Jornal_VivaDouro_ed89_julho_2022

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Ano 7 - n.º 89 - julho 2022

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|Diretor: Miguel Almeida | Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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UNIVERSIDADE PORTUCALENSE Aqui começa o futuro.

CANDIDATURAS ABERTAS | 2022/23 LICENCIATURAS | MESTRADOS | DOUTORAMENTOS | MBA | PÓS-GRADUAÇÕES, nas seguintes áreas: Arquitetura e Urbanismo | Diplomacia | Direito | Economia | Educação | Educação Social | Engenharia Industrial | Engenharia Informática | Gestão | Marketing | Multimédia e Artes | Património e Cultura | Psicologia | Relações Internacionais | Sistemas de Informação | Turismo e Hospitalidade

ALTERAÇÕES CLIMÁTICAS Acontecimentos das últimas semanas indicam que o tempo se está a esgotar para adoção de medidas Seca, granizo e incêndios desesperam agricultores e populações > Págs.4/5

Torre de Moncorvo Festival do Solstício deu as boas vindas ao verão > Pág.6


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VIVADOURO JULHO 2022

Editorial José Ângelo Pinto Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT Estimados Leitores, Os mais importantes fatores indutores de igualdade ou de promoção das pessoas, aquilo que é, genericamente, designado por elevador social são as entidades da economia social e as associações e coletividades culturais, desportivas e de defesa de grupos de interesse, como, apenas por exemplo, as associações de pais, os clubes desportivos, as associações de todas as espécies e mesmo os grupos informais, como os de jogos de salão ou de café. São fatores de indução da igualdade porque promovem fortemente o desenvolvimento, abrindo a porta do elevador social a todos aqueles que participam como voluntários, atletas, jogadores, etc. na sua coletividade; pois o que se aprende com os colegas é sempre muito mais do que aquilo que levamos para os outros aprenderem. Toda a minha vida tive ligações a inúmeras entidades deste tipo e preteri, por diversas ocasiões, negócio puro muito bem pago, por reuniões de uma qualquer coletividade, sendo que, apesar da minha agenda complexa, muito raro é a minha ausência ou falta a uma reunião em que tenha a obrigação moral ou institucional de estar presente. Sempre o fiz, não só na perspetiva altruísta de apoiar e ajudar a instituição a desenvolver os seus objetivos, mas também na perspetiva egoísta de aprender mais e perceber melhor como funcionam organizações complexas e melhorar o conhecimento que tenho sobre as pessoas e a forma como se organizam para promover o desenvolvimento societário. Por vezes, é com muita frustração que observo a ingratidão dos poderes políticos perante as pessoas e as organizações que abnegadamente colocam esforço para fazer a sua parte para melhorar o mundo e depois são ostracizadas ou até perseguidas por causa disso. Antes que alguns procurem na arca das memórias em que momento isso pode ter acontecido comigo, declaro desde já que não falo de mim próprio nesta circunstância, mas sim de casos que conheço em que as pessoas que tanto fizeram para melhorar a qualidade de vida e promover o elevador social de outros depois são “mal” tratadas pelos poderes políticos. Sendo que “mal” tratadas pode ser uma atitude tão simples como ignorar os contatos ou não aparecer numa cerimónia. Mas é nas coisas simples e na comparação de comportamentos que se lê as entrelinhas e que se percebe a (des)consideração que é merecida. Ou não é merecida... Tenho a certeza de que os políticos que o fazem não têm essa intenção. A maior parte das vezes nem percebem que o estão a fazer; isto porque a maior parte dos políticos percebe pouco de inteligência emocional e estão cercados de pessoas que lhes dizem que sim a tudo, idolatrando-os, o que faz com que se afastem da realidade e vejam tudo o que acontece com os óculos das cores dos partidos a que pertencem. Aqueles que conseguem ver para lá da bruma dos assessores e percecionam o trabalho que é desenvolvido nas coletividades, associações e outras organizações da sociedade civil, reconhecem a sua importância e dos seus dirigentes, acarinham e apoiam sem reservas (não falo de dinheiro, isso é outra história) as ações que são desenvolvidas, ignoram as origens filosóficas e politicas dos que dirigem as instituições e o fazem sabendo que muitas vezes essas pessoas dificilmente votarão no partido que representam; esses, sim, são os políticos excecionais que precisamos para melhorar o nosso país. E, felizmente, há muitos na nossa região!

PRÓXIMA EDIÇÃO 17 DE AGOSTO

SUMÁRIO: Destaque Páginas 4 e 5 Torre de Moncorvo Páginas 6 e 28 Mesão Frio Página 7 Penedono Página 8

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org POSITIVO Da próxima vindima irão resultar mais 12 mil pipas de vinho do Porto do que em 2021, ano que o benefício foi fixado nas 104 mil pipas, contra as 116 mil este ano.

Sabrosa Página 9 Armamar Página 10 Murça Página 12 Alijó Página 13 S. João da Pesqueira Página 14 Boletim Coopenela Páginas 15 a 18 Santa Marta de Penaguião Página 19 Freixo de Espada à Cinta Página 20 Entrevista Páginas 22 e 23 Carrazeda de Ansiães Página 25 Opinião Página 26 e 30

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NEGATIVO Este ano os incêndios na região duriense terão já queimado mais de 15 mil hectares, com especial destaque para o grande incêndio de Murça com mais de 10 mil hectares ardidos

António Fontaínhas Fernandes Professor Universitário

Agustina: Uma figura D’Ouro No passado dia 21 de junho, foi anunciada, em Amarante, uma programação ambiciosa para as comemorações do centenário de Agustina Bessa-Luís, cujas atividades sob o lema “Obediência e Revolta” terão início em 15 de outubro, data do seu nascimento. Com mais de cinquenta títulos publicados, entre romances, contos, peças de teatro, biografias romanceadas, crónicas de viagem, ensaios e livros infantis, Agustina é uma ilustre figura da literatura e cultura portuguesa, indelevelmente ligada ao Douro, região que marca fortemente a sua vida e a sua ficção. Por este motivo, a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, seguramente interpretando o sentimento de muitos durienses, em 2018 homenageou a escritora com a outorga do grau de Doutor “honoris causa”. Como a própria escritora referiu, o Douro é espaço de criação e liberdade, pois está ligado à primeira visão, a esse primeiro abrir os olhos para o mundo. É a partir desse olhar primevo, que

Agustina parte para o mais vasto mundo dos lugares e personagens literárias que compõem o seu universo romanesco. Qualquer que seja o lugar onde se situa a ação dos seus romances, a imaginação de Agustina volta sempre às terras que a viram nascer — o território entre Douro e Minho. Por isso se justifica que, entre a vasta programação das comemorações, se destaquem uma agenda integrada e um conjunto de ações ancoradas no território físico e imaginário da autora. Em boa hora a Comissão de Coordenação e de Desenvolvimento Regional do Norte incentivou a criação de um consórcio que integra sete municípios da região, todos eles relacionados com a vida de Agustina, que se associaram a diversas instituições do Norte, tendo como objetivo tornar as comemorações do centenário de Agustina num reconhecimento conjunto da vida e da obra de uma figura de relevo da cultura e literatura portuguesa contemporânea. 

Registo no ICS/ERC 126635 | Número de Registo Depósito Legal: 391739/15 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 | Diretor Adjunto: Carlos Almeida | Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 | Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 / 910 599 481 | Paginação: José Gonçalves | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4510-698 Fânzeres | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivadouro.org/vivadouro | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Avenida Barão de Forrester, nº45 5130-578 São João da Pesqueira | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: Av.ª da Republica nº6 1º Esq. 1050-191 Lisboa | Colaboradores: Ana Luísa Santos, André Rubim Rangel, António Cunha, António Fontaínhas Fernandes, Beatriz Oliveira, Carlos Rodrigues, Emília Sarmento, Eduardo Rosa, Emídio Gomes, Gilberto Igrejas, Guilhermina Ferreira, Helena Pereira, Luís Alves, Paulo Costa,Ricardo Magalhães, Sandra Neves, Sílvia Fernandes e Tiago Vieira. | Impressão: Luso Ibéria Avenida da República, Nº 6 - 1050-191 LISBOA Contacto: 914605117 comercial@lusoiberia.eu| Tiragem: 10 mil exemplares


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A CADA DIA UMA NOVA FESTA 22 DE JULHO > 16 DE AGOSTO

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RITA GOMES E JORGE ALMEIDA

PROCISSÃO DO TRIUNFO FUNÇÃO PÚBLIkA ARRAIAL DO RIO DJ’S AGOSTO

PROCISSÃO DO TRIUNFO AMOR ELECTRO DJ’S


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VIVADOURO JULHO 2022

Destaque

Alterações climáticas deixam região A braços com uma seca histórica, o concelho de Carrazeda de Ansiães foi assolado, no espaço de sensivelmente um mês, por uma tempestade de granizo e um grande incêndio. Partindo do planalto transmontano fomos tentar perceber como as alterações climáticas têm afetado a agricultura duriense e que medidas estão e podem ser tomadas para mitigar os seus efeitos. O município transmontano é um dos mais afetados pelas consequências das alterações climáticas, algo que deixa o autarca local, João Gonçalves, "muito apreensivo e preocupado", como admite à nossa reportagem. "Este ano já tivemos um episódio de granizo muito intenso que afetou cerca de 50% da área produtiva com perdas na casa dos 80%. Também tivemos um grande incêndio, e vivemos um período de seca extrema. Tem sido um ano de ocorrências complicadas mas temos que olhar para elas não só episodicamente, mas como consequência das alterações climáticas que tornarão a sua ocorrência mais frequente".

FALTA DE ÁGUA PREOCUPA

No entender do autarca, a situação mais preocupante é a seca. Com a albufeira que abastece o município em níveis mínimos, estão a ser ponderadas uma série de medidas que ajudarão a prolongar o fornecimento de água à população, situação que, se nada mudar, pode deiar de ser possível já em outubro. "Aqui em Carrazeda de Ansiães o sistema público de abastecimento de água depende, quase na totalidade da albufeira da Fonte Longa, que é uma pequena albufeira com a capacidade máxima de 900 mil metros cúbicos, e portanto, não tendo chovido este ano está num nível muito baixo. Desde o início do mês de maio reunimos com a concessionária para fazer o ponto de situação que, sendo preocupante levou-me de imediato a contactar a Agência

João Gonçalves, presidente da CM de Carrazeda de Ansiães

Portuguesa do Ambiente (APA), no sentido de referenciarmos esta dificuldade e solicitarmos o apoio para começarmos a agir no sentido de mitigar os efeitos desse nível tão baixo da albufeira. Numa projeção, usando os consumos médios habituais, a albufeira apenas nos garante o abastecimento até finais de outubro. A APA assumiu um papel de coordenação, reunindo uma série de entidades, gizando um Plano de Emergência e Contingência, e foram tomadas algumas medidas em especial de sensibilização da população apelando ao consumo controlado". No que diz respeito às medidas de mitigação o município começou por dar o exemplo, passando a utilizar "água proveniente de outras fontes de abastecimento para a rega e para as piscinas descobertas municipais que ficam ainda sem os balneários para evitar consumos excessivos". À população, o "fornecimento intermitente de água chegou a ser ponderado" mas é uma solução "muito complicada de adotar" no sistema que o concelho usa. Outra medida em ponderação é o aumento do tarifário nos escalões mais elevados, "como forma de desincentivar o consumo excessivo para fins que não são essenciais". Por forma a aportar mais água ao sistema foi já aberto um concurso público para a captação de água no rio Tua, por meios terrestres. Para João Gonçalves, além do fornecimento às populações a falta de água é também preocupante para a agricultura, em especial para a maçã, fruto de excelência do concelho. Para fazer frente aos problemas causados pela falta de água a autarquia tem já um projeto para a construção de uma barragem para regadio. "Temos a preocupação de dotarmos a

nossa agricultura com um sistema de retenção de água e perímetro de rega que permita os nossos produtores serem mais competitivos no mercado, nomeadamente os pomares de macieiras que contribuem já muito para a economia local. Os produtores têm recorrido às suas charcas particulares mas isso no futuro pode já não ser suficiente. Temos desenvolvido algum trabalho no sentido de conseguirmos esse objetivo da construção de uma barragem. Já no início do anterior mandato encomendamos um estudo de regadio estratégico para o concelho que identificou um local que é de longe o mais favorável para esse desígnio. Curiosamente é uma albufeira que, a ser construída, ficaria muito próxima da Fonte Longa, o que poderia no futuro ter outras vantagens no abastecimento da rede. Estamos em fase de estudo prévio, já fizemos o estudo de impacto ambiental que está a ser estudado neste momento e temos a expectativa que possa ser uma das tais medidas que a médio/longo prazo possa ser uma solução para ambas as dificuldades". A falta de água e a construção de duas barragens é igualmente uma reivindicação do autarca moimentense, Paulo Figueiredo, que também se depara com graves problemas devido à seca. "O tipo de fruticultura que se produz em Moimenta da Beira requer muita água para termos um fruto nas condições perfeitas de comercialização. Já pedi reuniões com a Ministra da Agricultura porque temos aqui projetadas, já do passado, duas barragens para o nosso município e eu quero acelerar esses projetos. São processos demasiado demorados mas neste momento não há tempo a perder, não havendo barragens a nossa agricultura vai sofrer bastante, essencialmente a maçã".

LUTA CONTRA O GRANIZO

Se para solucionar a questão da seca o município ainda aguarda pelas barragens, na luta contra o granizo a situação é diferente, tendo mesmo tomado a iniciativa de instalar canhões anti-granizo no concelho, 12 até ao momento, sendo de esperar a instalação de mais 29 para cobrir toda a área produtiva de Moimenta da Beira. "A nossa estratégia na área da fruticultura passa por este tipo de investimentos. Estamos a tentar ver juntamente com a administração central o apoio para este investimento que para nós é preponderante. Estamos a falar de áreas de negócio que mexem muito com a nossa população, a brincar por vezes até digo que é o nosso petróleo. Há muitas famílias que dependem deste setor de atividade por isso não podíamos deixar de abraçar uma solução para um dos grandes problemas deste negócio. Do que sabemos é algo que está ao nosso alcance. Temos muitos agricultores que de outra forma não tinham nenhuma solução para protegerem as suas culturas do granizo. O outro sistema conhecido e que também é bastante eficaz é a rede, mas para a instalar é preciso que os pomares estejam preparados para isso, o que não acontece com grande parte deles que já são mais antigos. Para além disso, o custo por hectare para a instalação das redes é muito mais elevado do que os canhões. A rede fica, sensivelmente por 20 mil euros por hectare, nos canhões falamos de 40 mil euros para cobrir 80 hectares, ou seja, a relação custo-benefício nem se compara. Este tipo de investimento cobre não só os grandes produtores mas também os mais pequenos, daí a vantagem desta opção e daí o investimento feito pela autarquia".


JULHO 2022 VIVADOURO

Destaque

em alerta Também em Armamar este sistema preventivo tem vindo a ser instalado por iniciativa da Associação de Fruticultores local (AFA) em coordenação com a Cooperativa. José Osório, presidente da AFA, admite que o processo "sofreu alguns atrasos devido à atual situação internacional com o conflito na Ucrânia", contudo em breve serão instalados os restantes 36 canhões que assim se juntam aos 24 já instalados e em funcionamento. Em ambos os concelhos ainda recentemente os canhões estiveram em funcionamento e, quer o autarca moimentense como o presidente associativo admitem que já se evitaram perdas devido à queda de granizo. "Quero crer que no dia 5 de julho, ao final da tarde estiveram condições muito propensas à queda de granizo, que acabou por cair em concelhos à nossa volta mas aqui e em Armamar não caiu. Os canhões estiveram a trabalhar e não havendo a certeza absoluta, acreditamos mesmo que esse funcionamento evitou o granizo. Os produtores também o dizem.

VINHAS SEM PROTEÇÃO

Proposto em 2018 pela associação PRODOURO, o sistema anti-granizo proposto para as vinhas durienses está neste momento "na estaca zero", admite à nossa reportagem Rui Soares, presidente da associação. Com a vinda dos fundos do PRR a PRODOURO, juntamente com outras associações e instituições regionais e nacionais, formaram um consórcio com a finalidade de encontrarem financiamento para o projeto (que ronda os 900 mil euros) de instalação de uma série de lançadores automáticos, nos concelhos de Alijó e Sabrosa, de balões para a atmosfera que previnem a queda do granizo. "A consultora informou-nos que não tínhamos as condições para avançar com a candidatura. Voltamos à estaca zero, todo o esforço que fizemos, o compromisso assumido com os municípios para o financiamento de parte do projeto, volta tudo ao zero. É muito bom ter o apoio das autarquias e delas não exigimos mais porque sabemos que não podem fazer um esforço maior, tal como do lado da associação há o compromisso de garantir o pagamento do radar, que são cerca de 70 mil euros. Contávamos com o PRR para ser o complemento que nos faltava. Agora resta esperar por outra oportunidade, apareça quando aparecer. Finalmente temos sistemas ao nosso alcance dos quais nos podemos servir para controlar algo que até aqui não era possível. A única coisa que temos é a oração a Santa Bárbara, mais nada. A seca é um problema muito difícil de controlar, mas o granizo já está ao nosso alcance, por isso devemos aproveitar a oportunidade. Em França estes sistemas

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Paulo Figueiredo, presidente da CM de Moimenta da Beira

João Santos, investigador do CITAB-UTAD

têm sido instalados em todas as regiões".

Além disso temos também o problema de os recursos hídricos estarem cada vez mais escassos. Vamos ter lagos com menores volumes de água, rios com menores caudais podendo mesmo alguns, mais pequenos, secar completamente. Serão este tipo de situações que infelizmente nos esperam". Pra João Santos, é necessário repensar a floresta com maior cuidado, apostando em espécies mais resistentes e diferentes métodos de plantação a fim de evitar grandes incêndios no futuro. "Temos que pensar se queremos continuar a ter uma floresta com manchas de vários quilómetros de eucalipto e pinheiro bravo, em zonas de montanha quase inacessíveis. Temos uma densidade de plantação muito elevada e, com a situação de stress hídrico que se vive, aumenta o risco. Por exemplo, no Alentejo quase não ouvimos falar de incêndios apesar de ser uma região de temperaturas muito elevadas e em seca, porque não há tanta floresta e a que há é uma floresta mais resiliente, adaptada a um clima mediterrânico quente e seco. Ter um sobreiro aqui e outro a três metros de distância é muito mais fácil controlar o fogo. Temos que pensar que este tipo de florestas que temos em Portugal eram adequadas aos anos 50, 60, com as mudanças no clima das últimas décadas já não temos condições para ter este tipo de floresta. Se fizermos uma viagem de Lisboa a Viana do Castelo vimos sempre junto à costa na companhia dos eucaliptos. Num país que está a ficar muito seco, com falta de água, estamos a criar um barril de pólvora. Tem que haver um planeamento da floresta e da agricultura, tendo em conta os cenários".

FUTURO TRARÁ MAIS PREOCUPAÇÕES

João Santos é docente universitário na UTAD e investigador do CITAB, para o académico, a situação atual não é novidade e no futuro "este tipo de situações serão mais comuns no futuro, em especial a seca que é, de longe, a maior preocupação". De acordo com o investigador a situação climática atual era já uma realidade nos modelos de previsão do passado, situação que muitos desvalorizaram mas que se tem vindo a verificar, alertando o investigador para os atuais modelos que preveem um agravar da situação, em especial a falta de chuva que trará consigo graves problemas para a agricultura. "O verão em Portugal é habitualmente seco e quente, o problema é que estas condições se têm estendido para a primavera e o outono, o que significa que vamos ter muito menos precipitação do que estávamos habituados há umas décadas atrás. Já temos a noção que isto está a acontecer neste momento. Se há 20 anos atrás quando se apresentavam estes estudos ninguém acreditava e afirmava-se que os cenários estavam errados, o que hoje infelizmente estamos a constatar é que esses estudos estavam certos, portanto, temos que compreender que se os modelos foram capazes de prever aquilo que tem acontecido, então temos que ter alguma confiança sobre aquilo que nos dizem para as próximas décadas. A tendência é a mesma, a continuação da diminuição da precipitação, em especial no outono e primavera. No inverno a situação não é tão clara mas também se prevê a diminuição de alguma precipitação. Havendo menos precipitação os solos ficam mais secos, a vegetação vai entrar mais frequentemente em situações de stress hídrico que potencia uma secura muito grande da biomassa, aumentando, em consequência, o risco de incêndios.

INTERIOR CADA VEZ MAIS ABANDONADO

A ideia é comum a todos os interlocutores desta reportagem, o abandono do interior tem potenciado o abandono das terras e as alterações climáticas poderão levar a mais êxodo populacional, num

movimento "bola de neve" que potenciará ainda mais abandono de território. Paulo Figueiredo, autarca moimentense acredita que haja agora mais gente, sobretudo jovens, a quererem dedicar-se à agricultura, contudo, devido a todos estes constrangimentos este movimento pode ser interrompido levando-os a procurar novas alternativas. "Temos muita gente que chega à conclusão que vale a pena viver no interior e que se tem qualidade de vida mas toda a gente precisa de ter rendimento e há muitas famílias que vivem da fruticultura. Se não tivermos rendimento, se toda esta situação climática piorar, as pessoas certamente repensam o seu modo de vida. Muitos produtores fizeram grandes investimentos o que dificulta ainda mais todo o processo porque não é só perder o rendimento como não conseguir pagar esses empréstimos, é uma situação efetivamente grave". Já o autarca de Carrazeda de Ansiães, João Gonçalves, afirma que a aposta deve ser em medidas de médio/longo prazo que sustentem o futuro da região, podendo assim contrariar os efeitos das alterações climáticas que já se registam. "O grande desafio é tentarmos adequar as nossas medidas não só nas questões do dia a dia mas tentando ter uma visão de futuro. Tentar, dentro do possível, criar condições para que possam ser mitigadas algumas consequências dessas alterações climáticas, e tentar tornar o nosso sistema mais resiliente evitando tantos danos no futuro. Os autarcas têm que estar sempre muito atentos e resilientes, pensando nos problemas do dia a dia mas com projetos que farão a diferença talvez quando já não formos autarcas, mas que são essenciais para que estes territórios continuem a ter gente com o melhor nível de vida possível".

MEDIDAS URGENTES SÃO NECESSÁRIAS

Para o docente e investigados universitário João Santos não há dúvidas, é necessário adotar medidas urgentes para estancar este problema, em especial ao nível das emissões de carbono para a atmosfera. "O clima do norte de áfrica está a migrar para a europa. É isso que nos espera, não é um clima tropical como no Brasil, é mais um clima igual ao norte de África. Temos que trabalhar ao nível da mitigação, é uma área importantíssima que não podemos descurar. Enquanto falamos em mitigação estamos a falar de medidas que podemos tomar para reduzir a emissão de gases com efeito estufa. Enquanto não fizermos uma transição energética profundo que permita reduzir o consumo de combustíveis fósseis, não vamos ter um abrandamento do aquecimento global". 


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Torre de Moncorvo

Festival do Solstício celebrou chegada do verão A chegada do verão trouxe de volta o Festival do Solstício a Torre e Moncorvo dois anos após a interrupção devido à situação pandémica. O Solstício de verão marca o dia mais longo e a noite mais curta do ano no Hemisfério Norte, tecnicamente marca o início oficial do verão. É também uma das noites mais célebres e espirituais do mundo, associada tanto ao São João Batista quanto a rituais pagãos mais antigos. Em Torre de Moncorvo a data celebra-se através de um caldeirão artístico, cultural e ambiental no centro da vila que une as gerações, as comunidades e a natureza. Durante três dias decorreram diversas atividades, oficinas, ateliers, sessões de astronomia, concertos, performances e recriações de celebrações do Solstício de Verão dirigidas a todas as idades e repletas de atividades em família. Em comunhão com o Ambiente, o festival proporcionou ao público a oportunidade para expandir a criatividade, assim como fazer crescer com fantasia, arte, ciência, magia, saindo da caixa proverbial. Para Nuno Gonçalves, autarca moncorvense, este evento marca "o regresso dos afetos e dos abraços, já bem precisávamos deles porque as pessoas estavam a viver um momento de afastamento, aquilo que Moncorvo não quer”. "Este evento é isso mesmo, a alegria, a vivacidade, o encontro de gerações e uma coisa muito importante, alertar para as questões do ambiente e as alterações climáticas, para que as crianças possam desde logo perceber isso, neste Festival do Solstício". Na edição deste ano a autarquia decidiu ainda homenagear "uma grande figura de Moncorvo que foi Constantino, Rei dos Floristas, com uma pintura mural que está a ser executada neste contexto de street art", explicou Nuno Gonçalves que sublinhou ainda a importância da participação de diferentes parceiros da autarquia nas atividades. "Contamos aqui com todos os nossos parceiros, desde a escola Sabor Artes, a GNR, o CIARA, entre muitos outros. Isto está igualmente relacionado com o que são os nossos ofícios, mas também com aquilo que é o futuro e o futuro do nosso planeta depende de nós. Este solstício comemora não só aquele que é o maior dia do ano, mas também o renovar de todas as estações e deste espírito de alegria e convívio". Iniciado em 2015, o Festival do Solstício tem uma forte vertente dedicada aos mais pequenos, algo que para o edil moncorvense é importante, não só para passar os saberes dos mais velhos às novas gerações através das diferentes oficinas de ofícios no certame, como para dar a conhecer a qualidade de vida destes territórios. "As artes e os ofícios tradicionais são importantes porque só saberemos para onde queremos ir sabendo o que fomos no passado. Não nos podemos esquecer que estamos

TESTEMUNHOS

Maria Barbosa – Visitante (Gaia)

Temos casa de família em Torre de Moncorvo e vimos cá quase todos os fins de semana. Este tipo de iniciativas são espetaculares. Comparando com Gaia, onde vivo, é muito bom porque lá não temos esta oferta para as crianças, muito menos de forma gratuita, é fantástico.

José Nunes - Cesteiro

Para mim é muito interessante estar aqui e ver que há jovens que querem aprender esta arte. Hoje em dia há pouca gente a trabalhar no artesanato e em especial são idosos, por isso ver aqui estes jovens é especial. Já fiz disto vida mas agora é apenas um hobbie. Comecei em 2009 e no início fazia várias feiras, de há 4, 5 anos para cá tornou-se mais num passatempo. Esta arte tem alguns segredos e precisa de muita paciência e gosto, são trabalhos manuais. 

numa região vinhateira e que recentemente garantimos a distinção de Cidade Europeia do Vinho para 2023. Também isso está recriado neste evento através de uma exposição do Museu de Ferro mostrando que este Douro é de todos, que não nos divide, tendo duas margens para nos unir. Os municípios do interior têm esta dificuldade e desafio. O nosso desafio não é viver melhor que no litoral, porque isso já

vivemos, temos um conceito de vida muito melhor, o nosso problema é a fixação de pessoas. A fuga das pessoas destes territórios foi também fomentada pelo próprio poder central, naquilo a que chamo o duplo desperdício. Quando se faz um investimento no litoral já não chega para as pessoas que foram para lá. Estamos a falar de um país com 200 qui-

lómetros de largura que não devia ter litoral e interior, por isso prefiro dizer que nós aqui estamos no litoral da Europa, portanto, estes eventos são importantes para consciencializar as pessoas e para que percebam que temos qualidade de vida. Vemos aqui crianças a correr de um lado para o outro sem que os pais tenham que se preocupar com a sua segurança, por exemplo. 



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Penedono

Penedono regressou ao séc. XIV durante três dias

A Feira Medieval de Penedono regressou este ano às ruas da vila medieval, após dois anos de interrupção devido à pandemia Covid-19. Feirantes, taberneiros, artesãos ou mercadores, nobres, monges, cavaleiros, jograis e muitas outras personagens medievais, animaram o centro histórico da vila durante os três dias do certame, atraindo ainda milhares de visitantes. Entrar no centro histórico de Penedono é fazer uma autêntica viagem no tempo como descreve a autarca Cristina Ferreira á nossa reportagem. “Esta feira Medieval, para quem não conhece, é uma viagem no tempo, uma viagem ao passado. Quem conhece Penedono chega aqui e ingressa logo pelo centro histórico onde sobressai o nosso imponente castelo. Temos os artesãos, ofícios, tabernas e feirantes com produtos típicos da vivência no século XIV. Viver tudo isto numa vila tão característica e singular como Penedono é viver verdadeiramente uma Feira Medieval". Para a autarca, voltar a realizar o evento "é um momento de orgulho", destacando alguns momentos especiais ao longo dos três dias, "a Ceia Medieval que decorre nos Paços do Concelho, mas também o assalto ao castelo seguido de fogo de artifício, um momento que atrai sempre muitas atenções". Cristina Ferreira aproveitou ainda para

destacar o papel do agrupamento de escolas locais, bem como à IPSS e os centros de convívio do concelho pela participação que

tiveram na realização do certame, em especial no desfile inaugural. "Este ano gostava também de fazer uma re-

ferência específica de agradecimento ao envolvimento quer do nosso agrupamento de escolas e todos os seus alunos que abrilhantaram em muito o cortejo, à IPSS que também esteve no desfile com os meninos, aos centros de convívio com o projeto que temos para a terceira idade ativa, que é isto mesmo, esta envolvência das pessoas, e a toda a população em geral". O regresso da Feira Medieval às ruas de Penedono fica ainda marcado pelas obras de requalificação do castelo que se apresentou aos visitantes "de cara lavada", um motivo de orgulho para a autarca que sublinha a importância da intervenção para garantir a manutenção do património. "Quem visita Penedono durante estes dias repara que o castelo se apresenta diferente porque está a ser alvo de uma intervenção profunda a nível estrutural, que tem sido acompanhada pela Direção Regional de Património e Cultura. Esta intervenção era importante para ter mais segurança, mas também porque este é o nosso património, o nosso ex-líbris, o nosso castelo é magnífico. Reza a lenda que ali nasceu Álvaro Gonçalves Coutinho, o Magriço, o grande valente cavaleiro dos 12 de Inglaterra. Portanto, nada melhor que preservarmos um património que é importante para as gerações de hoje e para as futuras. É uma obra que se entende no tempo mas era necessária e que lhe tem dado ainda mais imponência, mais brilho. 


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Sabrosa

Dia dos avós comemorado na Quinta da Malafaia O evento comemorativo do dia dos avós aconteceu no passado dia 8 de julho, com o município a levar os seus avós ao arraial da Quinta da Malafaia. No evento participaram cerca de 680 avós do concelho de Sabrosa, distribuídos por 13 autocarros, que rumaram para a Quinta da Malafaia e passaram um dia em festa. Depois de um almoço convívio, vários foram os momentos de alegria, num arraial onde imperou a música, a dança e muita animação. Os avós do concelho participaram ainda nas marchas populares e

as festividades terminaram com um lanche e com a largada de balões. Nas comemorações a Presidente da Câmara Municipal, Helena Lapa, referiu que os avós “significam amor, dádiva, entrega, e significam o pilar da nossa sociedade” agradecendo desta forma a presença de cada um e desejando um feliz dia a todos. Depois de dois anos de pandemia e de distanciamento, esta foi a melhor maneira de celebrar um dia tão importante, regressando a casa “com o sentimento de dever cumprido”. 

Alunos do Pré-escolar terão refeições gratuitas no próximo ano letivo 2022/2023

Foi aprovada em reunião de executivo municipal a gratuitidade nas refeições para todos os alunos do ensino pré-escolar, do concelho de Sabrosa, para o ano letivo 2022/2023. Esta será mais uma im-

Município de Sabrosa reforça em 50% a medida de Incentivo à Natalidade

tante executivo municipal, fundamental e prioritário, revendo na educação um dos principais pilares de contributo para o desenvolvimento e sustentação do território concelhio. Todos os apoios podem ser solicitados nos Serviços de Educação e Ação Escolar, presencialmente no edifício do Auditório Municipal de Sabrosa (sem necessidade de marcação prévia) ou online, no futuro Portal da Educação, que irá ser apresentado brevemente e que será mais uma ferramenta ao dispor de toda a comunidade escolar. 

portante medida que agora o município de Sabrosa adota, e que vem complementar outras já em vigor, como é o caso da medida das creches gratuitas para todos os alunos, e que vem contribuir de forma decisiva como mais um motivo de fixação e atração de pessoas no nosso concelho. No próximo ano letivo, os alunos do ensino pré-escolar irão dispor de refeições, transportes gratuitos, e prolongamento de horário, enquanto os alunos do 1.º Ciclo do Ensino Básico continuarão a ter como apoios diretos: a disponibilização de refeições, comparticipadas de acordo

com o escalão da Ação Social Escolar; os transportes gratuitos; a componente de apoio à família; a atribuição de fichas dos manuais escolares (que abrange também os alunos do 2.º Ciclo do Ensino Básico) e de material escolar (apenas para os alunos dos Escalões A e B do 1.º Ciclo). Para os alunos do 2º e 3º Ciclo do Ensino Básico e Ensino Secundário, continuarão a ser disponibilizados transportes escolares gratuitos para todos. Este reforço de medidas de apoio é considerado pela presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, e res-

Sabrosa Summer Fest regressa com Anjos como cabeça de cartaz

Solstício de Verão comemorado no Município de Sabrosa

O Festival Sabrosa Summer Fest regressa a Sabrosa, de 03 de agosto a 09 de setembro. A edição de 2022 vai brindar o público com cinco espetáculos, tendo os Anjos como cabeça de cartaz. A programação deste festival, organizado pela Câmara Municipal de Sabrosa, acontece em alguns dos locais mais emblemáticos da vila sabrosense, ao ar-livre e com entrada gratuita. 

O Festival Medieval do Solstício de Verão aconteceu na madrugada de dia 21 de junho, na Necrópole Medieval das Touças, localizada na aldeia da Garganta. No âmbito das Jornadas Europeias de História e Arqueologia, que ocorreram de 17 a 19 de junho, promovidas pela Associação de História e Arqueologia de Sabrosa, no Polo Arqueológico da Garganta, o Festival Medieval do Solstício de Verão con-

sistiu na observação do nascer do sol com uma peça de teatro “Teatro Solo”, seguindo-se o “Ritual do Solstício” inspirado na literatura inglesa do Século VI, e encerrou com a musico-terapia e folk “EYE COLOR DREAMS”. No Festival esteve presente a Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, que mostrou o seu contentamento nesta iniciativa simbólica e com tanta história, no dia mais longo do ano que marca o início do Verão. O evento contou com a colaboração e organização do Município de Sabrosa juntamente com a Associação de História e Arqueologia de Sabrosa.

O Município de Sabrosa reforçou a medida de Incentivo à Natalidade implementada desde 2018 e que desde então não tinha sofrido nenhuma alteração até à data. De acordo com a Primeira Alteração ao Regulamento de Incentivo à Natalidade no Município de Sabrosa, publicada em Diário da República e em vigor desde o dia 20 de junho de 2022, as famílias passarão a receber um subsídio de prestação única, sempre que ocorra o nascimento ou adoção de

uma criança no concelho no valor de 1500€, ao invés de 1000€ como acontecia anteriormente. De salientar que o reforço do incentivo à natalidade surge, mais uma vez, no seguimento das prioridades do atual executivo que tem pautado a sua intervenção pela promoção de políticas sociais que visam melhorar a qualidade de vida dos seus munícipes, apoiando os indivíduos e famílias e, simultaneamente fomentar políticas de incentivo à família, enquanto pi-

lar fundamental de socialização, que conduzam quer ao aumento da natalidade quer à fixação das famílias quer à valorização das suas condições de vida. Conheça o regulamento e as condições de candidatura no site do município, ou presencialmente, no Gabinete de Ação Social da Câmara Municipal de Sabrosa. As candidaturas são feitas, exclusivamente, em regime presencial no Gabinete de Ação Social do município. 


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Armamar

O São João de Armamar 2022 Os Armamarenses voltaram a celebrar o São João, as Festas do Município, entre os dias 23 e 26 de junho. Depois de dois anos de interrupção face às restrições da pandemia a Câmara Municipal, promotora do evento, congratula-se por ter juntado de novo os Armamarenses em festa, celebrando as tradições que definem a nossa identidade. Foram seis as marchas populares que desfilaram na noite de 23, encantando os presentes com a cor, a luz e a alegria contagiantes. No final da tarde de 24, dia feriado municipal, voltou a sair à rua a majestosa procissão com a representação dos santos padroeiros de todas as freguesias, quadros bíblicos,

fanfarras, grupos de bombos e a Banda de Música de Salzedas. No palco das festas o destaque foi para David Antunes que regressou a Armamar, depois de ter estado na Feira da Maçã do ano passado. Foi mais uma vez um espetáculo memorável, que teve como artistas convidados duas figuras incontornáveis, Herman José e FF. Nos quatro dias de festa ainda estiveram em palco os artistas 7 Saias, Paulo Star, Império D’Ouro e os Rytmoshow. A última noite das festas foi reservada para a Festa da Juventude, com um espetáculo de Os Red e a música a seguir noite dentro aos comandos do DJ Marques. 

Começaram as obras do pavilhão gimnodesportivo Iniciaram-se os trabalhos de construção do Pavilhão Gimnodesportivo de Armamar, com as máquinas a fazer os primeiros trabalhos de demolição. Com a presente operação o município de Armamar aposta na melhoria das práticas desportivas e educativas, dado que a utilização deste equipamento será predominantemente escolar. A construção do pavilhão gimnodesportivo prevê um investimento total de 2.810.237.23 €, cofinanciado a 85% pelo fundo FEDER e com um apoio financeiro nacional de 134.545,50 €. O atual pavilhão era o único elemento que restava das anteriores instalações da antiga Escola C+S de Armamar, entretanto demolida para dar lugar a um novo conjunto de edifícios em 1996.

Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU) de Armamar

No âmbito da implementação do “Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU) de Armamar”, aprovado pelo NORTE 2020 e cofinanciado pelo FEDER, foram realizadas várias obras de requalificação de espaços públicos situados na zona central da vila de Armamar. Foram alvo de intervenção a requa-

lificação do espaço público da Rua Cândido dos Reis, requalificação do espaço público da Praceta 25 de abril, requalificação do espaço público do Jardim Imaculado coração de Maria, requalificação do espaço público da Misarela e requalificação do espaço público da Rua do Outeiro. 

Tomaram posse os novos membros do Conselho Municipal de Turismo Teve lugar no dia 30 de junho, no salão nobre do edifício da Câmara Municipal de Armamar, a cerimónia de tomada de posse dos novos membros do Conselho Municipal de Turismo (CMT) de Armamar, que deverão manter-se em funções até 2025. A nova equipa do CMT, presidida pelo Autarca João Paulo Fonseca, vai continuar o trabalho de consolidação de estratégias para o setor turístico e cultural de Armamar, com o objetivo de implementar medidas e projetos, estruturados e compatibilizados com o plano de atividades da Câmara Municipal. No ato, João Paulo Fonseca salientou a importância deste órgão para a valorização da oferta turística de Armamar e para a promoção do território. Lembrou a recente nomeação do Douro como Cidade Europeia do Vinho, com os desafios que daí se perspetivam para 2023 e a oportunidade de projetar Armamar e o Douro à escala global. A vereadora do Turismo, Cláudia Damião, destacou o trabalho realizado pelos anteriores conselheiros e solicitou aos novos empossados dedicação e entrega, para se cumprirem os objetivos traçados. O CMT foi criado há seis anos, enquadrado num contexto de crescimento turístico da região. É composto por representantes de agentes económicos locais, entidades públicas e privadas. Para além dos órgãos do município, estão representados os setores do vinho, empreendimentos turísticos, hotelaria e alojamento local, restauração, operadores turísticos, associações culturais e desportivas, empresas agroalimentares, os artesãos, e ainda a Associação de Fruticultores de Armamar, Turismo do Porto e Norte de Portugal, Museu de Lamego e Museu do Douro. 

REN oferece viatura aos Bombeiros Voluntários de Armamar

A REN-Redes Energéticas Nacionais, entregou uma viatura aos Bombeiros Voluntários de Armamar, no âmbito da sua política de apoio às comunidades locais, reforçando o compromisso da Empresa com a prevenção e combate aos incêndios rurais. A cerimónia teve lugar nas instalações da REN em Sacavém. Contou com a presença de João Paulo Fonseca, Presidente da Câmara Municipal de Armamar, que esteve acompanhado por Fernando Branquinho e Nuno Fonseca, Presidente e Comandante da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Armamar respetivamente.

Estiveram ainda o Presidente da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil, Brigadeiro General José Manuel Duarte Costa, o Vice-Presidente do Conselho Executivo da Liga dos Bombeiros, Rui Rama da Silva. Também se encontravam representantes das corporações de bombeiros de Benavente, Famalicão, Macedo de Cavaleiros, Miranda do Douro, Estarreja e Arouca, corporações igualmente contempladas. As viaturas pickup foram entregues por João Conceição, Administrador Executivo da REN. 


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Murça

Feira Franca Porca de Murça estreia novo formato com sucesso Normalmente realizada em maio, no dia do município, a Feira Franca Porca de Murça realizou-se este ano em julho por questões de segurança relativas à pandemia Covid-19. Mário Artur Lopes, autarca murcense, explicou a alteração da data do evento, garantindo que se o novo formato for bem aceite por todos os envolvidos, será para manter. “Este modelo é acima de tudo para experimentar, diferente do que tínhamos habitualmente em edições anteriores. Uma vez que em maio, altura em que normalmente esta festa se realizava, tínhamos ainda algumas dúvidas quanto àquilo que seriam as condições de segurança em termos pandémicos, não fizemos naquela altura. Surgiu a ideia de podermos trabalhar em sinergia com a Comissão de Festas em honra de N. Sra. Dos Aflitos e de S. Domingos, é uma ideia que estamos a desenvolver. Eu não promovo esta ideia se não tiver fé que isto tenha sucesso. No final faremos a avaliação e, se for do interesse de todos os envolvidos, repetimos”. De acordo com o autarca, o novo formato tem vantagens, desde logo a presença mais expressiva de emigrantes que aproveitam o verão para visitar a sua terra natal, ressalvando ainda a importância de um regresso à normalidade pós-pandémica. "É importante que aqueles que são da nossa terra, que gostam dela, e que estão emigrados tenham também a oportunidade de participar neste evento e não só segui-lo à distância, daí também esta junção numa data tão importante para a identidade de Murça. A sensação que temos neste momento é que, nada será como era mas, com cuidado, podemos ter coisas boas a potenciarem-se, é o que se pretende. Temos que manter os cuidados, ser realistas mas otimistas também. O Homem é capaz de ultrapassar tanta coisa que tenho a certeza que também saberemos ultrapassar toda esta situação". O coração da vila de Murça encheu-se de muita animação e tradição, para receber os milhares de visitantes que participaram no regresso da Feira Franca Porca de Murça, que decorreu entre os dias 8 e 10 de julho. A diversidade de produtores presentes pautou a edição deste certame, organizado pelo Município de Murça, que pretendeu dar a conhecer os principais produtos locais, com maior relevância para o vinho e azeite. A Feira Franca Porca de Murça, realizou-se, ao ar livre. A área estava dividida em três zonas, o espaço dedicado à gastronomia tradicional, na praça da alimentação, o espaço que contemplava os expositores dos produtores de vinho e azeite, e o local dedicado aos cerca de 50 expositores de diversos ramos da economia local, como o mel, a

doçaria conventual, os frutos secos, o fumeiro, o artesanato, máquinas agrícolas, e outros produtos do comércio e empresas regionais. O programa da Feira Franca, contou ainda, com muita animação musical, durante os três dias, com destaque para o concerto de Syro, que encheu por completo o recinto, de gente que pretendia ver o espetáculo do artista nacional. Para Mário Artur Lopes, a Feira Franca Porca de Murça é uma montra do que melhor se faz em Murça entre vinhos, azeite, frutos secos e doçaria conventual. "Procuramos apresentar o melhor a quem nos visita, que não é mais do que aquilo que nós próprios consumimos no dia a dia. Como alguém diria, satisfazemo-nos com pouco, bastamo-nos com o melhor”. 

TESTEMUNHOS João Pereira - Serra de Murça

A azeitona em Murça não tem nada em especial e tem tudo (risos). Quando se aposta na qualidade o resultado é o que obtemos e nós apostamos na qualidade. Temos o clima que temos e solos muito ricos, depois é adequar tudo isso às qualidade autóctones do nosso concelho, da nossa região, para conseguirmos o melhor azeite possível. É um trabalho com algum método, muita disciplina e profissionalismo. Divulgar uma marca nova, temos apenas três nos, é sempre bom num evento deste género. Estamos numa fase inicial, 70% da nossa produção só agora é que vai entrar em fase de produção máxima. Esta fase é de divulgação da marca e dos produtos, mais fora do concelho mas estar aqui também é importante para nós.

Gabriela Canossa – Vinhos Qta do Cabeceiro

É muito satisfatório para nós estar aqui, como enóloga é para mim muito importante o contacto com o consumidor para ter uma noção como as tendências vão evoluindo, até porque não bebemos todo o vinho que produzimos. Esta volta ao mundo real, à agitação e ao contacto com o público é muito importante para nós. Este produtor é o interposto fiscal mais pequeno da região, plantou as vinhas em 1989 e esperou que atingissem a sua maturidade até que em 2018 decidiu avançar com uma marca própria. Começamos com uma adega pequena, inicialmente com 45 metros quadrado, que entretanto já aumentou para 120, até porque a pandemia também nos obrigou a maiores stocks mas, mesmo assim não nos podemos queixar muito, fomos sempre tendo negócio. Com muitas entregas ao domicílio. As nossas vinhas são na sobreira onde há um pequeno filão de quartezito que dá uma mineralidade especial aos vinhos, que é normal encontrar em altitude e não tão junto ao rio.


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Alijó

“Presidência em Movimento” na Freguesia de Favaios A quinta ação da iniciativa “Presidência em Movimento” decorreu na Freguesia de Favaios, no passado dia 14 de julho. O Executivo Permanente do Município de Alijó visitou vários pontos da Freguesia e contactou com a população e instituições locais, juntamente com o Executivo da Junta de Freguesia. Dia 21 de julho, foi a vez do Executivo Permanente visitar a Freguesia de Sanfins do Douro. A iniciativa “Presidência em Movimento” é um périplo pelas 14 freguesias do Concelho, que arrancou em junho e vai prolongar-se até setembro, com o objetivo de aprofundar a participação cívica e política das comunidades na gestão autárquica, através de um contacto direto e mais informal entre cidadãos e autarcas. Todas as semanas, o Executivo Permanente dedica um dia a cada uma das freguesias do Concelho, aproveitando o momento para reforçar o diálogo com as associações, coletividades e outras entidades locais. A “Presidência em Movimento” pretende incentivar e aumentar a participação e integração das pessoas na dinamização e evolução das suas terras, contribuindo assim para a construção de um concelho mais coeso. 

Cidadãos residentes fora do país podem identificar e registar os limites das suas propriedades no BUPi

Os proprietários de prédios rústicos e mistos, situados no Concelho, podem identificar e registar os limites das suas propriedades, de forma simples e gratuita, no BUPi - Balcão Único do Prédio, que funciona na Câmara Municipal de Alijó. Caso seja um cidadão residente fora do país com propriedades em Portugal por localizar e registar, saiba como o pode fazer no BUPi, onde pode resolver todos os assuntos que respeitam aos terrenos de família. Saiba mais no site do município. 

Festival Sons no Parque: dois dias dedicados a quem gosta de música nova Chegou ao fim a quarta edição do Festival Sons do Parque que, mais uma vez, ofereceu um cartaz eclético com artistas de vários géneros musicais de elevada qualidade. Esta edição, totalmente gratuita, voltou a confirmar que o Sons no Parque é um festival para quem gosta de experimentar e abrir horizontes a novas sonoridades que habitualmente não se ouvem no interior do país. Neste regresso do evento, o público marcou presença no Parque da Vila para assistir a oito concertos gratuitos de artistas de Portugal, Espanha, França e Reino Unido, que prometem uma confluência de vários estilos musicais. Uma das metas do evento é permitir o acesso gratuito no interior do País a várias sonoridades e géneros musicais diferentes, que se reflete na escolha de bandas nacionais e originárias de outros países, emergentes no panorama artístico. O cartaz contou com os Cais Sodre Funk Connection, JP Bimeni & The Black Belts, Peter Storm & The Blues Society, The Parrots, The Electric Alley e Big Band. Os Venturi, de Espanha, e You Said Strange, de França, estiveram pela primeira vez em Portugal. Todas as bandas deram o máximo em palco e souberam mobilizar o público interessado em ouvir boa música. O evento apostou em fortalecer a relação com o público local e atrair novos públi-

cos, encorajando-os a tornarem-se visitantes mais regulares. A edição 2022 termina com um agradecimento a todos aqueles que contribuíram para que esta edição fosse uma realidade, a todas as bandas e músicos que deram

tudo em palco e a todo o público que esteve no Parque da Vila de Alijó. O Festival Sons no Parque é uma organização da Câmara Municipal de Alijó, em parceria com a Junta de Freguesia de Alijó. 


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S. João da Pesqueira

Slow Wine – Momentos com Vinho

Decorreu no dia 23 de julho, na Praça da República, o evento “Slow Wine - Momentos com Vinho”. O centro histórico de S. João da Pesqueira foi decorado com os mais variados tipos de “pufes”, para ver e ouvir música de forma confortável e apreciar os melhores vinhos do concelho e da região. Com a DJ Rakel Sand Tavares, a dar início ao evento em modo Sunset pelas 20h30, o fim da tarde começou da melhor maneira. Por volta das 22h00 subiram ao palco os Red Rocks Band, que contagiaram os presentes com alguns dos maiores sucessos da música Rock. No fim da noite os Lucky Duckies fecharam com chave de ouro o Slow Wine - Momentos com Vinho. Foi uma noite quente de verão celebrada com boa música e grandes vinhos. 

Alunos de S. João da Pesqueira retomam a academia da Universidade Júnior de forma presencial Após dois anos de interregno, em virtude das medidas de contingência impostas pela pandemia, os alunos que se destacaram pelos seus resultados escolares puderam voltar a usufruir deste prémio de mérito académico Protocolado com a Universidade do Porto. A Universidade Júnior 2022, inclui um total de 108 atividades diferentes, propostas por mais de 150 docentes e investigadores da Universidade do Porto e organizadas de acordo com a faixa etária e nível de escolaridade dos participantes. Este prémio engloba o valor da propina do curso escolhido pelo aluno, a estadia e o transporte, consistindo numa importante aposta nos jovens do concelho para que estes possam descobrir os seus talentos e aptidões.


Boletim Informativo da Cooperativa Agrícola de Penela da Beira Nº 39 - JULHO de 2022

Trimestral

Ficha Técnica Ana Dias; Angela Martins; Igor Nora; José Angelo Pinto; Joaquim Vasconcelos; Rui Droga e Tânia Amaral

Mensagem do Presidente da Coopenela

José Ângelo Pinto Estimados Colegas, É raro eu intervir neste espaço pois entendo que devemos dar o privilégio aos técnicos e colaboradores da Coopenela para o aproveitarem devidamente dando nota do andamento dos trabalhos que são desenvolvidos e da necessária e importante comunicação que deve haver da instituição para todos os envolvidos: os nossos cooperantes em primeiro lugar; mas os agricultores, as autoridades locais, regionais e nacionais, e muitos outros também nos dão muitas vezes nota da qualidade da informação que é aqui produzida e da forma como essa informação é útil para todos. Resolvi fazê-lo hoje por várias razões. A primeira é porque estamos no início de um mandato, após eleições em que a lista e o programa que propus foram votados por unanimidade e por isso tenho que ter uma palavra de agradecimento para todos os associados que têm confiado no nosso trabalho e que nos têm apoiado incondicionalmente. Este agradecimento é ainda mais forte pelas enormes dificuldades dos dois últimos anos, em que fatores externos aos trabalhos dos agricultores tanto os prejudicaram; como o

COVID 19 e a guerra às portas da Europa; dificuldades que os órgãos sociais, os colaboradores e a direção tudo têm feito para diminuir. Desde que fui eleito, primeiro como vice-presidente e agora como presidente, sempre tive o mandato da representação externa e da representação institucional da Coopenela. Esta função permitiu que fizesse grandes amigos(as) e que hoje são companheiros que procuram proteger os frutos que comercializamos com a mesma argúcia e força com que nós o procuramos fazer. Permitiu que ajudasse a que instituições essenciais fossem consolidadas e tenham ganho enorme capacidade de atuação e reconhecimento. Por isso é também altura de fazer um pequeno balanço do que têm sido a defesa da castanha, da amêndoa, da avelã, do pistachio, da noz e da CABOT pois sem a intervenção da Coopenela nas instituições que foram consolidadas ao longo destes últimos 10 anos dificilmente poderíamos ter valorização para os nossos agricultores. Nossos é em sentido figurativo pois todos sabem bem que o trabalho da Coopenela não se esgota na defesa dos seus associados, sendo desenvolvido sempre numa lógica de proteção e valorização do total do trabalho que é desenvolvido nestas áreas. Também aqui, exercendo neste momento cerca de 20 cargos em representação da Coopenela e por causa de termos estado sempre na linha da frente, penso que é altura de começar a que sejam outras pessoas a desenvolver estas funções e cargos; especialmente nas entidades onde já existe boa maturidade organizacional e em que as definições dos procedimentos já estão bem feitas. Uma outra razão importante para comunicar hoje convosco tem a ver com as alterações internas, que temos vindo a promover desde as eleições para os órgãos sociais da Coopenela. O Conselho de Administração decidiu, em Abril de 2022, nomear uma nova responsável para os processos de gestão do sistema de certificação da qualidade, nomeadamente por se perceber que tem havido algumas

dificuldades por termos a mesma pessoa responsável pelos processos industriais propriamente ditos e pelos processos da qualidade; ainda por cima uma pessoa com elevados níveis de ocupação. Assim, foi decidido nomear a colaboradora Tânia Amaral como responsável pela Coordenação da Equipa de Segurança Alimentar e como Responsável pelo Sistema de Gestão e Gestor do Processo, funções claramente definidas no sistema de gestão da qualidade da Coopenela.

Tãnia Amaral A Tãnia Amaral acumulará esta função com a de Coordenadora da Organização de Produtores Florestais, função que exerce já há diversos anos e cuja face mais visível é a gestão da equipa de sapadores do conselho de Penedono, que é gerido pela Coopenela através desta OPF. Além destas funções, a Tãnia Amaral continuará a realizar gestão dos projetos externos (de associados e clientes) e outras funções, uma vez que, como sabem, a estrutura organizacional da Copenela é matricial. Ao anterior responsável, Rui Droga, a Coopenela reconhece o trabalho abnegado e constante que teve desde a sua contratação, enquanto anterior responsável pela coordenação da equipa de seguran-

ça alimentar e como responsável pelo sistema de gestão e gestor do processo. Muitas das importantes medidas tomadas pela Coopenela e a manutenção da certificação B.R.C. deve-se acima de tudo a este profissional que foi o primeiro responsável por termos tido o sistema válido até hoje. Rui Droga irá prosseguir na equipa de segurança alimentar, principalmente por causa da sua responsabilidade (que se mantém) de coordenador da OPFCR (Organização de Produtores de frutos de Casca Rija). Um dos objetivos é que Rui Droga fique assim mais liberto para desenvolver todo o trabalho de acompanhamento dos agricultores, dos seus projetos, da gestão dos projetos internos em que está com essa função. Foi também considerada a importância de organizar as campanhas e os processos industriais da Coopenela, pelo que foi criada uma nova função de Coordenação A Coordenação Industrial e Rui Droga foi nomeado seu coordenador, o que significa que será também o coordenador geral das campanhas de processamento dos frutos com que trabalhamos. Com esta alteração, fica assegurado o contraditório entre quem faz e manda fazer e quem controla e certifica a qualidade; o que nos anos anteriores não estava garantido por não haver distinção das funções.

Rui Droga


Novo Organograma da Coopenela

José Ângelo Pinto Para além destas alterações, o Conselho de Administração resolveu manter os poderes delegados de gestão do dia a dia na direção executiva e mandatar de novo estes administradores para tomarem as de-

José Fernando cisões correntes, nomeando-me assim, bem como ao colega vice presidente José Fernando Pereira como diretores gerais executivos. Houve ainda outras alterações, como a nomeação da Ana Dias para coordenadora geral

dos projetos; uma responsabilidade muito importante na Coopenela pois temos vindo a ter cada vez mais projetos internos de todos os tipos; bem como projetos de clientes e cooperadores nos quais é preciso melhorar

a gestão e coordenação; pelo que esta nomeação vai ser uma das fortes mais valias da Coopenela no aproveitamento e melhoria dos resultados dos projetos em que estamos envolvidos. Note-se que


Ana Dias esta nomeação é para coordenar os projetos, mantendo-se a sua gestão na esfera dos respetivos responsáveis, mas o reporte de execução física e de desenvolvimento financeiro de cada um passará a estar centralizado e organizado. Mantemos e reforçamos a necessidade de coordenar todos os aspetos operacionais com a coordenação comercial, operacional e financeira exercida pela Ângela Martins.

Ângela Martins Também se reforçou a coordenação da equipa de intervenção agrícola; que continua a ser gerida pelo Igor Nora mas que agora está a reportar diretamente à direção executiva. Esta alteração pretende reforçar a importância desta área para o futuro da instituição, nomeadamente para apoiar os nossos cooperantes e clientes e para permitir que a Coopenela assuma as suas responsabilidades a este nível. Uma das nossas associações, a RefCast

Igor Nora

- Associação Portuguesa da Castanha, realizou um fantástico simpósio sobre a castanha e o castanheiro em Vila Real. Fomos convidados para estar na comissão organizadora e para estarmos presentes; o que fizemos com muita alegria e comprometimento uma vez que são atividades como esta que levam ao fortalecimento do setor. 



JULHO 2022 VIVADOURO 19

Santa Marta de Penaguião

23 mil euros para limpeza das faixas de gestão de combustível da rede Voluntariado Jovem para a Natureza viária municipal e beneficiação da e Florestas iniciou em Santa Marta de Penaguião rede viária florestal

No sentido de proteger a floresta e simultaneamente prevenir a ocorrência de incêndios, a Câmara Municipal de Santa Marta de Penaguião está a executar a limpeza das faixas de gestão de combustível, junto da rede viária municipal como o disposto no Plano Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios (PMDFCI), numa extensão de 5 hectares. Relembra-se que este procedimento tem como principal função a compar-

timentação do território para atenuar a passagem de incêndios constituindo zonas de descontinuidade horizontal e vertical da vegetação, bem como dotar estas vias de maior segurança e mobilidade para automobilistas e peões. Paralelamente à gestão do combustível da rede viária municipal, o município penaguiense está também a beneficiar da rede viária florestal em cerca de 3,5 km. 

Iniciou no dia 18 de julho, mais uma edição do programa «Voluntariado Jovem para a Natureza e Florestas» no concelho de Santa Marta de Penaguião. Até ao dia 15 de setembro, um total de 32 jovens do concelho penaguiense com idades compreendidas entre os 14 e os 30 anos vão participar no voluntariado juvenil do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ), desenvolvido em parceria com o Município de Santa Marta de Penaguião. Os jovens serão repartidos em 2 equipas de 4 elementos cada, cada um por um período de 15 dias cada, que à semelhança das edições anteriores, irão reforçar a vigilância florestal e preservar a natureza, proceder à limpeza e manutenção de parques de

lazer, bem como efetuar a inventariação e monitorização de espécies vegetais e animais em risco. Os jovens irão igualmente sensibilizar a população para práticas que promovam a economia circular, nomeadamente a reciclagem, a reutilização, a gestão ambiental e a prevenção do desperdício alimentar e consumo sustentável.  Pub.


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Freixo de Espada à Cinta

Praia da Congida recebe campeonato Nacional de voleibol de praia Ao longo de três dias, a Praia Fluvial da Congida foi o palco da 3° etapa do Campeonato Nacional de Voleibol de Praia. Em competição estiveram 20 duplas masculinas e 8 femininas, compostas pelos melhores atletas da modalidade. Esta prova, realizada pela primeira vez em Freixo de Espada à Cinta, começou sexta-feira com os primeiros jogos de eliminatória que contribuíram para a definição das duplas em competição na meia-final, que decorreu sábado. As finais realizaram-se na tarde de domingo, pelas 15h00 para as duplas femininas e às 16h00 para as duplas masculinas, com transmissão em direto nos canais A Bola TV e Volei TV. No passado domingo, sagraram-se campeões da 3° etapa do Campeonato Nacional de Voleibol de Praia as duplas Beatriz Pinheiro/Inês Castro, na primeira posição, Marta Hurst/Raquel Lacerda, na segunda posição e Juliana Antunes/Tânia Oliveira na terceira posição. Nas duplas masculinas em primeiro lugar ficou a dupla José Pinheiro/Marcos Borlini, em segundo lugar ficou Roberto Reis/Sebastião Leão, e o terceiro lugar foi ocupado por Guilherme Maia/Filipe Leite. Os troféus para os primeiros classificados foram entregues pelo Presidente da Câma-

ra Municipal, Nuno Ferreira. À Vice-Presidente, Ana Luísa Peleira, coube a entrega dos troféus às duplas que ocuparam as segundas posições, e foi responsabilidade do Vereador Pedro Vicente a entrega dos troféus às duplas que alcançaram o terceiro lugar. Foram três dias de intenso espetáculo

desportivo e muita ação na Praia Fluvial da Congida tendo esta sido mais uma iniciativa que, nas palavras do Presidente Nuno Ferreira, contribuiu para a promoção do concelho e atração de visitantes, que colocou Freixo de Espada à Cinta na rota do progresso e desenvolvimento e, sobretudo, deu a oportunidade para mostrar as poten-

cialidades deste concelho do interior. O Executivo Autárquico tem apostado na realização de eventos desportivos, indoor e outdoor, de grande escala, como forma de apoiar o desporto e chegar a diferentes mercados e tipo de visitantes, potenciando os recursos estruturais do concelho e a economia local. 

Praia da Congida renovada pretende ser polo de atração para Freixo Numa cerimónia presidida pela Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, foi no passado dia 14 inaugurada a época balnear 2022 na Praia da Congida. A cerimónia começou com a inauguração do Campo Multijogos, pelo autarca Nuno Ferreira em conjunto com a governante, que fica assim preparado para receber jogos de voleibol e futebol de praia. Após este primeiro momento a comitiva visitou todo o espaço da Praia da Congida onde foi apresentada a requalificada piscina flutuante e os novos serviços de desporto náutico, promovidos por uma empresa de animação turística local. Já no interior da Piscina Municipal, que está a ser alvo de uma completa intervenção, o Presidente Nuno Ferreira agradeceu a presença de todos e destacou o altruísmo da Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional em visitar sempre, sem hesitação, todos os concelhos do país. Ressalvou as intervenções feitas, e as que serão efetuadas ao longo do ano, para propiciar à população e visitantes uma época balnear de qualidade, com segurança e tranquilidade, garantido que o Executivo Autárquico continuará a apostar neste ex-libris do concelho, reivindicando o que for necessário para levar Freixo de Espada à Cinta mais além, nunca deixando de defender o aproveitamento das potencialidades do interior.

“Hoje é um dia simbólico para Freixo de Espada à Cinta mas também de muito altruísmo. Hoje Freixo fica dotado para receber visitantes que vêm de todo o país mas também desde Espanha mesmo aqui ao lado, não fosse esta vila a porta de entrada da Europa em Portugal. Esta praia fica agora dotada de três espaços importantes, uma piscina flutuante no rio Douro, o espaço renovado das piscinas descobertas que fica agora dotado de todas as capacidades, e ainda o campo de multijogos, que servirá para voleibol de praia e futebol de praia. A praia da Congida era já um marco, mas queremos torna-la num marco internacio-

nal, por isso temos aqui também a sociedade Congida La barca com o barco da Congida que navega em águas internacionais. Estamos inseridos no Parque Douro Internacional, que é de excelência mas que terá que ser também de excelência para os nossos agricultores não colocando em causa o nosso desenvolvimento agrícola que é o prioritário, depois sim vem a parte do turismo que é disso que tratamos aqui com esta inauguração. Esta praia é hoje dotada de bandeira azul mas também da bandeira de boa acessibilidades, como é prova disso a Qualidade de Ouro atribuída pela QUERCUS. É dessa forma que queremos trabalhar sempre"

Por sua vez, a Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, agradeceu a oportunidade de estar num “cenário extraordinário” com “tantas distinções”, salientando o dinamismo do Executivo Autárquico, e incentivando a valorização do interior, aproveitando a localização geográfica privilegiada de Freixo de Espada à Cinta na linha de internacionalização e como porta de entrada na Europa. A governante referiu, ainda, que é necessário trabalhar na criação de políticas de captação e fixação de jovens e mão-de-obra qualificada no interior, aproveitando as potencialidades ligadas ao património, cultura, sustentabilidade, economia circular e social, e turismo, preservando a identidade única deste território. “Estamos num território que precisa de se valorizar para convergir com o que pretendemos no espaço europeu. Investimentos como aquele que vemos aqui hoje, feitos numa praia fluvial que está perfeitamente enquadrada na paisagem e que está perfeitamente adequada a um território que tem potencial turístico forte, são uma prioridade para nós" A cerimónia terminou com a entrega à Secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, de lembranças produzidas no concelho, como vinho e uma bolsa de seda 100% natural, entregues pelas mãos do Presidente Nuno Ferreira e do Vereador Pedro Vicente. 



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Entrevista

GISELA JOÃO Texto: André Rubim Rangel Fotos: Gisela João Sendo tu minhota, não tendo nascido nas terras donde se faz o fado, como nasceu o gosto por ele? Ouvias muito fado em criança? Não ouvia muito fado, mas o que ouvia era Amália no rádio e achei que ela estava a falar para mim. E então apaixonei-me, através dela, pelo fado. E a Amália descreve o fado "neste tom magoado, de dor e de pranto". Entendes assim o fado? Não. Eu sinto o fado de muitas formas. Eu penso que o fado é uma extensão da nossa vida, da forma como sentimos a vida. Acho que é ridículo alguém dizer que vive a vida só a rir. Ninguém o faz. Como ninguém vive a vida só triste! Isso não existe. Portanto, o fado sendo poesia que traduz as nossas vivências, aquilo que sentimos no dia a dia, não é triste nem é alegre, mas é muito denso e intenso. Isso espelha-se em muitas emoções. Pode ser feliz e ser denso ou intenso nessa felicidade. Pode ser triste e ser denso nessa tristeza. Acho que o fado é muito mais isso. Mas a Amália dá muito esta conotação de tristeza ao fado, pelas suas letras. Noutra refere: "tudo isto é triste, tudo isto é fado" Sim, mas também tem outras afirmações divertidas. E tu vais mais por essas afirmações alegres ou, como dizes, divertidas? Eu encaixo-me em todas. Umas vezes mais numas, outras vezes mais noutras. Eu posso estar bem-disposta e, de repente, receber uma notícia que não estava à espera e fico triste, mas a vida continua. E, se calhar, passados cinco minutos já estou a rir outra vez, porque a vida é assim. Mesmo quando o fado é triste, para ti é terapêutico? Até pelo ditado, que diz: "quem canta os seus males espanta". É muito! E tanto tem de terapêutico como pelo contrário. Por vezes, leva-me para lugares onde eu não queria. Porque cantar poesia e carregar poesia é reviver muitas histórias da nossa vida. Por isso, às vezes, dou-me a pensar em coisas que não queria porque me deixam mais triste, digamos assim. Que lugares são esses para onde vais que, por vezes, não gostarias de ir? Além de histórias da minha vida, que não vou aqui contar, refiro-me concretamente ao estar em casa e ter perdido

“Já que pago tantos impo um ente querido. Estás no teu dia, muito bem-disposto, com os teus amigos numa “tainada" e, repentinamente, por causa duma música que se ouve lembras-te dessa pessoa falecida. Com isto, o semblante baixa um pouco. Isso acontece-me. Por exemplo, eu vou cantar «O meu amigo está longe»: é impossível eu não me lembrar do meu avô, que me faz tanta falta. E o meu modo muda, como não mudar? Nisso somos todos iguais! Por isso digo que o fado é mesmo uma tradução de como nós vivemos a vida. Foi o fado que te salvou quando a solidão te preencheu na mouraria? Não. Foram muitas as coisas que me salvaram. Mas eu sinto que o fado mudou mesmo o caminho da minha vida. E é engraçado pensar - agora que falamos nisto - que a origem da palavra quer dizer "destino". É realmente o meu destino. E quais são as tuas bases para teres conseguido resistir, em vez de desistir? O trabalho e mais trabalho. Mas há tantos e tantos que trabalham, esforçam-se imenso e não conseguem chegar ao estrelato como tu. O que lhes faltará ou quais são as características desse trabalho? Não sei bem. Mas no outro dia estava a falar com uma amiga, que não é desta área, e dizia-lhe que ultimamente tenho pensado muito numa coisa: acho que há pessoas que, sem terem compromissos, acordam às 11h e outras, na mesma situação, acordam às 7h. E vão atrás. E correm. Isso faz muito a diferença. Isto foi um aparte, mas tem o seu sentido. No entanto, eu ouço tanta gente incrível com quem me cruzo mas nem todas têm a possibilidade de chegar onde eu cheguei Contudo, todas essas pessoas que vêm ouvir-me nos concertos são as que me vão fazer chegar a algum lado, não é mais ninguém! E quem manda, no fim do dia, são aquelas pessoas que estão ali a ouvir. Porque se aquelas pessoas não gostarem, se eu não lhes tocar, elas não vão ali outra vez. Sentes-te, portanto, próxima do teu público e fazes por isso? Sinto e faço por isso. O público é como a minha pele. Se estou com calor, fico a suar; se estou com frio, cubro a pele. O público ajuda-me e eu tenho de perceber o que estou a fazer. Ou seja, o público é a tua verdade. O que é para ti a verdade? É apenas aquilo que transmites nas tuas músicas? Eu acho que a minha verdade não vai ser igual à de mais ninguém. Porque a


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ostos, por que é que as matas não são todas limpas?!” para travar esta e outras guerras? Estranho tanta coisa! Não entro em análises de que não domino tanto ou que não sei o que está por detrás. Mas o que me importa e me choca é que há pessoas que estão a sofrer. E há pessoas cujas vidas lhes estão a ser roubadas. As vidas, os destinos delas, as suas felicidades, etc.. Isso tudo mexe comigo e isso é que devia ser o foco principal de toda a gente. Mas parece que não é. Quanto ao f o c o

minha vida só eu é que a vivi e ninguém a viveu por mim ou tal e qual a minha! Por mais que eu conte, a sua própria vivência é intransmissível. É impensável. Eu não gosto de falar "na verdade" ou "da minha verdade" como tanta gente apregoa , porque a verdade é muito relativa, daí haver várias verdades. Eu só tenho uma certeza, quando vou cantar: eu canto com tudo o que tenho, com a vida que tive. Mais do que isso é impossível porque eu não conheço outros sentimentos, de outras pessoas. Porém, conheço bem os meus. Daí que sou o mais honesta possível: eu canto aquilo que sinto.

a verdade como absoluta, é que faz com que depois haja guerras e não só

Mesmo considerando tu a verdade relativa, sem a desvalorizares de modo algum, não acreditas que há uma verdade universal? Como a questão da fraternidade, da igualdade e da liberdade Não acredito na verdade como só uma, como absoluta. Mas esses valores que apresenta é outra conversa, claro que acredito nisso tudo! A meu ver, entender

E tudo isto suscita em ti, ou faz aumentar, algum medo ou mais medos? Eu acho que só aos robots ou às máquinas é que não despertará nenhum tipo de medo. Não entendo como alguém poderá ficar indiferente?!

Falando em guerras, como te deparas perante a que atinge a Ucrânia, quase meio ano depois de ter começado? Apreensiva tal como no início ou já te conformaste e não tens seguido tanto? Claro que me aflijo da mesma forma agora como no início: preocupo-me e choro ao ver as notícias. E vou ajudando naquilo que posso, longe das câmaras. Mas o mundo está como está: só não vê quem não quer!...

Não estranhas que as mais altas entidades e organizações do planeta não consigam fazer mais e melhor

q u e falaste, e jogando com a palavra, voltamos ao fogo de todos os verões: os incêndios que queimam, destroem e matam, ano após ano. Como ficas perante isto? Claro que fico revoltada e indignada. Fico eu e toda a gente! Como é possível que esta m**** aconteça todos os verões e continua a acontecer? Desde que criança que me lembro de ouvir nas notícias. Independentemente do teu gosto e ideologia política, o que te passa na cabeça como cidadã? O que eu penso é: já que pago tantos impostos, por que é que as matas não são todas limpas?! Porquê nestes concertos de verão pelo país fora, que são livres ao serem pagos pelas respetivas câmaras municipais, não se habitua as pessoas a um

pagamento simbólico nem que seja de dois euros, ou o que puder dar, nem que sejam cinquenta cêntimos! e doá-lo aos bombeiros locais, dessa terra? Porquê, no nosso país, termos na primavera e no verão muita cultura de borla? E falando nos teus concertos, tens algum de memória especial dos que já realizaste no Alto Douro? Não tenho nenhum especial, porque para mim são todos diferentes e incríveis! Atuei em Vila Real, no ano de 2018, mas lembro-me que adorei a minha atuação em Chaves! Como da cidade em si. Gostei,

também, dos concertos dados em Torre de Moncorvo e, ainda agora, estive em Vimioso. Adoro o Douro, como adoro todas as regiões do nosso país, desde que tenha ali pessoas que tiraram do seu tempo para vir ver o meu concerto, para mim é uma alegria! E é neste registo de mensagem de alegria que te peço para terminar e para dirigires aos nossos leitores… A alegria está no convite em continuarem a cuidar-se, pois a covid ainda não terminou. Tenham muito cuidado com o calor, bebam muita água que é muito importante! , cuidado com os fogos e as beatas dos cigarros, entre outras coisas que se deitam ao lixo. Como, por exemplo, fazer a separação do lixo, não deitem lixo para o chão e usem menos plástico! Isto parece não ter nada que ver com o calor, mas tem, porque as alterações climáticas estão mesmo aí!!! 


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Torre de Moncorvo

Festas da Vila e do Concelho de Torre de Moncorvo regressam com novidades no mês de Agosto De 12 a 15 de agosto têm lugar, em Torre de Moncorvo, as Festas da Vila e do Concelho que contam com as habituais festividades religiosas e nesta edição com a realização da ExpoMoncorvo, III Exposição de Empresas, que engloba várias temáticas entre elas turismo, emprego, empreendedorismo, agricultura, pecuária, caça, pesca e biodiversidade. A ExpoMoncorvo decorre de 12 a 14 de agosto, no Largo da Corredoura, e é promovida pela Câmara Municipal de Torre de Moncorvo em parceria com o CLDS Moncorvo 4G. A ExpoMoncorvo vai contar com uma exposição de empresas, artesanato, concursos, máquinas agrícolas e equipamentos, workshops, palestras, animação infantil e animação musical. A feira conta com cerca de 74 expositores, entre artesãos, produtores de produtos regionais, tasquinhas, expositores de máquinas e equipamentos, produtores agrícolas e pecuários, que estarão situados no Pavilhão Municipal de Torre de Moncorvo e no Largo da Corredoura. Do vasto programa destacamos um colóquio sobre a "Agricultura em Trás-os-Montes Vitivinicultura e Produção de Frutos de Casca Rija" – CONFAGRI e CAP, que se realiza no dia 12 de agosto, e um colóquio sobre o "Potencial Económico e Turístico da Pesca em Torre de Moncorvo” – Clube Pesca Norbass, que decorrerá no dia 13 de agosto, ambos a realizar na sede da Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo. Em complemento decorrem workshops de prova de vinhos e de prova de produtos regionais, nos dias 12 e 13 de agosto, respetivamente. No decorrer dos três dias terão ainda lugar vários concursos entre eles de Pesca ao Achigã Embarcado, concurso de Raças Autóctones e concurso de Matilheiros. Ao nível da animação destaque para o IV Passeio Motard e espetáculo Motard Freestyle que acontecem no dia 14 de

agosto. As Festas da Vila e do Concelho contam ainda com animação musical, da qual se salientam os espetáculos com os D.A.M.A,

Cláudia Martins e os Minhotos Marotos e David Carreira. No dia 15 de agosto têm lugar as festividades religiosas com missa e procissão

em Honra de Nossa Senhora da Assunção, esta última acompanhada pela Cavalaria da GNR e Bandas Filarmónicas de Felgar e Carviçais pelas ruas da vila. 


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Festival de artes FARPA arranca a 5 de agosto O Festival de Artes FARPA é organizado pela Associação Recreativa e Cultural de Pombal de Ansiães (ARCPA) que dinamiza a aldeia de Pombal de Ansiães há mais de 20 anos, arranca de 5 a 9 de agosto. O evento oferece diferentes manifestações artísticas e a par da cultura, a oportunidade de desfrutar de belas paisagens. Uma harmonia criada com o intuito de manter as tradições locais, preservar o património

local, bem como, manter viva a identidade e história local, através de atividades que promovam e dinamizem a nossa aldeia e região. O programa desta edição traz a Pombal de Ansiães as exposições de pintura de Jorge Baldwin e Elsa Azevedo, as companhias de teatro Filandorra e Jukebox e uma variedade musical com Branta, Barro Negro, Catrapum, Duques do Precariado, entre muitos outros. 

Arranjo urbanístico do Bairro de Santa Águeda

O Município de Carrazeda de Ansiães lançou, a concurso público, a obra de Requalificação do Arranjo Urbanístico do Bairro de Santa Águeda, no passado dia 15 de julho. O valor do investimen-

to nesta empreitada é de 194.228, 25€ (cento e noventa e quatro mil duzentos e vinte e oito euros e vinte e cinco cêntimos), que pretende dotar a vila de Carrazeda de mais um espaço verde e de lazer. 

Carrazeda de Ansiães


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Opinião

Desde 1980

The Romantic Tavern tlm: 933788570

Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Ana Luísa Santos Emília Sarmento Helena Pereira Enfermeiras Especialistas em Enfermagem Comunitária

Dia Mundial das Hepatites No dia 28 de julho celebra-se o Dia Mundial Contra as Hepatites. A hepatite é uma inflamação do fígado, vulgarmente provocada por uma infeção viral. O fígado é um dos órgãos mais complexos do corpo humano. As suas principais funções são a síntese molecular, a eliminação de tóxicos e a manutenção do equilíbrio no organismo. Quando a agressão é suficientemente grave ou contínua, o fígado perde as suas capacidades. Ao contrário de outros órgãos, como o rim, não existe uma máquina que permita substituir o fígado, assim é importante protegê-lo. Existem múltiplas causas de hepatite, algumas delas raras. As mais comuns são: viral, tóxica, alcoólica, autoimune, e associada a fígado gordo. A inflamação do fígado pode ser aguda ou crónica e pode evoluir para três cenários: desaparecer espontaneamente, progredir para falha aguda, ou manter-se no tempo, dando origem a cicatrizes permanentes no fígado (cirrose hepática). As hepatites virais são doenças infeciosas que afetam mundialmente mais de 300 milhões de pessoas. As hepatites A e E são agudas e geralmente causadas pela ingestão de alimentos ou água contaminados. As infeções B e C transmitem-se pelo contacto com fluidos infetados (relações sexuais desprotegidas, partilha de material cortante, transfusões sanguíneas). A melhor forma de prevenir o contágio da Hepatite C é evitar a partilha de objetos pessoais como, escovas de dentes, lâminas de barbear, pinças, corta-unhas, material para

fazer tatuagens ou piercings em estúdios que não respeitem as normas de higiene e esterilização de equipamentos. A fase aguda da hepatite pode ser assintomática ou semelhante a uma síndrome gripal. Posteriormente, um em cada vinte doentes com hepatite B, e seis a oito em cada dez doentes com hepatite C, não consegue eliminar a infeção espontaneamente progredindo para infeção crónica. O tratamento destas infeções faz-se recorrendo a medicamentos antivirais, mas na presença de cirrose hepática, o tratamento da infeção não reverte totalmente provocando lesões hepáticas. A hepatite tóxica associa-se à ingestão de medicação, suplementos não sujeitos a prescrição médica ou substâncias alimentares (cogumelos selvagens); o abuso crónico de álcool, pode resultar em hepatite aguda alcoólica; o fígado gordo não alcoólico resulta da acumulação de gordura no fígado e associa-se à obesidade. Embora a hepatite seja uma doença evitável, tratável e, no caso da hepatite C, curável, afeta 325 milhões de pessoas em todo o mundo, causando 1,4 milhões de mortes por ano. Em Portugal, segundo os dados Infarmed, foram autorizados, desde 2015 até ao dia 01 de julho de 2020, 27.239 tratamentos para a hepatite C e iniciados 26.006. A taxa de cura mantém-se nos 97%, com 15.909 doentes curados. Se o doente apresentar sintomas como o desconforto abdominal, febre, mal-estar, fadiga, perda de apetite, náuseas ou icterícia (coloração amarelada da pele e dos olhos), urina escura e fezes claras deve recorrer ao seu médico de família para a realização de análises de rotina pois as doenças do fígado têm uma natureza silenciosa. Algumas hepatites não têm tratamento específico. Os elementos agressores (álcool, medicação, entre outros) devem ser suspensos. A importância das hepatites reside, na sua progressão pois a sua evolução é muito variável, desde os casos assintomáticos até aos casos de falência hepática com necessidade de transplante. Para prevenir esta evolução, a ingestão de álcool deve ser regrada, a medicação deve ser tomada com prescrição e as relações sexuais protegidas. 


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Trancoso

Feira de São Bartolomeu 2022 De 12 a 21 de agosto próximo, Trancoso volta a realizar a Feira de São Bartolomeu - a mais antiga feira franca do país. Após dois anos de interregno, motivada pela pandemia CO-

VID-19, o maior evento comercial da região celebra 749 anos de existência com um grande programa de animação. Ao longo de 10 dias, irão passar pela Feira de São Bartolomeu alguns dos melhores artistas contemporâneos

nacionais que, seguramente, irão trazer dezenas de milhar de visitantes a Trancoso. Feira de São Bartolomeu, a mais antiga feira franca do país, desde 1273. 


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Cinfães

Expo Montemuro regressou a Cinfães

Depois de dois anos sem se realizar devido à pandemia Covid-19, a Expo Montemuro regressou à vila de Cinfães para cinco dias de muita animação. Entre os dias 20 e 24 de julho, o largo da feira quinzenal foi o espaço por excelência onde milhares de visitantes se reuniram para apreciar o melhor que Cinfães tem para mostrar: animação, concertos, tasquinhas, restaurantes, produtos endógenos e dezenas de expositores demonstrativos da atividade económica e do em-

preendedorismo do concelho. Entre os artistas convidados estiveram alguns dos nomes grandes da música portuguesa como André Sardet, Carolina Deslandes, Augusto Canário e Miguel Araújo. Presente na inauguração do certame, Luís Pedro Martins, presidente do Turismo do Porto e Norte destacou a relevância de Cinfães para a região norte no setor do turismo. "haver pérolas como esta (Cinfães), que corresponde às tendências a nível mundial a nível de turismo, mas também a

nível de gastronomia e vinhos. A nós preocupa-nos que o turismo sirva as populações e que as populações se sintam felizes com o turismo". Por seu lado, Armando Mourisco, autarca de Cinfães, destacou o forte empenho da população e dos produtores locais na projeção de um evento que leva à vila dezenas de milhares de visitantes. "Assinalamos a adesão que os nossos produtores, mas também de toda a região do Tâmega e Sousa, tiveram com este evento. Sinal de grande confiança, de que reconhecem que este não é um evento

de âmbito concelhio, mas de âmbito regional e que atrai dezenas de milhares de pessoas durante cinco dias". No final do evento o autarca admitiu que este evento, após dois anos de paragem, era desejado pelas pessoas "como de pão para a boca" "Tivemos aqui dezenas de milhares de visitantes, um volume de negócios enorme, e uma atratividade cada vez maior do nosso concelho", sublinhou. Para Armando Mourisco estes "são eventos que marcam a diferença dos territórios e que lhe dão perspetiva de futuro". Olhando já para o próximo ano o autarca afirma que a edição 2023 já está a ser pensada, sendo agora tempo de "avaliar o que correu bem e começar a preparar o que correu menos bem, ouvindo os expositores e quem nos visitou ao longo destes dias com as suas sugestões". 


SEXTA-FEIRA, DIA 12

14h00 – Colóquio | Agricultura em Trás os Montes | CONFAGRI e CAP - Auditório da Biblioteca Municipal 14h30 – Dia Internacional da Juventude | Atividade de Desporto Natureza e Lazer – Parque Verde Eng. Aires Ferreira 17h00 – Abertura da Exposição de Empresas | EXPOMONCORVO Abertura de Animação para crianças – Insufláveis e pinturas faciais – Largo da Corredoura 18h00 – Inauguração da Exposição de Empresas EXPOMONCORVO | Atuação do Grupo de Gaitas de Fole – Escola Municipal Sabor Artes 19h00 – Workshop | Prova de Vinhos – Pavilhão Municipal 20h00 – Animação Musical com os gaiteiros “Os Roleses” – Pavilhão Municipal 21h30 – Animação Musical com “Sotto Voce Sabor Artes” Escola Municipal Sabor Artes - Largo da Corredoura 22h30– Grupo de Fados com “Cláudia Madeira” – Largo da Corredoura 24h00 – Encerramento da da Exposição de Empresas | EXPOMONCORVO 24h00 – DJ SET “BA” – Largo General Claudino

SÁBADO, DIA 13

07h00 – Concurso de Pesca ao Achigã Embarcado | Clube Pesca Norbass - Rampa Paredão da Barragem a Montante - Larinho 09h00 – Chegada dos criadores da Raça Churra – Parque do Mercado Municipal Arruada dos gaiteiros “Os Roleses” 10h00 – Abertura da Exposição de Empresas | EXPOMONCORVO Abertura de Animação para crianças - Largo da Corredoura 11h00 – Concurso de Raças Autóctones | Raça Churra | ANCOTEQ - Parque do Mercado Municipal 12h30 – Entrega de Prémios - Pavilhão Municipal 15h00 – Animação Musical com “Serginho e Companhia Cantares ao Desafio” - Largo da Corredoura

18h00 – Colóquio | Potencial Económico e Turístico da Pesca em Torre de Moncorvo | Clube Pesca Norbass - Junta de Freguesia de Torre de Moncorvo 19h00 – Entrega de Prémios do Concurso de Pesca- Pavilhão Municipal 19h30 – Workshop | Prova de Produtos Regionais - Pavilhão Municipal 20h30 – Animação Musical com os gaiteiros “Os Roleses” – Pavilhão Municipal 21h30 – Atuação do Grupo de Cavaquinhos – Escola Municipal Sabor Artes – Largo da Corredoura 22h00 – Atuação do Grupo “Serginho e Companhia - Cantares ao Desafio”– Largo da Corredoura 23h00 – ESPETÁCULO “D.A.M.A” - Largo da Corredoura 24h00 – Encerramento da Exposição de Empresas | EXPOMONCORVO 24h00 – DJ SET “CAROLINA TORRES” – Largo General Claudino

17h00 – Espetáculo Motard | Free Style | Paulo Martinho - Largo da Corredoura 20h30 – Animação Musical com os gaiteiros “Os Roleses” – Pavilhão Municipal 21h30 – Espetáculo Motard | Free Style “Show in the Night”– Largo da Corredoura 22h00 – Atuação e Arruada com “Serginho e Companhia Tocadores da Concertina”– Largo da Corredoura - Praça Francisco António Meireles 22h30 – Atuação do Grupo de Gaitas de Fole da Escola Municipal Sabor Artes – Praça Francisco António Meireles 23h00 – Encerramento da Exposição de Empresas | EXPOMONCORVO 23h00 – ESPETÁCULO “CLÁUDIA MARTINS E MINHOTOS MAROTOS” - Praça Francisco António Meireles 24h00– DJ SET “CROMOS DA NOITE” - Largo General Claudino

DOMINGO, DIA 14

SEGUNDA-FEIRA, DIA 15

08h30 – Receção das Matilhas - Largo da Corredoura 09h00 – IV Passeio Motard | Motard Club Moncorvo – Concentração no Largo da Corredoura 10h00 – Encontro de Matilheiros - Largo da Corredoura 10h00 – Abertura da Exposição de Empresas | EXPOMONCORVO Abertura de Animação para crianças - Largo da Corredoura 13h00 – Animação Musical com os gaiteiros “Os Roleses” – Pavilhão Municipal 14h30 – Concurso de Matilhas - Largo da Corredoura 15h00 – Entrega de Prémios do Concurso de Matilhas – Pavilhão Municipal 15h30 – Animação Musical com “Serginho e Companhia Tocadores da Concertina” - Largo da Corredoura

08h00 – Arruada com a Banda Filarmónica de Carviçais 10h00 – Hastear das Bandeiras do Município e Nacional - Paços do Concelho 14h30 – Arruada com a Banda Filarmónica de Felgar 16h00 – Miniconcerto das Bandas Filarmónicas de Carviçais e Felgar - Adro da Basílica Menor 17h00 –Missa Solene na Basílica Menor 18h00 – Procissão em Honra de Nossa Senhora da Assunção acompanhada pela Cavalaria da GNR e Bandas Filarmónicas de Carviçais e Felgar - Ruas da Vila 22h30 – ESPETÁCULO “DAVID CARREIRA” - Praça Francisco António Meireles


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Opinião

Eduardo Rosa Vice-Reitor para a Investigação da UTAD

Se algumas dúvidas havia sobre a conturbada fase em que vivemos, ao longo dos últimos meses ficou mais claro que as incertezas podem aumentar, tornando mais complexa a gestão de crises. Enquanto assistíamos a um controlo da pandemia, sentíamos a disrupção na cadeia de abastecimento, o que, de algum modo, afetava as nossas necessidades, limitando o acesso a alguns dos bens que dávamos como garantidos a todo o momento. Em simultâneo, os preços da energia, que já antes da pandemia mostravam sinais de agravamento, sofriam

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

Não saio deste tema, dele não quero sair. O nosso maior património é mesmo a humanidade - as pessoas! O Douro para se consolidar como um território de muitas diferenciações, falta clarificar e evidenciar a maior de todas - ter uma rede estruturada de amparo humano, que será única no país. Nada substitui, para se ser feliz, a percepção de segurança, de amparo, de cuidados de saúde e sociais, próximos, humanizados e integrados. O Douro, envelhecido, para rejuvenescer, deve cuidar dos mais velhos e abrir

Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)

Sopram ventos que renovam a confiança na Região Demarcada do Douro. Confiança que nasce do consenso de quem pensa mais à frente e que se focaliza na sustentabilidade de toda uma região. Falamos da decisão tomada há dias pelo Conselho Interprofissional do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP), que estabeleceu o benefício de 116 mil pipas (550 litros cada) de mosto a beneficiar para a produção de vinho do Porto. O número que, por unanimidade, uniu as quatro associações com assento no Conselho Interprofissional (a Casa do Douro - Federação Renovação do Dou-

Vacinas COVID-19: o exemplo a seguir inesperados e significativos aumentos. As alterações climáticas também se mostravam cada vez mais presentes, com impacte que se estende para além da produção de alimentos. A crise na saúde alastrava a outros setores, com os inevitáveis reflexos na economia. Acresce o conflito na Ucrânia, que só veio acentuar a crise. Se tivermos consciência da complexidade, poderemos compreender que não podemos escapar da incerteza e que jamais poderemos ter um saber total, pois a totalidade é a “não verdade”, como referia Edgar Morin. O conhecimento científico e tecnológico, público e privado, revelou-se decisivo numa resposta sem precedentes à pandemia provocada pelo novo coronavírus

SARS-CoV-2, mas também na sua própria gestão. Parte deste sucesso deveu-se à criação de sinergias de caráter multidisciplinar e interdisciplinar, umas à escala global e outras ao nível de cada país, com o inevitável apelo ao civismo da comunidade e de cada um, numa interação, quase perfeita, entre entidades privadas, públicas e sociedade. Para o sucesso destes resultados, traduzidos pela produção de um produto final eficaz – uma vacina, está o forte investimento público. Em média, o investimento privado em ciência e tecnologia é superior ao do setor público, mas, neste caso, foi o reforço do investimento público que permitiu alcançar, em tão curto espaço de tempo, os resultados esperados.

Este exemplo de mobilização global, por um objetivo comum, é um marco na história da humanidade, devendo, por isso, ser aplicado da mesma forma a outras situações que nos desafiam e que tornam complexo e incerto o nosso futuro. Mas este exemplo demonstra também que é necessário manter um fluxo constante de investimento em ciência, tecnologia e inovação para termos capacidade de resposta às incertezas. Pese embora o atraso, e em vez de cada país ou região desenhar as soluções para as alterações climáticas, porque não seguir o exemplo da produção das vacinas contra a COVID-19? Seguramente que se poupariam avultadas somas. 

O Grande Douro - a Cidade da Humanização! as portas ao emprego dos mais novos. Estão em desenvolvimento no Douro Sul, soluções capazes de mudar o modo de cuidar. Essas soluções são complementares às já existentes. Não desvalorizam o trabalho nas IPSS, nas juntas de freguesia e municípios. Pelo contrário, complementam-no, preenchendo espaços vazios. O Aldeias Humanitar tem no terreno no Douro Sul, equipas qualificadas multidisciplinares, com intervenção permanente junto de pessoas em circunstância de fragilidade. E, ainda com estas mesmas equipas, está a concretizar um trabalho conjunto com a Guarda Nacional Republicana, que dá uma nova esperança a muitas pessoas em situação de isolamento e ou vulnerabilidade. Com a GNR faz-se caminho num novo conceito de am-

paro, Healthsocialcare&security. Mas é na função profissional de Cuidador Comunitário que se focam, neste momento, muitas atenções. Urge dar às pessoas um apoio inequívoco e realista para que possam permanecer, felizes, nas suas casas, o mais tempo possível. A rede de Cuidadores Comunitários será um forte e estruturante contributo para se manterem vivas as nossas aldeias. Prestando, a título de exemplo, serviços de vigilância humana, acompanhamento das dinâmicas de controlo e obtenção da medicação, do acompanhamento das refeições, apoio na higiene pessoal, do combate à solidão, do apoio na generalidade das atividades da vida diária das pessoas e apoio aos cuidadores informais. Estas soluções disruptivas, fora da cai-

xa, em particular a de Cuidador Comunitário, já com provas dadas, se fossem replicadas à escala da Comunidade Intermunicipal, estaríamos a Cuidar dos mais velhos, permitindo-lhes a permanência por mais tempo nas suas casas, e a criar emprego para os mais novos, permitindo a sua fixação pela região. Para que a rede de Cuidadores Comunitários seja uma realidade no Grande Douro, precisamos falar do assunto e fazer opinião pública, mobilizando vontades. Quanto ao seu modelo de financiamento, havendo soluções nada complexas, abordarei o tema noutra altura. O Douro, pode ser, acredito será, o bom exemplo de humanização para Portugal! 

Há confiança na sustentabilidade do Douro ro e a Associação da Lavoura Duriense, em representação da área produtiva, a Associação das Empresas de Vinho do Porto e a Associação de Vinhos e Espirituosas de Portugal, que representam a vertente comercial da atividade) traduz um aumento de 12 mil pipas relativamente a 2021. Mas, mais do que isso, é um sinal de confiança que é dado pelo setor e que visa a viabilidade e sustentabilidade económica e social da região num ano de grande imprevisibilidade, devido às temperaturas elevadas e à seca que assola o território duriense e Portugal, de uma forma geral. O comunicado de vindima é um momento muito importante para as gentes e para toda a economia de um território único que colheu de um rio a sua identidade e a sua razão de ser. Daí que o momento seja aguardado ansiosamente

pelos viticultores durienses e por todos os empresários que também aí ajudam o território a crescer. Ora, uma vez que estamos a falar de 116 mil pipas, se cada uma delas representar um ganho médio de mil euros pelas uvas produzidas, depressa chegamos a um total de 116 milhões de euros. Não é coisa pouca, mas devemos valorizar ainda mais a viticultura. Muito menos se nos lembrarmos que, em 2021, foi de 607 milhões de euros o valor de comercialização de vinhos produzidos na Região Demarcada do Douro – um número que foi um verdadeiro recorde. O ano de 2021 reflete, por isso, uma campanha que catalogamos de excecional. Acresce, ainda, de acordo com os dados disponíveis para o primeiro semestre de 2022, que estaremos perante mais um ano

que exibirá um bom comportamento, produtivo e comercial, se levarmos em linha de conta o contexto internacional. O mercado nacional, de resto, alinha pela mesma bitola, e tem vindo a crescer. Temos consciência de que o benefício apurado de mosto para a produção de vinho do Porto poderia ter sido um pouco superior. Contudo, a imprevisibilidade climática e dos mercados e o facto da riqueza da RDD assentar em duas Denominações de Origem Protegidas, a DOP Douro e a DOP Porto, obrigam a agir responsavelmente. Acima de tudo, urge gerir adequadamente a sustentabilidade da região, permanentemente atentos e empenhados em todas as suas vertentes. Temos consciência de que serão as gerações vindouras a receber o resultado das decisões que hoje tomamos. 


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