro de 1993. Com muita boa disposição, os idosos do Centro Social e Paroquial de Santa Eulália da Cumieira, do Centro Social e Paroquial de São Miguel de Lobrigos, da Fundação Dr. Carneiro Mesquita e da Fundação Luís Vicente desenharam ao longo da semana réplicas do monumento em questão em fitas decorativas, colocando-as no dia de ontem a embelezar e a dar cor ao espaço circundante do Pelourinho.
Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS) Desde o dia 1 de abril, o Município de Santa Marta de Penaguião assumiu o Serviço de Atendimento e Acompanhamento Social (SAAS), decorrente da transferência de competências do Instituto da Segurança Social para as Câmaras Municipais, no domínio da Ação Social. O SAAS visa contribuir para uma proteção especial dos grupos mais vulneráveis através da informação, aconselhamento e encaminhamento para respostas, serviços ou prestações sociais, bem como da mobilização dos recursos adequados a cada situação, tendo em vista a promoção da melhoria das condições de vida e bem-estar das populações. Este serviço vai ser assegurado por uma equipa multidisciplinar que irá funcionar no fórum de atividades às segundas, terças e quintas-feiras, das 10h às 12h30m, mediante marcação prévia no Gabinete de Atendimento ao Munícipe (Edifício da Câmara Municipal).
Aberto concurso para concessão do Bar das Piscinas Municipais A Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião informa que se encontra aberto o concurso para a concessão e exploração do Bar das Piscinas Municipais. A concessão e exploração será para o período de 1 de julho a 18 de setembro sendo o preço base para licitação de 500 €. As propostas para o concurso deverão ser entregues até às 17:00 do dia 5 de maio de 2022 no Gabinete de Atendimento ao Munícipe. Para mais informações consulte o edital no site do município.
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Armamar
Assembleia Municipal aprova por unanimidade voto de louvor A Assembleia Municipal de Armamar decidiu por unanimidade na sessão de 28 de fevereiro último atribuir um voto de louvor e de agradecimento, passados dois anos da pandemia da Covid- 19. O órgão deliberativo do município de Armamar quis assim realçar o trabalho de todos os profissionais e instituições do concelho, de todas as áreas de atividade, que no cumprimento das suas funções, tudo fizeram para minorar os efeitos nefastos desta
pandemia. "Devemos manifestar o nosso reconhecimento e gratidão e enaltecer o esforço e dedicação de todos os profissionais e instituições do concelho que desde o início da pandemia da Covid-19, demonstraram empenho e dedicação para resolver as adversidades, dar resposta atempada às solicitações da população, no contexto de uma realidade nova e desconhecida, que a todos pôs à prova."
Evento Fotográfico das Macieiras em Flor No fim de semana de 23 e 24 de abril Armamar recebeu dezenas de fotógrafos, de todo o país, para conhecer e fotografar o cenário das macieiras em flor. A Fotomanya, Produções Ana Luar Vaz, promotora do Evento Fotográfico das Macieiras em Flor, trouxe quatro modelos fotográficos a que se juntou a nossa Daniela Magno, Miss Beira Alta. A ideia era usar o cenário único das macieiras floridas para fazer fotografia de retrato e paisagem. Os participantes tiveram ainda oportunidade de conhecer algum do nosso património histórico e visitaram uma quinta no vale do Douro, experiências adicionais que deixaram em todos o desejo de
voltar. Nos próximos dias os participantes vão partilhar na Internet os resultados do traba-
lho e nós vamos mostrar-lhe tudo na nossa página na Internet e redes sociais. Este encontro de fotógrafos contou com o
patrocínio e apoio da Câmara Municipal de Armamar e Associação dos Fruticultores de Armamar.
Gastronomia, cantares populares e Volta ao Douro em Bicicleta A Câmara Municipal de Armamar promoveu no fim de semana de 1 a 3 de abril, em articulação com o Turismo do Porto e Norte de Portugal, o seu Fim de Semana Gastronómico. O objetivo foi promover a riqueza da nossa gastronomia e a qualidade dos produtos endógenos de um concelho dominado pelo setor primário, motor da economia local, que tem ajudado a fixar os jovens. O cabritinho de Armamar, a Maçã de Montanha, os vinhos Porto, DOC Douro e Távora-Varosa compõem uma mesa que vale a pena conhecer. Uma das novidades na edição deste ano foi a Montra Vínica, um espaço junto à Loja In-
terativa de Turismo onde os visitantes puderam apreciar os vinhos das regiões vinícolas “Douro” e “Távora-Varosa”. Na noite de sábado, no salão nobre do edifício da Câmara Municipal, decorreu um encontro de cantares populares, um momento em que o Orfeão da Universidade Sénior de Armamar partilhou o palco com dois grupos: um de Santana na Ilha da Madeira e o outro de Ourense, na vizinha Espanha. Do programa do fim de semana fez ainda parte a chegada a Armamar da segunda etapa da Volta ao Douro em Bicicleta, uma organização da Associação Regional de Ciclismo de Vila Real, que a Câmara Municipal de Armamar vem apoiando.
Os melhores do Enduro em Armamar A Câmara Municipal de Armamar esteve este sábado representada pelo senhor Vice-Presidente, António Silva, na apresentação mundial da segunda etapa do Campeonato do Mundo de Enduro 2022. A cerimónia realizou-se no Auditório Municipal do Peso da Régua. A prova vai ter lugar nos próximos dias 13, 14 e 15 de maio em Peso da Régua e Armamar. É organizada a nível local pelo Clube Natureza Extreme e conta com o apoio e patrocínio
das Autarquias de Peso da Régua e Armamar. A apresentação foi conduzida por Filipe Sampaio, Presidente do Clube Natureza Extreme e estiveram ainda presentes Rui Teixeira, Vereador da Câmara Municipal do Peso da Régua e Pedro Mariano, Presidente da Comissão Enduro FIM Portugal. Entre 13 e 15 de maio a região do Douro prepara-se para receber os melhores pilotos do mundo que disputam o título mundial de Enduro.
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Entrevista
JOÃO GARCIA “A felicidade não é um s Texto: André Rubim Rangel Fotos João Garcia Quando, com 16 anos, tiveste a tua primeira experiência de montanhismo na Serra da Estrela, já pensavas que isso seria o teu futuro ou foi uma mera aventura? Na altura não fazia a mínima ideia, como qualquer adolescente de 16 anos. Sabia o que gostava, mas não que esse sonho se tornaria realidade. Sei que queria fazer coisas, apostar em experiências duradouras. E isso aconteceu! A prova está aqui, ao continuar a fazer a mesma coisa que gosto há mais de 35 anos. Então, a partir de que momento é que sentiste que as escaladas passariam a ser o teu objetivo de vida, a tua profissão? Acho que foi no ano seguinte, com o mesmo grupo, quando fui aos Alpes, ao Monte Branco. Do meu lado foi uma aventura improvisada. Eu impingi-me, arranjei maneira de ir ter com eles. Escalar essa montanha com mais de 4.000 metros foi difícil, porque eu era francamente inexperiente, com 16 anos. Mas eu consegui chegar lá cima, quando alguns não conseguiram. Ali no topo, e com essa idade, eu percebi que o alpinismo era um desporto justo: só atinge o topo quem se esforça. Não quem é mais velho, não quem tem as roupas mais bonitas, não quem tem mais experiência. Quais são os erros humanos que não se podem cometer para se conseguir alcançar o topo? Do ponto de vista técnico eu era inexperiente, por isso nesse âmbito eu não sabia que erros poderia estar a cometer. Agora, o que nunca larguei foi a perseverança. Eu lembro-me que, dessa vez, estava mau tempo. Eles estavam inclinados em esperar mais tempo ou, inclusive, em abandonar. E isso não estava na minha lista! (risos) Eu tinha que tentar! Lembro-me, perfeitamente, que fui dos primeiros a avançar e a chegar lá cima. Ao voltarmos ao parque de campismo, eu percebi que com 16 anos tinha deixado de ser um miúdo e tinha passado a ser um deles. São essas sensações fortes que te ajudam a cimentar a ligação com esta atividade, que para mim é mais do que um desporto: é um modo de estar na vida e, também, uma profissão! Permite-me estas questões que, certamente, outros entrevistadores já te fizeram. É sempre uma curiosidade: qual a montanha escalada em que mais sofreste, a mais difícil em todo o percurso? Eu acabei por ter várias montanhas que me intimidavam, que sabia por reputação que eram perigosas. Tive de arranjar estratagemas de gerir esse risco. Mas mais do que dificuldades técnicas, por vezes existem barreiras psicológicas. Em 2006, a primeira expedição teve dificuldades acrescidas. O Tozé, de Braga, adoeceu em plena expedição e veio a revelar-se que estava gravemente doente. Isso obrigou-me a pegar nele e a chamar meios de
emergência. Veio o helicóptero, fomos para o hospital de Katmandu e foi operado de urgência. Estive lá uma semana à espera que ele tivesse a sua alta hospitalar, depois meti-o no avião para Portugal. De seguida, voltei à montanha, mas tinha perdido a adaptação à altitude e perdi os timings com as pessoas com quem ia escalar. E surge a frustração. Já agora, há dois tipos de frustração: uma é tentares e não conseguires, ou porque não treinaste ou porque não estavas para aí virado; outra é, para mim mais terrível, teres a chance de tentar e perdê-la. Depois, acabei por encontrar um colombiano e um equatoriano a expedir e foi com este segundo que fiz o cume. É muito mais difícil subir os Himalaias, a terceira montanha maior do mundo, só com dois do que com um grupo de dez. É preciso encontrar caminho e trilhar a neve profunda. Portanto, a juntar a tudo isto, havia aquela carga emocional forte porque era a primeira expedição com aquele novo parceiro. Por outro lado, qual a que te surpreendeu mais pela positiva, pelas suas paisagens arrebatadoras ou pela beleza escarpada das suas cordilheiras? Escalar estas montanhas é sempre um processo lento e demorado, para permitir ao organismo adaptar-se às altitudes. Daí as expedições durarem entre 30 a 40 dias. E uma montanha que me impressionou bastante, com uma reputação bastante terrível e que não é propriamente muito alta, foi o Annapurna, no Nepal. A décima mais alta da terra. Infelizmente continua a ter a taxa de maior risco! A questão da dificuldade também incide com a estatística dos acidentes mortais. E, sem dúvida, que o Annapurna já teve mais acidentes percentualmente: por cada dez que foram ao cume, 4.2 morreram. Enquanto no Evereste dois em cada dez morreram. Isto impressiona! Por isso, esta foi a montanha que deixei para o fim nas minhas escaladas. Até pela dificuldade em montar o acampamento nela! E, na verdade, como eu nunca escalei com sherpas nem com oxigénio, para mim só é válido se for eu a fazer todo esse trabalho, conjuntamente com os companheiros. E dessa vez eu fiz a escalada ao cume em 7 dias. Tive sorte com a meteorologia. Para mim, a definição de "sorte" é quando a preparação e a oportunidade se encontram, que foi o que aconteceu. Esta "sorte" dá muito trabalho, porque são muitos anos de evolução e de treino. Em termos de beleza natural, uma montanha que esteticamente me encantou muito foi a do «Ama Dablam», no leste do Nepal. Fui lá a primeira vez em 1997. Achas normal que os outros te vejam como um louco, ou sentes-te como tal, por sempre teres escalado as maiores montanhas sem oxigénio artificial e sem carregadores de altitude? Algum motivo para o fazeres? Acho que há pessoas que se deixam ir nessa onda da maioria. Ou seja, mais de 99 por cento das pessoas que dizem ter subido ao cume
do Evereste, nos últimos mil metros sacaram duma máscara e duma garrafa de oxigénio Não tem lógica! E estavam a 8.000 metros de altitude a respirar como se estivessem a mil ou dois mil metros mais abaixo Para mim, isso não faz sentido! O alpinismo é um desporto em que queremos superar-nos a nós próprios. Parece um pouco naïf dizê-lo, mas é purista: no alpinismo não chega fazer, mas fazer bem. Temos de ser fiéis aos nossos princípios de fazer sempre com as mesmas regras. Se não é uma aldrabice! É fazendo as coisas de forma correta que eu consigo encontrar justificação para o risco que nós corremos. Porque um dia que eu faça batota " usando o oxigénio ou outras ajudas " já não conseguirei aceitar o risco que se corre no alpinismo! E há uma série de riscos que tu não controlas. Portanto, ou faço bem feito ou prefiro não fazer! O que é ser o top-10, como tu e único Português, de alpinista do mundo que já ascendeu às 14 montanhas planetárias com mais de 8.000 metros de altitude? Mais do que um feito, é o quê para ti? Isso de ser top-10 para mim não me diz nada. Vamos ser honestos: é um projeto bastante inacessível. Mais pessoas foram ao espaço e à lua, do que as que conseguem fazer isto, pelas sua inacessibilidade e pela sua dificuldade. Mas, acima de tudo, é um projeto que "copiei" de outras pessoas para conseguir quantificar e até impressionar a sociedade, passando da tal paixão para o profissionalismo. Se falarmos às pessoas da beleza, do sublime, da qualidade técnica, elas não sabem: ou são alpinistas ou não conseguem compreender. Agora quantificando " dizendo que apenas seis pessoas
no mundo conseguiram fazê-lo " as pessoas já perceberão o quão difícil é! Certo é que eu nunca deixei de acreditar! Há uns anos, numa entrevista, referiste que "o Evereste é uma feira de vaidades". Porquê esta afirmação e o porquê do Evereste ser considerado o "trono dos deuses"? Precisamente por isso: ao ser a montanha mais alta do mundo, acaba por ser mais do que uma montanha. Acaba por ser um todo-poderoso. É triste ver que pelo lado nepalês, muitos sobem o Evereste e nunca escalaram na vida montanhas de 6.000 metros, ou 7.000 metros, nem 8.000 metros. Mas ali estão porque pagaram a profissionais, que fazem disso vida, que lhes prometem facilitar a vida, com cordas e sherpas a carregar as tendas e a levar oxigénio para cima. E quando chegam ao topo, de forma facilitada, acaba por se tornar uma feira de vaidades porque não são propriamente alpinistas que ali estão, mas turistas em busca de alguma glória e fama. Tiram logo foto e partilham com o mundo inteiro. Acho que essa partilha não deve ser com meio mundo, mas o negócio publicitário é assim. Temos de equilibrar o que é a motivação extrínseca " porque se não partilhamos não atingimos a felicidade em toda a sua plenitude " com a motivação intrínseca. Muitas vezes só pesa a extrínseca, em que as pessoas vão para a montanha só para produzir conteúdos para as redes sociais e não por vontade própria. Sete anos depois voltaste a subi-lo e encontraste " na escalada " um colega teu português já sem vida. Como lidaste com
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sítio. É um caminho de pequenos momentos” alturas: tenho como qualquer pessoa e acho que é importantíssimo mantermo-lo. É graças a ele que conseguimos ter o bom senso e equilibrar as decisões, sem nos precipitarmos. Com o tempo e a experiência vencemos esses medos. É preciso é querer. Mas o meu maior medo é aperceber-me um dia que já não posso fazer isto! Medo de ter uma lesão grave, pois os meus joelhos e coluna já não estão com a saúde de uma pessoa de 50 anos normal, após ter andado tanto e ter carregado tanta mochila às costas. Vou fazendo reforço muscular, mas é sempre um receio
esse choque para prosseguires mais essa missão com sucesso? No caminho da vida, volta e meia temos uns trambolhões. E não são apenas esses que partem ossos ou fazem nódoas negras. Também acontece do ponto de vista emocional, em que pomos tudo em causa. Temos momentos em que não estamos tão convencidos e após reflexão percebemos que os momentos bons são maiores do que os maus. E isso dá-nos alento para continuarmos e para termos boas sensações. Uma delas é a felicidade. A felicidade não é um sítio: não vais ao supermercado e compras 2 kg de felicidade. A felicidade é um caminho de pequenos momentos, que nos faz reconhecer estarmos no caminho certo. Já tive, infelizmente, alguns acidentes, bem como pessoas amigas o tiveram. A solução é dedicarmo-nos à pesca, ou seja, mudar radicalmente. Só que, depois de refletir e reconhecer que esta atividade me traz felicidade, volto a ela, que é o meu caminho. Espero não chocar ninguém ao referir isto: acho que só temos dois motivos para termos vida e pertencermos à «raça humana», estando no lado confortável do mundo. O primeiro motivo é biológico: é reproduzirmo-nos, para dar continuidade à espécie humana. E o segundo motivo, uma vez que achamos que somos animais racionais " às vezes ponho isso em causa – (risos), é o sermos felizes. Não está escrito em lado algum, nem por muito grosso que o livro seja, que eu tenho de ter uma casa maior do que a do meu pai, ou que tenho de ter um carro melhor do que o meu vizinho, ou que tenho de ajudar mais pessoas do que o Papa. Cada um
tem de ser feliz à sua maneira: seja a ajudar, seja a andar de carro armado em Schumacher ou seja na construção civil. Para mim, as minhas aventuras na montanha são a minha felicidade. Entrando na área deste jornal, o Douro, já viveste alguma experiência de montanhismo nesta região? De montanhismo não. Mas, no ano passado e com a pandemia, acabei por passar o tempo dando a volta a Portugal em bicicleta. Fi-lo em 17 etapas, mais de 2.000 km. E a parte do Douro foi tramada, pois aquilo sobe e desce muito (risos). Além do mais ia carregado com algum equipamento de campismo e alimentação. Essa experiência, no Douro internacional e no Douro vinhateiro, foi uma experiência muito bonita. Eu sou da zona de Lisboa e peco muito por ir mais vezes a áreas de distância mais curta. O que é para ti o Douro visto de cima? O que destacas nele? Eu gosto de estudar muito a erosão, que talha as montanhas. Elas não são apenas derivadas do choque das placas tectónicas. Respondendo ao que perguntas, gostei mais do Alto Douro, é mais selvagem: tem mais a ver com a minha personalidade. Também gosto de ver a fauna e flora, os abutres e aquelas manchas brancas "dos seus ninhos", pois acabo por ser um apaixonado pela Natureza. E o Douro é uma zona muito bela que, infelizmente, conheço pouco. Mas mais vale pouco do que nada (risos). Sendo tu alpinista de elite, uma referên-
cia mundial, sentes que já fizeste tudo o que havia a fazer nesta área ou ainda faltam escalar montanhas? O que te motiva a continuar já ultrapassando a casa dos 50 anos de idade? Há muita montanha ainda por escalar, para muitos estilos e para muitos orçamentos. Nos tempos que correm temos de ser inteligentes e aprender a fazer mais com menos. Ou seja, parte da minha vida é trabalho, em que levo grupos de pessoas para o Nepal como guia. Mais do que indicar o caminho, tenho de zelar pelo bem-estar e segurança dos clientes e partilho conhecimento e saberes sobre essa zona em que me especializei. E junto, depois, o útil ao agradável: quando os clientes terminam a expedição e regressam a Portugal, eu fico lá mais duas semanas e vou escalar as minhas montanhas. São mais baixas, mas terem 6.000 metros são grandes desafios. O meu objetivo é explorar: subir por onde nunca ninguém subiu! De ir à procura da dificuldade acrescida. Já aprendi há uns anos que isto do alpinismo não são homens a conquistar montanhas, mas aventuras humanas nas montanhas. Quanto à idade, tenho visto colegas meus de outras nacionalidades que até aos 60 anos estão perfeitamente capazes. É preciso continuar a treinar. Faço-o todos os dias, ou através da escalada em rocha, ou do ciclismo, ou do atletismo, ou da natação no verão, e mais o próprio trabalho em si de levar pessoas para a montanha. Tudo isso faz por me manter fisicamente apto. De que tens medo, ou maior medo, nesta vida? Não vou dizer que não tenho medo das
Quais consideras ser os “cumes” (figurativos) mais perigosos do ser humano nesta vida? A ambição desmesurada, a cobiça, esta coisa de querer mais, mais e mais. Nesta altura, as pessoas deviam contentar-se com o facto de já termos comida e dormida todos os dias: já é um luxo terrível! Da maneira como se está a tratar o planeta " e num mundo dividido em dois: aqueles que têm tudo e os que não têm nada " é, realmente, assustador! Este desdém pelo planeta faz com que lavemos as sanitas com água potável quando metade do planeta não tem acesso à água. Tal como este exemplo, há aqui uma série de coisas do género que me entristecem. Outro desse "cume" nefasto é haver seres fomentadores de guerras e destruição massiva, como a que se vive na Ucrânia. Já tiveste lá alguma experiência e como foi? De que modo vês todo o panorama mundial com esta invasão? Eu sei tanto como tu, daquilo que se lê e vê. Mas já percebi que isto veio para ficar Onde há desgraças há sempre quem chore e há alguém a ganhar dinheiro a vender os lenços, não é? Portanto, por detrás duma guerra também existe muito negócio, muita demagogia política. E o que é lamentável é existirem mortos, famílias separadas e desfeitas. Para mim, tudo isso é condenável! O dia em que o planeta compreenda que nós somos a sua pior espécie, vão surgir mais vírus e porcarias e não haverá vacinas que nos salvem. Mesmo aqueles que pensam que têm muito poder, afinal não terão tanto poder como pensam Contudo, temos é de ser felizes e pensar positivo! Exato. E entre várias mensagens que deixas no teu livro "A Mais Alta Solidão", que já vendeu mais de 30 mil exemplares, qual aquela mais importante ou mais prioritária que possa servir de lição e alento aos nossos leitores? Nesse livro, e noutros que escrevi a posteriori, a lição que deixo " e acabo por ser um exemplo vivo disso " é que o importante não é o cair, mas o sabermos levantar-nos sempre que caímos. Esse livro testemunha que assim como eu consegui fazê-lo – com a queda no Evereste e em que me reergui –, as demais pessoas também conseguem. Em busca da felicidade!
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Carrazeda de Ansiães
Aldeia Segura, Pessoas Seguras - simulacro de incêndio rural
No âmbito do mês da Proteção Civil promovido pela Autoridade Distrital da Proteção Civil de Bragança, a aldeia da Samorinha foi hoje palco do teatro de operações num exercício de incêndio rural com
evacuação da população. O exercício de fogo controlado serviu para operacionalizar todas as entidades no caso de cenário real, com a divisão das operações em dois setores, o incêndio
Workshop de queijo artesanal A arte do fabrico de queijo voltou ao Museu da Memória Rural, com o Workshop de Queijo artesanal, no passado dia 3 de abril. Atividade pretendeu divulgar a prática do fabrico do queijo artesanal, muito usual nas comunidades rurais
de Trás-os-Montes. O workshop foi dirigido a todos aqueles que queriam aprender como se faz o queijo e degustar alguns produtos obtidos a partir do leite de ovelha, como a coalhada, o soro e os requeijões.
propriamente dito e a concentração da população no lugar de refúgio para a posterior evacuação. Sob o mote “Planear e Treinar para Melhor Socorrer”, os diferentes agentes de
Proteção Civil praticaram em ambiente simulado, situações que podem ser realidade no nosso meio rural. Também a população colaborou no exercício tendo aderido de forma exemplar.
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Opinião
António Fontaínhas Fernandes Professor Universitário
Pensar o Douro O Alto Douro Vinhateiro foi classificado pela UNESCO, há vinte anos, como Património da Humanidade, na categoria Paisagem Cultural, Evolutiva e Viva. Hoje, o Alto Douro Vinhateiro Património da Humanidade é uma região de vinhos de excelência e um destino turístico reconhecido que gera valor, mas também com exigências acrescidas de preservação e de salvaguarda do bem. Todos nos devemos identificar e orgulhar com esta distinção recebida e as respetivas obrigações, com a consciência clara do privilégio, a par da responsabilidade intergeracional que significa. Comemorar esta data exige lembrar todos os que se envolveram no processo de candidatura do Douro a Património da Humanidade, mas é também o momento para envolver os atores que desenvolvem a sua atividade na região na discussão dos principais desafios com que o território se defronta. Celebrar esta efeméride significa honrar o esforço e o saber acumulados dos durienses que contribuíram para um legado de sucesso, mas é também uma oportunidade para efetuar uma reflexão, retrospetiva e prospetiva, sobre a região. O exercício participativo de definição de estratégias conjuntas para orientação da ação
Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I
Dia Mundial da Consciencialização do Autismo Dia 2 de abril comemorou-se o Dia Mundial da Consciencialização do Autismo, com o objetivo de esclarecer a população mundial sobre o autismo e a importância de se promover a qualidade de vida daqueles que vivem com autismo, para que estes se sintam parte integrante da sociedade (ONU " www.un.org). O autismo é uma doença do desenvolvimento cerebral que se inclui nos Transtornos do Espectro Autista. Este distúrbio neurológico caracteriza-se por perturbações na comunicação, na interação social recíproca e comportamentos repetitivos. Os sintomas surgem nos primeiros três anos de vida e é mais prevalente nos rapazes. Embora não se conheça atualmente uma cura para o autismo, o diagnóstico precoce, resultante de uma avaliação multidiscipli-
não é um exercício comum em Portugal. Contudo, preparar a região para o Futuro exige a identificação e a interpretação dos principais desafios societais, exercício de considerável complexidade e exigência numa época norteada pela imprevisibilidade e pela globalização da informação e do conhecimento. A crise social, económica e financeira, a que assistimos nos últimos anos, e a crescente complexidade conduziram a uma preocupante diminuição de financiamento público e ao acentuar de um quadro concorrencial pela atração de talentos e de recursos em contexto global. Este cenário tenderá a agravar-se face às variáveis demográficas que se preveem no futuro próximo, o que exige um posicionamento estratégico claro, bem como criar sinergias que potenciem a centralidade atribuída ao conhecimento, enquanto fator de desenvolvimento da sociedade moderna. Este quadro complexo de adversidades, mas também de oportunidades e de desafios, exige a convergência da região em torno de objetivos comuns, em diálogo permanente, tendo em vista alcançar posições que reforcem a coesão e a unidade, respeitando sempre o carácter diverso das instituições e organizações. Dito isto, debater os temas complexos com que o Douro se defronta, deve ser uma prioridade. Importa promover uma discussão sem limitações, visando o delineamento de uma estratégia conjunta e participativa, combatendo a tendência para a inércia, o imobilismo e a “fatalidade” de regiões do interior como o Douro.
nar, permite a definição de um plano individual de intervenção. O aumento da incidência, que se tem verificado nos últimos anos, pode estar relacionado, entre outros motivos, com a maior consciencialização dos profissionais de saúde para o diagnóstico. Tal como o diagnóstico, também o plano de intervenção individual requer uma abordagem multidisciplinar, onde se incluem os pais/cuidadores com um papel muito relevante. Na origem do autismo podem estar fatores genéticos, fatores pré-natais e outros fatores de origem orgânica. A investigação sobre o autismo continua a desenvolver-se e muito haverá ainda a descobrir. No entanto, há já consenso científico em relação à não existência de ligação causal entre atitudes e ação dos pais e o aparecimento de perturbações do espectro autista. Uma pessoa com autismo pode nascer em qualquer país ou cultura, de qualquer raça, classe social ou educação parental. (Federação Portuguesa do Autismo " www. fpda.pt). Neste Dia Mundial de Consciencialização para o Autismo, e ao longo de todo o mês, irão decorrer, um pouco por todo o mundo, ações de sensibilização para aumentar a compreensão e aceitação das pessoas com autismo, promover o apoio mundial e inspirar um mundo mais generoso e inclusivo, com o grande lema “Juntos conseguimos criar um mundo mais inclusivo”.
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2.º CICLO (MESTRADOS)
(Ramos Supervisão Pedagógica, Tecnologia Educativa e Animação Sociocultural) Ciências do Desporto (especialização em Atividades de Academia) Ciências do Desporto (especialização em Avaliação e Prescrição na Atividade Física) Ciências do Desporto (especialização em Jogos Desportivos Coletivos)
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Ciências Económicas e Empresariais Educação Pré-Escolar e Ensino do 1º Ciclo do Ensino Básico Enfermagem Comunitária na Área de Enfermagem de Saúde Familiar Engenharia Agronómica Engenharia Alimentar Engenharia Biomédica Engenharia Civil Engenharia do Ambiente Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Engenharia Florestal Engenharia Informática Engenharia Informática e Tecnologia Web Engenharia Mecânica Engenharia Zootécnica Enologia e Viticultura Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário Ensino de Informática
Ensino do 1º CEB e de Matemática & Ciências Naturais no 2º CEB Ensino do 1º CEB e de Português, História e Geografia de Portugal no 2º CEB Gerontologia: Atividade Física e Saúde no Idoso Gestão (Especialização em Gestão Empresarial) Gestão dos Serviços de Saúde Mestrado em Desafio das Cidades (Projeto/Consórcio UNISF) Mestrado Internacional em Análise da Performance Desportiva Psicologia (Ramo Psicologia Clínica) Psicologia (Ramo Psicologia da Educação e Desenvolvimento) Serviço Social Sistemas de Informação Geográfica em Ciências Agronómicas e Florestais
3.º CICLO (DOUTORAMENTOS) Agronegócios e Sustentabilidade Cadeias de Produção Agrícola – da mesa ao campo Ciência Animal Ciência e Tecnologia Web Ciências Sociais e Envelhecimento (Projeto/Consórcio UNISF) Ciência, Tecnologia e Gestão do Mar Ciências Agronómicas e Florestais Ciências da Cultura Ciências da Educação Ciências da Linguagem Ciências do Desporto Ciências Físicas Aplicadas Ciências Químicas e Biológicas Ciências Veterinárias Desenvolvimento Sustentável da Floresta Desenvolvimento, Sociedades e Territórios Didática de Ciências e Tecnologias Engenharia Eletrotécnica e de Computadores Estudos Literários Genética Molecular Comparativa Geologia Informática Matemática e Aplicações (Projeto/Consórcio UNISF) TechAgro – Tecnologias Emergentes aplicadas aos Sistemas Agro-florestais
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Vila Nova de Foz Côa
Cultura e desporto unidos em Foz Côa No total foram cinco dias de muita atividade cultural ao qual se juntaram momentos de desporto, aventura e lazer, num regresso após dois anos de ausência devido à pandemia Covid-19. O Festival de Poesia, com a temática "Arte Contra a Violência", dedicou a maior parte da sua programação aos alunos do ensino básico e secundário, que tiveram a oportuni-
Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro
25 de Abril, sempre! Dar futuro a quem já tem muito passado!
dade de ouvir e interagir com poetas como Raquel Patriarca, Estela Guedes, Minês Castanheira, Rui Spranger, João Rasteiro, Carlos Nuno Granja ou Dinu Flamand, entre outros. "Este envolvimento da Escola com o Festival tem como principal objetivo aproximar e semear o gosto pela poesia nos mais novos porque entendemos que a poesia é uma ferramenta perfeita para incutir o gosto pelo mundo das letras", afirmou o autarca João Paulo Sousa.
A programação contou ainda com conferências, debates, espetáculos musicais e performances poéticas para o público geral. Em paralelo ao Festival decorreu mais uma edição do Foz Côa Douro Trail Adventure, que contou no total com 400 participantes. "Numa versão diferente conseguimos aliar a excelência de alguns atletas, nacionais e internacionais, com mais de 50 originários do nosso concelho. Uma prova onde Foz
Côa se mostrou ao Mundo, em todo o seu esplendor", explicou João Paulo Sousa. Ao desporto de alta competição, os atletas, aliaram a beleza da paisagem, de quintas vinhateiras e de monumentos nacionais. "Aliar a cultura e o desporto foi um objetivo atingido a plenitude, pelo que continuaremos a considerar estas áreas fundamentais para o desenvolvimento sustentável do nosso concelho", conclui o autarca foz-coense.
"Só há Liberdade a sério, quando houver: A paz, o pão, habitação, saúde, educação", carinho, amparo e inclusão! Vivemos um problema: De mãos atadas, fragilizadas pelo tempo, mas de cabeça bem levantada, muitos dos nossos concidadãos estão presos nos silêncios das suas próprias casas. No escuro do desamparo, vivem dias desassossegados pela inquietação da tempestade da desertificação humana. Sozinhos, sem ruídos de vida por perto. Desejam ali estar. A sentir a sua vida. No lugar que mais gostam. No seu meio. É ali que devem poder continuar. Já não têm retaguarda familiar. Alguns nem vizinhos. O apoio social, embora muito im-
portante, está desajustado das suas necessidades, e é caro para as possibilidades destes seres humanos que tanto trabalharam. E qual seria a solução? Felizmente a democracia fez do Poder Local autênticas estruturas humanas de amparo a outros seres humanos. Sempre que tenho a oportunidade de recordar, voltando a sentir no terreno, a importância dos presidentes de junta de freguesia, sinto que a solução está ali. A proximidade destes autarcas tem sido cada vez mais marcante, muito particularmente para as pessoas de maior idade que resistem em viver nas nossas aldeias. É à escala da freguesia que muitos problemas podem ser resolvidos e promover-se a
Liberdade de escolha às pessoas isoladas ou em situação de vulnerabilidade. Ficarem o mais tempo possível nas suas casas, tem que ser um direito! Urge "mudar e decidir". Financeiramente apoiadas para que tal seja possível concretizar, as freguesias deverão ter ao serviço das pessoas Cuidadores Comunitários profissionais capazes de cuidar e proteger. O amparo dos mais velhos é uma obrigação da democracia! Precisamos de ter coragem para fazer revolução e abrir as portas à inovação. Comemorar Abril é, no interior de Portugal, lutar contra o desamparo humano! Dar futuro a quem já tem muito passado!
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Santa Marta de Penaguião
Produtor penaguiense integra projeto musical de apoio à Ucrânia Música de apoio à Ucrânia conta com a participação de 38 vocalistas de bandas de metal e produção do Blind & Lost Studios, de Guilhemino Martins, em Santa Marta de Penaguião. A ideia partiu de Carlos Guimarães, do projeto Caminhos Metálicos, que já durante a pandemia Covid-19 tinha sido o mentor da música "Corona", uma sátira aos tempos que se viviam durante o confinamento. Casado com uma ucraniana, natural da Crimeia, Carlos Guimarães tem vivido muito de perto tudo o que acontece no país da mulher. Decidido a fazer algo pediu a cedência dos direitos da música “This is Gwydion”, da banda GWYDIO, para a qual escreveu uma nova letra. Escrita a letra e autorizada a utilização da música, o responsável pelo projeto Caminhos Metálicos lançou o convite a cerca de 4 dezenas de banda da cena metal nacional, tendo a versão final contado com a participação de 38 músicos, no total. É com todo o material reunido que entra em cena o músico e produtor penaguiense, Guilhermino Martins. "Era preciso haver um maluco que pusesse em prática tudo isto, que combinasse todos
os excertos de gravações para construir a música completa. As vozes por si já são totalmente diferentes, depois foram gravadas de diferentes formas, há quem o tenha feito em estúdio ou simplesmente com o telemóvel, por isso houve muito trabalho a fazer. Depois de terminar fui ver quantas horas
dediquei a esta faixa, o programa que uso faz essa contagem, no total foram 49 horas dedicadas a isto. Ver as imagens que nos chegam, em especial das crianças, é muito tocante. Como não sei pegar em armas mas sei mexer nos botões de uma mesa de mistura, por isso esta
foi uma forma que encontrei de fazer alguma coisa", conta-nos numa conversa exclusiva com o VivaDouro. Muitas vezes associado a imagens mais sombrias, e até por vezes violentas, o metal assume-se assim como uma ferramenta de apoio aos que sofrem com este conflito armado. Para Guilhermino Martins esta é uma ação que permite também às pessoas perceberem que o género musical não é um espelho de quem a faz. "É normal que quem nunca tenha convivido com este género, não tenha a noção do que se passa dentro do meio. Neste projeto temos representantes de bandas muito extremas, algumas mesmo de Black Metal, mas que aceitaram integrar esta ideia sem nenhuma reserva. É como ler um livro sobre um crime onde o personagem é um assassino, isso não significa que o autor da obra também o seja". O músico duriense conta ainda que o feedback recebido tem sido bastante positivo com mensagens a chegarem um pouco de todo o lado mas em especial de ucranianos. "O feedback tem sido bastante positivo, mesmo por parte de alguns ucranianos (que não consigo dizer se estão, ou não, no seu país). Sentimos que a mensagem passou, e isso é o mais importante".
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Opinião
João Barroso
Vice-Reitor para a Inovação, Transferência de Tecnologia e Universidade Digital
Nos dias que correm é impossível ficar indiferente à guerra provocada pela simples vontade de uma nação tomar conta do território de outra. Para nós, ocidentais, o sofrimento do povo ucraniano é óbvio, bem como é notória a vontade ucraniana em ser parte da União Europeia. Que escolha podem fazer os ucranianos? A escolha é entre um bloco económico (EU) com um PIB per capita de 35 851 dólares e a Rússia com um PIB per capita de 10 126,72 dólares. É claro que os ucranianos escolherão o primeiro. A Rússia, embora não seja líder mun-
António Cunha Presidente da CCDR-NORTE
Os 20 anos do Douro Património Mundial, que hoje celebramos com tanto agrado, são reflexo de um notável e valoroso caminho não apenas trilhado nas últimas duas décadas. Sustentado na base da aprendizagem institucional e na requalificação do território, é um percurso suscitador de um sentimento de orgulho junto de quem o percorreu e ao qual se coloca a exigência de não terminar aqui. A base da aprendizagem revelou-se transversal a todas as organizações, desde a CCDR-NORTE, às autarquias, à CIM Douro, às entidades da sociedade civil, às empresas e às universidades, agora munidas de ferramentas mais eficazes
Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)
Inaugurado a 19 de fevereiro de 1946, o Solar do Vinho do Porto vai ocupar, a partir de junho, um espaço no novo Palácio de Ludovice Wine Experience Hotel, em Lisboa, num ambiente que agora se renova. Situado numa zona nobre da cidade, ponto de passagem turístico, o novo espaço, que retomará o nome de Solar do Vinho do Porto, será o lugar ideal para dar a conhecer todo o portefólio de categorias de vinho do Porto, num ambiente simultaneamente descontraído e glamoroso. Esta iniciativa do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. constitui um vetor de promoção do vinho do Porto junto de diferentes públicos, fidelizan-
A valorização da Ciência e da Tecnologia dial em ciência, tecnologia e engenharia, tem um percurso na tecnologia aeroespacial, na química e na biologia que a posiciona entre as nações que estão na linha da frente há várias décadas. O sistema de educação e de formação na Academia Russa tem a capacidade de formar cientistas e engenheiros com uma formação das melhores entre os melhores, o que não terá sido feito nos últimos decénios. Com esta formação, a pergunta pertinente a fazer é: com este tipo de formação por que é que o PIB per capita da Rússia é três vezes e meia mais pequeno do que o da EU? Como é possível que a Rússia tenha o PIB per capita que representa menos de metade do português? A razão está na incapacidade da Rússia valorizar a sua ciência e a sua tecnologia. A Rússia não consegue criar empresas e pro-
dutos para os mercados competitivos do mundo desenvolvido. A Rússia limita-se a vender os seus recursos naturais e a ameaçar os seus parceiros com as suas armas. O que falta à Rússia é um sistema de inovação, algo que a EU proporcionou a Portugal e que está assente nas qualificações académicas, tendo sido essencial para consolidar o nosso desenvolvimento. Portugal tem um sistema educativo e científico consolidado, sendo disso prova o facto de passarmos de 102.145 alunos, em 1985, para 400.831 alunos, em 2003, e de termos consolidado esse patamar de crescimento até ao presente. Por esta razão, muitas vezes, é referido que temos “a geração mais qualificada de sempre”, que temos empresas inovadoras em todas as áreas que competem pelos melhores quadros. Temos o que os russos ainda estão não consegui-
ram: empresas portuguesas que valem mais de mil milhões de dólares e cuja matéria-prima é tão só a massa cinzenta portuguesa (Farfetch, OutSystems, Talkdesk, Feedzai, Remote, SWORD Health). Então e as regiões do Interior acompanham esta evolução nacional? Não, apesar de as regiões do interior terem hoje instituições do sistema científico e terem acesso privilegiado aos mecanismos europeus que permitiriam montar tal sistema de inovação se houvesse vontade política. Para se criar o tal equilíbrio em termos nacionais, é preciso que os decisores nacionais e locais optem pelo modelo certo, o que não tem acontecido. O Interior não terá viabilidade enquanto se venderem apenas os nossos recursos naturais.
Para que serve um sítio Património Mundial? neste capítulo do que há 20 anos atrás. A riqueza desta experiência para todas as instituições reflete-se na aprendizagem de formas de trabalhar, no know-how e na dimensão das relações institucionais entre elas, que saem fortalecidas, melhor articuladas e abastecidas de maior confiança, sem prejuízo de terem o seu espaço para melhorar e crescer num futuro que se augura promissor. A base da requalificação não assume, certamente, menor relevância na retrospetiva destas duas décadas. Nessa matéria, o extenso património do Alto Douro Vinhateiro apresenta hoje um estado de conservação e qualificação sobremaneira superior ao passado, que lhe permite afirmar-se na conjetura mundial como espaço e marca de excelência em todos os campos: da cultura, do turismo, dos produtos, da nature-
za e do desenvolvimento humano. Mas, afinal, para que serve um sítio Património Mundial? A resposta a esta pergunta reside num conceito muito claro: a valorização do território em causa, em concreto daquilo que nele é feito e da população que nele se encontra. O título de Património Mundial encerra em si uma forte componente de exigência, mas também de um reconhecimento ao qual estão associados valores. É na preservação destes valores e na ampliação desse reconhecimento que encontramos o caminho de valorização do território, objetivo último desta distinção. Realizada a primeira conferência relativa às comemorações dos 20 anos do Douro Património Mundial, é importante relevar que, depois desta, outras se seguirão, com periodicidade mensal e com ênfase
em diversos temas: ciência e evolução, focada no conhecimento; alterações climáticas, numa perspetiva de adaptação; o Douro como destino turístico sustentável, pela união do valor e da sustentabilidade; cultura e criatividade, por um Douro fruído e reinventado na dimensão cultural; desenvolvimento humano e demografia, pela criação de condições de atração e fixação da população; e marketing territorial, numa lógica de promoção eficaz do produto. Sendo certo que o caminho que até aqui trilhamos não nos poupou a dificuldades e obstáculos exigentes, há um adágio duriense que nos ensina uma importante lição de perseverança: “se formos capazes de fazer chão, faremos um caminho sólido para andar”. É com este futuro que estamos comprometidos.
Um Porto de Honra em Lisboa do uns, conquistando outros, num ambiente situado numa unidade hoteleira de referência, perto da movida noturna, onde transitam pessoas de diferentes paragens, que eventualmente tomarão contacto pela primeira vez com o vinho português mais conhecido além-fronteiras. Para além de vinho do Porto, que estará representado em todas as suas categorias, nesse espaço existirão igualmente vinhos do Douro, perfazendo um total de cerca de 150 marcas. O serviço de vinhos será assegurado por colaboradores convenientemente formados, que contarão a história secular deste vinho, dando a conhecer todas as diferenças de perfil e propondo emparelhamentos gastronómicos. Decorrente da parceria com o Palácio Ludovice Wine Experience Hotel, poderão or-
ganizar-se, igualmente, mediante marcação prévia, provas comentadas e harmonizadas com diferentes iguarias. É ainda possível a aquisição de vinho do Porto em garrafa e complementar a visita levando alguns livros dedicados à temática do vinho e da Região Demarcada do Douro. O Vinho do Porto não pode nem deve abandonar o seu estatuto de vinho para ocasiões solenes e formais, mas vem, felizmente, cimentando a sua posição no mercado como vinho versátil, com potencial gastronómico, de consumo descomplicado, indicado para momentos de lazer, como um simples convívio de amigos. Alargar o habitat tradicional de consumo a momentos diversos é um dos desígnios do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. e, nesse sentido, temos mais uma série de ações preparadas para este
ano, tendentes a levar até mais pessoas o vinho do Porto, o seu novo perfil e a frescura das novas categorias. O valor recorde alcançado nas exportações são encorajadores, mas há um trabalho persistente que tem de continuar a ser feito. Fora do País e junto do mercado nacional, sobretudo a Sul do país, onde ainda existem hábitos diminutos de consumo de vinho do Porto. Esta consistência no crescimento das exportações, que caminha lado-a-lado com o aumento do preço médio, é um augúrio traçado para a fileira, criando e distribuindo o valor por toda a cadeia e incutindo nos mercados a perceção de que têm de estar preparados para pagar mais pelos vinhos da Região Demarcada do Douro, já que a qualidade dos produtos assim o justifica.
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Lazer
HORIZONTAIS: 1 – Peça ou estofo para cobrir sobrados, escadas, etc. Brotar. 2 – Ruão. Designação geral dos mamíferos perissodáctilos, da família dos Equídeos, com a pelagem às riscas. 3 – Atuaram. Órgão das plantas vasculares de fi xação e absorção, normalmente subterrâneo. 4 – A mim. Ave palmípede, espécie de pato. É enganado, surpreendido. 5 – Aparvalhada. 6 – Eia (interj.). Cada uma das divisões de uma peça teatral. 7 – Substância constituinte dos alimentos que é utilizada pelas células nos seus processos vitais ou que, de alguma forma, é essencial ao funcionamento do organismo, fornecendo a energia ou matéria necessária para a manutenção da vida. 8 – Unidade de medida agrária equivalente ao decâmetro quadrado. Agastamento. Medida itinerária chinesa. 9 – Notícia. Seduzir, fascinar (fig.). 10 – Pedido de
auxílio. Atordoar. 11 – Extraordinária. Rapidez.VERTICAIS: 1 - Enredo (fi g.). Dormir (a criança) (infant.). 2 – O mais alto grau. Um dos cinco continentes. 3 – Progenitor. Ver antecipadamente. 4 – Encher ou cobrir com ramos. Flanco de um exército disposto para a batalha. 5 – Melopeia. Caminhava para lá. 6 – Substância doce que as abelhas formam do suco das flores e que depositam nos alvéolos dos seus favos. Ave pernalta corredora que se assemelha à avestruz. 7 – Filho de burro e égua ou de cavalo e burra. Oscilar. 8 – Ter a qualidade ou modo de existir indicado pelo adjetivo que determina o verbo. Dez mais quatro. 9 – Fruto do abacateiro. Contr. da prep. a com o art. def. os. 10 – Que tem as cores do arco-íris. Jurássico inferior. 11 – Pilhagem. Planta medicinal burserácea das margens do Mar Vermelho.