Jornal_VivaDouro_ed87_mai22

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Ano 7 - n.º 87 maio 2022|

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|Diretor: Miguel Almeida | Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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o

çã a z i l ona

Regi

NÃO

SIM

Governo quer avançar com referendo à regionalização.

Será esta a melhor solução para o desenvolvimento da região?

Valdemar Pereira,

Sernancelhe “Este evento surge, desde logo, porque gostamos de diversificar a nossa oferta cultural” > Pág.21

Presidente da Câmara Municipal de Tarouca Tenho a questão da sucessão perfeitamente definida na minha cabeça, no entanto, acho que é cedo demais para estar a falar disso. > Págs.10 /11

Vila Real Graça Morais recebe Honoris Causa da UTAD > Pág.12


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VIVADOURO MAIO 2022

Editorial José Ângelo Pinto Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT Caros leitores, Ser ou não ser, eis a questão. Portugal quer ser ou não quer ser um dos países mais avançados do mundo, capaz de criar, produzir e promover a utilização de produtos inovadores como no passado já ocorreu com o MultiBanco, a Via Verde ou com a criação de medicamentos? Os países que mais investem em inovação, como a Finlândia ou a Suécia e que, curiosamente, mas não surpreendentemente, querem passar de não alinhados para membros da NATO, dedicam quatro a cinco por cento do seu PIB a investimentos em Investigação & Desenvolvimento Tecnológico (IDT). E Portugal? Parece que, desde os anos 80, em que se desenvolveu, praticamente do zero, todo o sistema de investigação e de inovação e que o nosso tecido empresarial conseguiu utilizar nos anos 90, pouco ou nada de visível se tem feito, pelo menos não desenvolvemos nada que se pareça com produtos desenvolvidos nos anos 80 e 90. Se em termos de despesa e investimento no IDT as estatísticas indicam claramente um aumento significativo, sendo que em 2020 o valor de IDT corresponde a 1,6% do PIB; e que o número de pessoas a trabalhar em investigação tem também aumentado significativamente, a questão é que este aumento (mesmo assim com Portugal muita abaixo da Finlândia ou da Suécia) não é visível na criação de produtos ou serviços que incorporem a investigação e que sejam promovidos pelas empresas portuguesas. Aliás uma parte muito significativa do IDT produzido em Portugal é depois aproveitado por empresas internacionais que não deixam cá os seus impostos; ou seja, estamos a alimentar o rendimento de outros estados; isto porque Portugal é incapaz de apoiar devidamente a implementação do IDT que aqui construímos. E que adianta termos desenvolvido produtos e serviços avançados se depois não somos capazes de os aplicar devidamente, como se vê pelos atrasos enormes na introdução em Portugal da rede 5G; que hoje está já disponível por essa Europa toda e em todo o lado. Exceto em Portugal. Porque em Portugal dependemos das pessoas que governam. A capacidade das empresas de lançar IDT de facto está completamente tolhida pela necessidade absoluta, se quiserem financiamento, de o fazer com as Universidades. E depende. Se os governantes fazem bem o concurso ou não. Se colocam lá clausulas penais ou não. Se os lançam de modo competitivo ou não. Se as Universidades querem participar ou não. E a verdade é que cada vez mais temos pessoas que nos governam que não sabem o que é a vida para lá dos gabinetes de Lisboa e que decidem com base na interpretação dos seus assessores do Google e das conversas de café com os colegas. Assessores e colegas que conhecem bem Lisboa, mas que nada sabem do país real. Mas que decidem. O desafio para haver IDT em Portugal é fácil de ganhar, basta saírem dos gabinetes e virem conversar com as empresas. Mas escutar, não seja só falar ou só ouvir. E procurar ajustar o trabalho profundo de IDT que temos para fazer com a exequibilidade dos resultados e com a sua utilidade. Porque fazer IDT apenas para dizer que temos milhares de pessoas e 1,6 % do PIB como se isto, só por si, fosse muito bom, não é suficiente. 

PRÓXIMA EDIÇÃO 22 DE JUNHO

SUMÁRIO: Destaque Páginas 4, 5 e 6 Sabrosa Páginas 8 e 15 Carrazeda de Ansiães Página 9 e 22 Entrevista Autarca Páginas 10 e 11 Vila Real Página 12 Santa Marta de Penaguião Página 14 Torre de Moncorvo Página 14 Região Páginas 16, 18 e 24 São João da Pesqueira Páginas 17 Alijó Página 19 Sernancelhe Página 21 Peso da Régua Página 26 Lamego Páginas 26 e 37 Entrevista Páginas 28 e 29 Mesão Frio Páginas 31 Moimenta da Beira Página 32 Opinião Páginas 34 e 38 Lazer Página 39

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Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org POSITIVO A rodagem do filme Velozes e Furiosos X trará uma enorme visibilidade para a região.

NEGATIVO Uma tempestade de granizo em Carrazeda de Ansiães, no dia 14 de maio, irá provocar uma quebra de rendimento na produção de maçã de cerca de 50%.

António Fontaínhas Fernandes Professor Universitário

Graça Morais Ao longo da sua existência, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro tem tido o privilégio de homenagear, com o grau de doutor honoris causa, ilustres figuras nacionais e estrangeiras, que pela sua personalidade, obra e saber têm contribuído para o desenvolvimento da Humanidade. Refugio-me nas palavras de Saramago: “… somos a memória que temos e a responsabilidade que assumimos, sem memória não existimos, sem responsabilidade talvez não mereçamos existir…”. Foi com este sentido de responsabilidade que a UTAD nos últimos anos tem vindo a consolidar o relacionamento com a região, homenageando figuras que têm assumido um papel essencial no desenvolvimento ou que se têm distinguido no panorama da cultura e das artes. Recentemente, a UTAD, seguramente interpretando o sentimento de muitos portugueses, homenageou a pintora Graça Morais, uma personalidade incontornável das artes e da cultura portuguesa que tem mantido uma ligação apertada com a sua região natal de Trás-os-Montes. A excelência da sua carreira artís-

tica e o reconhecimento público do seu percurso, num mundo cada vez mais globalizado, associado ao universalismo do seu pensamento e a nobreza da sua postura, justificam o convite para se associar à Universidade da sua região. Deste modo, a UTAD passou a acolher na galeria dos doutores uma figura conhecida pelos seus méritos excecionais, pela sua erudição e contribuição para o enriquecimento do ser humano e a transformação da sociedade. A pintora Graça Morais distingue-se pela imaginação prodigiosa, desdobrando-se em personagens que interrogam as tragédias humanas e o caos do mundo com vista à tomada de consciência. Nas suas palavras, a sua pintura pretende construir um espaço diferente e único, onde possa defender a sua identidade nestes tempos de grande massificação, comprovando que a arte é que transforma a sociedade. A Universidade deve honrar todos os que elevam o nome da sua região, prestando-lhes a devida homenagem e não esquecendo o apoio que lhes é devido. A memória coletiva é património de todos, e todos, a devemos honrar. 

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Destaque

Regionalizar para Desenvol

Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial

A regionalização em Portugal está prevista desde a elaboração da Constituição que resultou na Revolução do Cravos, em 1975, contudo, esta reforma tem vindo a ser sucessivamente adiada, pelos vários governos de diferentes cores políticas que se sucederam. A partir de meados da década de 1990, a discussão em torno deste tema intensificou-se, tendo-se chegado à conclusão que era necessário e urgente colocar em marcha o processo de Regionalização de Portugal Continental. Assim, já em 1991, durante o governo de Aníbal Cavaco Silva, tinha sido aprovada a Lei-quadro das Regiões Administrativas (Lei nº 56/91, de 21 de Agosto), que definia os órgãos de poder a criar em cada região ( Juntas Regionais e Assembleias Regionais), as respetivas competências e atribuições, a forma como as Regiões iriam ser instituídas, e o regime eleitoral das futuras regiões, apenas não definindo o número de regiões a criar e a sua delimitação. Durante os anos seguintes, houve um aceso debate sobre a delimitação de um mapa regional para Portugal Continental. Porém, aquando da revisão constitucional de 1997, a instituição em concreto das regiões em Portugal passou a ser obrigatoriamente alvo de referendo. Em 1998 chegou-se ao referendo com um mapa dividido em oito regiões: Entre-Douro e Minho, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Litoral, Beira Interior, Estremadura e Ribatejo, Região de Lisboa e Setúbal, Alentejo e Algarve. O referendo acabou chumbado nas duas perguntas que apresentava com pouco mais de 60% dos votos válidos, contudo o mesmo acabou por não ser validado porque 51,71% dos eleitores portugueses, o correspondente a umas expressivas 4 465 743 pessoas, não foram votar.

Manuel Cordeiro, Presidente da CM de S. João da Pesqueira

Tendo-se mantido na discussão política ao longo dos últimos anos, a Regionalização ganhou agora novo fulgor com a apresentação do Programa de Governo do Partido Socialista que assume expressamente o desígnio de avançar com um referendo em 2024. O compromisso consta na página 44 do Programa de Governo, entregue na Assembleia da República: “Criar as condições necessárias para a concretização do processo de regionalização, mediante a realização de um novo referendo em 2024” Neste capítulo, da descentralização e desconcentração dos serviços públicos, o Governo promete ainda outra coisa: acabar com organismos como as administrações regionais de Saúde ou as direções regionais de Educação. A promessa consta na linha seguinte à que promete o referendo em 2024: “Harmonizar as circunscrições territoriais da Administração desconcentrada do Estado e proceder à integração nas CCDR dos serviços desconcentrados de natureza territorial, designadamente nas áreas da educação, saúde, cultura, ordenamento do território, conservação da natureza e florestas, formação profissional e turismo”. Divisão administrativa defendida unanimemente Em declarações exclusivas ao VivaDouro, a Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, defende que a regionalização pode ser um fator de "coesão social e territorial”. “Estamos a falar de uma governação de proximidade, baseada no princípio da subsidiariedade, ou seja, quem toma a decisão está mais próximo e é mais conhecedor dos problemas. Com base nisso acredito que seremos um país mais harmonioso e com menos simetrias. Isto implica que consolidemos a descentralização e concluamos as reformas que estamos a fazer e perceber se elas vão resultar na prestação de melhores serviços aos cidadãos, o que nos poderá dar outro apoio na questão da regionalização.

Acredito que a regionalização tem que ser feita num ambiente de debate que envolva toda a sociedade, com seriedade, para afastar os fantasmas do passado, com as preocupações de um maior despesismo e maior burocracia. Teremos condições de, aumentando a descentralização e as competências das CCDR demonstrar que isso foi feito em beneficio das populações. Até 2024 temos que demonstrar que esta reforma administrativa que estamos a fazer se reflete em melhor qualidade de serviços públicos. Se os cidadãos sentirem isso os seus receios ficarão mais acautelados. Temos que evidenciar que com estes processos o cidadão fica a ganhar, quer na qualidade dos serviços, quer na redução de custos desses serviços", explica a governante. Também na região as opiniões são unânimes, a regionalização deve avançar, corrigindo alguns erros que têm sido cometidos com a atual descentralização de competências. Manuel Cordeiro, autarca independente do município de S. João da Pesqueira é uma dessas vozes que, contatado pelo nosso jornal, assume o seu apoio a esta mudança administrativa. “A regionalização poderá ser o caminho de resposta às necessidades de um território que se quer coeso e que se desenvolva à mesma velocidade, face ao contexto centralista atual, permitindo que os vários territórios, agregados por regiões, se desenvolvam, uma vez que quem gere os territórios a nível local sabe bem das

necessidades reais de cada um, e assu-

Mário Artur Lopes, Presidente da CM Murça

mindo as regiões, os concelhos, verdadeiras competências em vários domínios, como na saúde, na educação, na ação social, nas infra estruturas, poder-se-ão adotar medidas que respondam de forma adequada às necessidades e ao desenvolvimento dos territórios. O município de S. J. Pesqueira foi dos primeiros municípios a aceitar a esmagadora maioria das competências no âmbito da descentralização de competências propostas pelo governo, por entender ser um bom principio, um começo, com os problemas, porém, que todos conhecem: faltam verdadeiras competências e envelope financeiro adequado ao eficaz desempenho das novas atribuições”. O autarca pesqueirense lembra ainda que a coesão territorial tem ficado aquém do desejado, não havendo uma aproximação en-

tre as diferentes realidades do país. “A experiência do que vivemos até aqui no que respeita à coesão territorial não é a me-


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Destaque

lver

Paulo Siva, Presidente da CM Mesão Frio lhor. Assistimos nas últimas décadas a um progressivo, chocante e acentuado abandono do interior e o seu despovoamento acelerado, abandonado pelos sucessivos governos centralistas, atrasado em termos de infraestruturas fundamentais e onde não há incentivos ao investimento privado, verdadeiro motor da economia

porque gerador de emprego e potenciador do surgimento de novas dinâmicas nos respetivos territórios”. A mesma ideia é defendida por Mário Artur Lopes, autarca social-democrata do município de Murça que também defende a regionalização em prol de um desenvolvimento mais focado nas necessidades das populações. “Os municípios devem manter a sua independência mas as competências que estão a ser descentralizadas são tão complexas que não faz sentido que cada município possa sequer dominar a fundo todas estas áreas. Assim, faz sentido que haja um poder intermédio, que nos permita, com alguma massa crítica, reclamar aquilo que faz sentido que se reclame e haja capacidade de ter economias ainda suficientes para aquilo que representam.

É possível e é desejável que haja um modelo do tal poder regional que combata verdadeiramente os desequilíbrios, que seja verdadeiramente promotor da coesão. É preciso ter coragem de termos um poder político com três dimensões, e que o custo das três dimensões, por maior eficiência e eficácia na gestão do interesse publico, seja menor. Ou seja, o custo que este novo mecanismo de poder possa ter depende da eficácia com que esta mudança for feita. Aquilo que se pretende é um melhor desempenho. As pessoas têm que perceber que a regionalização não é apenas um aumento de custos com os políticos". Para o autarca murcense, a questão que tem atrasado o avançar da mudança administrativa prende-se com questões políticas e com a "fatura" que cada um poderá "pagar" demonstrando o seu apoio ao "sim" ou ao "não" à regionalização. "Toda a gente que eu conheço e que tem alguma responsabilidade política deseja a regionalização, contudo, existem alguns pruridos relativamente ao que já aconteceu no passado e ao que pode voltar a acontecer, ou seja, o apoio dado ao "sim" ou ao "não" pode depois refletir-se na reputação política de cada um. Mesmo o atual Governo não deixou ainda bem explícito se deseja ou não a regionalização. Existe o receio que isto possa resultar numa fatura política muito cara para alguns. Há uma maior preocupação com a reputação política do que propriamente com a discussão a fundo para se escolher o modelo de regionalização que fosse o menos mau. Isto porque sabemos que o ótimo é inimigo

Carlos Siva, Presidente da CIM Douro do bom, é preciso dar passos para ultrapassar as dificuldades". Mário Artur Lopes pega também no exemplo da atual transferência de competências para as autarquias para demonstrar o que deverá ser feito de forma diferente avançando para a regionalização. "A questão não está nos meios, que deviam ser equilibrados, mas nas reais competências que são transferidas. Aquilo que é entregue aos municípios é apenas a gestão dos equipamentos e dos assistentes operacionais. A saúde em Murça não será melhor com obras no Centro de Saúde (mesmo sendo um fator importante), ela melhora com mais médicos mas esses a autarquia não pode contratar. Ou seja, não temos essa competência nas nossas mãos. Isto não é uma transferência das competências da saúde mas sim em algumas tarefas que a saúde, ou a educação, têm. A descentralização de competências é uma tentativa de atingir aquilo que era desejável com a regionalização. Uma vez que ela não aconteceu tenta-se minimizar por aqui. A regionalização criaria três níveis de poder a funcionar em simultâneo, o que pode ser interessante politicamente com diferentes partidos à frente dos diferentes níveis de governança, gerando maior equilíbrio nas decisões tomadas”. Também Paulo Silva, eleito nas últimas eleições autárquicas, pelo Partido Socialista, na autarquia de Mesão Frio, defende a regionalização como potencial fator de desenvolvimento, em especial para as regiões do interior de Portugal. "Sou um defensor da regionalização mas não na horizontal, o país deve ser dividido entre litoral e interior, caso contrário o litoral irá sempre absorver a maior fatia dos recursos que estiverem disponíveis. Concelhos como o nosso só beneficiam com a regionalização, somos dos poucos países europeus que não tem este sistema administrativo, é um sinónimo de progresso

onde o desenvolvimento é feito em proximidade com as populações. Tem que haver uma participação mais ativa nas grandes decisões estratégicas e este é o único caminho. Seríamos mais beneficiados com a capital em Vila Real porque é uma cidade do interior, que vive os mesmos problemas que nós. Evoluiu muito graças à UTAD, ao Centro Hospitalar e outras instituições que foram capazes de atrair e fixar pessoas muito qualificadas. São pessoas que conhecem e vivem os nossos problemas, desde as acessibilidade, à saúde, cultura, educação, etc. É uma capital que é Douro e Trás-os-Montes". Contudo, o autarca mesão-friense mostra-se cético quanto à possibilidade da regionalização avançar no prazo definido pelo Governo. "Não tenho fé que arranque em 2024, em Portugal vive-se a eterna guerra do Bloco Central em que quando o PS quer algo o PSD não quer e vice-versa. Acredito que vamos chegar a 2024 e eles não se vão entender na Assembleia". Paulo Silva defende que um poder mais próximo das pessoas e das autarquias poderia evitar erros do passado com decisões tomadas por quem não conhece a realidade dos territórios. "Costumo dizer que se fala muito do interior mas pouco se faz por ele e isso é bem visível nas políticas dos vários Governos que temos tido. Não há nenhuma medida em concreto para o interior, não conheço nenhuma. Lançaram recentemente um apoio para quem se mudar para o interior, e aqueles que permanecem no interior? Que compensações existem para quem é resiliente em manter-se aqui? Fecham centros de saúde, reduzem-se equipas do INEM, exemplos que para nós são importantes porque temos uma populações muito envelhecida e dependente de apoio. Se cortar um dedo às oito da noite em Mesão Frio, tem que ir para o hospital a Lamego ou a Vila Real.


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Destaque

Quando as equipas do INEM foram instaladas na região foi feito "de régua e esquadro", calculando a distância a uma certa velocidade, esqueceram-se foi de ver as estradas que temos, daqui a Vila Real é sempre uma hora, nunca menos, desde a chamada do socorro". Carlos Silva, Presidente da CIM Douro, questionado pela nossa reportagem, assume-se como “um regionalista convicto”. "Não tenho dúvidas nenhumas que um processo de regionalização que avance urgente, bem pensado e estruturado, que defina bem o que são as regiões e o que são as suas competências e a sua autonomia, traria às regiões como a CIM Douro, um desenvolvimento muito mais visível do que aquele que temos hoje. Precisamos de uma regionalização mas que o nome venha acompanhado de uma forte autonomia para a gestão territorial. Essa autonomia deve ser acompanhada daquilo que é um envelope financeiro na proporção que a região norte terá, para que possa, com essa verba, cumprir o desígnio que lhe compete que é convergir com os números europeus. Se há um modelo que se defende há muitos anos, é a regionalização. Tenho a certeza que não conheço nenhum autarca do interior do país que seja contra a regionalização. Acredito que todos os autarcas em 1998, que viviam nesta região, que ainda não sofria do mesmo flagelo que hoje sofremos que é uma desertificação total, tivessem sido contra. A regionalização não passou em 1998 porque se acreditava na municipalização e que a descentralização de competências era suficiente. O que é certo é que, volvidos 20 anos, estamos piores. Piores em termos de dinâmica e de perspetivas do futuro porque vivemos única e simplesmente de um esforço suplementar que cada um faz, mas de forma muito isolada. Se pudéssemos ter um poder dentro de uma certa região, com autonomia para fazer investimento, captar e dar dinâmica, provavelmente não teríamos os resultados que tivemos nestes últimos censos, uma redução muito significativa de população, isto deve fazer-nos pensar o quanto a regionalização é urgente". Carlos Silva afirma ainda que existem "vários exemplos na Europa, de países até mais

pequenos que o nosso, que o facto de estarem administrativamente divididos em regiões lhes proporciona uma dinâmica completamente diferente da nossa. Portugal está na cauda de Europa novamente e provavelmente será essa a sua vontade, só a Eslováquia e a Roménia estão atrás de nós mas pela dinâmica e força que têm não tardarão muito tempo a ultrapassar-nos, isto é algo que me preocupa. Temos o exemplo da Madeira e dos Açores, do boom que tiveram em termos de desenvolvimento pelo facto de serem autónomos. Não quer dizer que não tenham dependências do poder central, ela tem que existir, tem que haver hierarquias. Tenho a certeza que os municípios do interior do país, principalmente estes, sentirão a diferença da regionalização porque terão nas mãos o poder de reivindicar, dentro da sua própria região, não havendo uma grande distância entre os dois níveis de poder".

Mapa das regiões divide opiniões Um dos temas que gera mais discussão quando se fala em regionalização é o mapa a adotar para a divisão administrativa do país. Ana Abrunhosa, Ministra da Coesão Territorial defende que a divisão está feita através das CCDR s e deve adotar esse modelo, aproveitando o trabalho que as Comissões de Coordenação têm levado a cabo nos últimos anos. "Não tenho dúvidas de que este processo de regionalização deve ser feito com base no mapa das CCDR. Está no programa do Governo proceder à integração nas CCDR s dos serviços desconcentrados de natureza territorial, nomeadamente nas área da educação, saúde, cultura, gestão do território, entre outros. Concentrar nas CCDR aquilo que são os serviços da Administração Pública desconcentrados. A partir do momento que as CCDR integram em si o que são estes organismos, ficarão melhor capacitadas para serem, no fundo, as entidades e o mapa relativamente ao qual o referendo seja feito. Há quem defenda uma divisão entre litoral e interior mas, olhando para a experiência

de países mais desenvolvidos neste tema, essa não é uma boa estratégia em termos de desenvolvimento regional. Já que estamos a trabalhar hà uma série de anos com estes mapas, ir para um referendo discutir os mapas já não foi boa ideia no passado, terá que haver um consenso alargado que serão estes os limites geográficos das regiões. Nessa discussão publica e serena isso terá que ficar acautelado para que no referendo seja discutido o essencial e não a questão dos mapas que, sendo importante, já se vem a trabalhar há uma série de tempo". A mesma ideia defende Carlos Silva, Presidente da CIM Douro, que defende uma região norte integrando litoral e interior, tirando proveito do que cada um tem de melhor. "Existem 86 municípios na região norte, e é com esses que se fará a gestão política e financeira do território. Já não vamos estar dependentes de uma reunião em Lisboa para conseguir um investimento que é importante para a região entre Douro e Bragança. Não vamos olhar para o norte como o Porto e o restante território, tem que ser pensada como um todo num sentido de equilíbrio. Ambas dependem uma da outra, temos é que ter, em muitas circunstâncias, apelar à discriminação positiva e isso é mais fácil entre nós, comparativamente com o país inteiro, em especial com quem está em Lisboa que vive num certo autismo. A proximidade e o conhecimento simplificam os processos. Temos que tirar partido de termos um centro urbano enorme como a AMP, assim como ela tem que tirar partido da restante região, que é fantástica, e que tem uma capacidade enorme de produção. Veja-se só quanto os Vinhos do Porto e Doc s Douro contribuem para a balança comercial, nomeadamente nas exportações. Não devemos olhar para as regiões já com uma atitude negativa mas com uma atitude positiva, nunca no pressuposto que os mais fortes continuarão a receber mais, temos que olhar de forma série e integrada Naturalmente que a massa crítica nos cetros urbanos será maior do que nas zonas de menor densidade mas se formos capazes, com este processo, estes territórios terão condições para continuar a sonhar e estar vivos na dinâmica futura de Portugal".

Ideia contrária defende Mário Artur Lopes, autarca de Murça, para quem a divisão mais lógica seria uma separação entre litoral e interior, tendo em conta a diferença de preocupações entre ambos. "Há quem defenda que as regiões devem ser separadas entre interior e litoral mas também há quem defenda regiões onde haja zonas dos dois lados. No meu caso estou mais inclinado para a solução do corte vertical do país, ficando com uma grande zona interior norte que inclua Trás-os-Montes, Douro e Beiras, por exemplo. Quem está no litoral, terá uma visão muito virada para a economia do mar, no caso dos transmontanos esse assunto não diz grande coisa, por isso seria um desperdício de energias discutir esses assuntos. É preciso ter regiões que não nos passem uma sensação de injustiça deixando de ser um centralismo de Lisboa para passar a ser do Porto, por exemplo. Não tem que ser necessariamente assim mas temos que acautelar isso. Acredito muito profundamente que uma região do interior norte do país poderia, a prazo não muito longo, ser uma região muito mais desenvolvida não dependendo tanto de terceiros como agora acontece". A mesma ideia defende Paulo Silva, Presidente do município de Mesão Frio que teme uma alteração do centralismo de Lisboa para o centralismo do Porto. "O interior deve ter as suas capitais regionais, dando-nos assim uma maior proximidade, que, no nosso caso, deveria ser Vila Real. Não sei qual será depois o esquema dessa regionalização mas com certeza faremos parte da decisão, até aqui está tudo centralizado em Lisboa, o mesmo deve ser evitado no norte com o Porto que já hoje absorve a maior parte dos fundos que vêm para a região, isso seria manter a situação. O problema do interior é que falta gente e isso tira peso na hora de reivindicar aquilo que precisamos. Nós temos o exemplo com a estrada que nos liga a Amarante ou Peso da Régua, numa região que vive do negócio do vinho, que obriga a muitos transportes, de pesados inclusivamente, é impossível que ainda não tenha havido uma verdadeira requalificação desta via. Quando falam, como agora, que vão requalificar é apenas colocar um tapete novo, nada mais. Na entrada de Mesão Frio, um camião que venha de Amarante, tem que fazer várias manobras para fazer uma curva, assim não conseguimos alcançar o desenvolvimento que tanto desejamos. Com a retificação dessa estrada ficaríamos a cerca de 45 minutos do Porto. Os nossos deputados empenham-se muito, é verdade, mas são deputados de círculos que não têm um peso significativo, daí ser importante avançar com a regionalização, para que os fundos possam ser distribuídos e geridos de outra forma, daí, reforço, não devemos estar juntos com o Porto, senão corremos o mesmo risco. Do bolo que toque à nossa região, forçosamente, algum terá de vir para Mesão Frio, isso parece-me claro".


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Sabrosa

Quarta edição do FLiD aconteceu no Espaço Miguel Torga entre 5 e 7 de maio

A edição do presente ano do FLiD (Festival Literário Douro), que encerrou no dia 7 de maio de 2022, com o concerto de Pedro Jóia, ficou marcada por vários momentos de música, convívio e debate, onde a literatura foi sempre o foco principal do evento. A sessão de abertura aconteceu no dia 5 de maio, pelas 18h00 no Espaço Miguel Torga, com a presença da Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, do Diretor do Espaço Miguel Torga, João Luís Sequeira e do artista Paulo Araújo, que inaugurou a sua exposição "Caderneta". Para a presidente da Câmara Municipal de Sabrosa esta edição é um passo importante no retomar à normalidade após uma privação a nível cultural que advém da pandemia e uma edição peculiar com um programa de qualidade elevada. “Sinto, desde os primeiros passos desta edição de 2022, que ia ser uma edição especial, com uma importância extrema de se afirmar como um evento de referência da região e para a região. Esta não é só mais uma edição do FLiD, é o retomar deste festival ao caminho que já tinha percorrido antes de termos sido assolados por uma pan-

demia que nos obrigou a todos a parar. Hoje é um dia muito feliz, estamos de volta, o FLiD está de regresso com toda a sua essência e com um programa de alta qualidade, de caráter internacional. Se o programa deste ano já vale muito só por si, pela qualidade que apresenta, não posso deixar passar este momento e oportunidade de destacar a bela e feliz homenagem que esta edição faz a A.M. Pires Cabral, por toda a sua obra literária, pela vida dedicada ao douro e à região, não só como escritor, mas também como divulgador cultural. Com temas tão diversificados e interessantes, com tantas culturas, países e continentes aqui presentes, através das personalidades

que temos, Portugal, Brasil, Moçambique e Timor, e com espetáculos programados para os próximos dias, ficará com certeza na memória de todos e todas. Penso que o FLiD 2022 tem todos os ingredientes para ser um sucesso e ser um festival literário de referência da região duriense, em pleno Reino Maravilhoso, mergulhado neste poema geológico que é o nosso território, tão bem descrito por Miguel Torga na sua obra”, afirmou a autarca. Ao longo dos três dias, várias foram as temáticas abordadas pelos mais de vinte escritores presentes nesta 4ª edição, que trouxeram ao Espaço Miguel Torga vários curiosos e amantes da literatura, para conversas, mesas de debate e apresentações de livros. Da programação destacam-se as quatro mesas de debate com os mais variados temas e também a inauguração da exposição "Caderneta", de Paulo Araújo, que reúne uma coleção de caricaturas de escritores portugueses ligados a Trás-os-Montes e ao Douro e ainda personalidades que já passaram pelo FLiD. No decorrer dos dias 5 e 6 de maio, aconteceram ainda dois momentos musicados, com a interpretação de um filme-concerto poético intitulado de "Paisagem para Torga", da criação de Rui

David e Blandino, inspirados nos poemas de Miguel Torga e um recital de poesia, por Aurelino Costa, na voz e Paulo Vaz Carvalho, na guitarra, numa homenagem à poesia de A. M Pires Cabral. Assim, no âmbito do "FLiD vai à escola", nos dias 5 e 6 de maio houve espaço para uma interação entre os escritores do festival junto dos alunos dos Agrupamentos de Escolas Morgado Mateus e Miguel Torga. O dia de encerramento ficou marcado pelo momento do concerto de Pedro Jóia, na guitarra e José Salgueiro, na percussão, que num primeiro momento apresentou versões de guitarra das obras de Carlos Paredes ou Armandinho, passando para a interpretação instrumental de canções de Zeca Afonso, percorrendo temas como "Menino do Bairro Negro", "Os Vampiros", "Venham Mais Cinco", entre outros. Ainda durante os três dias de festival decorreu uma feira do livro que contou com a participação da livraria Branco e a livraria Traga-Mundos. O Festival Literário Douro foi organizado pelo Espaço Miguel Torga e Município de Sabrosa, com programação de Francisco Guedes e com entrada livre. 


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Carrazeda de Ansiães

Rita Red Shoes ao vivo no dia mundial da criança "Rita e a Floresta dos Legumes" é um projeto pedagógico de promoção de uma Alimentação e Estilos de Vida Saudáveis, dirigido para alunos e alunas do Ensino Pré-escolar e 1.ºCiclo de Escolaridade, bem como encarregados de educação, desenvolvido pela artista musical Rita Red shoes, em parceria com a empresa Betweien,Lda. A Dieta Mediterrânica, a Roda dos Alimentos, os Alimentos locais e da época, as Técnicas Culinárias saudáveis e tradicionais e o Exercício Físico são algumas das

temáticas exploradas no projeto, que chegarão ao público estudantil através não

apenas da história infantil, mas também de temas musicados pela Rita e/ou uma

peça de teatro, que será a adaptação da narrativa do livro ao teatro.

Ride Across Portugal com paragem em Carrazeda de Ansiães Na manhã do dia 16 de maio, cerca de sete dezenas de ciclistas, oriundos de 12 países, tiveram a oportunidade de degustar uma variedade de produtos regionais de Carrazeda de Ansiães. Esta ação está enquadrada numa iniciativa de cicloturismo denominada de Ride Across Portugal está a decorrer entre os dias 15 e 21 de Maio de 2022 e pretende atravessar Portugal Continental de Norte a Sul, desde o Peso da Régua até à Senhora da Rocha (Lagoa – Algarve), em seis etapas, ao longo dos 785 quilómetros na sua maioria percorridos ao longo de estradas secundárias ou com pouco tráfego automóvel. Ontem decorreu a primeira etapa com uma paragem no jardim Lopo Vaz de Sampaio, onde os participantes tiveram a oportunidade de conhecer o centro da vila de Carrazeda assim como degustar uma variedade de produtos produzidos nas padarias locais..

Inauguração do trilho PR8crz Trilho da Fraga da Ola

Em 2022, o Município de Carrazeda de Ansiães contará com mais cinco Pequenas Rotas Turísticas, que serão inauguradas entre os meses de março e maio deste ano. A terceira e ultima inauguração ocorrerá no dia 29 de maio com inicio e fim na aldeia de Pinhal do Norte. Os interessados em participar nesta iniciativa podem-se inscrever até dia 26 de maio através do formulário disponível nas nossas redes sociais ou presencialmente na Loja Interativa de Turismo (LIT). A concentração decorre no CITICA às 07h30 de onde será disponibilizado transporte para a aldeia de Pinhal do Douro, percurso da caminhada são 9Km com um grau de dificuldade algo difícil. Quem preferir ir por meio próprio, a concentração é em Pinhal do Douro junto ao Painel Informativo do Trilho. A inscrição sem almoço é gratuita, quem quiser ter almoço incluído, a inscrição tem um custo de 7€.


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Valdemar Pereira, Presidente da Câmara Municipal de Tarouca

“Desde o início sempre fui um presidente muito próxim Se for convidado vou a um aniversário, a um batizado, Valdemar Pereira cumpre o último mandato à frente da autarquia de Tarouca. Na conversa com o VivaDouro fez o balanço do seu trabalho à frente da autarquia, perspetivando ainda o que falta fazer em prol do seu concelho. Ser autarca implica uma dedicação ao cargo que vai muito além das habituais 8h de trabalho, quem é que fica a perder por se dedicar tanto à causa pública? Quando nos propomos a vir para este lugar já temos consciência, mais ou menos, daquilo que vai acontecer. Fui presidente de junta e isso já me dava mais ou menos noção do que ia acontecer. Como autarcas, em especial em meios tão pequenos como o nosso, não temos horários, temos uma afetividade muito grande com as nossas gentes, tratamos quase todos pelo nome, temos o gabinete aberto a toda a hora, quem quiser entra logo, não precisa de estar à espera, desde que eu não esteja em reunião. Por isso, a nossa vida torna-se realmente muito difícil, durante o fim de semana temos sempre atividades, com as diversas instituições, (associações, IPSS, etc), e se há coisa que valorizamos muito é as associações. O associativismo é muito importante naquilo que é a dinâmica dos povos e do nosso concelho. Automaticamente é quase obrigatória a nossa presença. Aquilo que eu tento é conjugar as coisas, para não falhar muito à família. Desde a primeira hora que programo tudo muito bem. Se estiver que estar com os meus netos hoje ou amanhã, tenho que programar para estar com eles porque é uma obrigação também como avô. E isso eu faço. Tenho também uma boa vantagem, quando vou aos eventos das instituições, normalmente a minha esposa acompanha-me, assim também passamos esse tempo juntos. Viemos para aqui para dar o nosso melhor. Aqui falamos com as pessoas, por vezes trazem-nos o seu problema que é algo simples de resolver, se resolvermos, foi a melhor obra que lhes fizemos. Basta às vezes deslocar um funcionário para resolver a situação. Sendo muitas vezes de fácil resolução para a autarquia, para os fregueses é de uma enorme importância? Para eles era aquilo que eles queriam. Não queriam mais nada. Então, só este gesto da nossa parte é importante, nota-se isso claramente na forma como nos abordam depois, como nos agradecem. Desde o início sempre fui um presidente muito próximo das pessoas. Se for convidado vou a um aniversário, a um batizado, ou a um casamento. A todas as festas populares. Estou sempre com as pessoas.

Como também gosto muito de tocar música, toquei órgão durante 35 anos no convento de Ferreirim, e toco viola, dá aqui uma margem muito grande às vezes para estar a conviver com a minha gente. Partilho esse momento e sinto-me muito bem. Isso é um prazer? É um prazer. Para além de ser um trabalho, um trabalho à sociedade, é um prazer que tenho. O facto de a esposa o acompanhar, para ela não é, como que vulgarmente se diz, “uma seca”, ela vai com gosto? Não, ela vai com gosto. Ela sempre me acompanhou, fui diretor do rancho folclórico de Ferreirim, e ela sempre me acompanhou no rancho. Tal como as minhas filhas. Hoje já faz isso com gosto, ela própria já gosta de socializar. Gosta de estar com as pessoas, e sentimo-nos muito bem a fazer isto. Falou na esposa, ela ajuda-o a tomar as grandes decisões? Partilha isso em casa? Não costumo misturar aquilo que é institucional com aquilo que é familiar. Até porque não a quero preocupar com as questões mais políticas, assumo essas decisões para mim, mesmo que por vezes não sejam as mais corretas e, se assim for, temos de ter pelo menos a humildade de reconhecer que podemos mudar. É importante sabermos que estar na política também é isso. Se perceber que errou, altera a decisão? Sim. Mudar é um sentido de humildade. Partimos agora para o seu último mandato, que legado é que gostava de deixar às pessoas de Tarouca? Aquilo que quero continuar a fazer é melhorar cada dia a qualidade de vida das pessoas. Foi algo que, desde o início do meu mandato, quis fazer. As pessoas precisam de nós, precisam de nós em qualquer momento. Tarouca é um concelho, em termos turísticos, muito importante, temos edifícios classificados, como a igreja de São João de Tarouca, de Salzedas, a Ponte Fortificada do Ucanha, etc. Queremos continuar a dinamizar este setor e, para isso, fomos também criando diversos espaços de lazer como o Parque Ribeirinho que é já hoje uma atração não só para as pessoas de Tarouca como para todos aqueles que nos visitam. Para mim, a obra mais importante que falta finalizar, é a Área Empresarial. Um espaço onde os empresários se sintam bem em instalar as suas empresas para criarem postos de trabalho, tão importantes em

Em perfil Um filme: Não tenho hábito ver filmes Um livro: Gostei muito de ler o do meu amigo Jorge Nunes Uma banda/músico: Pedro Abrunhosa Não passo sem: Família Prato favorito: Cozido à portuguesa, feito pela minha mulher Local de férias: Vila Nova de Gaia, onde tenho uma casa Em Tarouca, gostava de ter: Gente Clube: S. L. Benfica


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NOTA PRÉVIA: O VivaDouro prossegue com uma série de entrevistas aos 19 autarcas da CIM Douro.

mo das pessoas. ou a um casamento” concelhos vizinhos. É um projeto que não depende de dinheiro de exteriores? O município tem dinheiro para essa empreitada? O projeto teve apoio comunitário, na primeira fase. Mas a primeira fase, como já vendemos os lotes todos, já está concluída e já seguimos para a expansão da área empresarial, isso já tem que ser o município a fazer. Mas que vai correr bem com certeza. E há capacidade para isso? Temos que ter, para isso temos que ter. Se queremos dar às nossas gentes emprego e dinâmica empresarial, então temos ao lado deles. As decisões que vai tomando no seu dia-a-dia, e são muitas naturalmente, nem todas são do agrado da população. Consegue lidar bem com isso? Por vezes tomamos decisões que podem não ser do agrado de todos mas, como já referi, temos que tentar conciliar vontades, para que agrade ao mais largo número de pessoas possível. Quando nos apresentamos a eleições apresentamos o nosso projeto, de acordo com aquilo que achamos que falta no nosso município, e as pessoas têm a oportunidade de se pronunciar. Mediante aquilo que é a pronuncia da maioria, nós também sabemos o que vai de encontro à vontade das pessoas.

concelhos do interior como o nosso. Temos aqui poucos serviços públicos, temos que criar condições para atrair empresas para aqui. A área empresarial é sem dúvida aquilo que eu mais quero deixar para os anos vindouros. É isso que quero deixar ficar. É um projeto que já está mais ou menos com uma dinâmica bastante avançada. Já vendemos praticamente 8 ou 9 lotes. Já temos uma empresa que se está a instalar, e vamos ter outras com certeza, que se vão fixar aqui. Isto é aquilo que mais importa no nosso concelho, é dinâmica empresarial. Porque se queremos emprego temos de ter empresas. Se não for assim, não estamos bem. Nem Tarouca, nem os

É um presidente que ausculta a população? Precisamente. Aliás, falo com as pessoas todos os dias, convivo com elas todos os dias, partilho os momentos da minha vida com elas, automaticamente vou ouvindo o que é necessário numa ou noutra freguesia, porque nem todas são iguais. Vamos de encontro aquilo que é a necessidade de cada um. Os dois anos de pandemia foram muito difíceis para nós precisamente por essa falta de contacto, de diálogo para tomar as decisões mais corretas. O estado falava e nós tínhamos as nossa gentes e instituições todos os dias a vir ter connosco. Por vezes a decisão que tomávamos era na hora, tinha de ser na hora! Dávamos conta que nem sempre era a melhor. Temos que ser sinceros, nem sempre era a melhor. Mas também nós não conhecíamos a realidade da situação, porque aquilo apanhou-nos de surpresa. Mas isso fica mais fácil num concelho com a dimensão de Tarouca, a comparar com Braga, Guimarães, ou Porto, por exemplo? Precisamente, cada concelho tem a sua realidade. Se não dá para reunir o presidente da câmara ou 20 instituições, faz 5 de cada vez. Nós aqui foi isso que fizemos, a

proximidade também nos facilita isso. Temos gente muito boa à frente de todas as instituições, que nos ajudam nessas situações, e depois a resolvê-las. O importante também é resolvê-las, não é só decidir. Sinceramente fiquei bastante comovido, diversas vezes, da forma como as nossas gentes atuaram nesta pandemia. Foram tempos difíceis? Muito difíceis, foram tempos muito difíceis. Estávamos aqui todo o dia, e a toda a hora gente a chamar-nos, nem sempre sabíamos o que fazer e, muitas vezes, íamos para casa sem saber se a decisão que tínhamos tomado era a mais correta. Agora, numa avaliação à distância, acho que a maioria das decisões foram bem tomadas. Deixando agora um pouco de lado a pandemia, vivemos outro momento difícil com a guerra na Ucrânia que levou a uma vaga de refugiados. Alguns desses refugiados foram instalados aqui em Tarouca, como é que está esse processo? Já estávamos com algumas dificuldades uma vez que estávamos a sair de uma pandemia, quando pensávamos que ia ficar tudo bem, veio esta guerra. Com esta guerra, e pensando mais no nosso concelho, aquilo que mais me preocupa é a questão da inflação. Os preços para o consumidor estão a subir todos os dias, em especial nos bens essenciais, o que pode provocar algumas situações muito complicadas. As pessoas não ganham o suficiente para fazer face a isso. Para a nossa comunidade está a ser um problema. Quanto aos refugiados, desde a primeira hora que estivemos também na linha da frente. Fiquei mais uma vez comovido, aliás isto já é apanágio desta gente de Tarouca, pela disponibilidade total de toda a gente, tivemos até que pedir para pararem as doações porque já não tínhamos espaço para guardar tanta ajuda. Depois tivemos a disponibilização de diversas casas para alojamento dos refugiados, desde particulares a casas paroquiais, por exemplo. Espaços onde a autarquia fez alguns melhoramentos em termos de casas de banho, aquecimento, etc, para que tivessem toda a dignidade. Fizemos tudo para que não lhes falhasse nada. Hoje temos as pessoas quase todas inseridas em todos os espaços, as crianças já estão na escola, e algumas pessoas já estão mesmo a trabalhar. Não há dia nenhum que uma técnica da câmara não contacte com todos eles. Fazem as encomendas para cada refeição via SMS, e vai sempre um carro da câmara levar os bens essenciais para serem eles a cozinhar. Não falhamos em nada. Queremos que se sintam bem, depois de tudo aquilo por que passaram só queremos que não tenham preocupações de

maior e que se sintam bem. Estão longe do seu país, na sua maioria as famílias estão separadas, enquanto as mulheres e crianças estão cá, os seus maridos e pais ficaram para trás, a combater, é uma situação muito complicada, automaticamente a nossa disponibilidade para eles tem que ser total. Quantos refugiados receberam? Cerca de 15. É normal alguém que está em funções autárquicas ouvir o agradecimento do povo por aquilo que fez em prol do concelho. Ao longo desta conversa tem-se mostrado um presidente muito agradecido, muito feliz, pelo povo que tem. Deve também um obrigado às suas gentes? Não estamos nestes cargos nem para que nos agradeçam, nem para agradecer. Há uma coisa que sinto sempre que é a felicidade dos outros quando fazemos bem. Isso damos conta no dia-a-dia. Há uma coisa que nenhum presidente da câmara se pode sentir é realizado, porque todos os dias tem outra coisa para fazer! Automaticamente isso é que é o nosso agradecimento. Prestarmos um bem às pessoas, porque estamos no lugar para prestar. Para isso é que nós fomos eleitos. Para servir a nossa gente. Não para estarmos à espera que nos agradeçam. Às vezes, mesmo em público, algumas pessoas até nos deixam envergonhados, com tantos agradecimentos, já tive situações dessas. Seja por algo que fizemos pelas crianças, ou pelos idosos, por exemplo. São situações que nos dão alento e motivação para continuar a fazer mais e melhor. Tive aqui há dias uma criança que vinha a descer as escadas e agarrou-se a mim, precisamente a agradecer-me, por aquilo que eu fiz pela família dela. Uma criança! Sabia daquilo que nós estávamos a fazer. Isso é que nos dá alento. Sendo no fundo, a “obrigação” do autarca, dá algum conforto? Precisamente! Dá-nos algum conforto, porque sabemos que aquela família estava a passar dificuldades, e nós realizamos um sonho, que foi precisamente eles conseguirem ter aquilo que não tinha possibilidade de ter, se não fossemos nós. É o melhor que pode existir? É o melhor presente que nos podem dar... Para terminar, este é o seu último mandato, na sua cabeça tem a linha de sucessão definida? Quem é que estará mais apto para ser o próximo presidente de câmara de Tarouca? Tenho a questão da sucessão perfeitamente definida na minha cabeça, no entanto, acho que é cedo demais para estar a falar disso.


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Vila Real

Pintora Graça Morais agraciada com Honoris Causa da UTAD A pintora transmontana Graça Morais recebeu este mês o Doutoramento Honoris Causa pela UTAD, numa cerimónia solene onde, entre os convidados, estava o Primeiro-Ministro português, António Costa. A cerimónia, que teve lugar na Aula Magna da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro foi iniciada pelo reitor Emídio Gomes que destacou a importância do momento de homenagear com a “mais elevada distinção universitária uma portuguesa que se orgulha de o ser, em especial a partir da sua matriz e das suas origens transmontanas”, acrescentando que a UTAD "na sua matriz identitária de forte ligação ao território, cumpre assim o dever de honrar e distinguir os seus melhores". Emídio Gomes aproveitou ainda a oportunidade de ter, entre os presentes na sala, António Costa, desafiando-o a sair dali "ainda mais motivado para, nos próximos anos, nos deixar a sua marca indelével no desenvolvimento global do país como um todo coeso, em que cada parcela do seu território seja sempre a mais importante". Cumprindo o ritual da cerimónia, intervieram de seguida os padrinhos da doutoranda: o ex-Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Manuel Heitor, e a professora de História da Arte, Catedrática da Universidade NOVA de Lisboa, Raquel Henriques da Silva. No seu elogio a Graça Morais, Manuel Heitor debruçou-se sobre "a condição humana que a pintora exprime na sua obra" e sobre a forma como "tão bem levou, não apenas a obra mas Portugal, a vários pontos do mundo", reconhecendo que "o diálogo e confronto entre os tempos e os locais da realidade transmontana com o mundo é aquilo que caracteriza a identidade e a singularidade da sua obra". Por sua vez, Raquel Henriques da Silva, como especialista, abordou a dimensão artística da obra da doutoranda, destacando os imaginários nela refletidos, a começar pelo imaginário infantil com os contos tradicionais que o enchem. É uma obra intensamente lírica, com um "percurso de auto-indagação dela sobre ela mesma e dela enquanto membro de várias comunidades". A cerimónia contou ainda com um momento musical de Pedro Caldeira Cabral,

com a guitarra portuguesa, apresentando dois temas inseridos no espírito de homenagem à pintora. Depois de cumprido o protocolo ritualístico de consagração do título honorífico, Graça Morais, num agradecimento sentido à homenagem e reconhecimento da sua obra que esta cerimónia representa, vincou a grande admiração que nutre pela UTAD. "Se eu tivesse 18 anos matriculava-me nesta Universidade, para poder andar a passear neste campus", afirmou a pintora. "É de uma beleza enorme acrescentou , só este campus dá origem a muitas pinturas. Desafiava os artistas a olharem para este campus, que eu considero um oásis, e fazerem arte".

Graça Morais aproveitou também a presença do Primeiro-Ministro, lançando-lhe um apelo para que os artistas sejam mais apoiados em Portugal. "Há artistas que envelhecem na pobreza e têm vergonha de dizer que são pobres. É preciso valorizá-los, não só com medalhas, mas com apoios, e, sobretudo, dignificar a vida dessas pessoas que tanto oferecem ao país", afirmou. A concluir disse ainda: "Agora sou Doutora por extenso, mas o que serei sempre é pintora". Num a mensagem gravada em vídeo e passada na cerimónia, o Presidente da República deixou também o seu testemunho, com palavras assim sintetizadas: "Graça Morais prestigia Portugal cá dentro e lá fora, e, por

isso, envio-lhe um testemunho muito amigo do admirador, do académico, do cidadão e do presidente da República Portuguesa em nome de todos os portugueses". Por sua vez, o Primeiro-Ministro, que reconheceu o Honoris Causa como "um ato de justiça e um tributo a quem nunca deixou as terras e as gentes transmontanas, fazendo delas o centro da sua arte e o símbolo da nossa responsabilidade perante elas", enalteceu a Universidade, em declarações à comunicação social, afirmando que "tem dado um contributo muito relevante para desenvolvimento da região" e importa "valorizar também a cultura que é um elemento essencial para a valorização da região."


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Santa Marta de Penaguião

Mítica EN2 celebra 77 anos em Santa Marta de Penaguião

Assinalou-se, no passado dia 11 de maio, os 77 anos da maior estrada do país, que liga Chaves a Faro, e conta com quase 740 km. Numa cerimónia que juntou autarcas dos 35 concelhos que a via atravessa, Ana Abrunhosa, ministra da Coesão Territorial, marcou presença assumindo assim o seu compromisso para com a Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2. Também estiveram presentes Isabel Ferreira, secretária de Estado do Desenvolvimento Regional Coesão Territorial, e representantes do Turismo de Portugal, do BPI, do Observatório N2, bem como representantes da Biosphere Portugal, da Editora FogeComigo e da PSP, tendo este último recebido o Diploma e Dístico de Agente Institucional da Rota da Estrada Nacional 2. As comemorações foram iniciadas com a apresentação oficial do documentário "EN2: A Estrada que nos une" que, em 60 minutos, conseguiu transmitir algumas das emoções e sentimentos que qualquer viajante poderá sentir ao longo da Estrada. Luís Machado, o autarca que preside a Associação de Municípios da Rota da Estrada

Torre de Moncorvo

Exposição "Pintura Mural na fronteira transmontana, séc. XVI"

Está patente até dia 16 junho, no Auditório do Museu do Ferro e da Região de Moncorvo, a exposição "Exposição Pintura Mural na Fronteira Transmontana, séc. XVI", organizada em colaboração com Direção Regional de Cultura do Norte.

Nacional 2, foi um dos impulsionadores da rota EN2, tendo sido homenageado pela sua contribuição para o sucesso do projeto. “De facto é uma estrada que tem muito sentimento, muita amizade, e estes sentimentos é que fazem com que nós consigamos fazer este caminho. Depois de 8 anos

de muito trabalho estamos agora a colher os frutos, quer do projeto, quer dos governantes e das populações, e consolidá-los” afirmou o presidente. A cerimónia homenageou também os restantes autarcas e técnicos fundadores que fizeram deste produto turístico um

produto de excelência. A Associação de Municípios da Rota da Estrada Nacional 2, idealizada e criada em Santa Marta de Penaguião, que terá futuramente a sua sede nesta vila, pretende agora conseguir fundos do novo quadro comunitário de apoio para valorizar a área circundante da EN2, bem como os pontos de interesse de cada município. Ana Abrunhosa destacou ainda a importância da estrada ser um "motor de dinamização das economias locais, é importante que traga pessoas para depois também valorizarem o território" e da possibilidade da EN2 ser aberta à Europa, uma proposta já em cima da mesa mas ainda a ser trabalhada. A Route 66 portuguesa, como muitos já a apelidaram, rasga o país de uma ponta a outra ao longo de quase 740 quilómetros, atravessando 11 distritos e 35 concelhos, que diariamente são percorridos a caminhar, de bicicleta, mota ou até de autocaravana. Pela estrada que passa pelo interior das povoações de Trás-os-Montes ao Algarve encontram-se atualmente 1.200 estabelecimentos com o selo Clean&Safe atribuído pelo Turismo de Portugal.

A exposição foi inaugurada no dia 14 de maio, contando com a presença de Nuno Gonçalves, Presidente da Câmara Municipal de Torre de Moncorvo, de Miguel Rodrigues, da Direção Regional de Cultura do Norte e de Nelson Campos, encarregado do Museu do Ferro e da Região de Moncorvo. Miguel Rodrigues, explicou que esta exposição foi promovida "pela Direção Regional de Cultura de Norte em colaboração com a junta de Castilla Y Léon, no âmbito de um projeto de candidatura a fundos comunitários que estava centrado na valorização da pintura mural." Em exposição estão pinturas murais situadas dos dois lados da fronteira, onde se destacam as pinturas da Capela de Nossa Senhora da Teixeira, em Sequeiros, no concelho de Torre de Moncorvo.


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Sabrosa

Município de Sabrosa comemorou o Dia Internacional da Família O Município de Sabrosa assinalou, nos dias 13 e 14 de maio, o Dia Internacional da Família, com um conjunto diversificado de atividades destinadas à população em geral. As atividades iniciaram no dia 13, no Santuário da Nossa Senhora da Saúde, em Saudel, com a celebração de uma missa na capela, seguindo-se a atuação da Tuna da Academia Sénior de Sabrosa. A animação continuou durante toda a tarde com a atuação do músico Georges Canário, e com um lanche para todos os presentes, onde foi distribuído um bolo comemorativo. Para além da população em geral que se associou a esta iniciativa, estiveram presentes os utentes das várias Instituições Sociais do concelho, as crianças do Patronato Nossa Senhora da Conceição de Vilarinho de São Romão, e as famílias ucranianas que se encontram acolhidas no concelho, proporcionando assim o convívio entre gerações. As atividades tiveram continuidade na manhã de dia 14, na Exposição Os Locais e Culturas da Viagem de Magalhães, com a sessão de “Yoga em Família”, organizada pelo CLDS 4G Sabrosa. Devido às condições meteorológicas desfavoráveis o evento a realizar no dia 15 de maio “Olimpíadas Viver + Família” no Parque B.B. King, teve de ser adiado para o próximo dia 5 de junho, a realizar nos mesmos moldes do previsto.

É de salientar a participação e colaboração dos parceiros da rede social concelhia que se disponibilizaram e contribuíram na organização deste evento, sendo esta uma importante

Ana Arrebentinha abriu Festival Rir sem Bilhete

No passado dia 14 de maio, Ana Arrebentinha subiu ao palco do Auditório Municipal e deu a partida para a edição deste ano do Festival Rir sem Bilhete. Com o monólogo humorístico “Coisas de Mulheres”, Ana Arrebentinha conquistou o público proporcionando muitas gargalhadas e momentos hilariantes a todos os presentes. O Festival Rir sem Bilhete tem continuidade, depois de ter sido suspenso nos

últimos dois anos devido à pandemia da Covid-19, a 9 de julho com o espetáculo “O Regresso da Alzira”, onde vai imperar a comédia de improviso com José Carlos Completo e, por fim, a 22 de outubro, sobe ao palco Quim Roscas e Zeca Estacionâncio, com os atores João Paulo Rodrigues e Pedro Alves. Todos os espetáculos serão realizados no Auditório Municipal de Sabrosa, pelas 21H00, com entrada gratuita.

forma de sensibilizar os munícipes para a importância da solidariedade entre gerações, respeito e compreensão para o reforço dos laços familiares, numa altura em que, pouco a pou-

co, se procura retomar a normalidade depois de 2 anos de impossibilidade de organização destes eventos, provocada pela pandemia da Covid-19.

Município homenageou Manassés Lacerda na data do 60.º aniversário da sua morte

O Município de Sabrosa homenageou Manassés Lacerda, num evento que decorreu no Auditório Municipal de Sabrosa, na data do 60.º aniversário da sua morte. A homenagem iniciou com uma breve apresentação da exposição onde se encontravam algumas das partituras musicais do compositor e uma rara coleção de discos dos primórdios das gravações do cantor em Portugal, reproduzidos nas "Machinas Fallantes" ou gramofones. De seguida, teve lugar uma palestra onde estiveram presentes o etnógrafo e escritor Alexandre Parafita, e o editor e diretor discográfico da empresa Tradisom, José Moças. A presidente da Câmara Municipal de

Sabrosa, Helena Lapa, esteve presente na homenagem ao "filho da terra" e teve oportunidade de realçar no momento a satisfação e o privilégio pela realização do evento, que serve para enaltecer e elevar Manassés Lacerda e os seus feitos, dando desta forma a conhecer às gerações presentes o seu importante trabalho. Para fechar com chave d ouro o público foi presenteado com uma sessão de fados de Coimbra onde se destacaram várias interpretações do "Fado Manassés", estilo performativo criado pelo próprio no início do Séc.XX, que encantou os presentes. O evento teve o apoio do Centro de Estudos e Letras da UTAD. 


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Região

Meia Maratona do Douro Vinhateiro regressa para a 15ª edição Ao longo de 17 anos, apenas em dois não se realizou a Meia Maratona do Douro Vinhateiro, devido à pandemia Covid-19. Este ano a maior prova desportiva do Douro está de regresso à estrada para celebrar a sua 15ª edição. Sonhada por Paulo Costa, natural de Poiares, Peso da Régua, a prova duriense é uma das mais importantes do atletismo nacional envolvendo mais de 20 mil participantes, entre profissionais e amadores. O organizador esteve à conversa com o VivaDouro sobre esta edição e a importância da prova para o território. 15a edição da Meia Maratona do Douro Vinhateiro (MMDV), como vão ser celebradas estás 15 edições? A edição 2022 da EDP Meia Maratona do Douro Vinhateiro será realizada com a mesma energia de sempre mas ainda com maior vitalidade e dinamismo. Neste momento temos batidos todos os recordes de inscrições nas três provas e temos também o maior envolvimento regional de sempre. Esperamos saber honrar todos os atletas que nos presenteiam com a sua presença com uma grande Organização e uma dedicação total aos pormenores que permitem que a experiência seja inesquecível. Vamos ter uma fantástica cobertura televisiva através da CMTV e vamos também ter a maior cobertura digital de sempre. Algumas surpresas preparadas para os participantes? Sim, várias. Na Partida vamos viver um momento único, com uma grande surpresa para todos. E também ao longo do percurso com muita animação em diversos pontos. Pretendemos que esta seja efetivamente a melhor edição de sempre. Existem detalhes deliciosos nesta edição, como por exemplo o facto

Paulo Costa, diretor da Meia Maratona do Douro Vinhateiro de termos onze pórticos dedicados a onze grandes eventos da Região, com muita animação. Iremos ter um passatempo para o melhor sorriso na passagem por cada um destes pórticos. Vai valer a pena estar atento. Depois de dois anos de adiamento devido à pandemia Covid-19, com que espírito vives este momento? É um momento muito especial para todos nós. A GlobalSport realiza eventos há vinte anos e a EDP Meia Maratona do Douro Vinhateiro é, sem dúvida alguma, o nosso filho primogénito e mais amado. Depois de dois anos de ausência ver tanta gente inscrita, receber tantas mensagens de incentivo e ver todo este envolvimento regional em prol deste magnífico acontecimento, é mágico. Ter onze municípios da Região Demarcada do Douro oficialmente envolvidos na edição deste ano é verdadeiramente gratificante, reconhecendo em cada um destes o seu enorme valor na construção

desta edição, que certamente será memorável. Ao longo de 15 edições certamente haverá muitas estórias para recordar. Qual a melhor e a pior memória de todas estas edições? A melhor é, sem dúvida, o tiro de partida da primeira edição. Ali, a 29 de Outubro de 2006, em plena Barragem de Bagaúste, com vários presidentes de câmara que acreditaram em nós, nascia o sonho. E jamais esquecerei aquele momento. O pior foi efetivamente em 2010, na quinta edição, em que com toda a humildade reconheço a enorme falha organizativa que eu próprio cometi e levou a uma falha nos abastecimentos de água. Um momento dramático que também jamais esquecerei mas que serviu para aprender a lição. A MMDV é a prova desportiva de maior dimensão no Douro, o desporto é um bom veículo de promoção territorial? Eu diria que é não só a maior prova despor-

tiva de toda a Região do Douro como é efetivamente a ferramenta de comunicação que ao longo dos últimos dezassete anos mais uniu, comunicou e dinamizou o Douro. Este é um projeto de sustentabilidade, porque é de pessoas para pessoas, porque é do Território e se realiza no próprio Território. Este é um projeto de promoção da família. No dia da corrida ver avós, pais e netos a correr ou a caminhar, lado a lado, ao longo das margens do Douro, é verdadeiramente contagiante. Este é um projeto económico. Os mais de vinte mil participantes dos 39 países que nos visitam, descobrem a Região, visitam as nossas Quintas, comem nos nossos restaurantes, provam os nossos vinhos, passeiam nos nossos barcos e sentem o Douro, proporcionando um impacto económico direto muito acentuado. Este é um projeto de promoção. Através da transmissão televisiva, que este ano é através da CMTV, esta vitalidade duriense chega a casa de milhões de portugueses. E através dos milhões de partilhas que os milhares de participantes fazem nas redes sociais, o Douro chega a todo o mundo, não através de partilhas pagas mas sim através de partilhas sentidas e emocionadas. E esta é a melhor forma de vender uma Região. Olhando agora um pouco para o futuro, já existe plano para as próximas 15 edições? O plano é olhar para o futuro com ambição. Em 2023 queremos inovar e já estamos a articular com as entidades locais uma forma muito interessante de fazer crescer ainda mais o evento. Contudo o mais importante é mesmo continuarmos empenhados em maximizar a experiência de todos aqueles que nos visitam e continuarmos, como desde sempre, em unir todo o Território em prol da construção de uma marca que já define o evento a nível global: A MAIS BELA CORRIDA DO MUNDO. 


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S. João da Pesqueira

Museus do Vinho e diferentes regiões vitivinícolas juntos em S. João da Pesqueira As comemorações do Dia Internacional dos Museus, que este ano tiveram como mote “O Poder dos Museus”, reuniram no Museu do Vinho de S. João da Pesqueira o Centro de Interpretação e Promoção do Vinho Verde (Ponte de Lima), o Museu do Vinho e da Vinha de Bucelas (Loures), a Casa Museu Interativa de Borba: EMRézio e o Museu do Vinho de Alcobaça. Madalena Vidigal, formadora que assina o reconhecido blogue de enoturismo “Entre Vinhas” e o podcast da Antena 3 “5 Minutos de Vinho”, foi a apresentadora do evento que abordou temas como os desafios colocados pela pandemia, a comunicação dos museus do vinho junto do público infantil, o papel multifacetado destes espaços museológicos, entre outros.

Apresentação do Livro “Cuscas no Museu do Vinho em S. João da Pesqueira” Foi apresentado simbolicamente no dia mundial das abelhas (20 de maio), o livro “Cuscas no Museu do Vinho em S. João da Pesqueira”. Este livro foi adaptado para crianças, para que os mais novos consigam aprender de forma divertida a vivência das abelhas. A obra é da autoria de Paulo Santos, que para além de escritor também é apicultor, e inspirou-se na sua experiência com as abelhas para escrever este projeto. O escritor pretende dar a conhecer o trabalho desenvolvido pelas abelhas através da observação de uma colmeia de vidro e provar o mel por elas produzido. Trata-se portanto de uma iniciativa que visa essencialmente mostrar a importância deste inseto no meio-ambiente, bem como sensibilizar as crianças para um consumo maior do mel ao invés do habitual açúcar. O Livro será apresentado no Dia Mundial da Criança a toda a comunidade escolar e ao público em geral. A aquisição do livro contempla também a oferta de um vale com uma entrada grátis no museu do vinho de S. João da Pesqueira. (1 adulto + 1 criança).

Regulamento municipal de apoio à natalidade e adoção O Município de S. João da Pesqueira tem pautado a sua intervenção pela promoção de políticas sociais que visam melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes. Assim no âmbito das suas competências decidiu implementar um apoio municipal que atenue os custos associados à parentalidade, promovendo, em simultâneo, o apoio ao comércio local. O apoio a conceder como Incentivo à Natalidade e Adoção consiste na atribuição de

benefícios sociais que se traduzem na entrega do número de cheques prenda no valor de 50 euros cada, correspondente ao valor a atribuir em função do artigo seguinte, para comparticipação de despesas efetuadas no setor empresarial do Concelho de S. João da Pesqueira, com a aquisição de bens e/ou serviços considerados indispensáveis ao desenvolvimento saudável e harmonioso da criança. Cheques-prenda 1 - Os cheques-prenda são atribuídos uma

vez por cada filho(a) nascido ou adotado após 1 de janeiro de 2022 e têm o seguinte valor: a) 1.000€ (mil euros) no caso do primeiro(a) filho(a); b) 1.500€ (mil e quinhentos euros) no caso do segundo(a) filho(a); c) 2.000€ (dois mil euros) no caso do(a) terceiro(a) filho(a) e seguintes. Saiba como pode aceder a este apoio à natalidade e mais informações na página eletrónica do município - www.sjpesqueira.pt


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Região

Idosos Ativos, um projeto pioneiro de inclusão Foi apresentado, no dia 20 de maio, no Auditório da Biblioteca Municipal de S. João da Pesqueira, a apresentação do projeto Idoso Ativo, um projeto que irá auxiliar 60 idosos dos concelhos de S. João da Pesqueira, Murça e Tabuaço. A sessão de abertura esteve a cargo do Vice-Presidente do Município de S. João da Pesqueira, Luís Rodrigues, que explicou, à nossa reportagem, o objetivo do projeto. "Este projeto é sui generis. É pioneiro na medida em que procura encontrar uma solução de certa maneira diferenciadora e que vem permitir a manutenção do idoso por períodos mais longos no seu habitat natural", explicou. A técnica da Área Social do Município responsável pelo programa, Marlene Donas Botto, apresentou o projeto e a forma como este vai ser implementado. Esta iniciativa tem como objetivo a implementação de um sistema de domótica na habitação de 20 idosos de cada Município, que vivam isolados, permitindo que em caso de emergência, seja prestado apoio rápido e eficaz, emitindo mensagens aos familiares. Segundo o presidente dos Centros Sociais e Paroquiais de Trevões e Castanheiro do Sul, o Padre Amadeu Castro, "este projeto, como diz o nome, pretende dar proximidade a todos os idosos que vivem isolados, em virtude das suas famílias terem seguido outros rumos, outros caminhos, que se sentem sós e nós temos que, a cima de tudo, dar presença às famílias, sem os retirar do seu ambiente familiar, as suas casas, esta integridade e proximidade é o que pretendemos implementar". Amadeu Castro salvaguarda ainda a necessidade de, além do apoio informático que este projeto concede, o apoio presencial e social são também importantes, "não basta ter um aparelho eletrónico que comunica, é preciso também ir visitar, estar presente, salvaguardar a questão humana, a questão social e a cima de tudo este amor que nós temos que dar às pessoas". Vilma Pereira, Vereadora da Câmara Municipal de Murça, coordenadora do projeto na autarquia, esteve presente no evento e explica que esta vigilância é "meramente indicativa, nós não invadimos a privacidade do idoso, nós não quebramos as rotinas do idoso, apenas nos certificamos que dentro das suas rotinas estas são cumpridas com normalidade e que não há nada suscetível a um acidente, a um mau estar e que o idoso não esteja horas ou até dias, sem ter qualquer tipo de auxílio". Também presente, esteve Anabela Oliveira, vereadora da Câmara Municipal de

Tabuaço, que destacou a necessidade desta iniciativa, "o envelhecimento de população é uma questão transversal e um problema transversal, não só a nível nacional mas também mundial. Temos que adequar cada vez mais as políticas que apoiam os nossos idosos e nestes concelhos de maior isolamento social, este projeto é importantíssimo". Luís Rodrigues sublinhou a quase "perso-

nalização" destes aparelhos a cada idoso, o que lhe confere eficiência, "de certa maneira, ele é desenhado de idoso a idoso, no sentido em que é personalizado. Os equipamentos que são colocados, não têm todos a mesma configuração. Por exemplo, um idoso que tenha o hábito de ir de manhã à casa de banho, por exemplo, se às duas da tarde, a casa de banho não sinalizou que lá esteve, há aqui

um problema. Temos um outro parâmetro que é excessivo calor num compartimento da cozinha, por exemplo, se houver excessivo calor há um alarme que dispara", explicou. O Projeto tem um investimento total de 176 mil euros e resulta de uma candidatura submetida ao Programa Operacional Regional do Norte, no âmbito do aviso: Abordagens Integradas para a Inclusão Ativa. 


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Alijó

Comitiva de alunos e professores Erasmus+ recebidos nos Paços do Concelho Cerca de 50 alunos e docentes de escolas de Espanha, Itália, Alemanha, Roménia e Letónia, foram recebidos nos Paços do Concelho, no âmbito de uma visita de intercâmbio que está a decorrer em Alijó, até ao dia 20 de maio. O Vice-Presidente da Câmara Municipal de Alijó, Vítor Ferreira, e a Vereadora da Educação, Sónia Pires, deram as boas-vindas a todos os intervenientes pela participação neste projeto de intercâmbio. Este intercâmbio está integrado no Projeto Erasmus+ “Clear Mind, Fit Body, Happy Life”, do qual é parceiro o Agrupamento de Escolas D.

bitos de vida saudáveis e bem-estar Sancho II de Alijó. A visita inclui atividades ligadas, por físico e mental. Este projeto permite exemplo, à área da promoção de há- a partilha de experiências e contribui

Município promove workshops dedicados ao sucesso escolar O Município de Alijó promoveu vários workshops dedicados à promoção do sucesso escolar, através do PIICIE ALIJÓ Educa+, direcionados a alunos e encarregados de educação. O primeiro workshop, denominado “Como motivar os filhos para o sucesso escolar?”, foi promovido em parceria com a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Alijó e teve como público-alvo os encarregados de educação. A iniciativa contou com a presença de Jorge Rio Cardoso, figura incontornável da Educação nacional, e revelou-se um privilegiado momento de partilha e aprendizagem, durante o qual se debateu e refletiu sobre a importância de uma participação atenta e ativa no percurso académico dos educandos. Os encarregados de educação tiveram oportunidade de expor as suas preocupações relativamente à motivação dos seus

educandos para os estudos. O Professor Jorge Rio Cardoso apresentou estratégias de aplicação prática para solucionar constrangimentos e promover o sucesso escolar dos alunos. Durante a tarde, decorreram dois Workshops “Método e técnicas de estudo para

O documento visa o compromisso de todos os envolvidos na implementação de medidas de adaptação e mitigação, entre as quais se destacam as relacionadas com a economia circular, melhoria da eficiência hídrica e energética, bem como as que visam reduzir a vulnerabilidade atual e futura aos efeitos das alterações climáticas.

Abertas candidaturas a Bolsas de Estudo para Estudantes do Ensino Superior

o sucesso escolar” e “As 7 razões para o insucesso escolar e formas de as ultrapassar”, direcionados aos alunos do 5º e 9º anos de escolaridade. Estes workshops foram promovidos pelo Município de Alijó, no âmbito do PIICIE ALIJÓ Educa+, financiado pelo Norte20220.

Município assina compromisso para adaptação e mitigação das alterações climáticas nos Serviços de Águas O Município de Alijó assinou hoje, em resposta ao desafio lançado pela Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA), uma Declaração de Compromisso no sentido de impulsionar os esforços necessários para implementar medidas de adaptação e mitigação das alterações climáticas nos Serviços de Águas.

para o desenvolvimento e melhoria de diversas competências nos adolescentes envolvidos.

As futuras medidas a implementar assegurarão o cumprimento do direito humano à água e saneamento para as próximas gerações, a quem o impacto das alterações climáticas afetará de maneira considerável. O compromisso foi subscrito pelos municípios de Alijó, Chaves, Montalegre, Tarouca e Vila Real, em resposta ao desafio lançado pela APDA.

O Município de Alijó informa que estão abertas, até ao dia 10 de junho, as candidaturas a Bolsas de Estudo para Alunos do Concelho que frequentam o Ensino Superior no ano letivo 2021/2022, num total de 16 mil euros. As candidaturas deverão ser formalizadas através da apresentação do boletim de candidatura próprio que deverá ser enviado, em formato PDF, para o e-mail gab.educacao@cm-alijo.pt ou entregue no Balcão Único da Câmara Municipal de Alijó, sito na Rua General Alves Pedrosa, nº 13, 5070-051 Alijó, entre as 09.00 e as 17.30 horas. Todas as informações sobre os documentos a anexar ao processo de candidatura estão disponíveis no Regulamento Municipal para a Concessão de Bolsas de Estudo a Estudantes do Ensino Superior, no site do município. O boletim de candidatura pode ser levantado no Balcão Único da Câmara Municipal de Alijó ou descarregado no Balcão Virtual.



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Sernancelhe

Armando Mateus: “Mais do que produtores de castanha, em termos de quantidades, somos produtores de uva” Como surge a ideia de organizar um evento ligado ao vinho em Sernancelhe? Esta primeira edição dos Momentos com Vinhos começou a ser pensada em 2020 mas, pelas condições sobejamente conhecidas, o evento acabou por não se realizar, ficou guardado na gaveta. Este evento surge por diversas razões, desde logo porque gostamos de nos reinventar, de diversificar a nossa oferta cultural. Um evento de vinhos já era equacionado há algum tempo porque são uma tendência à qual estão associados outros setores importantes para o concelho de Sernancelhe como a gastronomia e a hotelaria. Qual a preponderância deste setor em Sernancelhe? O propósito deste evento surge exatamente pela importância que o setor da vinha tem no nosso concelho, e que de certa forma é desconhecido. Mais do que produtores de castanha, em termos de quantidades, somos produtores de uva, nomeadamente para a produção do espumante Terras do Demo. Isto é um facto que muita gente não tem perceção, para a cooperativa do Távora produzimos 68% da uva que é vinificada. Cada vez mais numa produção de vinha específica e direcionada para o espumante Terras do Demo, nas suas diferentes variantes. Temos aumentado a nossa área de produção com vinhas selecionadas para produção de monocastas, em especial nas encostas do concelho viradas ao rio Távora, que estão mais viradas a sul. Ou seja, temos uma importância imensa no setor vínico. Esta é também uma forma de homenagear e de incentivar este setor, nomeadamente os nossos produtores que não têm marcas próprias, toda a produção vai para a elaboração do terras do Demo. Qual a razão para o convite às regiões do Dão e Douro para integrarem este evento? Apercebemo-nos que apenas com os produtores do concelho, e da região vinícola Távora-Varosa, teríamos um evento muito reduzido. Como geograficamente nos situamos entre o Dão e o Douro, e pela nossa proximidade com ambas as regiões, acabamos por convidá-las para integrarem o nosso evento, criando aqui uma primeira edição de excelência. O propósito é ter um número bastante considerável de produtores, cerca de 70, com marcas já bem estabelecidas no mercado. Quem vier a este evento, o que poderá encontrar? Vamos ter provas de vinhos nos stands, durante quatro horas no sábado e no domingo, assim como provas comentadas com alguns especialistas e produtores. Quem provar algum vinho que goste poderá depois deslocar-se a um espaço central que irá existir no certame, onde estarão to-

dos os vinhos dos expositores, para que o possa adquirir. Para além dos vinhos vamos apostar numa zona gastronómica onde teremos alguns dos maiores chefs da nossa região, e um cartaz de animação musical que irá apostar nos géneros Jazz, Blues e Bossa Nova. Do contacto que têm tido com os produtores, qual o feedback que vão recebendo? Do contacto que foi mantido com todos os produtores, houve uma questão que era importante trazer para o evento, que é o de não ser apenas um evento de provas mas que permitisse negócio.

Também aí queremos marcar a diferença logo desde a primeira edição. Para isso estamos a trabalhar numa base de dados de toda a restauração, hotelaria e distribuição de bebidas alcoólicas, dos distritos de Viseu, Aveiro, Guarda, Coimbra, Vila Real e Bragança. Queremos criar aqui sinergias e condições de negócio para os produtores, que poderão, ao longo de todo o evento comercializar os seus vinhos. Este é um trabalho que está também a ser feito a nível internacional, com o apoio da Luso Press, estamos neste momento a captar distribuidores e importadores de vinho

na região francesa. Já temos algumas confirmações destes agentes. A localização geográfica de Sernancelhe (na região Távora-Varosa, entre o Dão e o Douro), pode ser uma mais-valia para este evento? Acredito que sim. Não é despropositado esta junção das três regiões vinícolas no evento. Não só pelas razões que já mencionei mas também porque, existindo vários eventos vínicos em cada uma das regiões, nenhum integra todas as regiões como este.


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Carrazeda de Ansiães

Castelo de Ansiães palco de combates medievais

Equipas portuguesas e espanholas confrontaram-se, no fim de semana, em combates medievais reais, nas muralhas do Castelo de Ansiães. Após dois anos sem eventos, o Castelo de Ansiães, voltou a ser palco da feira medieval. Embora seja já um evento muito característico da região, este ano houve" um investimento muito superior a outras atividades

Novos mapas turísticos apresentados À margem do evento o município carrazedense aproveitou ainda para apresentar os seus novos mapas turísticos. A arqueóloga da autarquia, Alexandra Lopes, foi responsável pela apresentação dos

que tivemos do género", explicou Adalgisa Barata, vice-presidente da Câmara. “Estamos a fazer uma coisa que acho que é inédita, pelo menos a nível de distrito sei que é, que são as lutas verdadeiras, sem ser nada encenado. O que queremos é que este também seja mais um dos nossos eventos que chamam a gente a Carrazeda de Ansiães", explicou a autarca. O evento teve inicio com um desfile me-

dois mapas que estão já disponíveis em formato físico e online. De acordo com a explicação da arqueóloga, um dos mapas tem um conteúdo "mais voltado para a sugestão de locais onde dormir, comer e o que visitar", sendo o outro "em desenho real, mais explicativo do Castelo de Ansiães". Na opinião de Alexandra Lopes este é "um excelente suporte para os turistas que visitam o concelho". Os mapas estão disponíveis nos locais de interesse turístico do concelho, estando previsto para breve uma aplicação para telemóvel, com diversos roteiros a descobrir no concelho, e que "alguns conteúdos de realidade aumentada".

dieval, com a participação das crianças das escolas do concelho. Na zona da Biblioteca Municipal, decorreu um Mercado Medieval, que a Câmara Municipal organizou em parceria com a Causa 4G. Ali, houve mercadores que mostraram e venderam os seus produtos, uma taberna medieval com comida e bebida ao serviço dos visitantes, e muita animação com diversos figurantes. O Torneio Medieval no Castelo de Ansiães foi

promovido pelo Município de Carrazeda de Ansiães e contou, na organização, com a equipa desportiva Portvcalle Combate Medieval. Os primeiros combates realizaram-se no sábado, e no domingo foram apurados os vencedores, havendo 60 combatentes espanhóis e 15 portugueses. Embora não houvesse restrição na força dos golpes aplicados, existiam regras apertadas e a segurança foi sempre levada muito a sério. 


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Armamar

Portugal GT Tour passou por Armamar Armamar recebeu, dia 14 de maio, os participantes do Portugal GT Tour, uma concentração turística de automóveis clássicos e desportivos, organizada pelo Núcleo de Desportos Motorizados de Leiria. Na receção aos participantes, em representação da Autarquia, estiveram António Silva e Cláudia Damião, Vice Presidente e Vereadora do Turismo, respetivamente O Portugal GT Tour percorreu quase 500 quilómetros de norte a sul do País à procura das melhores estradas, paisagens, alojamentos e restaurantes.

O GOMA diz: "Comunicar André Pinto é terceiro no Campeonato Nacional de Boccia Ciência tem Ciência"

O triatleta André Pinto conseguiu um terceiro lugar, na categoria de BC5, do Campeonato Nacional de Boccia Feminino e Masculino que teve lugar entre os dias 7 e 8 de maio últimos, em Braga. O atleta de Armamar, juntamente com os colegas Cristiano Pinto e Ricardo Varela Pereira, foram os representantes da Associação Mover Viseu.

Foi uma competição onde estiveram os melhores do País, e isso torna ainda mais relevante o resultado do nosso André Pinto. A Associação Mover Viseu conta com o apoio dos municípios de Armamar, Moimenta da Beira, Santa Comba Dão e Viseu, entre outros parceiros, para participar nas provas do Campeonato Nacional de Boccia.

A cientista Raquel Branquinho regressou à sua escola em Armamar para uma série de workshops assentes na temática Comunicar Ciência tem Ciência. Depois da visita de março último aos alunos do primeiro ciclo do ensino básico, a cientista trabalhou desta vez com os alunos do ensino secundário, ao abrigo dos Laboratórios Criativos do recém-criado GOMA, Academia de Ciências Gomes Teixeira. A cientista dinamizou os laboratórios com o objetivo de dotar os alunos de ferramentas, como o desenvolvimento de competências de comunicação, de organização e de trabalho em equipa; também o sentido de responsabilidade, a gestão de tempo e a tomada de decisões. Este trabalho assume especial importância, no contexto atual da crescente chamada da ciência para resolver problemas. Com estas ferramentas os alunos perce-

bem agora a importância de comunicar a ciência num tom descomplicado, acessível, próximo e criativo, mantendo a credibilidade da ciência e a confiança das pessoas no trabalho dos cientistas. O GOMA é um novo Clube Ciência Viva do Agrupamento de Escolas de Armamar, financiado pela Agência Nacional Ciência Viva, e tem como parceiro institucional o Município de Armamar.

Macieiras em Flor no foco de evento fotográfico No fim de semana de 23 e 24 de abril, dezenas de fotógrafos de todo o país, estiveram em Armamar para conhecer e fotografar o cenário das macieiras em flor. A Fotomanya, Produções Ana Luar Vaz, promotora do Evento Fotográfico das Macieiras em Flor, levou até ao concelho quatro modelos fotográficos, às quais se juntou Daniela Magno, Miss Beira Alta. O objetivo do evento foi aproveitar o cenário único das macieiras floridas para fazer fotografia de retrato e paisagem. Os participantes tiveram ainda oportunidade de conhecer algum do património histórico de Armamar e visitar uma

quinta no vale do Douro, experiências adicionais que deixaram em todos o desejo de voltar.

Este encontro de fotógrafos contou com o patrocínio e apoio da Câmara Municipal de

Armamar e Associação dos Fruticultores de Armamar.


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Região

Mundial de Enduro acelerou a fundo no Douro Entre os dias 13 e 15 de maio o Douro foi palco da segunda etapa do Mundial de Enduro 2022, sendo o início marcado com uma Super-Test junto às piscinas do Caça e Pesca, na cidade de Peso da Régua. Com o Douro como cenário de fundo, o piloto australiano Wil Ruprecht (TM) foi o mais rápido ao longo do fim de semana, acabando as 13 especiais com um total de 56.54,39 minutos. O espanhol Josep Garcia (KTM) voltou a ser segundo classificado, a 6,09 segundos do vencedor, com o italiano Andrea Verona (GasGas) a 24,27. Entre os portugueses, Luís Oliveira (Yamaha) foi 12.º na classe Enduro 1, Bruno Charrua (GasGas) foi nono em Junior2 e Renato Silva (Beta) desistiu em Júnior 1, na segunda especial do dia. Na Youth Cup, Frederico Rocha (Fantic) foi 12.º e André Reis (KTM) 18.º. Rita Vieira (Yamaha) voltou a subir ao degrau mais baixo do pódio na classificação das Senhoras, numa classe em que Bruna Antunes (GasGas) desistiu na sétima especial. Já Gonçalo Reis (GasGas) voltou a vencer a categoria Open 4S. Filipe Sampaio, organizador da prova, em declarações ao VivaDouro mostrou-se “satisfeito” pelo sucesso alcançado. “Tivemos nota máxima do júri da FIM. Após o evento tiveram uma reunião e deram nota máxima a toda a envolvência da corrida, em termos de percurso, localização, paddock, es-

peciais, etc. Apresentamos especiais algo duras que ficaram um pouco danificadas devido ao tempo seco que se fez sentir e que acabou por fazer a diferença para os pilotos mais fortes. Foi uma grande luta pela vitória à geral entre o australiano Wil Ruprecht e o espanhol Josep Garcia”. Para o organizador a presença da caravana do mundial no Douro foi importante para a economia local. “A comitiva esteve no Douro quase uma semana e considero que foi bom para a economia local, em especial na Régua e Armamar. Ia passando por Armamar todos os dias, por exemplo, e diversos comerciantes iam comentando comigo a presença dos pilotos e das equipas no território, sinal que as pessoas realmente sentiram a presença do evento". De acordo com Filipe Sampaio, as condições estão reunidas para que o Mundial de Enduro

regresse ao Douro nos próximos anos, "o promotor está interessado em fechar um acordo para três anos", faltando apenas o "sim" das autarquias envolvidas. Presente a assistir à prova duriense esteve André Villas-Boas, treinador de futebol e apaixonado pelos desportos motorizados, em representação da sua associação "Race For Good", que recentemente fez um acordo de parceria com o promotor do Mundial de Enduro. "A parceria que a minha associação, a Race For Good, fez com o promotor do Mundial de Enduro ajuda a divulgar o nosso projeto e as instituições que apoiamos, quer em Portugal quer no estrangeiro. O nosso objetivo é mudar a vida ao máximo de pessoas possível. Ficamos muito felizes porque fechamos agora o primeiro ano e conseguimos gerar 100 mil euros em doa-

ções, o nosso objetivo é chegar aos 500 mil euros por ano. Esta parceria faz parte do crescimento da associação, gerando interesse e através dele as contribuições que precisamos. Para mim é uma estreia mas estou muito contente por estar aqui a ver esta malta a acelerar". O antigo técnico do FC Porto, Tottenham e Chelsea, entre outros, sublinhou ainda a importância do desporto na divulgação das atividades da sua associação. "O desporto é o veiculo de comunicação mais fácil pelo número de apaixonados que tem. Encontramos este espaço através do mundo da mobilidade, não só motorizado, temos o objetivo de trazer embaixadores de outro tipo de mobilidade como ciclistas, snowboarders, etc, trazendo cada vez mais atenção para as dificuldades que a nossa sociedade atravessa atualmente. Estamos no início do nosso segundo ano e com orgulho já podemos dizer que estamos no mundial de enduro, no MotoGp, na Fórmula E, etc, sempre na busca de novos embaixadores que nos ajudem a mudar o mundo. O desporto é sempre o veículo mais fácil, tem um poder único de atração, e se ao desporto juntarmos ações sociais e humanitárias temos cada vez mais alcance". Portugal volta a acolher a caravana mundialista em Souselas (Coimbra), na quarta etapa, entre 01 e 03 de julho. 


VINHOS e sabores DOS ALTOs Parque da Vila

17/19 Junho/2022

Sexta, Sábado e Domingo

17 a 19 Junho 2022 Mostra de Vinhos e Sabores dos Altos

Restaurantes

Provas Comentadas Concurso de Vinhos

Exposição e venda de Sabores Regionais Showcooking

Animação Organização


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Peso da Régua

EPDRR volta a lecionar curso de turismo ambiental e rural A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo (EPDRR), tem para o próximo ano letivo, 2223, uma oferta formativa variada e voltada para as necessidades da região duriense, património mundial da humanidade. Quem vai ao Douro procura apreciar a vinha e o vinho, desfrutar das encostas vinhateiras e da intemporalidade do rio. A abertura do Douro ao mundo continua a lançar desafios que passam pela preservação da herança geológica ao mesmo tempo que impõe a modernidade na produção vitícola, que exige o conforto e a qualidade de serviços ao mesmo tempo que impõe a conservação da beleza primordial. Neste contexto, a EPDRR tem a oferecer cursos profissionais nas áreas de técnico vitivinícola, restaurante-bar, cozinha- pastelaria, termalismo e turismo ambiental e rural, este último uma oferta que é retomada depois de alguns anos fora do elenco formativo da escola. O curso de técnico de turismo ambiental e rural pretende formar profissionais capazes de receber, com requinte e conhecimento, os visitantes e organizar e dinamizar atividades de animação ambiental e rural, valorizando e promovendo a região e os seus produtos e serviços. Este curso é dirigido a jovens apaixonados pela descoberta, pela aventura por quintas, museus, miradouros; encantados por História e histórias, por idiomas e partilhas. A Escola Profissional de Desenvolvimento Rural do Rodo no Peso da Régua, continua a criar sinergias entre a vinha, o vinho e a região, valorizando as suas raízes agrícolas e promovendo um futuro de oportunidades. 

Lamego

ESTGL, uma Escola Superior preparada e virada para o futuro Nestes últimos 2 anos, a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego, mesmo neste tempo conturbado de pandemia, teve um crescimento considerável, aumentou o número de alunos em cerca 20%. Este crescimento deveu-se em grande parte à estratégia da Escola em ajustar-se às exigências do território, apostando numa oferta formativa diversificada, com um enfoque nos cursos de base tecnológica. No caso da oferta educativa, esta aposta na diversidade passou pela proposta e criação de vários cursos CTeSP (Cursos Técnico Superior Profissional), Tecnologias e Programação de Sistemas de Informação (Parceria com a Softinsa -IBM) iniciado do ano letivo 2021-2022, Cibersegurança e Telecomunicações, um Brightstart - parceria com a Deloitte (em aprovação), Transportes e Logística

(em aprovação) e Turismo, Saúde e Bem-Estar (em aprovação). Relativamente às licenciaturas e mestrados estarão disponíveis neste próximo ano letivo uma nova licenciatura em Gestão Comercial e aguarda-se com expetativa a aprovação do mestrado em Tecnologias de Informação e Automação. Outra das prioridades da ESTGL é a deslocalização de cursos para os concelhos da Região, que será iniciada no próximo ano letivo, nos concelhos de Moimenta da Beira e Sernancelhe. Esta colaboração tem como principal objetivo alargar o ensino superior à região, aumentando as oportunidades para quem queira prosseguir o seu percurso académico. Desta forma a ESTGL pretende estar ao serviço do território e das suas gentes sendo a Instituição de Ensino Superior Politécnico de referência no Douro. 



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VIVADOURO MAIO 2022

Entrevista

SOFIA ESCOBAR “Agora, o meu camin Texto: André Rubim Rangel, Apesar de seres natural do berço da nação, divides a tua residência entre Londres, Madrid e Lisboa. Como é todo este rodopio e gerir o mesmo? Não é fácil. Também temos uma profissão que não nos traz estabilidade e uma rotina. No meu caso, a vida tem-me levado a viajar imenso para estar nos palcos do mundo. Mas os principais são, de facto, esses que referiste. Gerir isso com a família nem sempre é fácil. Tenho a grande sorte de ter um marido que também está no meio e que entende. Adaptamo-nos ambos aos horários estranhíssimos que temos. O que tento fazer com o tempo que tenho com o meu filho é que seja tempo de qualidade: estar muito focada nele e conseguir compensar as ausências. Em algum momento da tua vida o teu apelido assustou-te ao ser comum ao dos maiores narcotraficantes do mundo? Alguma peripécia por causa disso? Não me assusta, mas é óbvio que já ouvi imensos comentários em relação a isso. Acabou por ser normal para mim. O máximo que me aconteceu foi, nas viagens que eu fazia, as minhas malas desaparecerem, ou serem investigadas ou até abertas. Eu comecei a associar que sempre que colocava o «Escobar» na reserva tinha problemas. Então, passei a usar o meu apelido, que é Silva, em vez de Escobar. Problemas resolvidos! (risos) Quando abraçaste a música, a tua meta sempre foi o teatro musical? Não, a minha formação é de música clássica, iniciada no Conservatório de Música do Porto. Mesmo quando fui para Londres, acabar os estudos, fui para a vertente clássica. O teatro musical surgiu depois, embora sempre tenha gostado dele desde pequenina. Acabou por acontecer, foi um passo natural. Sentia falta de poder agarrar mais as personagens como atriz, um pouco mais profunda como se fazia na ópera. Apesar de atualmente isso já estar a mudar. A diferença é que na ópera não estamos amplificados e temos uma grande escala musical. No teatro musical temos microfones e é muito mais fácil mexer-nos. A minha vida acabou por nos levar para aí, mesmo durante os nove anos vividos em Londres. Como é seres a mais conceituada portuguesa nesta área, tanto cá como a nível internacional? Isso determina o tipo de papéis que aceitas? Primeiro, sinto-me uma privilegiada e sinto uma gratidão enorme, por ver que gerações mais novas que querem seguir música clássica ou teatro musical olham para mim como um exemplo de que as coisas são possíveis. Isso para mim significa tudo, porque realmente foi difícil. Foi um percurso complicado, as coisas não me caíram do céu, não conhecia ninguém, não tinha dinheiro, mas acabei por conseguir a bolsa. Porque, quando se tem uma paixão grande, tudo é possível. Para cumprir esse sonho é preciso trabalhar. A questão é

que, muitas vezes, as pessoas não querem trabalhar (risos) A persistência é uma grande virtude no nosso trabalho. És uma estrela do clássico «Fantasma da Ópera». Pegando no título e transpondo-o para a realidade, que fantasmas sentes assombrarem as pessoas e o mundo? Ultimamente, tem havido fantasmas que cheguem e que sobrem! E nas pessoas que vivem da Cultura temos tido grandes desafios! Desde a pandemia e a falta de apoios. Já temos, por si, uma situação difícil, em que não há uma segurança. Há precariedade. E com dois anos de paragem forçada, conheço muita gente que desistiu ou que começou a pensar noutras opções. Acho isso extremamente triste. Para mim, um grande "fantasma" neste mundo artístico em Portugal pois fora já não acontece tanto é a desvalorização, o sugar da criatividade dos artistas, o aproveitarem-se deles, o pagarem coisas que são vergonhosas. Noutros países, um músico, um ator, etc., é considerado como outra qualquer profissão, com direitos e regalias. Com respeito. E de que modo aconselhas a nos livrarmos e enterrarmos de vez esses “fantasmas”? A melhor forma, relativamente ao que eu disse, é olharmos para os exemplos e percebermos como funciona melhor nos outros mercados. Ao ter estado a viver e trabalhar em Londres, posso afirmar que tal como sucede lá na Cultura deveria ser implementado em Portugal o tabelar dos salários. Deveria haver um mínimo, consoante onde a pessoa está. Se está a sair da Escola recebe um x ; se tem já experiência recebe y ; até chegar a um topo. Depois, depende se tem um papel secundário, ou principal, se é ensemble, ou bailarino, etc.: está tudo tabelado para cada caso. E não há recibos verdes: é um contrato como outro qualquer. Não pode acontecer sujeitarmo-nos a receber pouco, porque precisamos muito de fazer um trabalho. Acabamos por nos minar uns aos outros. Esses atores e atrizes que estão tão sequiosos e eu entendo isso! estão a dar tiros nos pés. Já que, mais tarde, vão querer receber mais porque têm contas para pagar e vai acontecer o mesmo: não vão ter o determinado nível pretendido, porque haverá outros mais novos dispostos a receber bem menos Isto não deveria acontecer mesmo! E deveríamos ter um Sindicato, que nos defendesse, que é o que acontece noutros países. Além deste “fantasma" já falado a covid –, que demora a desaparecer, outro parece ganhar força, em simultâneo: a varíola dos macacos. O que te parece? Não sou cientista nem médica, mas sinceramente já acho tão confuso! Vejo as notícias e já não sei em que acreditar, porque há muita informação conturbada, mesmo as próprias notícias de fontes fidedignas contradizem-se a toda a hora e momento! Honestamente, acho que vírus vão existir sempre, sejam eles quais forem. Gostaria que não se criasse tanto terror nas pessoas. Compreendo que se devem

ter e manter cuidados, como as vacinas, mas também acho que não podemos viver assim. Temos de voltar à vida: o ser humanos não foi feito para estar isolado. Somos criaturas de contacto, de socializar e não de tanto tempo de isolamento. Isso é uma pandemia extra da pandemia, que leva a outras pandemias, como a solidão (dos nossos idosos), a doença mental e o medo criado nas crianças. Agora é tudo uma busca do equilíbrio: não é menosprezar o perigo, mas se só penso em todos os perigos que corremos damos em doidos e não é possível viver assim. Já agora, o que mais temes nesta Humanidade e no seu futuro? Tendo em conta tudo isso que referiste, como também a inflação e os aumentos: de preços, de custo de vida, da pobreza O que mais temo, enquanto mãe, é o mundo que vou deixar para o meu filho. Aquilo que eu vivi, aquilo que ele terá de viver e enfrentar no futuro. Sou, naturalmente, otimista: não tenho uma visão pessimista das coisas. O mundo vai passando por fases, como que um sobre e desce. Acredito que esta seja uma fase

muito difícil, como acredito que a Humanidade vai conseguir sair dela, para poder deixar aos nossos filhos um mundo melhor. Um mundo que não lhes dê tantos problemas! Há poucos anos cumpriste um sonho de também representares numa telenovela. Foi uma experiência que não te agradou, por não voltares a repetir? Eu gostei muito. É duro, é muito mais exigente do que algumas pessoas possam imaginar. Foi uma aprendizagem enorme, porque apesar de estar habituada a estar em palco é muito diferente estar diante da câmara. Tive a grande sorte de ter colegas espetaculares no «Ouro Verde», que me ensinaram imenso, e com quem me diverti bastante. Não repeti porque comecei a dedicar-me, ainda mais, à música. E percebi, durante esse ano, que não consigo estar longe da música durante muito tempo. E nessa dedicação à música, lançaste agora «Tanto Mais», o teu álbum de originais Exato. Estou muito focada nele. É o realizar dum sonho muito antigo, que tinha nos meus


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nho é investir neste meu primeiro álbum de originais” DR

tro para 1.500 pessoas, que é muita gente. Agora ali, aquela enchente mesmo à rock, foi uma experiência inesquecível! Repetia-a todos os anos, se pudesse. (risos) Adorei! Para além desse concerto, conheces bem essa região e tiveste nela mais alguma experiência? Nem que sendo em férias E como a descreves? Eu no Douro, e também em Montalegre, precisamente, já tinha cantado no «Festival de Música Júnior». Acho que foi das primeiras atuações que fiz por aí. São sempre pessoas extraordinárias que nos recebem de braços abertos. São concertos que nos ficam na memória. E o anterior que descrevi foi o ex-libris, por causa das circunstâncias referidas. Depois, no Douro, come-se maravilhosamente bem como não se come em mais nenhuma parte. Com pessoas carinhosas a servirem-nos. Sempre que me convidam para concertos, em Montalegre ou noutros locais do Douro, eu digo logo que sim! Porque já sei que vai ser espetacular. (risos) E nessa experiência que te marcou tanto no castelo de Montalegre, ao fazer-te sentir uma estrela rock, se tivesses de cantar com um grupo rock qual seria? Eu adoro «Ornatos Violeta». E, curiosamente, na recente apresentação do meu disco eu cantei «Eu ouvi dizer» e correu muito bem. Adorava fazer uma atuação com eles. Vais conseguindo concretizar os teus muitos sonhos, o que é muito bom O bom dos sonhos é que concretizamos uns e deles nascem outros. Estamos sempre a evoluir, caso contrário a minha carreira tinha terminado no «Fantasma da Ópera». Sonhei a vida toda em fazê-lo e, ao chegar ali, não podia acabar. Tinha de fazer mais e fiz, tenho feito. A vida é isso: dá-nos mais e mais. (risos)

planos e que só agora consegui concretizar. Irei estar em digressão a apresentá-lo. Tive até de recusar, entretanto, alguns convites para fazer teatro musical aqui em Espanha, onde vivo. Porque, agora, o meu caminho é investir neste meu primeiro álbum de originais. És também um rosto conhecido da TV portuguesa enquanto júri do «Got Talent Portugal». Como é que tanto talento junto que por ali passa, de modo geral, não consegue depois singrar mais mediaticamente naquilo que faz? O «Got Talent» abre portas, dá uma visibilidade enorme aos artistas que por lá passam. Acho que muitas vezes tem a ver com a mentalidade do próprio artista. Alguns chegam ali já com muito trabalho para trás e esperam ter aquela janelinha para conseguir mais trabalho, para conseguir evoluir, para conseguir dar a conhecer a sua arte a um público mais vasto. E a televisão tem essa grande vantagem. Muitas vezes formas de arte que não são normais de ver em televisão. A questão é a diferença de pensamento: entre o artista que pensa que vai ao «Got Talent» para ser fa-

moso e uma estrela, ou o que pensa que isto é mais um passo no percurso já feito, independentemente do resultado. Acho que faz mais sentido para quem vai lá como alavanca ao seu trajeto, do que quem busca o sucesso instantâneo. A base é investir na raiz, solidificar técnica, apostar na formação constantemente: é isso que vai manter, depois, a carreira no sítio certo. No meu caso, eu tive três meses posta à prova, com seis a oito espetáculos por semana, a um nível altíssimo e que não pode baixar. Foi duríssimo. Se eu não tivesse todas essas bases não teria conseguido! Atuaste no ano passado em Montalegre. Do que te recordas desse concerto e de todo esse ambiente no Douro? Eu adorei! Adorei, mesmo, atuar lá naquela sexta feira 13, lá no alto, no castelo. Todo aquele ambiente foi espetacular! Eu sou uma pessoa que adoro tudo aquilo que é místico e fantasia: as princesas, as bruxas, os castelos, etc., por isso para mim foi um sonho. Estar a cantar com o fogo-de-artifício, com aquela gente toda. Era tanta e tanta gente. Eu senti-me uma estrela rock. Costumo estar nos palcos do tea-

E, certamente, outro deles foi teres cantado com o José Carreras. Dos três grandes tenores era o teu preferido? Qualquer um deles como com o Luciano Pavarotti ou o Plácido Domingo teria sido o sonho tornado realidade. De facto, ter conseguido cantar com o José Carreras para mim teve um sabor especial, porque eu cresci a ouvir a gravação no «Wide Side Story», que eu também representei. Para mim foi arrepiante estar em palco com ele. Ele tem uma voz lindíssima, e assim continua! Foi também uma lição de humildade, que fui aprendendo ao longo da vida. Estes artistas que são verdadeiramente grandes, que não têm absolutamente nada a provar, não têm aquele ego de dizerem: "eu sou o maior! Eu é que faço e aconteço". Ele não tem nada disso e tem essa fama, também. Eu percebi, realmente, que José Carreras é muito afável, de trato fácil. Foi uma honra enorme. É algo que guardo com muito carinho na minha carreira e isso já ninguém me tira. (risos) Sendo tu uma pessoa simples e que transparece simplicidade, tens as tuas próprias

extravagâncias? Se sim, quais são elas? Honestamente, não. Eu quando vivi no Reino Unido senti-me muito sugada pelo materialismo londrino, que é típico de lá, mas rapidamente depois de voltar às raízes e de vir viver para Espanha – sou adepta, cada vez mais, de viver e ser feliz, de estar saudável, de ter o mínimo para pagar as contas, de poder viajar e de poder dar ao meu filho a melhor educação possível. Tudo o resto, o que vem para lá disso, é bónus. Até aí, primeiro está o meu núcleo familiar. É a base e é-me extremamente importante! É sem dúvida alguma a minha prioridade. Eu podia ter todo o sucesso do mundo, mas se não tivesse a minha família e dar essa importância a ela não seria a mesma coisa, muito mais do que qualquer conta bancária, ou o meu carro ou a minha casa. Eu não trocava por nada a tarde no parque com o meu filho, a ver as rãs a saltar no lago, por qualquer extravagância. Para mim, o tempo é a maior extravagância: poder dedicá-lo àquilo que me faz feliz! Além do tempo, qual seria assim outra extravagância que escolherias para ser feliz e cujo tempo também seja útil / necessário para tal? Será sempre investir em experiências que me enriquecem culturalmente, como viajar, conhecer novas culturas. Há várias que gostaria de conhecer, mas tenho uma atração muito forte pela Ásia. Sempre tive! E a próxima viagem que está mesmo na lista é o Japão. Esse teu gosto pela Ásia deveu-se à tua digressão passada pela Malásia ou já o tinhas? Já o tinha, mas essa viagem veio a confirmar essa minha atração. Aliás, voltei depois disso à Malásia, mas em férias. Como a Hong-Kong. Espero que nos próximos tempos tudo isto volte a ser mais viável, já que atualmente não me parece ser o caso, infelizmente. Há de acontecer! (risos) Peço-te uma mensagem final e que nos traga a paz que tanto almejamos… A minha mensagem é aquela com a qual me guio e que faço na minha vida atual. Não posso mudar, infelizmente, o que está acontecer no mundo. Não consigo fazer algo que mude drasticamente estas guerras. Mas há coisas pequenas que eu posso fazer com as pessoas no meu dia a dia, com as que me rodeiam, com as que me cruzo. Pequenos atos de solidariedade. Então essas eu faço-as! Se toda a gente fizesse isso Em vez de pensar fazer algo em grande, que vire o mundo do avesso. Não. Cada mundo, de cada pessoa, atinge um círculo de pessoas à volta. Depois esse círculo é contagiado, muitas vezes, pela energia positiva de uma pessoa só, que é capaz de influenciar imensa gente à volta. Eu sinto isso com pessoas que me rodeiam a mim, que têm essa capacidade e positividade. Esse desejo de fazer o bem de formas simples! Agora que já nos tiraram as máscaras, ver o sorriso das pessoas tem sido maravilhoso. (risos) Há que semear pequenos atos de bondade.


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Música anima fins de semana em Mesão Frio O Coro da Ordem dos Médicos e o Coro da Universidade Sénior de Rotary da Régua vão atuar já no próximo sábado no cenário mágico do Claustro do Convento de São Francisco, atual edifício dos Paços do Concelho de Mesão Frio. Os dois concertos inéditos trazem à vila Porta do Douro, temas musicais marcantes do cancioneiro português e um repertório musical amplamente diversificado. Sob direção do Maestro José Manuel Pinheiro, o Coro da Ordem dos Médicos convidará o público a viajar pelo mundo ao som de uma mescla de temas brasileiros, espanhóis, hebraicos e africanos de autores mundialmente conhecidos. Composto

Mesão Frio

por cerca de 40 elementos, o Coro da Ordem dos Médicos atuará acompanhado de piano com todas as músicas a serem executadas a quatro vozes: tenor, baixo, soprano e contralto. O Grupo Coral da Universidade Sénior de Rotary da Régua ecoará no edifício dos Paços do Concelho a duas vozes, acompanhado de violino e bandolim. Dirigido por José Sousa, o coro de Peso da Régua interpretará temas da música popular portuguesa bem conhecidos de todos. No fim de semana seguinte, dias 3 e 4 de junho, os «Concertos na Avenida» vão trazer a Mesão Frio, Herman José e o seu quarteto e a Orquestra de Jazz do Douro. Excelentes oportunidades para assistir a música muito variada e cheia de qualidade. 


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Tabuaço

ANACOM reúne com autarcas de Tabuaço para debater qualidade das comunicações A ANACOM esteve no dia 17 de maio numa sessão com os autarcas de Tabuaço, para apresentar os resultados de um estudo sobre a qualidade de serviço das redes móveis da MEO, NOS e Vodafone realizado no concelho. Na sessão, estiveram presentes o Presidente da Câmara de Tabuaço, Carlos Carvalho, o Presidente da Assembleia Municipal, Leandro Macedo, e os Presidentes das 13 juntas de freguesias O estudo, efetuado na ótica da experiência do utilizador, revela que a Vodafone tem a melhor cobertura de sinal e a melhor acessibilidade ao serviço de dados. A NOS tem o melhor desempenho no serviço de voz. Além da apresentação do estudo sobre o qual tiveram oportunidade de se pronunciar, os autarcas relataram também as dificuldades com que se debatem as respetivas populações. A importância de dispor de boas comunicações, eletrónicas e postais, a disciplina em matéria de cabos nas fachadas, o SIRESP, as mudanças que se perspetivam com a introdução do 5G, o lançamento do concurso para cobrir as zonas brancas com fibra ótica, foram outros dos temas tratados, bem como os preços elevados existentes em Portugal e a relevância de alterar as regras sobre contratos com fidelizações. Na reunião, a ANACOM esteve representada pelo Presidente, João Cadete de Matos, e pelos Diretores Luís Roque Pedro e Ilda Matos. De acordo com o Presidente da Autoridade para as Comunicações (ANACOM), a sessão serviu para "apresentar o estudo que foi feito neste concelho, esperando que confirme aquilo que é a perceção daqueles que vivem e trabalham no concelho de Tabuaço". "Falamos das comunicações telefónicas, mas também daquilo que hoje em dia é essencial,

o acesso à internet. O telefone de hoje não é apenas usado para fazer e receber chamadas, por isso as ligações de dados são hoje fundamentais", explicou. João Cadete de Matos afirmou ainda que foi aproveitada a oportunidade "para dar nota daquilo que a Autoridade das Comunicações tem estado a fazer, para um objetivo que consideramos central da nossa atividade que é, garantir que todo o país está à mesma velocidade nas comunicações”. No que respeita ao estudo de qualidade de serviço em Tabuaço, o trabalho de campo decorreu a 10 e 11 de março de 2022. No total foram percorridos cerca de 164 quilómetros e realizadas 519 chamadas de voz, 132 testes de velocidade de ligação à Internet e mais de 21 mil registos de sinal rádio. Neste estudo foram analisados os principais indicadores de qualidade, tendo em conta a perspetiva do utilizador e os serviços objeto de estudo, sendo eles a cobertura das redes, o serviço de voz e os serviços de dados. Dos principais resultados dos testes realizados pela ANACOM, estes demonstram que do total de medidas efetuadas por cada opera-

dor, registou-se a indicação de rede existente em 99,4% de medições da Vodafone, 99,1% da NOS e 94,8% da MEO; no serviço de voz, os desempenhos apresentam resultados quanto à acessibilidade (estabelecimento de chamada) foram de 98,3% para a NOS, 97,1% para a Vodafone e de 90,8% para a MEO. Assim, em termos globais, do total de tentativas de chamada de voz resultaram em 4,6% de chamadas falhadas no seu estabelecimento e 4,2% de chamadas com quebra durante a conversação. No serviço de dados (banda larga móvel), os resultados revelam que 79,5% dos testes foram concluídos com sucesso. Identificaram-se algumas falhas em zonas de pior nível de sinal, promovendo baixas velocidades de transferência de dados. De acordo com o estudo feito consegue-se identificar, com maior desempenho global em termos de cobertura e acessibilidade ao serviço de voz, a NOS, e em termos de acessibilidade ao serviço de dados, a Vodafone. O estudo conclui que, “caso já existissem acordos de roaming nacional em Portugal (permitindo que os clientes de qualquer um

dos operadores se pudesse conectar à antena de outro operador quando a qualidade de sinal do seu operador não fosse aceitável), seria possível obter uma cobertura agregada de mais qualidade no Município de Tabuaço”. Para o autarca tabuacense, Carlos Carvalho o estudo confirmou “que muitas das situações que já havíamos notado, se confirmam, no que diz respeito à inexistência ou fraca qualidade de serviços, quer de voz quer de dados", lembrando que o mesmo foi feito no seu concelho ´" após as reclamações que a autarquia, juntamente com uma junta de freguesia, fizeram chegar à ANACOM". Apesar dos resultados apresentados, Carlos Carvalho mostrou-se satisfeito com os compromissos assumidos já pela ANACOM e pelo o Governo no que respeita às comunicações nos territórios de baixa densidade. “Existe o compromisso que, fruto do novo processo de leilão, que está em curso, existe a obrigatoriedade de, até ao final de 2023, 75% dos territórios classificados como baixa densidade têm que estar cobertos por ligações de dados com velocidade de 100Mb, valor que cresce para 90% em 2025. Esta obrigatoriedade irá levar a que, ou as operadoras tenham que investir nesse sina, ou, eventualmente, avançar para a situação de roaming nacional, que resolveria grande parte dos problemas. Para além disso existe também o compromisso do Governo com a ANACOM que de imediato irá fazer chegar a fibra ótica a todo o território nacional que neste momento ainda não tem Apesar dos resultados do estudo da ANACOM serem a confirmação da fraca qualidade da rede móvel e dados que temos, algo que nos satisfez foi este compromisso que o Governo fez".

Moimenta da Beira

Ensino Superior em Moimenta da Beira É uma evolução verdadeiramente histórica a criação do Ensino Superior em Moimenta da Beira. O protocolo que estabelece a entrada em funcionamento de dois cursos CTeSP (Curso Técnico Superior Profissional), já a partir do próximo ano letivo, setembro de 2022, foi assinado no dia 20 de maio, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, entre a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego (ESTGL) e o Município de Moimenta da Beira, representados pelos respetivos presidentes, Miguel Ângelo Mota e Paulo Figueiredo. Esta colaboração tem como principal objetivo alargar e aproximar o Ensino Superior à região, aumentando as oportunidades para quem queira prosseguir o seu percurso académico. Há 30 anos, uma tentativa nesse sentido quase chegou a concretizar-se, quan-

do o então autarca Alexandre Gomes Cardia quis criar no concelho um pólo do Instituto Superior Douro Sul (ISDUL). O intento seria porém chumbado pelo Governo de Cavaco Silva. O protocolo garante períodos de formação prática a desenvolver em contexto de trabalho nas empresas locais, na forma de estágio. "A assinatura deste protocolo envolveu um intenso trabalho de ambas as partes. Quero aqui elogiar o empenho e envolvimento do Presidente da Câmara de Moimenta da Beira, Dr. Paulo Figueiredo, e o apoio sem limites do Presidente do Instituto Politécnico de Viseu, Prof. José dos Santos Costa", disse Miguel Mota. "Estou certo de que o desenvolvimento do Ensino Superior em Moimenta da Beira será uma mais-valia e um valor acrescentado para o tecido empresarial do concelho e da região. Também os futuros licenciados, em quem apostamos muito, terão aqui oportunidades

de uma enorme valorização profissional", afirmou o Presidente da Câmara Municipal, Paulo Figueiredo. "Informática Industrial" e "Assessoria e Comunicação Organizacional" são os dois cursos superiores que serão lecionados (em regime diurno e/ou pós-laboral) naquela que deverá ser a futura Escola Superior Externato Infante D. Henrique, a atual escola cor-de-rosa, antigo Externato, em Moimenta da Beira. As candidaturas poderão ser realizadas já durante o próximo mês de junho, sendo que a ESTGL abre portas ao acesso aos candidatos Maiores de 23 anos. O Curso Técnico Superior Profissional em Informática Industrial visa formar técnicos que de forma autónoma ou integrados numa equipa, analisam, concebem, programam, administram e supervisionam sistemas informáticos e eletrónicos de automação industrial, aplicados aos setores industriais da região, recorrendo à integração dos sistemas

informáticos com os sistemas de produção, tendo em conta a sua otimização. Depois de concluído, o curso dá acesso às licenciaturas de Engenharia Informática e Telecomunicações; Gestão e Informática da ESTGL. O Curso Técnico Superior Profissional em Assessoria e Comunicação Organizacional pretende formar profissionais que deverão estar capacitados para intervir na área das organizações, sejam públicas ou privadas; contribuir para o desenvolvimento do apoio qualificado em assessoria, estando habilitados para agir e trabalhar com públicos diversificados nos mais variados contextos; qualificar profissionais que colaborem nos diversos departamentos das organizações, desenvolvendo de forma especializada as tarefas administrativas, comunicacionais e de gestão do trabalho e do tempo. Após a sua conclusão, o curso dá acesso às licenciaturas de Secretariado e Administração; Contabilidade e Auditoria da ESTGL.



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Opinião

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Coesão, ou, paguem o que nos devem? Este chavão da coesão territorial serve para, quase, tudo. Até para umas quantas coisas óbvias dada a sua necessidade em todos os lugares. Estradas, pontes, apoio ao investimento público e privado. Pois, todos somos Portugal! Só se fará caminho de coesão quando os territórios estiverem equitativamente valorizados. Isto é, o "valor" apurado de um lugar não poderá ser em função do número de habitantes ou do PIB (que não tem em conta os fatores ambiental e de felicidade humana). Neste século XXI é o seu peso líquido para a sustentabilidade, em sentido mais lato, que importa ter em conta. Os territórios menos povoados têm uma

Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I

Alergias da Primavera Com a Primavera chega o bem tempo, a boa disposição, a vontade de sair de casa… Mas, chegam também as alergias! É comum nesta altura do anos termos queixas, ou ouvirmos muitos que nos são próximos com essas mesmas queixas, de tosse, espirros, comichão nos olhos, garganta irritada, pingo no nariz. Tudo sintomas que provocam mau estar de uma forma geral, e que nos podem levar a evitar sair de casa ou conviver. A alergia não é mais do que uma resposta do nosso organismo às circunstâncias ambientais que nos rodeiam, reação esta que é anormal e que pode ser mais grave numas pessoas do que noutras. Nos últimos anos temos observado que cada vez há mais pessoas que referem este tipo de reação. Isto está relacionado com o aumento da poluição atmosférica, que está a ter um impacto no aquecimento global. Uma das consequências do aquecimento global são as doses excessivas de calor para a flora, o que resulta num aumento da quantidade de pólenes a pairar no ar. A poluição favorece ainda

importância relevantíssima para a sustentabilidade ambiental, social e económica. E as contas no balanço da sustentabilidade estão, há muitas décadas, mal feitas. Assim sendo, queremos que paguem o que nos devem! E, isto, não invalida as justas ambições de se abrirem, cada vez mais, os horizontes de uma nova viabilidade, quebrando o ciclo vicioso da indigência territorial, e, por consequência, das iniquidades de cidadania. Mas, num país democrático, é ridículo falarmos em coesão territorial sem equacionarmos a (coesão) representatividade política. Não é aceitável que quase 2/3 do território tenha na Assembleia da República cerca de 30 deputados em 230. Tenhamos novas atitudes olhando para a coesão territorial como uma ambição realmente objetiva e séria. Apurando as contas de todas as dimensões da vida em sociedade. Particularmente, a felicidade humana, a ambiental, a económica e, obrigatoriamente, a dimensão política! Se fizermos as contas bem feitas, a dívida para com os territórios do "interior" é imensa!

o transporte destes pólenes na atmosfera. Se sofremos de alergia relacionada com a primavera, há determinados cuidados que devemos ter e recomendações que devemos seguir. A DGS recomenda: - Cumpra o ser plano de tratamento - Reduza a atividade física no exterior, em particular de madrugada - Não corte a relva - Evite fatores desencadeantes - Siga as recomendações do seu médico - Leia os boletins polínicos (Rede Portuguesa de Aerobiologia) Mesmo dentro de nossas casas, há cuidados que podemos ter, de forma a minimizar este problema, nomeadamente: manter a casa limpa (o pólen dos pinheiros é muito fino e deposita-se nas superfícies); eliminar tapetes e mobiliário que seja revestido a tecido; manter portas e janelas fechadas (nas alturas de maior concentração de pólenes); viajar de carro com os vidros fechados; evitar ter plantas dentro de casa. Há ainda outro fator que pode agravar a reação alérgica do nosso organismo aos pólenes, que é o fumo do tabaco. Se é fumador deve saber que este fator agrava a reação alérgica, pelo que, este é mais um bom motivo para deixar de fumar. Se sofre com estes sintomas na altura da Primavera consulte o seu médico. É importante que se faça um diagnóstico correto e atempado, para que seja possível a implementação de um tratamento de prevenção, para evitar complicações desta doença e promover uma melhor qualidade de vida. Aproveite a Primavera, sem que ela lhe retire o prazer de a viver! 



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Região

Mostra de Teatro do Douro termina este sábado na Régua No próximo dia 28 de maio sobe ao palco do Audir a peça “Precisa-se um cadáver” encenada por Beto Coville, que marca o fim da Mostra de Teatro do Douro. No final a cerimónia de encerramento contará com a presença de representantes dos grupos de teatro participantes e dos municípios que receberam os espetáculos da edição de 2022.

toda esta dinâmica que se move em torno da Mostra de Teatro do Douro. Os grupos estavam ansiosos por regressar e voltaram com muito dinamismo e vontade de produzir com mais qualidade. O teatro não profissional está, na nossa região, num caminho muito interessante. Mas é importante também que se perceba os motivos de alguns grupos não terem conseguido retomar a atividade. Queremos muito que todos regressem com a máxima força. Reparamos ainda que o público ainda tem algum receio. Dois anos sem atividade cultural com os padrões que tínhamos pré-pandemia deixaram marcas no público. Temos que continuar a trabalhar para rapidamente fazer esquecer este período difícil que vivemos”.

No total e Mostra de teatro do Douro levou esta iniciativa a seis municípios, num total de sete espetáculos. Sabrosa, Santa Marta de Penaguião, Carrazeda de Ansiães, Pinhão, Alijó, e no próximo sábado, Peso da Régua, foram os palcos que receberam as peças teatrais. Luís Almeida, Presidente da Associação Vale d Ouro, organizadora da Mostra, em declarações ao nosso jornal faz um balanço positivo desta edição. "Atendendo ao contexto de pós-pandemia e de aumento do número de casos decorrente da redução drástica de medidas de proteção, por estes dias, o balanço terá forçosamente que ser positivo porque finalmente conseguimos retomar o festival. No entanto, esta foi uma edição mais curta do que a tínhamos prevista em 2020, com menos espetáculos e provavelmente com menos público. Esperamos chegar aos 750 espectadores depois do encerramento no próximo sábado na Régua”. Para o responsável pela iniciativa, esta foi uma edição especial, marcada pelo regresso pós-pandémico, algo que também as companhias participantes foram expressando. Foi muito especial voltar a contactar com o público, com os grupos de teatro e viver

Resende

Festival da Cereja de Resende realiza-se em dois fins de semana As cerejas vão ser recebidas em festa nos próximos dias 28 e 29 de maio e 4 e 5 de junho, com a realização do XX Festival da Cereja pelo Município de Resende, reunindo mais de 100 produtores que disponibilizarão este precioso fruto a preços especiais.

Nos dois fins de semana, para além de cereja, os visitantes podem contar com animação de rua e animação musical itinerante, bem como animação infantil para os mais pequenos, com diversas atividades e muita diversão. A venda de produtos locais, como artesanato, vinhos, licores, compotas e as Cavacas de Resende, também vão estar ao dispor de quem nos visita. No dia 28 de maio, destaque para a transmissão do programa "Aqui Portugal" da RTP que vai estar em direto do certame, das 11h00 às 13h00 e das 14h30 às 19h00, numa emissão que vai apresentar o melhor que o

concelho tem para oferecer. No dia 5 de junho, o Festival da Cereja celebra o Dia Mundial da Criança com o espetáculo infantil "O Ruca", a partir das 15h00. Um dos personagens mais queridos dos mais novos, que promete muita música, diversão, magia e alegria. De referir, ainda, que a venda de cereja vai prolongar-se durante todos os fins de semana e feriados do mês de junho. Com 20 anos de história, a 1.ª edição do Festival da Cereja, realizou-se no dia 19 de maio de 2002, com milhares de pessoas a acorrerem a Resende para participar nesta grande festa, que mobilizou toda a população para este evento, marcando um novo ciclo promocional do concelho e do seu produto de excelência. Com um grande sucesso desde a sua primeira edição, o Festival da Cereja afirmou-se no país como o maior evento dedicado a este precioso fruto. Recorde-se que é na zona ribeirinha do Douro, em Resende, que se colhem as pri-

meiras cerejas de toda a Europa, que conseguem chegar ao mercado duas a três semanas antes em relação às cerejas produzidas nas restantes regiões de Portugal. Os consumidores de todo o País aguardam com grande expetativa a chegada das cerejas de Resende ao mercado, pois são conhecidas pelo seu maravilhoso aspeto, com uma epiderme vermelha bem pronunciada, pela crocância e, principalmente, pelo seu sabor doce conferido pelas condições de um clima quente e pelas características do solo exponenciado pelas encostas sobranceiras do rio, que permite a maturação precoce deste fruto que é o ex-libris do concelho. O Festival da Cereja da Resende insere-se na Operação "PROVERE Valorização, dinamização e promoção turística da região: Ação 1 Destino Turístico", promovida pela CIM do Tâmega e Sousa e cofinanciada pelo Norte 2020, Portugal 2020 e União Europeia, através do FEDER Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. 


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Regresso da Feira de Santa Cruz foi êxito de público Conhecida popularmente por “3 de Maio”, a Feira de Santa Cruz ofereceu, ao longo de cinco dias, um leque variado de atividades tradicionais. Ultrapassada a suspensão dos últimos dois anos, o Município de Lamego voltou a organizar a Grandiosa Feira de Santa Cruz, um evento de arte equestre de raiz popular que atraiu a atenção de milhares de aficionados. As Corridas de Passo Travado, realizadas pela primeira vez na vila de Cambres, foram o momento mais alto do certame. O cavaleiro Vítor Hugo, montando a "Milu", superou na pista toda a concorrência. Para o Presidente da Junta de Freguesia de Cambres, Avelino Magalhães, "foi uma honra enorme receber esta corrida, devia repetir-se todos os anos”, acrescentando um agradecimento “ao vereador José Pinto por ter tornado isto possível”. O autarca sublinhou ainda as condições encontradas no local para a realização do evento, deixando um desafio ao edil lamecense para levar mais eventos às freguesias. “Temos aqui todas as condições para receber este tipo de eventos. Cambres é uma das freguesias de Lamego e era importante que as festividades começassem a dispersar pelas freguesias e não apenas na cidade". No final, a organização atribuiu o Prémio "Rufino Rilhado" a Maria Liliana Monteiro, tendo em conta a sua ligação, desde há muitos anos, aos cavalos, a Lamego e à tradicional Feira de Santa Cruz. “Por estes dias, respirou-se um ambiente

único numa das feiras mais típicas da região. A escolha do local para a realização deste evento foi um risco assumido pela Câmara Municipal, garantindo a segurança e a boa realização das corridas de cavalos, mas que valeu a pena, considerando a fantástica moldura humana que marcou presença da qual saiu visivelmente satisfeita. Este é um

evento que terá de evoluir para outro patamar de qualidade potenciando-o como um produto turístico de excelência ligado à arte equestre mantendo a tradição”, afirmou José Pinto, Vereador das Atividades Económicas da Câmara Municipal de Lamego. Francisco Lopes, autarca lamecense, es-

tava também satisfeito pela "moldura humana presente nas bancadas e em todos os momentos que marcara estes dias da Feira de Santa Cruz". O edil sublinhou ainda as "raízes profundas" que este evento tem na população, garantindo que o mesmo "é para manter". Lembrando também que "a realização deste evento é o marcar do regresso a uma vida mais normal, com diversos eventos até ao final do ano". Francisco Lopes deixou ainda a garantia que a mudança de local deste ano foi "por necessidade, visto que o espaço onde habitualmente se realiza a feira, o Parque Urbano, se encontra em obras". A beleza ímpar do mundo equestre também esteve em destaque com a realização de vários outros eventos: passeios equestres, desfiles de charretes, a Feira de Equídeos e a noite de fados de Coimbra. O certame foi co-financiado pelo FEDER, no âmbito do projeto de “Valorização dos Produtos Endógenos do Concelho de Lamego”.


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VIVADOURO MAIO 2022

Opinião

Eduardo Rosa Vice-Reitor para a Investigação da UTAD

Como responsável da Investigação na Universidade Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), não poderia deixar de assinalar, nesta coluna, as comemorações dos 25 anos da Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT), que, ao longo de 2022, estabeleceu um ciclo de conferências. A primeira arrancou a 14 de janeiro no Teatro Thalia, em Lisboa, e no próximo dia 22 de junho, a UTAD orgulha-se de receber um desses eventos subordinado ao tema “Atividades e Projetos de I&D”. Esta instituição, que teve a sua génese na Junta Nacional de Investigação Científica e

Célia Ramos Vice-Presidente da CCDR-NORTE

Estamos em plena comemoração dos 20 anos da classificação do Alto Douro Vinhateiro como Património Mundial. O ponto de partida para esta celebração é o pensar o futuro coletivamente, começando por uma autoavaliação e tomada de consciência sobre o caminho percorrido. Apesar das dificuldades inerentes à dimensão, diversidade territorial e multiplicidade de fatores, olhando para trás é possível e justo reconhecer que esse caminho foi feliz e é esperançoso, não só no que respeita à preservação e salvaguardados dos valores e atributos patrimoniais, culturais e ambientais do Alto Douro Vinhateiro, como à melhoria generalizada e significativa da realidade socioeconómica do terri-

Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)

Sessenta e oito produtores sediados na Região Demarcada do Douro foram até Düsseldorf, na Alemanha, mostrar a excelência dos vinhos que se produzem na região. Durante os três dias da Prowein, milhares de pessoas passaram pelo stand do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP), entre distribuidores, profissionais da fileira, da gastronomia e da hotelaria, o que atesta da projeção dos vinhos da região nos mais diferentes mercados. O balanço desta presença é largamente positivo. Porque as exportações representam uma parcela muito importante, às vezes a mais

Os 25 anos da FCT, esteio do nosso sistema científico Tecnológica ( JNICT), tem sido o suporte do desenvolvimento científico em Portugal. Alguns números espelham esta importância. O investimento em ciência, em Portugal, aumentou quase 10 vezes, passando de 577 milhões de euros (0,56% do PIB) em 1997 para 5236 milhões em 2020 (1,62% do PIB); o investimento correspondente à FCT passou de 87 para 530 milhões de euros. A evolução destes números é acompanhada pela grandeza do envolvimento dos investigadores em ciência, que passou, neste mesmo período, de 15752 Equivalente a Tempo Integral (ETI) para 53174 ETI (de salientar que em apenas 3 anos, entre 2005 e 2008, se registou uma duplicação, passando de 20000 para 40000 ETI), dos quais 41,3 em empresas. Este valor ficou um pouco aquém da situação na União

Europeia, em que se atingiram os 55,4%, deixando bem patente o esforço que o setor empresarial está a colocar na investigação e inovação. Por sua vez, na União Europeia, registou-se um crescimento de 40,5% entre 2010 e 2020, tendo atingido os 1,89 milhões de ETI. Em Portugal, este esforço em recursos humanos, que quase quadruplicou em 25 anos, traduziu-se também num não menos impressionante crescimento em número de publicações científicas, que passaram de 3177 (0,2/ETI) em 1997 para 31653 (0,6/ETI) em 2020. O apoio à qualificação dos recursos humanos é uma das atividades nobre da FCT, através da atribuição de bolsas e contratos de investigadores, que, em 2021, ascendeu aos quase 3000 que se encontram em execução. Aqui, deixo uma nota positi-

va sobre a visão do então Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Professor Manuel Heitor, que, numa mudança arrojada de política em 2016/17, encetou uma transformação gradual da precariedade dos bolseiros doutorados em contratos de investigadores, fomentando o emprego científico e criando estabilidade não só nos recursos humanos, que se perpetuavam com bolsas individuais, mas também nas próprias instituições que os acomodavam. Todavia, estamos conscientes que este processo não se esgota com esta medida. O sistema científico e tecnológico nacional pode contar com a FCT, porém, cada vez mais, deve ser dirigido para os concursos e oportunidades de financiamentos dos Programas Europeus.

Douro Património Mundial. Quando comemorar é refletir coletivamente. tório. Mas este desempenho não é isento de ameaças nem desobriga de novos compromissos coletivos em prol da sustentabilidade e do desenvolvimento. Importa, pois, consolidar esse compromisso coletivo através de um modelo de gestão adaptativo, colaborativo e capaz de assegurar aquela sustentabilidade e a coesão socioeconómica de um território num contexto feito de permanente mudança, com o recurso ao conhecimento, à capacitação e à inovação tanto a tecnológica como a social. Com efeito, as pessoas são o maior ativo da região e só com elas se poderá encarar os multiformes desafios que se colocam nos próximos vinte anos: potenciar em prol do território a riqueza natural, cultural e patrimonial excecional que o Alto Douro Vinhateiro detém; ultrapassar, com resiliência, o efeito recessivo da pandemia; promover a mitigação do desequilíbrio sociodemográfico

e correspondente tendência de esvaziamento do território e envelhecimento da população; suprir a falta de mão-de-obra qualificada para os trabalhos inerentes à vitivinicultura; interpretar em práticas e soluções as ameaças dos efeitos das alterações climáticas. Também a localização geográfica e estratégica privilegiada, na sua relação com os outros sítios classificados da Região Norte e da vizinha Espanha, deve ser aprofundada, mantendo uma função secular de corredor de povos e culturas. O aumento do turismo e o reconhecimento mundial do seu Valor Universal Excecional foram determinantes para o desenvolvimento integrado, para a criação de emprego, melhoria de vias de comunicação, abertura a novos mercados, contacto com novas culturas e novas realidades e um avanço tecnológico na cultura da vinha, que lhe permitiu assumir uma posição de destaque ao nível nacional.

No imediato, o programa comemorativo dos 20 anos de classificação, que se prolonga durante um ano, até 14 de dezembro de 2022, inclui um conjunto de iniciativas desenvolvidas pelo grupo de instituições regionais ligadas ao Douro Património da Humanidade. Para além de assinalar publicamente a data e o seu significado, o programa apresenta um pendor prospetivo e reflexivo, bem como de marketing territorial cujas ações procurarão valorizar a identidade regional. Para um futuro de sucesso, torna-se vital continuar a fomentar um sentimento sustentável de autoestima e pertença das comunidades locais, valorizando a identidade cultural e o património material e imaterial, a par de todos os fatores identitários e diferenciados do Douro enquanto território simultaneamente humano e económico de excelência.

A importância do regresso das feiras setoriais para a dinamização do mundo dos vinhos importante, no volume de vendas e faturação das empresas, a presença numa mostra como a Prowein acaba sempre por ser um momento privilegiado para reforçar a visibilidade dos nossos vinhos. Tanto mais que estamos a falar de uma realidade de seis mil expositores, representativos de 62 países e mais de 60 mil visitantes. E foi bom ver, no próprio acontecimento, que as denominações de origem Porto e Douro estão no top of mind do mundo da enofilia. O regresso das feiras presenciais é, pois, uma excelente oportunidade para alavancar as vendas do setor, mas também uma janela para estabelecer novas parcerias e alinhavar estratégias. Nesta feira, a mais conceituada do setor ao nível mundial, estão presentes produtores à escala planetá-

ria, o que permite o aquilatar de novas tendências e, eventualmente, ajustar o rumo a seguir, com o intuito de consolidar posições no mercado e reavaliar as melhores formas de promoção dos nossos vinhos. A comitiva da Região Demarcada do Douro constatou, na Prowein, o reforço do networking entre toda a indústria, essencial para o aperfeiçoamento das relações já existentes e para a troca de know-how entre as várias delegações. O peso que o orçamento do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. dedica à promoção teve no ano passado um aumento considerável e os resultados são notórios. Foi 2021 um ano histórico em termos de vendas de vinhos do Douro e do Porto, que atingiram um valor superior a 600 milhões

de euros, com o vinho do Porto a faturar mais de 330 milhões de euros em exportações, enquanto o Douro ficou acima dos 70 milhões de euros. São números que nos encorajam, mas que temos a ambição de ultrapassar já este ano, apesar do conflito armado na Ucrânia ter trazido muita incerteza aos mercados. Continuaremos o nosso rumo de pedagogia e formação em Portugal e nos mercados internacionais, procurando chegar a mais públicos profissionais, mas também ao meio académico e ao canal HORECA. Temos as ações de promoção externa concentradas em mercados tradicionais, mas também em mercados emergentes. E acreditamos que ainda temos muito para crescer!


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