Jornal_VivaDouro_Ed94_dez22

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PUB Visite-nos em: www.vivadouro.org - E-mail: geral@vivadouro.org Ano 7 - n.º 94 - dezembro 2022 | | Diretor: Miguel Almeida | Dir. Adjunto: Carlos Almeida Preço 0,01€ Mensal Aldeia Vinhateira de Salzedas Aldeia Vinhateira de Ucanha Este mês o VivaDouro termina a reportagem sobre as Aldeias Vinhateiras do Douro. Ucanha e Salzedas são os nossos destaques nesta edição. > Págs.42 a 45 Luís Machado “Como todos sabem, a nossa transição foi muito turbulenta em 2013. É nossa obrigação não repetir os erros” Presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião “No litoral pensam que têm qualidade de vida mas passam duas horas no carro para chegar ao emprego, quando tudo seria mais fácil se equilibrássemos este país” Vila Nova de Foz Côa Págs. 32 a 34 CIM Douro entrega primeiros Certificados Turista de Excelência Região Pág. 6 > Págs.12/13 Censos 2021 Douro perde 10% da população na última década Págs. 24 /25

Estimados Leitores, Chove em Lisboa. Chove em Portugal. É dezembro. Estamos no final do Outono. A partir do dia 21 de Dezembro, 21:49h estaremos em profundo Inverno. E chove em Lisboa, quem imaginaria.

Que surpresa. Que admiração. Que nunca choveu tanto em tão pouco tempo. Que os comboios e os autocarros têm muitos sítios onde não circulam e os túneis estão intransitáveis. Que a impermeabilização dos solos e a construção são os culpados por haver muita água que não consegue circular até aos rios e ao mar.

Ah e há um plano global de drenagens que existe há 18 anos; é de 2004 e que nunca teve financiamento de qualquer tipo para ser implementado.

Em 1967 as cheias na região de Lisboa, na madrugada de 25 para 26 de Novembro causaram cerca de 700 mortes e destruíram 20,000 casas. Foi o evento natural com piores consequências desde o terramoto de 1755.

Se não fosse a democracia e o estado social dificilmente teríamos capacidade para ter consequências menores num fenómeno em tudo semelhante ao de 1967. A diferença é a capacidade de reação, a qualidade das construções, a existência de quase zero de habitação precária e os sistemas municipais e de proteção civil que são muito mais eficientes na reação do que há 55 anos. E por isso as consequências bem menores.

Mas por estarmos agora melhor em 2022 do que em 1967 no que respeita à capacidade de reação, não significa que estamos muito bem ou que não poderíamos e deveríamos estar ainda muito melhor.

Porque está na hora de acabarmos as coisas que iniciamos. Planeamos drenagens, como planeamos aeroportos, como planeamos comboios de alta velocidade, como planeamos incentivar as iniciativas de apoio social como planeamos e bem distribuir eficientemente fundos do PRR, do PT2020 e do PT2030. Mas pouco e mal o fazemos. Demoramos 18 anos a tirar o plano das drenagens de Lisboa da sua gaveta e se calhar vamos guardá-lo noutra gaveta; pois não está previsto nenhum sistema de drenagens que possa ser (sem alterações) financiado pela UE.

Passar do plano para a execução parece ser cada vez mais difícil e cada vez aportar mais riscos para os que o fazem.

Mas se queremos que Portugal deixe de perder posições nas comparações com outros países e retome o caminho do desenvolvimento e da melhoria das condições de vida das pessoas é essencial haver execução dos projetos e que os planos sejam terminados.

SUMÁRIO:

Entrevista Página 4

Região Página 6

Mesão Frio Páginas 8 e 18

Freixo de Espada à Cinta Páginas 9 e 16

Sabrosa Página 10

Mesão Frio Página 8

São João da Pesqueira Páginas 11 e 38

Entrevista Autarca Páginas 12 e 13

Moimenta da Beira Página 14

Carrazeda de Ansiães Página 15

Vila Nova de Foz Côa Páginas 22, 32, 33 e 34

Destaque Páginas 24 e 25

Opinião Páginas 28 e 36

Armamar Página 29

Alijó Página 35

Santa Marta de Penaguião Página 36

Especial Aldeias Vinhateiras Páginas 42, 43, 44 e 45

POSITIVO

Chuva das últimas semanas tem contribuído para um aumentos dos caudais dos rios e albufeiras na região...

NEGATIVO

… apesar disso as colheitas têm sofrido quebras significativas, terminando com a azeitona que atinge os 40%

20 Anos da Inscrição do Alto Douro Vinhateiro: que futuro?

Neste mês celebra-se mais um aniversário da inscrição do Alto Douro Vinhateiro na lista do Património Mundial da UNESCO na qualidade de paisagem cultural, evolutiva e viva, um Bem de qualidade excecional, resultante da natureza e do trabalho do Homem. É um bom momento para refletir sobre a experiência que adquirimos e delinear estratégias para melhorar a gestão do território, garantir a preservação da sua integridade, bem como para delinear dinâmicas visando dar resposta aos desafios com que o Douro se defronta. Desde logo, a crescente pressão que a inscrição suscita, a vários níveis, exige que a evolução da Região seja monitorizada de forma contínua, avaliando-se em cada momento o possível impacto do que está a acontecer nas diversas frentes. A inscrição é um bem precioso para que alguém ou alguma iniciativa a possa pôr em causa, exigindo um escrutínio permanente pela sociedade civil.

Na linha da frente dos investimentos surge a requalificação da linha ferroviária do Douro, uma infraestrutura presente na paisagem, com maior interesse para o turismo da Região devendo ser aprofundado o seu aproveitamento para outras valências.

Os desafios do desenvolvimento e da economia da Região reclamam mais conhecimento e inovação. As instituições de ensino superior e de investigação que tiverem como foco de interesse qualquer dos temas que são relevantes para a Região do Douro serão sempre bem-vindas. Naturalmente, a UTAD assume uma particular centralidade para o fazer, de forma mais sistemática e alargada. Este trabalho deve ser feito em articulação com os diversos atores da Região de forma a dar resposta aos desafios societais, designadamente no domínio das alterações climáticas, da gestão hídrica e da tecnologia, em especial da associada à agricultura de precisão.

Por último, é essencial que os atores regionais se articulem para a preparação de projetos, designadamente ao abrigo do programa Portugal 2030, que contribuam para o reforço e a diversificação da base económica da Região. De igual modo, de programas para promover a notoriedade e a atratividade do território e, essencialmente, que contribuam para a atração e fixação de talento e para a criação de riqueza, de forma a interromper a penosa espiral recessiva comum aos territórios de baixa densidade. ○

2 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
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Pinto Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
José Ângelo Fontaínhas Fernandes Professor Universitário Liga dos Amigos do Douro Património Mundial
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Entrevista EDUARDO MADEIRA |

“Neste Natal, desejo que toda a gente beije e abrace com fartura”

Alguma vez te sentiste guineense pelo facto de ali teres nascido e vivido o teu 1.º aniversário?

Eu sinto-me guineense. Não ficamos indiferentes aos sítios onde nascemos. Depois, há também uma parte cultural muito grande, como na música. E, no caso da Guiné, há uma ligação grande com Cabo Verde, por exemplo. Ouço essa música em casa e tenho muitos discos desses países. Isso marca-nos, de certa forma. Portanto, nutro um carinho especial pela Guiné-Bissau.

E conheces bem a Guiné-Bissau?

Não. Ainda não regressei lá. É aquela viagem que eu tenho de fazer, mas que tem sido sempre adiada em detrimento de outras viagens, ora profissionais ora mais turísticas. Já tive uma viagem marcada, no âmbito da solidariedade, porém surgiu um trabalho e teve de ser desmarcada. É a viagem eternamente adiada, contudo vai acabar por acontecer, porque acredito que haverá um momento simbólico em ir ao local onde dei os meus primeiros passos, onde fui batizado, etc..

Podemos dizer que aquilo que estudaste entre 1991 e 97 não ficou bem direito e que passou à história?

Passou completamente à história (risos). Tenho mais pena de não ter concluído o curso de História, em que fiquei pelo 1.º ano, enquanto em Direito fui finalista. De facto, o curso de História era uma paixão. Já o de Direito era algo muito técnico, que não tinha sentido com o que queria fazer na minha vida. Foi uma espécie de “erro de casting”. Na verdade, quando me inscrevi em História tive algumas equivalências com cadeiras do Direito, que eram comuns. Depois, outras eu fiz. No entanto, nessa altura já estava a escrever imenso humor, sobretudo para o Herman José, além de «A conversa da treta», com o António Feio e o José Pedro Gomes. Este trabalho exigia muito de mim intelectualmente e não dava para conciliar as duas coisas.

Celebras correntemente 25 anos de argumentista, estreando-te com o «Herman Enciclopédia». O que mudou nesta área – melhorou e piorou – ao longo deste tempo?

Eu creio que os argumentistas e os autores são, finalmente, vistos como parte muito importante do processo. Foi uma grande “luta”. Antigamente os autores eram completamente desconhecidos. Acho muito justo ser como é agora e acabo por ser muito conhecido do grande público como ator, principalmente ator de comédia. Mas, na verdade, não posso renegar as minhas origens como autor, em que tenho obras registadas na Sociedade Portuguesa de Autores. Nunca deixarei de ser um autor e enche-me de orgulho! Para mim tem sido uma surpresa imensa ganhar muitos prémios como ator de comédia, algo que nunca esperei, já que tinha alguns prémios como autores. Agora não tenho tido tempo para escrever, desde que fui mais solicitado como ator.

Atualmente, o que é mais fácil de ser e onde há melhores condições: humorista, ator e/ou argumentista?

Vou ser muito sincero, mas sem querer ser pretensioso. Pois se há coisa que não gosto é de vaidosos, pretensiosos e outros mais. O trabalho de ator de comédia, só, é-me quase inato. Começo a ler os textos e na minha cabeça surge logo uma dinâmica que, depois, me sai naturalmente. Se assim não é, é porque não estou a perceber bem o que querem. O trabalho de argumentista, de criação, é mais duro, exige mais. É, por vezes, mais solitário e não tens feedback imediato. Gosto de todas as disciplinas de comédia, mas este é realmente mais duro implicando noites de trabalho.

Nessa escrita fizeste o guião do “filme da treta”. O que é realmente uma treta para ti nesta vida?

Uma treta é a gente pagar tantos impostos. E, por vezes, não vemos que as coisas compensem, que o nosso dinheiro seja tão bem usado quanto isso! Uma treta é a guerra, é as pessoas não se entenderem, é alguma intolerância e a polarização das opiniões. Há muitas tretas! Na verdade, hoje em dia, há mais tretas do que aquilo que se pensa. E o mundo deveria ser um lugar melhor. Uma pessoa está a lutar por isso e percebe que parece aqueles ratos no interior duma roda, que não vão a lado algum. Não aprendemos e cometemos os mesmos erros: a História já nos demonstrou que não nos levam a bom porto. Devíamos pensar um pouco mais e melhor.

Como lidas e te relacionas com essas e outras tretas à tua volta?

Há duas maneiras de lidar. Uma, é quando ainda acreditas que podes mudar o mundo e fazes algo nesse sentido. Não o mundo em geral, mas um bocadinho aqui, outro bocadinho aco-

lá… A segunda é a postura da indiferença, em que percebes que não consegues mudar nada e te dedicas a ti, à tua horta e aos teus gatos. E o resto que se lixe. Ainda estou na fase de achar que poderei fazer algo a ver se tudo isto não descamba totalmente. E já me passou pela cabeça borrifar-me para tudo e dedicar-me à horta e aos gatos (risos)

Achas que rir e sorrir será sempre o melhor remédio, mesmo quando por dentro estás desfeito?

Acho que é uma excelente maneira de conseguirmos descomprimir das dificuldades, das chatices, do peso dos dias e da vida. Portanto, rir e sorrir ainda é algo fácil de fazer, que não exige grande esforço, e que nos ajuda imenso.

Isso não soará a falsidade, em parecer uma coisa que não se é, pelo menos naquele momento?

Rir com vontade ajuda as pessoas a libertar energias, a demonstrar o seu estado de espírito e, mentalmente, ajuda imenso. Agora, não é um medicamente. Não é propriamente um antibiótico, mas será pelo menos algo que ajuda a aliviar a inflamação. Faz parte da cura, mas não é a cura.

Que três valores principais ensinas aos teus três filhos? E como reages se ou quando eles não os cumprem?

Assim de rompante refiro a honestidade, a simplicidade e a generosidade – mais do que a solidariedade. Não é fácil, pois posso estar a deixar de fora outros valores muito importantes, mas fico muito triste se e quando eles falham nalgum destes valores. Considero-os fundamentais para mim. Faço os possíveis para que eles procedam na vida com esses valores.

Sendo este jornal do Alto Douro, o que te apraz dizer desta região?

Eu adoro esta região e o Norte, em geral. Quando me falaram nesta entrevista eu disse logo que sim, porque tenho sido muito feliz no Douro. São pessoas incríveis. E precisamente esses três valores que te mencionei eu encontro-os muito aqui. Apesar de não vir aqui tantas vezes como gostaria, sinto-me em casa nesta região.

Já realizaste algum trabalho nesta área geográfica? E como foi, do que te recordas?

Já realizei e volta e meia aparece um trabalho e venho. Mas guardo com grande recordação os últimos espetáculos que fiz em Lamego, em que fui recebido maravilhosamente e comi maravilhosamente. Fiz aquela zona no programa «Lés a lés», em que percorremos tudo até 2019, em que me lembro de ter estado também em Santa Marta de Penaguião. Estou a pensar em levar a minha família num daqueles cruzeiros rio acima, porque o Douro é lindíssimo. Tenho de falar com o dono da TVI, o meu patrão, a ver se me faz um desconto (risos)

Em 2006 fizeste uma promessa inédita, e cumpriste, com a sagração de Portugal como campeão europeu de futebol? Ficaste assim tão arrependido para não prometeres nada caso fossemos campeões do mundo?

A seleção é diferente. Em 2016 tínhamos muito talento, sem dúvida, mas éramos muito dependentes do Cristiano Ronaldo. Ele era, e ainda talvez o seja, o timoneiro! Sem tirar o papel ao Fernando Santos. Apesar da idade, o nome dele ainda mexe. Eu não sou entendedor e crítico de futebol, mas entendo que agora, fruto de boas escolas de formação, temos uma variedade de talento tão grande. Às vezes penso assim: e ainda ficaram uns quantos de fora de primeiríssima qualidade. Por isso nem fiz nenhuma aposta, eles chegam lá sozinhos (risos)

Estamos em dezembro: como gostas, normalmente, e desejas passar o teu Natal? O que mais te encanta e, ao mesmo tempo, te aflige nesta época?

Natal, para ser bem, é com a Família. Normalmente junto a família mais chegada e acabo por ter mesas com cerca de 20 pessoas. E este Natal, a correr bem, será novamente desse género. Espero que seja um Natal em paz, sobretudo para as pessoas que mais gosto. A família é o mais importante! É assim que quero, é assim que gostava que sempre fosse.

Peço-te um registo positivo final para os nossos leitores, inspirado na tradicional mensagem de Natal…

Neste Natal, desejo que toda a gente beije e abrace com fartura. Nós, culturalmente, somos de tradição católica, a religião maioritária do país. Houve muitos anos em que fui agnóstico e, recentemente, voltei a ser católico por história, pela tradição. O que acho mais interessante nas missas é, precisamente, o gesto da paz: o momento em que as pessoas se beijam e se abraçam. Sinto que esse é que é o espírito básico de tudo. E é o mais bonito de se ver, entendendo como um ponto alto da celebração. É isso que desejo neste Natal: cumprimentem a família, os amigos, os vizinhos, e esqueçam as discórdias. Neste mundo, anda tudo muito nervoso: temos de descer à terra e ter calma. Paz e amor (risos) Para todos, feliz Natal! ○

4 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
Tex To : André rubim rA ngel

Região

CIM Douro entrega primeiros Certificados de Excelência de Turista do Douro

A CIM Douro realizou, no passado dia 26 de novembro, uma cerimónia simbólica onde foram entregues os primeiros 40 Certificados de Excelência de Turista do Douro, no âmbito do Passaporte Douro, no Museu do Douro

Os primeiros 40 turistas que viajaram de Passaporte Douro na mão e carimbaram os 76 pontos de interesse receberam um Pack composto por: Caixa personalizada, o Certificado de Excelência de Turista do Douro e uma garrafa de Vinho do Porto, exclusiva, que o IVDP criou para esta iniciativa.

Estiveram presentes o Presidentes da CIM Douro, Carlos Silva Santiago, Presidente do IVDP, Gilberto Igrejas e o Presidente do Turismo Porto e Norte de Portugal, Luís Pedro Martins. Estiveram ainda alguns autarcas da Região como o Presidente de Peso da Régua, José Manuel Gonçalves, o Presidente de Torre de Moncorvo, Nuno Gonçalves, o Presidente de Mesão Frio, Paulo Silva, com o Vice Presidente Fernando Correia, a Presidente de Penedono, Cristina Ferreira, a Vice Presidente de Lamego, Catarina Ribeiro e as Vereadoras de Vila Real, Mara Minhava e de Moimenta da Beira, Mónica Gertrudes. Sob o slogan "Descubra e viva uma experiência única!", o Passaporte Douro visa mostrar este território nas suas diferenças e nas suas riquezas, que elege a monu-

Juventino Santos

e José Guerra

mentalidade, a cultura e as gentes como o mais importante desta imensa região de patrimónios da humanidade e de incomensurável potencial no País e no Mundo.

No final da cerimónia, em declarações ao nosso jornal, o presidente da CIM Douro, Carlos Silva Santiago, sublinhou o orgulho em assinalar este momento.

“É um sentimento de orgulho. Tínhamos o objetivo de colocar as pessoas a fazerem um périplo pela região e é isso que temos conseguido com esta iniciativa, mostrando que esta região é muito mais do que o rio e o vinho que lhe dão nome.

Pretendemos levar as pessoas aos sítios mais recônditos para que apreciem a nossa monumentalidade, provando pelo meio coisas diferentes.

Esta é uma primeira entrega simbólica, alguns serão enviados por correio porque vários turistas vivem fora da região, e mesmo do país, não tendo assim oportunidade de marcar presença nesta cerimónia".

Para o também autarca de Sernancelhe, o Passaporte é um projeto intermunicipal,

que uniu ainda mais a região em torno da promoção turística do território.

“Temos consolidado boas ideias para o território, nos últimos anos, em termos de projetos. Esta ideia do Passaporte é aquela que nos enche de satisfação porque a componente cultural e turística é cada vez mais a nossa dinâmica económica no território.

O Passaporte do Douro é um projeto que nos une a todos na valorização turística, das nossas gentes e do nosso território. Este foi o primeiro, mas temos já outro que começará em janeiro com a Cidade Europeia do Vinho. Cada vez mais somos esta grande cidade com 200 mil pessoas e que tem 19 vereadores, contribuindo para um todo comum”.

Carlos Silva garante ainda que o projeto ajudou a melhorar alguns aspetos da região, sublinhando o papel das Lojas Interativas de Turismo que "começaram a trabalhar de forma integrada, partilhando informações e pequenas notas que os turistas iam deixando". ○

Carla Monteiro

− Mesão Frio

A experiência foi espetacular, tivemos oportunidade de conhecer sítios que, apesar de sermos daqui, não conhecíamos, e caminhos espetaculares. Por todos os caminhos que cruzávamos conhecíamos novas paisagens e gentes únicas. Foi uma iniciativa muito boa que aproveitamos ao máximo. Já tínhamos feito vários passeios de mota, passando próximo de alguns pontos de interesse do Passaporte e que não conhecíamos, foi uma oportunidade de visitar esses locais.

Fizemos todo o percurso de mota, dividido em diversos dias e fins de semana, mediante a disponibilidade que tínhamos.○

Esta rota, acima de tudo, foi uma descoberta do Património pelo qual passamos quase diariamente e nem reparamos da sua grandiosidade.

Foi também uma descoberta do que não está no Passaporte, acima de tudo as pessoas com que nos cruzamos pelo caminho, as aventuras, as risadas e toda a animação em conjunto com aqueles que aceitaram o desafio de serem meus acompanhantes nestas viagens.

Tive a companhia do meu filho em algumas destas viagens e sinto que mesmo a relação com ele saiu beneficiada com esta experiência, algumas viagens eram longas e tivemos oportunidade de partilhar muitas conversas.

Houve alguns locais aos quais foi necessário regressar porque nem todos estavam abertos durante o fim de semana e não era possível colocar o carimbo no passaporte, mas mesmo isso tornou a descoberta mais interessante porque no regresso, como já não era novidade, era possível reparar em pormenores que antes tinham passado despercebidos.

Foi uma experiência muito interessante, mesmo em termos gastronómicos com a descoberta de doçaria fantástica. Havia sempre a motivação de querer chegar ao próximo ponto.

Deixo ainda o desafio para a criação de outro passaporte, talvez não tanto a pensar no Património e nas paisagens mas, quem sabe, mais dedicado à gastronomia.○

6 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

Estimados amigos, Vivemos a época mais mágica do ano, plena de luz, cor e esperança.

Esta é uma quadra que os nossos corações vivem sob os mais nobres sentimentos, na expectativa de um novo ano que seja o florescer de um futuro promissor.

Tarouca é Natal com o calor humano de todos o que tornam este território tão especial, e que nos aquecem o coração, com os reencontros daqueles que há muito não víamos e que nos confortam a alma, com a partilha do amor e dos afetos, mas também com as nossas famílias, onde encontra-mos sempre o amor mais puro e a retaguarda de apoio.

Temos trabalhado para que Tarouca continue a ser motivo de orgulho para as nossas gentes, e temos ainda muitos sonhos para o nosso concelho, que nos motivam a continuar a ambicionar por um território mais desenvolvido, com melhor qualidade de vida e equidade social.

Saibamos todos ser Natal com tudo o que ele representa: compreensão, tolerância, solidariedade, amor, respeito e fraternidade.

Votos sinceros de um Feliz Natal e um Próspero Ano de 2023.

O Presidente da Câmara Municipal de Tarouca,

Tarouca é

natal

Municipio de Tarouca

254 677 420 /MunicípiodeTarouca @municipio_de_tarouca
https://www.cm-tarouca.pt/

Mesão Frio

Ministra da Coesão Territorial visita Mesão Frio

A Ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, foi recebida no dia 21 de novembro, no edifício dos Paços do Concelho, pelo Presidente da Câmara Municipal, Paulo Silva e pelo Presidente da Assembleia Municipal, Carlos Pombo Silva.

Estiveram também presentes grande parte das entidades institucionais concelhias, que tiveram a oportunidade de ouvir as intervenções do presidente da Câmara e da ministra Ana Abrunhosa, sobre as oportunidades resultantes dos apoios europeus no futuro Portugal 2030 que poderão ser alocadas a Mesão Frio e outros assuntos prementes para o concelho porta de entrada da Região Demarcada do Douro.

Para o edil de Mesão Frio, “está na hora de o Concelho recuperar o atraso estrutural de que padece! As carências são muitas e estamos há anos a perder oportunidades em relação à grande maioria dos concelhos do país e mesmo da região”, afirmou Paulo Silva.

Sobre Mesão Frio, a ministra referiu ser decisivo que o Município mantenha a estratégia definida para que a necessária mudança de atitude se materialize: “mudar realidades pode demorar décadas e temos de começar já”.

Ana Abrunhosa deixou uma palavra de esperança e de motivação para o futuro e defendeu que “os territórios têm de ser exigentes. Finalmente o País percebeu que se não desenvolver estes territórios como um todo, sai prejudicado.” A ministra defendeu ainda que se deve “recusar

a ideia de que há territórios condenados” e que “Mesão Frio tem todos os motivos para ter ambição e para sonhar com projetos diferentes”, disse, demonstrando-se disponível para as reuniões de trabalho que vierem a ser necessárias com o presidente e restante Executivo Municipal. No final da sessão de boas vindas, Ana Abrunhosa assinou o Livro de Honra do Município, ao que se seguiu uma reu-

nião de trabalho com o Executivo, onde o presidente da Câmara Municipal expôs as principais preocupações e objetivos da Autarquia para os próximos anos, nomeadamente as relacionadas com as acessibilidades físicas e digitais do concelho, a recuperação de infraestruturas fundamentais como as praias fluviais da Rede e do Rio Teixeira, o edifício da antiga Residência de Estudantes e os cais fluviais de

Barqueiros e Porto de Rei, entre outros. Na mesma reunião, a ministra foi informada dos vários projetos de investimento privado no setor hoteleiro que estão já em curso.

Após a reunião de trabalho, Ana Abrunhosa efetuou uma visita ao Concelho, onde pôde tomar contacto presencial com as dificuldades e potencialidades associadas ao território de Mesão Frio. ○

Comunidade Intermunicipal do Douro reúne em Mesão Frio

A Biblioteca Municipal de Mesão Frio acolheu, no dia 23 de novembro, a 150.º reunião ordinária do Conselho da Comunidade Intermunicipal do Douro (CIM Douro).

Entre os diferentes assuntos discutidos estiveram em cima da mesa, o serviço público de transportes de passageiros, com vista a dar continuidade à aplicação da redução de tarifas aos utilizadores do transporte público ferroviário.

Numa das intervenções do presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, Paulo Silva, foi pedido para se incluir na agenda permanente da CIM Douro a resolução do problema inerente ao IC26 e a alteração à lei do financiamento das autarquias locais. As sugestões do edil foram aceites de forma unânime e passarão a constar nas preocupações permanentes da CIM Douro.

A CIM Douro deliberou, ainda, a sua competência na preparação de um processo de concurso público que decorrerá no próximo ano, no que diz respeito à aquisição de energia elétrica em média tensão e baixa tensão especial, para as

instalações dos municípios da CIM Douro e afins.

A defesa da floresta contra incêndios e o seu Plano Regional de Ação foi também

um dos temas que esteve em debate, com a tomada de posição da CIM Douro relativamente a este assunto.

De entre outras questões prementes

abordadas na reunião, destaque ainda para a sinalética turística das estradas municipais do Douro e respetiva reabertura do procedimento administrativo.

8 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

Freixo de Espada à Cinta

Está aberta a época natalícia em Freixo de Espada à Cinta

A vila mais manuelina do País preparou-se a rigor para receber de braços abertos a época natalícia e, para isso, planeou um conjunto de iniciativas para abrilhantar a vida dos munícipes do concelho e de todos os que nos visitam.

Nesta que é considerada a mais especial época do ano, para os mais novos e para os adultos, o Executivo Autárquico preparou conteúdos variados que vão de encontro aos gostos de todas as faixas da população.

O arranque deu-se dia 10 de dezembro, com a inauguração da iluminação de Natal. Um fantástico espetáculo de luz, música e fogo de artificio, presenciado por centenas de pessoas, que abrilhantou as ruas do concelho e reavivou a magia e simbolismo do Natal. Um momento que abriu caminho para as restantes iniciativas que terão lugar até ao final do ano e que têm como objetivo promover o convívio, o espirito natalício e a evocação da harmonia entre todos, neste período que se pretende de união entre as famílias e a comunidade.

Teremos cinema gratuito com filmes recentes adaptados às faixas etárias, e uma peça de teatro intitulada "Os Músicos da Aldeia Natal" promovida pelo Teatro Filandorra. Durante 15 dias, as crianças te-

rão a oportunidade de conviver e aproveitarem as Férias Desportivas e Culturais do Natal, uma iniciativa que tem vindo a ser marcada pelo sucesso. As tradições locais também são evocadas com prazer e sentido de identidade e, por isso, ao anoitecer na noite da Consoada, terá lugar o simbólico ato do acender da Fogueira do Galo, um momento de união, afeto e calor que aquece as almas e corações de todos.

Como forma de revitalizar a magia e o simbolismo do Natal, iluminar o concelho, estimular a criatividade, a memória das tradições populares, o convívio e a troca de saberes entre gerações, o Município de Freixo de Espada à Cinta promove, à semelhança do ano passado, os Concursos de Natal. Nos já estabelecidos Concursos de Montras de Natal e de Iluminação de Natal fachadas, portas e janelas, dirigidos a todos os estabelecimentos de negócios, habitações particulares e instituições do concelho, foram aumentados os prémios, atribuídos em forma de voucher a ser gasto no comércio local. Pela primeira vez, este ano o Município de Freixo de Espada à Cinta encontra-se a promover o Concurso Árvore de Natal Sustentável, uma iniciativa que tem como objetivo sensibilizar para a sustentabilidade e problemática da questão ambiental.

Freixo de Espada à Cinta promovido na INTUR 2022

Município de Freixo de Espada à Cinta

O Município de Freixo de Espada à Cinta esteve representado na INTUR 2022 Feira Internacional de Turismo do Interior, que decorreu de 17 a 20 de novembro, em Valladolid. A presença neste evento decorreu em parceria com o Turismo do Porto e Norte de Portugal.

Na INTUR Negócios, o Município de Freixo de Espada à Cinta aproveitou a oportunidade para apresentar e promover a oferta turística do concelho em reuniões privadas dirigidas, exclusivamente, a operadores turísticos e empresas internacionais, onde foram efetuados contactos importantes para a dinamização e promoção internacional do concelho, numa ação de networking que envolveu cerca de 100 parceiros internacionais e empresariais provenientes de Espanha, Portugal, França, Itália, Irlanda, Austrália, Bélgica, Canadá, Coreia, Finlândia, Países Baixos, Estados Unidos e Polónia.

Depois da INTUR Negócios, o espaço reservado ao Município de Freixo de Espada à Cinta esteve disponível para visita do público em geral, momento aproveitado para ficar a conhecer mais sobre o concelho, a oferta existente, as potencialidades únicas que o distinguem dos demais, assim como a tradicional seda e os produtos endógenos de qualidade superior.

Ao marcar presença nestas iniciativas internacionais de promoção turística, o Município de Freixo de Espada à Cinta tem como objetivo potenciar e valorizar o que de melhor o concelho tem para oferecer, dando a todas estas potencialidades únicas o valor e destaque que merecem, através da dinamização de estratégias e promoção de ações direcionadas para os diversos públicos-alvo, consolidando a marca Freixo de Espada à Cinta enquanto destino turístico com crescente prestigio e notoriedade. ○

O Município de Freixo de Espada à Cinta foi uma das entidades privilegiadas a ser galardoada na Gala dos 75 anos da Federação Portuguesa de Voleibol que decorreu no passado mês de novembro, no Terminal de Cruzeiros de Matosinhos.

O Presidente da Câmara Municipal, Nuno Ferreira, esteve presente na cerimónia e recebeu o galardão que, ao longo de várias edições, tem vindo a distinguir aqueles que mais se distinguem ao serviço da modalidade e ao longo de toda uma carreira dedicada ao voleibol.

Esta iniciativa foi promovida pela Federação Portuguesa de Voleibol (FPV) que, em 2022, assinala os 75 anos de existência. A Gala do Voleibol contou, para além de personalidades ligadas ao voleibol, com a presença de representantes de federações de outras modalidades e de personalidades ligadas a vários setores da sociedade portuguesa.

Co-fundadora da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), a Federação Portuguesa de Voleibol tem mantido a mesma vitalidade e espirito pioneiro que lhe permitem criar projetos desportivos e sociais de grande importância como o Gira-Volei, o Gira-Praia ou o ParaVolei, assim como assumir-se como a segunda modalidade com mais atletas federados no país. A nível internacional, a FPV é considerada uma das mais prestigiadas federações portuguesas e uma das mais influentes instituições do desporto português.

O Município de Freixo de Espada à Cinta congratulou-se pela entrega deste galardão que vem comprovar a importância que o desporto tem no concelho e dar motivação extra para continuar o apoio às diversas modalidades em prol da população do concelho de Freixo de Espada à Cinta.○

9 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO
Galardoado na Gala dos 75 anos da Federação Portuguesa de Voleibol

Sabrosa

Festa de Natal Sénior contou com a presença de 700 séniores

O Mercado dos Produtos Durienses acolheu, no passado dia 10 de dezembro, a Festa de Natal Sénior que contou com a presença de cerca de 700 séniores de todo o concelho.

O programa da festa iniciou com a celebração da Santa Missa, seguindo-se depois o tradicional almoço convívio e uma tarde recheada de animação. A Tuna da Academia Sénior de Sabrosa e o artista Vítor Pica foram os responsáveis por uma tarde cheia de música e alegria oferecida a todos os presentes.

A Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Helena Lapa, aproveitou o momento para saudar todos os presentes, desejando Boas Festas neste que é um “almoço recheado de carinho e de afetos. Depois de dois anos que tiveram um impacto terrível na vida de todos nós, é da

responsabilidade de qualquer município estar junto das pessoas, sendo a nossa principal preocupação o bem-estar das nossas gentes. Hoje temos aqui cerca de 700 pessoas, número representativo da

realidade do nosso concelho, e agradeço a todos, pois sem vocês esta festa tão bonita não seria possível.”

A Diretora do Centro Humanitário de Sabrosa da Cruz Vermelha Portuguesa, Car-

la Mota, referiu que “já passaram muitos anos, mas continuamos a preparar esta iniciativa com o mesmo entusiasmo e carinho e é com muita satisfação que vejo este espaço cheio e um sorriso nos vossos rostos pois sei a importância que tem para vós.”

Todos os participantes desfrutaram de um dia repleto de magia distribuído por todos os intervenientes da festa e levaram para suas casas uma lembrança natalícia.

Ainda no evento, o Serviço Municipal de Proteção Civil desenvolveu uma ação de informação e de sensibilização, com a distribuição de folhetos alusivos à prevenção e autoproteção em incêndios urbanos.

O evento foi organizado pelo município de Sabrosa em colaboração com o Centro Humanitário de Sabrosa da Cruz Vermelha Portuguesa. ○

Obras na Avenida General Alves Pedrosa já iniciaram em Sabrosa

As obras na Avenida General Alves Pedrosa, integradas no programa de Regeneração Urbana da vila de Sabrosa, já arrancaram.

O projeto desta intervenção visa a reorganização do espaço público e a fluidez necessária para promover a segurança rodoviária, sendo que prevê um maior número de espaços de estacionamento sobretudo junto aos equipamentos de uti-

lidade pública instalados na via, como é o caso da Santa Casa da Misericórdia de Sabrosa e da Fundação Patronato de Santo António, instituições de cariz solidário com um público sénior de mobilidade reduzida, e da antiga escola primária de Sabrosa.

A obra pretende consequentemente aumentar o número de espécies arbóreas e

pressupõe a uniformização de espécies nas duas frentes urbanas, assim como a regularização do perfil do arruamento. A dissimulação de cablagens passarão agora a estar ocultas no subsolo, serão introduzidas novas luminárias, contextualizadas à escala e características do aglomerado, bem como instalado mobiliário urbano necessário à fruição do espaço, tal como a construção da rede de águas pluviais.

Este projeto tem a duração prevista de 210 dias e permitirá a melhoria do ambiente urbano através de uma imagem global uniforme e cuidada. A obra tem um investimento total previsto de € 304.560,76 (Trezentos e quatro mil quinhentos e sessenta euros e setenta e seis cêntimos) e está enquadrada na medida do Plano de Ação de Regeneração Urbana (PARU), comparticipada pelo FEDER. ○

Sabrosa recebeu a 7ª Prova da ARCVR Taça Regional XCM BTT pelo Reino Maravilhoso

A 7ª Prova da Associação Regional de Ciclismo de Vila Real (ARCVR) para a Taça Regional XCM BTT aconteceu no passado dia 20 de novembro, e contou com cerca de duas centenas de participantes.

A prova, que iniciou no Parque BB King em Sabrosa e que encerrou a Taça e o OPEN de meias maratonas, foi constituída por três percursos, dos quais, a Maratona com 70 Km, a Meia-Maratona com 50 km e o Passeio com 30 Km, e passou por vários pontos do concelho, dos quais, Feitais, Souto Maior, Delegada, Saudel, Anta, Paradela de Guiães, Vilela, Gouvães do Douro, Provesende e Fermentões.

No final da prova decorreu no Parque BB King a entrega de prémios no pódio, com a presença do Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Martinho Gonçalves, do Vereador António Araújo, e do Presidente da Junta de Freguesia de Sabrosa, João Veiga.

Na Maratona Elite (70 Km) destacou-se em primeiro lugar, Luís Moura, com o

tempo de prova de 2:36:46, seguindo-se em segundo lugar, Adelino Silva, e em terceiro lugar, Tiago Mourão. Na Maratona Curta, posicionou-se na classificação de Master 30 Feminino, em primeiro lugar, Sofia Sousa, e na Master 40 Feminino, Sílvia Costa na liderança. Relativamente ao OPEN, destaca-se na classificação masculina, em primeiro lugar, Miguel França, seguindo-se em segundo lugar, Diogo Branco, e em terceiro, Luís Isaac, liderando a prova feminina, Elisabete Correia.

Na entrega de prémios o Vice-Presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Martinho Gonçalves, parabenizou todos os participantes e deixou uma palavra de reconhecimento à organização do evento, realçando que o município de Sabrosa apoia o desporto.

A 7ª Prova da ARCVR Taça Regional XCM BTT pelo Reino Maravilhoso foi organizada pelo município de Sabrosa e pela AllBikeExperience com o apoio da Associação Regional de Ciclismo de Vila Real. ○

10 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

S. João da Pesqueira

A Câmara Municipal de S. João da Pesqueira ofereceu às crianças do Pré-Escolar até ao 1.º Ciclo, diversas lembranças natalícias, desde

jogos didáticos a Pais Natal de chocolate.

Este ano foram novamente entregues computadores aos alunos que

ingressaram no 1.º ano, à imagem dos colegas do 1.º ao 4.º ano que também receberam nos anos anteriores.

Esta foi uma forma simbólica do Município assinalar esta quadra natalícia e alegrar um pouco mais o Natal das crianças do Concelho.○

Visita às IPSS´S do concelho

Entrega de prendas de Natal aos alunos do pré-escolar e 1.º ciclo Vale de Natal Sénior

O Executivo Municipal de S. João da Pesqueira deslocou-se a todas as localidades do concelho a fim de desejar um Feliz Natal e entregar um Vale de Natal, no valor de 25€, à população Sénior do Concelho, como alternativa ao tradicional almoço de Natal.

Assim, o vale de Natal Sénior, para além de apoiar a comunidade com 65 ou mais

anos do concelho (que perfaçam os 65 anos até ao dia 31 de dezembro de 2022), servirá também para ajudar o comércio local, que também tem sofrido com a atual conjuntura económica.

Em caso de dúvida contacte o Gabinete de Ação Social do Município, através do telefone 254 489 999.○

De forma a agraciar com um “miminho” os séniores residentes em IPSS´s no concelho de S. João da Pesqueira, o executivo municipal visitou todas as instituições com Estrutura Residencial para Idosos, de forma a oferecer uma pequena lembrança para a assinalar

esta época Natalícia.

A entrega destas lembranças é um pequeno gesto que simboliza o apreço pelas pessoas que estas instituições apoiam e o agradecimento do município pelo trabalho que as IPSS´s fazem pelos seus utentes e pela comunidade. ○

11 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO

Luís Machado, Presidente da Câmara de Santa Marta de Penaguião

“O projeto que eu e a minha equipa apresentamos

A cumprir o seu último mandato à frente da autarquia de Santa Marta de Penaguião, Luís Machado assume que, formalmente, o projeto que tinha para o concelho em 2013 está consolidado. Reeleito sempre com largas vantagens para os seus opositores, o autarca acredita que a maioria dos penaguienses está satisfeito com o trabalho realizado.

Ser autarca implica uma dedicação ao cargo que vai muito além das habituais 8 horas de trabalho. Quem fica a perder com esta dedicação?

Aquilo que todos dizemos, a família. A família perde em tempo, mas está próxima de nós nos tempos difíceis o que ajuda à coesão familiar.

Perde essencialmente nas críticas injustas. Hoje é muito fácil criticar, o mérito das críticas não é o desejável e quando atacam o autarca ou a pessoa, quem mais sofre é sempre a família.

Lida bem com a crítica?

O tipo de crítica sem mérito, que roça a ofensa, que é desleal, é de lamentar, mas hoje vive-se muito disso. Quem mais sofre são os que estão mais perto de nós.

Se a crítica for no sentido construtivo já é diferente, aceito com espírito democrático.

Nem todas as decisões que toma são do agrado da totalidade das pessoas, seria muito difícil agradar a todos. Como lida com estas opções?

Vivemos numa democracia onde de quatro em quatro anos somos chamados a avaliar o trabalho de quem elegemos.

Em cada eleição apresentamos o nosso projeto para aquele mandato, em Santa Marta de Penaguião o nosso projeto foi, desde o início, pensado a 12 anos, não tivemos pressa em fazer algumas coisas sem pensar.

A verdade é que uma esmagadora maioria dos penaguienses nos reelegeu em 2017 e 2021, prova que a maioria aprova os nossos projetos.

É minha preocupação avaliar o mérito dessas críticas porque também elas nos ajudam a melhorar o trabalho desenvolvido.

A ideia que ainda agora referiu de ter inicialmente um projeto a 12 anos para Santa Marta de Penaguião, ficou sublinhada com as palavras-chave que usou em cada uma das campanhas, "Acreditar", "Confiar" e Confirmar". Está próximo do final do seu último mandato, havendo algumas obras ainda a decorrer, sente que aquilo a que se propôs foi conseguido?

O projeto que eu e a minha equipa apresentamos em 2013, em termos de conceção, está feito.

Aquilo que defendemos em 2013 continuamos a defender hoje, é um projeto consolidado, não temos dúvidas disso.

Tínhamos dois eixos fundamentais, o primeiro era a melhoria do bem estar dos penaguienses e neste campo demos um salto substancial. Hoje podemos dizer que conhecemos bem a nossa comunidade e ela viva cada vez melhor. Com dificuldades, sem dúvida, mas já melhoramos muito comparativamente com a realidade em 2013.

O segundo eixo era o desenvolvimento, uma grande aposta na área do vinho. Em 2013 só existiam as Caves, hoje já temos 17 ou 18 produtores com boa dinâmica e a criar riqueza. Afirmamos também Santa Marta de Penaguião na região e no país.

Em 2013 éramos um concelho só conhecido pelo vinho, muito por responsabilidade

do trabalho desenvolvido pelas caves nos anos 70 e 80. Hoje não, fruto também do projeto da N2 a realidade é outra, afirmamos Santa Marta e temos uma palavra no país. Temos conseguido chegar a lugares de decisão e naturalmente isso satisfaz-nos muito.

Falta-nos concretizar as obras em curso por várias razões. Acreditamos que em 2025 vão estar prontas e aí sim, vamos criar uma oferta ao nível do turismo que vai engrandecer Santa Marta e contribuir para a melhoria de vida de todos que aqui vivem.

Será o "Confirmar" de Santa Marta de Penaguião?

Sim, será o confirmar Santa Marta de Penaguião como um concelho diferente, duriense, solidário, mas diferente. Temos a padroeira e o mentor, somos o “Berço D'Ouro” e podemos dizer que o nosso Douro, a nossa região, é o que é com um papel determinante de Santa Marta de Penaguião na sua fundação e agora na sua promoção.

Concluindo os projetos físicos vamos dar um grande contributo para que a promoção da nossa região seja ainda melhor.

Que obras são essas e que datas aponta para a sua conclusão?

As datas são sempre difíceis, tivemos algumas dificuldades que nos ultrapassam mas que entretanto já ficaram resolvidas.

O Espaço Douro Vivo já está concluído e temos registado, com agrado, que já foram partilhadas milhares de fotografias tiradas lá, significa que já teve muitas visitas.

A Ligação com História de João Mansilha deverá estar concluído no primeiro trimestre do próximo ano. Devendo ainda estar para breve a adjudicação do Espírito Santo.

Outro projeto que tivemos que interromper, por um problema de obra, foi o Origem Douro, que vamos tentar reiniciar em 2023, sendo que a sua conclusão será para 2024.

É nossa convicção que no ano 2024 teremos este ciclo de espaços físicos, de visitação e conhecimento, concluídos. Santa Marta estará num patamar de excelência no que toca à promoção da sua história, dos seus produtos e das suas gentes, mas também da região.

Em perfil

- O filme da vida – Ben Hur, o primeiro que vi no cinema com os meus irmãos

- O livro da vida – O primeiro que li, com 12 anos, A casa dos corações perdidos, de Heinz Konsalik

- A banda da vida – Música dos anos 80, é injusto escolher só uma

- Não passo sem – Me preocupar com os munícipes todos os dias

- Prato favorito – Bacalhau, pode comer-se de muitas formas

- Local de férias – Dentro da água do mar

- Em Santa Marta de Penaguião gostava de ter… uma mobilidade de transportes públicos para Vila Real

- Clube – S.L. Benfica, Santa Marta, Cumieira e Real Penaguião

12 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

apresentamos em 2013, em termos de conceção, está feito”

Quando refere problemas com as obras, o que aconteceu?

Houve a questão da pandemia, os concursos ficaram vazios sete vezes, só na oitava tentativa é que conseguimos, e os pedidos de revisão do tribunal de contas.

Situações que já estão ultrapassadas. Para o Parque Espírito Santo, depois de concursos vazios, tivemos agora uma série de propostas. Acreditamos que estamos a retomar a normalidade e que em 2024 todas estas obras estarão prontas.

Em anteriores declarações públicas já afirmou que, depois de muito tempo virada para o Douro, é importante que Santa Marta de Penaguião se vire agora mais para a Serra do Marão. De que forma pode o concelho fazer isso?

O concelho já está virado para a serra. Em 2013 os penaguienses não conheciam a serra, tirando todos aqueles que vivem nas fraldas do Marão, não conheciam a serra e desconheciam as suas melhores imagens.

Neste momento estamos a trabalhar num projeto em conjunto com a UTAD tendo em vista a valorização da castanha, perceber a potencialidade da nossa castanha, qual a espécie que pode criar mais rendimento e depois fazer um investimento nesse setor, sendo que este estudo tem toda a cadeia económica, desde a produção, passando pela escolha das áreas de produção e a comercialização. Um trabalho completo da árvore à mesa das pessoas.

Pensamos ter este estudo concluído no primeiro trimestre de 2023 para depois, juntamente com os baldios, trabalhar na sua implementação numa área disponível que temos de 600 hectares. Podemos ganhar dimensão.

Estamos também a trabalhar na atratividade da serra, em conjunto com o ICNF e a APA para a questão dos pareceres para criar três ou quatro investimentos. Com a Universidade do Porto estamos a trabalhar para um observatório. Estamos convencidos que até 2025 vamos integrar o Marão no Douro. Se não houvesse Serra do Marão os nossos vinhos seriam vinhos verdes. É uma oportunidade que temos e que não podemos desperdiçar.

Já fizemos uma primeira caminhada noturna na serra e no próximo ano faremos mais alguns investimentos, que não vou agora divulgar porque ainda estão a ser trabalhados. O Marão está a 50 minutos do Porto e tem um potencial de visitação que temos que captar.

Santa Marta de Penaguião está localizada entre Peso da Régua e Vila Real, duas cidades de dimensão maior. Este fator é positivo ou negativo para o concelho?

Até 2013 foi sempre considerado que era um constrangimento. Era uma dificuldade estarmos perto, a verdade é que o foi.

Nos anos 80 e 90, principalmente na década de 90, houve algumas decisões que não nos favoreceram. Uma muito simples

era a ideia que as grandes superfícies (Continente, Pingo Doce, etc), iriam acabar com os pequenos comércios, havendo uma posição contrária à sua instalação. Isso retirou-nos oferta porque as pessoas vão à Régua, temos uma superfície a cinco ou 10 minutos daqui. Ao sábado e domingo, quem quiser ver penaguienses é ir à Régua.

Connosco é diferente, só temos a ganhar. Santa Marta de Penaguião só tem a ganhar com a dinâmica de Vila Real e da Régua, temos é que ter dois caminhos. Temos para oferecer aquilo que essas duas cidades não têm, a proximidade, a segurança, mais tempo e melhores relações. Temos é que ter as melhores escolas do país, uma boa cobertura de assistência médica e serviços públicos.

Se as pessoas tiverem ideia que os serviços públicos dão resposta, que a nossa escola é melhor e que podemos evoluir nas questões da saúde, temos um grande potencial.

O que nos falta é aquilo que gostaria de ter cá, um projeto de mobilidade que permita, por exemplo, aos estudantes da UTAD, continuarem a viver cá. Transportes públicos que os levem de manhã e que os tragam à noite, o mesmo para todos os que trabalham na zona industrial de Vila Real.

Faltam-nos circuitos circulares, passo a redundância, onde os transportes passem de hora a hora ou a cada duas horas, posam ter transporte em Vila Real, Régua e Santa Marta.

Essa responsabilidade já existe ao nível da CIM, mas a nossa CIM é assimétrica. É um desafio que é colocado ao ministro, criar um programa que permita uma situação semelhantes à que existe nas Áreas Metropolitanas, que dê às pessoas a possibilidade

de viver fora dos grandes centros, sem que percam conforto ou rendimento.

Se conseguíssemos, de facto, um bom modelo, Santa Marta cresceria acima da média, porque de facto temos todas as outras qualidades que Régua e Vila Real, não podem dar pelo sua dimensão.

Ao referir a CIM Douro deu o mote para a próxima questão. Muitas vezes os 19 autarcas que a integram referem-se a si próprios como vereadores de uma grande cidade. É um dos vice-presidentes desta Comunidade Intermunicipal. Até que ponto este trabalho conjunto entre os autarcas é benéfico para cada um dos municípios na sua individualidade?

A CIM Douro, a partir de 2017, com uma nova liderança deu passos muito significativos. Hoje em dia é uma entidade intermunicipal que funciona bem, mas com muita dificuldade, pela sua dimensão e pelas suas assimetrias.

Não é fácil trabalhar uma CIM com 19 municípios, com a distância que separa Santa Marta de Freixo de Espada à Cinta, por exemplo. Estas barreiras são ultrapassáveis, mas difíceis de conciliar, isso tem-se conseguido de facto pela disponibilidade, competência, interesse e vontade doas atuais autarcas.

Ao longo dos seus dois mandatos, houve da parte dos autarcas uma disponibilidade muito grande para perceber o conceito de CIM, a importância do nosso Douro e tem sido um gosto trabalhar com todos eles. Somos de facto os obreiros e os operários desta magnífica região. Digo com gosto e confiança que temos

tido extraordinários resultados e isso em muito se deve à liderança dos nossos colegas de Sernancelhe e Torre de Moncorvo, que tenho a felicidade de acompanhar neste mandato.

O salto foi no mantado de 2017-21, agora estamos numa continuidade que tem dado fruto e, sem qualquer tipo de falsa modéstia, que a CIM Douro no final deste mandato vai ser um exemplo a seguir por muitas CIM's.

Há um legado que deixa não só em Santa Marta como em todo o país, a Rota da Estrada Nacional 2. Sente-se o "pai" da N2, como já muitos o apelidaram?

Sim (risos). É uma boa vontade dos meus colegas mas sinto um orgulho muito grande de termos sido nós a avançar com a ideia.

A ideia foi boa e funcionou, foi bem recebida e aceite por todos os meus colegas ligados por esta via.

Digo, com orgulho, que é dos melhores e pode ser dos maiores projetos nacionais em termos de promoção territorial, coesão e criação de riqueza.

O turista está com uma média de duas, três noites, estou convencido que em breve passará para quatro noite, tornando este modelo um dos mais promissores nessa área. A N2 é uma estrada extraordinária.

Esperamos agora da parte do Governo conseguir os apoios para consolidar este projeto para que se mantenha por muitos e muitos anos.

Tem um número dos turistas que passam pela N2?

Não é fácil ter números muito exatos. Estamos a trabalhar num observatório para fazer esse estudo mas, por ano serão mais de 75 mil pessoas a percorrer esta rota.

A pandemia acabou por nos beneficiar porque a nossa oferta é para pequenos grupos, sem concentração de pessoas, em espaços de turismo rural, o que era recomendado na altura. Retirou-nos muitos turistas estrangeiros, principalmente os motards espanhóis, mas já estamos a recuperar

O seu mandato está a terminar. A questão da sucessão está resolvida?

Sim, a nossa transição vai ser segura. Digo que vai ser porque tenho essa convicção.

Como todos sabem a nossa transição foi muito turbulenta em 2013, é nossa obrigação não repetir os erros. Tivemos a felicidade dos penaguienses nos darem a sua confiança e agora é hora de retribuir.

Se ao longo deste 12 anos, que vão ser, houve colegas que me acompanharam é porque são bons e têm a minha totalidade confiança.

Tem um nome na cabeça?

A confiança vai por quem trabalhou estes anos todos comigo. Naturalmente as lideranças vão-se afirmando e toda a gente sabe que a proximidade das lideranças dá experiência e conhecimento.○

13 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO
NOTA PRÉVIA: O VivaDouro prossegue com uma série de entrevistas aos 19 autarcas da CIM Douro.

Moimenta da Beira

Câmara inaugura Balcões SNS 24 em todas Juntas de Freguesia

É um Balcão por freguesia, e um nos Serviços de Ação Social da Autarquia, nos Paços do Concelho, 17 ao todo, que vão funcionar com colaboradores devidamente habilitados para prestar apoio assistido ao cidadão, sobretudo a quem tem pouca literacia digital, sem acesso a equipamentos tecnológicos ou à internet e a outros meios, condições ou competências necessárias para aceder remotamente aos serviços digitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) de forma eficiente e mais próxima dos cidadãos.

O serviço é gratuito e vem melhorar o acesso aos serviços de saúde digitais, evitando deslocações às unidades de saúde e permitindo que as pessoas possam, de uma forma segura e rápida, renovar receitas de medicamentos, realizar uma teleconsulta através da ferramenta de teleconsultas do SNS, obter os certificados digitais Covid-19, bem como atualizar os seus dados no Registo Nacional de Utentes, entre outros serviços.

Os Balcões SNS foram inaugurados oficialmente pelo Presidente da Câmara Municipal, Paulo Figueiredo, e pelo Pre-

sidente da ARS Norte, Carlos Nunes, e a Diretora Executiva do ACES Douro-Sul, Albertina Cardoso, no âmbito dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde, no dia 6 de dezembro.

“É um projeto transversal a todo o município, pioneiro no ACES Douro Sul, que tem tudo para dar certo”, acredita

Espumantes Terras do Demo na lista vencedora de concurso mundial de vinhos da Polónia

Mais uma colheita de qualidade superior! Os Espumantes Terras do Demo: Malvasia Fina 2021 e Rosé 2021, produzidos na Cooperativa Agrícola do Távora, em Moimenta da Beira, foram recentemente distinguidos na segunda edição “The Choice of Poland World Wine Trade Awards 2022”.

O concurso polaco, que pontua os vinhos/espumantes de todo o mundo segundo a relação preço/qualidade, classificou os dois espumantes Terras do Demo na categoria de quatro estrelas – “Very Goog Value”, nos vinhos comercializados entre 7 a 12 euros, sendo os únicos que se encontram na lista vencedora de 2022, nesta secção.

“Apesar de já termos sido premiados tantas e tantas vezes, cada nova distinção

que alcançamos é sempre especial, tem sempre um sabor único. Estes galardões premeiam o trabalho coletivo e concertado que envolve os produtores, os homens que trabalham a terra, os colaboradores da Cooperativa e das outras organizações”, refere João Silva, Presidente da Direção da Cooperativa Agrícola do Távora.○

Paulo Figueiredo, Presidente da Câmara. “A nossa população é um pouco envelhecida, e temos pessoas com necessidades que necessitam muito desta proximidade, e aquilo que se pretende com o Balcão SNS 24 é agilizar efetivamente as soluções de saúde, minimizar custos para os utentes e tornar esta proximidade

num bem maior, que é a saúde”, acrescentou.

“Estamos muito determinados em alcançar sucesso com este serviço, que é uma mais-valia para todos, em especial para a população mais idosa que precisa de maiores cuidados de saúde”, enfatizou o Presidente da ARS Norte, Carlos Nunes. ○

Moimenta da Beira recebe Selo de Qualidade da Água 2022

A autarquia de Moimenta da Beira recebeu o selo de qualidade exemplar de água para consumo humano atribuído pela Entidade Reguladora dos Serviços de Águas e Resíduos (ERSAR). A cerimónia solene de entrega dos prémios e selos ERSAR, na vertente águas, decorreu há menos de um mês, no âmbito da 17ª Expo Conferência da Água.

Os Prémios e Selos dos Serviços de Águas e Resíduos 2022 são uma iniciativa da ERSAR, organizada em parceria com o jornal Água&Ambiente, e visam distinguir as entidades gestoras que, em 2021, apresentam o melhor desempenho, com base num regulamento próprio e com a colaboração de um Júri composto por entidades representativas do setor.

Às entidades distinguidas com o Selo de Qualidade é entregue “um certificado e o direito de usar a imagem do selo no âmbi-

to da sua comunicação institucional, nomeadamente, no sítio da Internet. Também ficam automaticamente habilitadas à atribuição do Prémio de Excelência, que visa premiar as entidades com melhor desempenho”. ○

14 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

Carrazeda de Ansiães

Presépios invadem a vila de Carrazeda de Ansiães

A quadra mais festiva e mágica do ano já chegou e com ela as decorações de Natal, para envolver a comunidade no embelezamento da vila, o Município de Carrazeda de Ansiães concretiza mais uma vez a Exposição de Presépios, com a colaboração das associações e instituições do concelho.

Recriando uma das mais antigas tradições natalícias cristãs, a representação do presépio de belém, as três praças mais emblemáticas da vila ganham uma nova cor e alegria. A exposição está disponível para ser apreciada por todos até 06 de janeiro, Dia de Reis. ○

15 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO

Freixo de Espada à Cinta

Sabores e Tradições regressou a Freixo de Espada à Cinta

Iniciado no ano passado, o certame Sabores e Tradições regressou este ano para a segunda edição, servindo para a promoção do território e dos produtos endógenos do concelho transmontano.

Feito única e exclusivamente com produtores locais, o Sabores e Tradições é um certame que apresenta ao público aquilo que de melhor se faz e produz em Freixo de Espada à Cinta. Entre vinho, fumeiro, azeite, mel, doçaria e artesanato, a escolha é variada para quem o visita.

Vertente de grande importância também é a gastronomia com um espaço amplo onde são instaladas mesas compridas, fomentando assim o convívio entre os presentes.

Para o autarca de Freixo de Espada à Cinta, Nuno Ferreira, este é um certame que veio para ficar, sublinhando que esta segunda edição, veio para confirmar a importância da sua realização. A primeira edição correu muito bem e esta segunda edição veio confirmar a excelência deste certame. Numa fase tão difícil que estamos a atravessar era importante continuar a apostar neste modelo como forma de gerar mais negócio para os nossos produtores.

O autarca revela ainda que este ano houve algumas alterações com uma aposta maior nos espetáculos noturnos onde marcaram presença diversos artistas de renome nacional, mas também a manutenção da aposta nas tradições sublinhada pela realização de jogos de pelota, raiola e malha.

Temos já atletas do nosso concelho que integram a seleção nacional de pelota e que recentemente foram a Espanha disputar a Taça Ibérica.

Nuno Ferreira lançou ainda um desafio a todos os visitantes deste certame para que deixassem os seus telemóveis em casa e durante a visita aproveitassem para conviver com amigos e família.

Este é um evento onde convidamos as pessoas a deixarem o telemóvel à entrada a apreciarem o convívio com os amigos à mesa enquanto provam a nossa gastronomia. É uma forma de homenagearmos a memória dos nossos antepassados e dos longos convívios que faziam.

São três dias de degustação de sabo-

res, de convívio e de estímulo à produção local. É um certame dedicado a Freixo, feito pelas pessoas de Freixo, para promovermos o que de melhor temos no nosso território, projetando o futuro de Freixo.

Presente na inauguração do certame esteve Carla Alves, Diretora Regional da Agricultura que sublinhou a importância destes eventos para a promoção dos produtos endógenos e o papel dos autarcas

Assembleia Eleitoral Convocatória

De acordo com o disposto no artº 39º dos Estatutos da Cruz Vermelha Portuguesa, publicados em Decreto-Lei nº 281/2007 de 7 de agosto e no Regulamento das Assembleias de Delegação aprovado pela Direcção Nacional da Cruz Vermelha Portuguesa em 10/10/2007, convoco a Assembleia Eleitoral para o próximo dia 17 de dezembro de 2022, a ter lugar nas instalações da sede da Delegação, sita na Rua Padre Domingos Baião, nº166, Baguim do Monte.

As urnas estarão abertas entre as 10:00horas e as 17:00horas.

que insistem na realização dos mesmo, valorizando o seu território com aquilo que de melhor se produz localmente.

“É importante que as autarquias continuem a ter este papel fundamental na promoção dos seus produtos, valorizando os seus territórios e atraindo turismo.

Este é um território rico em produtos endógenos, seja o vinho, a amêndoa, a laranja ou a azeitona Negrinha de Freixo, uma denominação de origem única

da azeitona de conserva. Aqui não se inventa nada, trabalha-se com os produtos que há, é genuíno.

Vale a pena termos orgulho em sermos deste território com todas as coisas maravilhosas que tem.

Os autarcas têm sido um autêntico motor para a região promovendo este tipo de certames um pouco por todo o lado, cada um elevando o ou os produtos que de maior valor têm no seu território”. ○

Ponto Único da ORDEM DE TRABALHOS - Eleição de três membros para o Conselho de Curadores da Delegação

OPresidentedaDelegação

Assinado por: NUNO MIGUEL RIBEIRO COELHO Num. de Identificação: 10281207 Data: 2022.12.05 19:20:37+00’00’

16 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
17 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO

Mesão Frio

Feira Anual de Santo André com muita participação popular

De 30 de novembro a 8 de dezembro, Mesão Frio esteve em festa com a centenária Feira Anual de Santo André, uma das maiores feiras do país. As atuações dos Anjos e dos Wet Bed Gang, um renovado mercado medieval, o inédito evento vínico «Douro em Tons de Rosé», a tradicional Feira dos Burros, a animação de rua com muita música, produtos endógenos, vinhos e gastronomia típica, foram os principais ingredientes deste certame memorável, com muitos dias recheados de animação popular.

GRANDES CONCERTOS

Largas centenas de pessoas reuniram-se na tenda gigante do Parque de Lazer, para assistirem ao espetáculo dos Anjos. A dupla de populares artistas abrilhantou a noite de sábado da Feira Anual de Santo André, num espetáculo para todas as idades, que juntou muitas gerações. Toda a gente pôde cantar os melhores êxitos. No final do concerto, o público dirigiu-se à Praça da alimentação, onde pôde desfrutar, com toda a comodidade da gastronomia e dos vinhos produzidos no Concelho e na região.

Já os Wet Bed Gang vieram a Mesão Frio encerrar a sua Tour de 2022. O último concerto do ano de uma das mais importantes bandas portuguesas da atualidade lotou por completo a tenda gigante instalada junto ao Parque de Lazer. Foi um público maioritariamente jovem a encher a plateia e a cantar em coro os mais conhecidos temas dos Wet Bed Gang. Uma oportunidade única dos mesão-frienses mais novos festejarem da melhor forma o Santo André.

MERCADO MEDIEVAL

O Mercado Medieval da Feira Anual de Santo André regressou a Mesão Frio durante dois dias, espalhando-se ao longo de todo o casco histórico da Vila. Numa viagem de regresso ao passado, as ruas desde o Largo do Cruzeiro até à Avenida Conselheiro Alpoim foram tomadas por barraquinhas com gastronomia alusiva à época, artesãos, mercadores, artífices, danças e músicas orientais, trajes, personagens medievais e teatro de rua, em grande ambiente de animação.

Associações, instituições, empresas e particulares do Concelho envolveram-se na iniciativa num total de 17 expositores locais. Houve muita animação, com trovadores medievais, espetáculos itinerantes, danças e músicas orientais, contos e fábulas, viagens de charrete e recriações históricas. Uma atmosfera mística com muita participação popular.

O Mercado Medieval de Santo André culminou com um grande cortejo medieval, levando centenas de pessoas trajadas a rigor às ruas de Mesão Frio. Com a participação do Executivo Municipal, o cor-

tejo teve início no Largo do Pelourinho e terminou na Avenida Conselheiro Alpoim, local onde foi recitada a Carta de Foral, perante uma enorme moldura humana.

Um fantástico espetáculo de fogo encerrou o Mercado Medieval da Feira Anual de Santo André. O frio não demoveu as centenas de pessoas que se juntaram para assistir às impressionantes manobras de malabarismo e danças com o fogo, na Avenida Conselheiro Alpoim. As performances de pirotecnia tornaram o espetáculo surpreendente e arrebataram o público presente.

«DOURO EM TONS DE ROSÉ»

Uma das grandes novidades da Feira Anual de Santo André deste ano, foi o lançamento do evento vínico «Douro em Tons de Rosé», que contou com a presença de especialistas da área, enólogos, produtores, cooperativas e público em geral, que debateram e ouviram as apreciações da mais reputada especialista internacional em vinhos rosados, a britânica Elizabeth Gabay e de Ben Bernheim. Foram dois dias dedicados a provas de rosé, uma categoria em franca expansão.

O primeiro dia deu particular enfoque aos vinhos rosé do Concelho de Mesão Frio, na presença do presidente do IVDP, Gilberto Igrejas e de Domingos Carvas, em representação da Comunidade Intermunicipal do Douro. Ainda durante a tarde do primeiro dia, houve provas comentadas, na presença dos produtores vínicos

concelhios: Adega Cooperativa de Mesão Frio, Quinta de São Bernardo, Quinta da Rede, Quinta da Barca e Mãos & IrmãosR4. No segundo dia, 1 de dezembro, o destaque foi para os vinhos rosés da restante Região Demarcada do Douro.

INAUGURAÇÃO DO «NATAL NA AVENIDA»

A iluminação de Natal foi inaugurada com o tema «Natal na Avenida». A Avenida Conselheiro Alpoim foi tomada pela magia e pelo brilho da quadra natalícia. O Executivo Municipal, na presença do Pai Natal e de várias dezenas de pessoas, ligou o botão que acendeu milhares de luzes, inaugurando oficialmente a iluminação natalícia, que inclui a casa do Pai Natal, uma árvore de natal, um presente e uma estrela iluminados, a iluminação de toda a avenida e da fachada principal da Câmara Municipal. Por entre sorrisos, fotografias e pedidos, as crianças foram entusiasticamente receber o Pai Natal, no mesmo local onde houve pipocas, algodão doce, modelagem de balões, máquina e boneco de neve.

FEIRA DO BURRO

A tradicional Feira do Burro, marca característica da Feira Anual de Santo André, este ano apresentou-se com uma nova roupagem, numa colaboração do Município com a Associação para o Estudo e Proteção do Gado Asinino, coletividade comprometida em valorizar, preservar

e dignificar este animal.

No largo do Multiusos Municipal, a AEPGA proporcionou dois workshops: a «Aula do Burro de Miranda» e «Hoje Sou Veterinário». Com várias sessões, os workshops foram destinados a todos os públicos e revelaram-se oportunidades para que se pudesse estar em contacto com exemplares da raça mirandesa, uma das raças autóctones do País, e descobrir mais curiosidades sobre estes animais em vias de extinção.

Foi sem dúvida uma Feira do Burro que marcou pela diferença na valorização do Burro de Miranda.

PRESIDENTE DO MUNICÍPIO

FAZ BALANÇO MUITO POSITIVO

“Foi com muita satisfação e alegria que pusemos na rua o ‘Santo André’ que queríamos e desejávamos. Estamos felizes com a participação popular que a Feira gerou ao longo de todos estes dias, com o retorno financeiro gerado para os nossos feirantes, mas estamos já focados nas festividades que queremos para 2023.” Foi neste tom que Paulo Silva, presidente da Câmara Municipal de Mesão Frio, reagiu ao sucesso que a Feira Anual de Santo André gerou na Vila. De facto, os dias de festa tiveram verdadeiras enchentes em grande parte dos eventos do cartaz, que em 2023 estará certamente de volta com mais novidades. ○

18 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

Vila Nova de Foz Côa

“Praça de Natal” vai animar Foz Côa

O que eu desejo para 2023 é um concelho solidário, mais coeso e com esperança no futuro. O meu desejo não é só para o concelho de Foz Côa, mas para todo o Douro.

Desejo que o Douro, em 2023, 2024, 2026, seja uma terra de oportunidades e que alguém perceba o valor que o Douro possui.

Cá estamos para apostar num concelho mais homogénio.

Estou atento e estarei cada vez mais disponível para colmatar as insuficiências num ano que vai trazer novos e maiores desafios.

Está aí a época mais mágica do ano, que não deixa ninguém indiferente, principalmente os mais novos. A pensar neles o Município de Vila Nova de Foz Côa preparou um espaço mágico com muita animação e diversão, junto aos Paços do Concelho, onde o espírito natalício vai imperar.

A Praça de Natal conta com um carrossel francês, um mini-comboio, uma roda e, como não podia faltar, a casa do Pai Natal. Com um cartaz de animação bastante variado, o autarca, João Paulo Sousa, destacou ao VivaDouro alguns dos momentos que considera imperdíveis ao longo destes dias.

“No dia 15 salientaria o espetáculo de Natal do agrupamento de escolas, e no dia 17 o concerto do Côartes que é o nosso grupo de orquestra.

O nosso Natal prolonga-se até dia 30 de dezembro, entre a semana de Natal e a da Passagem de Ano queremos aproveitar o número de visitantes que vêm, destacando um concerto que vai haver de Rui Luna.

Para fechar com chave douro, no dia 30, um concerto de Fiarresgas, que este ano celebram os seus 30 anos.

Gostaria ainda de salientar que é importante que o Natal seja para todos, não só para a cidade, por isso vamos percorrer todas as freguesias com o Pai Natal desejando as boas festas a todos.

A Praça de Natal promete oferecer muito divertimento para todas as crianças do concelho e todos os que visitarem Foz Côa durante este período.

O horário da praça de Natal é, de segunda a sexta entre as 10h00 e as 13h00, de manhã e as 14h00 e as 19h00, à tarde. Sábado, domingo e feriados a animação acontece entre as 14h00 e as 20h00, entre 7 de dezembro e 6 de janeiro. ○

22 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

Destaque Douro perde mais de 20

Na última década, à semelhança do que aconteceu na população ficando abaixo dos 200 mil habitantes, num

Num olhar mais cuidadoso distribuindo a população por grandes grupos etários (jovens, população ativa e idosos), é possível verificar que só no grupo dos idosos é que há um crescimento dos valores na última década. Em resultado destes dados o índice

de envelhecimento (número de idosos por 100 jovens), cresceu substancialmente, passando de 170 em 2011 para 276 em 2021.

Ao contrário do total da população, que diminuiu na região, o número de estrangeiros no Douro aumentou, che-

gando agora aos 2.559, representando assim 1,4% da população residente. Para o decréscimo da população na região em muito contribui o desequilíbrio mais acentuado em 2021 entre nascimentos (1.442) e óbitos (2.659).

Idosos (65 anos ou +) % de população residente

Torre de Moncorvo 40,6% Vila Real 23,6%

Torre de Moncorvo 509 Tarouca 198

População Estrangeira (% de população residente)

do todo nacional, as oscilações são exatamente as todas em todos os parâmetros analisados. Em 2021 Portugal tem um total de 10.361.831 residentes, dos quais 698.536 estrangeiros, que assim representam 6,7% da população. População residente Vila Real 49.629 Penedono 2.736 Torre deTarouca 12,4% Moncorvo 8%

Índice Envelhecimento (idosos por 100 jovens) Freixo de Espada à Cinta 3% Mesão Frio 0,5%

Jovens (- de 15 anos) % de população residente Vila Real 64,4% Torre de Moncorvo 51,4%

População em idade ativa (15-64 anos) % de população residente

24 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
Comparativamente com a realidade Distribuição da população, por grupo etário, em percentagem da população residente

Sernancelhe

25 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO Destaque 20 mil pessoas em 10 anos
território
CIM
total
184.104. 2011 2021 10.557.560 10.361.831 114,5 112,4 15 12,9 66,1 63,6 18,9 23,5 126 183 434.708 698.536 4,1 6,7 96.856 79.582 102.848 124.802
(%)
2011 2021 204.848 184.104 50,8 45,7 13,3 10,4 64 60,8 22,6 28,8 170 276 2.329 2.559 1,1 1,4 1.442 1.018 2.415 2.659
(%)
realidade nacional, o
da
Douro perdeu num
de
População residente Densidade Populacional (km2) Jovens (%) População em idade ativa 15-64 (%) Idosos (%) Índice de envelhecimento População estrangeira População estrangeira vs residente
Nascimentos Óbitos
População residente Densidade Populacional (km2) Jovens (%) População em idade ativa 15-64 (%) Idosos (%) Índice de envelhecimento População estrangeira População estrangeira vs residente
Nascimentos Óbitos Número de municípios onde diminuiu o número de óbitos entre 2011 e 2021: Freixo de Espada à Cinta, Mesão Frio, Santa Marta de Penaguião, São João da Pesqueira Tabuaço e Torre de Moncorvo;
Sernancelhe e Tarouca São os dois municípios onde aumentou o número de nascimentos entre 2011 e 2021; Único município da CIM Douro onde aumentou a população residente entre 2011 e 2021;

Mesão Frio

Paulo Ferreira marcou presença na palestra"Como é bonita a Casa"

O

O

sável pela moderação com os participantes.

"Como

26 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
Paulo Ferreira esteve presente, no passado dia 26 de novembro, pelas 15H00, no Convento de Santo António de Ferreirim, no âmbito da palestra "Como é bonita a Casa", onde apresentou alguns dos seus trabalhos. O projeto OIKOS A CASA COMUM pretende assumir-se como um fórum de reflexão sobre a temática ecológica. Convento de Santo António de Ferreirim foi o local de encontro, em referência à São Francisco de Assis, uma das primeiras figuras da cultura ocidental a ter uma perspetiva da natureza como espaço de comunhão fraterna. Paulo Ferreira teve a oportunidade de falar um pouco sobre "A Nossa Casa", ao mesmo tempo que apresentava os seus filmes realizados ao redor do mundo e que abordam a tão necessária consciência ambiental. evento contou com a participação do Biólogo Nuno Santos que realçou alguns aspetos salutares da obra do Paulo Ferreira e do ator João Pereira respon- é bonita a Casa" teve o apoio do Museu de Lamego, da Cultura do Norte, do Vale do Varosa, do Teatro Solo e do Município de Lamego. ○

Opinião

Domingos Nascimento

Não é novo este problema. Já todos sabíamos qual estava a ser a tendência. Mas nesta última década perdemos mesmo muitas pessoas. Umas emigraram. Outras rumaram a outros pontos do país. E, infelizmente, quase todas as pessoas que foram não voltaram. Muito particularmente as mais novas. E sem gente nova não há nascimentos.

A natalidade é residual. Não se nasce numa grande parte das nossas terras. Mas morre-se… Uma década sem que nada de estrutural tenha mudado. Dos governo centrais, nos grandes investimentos e nas medidas impactantes, nada com significado foi no interior. Nada de específico com força para estes territórios em perda. E isso não pode continuar a ser assim.

Sem mudanças a sério o que vai acontecer será dramático. Estaremos condenados a fechar? É a pergunta que importa fazer para que possamos agir com determinação.

O dia de “fecharmos” algumas das nossas terras está quase aí. Nem sequer é futurismo. É mesmo uma realidade próxima.

Perdemos pessoas, perdemos relevância política e económica, caindo-se em desequilíbrio social e ambiental.

E soluções?

Constatada a realidade demográfica, há um primeiro passo a dar para evitar o colapso: Juntar vontades, recursos, dinâmicas económicas e sociais, dando dimensão à região. Com modelos organizacionais desafiadores do que é comum.

Os municípios sozinhos estão sem forças suficientemente indutoras de mudança do andamento.

Não por a não desejarem. Nem por, grande parte deles, não se ter esforçado e, em muitos casos, até com bons resultados. Mas há uma real impossibilidade “mecânica”.

E, por este andar, se não juntarmos rapidamente, no mesmo comboio, as várias locomotivas, temo que seja tarde demais.

Ficaremos irremediavelmente num território de exclusão social e económica ( já estamos quase lá).

Como sabem, e, começo a ser repetitivo, considerei o Douro Sul, há muitos anos a esta parte, como a ESCALA MÍNIMA DE SOBREVIVÊNCIA. Apresentando esta região como uma Cidade Conceptual. Para dar força a concelhos em perda de chão - as pessoas!

Reitero essa solução. Sem me custar a admitir de que, eventualmente, já seja insuficiente e tenhamos que alargar o âmbito. Abrangendo neste conceito de organização territorial, como já referi diversas vezes, grande parte ou mesmo a totalidade dos municípios integrantes da CIM Douro.

Não espero que concordem comigo. Só desejo que consiga provocar reflexão. Depois de uma década, quase, perdida, vamos à ação? Grande Douro-a cidade que se impõe! ○

28 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
No Grande Douro é a desertificação humana o nosso principal problema!

Armamar lança campanha de Natal

A Câmara Municipal de Armamar promove este ano a terceira edição da campanha “Este Natal vou comprar no comércio local de Armamar”, entre os dias 1 de dezembro e 8 de janeiro.

A iniciativa visa promover junto dos Armamarenses a escolha dos agentes económicos do concelho para as compras de Natal.

O modelo da campanha é um concurso. Os clientes fazem compras nos estabelecimentos aderentes e recebem um cartão

onde recolhem carimbos nas lojas em que fazem as suas compras. Os cartões devem ser depositados numa tômbola, disponível na Loja Interativa de Turismo e, em janeiro, realiza-se o sorteio para atribuir vouchers para descontar em compras no comércio local.

A Autarquia pretende chegar aos públicos-alvo num formato que os sensibilize para a redescoberta do que é local, apostando num modelo de relação mais próxima entre comerciantes e clientes. ○

Está aí o concurso das Decorações de Natal

XII Jornadas Sociais de Armamar em Ano Europeu da Juventude

A Rede Social de Armamar, o Projeto Proativar - CLDS 4G e o Gabinete de Inserção Profissional de Armamar promoveu a 29 de novembro, as XII Jornadas Sociais alusivas ao Ano Europeu da Juventude.

O encontro aconteceu no salão nobre do edifício sede do município de Armamar.

O ano 2022 foi assinalado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia como o Ano Europeu da Juventude. A razão para tal prendeu-se com as grandes dificuldades em que os jovens viveram durante a pandemia da COVID-19. Entende-se também que é

essencial colocar em evidência a importância da juventude para a construção de um futuro melhor, mais ecológico, mais inclusivo e mais digital.

As Jornadas Sociais de Armamar constam do Plano de Ação da Rede Social do município de Armamar. São realizadas anualmente e nelas se debatem temas considerados de interesse para os vários atores do trabalho social: dirigentes e responsáveis de entidades locais, técnicos, auxiliares, assim como, e numa lógica participativa, para a comunidade em geral: estudantes, desempregados, entre outros. ○

Assembleia Municipal dia 5 na Internet

Já se vêem pela vila de Armamar os trabalhos no âmbito do concurso “Decorações de Natal – Armamar 2022”.

Esta ação é promovida pela Câmara Municipal e vem-se repetindo há vários anos, com os objetivos de promover atividades natalícias, o embelezamento dos espaços públicos e comerciais, envolvendo os movimentos associativos e a comunidade escolar e estimular o espírito do Natal na comunidade.

O concurso está aberto à participa -

ção de associações culturais, desportivas e recreativas, IPSS, escolas e estabelecimentos comerciais.

Os interessados que se inscreveram devem fazer a montagem do seu trabalho até ao dia 7. Entre 8 de dezembro e 8 de janeiro estará disponível na página de Facebook de Armamar, Terra de Emoções um álbum com fotografias dos trabalhos.

Haverá três vencedores, em outras tantas categorias, que serão apurados pelo número de “gosto” das imagens publicadas nesse álbum. ○

A Assembleia Municipal de Armamar transmitiu nas redes sociais do Município de Armamar a sessão de 5 de dezembro.

A sessão realizou-se no salão nobre do edifício sede do município. O órgão deliberativo pretende com esta medi -

da aproximar os cidadãos, em particular os Armamarenses, da atividade de governação local.

Já em setembro último a sessão foi transmitida na Internet, num ensaio que permitiu fazer os acertos necessários para otimizar esta prática. ○

29 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO Armamar

Capital Douro e

autarquia junta na

promoção do comércio local em época natalícia

A Capital Douro – Associação Industrial, Comercial e de Serviços de São João da Pesqueira, em parceria com o Município de S. João da Pesqueira, continua comprometida com ações concretas que valorizem e fomentem as compras no comércio local e este Natal não é exceção, estando já implementadas no terreno duas iniciativas.

A iniciativa “Pesqueira Voucher” que é um cheque prenda que as empresas/instituições aderentes oferecem aos seus colaboradores para utilizarem no comércio local, totalizando a soma dos vouchers um valor superior a 15 mil euros.

A iniciativa “Neste Natal faça as suas compras no comércio local”, permite que todos aqueles que façam compras no comércio local fiquem habilitados a um concurso, onde serão sorteados vales em compras que vão desde 50 a 500 euros e que serão utilizados para novas compras no comércio local.

A Capital Douro pretende com estas medidas revitalizar a economia local, bem como sensibilizar para a importância da compra no comércio tradicional em detrimento das grandes superfícies comerciais, contribuindo assim de forma direta para a sustentabilidade do tecido empresarial local.

30 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

Vila Nova de Foz Côa

"Já chegamos a um patamar em que somos

Vila Nova de Foz Côa é o único município nacional que integra no seu território dois patrimónios mundiais, o Alto Douro Vinhateiro e as Pinturas Rupestres.

A perder população, como acontece na região e a nível nacional, a autarquia tem feito um esforço financeiro para dar aos seus habitantes um vasto leque de apoios, olhando também à possibilidade de atrair novos habitantes. Com mais de um ano à frente da autarquia de Vila Nova de Foz Côa, que ponto de situação se pode fazer do município?

É uma pergunta que tem vários campos de resposta, contudo a mais premente parece-me ser a questão financeira.

Financeiramente o município tem uma situação tranquila. Sei o que herdamos em 2009 porque acompanhei todo esse processo desde o início, e a herança manteve-se quando assumi este cargo. Neste campo temos critérios e linhas que não se podem ultrapassar.

Estou a gerir o município como se da minha casa se tratasse, com rigor, critério e objetividade. Sinais que faço questão de manter e que fazem com que eu chegue ao final de cada ano sem dívidas a terceiros ou fornecedores, iniciando mesmo o ano seguinte com um saldo de conta de gerência bastante satisfatório, que me permite olhar cada ano com bastante tranquilidade, sem entrar no deslumbre que nos pode levar a desequilíbrios um dia mais tarde.

Tanto é assim que vamos precisar, nos próximos anos, de utilizar essas verbas em programas de solidariedade e não só, tendo em conta a conjuntura atual do país e do mundo.

É habitual ouvir dizer que gerir o que é dos outros é mais fácil do que gerir o que é nosso, concorda com esta afirmação?

Eu não diria que é mais fácil porque tenho que ter o dobro da responsabilidade, é mais difícil. Se bem que tenho a consciência que também giro bem o meu património (risos). É mais difícil porque há uma responsabilidade muito grande. Há também um problema que é cada vez mais notório, o envelhecimento da população do interior, que nos faz ter atenção redobrada a dois extremos da nossa sociedade, os mais idosos e os jovens.

Temos que nos focar, fundamentalmente nos jovens e nos idosos, não esquecendo nenhum deles, contudo, temos apresentado propostas de discriminação positiva com vista à fixação de casais.

Pode dar-nos um ou dois exemplos dessas medidas de discriminação positiva?

Sim, são vários os exemplos.

Antecipamo-nos ao Governo e as nossas crianças mais pequenas são transportadas e colocadas na creche com o pagamento de metade do valor.

As crianças em idade escolar, até ao 12º ano, não pagam transporte, refeições, material didático, fichas de trabalho, etc. Pagamos mais de 2300 euros a cada jovem, sem bolsa, que frequente o ensino superior e vamos aumentar esse valor.

Todas as crianças do nosso município têm o

seu computador, com a escola virtual e tudo aquilo de mais moderno que possa existir. Queremos alargar mais este programa, estamos à espera que a própria escola nos solicite isso.

Para apoiar as famílias o IMI é o mais barato, com desconto até dois filhos, a água é a mais barata do país.

Aqueles apoios que por vezes pensamos que não nos dizem nada fazem com que no final do mês a fatura seja bastante significativa.

Temos depois um conjunto de atividades culturais, desportivas e recreativas que são apoiadas totalmente pelo município.

Tudo isto conjugado faz com que os casais com filhos pequenos não tenham qualquer tipo de preocupação, sempre foi um desígnio deste município.

Regressando à análise do município, que outros fatores destacaria?

O turismo, sem dúvida. Neste setor não podemos única e exclusivamente olhar para a paisagem, os dois patrimónios que temos no nosso concelho e às amendoeiras.

Olhando para o Alto Douro Vinhateiro e as gravuras rupestres pode ficar a ideia que estamos esgotados nisso, mas era uma visão muito redutora.

Para alterar isso demos um outro passo, há cerca de um ano, e estamos atentos aos Quadros Comunitários que aí vêm para recuperarmos o nosso património. Fizemos recentemente um contrato com a ACDR de Freixo Numão, que tem técnicos de restauro, para sinalizar, em todas as freguesias, o património existente, sejam fontes, alminhas, pelourinhos, e tudo que tenha que ver com património edificado, para que possamos ir lá e oferecer o restauro, criando uma espécie de roteiro pelas freguesias que as pessoas depois possam visitar.

Temos vindo a diversificar a nossa oferta e prova disso é o Côa Culto em que andamos durante dois meses, por todas as freguesias e lugares do concelho, a levar a cultura às pessoas. A cultura é importante, é a identidade de um povo. Fomos a cada sítio emblemático, como teatro, cinema, música, entre outras atividades, com salas sempre cheias. Há sítios destes territórios que parecem silenciosos, mas que fazem um barulho tremendo, pelo silêncio em si e pela adesão que demonstram nestas situações.

do mundo, demonstrando uma atitude ativa, aproveitando esta marca que é o Douro e que está na moda.

Inauguramos recentemente os Passadiços do Côa que foram pensados para fazer a ligação do Douro com o outro património, as gravuras. É uma obra que conjuga os dois patrimónios que temos no nosso concelho. Quem fizer os passadiços faz uma viagem pela cultura, história e natureza de Vila nova de Foz Côa, não são apensa um símbolo de modernidade mas várias ligações que é importante sinalizar.

Temos vindo a diversificar a nossa oferta e prova disso é o Côa Culto em que andamos durante dois meses, por todas as freguesias e lugares do concelho, a levar a cultura às pessoas.

Completando tudo isto com outras atividades que tínhamos na sede do concelho como o Côa Summer Fest ou a Ópera no Património, por exemplo. Estando em várias frentes ao mesmo tempo.

É nesse sentido que devemos pegar nos melhores recursos endógenos que temos, e aqui podemos falar do vinho, por exemplo, mas também no azeite, na amêndoa ou na laranja, e vendê-los juntamente com a nossa paisagem, miradouros e o património, tendo uma visão de conjunto, focando-nos na promoção internacional como temos vindo a fazer com a presença nos maiores certames de turismo

Resumindo, a nossa aposta no turismo passa pelo turismo cultural e gastronómico, assente naquilo que melhor temos. Quando me perguntam qual é o prato típico de Foz Côa, a resposta é nenhum, aqui come-se bem várias coisas.

A nossa aposta na Festa das Amendoeiras em Flor é para manter e melhorar, já fizemos algumas mudanças no ano passado e voltaremos a fazer este ano, sempre com consciência que temos que dar esses passos de forma segura porque vêm aí tempos difíceis e há pessoas a precisar da nossa ajuda. Na minha candidatura afirmei um compromisso com as pessoas, se não me conseguir aproximar das pessoas, não consigo "vender" o concelho lá para fora.

Quando fala em "vender" lá fora está a pensar na internacionalização da promoção do concelho?

Não podemos pensar pequeno, já chegamos a um patamar em que somos demasiado grandes para ficar pequenos.

Neste momento não basta dizer que queremos ser um concelho de referência, ou a capital cultural do interior, já temos, em termos de património e cultura, valências que nos impedem de pensar pequeno. Aquele que pensa pequeno e que quer manter tudo isto dentro de

32 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

somos demasiado grandes para ficar pequenos"

bilidade por desconhecimento deles, criando obstáculos muito grandes.

Mas acredita que é por desconhecimento mesmo?

Disse frontalmente, durante as inaugurações dos passadiços e da Estação Náutica, que não vou permitir que este território seja considerado um sunset degustativo, ou seja, um lugar onde as pessoas vêm, provam um vinho maravilhoso às sete da tarde e uns enchidos, dizem que é tudo muito bom e bonito e vão embora.

desenvolvido pela autarquia e nas mais valias do concelho, a questão que lhe coloco é, ainda há carências em Vila Nova de Foz Côa?

Sim, há. Durante o Covid tivemos alguma dificuldade porque as coisas pararam e os nossos comerciantes têm alguma dificuldade em manter um volume de negócios constante ao longo do ano.

Quero acreditar que sim, senão é muito pior. Disse frontalmente, durante as inaugurações dos passadiços e da Estação Náutica, que não vou permitir que este território seja considerado um sunset degustativo, ou seja, um lugar onde as pessoas vêm, provam um vinho maravilhoso às sete da tarde e uns enchidos, dizem que é tudo muito bom e bonito e vão embora. Isso é o que eu faço junto ao mar quando vou para o Algarve de férias. Não vou permitir isso aqui.

Há investidores dispostos a fazer investimentos de quase 10 milhões de euros no Pocinho, e que nos trarão cerca de 360 camas, mas andamos há quatro anos a desbravar terreno. Falta sempre qualquer coisa.

Serei um lutador para que isto não se torne um sunset degustativo para meia dúzia de pessoas que estão a tomar conta do território.

uma capela está a pensar pequeno e não serve.

Temos que dar um salto qualitativo, arrastar connosco os recursos endógenos, dar às pessoas aquilo que se sintam bem, sem esquecer quem cá está e precisa da nossa ajuda. Todos os meses distribuímos cabazes de comida através da Cruz Vermelha, já o fazemos há muito tempo.

Pessoas que se não fosse o apoio da autarquia...

Estavam a passar fome.

O nosso projeto em termos sociais passa por diversas vertentes. Assinamos vários regulamentos nesse sentido, um deles, por exemplo, é para alargar a teleassistência. Já temos sete pessoas a usufruir deste projeto, mas queremos alargar.

No fundo este é um protocolo com a Escola Segura e a teleassistência da GNR que permite às pessoas isoladas terem um contacto seguro. O problema é que dentro das nossas aldeias já há pessoas que vivem isoladas, isto não acontece só aqui, mas em todos os territórios do interior.

A ideia é aumentar este serviço, grátis para quem precisar, mas comparticipado para quem puder, bastando um click num botão para solicitar ajuda quando necessário.

Ainda agora, no dia do almoço dos idosos, que conta com mais de mil pessoas, vamos oferecer uma viatura que irá servir para monitorizar todos aqueles que vivem sozinhos. É também uma forma de os familiares, estejam eles emigrados ou não, ficarem mais descansados ao saber que a GNR anda por perto.

Isto faz sentido obedecendo ao princípio do utilizador pagador, a questão da gratuitidade total para todos, fica para o Governo. Ou seja, o Governo é que pensa estar a fazer um bom trabalho ao criar um país de subsídios e isso

está a levar-nos à tragédia que estamos a ver, nós não, defendemos que os que não têm possibilidade então devem ter o serviço gratuito, os que têm então devem pagar, sejam 20, 30, 50, ou 70%. Não ficará ninguém sem o serviço porque não pode pagar, isto é uma certeza.

A partir de janeiro vamos protocolar, com uma associação que está no terreno e com quem já tivemos um trabalho conjunto mas que entretanto abortou, pagando-lhes 135€ por pessoa, para medicamentos gratuitos. Ou seja, nós indicamos quem queremos englobar neste acordo, eles monitorizam e negoceiam com as farmácias para ficarem responsáveis pelo serviço. Isso é uma forma de proteger os que estão mais desprotegidos.

Neste momento, quer em termos de educação, cultura, ação social, e outros campos pode dar a sensação que andamos distraídos mas não deixamos o investimento.

Não temos industria, temos algumas empresas que têm vivido com o problema geral à região e ao país da falta de mão-de-obra, mesmo na autarquia vivemos esse problema que se reflete em não conseguirmos fechar quadros de apoio porque algumas obras têm tardado a avançar com concursos a ficarem vazios, o que nos obriga a subir os preços.

Neste momento não há obras públicas em realização em Foz Côa?

Há, temos duas obras que fizemos avançar independentemente dos concursos ficarem vazios e que foram compromissos nossos com as nossas gentes, não havendo a preocupação do endividamento até porque, se correr como esperado, não precisaremos de ir à banca para as suportar e que são as novas piscinas cobertas e o Centro de Recolha Animal.

Tem falado, com entusiamo, do trabalho

Acredito e tenho a certeza que esses tempos de pouca ou nenhuma faturação são cada vez menores, acontecem mais em novembro e janeiro.

O que me parece que estamos a precisar é alguma pro-atividade dos nossos jovens. Temos já bons restaurantes que trabalham bem, mas precisamos de mais restauração.

Durante os dois anos da pandemia, e porque a procura pelo interior foi maior, conseguimos aumentar os alojamentos locais na ordem dos 30 a 40%, mas neste tipo de alojamento as camas disponíveis são reduzidas tendo em conta o número de visitantes que recebemos. Só no Museu do Côa, antes do Covid, estávamos no patamar dos 70 mil visitantes anuais, neste momento andamos nos 35, 40 mil. Se dividirmos este número pelos momentos mais altos, rondará uma média de mais de 100 pessoas por dia a visitar o nosso concelho, o que nos faz necessitar de mais camas e em tipos de alojamento mais diversificados.

Era aquilo que eu gostava de ver melhor porque efetivamente é aquilo que as pessoas mais se queixam.

Como se pode reverter essa situação?

Não é fácil, não está diretamente nas nossas mãos. Estamos a fazer tudo o que está ao nosso alcance e posso dar um exemplo muito concreto, nós vamos abrir um hotel rural com 10 quartos, a Story House, que não deveria ser o município a estar a fazer um investimento dessa envergadura mas teve que ser porque o investimento privado tarda em aparecer.

Outro constrangimento que tenho que sinalizar para que fique registado. Pode parecer uma mais valia termos a totalidade do concelho integrada no Alto Douro Vinhateiro, é o único concelho nessa situação, mas as entidades que gerem o território não têm a sensibilidade suficiente para poder criar alguma flexi-

Isto acaba por entroncar no tema da Linha do Douro, onde vou conceder o benefício da dúvida mas com uma arrogância educada sinalizando estas situações. Nunca compreendi que em 2005, no Pocinho, um Governo anunciou a reabertura com um plano de intenções. Não sei o que é um plano de intenções, uma coisa ou é ou não é.

Agora foram dados passos e eu serei o primeiro a aplaudir os ministros Ana Abrunhosa e Pedro Nuno Santos pelo esforço, mas também estarei na linha da frente se as coisas não acontecerem. Vamos ver o que irá acontecer no primeiro trimestre de 2023, mas mesmo assim tenho uma certeza, eu não serei presidente da câmara quando a linha for reaberta.

Tem a certeza disso? Tenho.

Acredita que a linha não reabre até 2029?

Não serei presidente na data da reabertura, de certeza absoluta. Deixo à consideração de quem me lê para perceber o sentido desta resposta.

Devo ler que após terminar este mandato não se recandidata?

Não (risos). Basta fazer as contas, entre concursos, projetos, obras, etc quanto tempo vai durar? Em que ano era suposto a eletrificação da linha até à Régua estar concluída?

Na sua cabeça a data de 2029 é utópica?

É. Se estivessemos noutro país acreditava nessa data, tendo em conta a nossa realidade só se as coisas se inverterem muito.

Mas se isso acontecer também dará facilmente a mão à palmatória?

Completamente. Ainda temos idade para marcar encontro em 2029 e analisarmos o ponto da situação. 2029 é já ali Só o concurso internacional leva três anos a abrir.

Não duvido nem nunca duvidei da vontade dos ministros Pedro Nuno e Ana Abrunhosa, mas tenho algumas dúvidas que isso seja ex-

33 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO
Vila Nova de Foz Côa

Vila Nova de Foz Côa

tensível ao restante Governo.

Já em 2018, na véspera da Cimeira Ibérica, o antigo Ministro das Infraestruturas, Pedro Marques, afirmou que a reabertura desta linha não era prioridade do Governo.

Neste momento não sabemos sequer de onde vai sair o dinheiro para este investimento.

Em Freixo de Espada à Cinta foi apresentado um plano que aponta para um investimento que rondará os 75 milhões de euros Que no final serão 100

Sejam 100. Como se justifica não fazer este investimento, essencial à região e ao país, em prol de outros investimentos bastante mais avultados e sem tanto significado que sabemos que são feitos? No panorama nacional este investimento não é exagerado…

Não, é um apoio que dão a duas ou três companhias de teatro em Lisboa.

Como é que, então, o Governo justifica isto aos autarcas e estes por suas vez às populações?

Essa é a pergunta. Há quem diga que não terão que o justificar porque, tal como eu digo que já não serei autarca, também eles já não serão ministros isso é simples.

Eu não digo que não será feita, mas o hiato temporal é que é muito curto, pelo ritmo a que estamos habituados com estes investimentos.

Aproveitando esta conversa sobre o futuro da Linha do Douro, quais são as prioridades de futuro para o município de Foz Côa?

As prioridades ficaram bem definidas quando assumi quatro grandes compromissos com os meus eleitores. Temos que trabalhar com as pessoas, estamos a viver tempos difíceis e ninguém pode promover um baile de barriga vazia, não podemos ir para a festa se há pessoas a passar dificuldades e o que aí vem não se espera que seja algo de bom, é uma preocupação. Já estou a receber pessoas que vêm ao gabinete falar comigo a pedir uma botija de gás, com vergonha.

Uma prioridade é na habitação. A primeira candidatura que fiz está aprovada e já estamos no terreno. Ainda recentemente fiz a escritura de uma casa no valor de 75 mil euros. No PRR tenho 6,5 milhões de euros para a questão da habitação. O modelo de bairros sociais já não existe, é considerado um gueto. O que fiz foi sinalizar 24 casas, na zona histórica, que já estamos a negociar para comprar, recuperar e entregar a quem for sinalizado pela ação social. É uma preocupação acrescida que não tinha até este momento. A questão social é muito importante.

Outra questão é a situação demográfica, a perda e envelhecimento de população. Estamos a tentar criar mecanismos para que os mais novos se possam fixar aqui, sentindo-se confortáveis com o sítio onde estão a viver, que tenham qualidade de vida e que consigam atrair mais jovens.

Uma terceira preocupação, olhando para o futuro, que está já sinalizada é a vertente de quem nos visita. Temos que tornar a cidade mais atrativa para quem nos visita, não só através dos eventos que temos. Temos que atrair quem nos visita criando condições para que as

pessoas possam vir, ficar mais do que um dia. Queremos fazer crescer a divulgação dos nossos recursos, fomentando assim o emprego no concelho. Quanto mais os nosso produtos são conhecidos mais são consumidos e isso reflete-se na economia local e emprego.

Por último, mas não menos importante, criar uma nova atratividade e centralidade do concelho. Atratividade é ter a nossa cidade bonita, limpa, atrativa e moderna para que as pessoas venham, se sintam bem. Queremos atrair pessoas que possam trabalhar à distância a partir daqui mas para isso precisamos de boa internet que é coisa que aqui não temos. A partir

deixe ajudar o litoral, que é uma questão muito curiosa. O litoral está a precisar da nossa ajuda, não somos nós a precisar do litoral. Num mundo ideal português, que mundo teríamos se ele fosse homogéneo? Qualidade de vida no litoral e no interior. Neste momento existe qualidade de vida no interior e pessoas que estão completamente empacotadas, dentro de carros e apartamentos, no litoral. Pensam que têm qualidade de vida mas passam duas horas no carro para chegar ao emprego, quando tudo seria mais fácil se equilibrássemos este país.

Tenho uma teoria curiosa, tenho a esperança que isto um dia seja mais homogéneo, quando daqui a umas dezenas de anos, com o degelo, o nível da água traga a praia até Viseu e aí ficaremos mais próximos do litoral (risos).

de 6% na eletricidade para estas regiões, baixar o iva de 23 para 21% não é suficiente.

A regionalização poderia ajudar neste equilíbrio?

Eu prefiro, por aquilo que conheço do país e pela experiência que tenho, uma CIM com poderes reforçados, do que uma regionalização onde haja a passagem do poder de Lisboa para outro sítio qualquer. A dependência e os jogos de interesse continuam os mesmos, só mudaria a localização.

O caminho para a regionalização tem sido feito com a transferência de competências. Este processo tem sido alvo de diversas críticas por diversos autarcas, como tem decorrido o processo em Foz Côa?

O principio é contraditório. O que temos é uma transferência de competências, impostas. Os próprios termos são contraditórios e contrários, quando se fala em transferência de competências, isso pressupõe uma negociação, a nós foi-nos imposta, nomeadamente na questão da educação.

Só não considero a questão da educação um péssimo negócio porque não negociei com ninguém, foi-me imposto, ninguém consegue explicar as mais valias neste processo.

É um péssimo negócio nomeadamente no diploma que saiu na altura do Despacho 144 de 2009, que transferia o pessoal não docente para as autarquias. No dia a seguir saiu o diploma de rácios que joga com o número de alunos, esquecendo o perfil dos agrupamentos. No nosso caso, para ter todas as valências a funcionar em condições precisamos de 50 funcionários, mas só recebemos apoio para 26, as contas são fáceis de fazer.

Temos um Governo que tem que pensar, em diversos campos como a saúde ou a ação social, porque as pessoas não pensam, infelizmente. Em Portugal estamos formatados para a novela e reality shows, isso dá entusiamo às pessoas.

daí, criar e divulgar circuitos para o litoral e para o resto da Europa. Foz Côa está no centro da Península Ibérica.

A fraca cobertura de internet é um problema em Vila Nova de Foz Côa?

No ano passado, o Governo promoveu um estudo para sinalizar a possibilidade de introdução neste território do 5G A pergunta que eu fiz foi muito simples, como é que podemos pensar no 5G se há zonas brancas, sem cobertura no concelho? Como é que consigo que as pessoas se desloquem a parir daqui, em qualquer direção, se não têm rede de telemóvel nas principais vias de comunicação como o IC5 ou o IP2?

O que estamos a criar, mais uma vez, é a ideia que tendo cobertura de rede em Lisboa, Porto e Coimbra, ou no Algarve, que 85% do território está coberto. O problema é que os 15% que faltam representam todo este interior que fica sem cobertura. Enquanto pensarmos dessa forma será muito difícil.

Não pedimos ao Governo que crie medidas de igualdade, dizemos ao Governo que nos

Tudo isso depende só de medidas das autarquias e do Governo, ou também as pessoas que vivem no litoral devem mudar a sua mentalidade?

Eu sou contra os subsídios, estamos num país que vive da subsidiodependência. O Governo tem que pensar por aqueles que não conseguem pensar.

Somos um reflexo do pensamento ocidental, por mais que queiramos ser parecidos com os nórdicos, isso nunca acontecerá, somos latinos.

Temos um Governo que tem que pensar, em diversos campos como a saúde ou a ação social, porque as pessoas não pensam, infelizmente. Em Portugal estamos formatados para a novela e reality shows, isso dá entusiamo às pessoas. Estamos numa subsidiodependência tremenda, porque é que vou trabalhar se me pagam mais ficando em casa?

Tem que ser o Governo, seja ele qual for, a assegurar a liderança, criando mecanismos e dizendo às pessoas do litoral que ali é diferente e que é possível levar uma vida melhor.

O problema é que os governos funcionam de quatro em quatro anos. Fará algum sentido a Assembleia da República ter 230 deputados e apenas três serem da Guarda? Temos poucos eleitores mas o território é imenso, se continuarmos assim daqui a 10 anos temos um deputado.

Temos que criar uma discriminação verdadeiramente positiva destes territórios, com um conjunto de medidas que vá desde a manutenção de diversos serviços a, por exemplo, um iva

Se o envelope financeiro correspondesse às responsabilidade, como muitos pedem, este seria um bom negócio?

Não, continuaria a achar um mau negócio. O pior que se pode fazer com a educação é meter-lhe no meio a política. Há municípios onde o autarca e o diretor do agrupamento nem se podem ver e isso nos meios mais pequenos é ainda mais evidente.

A minha formação é a docência, estive oito anos num órgão de gestão, sei bem como é que as coisas funcionam. Felizmente tenho uma boa relação com o diretor e sensibilidade para a educação.

O mesmo acontece na saúde. Por incapacidade do Governo estamos a financiar autênticos mercenários na saúde, estão a soldo. O médico escolhe para onde vai trabalhar pelo valor que o município paga e as condições que lhe dá. Como é que é possível chegar a este ponto? Pagamos a saúde ao quilo? Por isso é que temos falta de médicos no país, em especial nestes territórios.

Na nossa ULS temos médicos que estão a chegar aos 70 anos e que se vão reformar, abrem-se concursos para novos médicos que ficam vazios para os quais, os pouco que concorrem perguntam logo que condições lhe são dadas. É muito mau, os médicos estão a soldo mas a culpa não é deles, é de quem permite que isto acontece.

Às vezes preferia viver na ignorância a saber certas coisas. Não entendo como é que há empresas que num ano têm grandes lucros e desatam a distribuir dividendos para no ano seguinte terem prejuízo e o Governo injetar dinheiro, não faz sentido. ○

34 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

“Presidência em Movimento” na Freguesia de Vila Verde

A iniciativa “Presidência em Movimento” passou no dia 4 pela Freguesia de Vila Verde, tendo o Executivo Permanente visitado pontos de interesse nas aldeias de Vila Verde e Perafita, juntamente com o Executivo da Junta de Freguesia.

O périplo pelas freguesias continuou no dia seguinte, na Freguesia de Pinhão. O objetivo desta iniciativa é aprofundar a participação cívica e política das comunidades na gestão autárquica, através de um contacto direto e mais informal entre cidadãos e autarcas. Devido às condições climáticas e extensão da fre-

Alijó + Verde:

Novo site didático dirigido aos mais novos

guesia, será agendada uma nova visita para percorrer as restantes aldeias desta freguesia.

A iniciativa prevê um dia inteiramente dedicado a cada uma das freguesias do Concelho, aproveitando o momento para reforçar o diálogo com as associações, coletividades e outras entidades locais.

A “Presidência em Movimento” pretende incentivar e aumentar a participação e integração das pessoas na dinamização e evolução das suas terras, contribuindo assim para a construção de um concelho mais coeso. ○

Feliz

Natal

No âmbito do projeto "Alijó + Verde", o Município de Alijó lançou o site didático  www.alijo-maisverde.pt direcionado para os mais novos, onde estão disponíveis diversos conteúdos, nomeadamente curiosidades, dados sobre a reciclagem, desenhos/ilustrações para colorir, notícias e dicas.

Todas as semanas, haverá um novo quiz para testar conhecimentos e conquistar ofertas. ○

e Próspero Ano Novo

O Município de Alijó deseja a todas e a todos Festas Felizes.

35 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO Alijó

Santa Marta de Penaguião

Santa Marta de Penaguião iluminou-se com a magia do Natal

As iluminações e as decorações de Natal foram inauguradas no passado dia 6, tornando a vila duriense num espaço de magia para toda a família.

O sorriso das crianças encheu a praça e ao brilho das luzes juntou-se o brilho dos olhos de todos os que lá estavam. A árvore iluminou-se, resultado do trabalho das escolas e instituições do concelho: Agrupamento de Escolas – Pré-escolares, EB1’s e EB2/3, Centro Social e Paroquial de Santa Eulália, Fundação Dr. Carneiro Mesquita, Fundação Luís Vicente 3 Centro Social e Paroquial de São Miguel de Lobrigos.

Para o autarca, Luís Machado, em declarações à comunicação social no final da inauguração, "esta é uma oportunidade para animar a Vila, os penaguienses e a economia local também. É um gosto termos aqui as crianças, os pais e os avós, essencialmente, para aproveitar o que a vida nos dá, é tempo de esquecer algumas tristezas e de muita alegria. ”.

A neve artificial que “caiu” sobre a praça foi um dos motivos de grande animação para os mais pequenos com o autarca a juntar-se a elas, momento que resultou em muitas gargalhadas entre todos.

Para Luís Machado esta “é uma forma de estarmos muito presentes e muito perto, porque as crianças são o nosso futuro, mas essencialmente porque é um gosto. Se elas não conhecessem o presidente  da câmara não brincavam com ele. É a nossa forma de estar perto das pessoas e das crianças”. ○

Autarca vai porta a porta dar as boas festas ao munícipes

Luís Machado, autarca penaguiense, tem percorrido, uma vez mais, todo o concelho para dar as boas festas aos seus munícipes oferecendo uma pequena lembrança em cada habitação.

Iniciada em 2014, esta iniciativa tem-se repetido anualmente no mês de dezembro, com exceção aos anos de pandemia, em que não era possível realizar as visitas.

Para o autarca esta iniciativa tem dois objetivos, “o primeiro é a proximidade do autarca de perceber as necessidades da população, até porque as pessoas em sua casa têm muito mais espaço e muito mais à vontade para nos pedir e reivindicar, o segundo é conhecer as acessibilidades que as pessoas têm e as suas dificuldades, principalmente as que têm mais idade”.

Questionado sobre as queixas que tem recebido este ano, pela nossa reportagem, Luís Machado afirma que são poucas.

“Em 2014 e 2015 ficamos com um caderno de encargos com algumas páginas, mas este ano não. Tivemos apenas duas reclamações, justas, e três pedidos. Essencialmente as reclamações eram por causa de águas que eram desviadas na reconversão das vinhas afetando alguns caminhos públicos”.

Esta é também uma forma de conhecer as

condições de vida dos penaguienses, “que é bem diferente, para melhor, relativamente a 2014”, afirma o autarca, lamentando contudo que após o interregno da iniciativa em 2020 e 2021 tem notado “o desaparecimento de alguns conterrâneos que por força da idade nos deixaram”.

O autarca sublinha o sucesso deste modelo, acreditando que será replicado mesmo com um futuro novo executivo. “Este modelo funciona muito bem em termos de política autárquica e naturalmente que quem vier a seguir a mim, estou seguro, que o vai manter”.

A autarquia irá ainda manter o programa “Ninguém passa o Natal sozinho em Santa Marta”, que tem sido bem acolhido entre a população, “é um legado que fica, temos uma parceria extraordinária com as nossas IPSS e com os vizinhos, o objetivo é conseguir que nenhum penaguiense passe o Natal sozinho”.

O autarca aproveitou ainda a oportunidade de deixar uma mensagem de Natal para todos os seus munícipes. “Aproveitem a oportunidade de voltar a passar o Natal juntos, porque 2020 e 2021 a pandemia afastou muitas famílias. Aproveitem também para confraternizar com os vizinhos. E, naturalmente, que 2023 traga a normalidade para que a nossa economia possa melhorar e todos consigamos viver melhor”. ○

36 VIVADOURO DEZEMBRO 2022

S. João da Pesqueira

ESPRODOURO vai ser centro tecnológico especializado em enogastronomia

A ESPRODOURO viu aprovado no passado dia 9 de dezembro, a sua candidatura a Centro Tecnológico Especializado (CTE) Industrial em Enogastronomia, obtendo 91 pontos (em 100) na candidatura. Será um investimento de cerca de dois milhões de euros, criando laboratórios para a formação enogastronómica e tecnológica da região.

Existiam 6 vagas para a região do Douro, tendo sido aprovados 6 das 18 candidaturas. Assim, foram aprovados para a região do Douro, na Régua o Agrupamento de Escolas João Araújo Correia viu aprovados 2 CTE (industrial e de informática), em São João da Pesqueira, a ESPRODOURO um CTE industrial em Enogastronomia, em Murça a Escola Profissional Marquês do Valle Flor e a em Vila Real a Escola Secundária Camilo Castelo Branco em informática, e em Lamego, o Agrupamento de Escolas Latino Coelho viu aprovado o CTE em Energias Renováveis.

Nas palavras do Diretor Geral e Pedagógico da ESPRODOURO, Fernando Rodrigues, "é um orgulho que a ESPRODOURO tenha sido reconhecida pelo esforço que dedica ao Douro. Teremos em 2024 todos os argumentos para nos afirmarmos como um Centro Tecnológico Especializado em Enogastronomia de Excelência, fazendo justiça ao Douro, um dos melhores destinos enogastronómicos do mundo. A par vamos dinamizar o Pólo de Inovação do Douro, na Quinta de Santa Bárbara, onde em conjunto com o Município e a DRAPN, vamos criar condições para o desenvolvimento de novos projetos de inovação e consolidação no Douro. Deixamos assim de ter desculpas para nos assumirmos como referências nacionais e internacionais neste domínio, esperando ser um centro com formação ao mais alto nível como anseiam as empresas e famílias da nossa região".

A ESPRODOURO cresceu 54,47% em alunos ativos (jovens e adultos) em relação ao ano letivo anterior, contando com 190 alunos ativos, tendo 26,87% dos seus alunos oriundos de outros países, tendo reduzido as taxas de desistência de alunos e abandono escolar, tornando-se uma escola prática e de proximidade. Os seus alunos têm práticas em Portugal e noutros países, como Espanha e Itália, com o projeto ERASMUS.

A realização de vários eventos como o Congresso Internacional de Aprendizagem Eficaz, a Master Class de Hotelaria e Restauração, as Jornadas Digitais e de Eletrónica e o Festival Enogastronómico, são alguns dos exemplos que marcam o dinamismo desta escola na região do Douro, que tem vários chef's famosos formados a nível nacional.

O Presidente da Direção da ASDOURO e Vice-Presidente do Município de São João da Pesqueira, Dr. José Rodrigues, refere que "é um prazer e um orgulho ver este projeto aprovado. É o passar para um ní-

vel acima na excelência e na formação, colocando São João da Pesqueira no mapa nacional. Com esta aprovação provamos que no Douro somos resilientes e que os sonhos são possíveis, e que as nossas gentes merecem o nosso esforço. Este desafio levará a um investimento forte na educação e na receção de jovens na nossa região, o que faz de nós uma referência no coração do Douro. Nada disto seria possível sem o trabalho de toda a equipa da ESPRODOURO e do Centro Qualifica ESPRODOURO que se afirmam cada vez com mais sucesso, na formação de jovens e adultos. É um orgulho para mim pertencer à Direção que deu a volta por cima nesta escola".

A ESPRODOURO tem em funcionamento cursos de Técnico de Cozinha/Pastelaria, Técnico de Restaurante/Bar, Técnico de Eletrónica, Automação e Computadores, Técnico Vitivinícola, Técnico de Comunicação e Serviço Digital e Técnico Auxiliar de Saúde, sendo que as empresas apoiam financeiramente todos os estágios dos jovens desta escola. ○

38 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
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41 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO The Romantic Tavern tlm: 9337 C M Y CM MY CY CMY K 125x157.pdf 1 09/11/2022 16:19

HÁ GENTE NAS ALDEIAS

Especial Aldeias Vinhateiras

Sede de concelho até 1836, Ucanha é mais uma das aldeias vinhateiras do Douro, destacando-se na fronteira com a aldeia de Gouviães a ponte romana e a torre onde outrora foi criada a primeira "portagem" em território português.

Partindo da cidade de Lamego a viagem segue pela estrada que liga Tarouca até à ligação para Ucanha. A chegada à aldeia é feita pela zona do "cimo da rua", como ali é conhecida a parte alta da povoação. O nosso encontro está marcado para o "fundo da rua" onde Nádia Cardoso nos aguarda no café que pertence à sua mãe, mesmo ao lado da ponte romana.

A manhã está fria e chuvosa, lá den tro a lareira está carregada de lenha que vai ardendo para aquecer o am biente. Entramos e Nádia já nos aguar da enquanto não chega Manuel Jorge, secretário da Junta de Freguesia na altura da instalação do projeto Aldeias Vinhateiras.

Atualmente completamente dedi cado à sua empresa de mármores, o ex-secretário recorda os tempos de implementação do projeto que gerou alguma controvérsia na aldeia, apesar das melhorias que trouxe.

"Em 2000 o povo não era tão uni do como agora e a vida aqui era mais difícil. Na altura as pessoas ficaram surpresas com o projeto e nem todas reagiram da melhor forma. Com o avançar do projeto e a requalificação de casas e ruas as pessoas foram aceitando melhor.

O maior receio das pessoas foi o fluxo turístico que de repente se registou aqui. Cada vez havia mais gente a visitar a nossa aldeia e as pessoas foram-se habituando. Quando aqui chegava algum turista as pessoas nem lhe falavam, hoje é diferente, se um turista pede uma indicação toda a gente procura ajudar, mesmo que não falem a mesma língua, há gosto em ajudar e conviver com eles".

As obras feitas na aldeia serviram não só para a embelezar mas também para dar às pessoas um acrescento de orgulho na sua aldeia.

"Quando alguém nos visita e gosta de estar aqui, é bem recebida e elogia a beleza da aldeia, para nós é um orgulho. Puxando a brasa à nossa sardinha, a realidade é que a nossa aldeia é diferente, para melhor, em relação a outras que estão também incluídas nas aldeias vinhateiras".

Foi em Ucanha que se realizou o primeiro festival das aldeias vinhateiras, um evento que ainda hoje paira na memórias de todos que ali habitam e que lamentam que não tenha perdurado no tempo.

"Foi uma festa bonita mas foi algo que ficou esquecido com o tempo. É pena porque era uma forma de "segurar" aqui os visitantes durante mais tempo. O turista que vem aqui vê a ponte e a torre e vai embora, não há muito para fazer nem uma loja onde comprar uma recordação da aldeia, por exemplo.

Apesar do orgulho na aldeia, à semelhança da realidade que já encontramos em outras aldeias vinhateiras, tam-

bém em Ucanha se sofre com a falta de pessoas de uma forma geral e trabalhadores mais especificamente.

Na nossa freguesia não há muita juventude, e dos que havia muitos emigraram. Aqui há algumas empresas que geram postos de trabalho e depois há a agricultura mas a realidade é que falta gente para as necessidades que temos".

Por baixo da ponte que está mesmo ali ao nosso lado corre o rio Varosa que, para Manuel Jorge, "é um dos melhores do país para a pesca da truta, já não tanto como

Apesar dos constrangimentos de viver numa aldeia, Nádia confessa que "gosta muito" de viver em Ucanha, "sou muito ligada à minha aldeia e a verdade é que aqui temos tudo o que precisamos.

A reorganização escolar levou a que todas as crianças passassem a frequentar a escola em Tarouca, afastando das ruas que agora percorremos as brincadeiras e risos dos mais pequenos. Nádia ainda estudou na aldeia e recorda os dias em que caminhava rua acima em direção à escola com os colegas.

"Lembro-me de irmos a subir a rua e o sino da igreja começar a bater as nove horas, sinal que já íamos atrasados e lá acelerávamos o passo.

Entre essas recordações está a antiga rua, composta por um empedrado desencontrado, oposto aquele que hoje encontramos, mas que tem alguns problemas como a iluminação colocada no chão, o que torna o trajeto mais perigoso, em especial para os mais idosos que por ali vão passando.

Caso encontrasse um turista perdido por esta calçada, Nádia não teria grandes dúvidas sobre os locais da aldeia aos quais sugeria uma visita, "o pelourinho, a igreja, a torre e a ponte de Ucanha e a zona ribeirinha", para onde nos dirigimos a passos largos, já com a vista a alcançar o restaurante onde iremos almoçar.

antigamente mas ainda é.

Aproveitando que a conversa já vai nas trutas do rio, desafiamos Manuel Jorge para nos dizer o que colocaria em cima da mesa para um lanche com turistas.

" Para começar uma trutas e uns peixes do rio pescados mesmo aqui ao lado, de escabeche ou fritos na hora, e claro, um bom vinho também.

Ucanha "não é terra de fumeiro", antigamente ainda havia quem criasse um porco "mas era para consumo caseiro", conta-nos o ex-secretário.

Falar de pesca é levar Manuel Jorge para a sua "praia", rapidamente temos uma aula sobre o tipo de pesca que se pratica para capturar este peixe, reite rando por duas ou três vezes um con vite para o nosso regresso em março, época de pesca, para apreciar o sabor deste petisco.

A conversa com Manuel Jorge cami nha rapidamente para o fim, o traba lho já o chama, a hora de almoço apro xima-se e Nádia ainda nos vai levar por um passeio pelas ruas da aldeia que certamente nos irá abrir ainda mais o apetite.

Subimos a rua por onde se estende o casario da Ucanha em direção ao pe lourinho "onde as visitas à aldeia deve riam todas começar", defende a atual secretária da União de Freguesias de

Na aldeia, ao contrário do cenário que encontramos na maioria das aldeias vinhateiras do Douro, o turista tem onde comer e dormir. Nádia conta-nos que atualmente uma das casas de alojamento local está ocupada por um casal de ingleses que, ao que conseguiu apurar, mudaram-se de armas e bagagens para a aldeia.

Chegados à zona ribeirinha Nádia recorda os tempos que ali passava com os amigos, também ali o cenário é diferente, a zona foi recuperada e já nada tem que ver com aquilo que era quando Nádia e os amigos eram crianças.

42 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
Manuel Jorge
“Quando aqui chegava algum turista as pessoas nem lhe falavam, hoje é diferente.”
Ucanha a Gouviães. Chegados ao pelourinho, ladeado pela antiga prisão de Ucanha, e que futuramente será um museu dedicado ao filólogo José Leite de Vasconcelos, é hora de iniciar a descida enquanto a conversa com Nádia Cardoso se vai prolongando. Nádia Cardoso
“Lembro-me de irmos a subir a rua e o sino da igreja começar a bater as nove horas, sinal que já íamos atrasados.”

Aldeia Vinhateira de Ucanha

O brilho nos olhos de Nádia enquanto nos vai mostrando a aldeia onde cresceu e vive denuncia a paixão que tem por esta terra. Ver milhares de imagens da sua aldeia partilhadas um pouco por todo o mundo "é um orgulho", confessa-nos.

"Chegar a qualquer lado, dizer que sou de Ucanha e as pessoas saberem onde é, é um orgulho para nós, faz-nos sentir especiais de alguma forma. Quando há uma publicação qualquer sobre a aldeia o pessoal partilha nas redes sociais.

Atravessando a ponte, passando por baixo da torre é tempo para perceber alguma das história deste monumento.

A sua existência já vem documentada no século XII. D. Afonso Henriques doou, em 1163, à viúva de Egas Moniz, Teresa Afonso, o couto de Algeriz, acrescentando-lhe o território de Ucanha. A ponte deve ter sido construída pelos romanos, no seguimento de uma estrada que passava ali perto. Teresa Afonso, fundadora do Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, doou ao convento o couto que recebera do rei e foram os monges quem mais beneficiou da velha ponte, convertida em apreciável fonte de rendimento pelos direitos de portagem que seriam cobrados.

Em 1324, D. Dinis pretendeu favorecer as gentes e vila de Castro Rei, concedendo-lhes o privilégio da passagem

nos circunda, rapidamente percebe mos que é a mulher do casal de in gleses que agora ali vive, sem hesitar aproximamo-nos e abordamo-la. Chama-se Julia McKillop, vive ali com o seu companheiro desde o início de dezembro. A história deste casal co meça no sul de Londres onde residiam até atingirem a idade da reforma e o falecimento do pai de Julia. Sem nada que os prendesse mais à capital ingle sa, o casal rumou à Austrália ao encon tra da mãe e da irmã de Julia com o objetivo de viverem lá.

"Ao fim de seis meses percebemos que não era ai que queríamos ficar", conta-nos. Depois da Austrália o casal rumou a França onde encontraram uma casa nos arredores de Paris, onde ficaram durante o período da pande mia. "Era um local muito isolado, aca bamos por não noa habituar e tínhamos sempre na cabeça a ideia de vir para Portugal e conseguir o passaporte português.

O processo de vinda para o nosso país foi feito à distância, usando a internet para pesquisarem sobre Portugal e as muitas diferenças que existem no país em busca do local ideal para se fixarem.

"Vimos vários locais e certo dia vimos um vídeo sobre Ucanha, ficamos encantados. Na vinda para cá, de carro, fomos atravessando o norte de Portugal até atravessarmos a região do Douro, uma paisagem que nos foi apaixonando a cada quilómetro que percorríamos.

Julia confessa que inicialmente havia algum receio “de encontrar uma terra de gente envelhecida, sem lojas ou atividades, como tinha acontecido em França" e que lhes transmitia "um sentimento de isolamento".

reconfortar o estômago.

Minutos depois, um pequeno pote de três patas em ferro preto é colocado em cima da mesa, o cheiro que dele sai faz crescer água na boca e assim que colocamos a nossa dose no prato vemos os principais ingredientes numa combinação perfeita, farinha de milho, couve e chouriço. Na boca a junção destes sabores é perfeita e dose após dose acabamos a rapar o pote até ao último pedaço.

Já a terminar a refeição junta-se a nós Filomena. De sorriso rasgado começa por nos contar um pouco da história deste espaço que já existia antes da implementação do projeto das Aldeias Vinhateiras.

"O projeto das aldeias vinhateiras não mudou muito a aldeia, ela vai mudando consoante o nosso trabalho e o nosso empenho. Quando montei aqui o restaurante praticamente não havia turismo mas com o trabalho que fomos fazendo as pessoas começaram a aparecer à nossa procura.

de Moimenta para Lamego, mas face à pressão dos frades de Salzedas, o rei confirmou tal privilégio a Ucanha. De planta quadrada, a torre, com porta de acesso bem acima do nível do chão, tem vinte metros de altura e dez de cada lado da base, onde se encontra a seguinte inscrição “Esta obra mandou fazer D. Fernando, abade de Salzedas, em 1465”.

No interior, divide-se em três pavimentos: no primeiro apenas uma fresta, no segundo em duas das faces abrem-se duas janelas geminadas e no último salientam-se quatro mata-cães, apoiados em cachorros.

Estamos já no lado oposto, à nossa frente fica a Tasquinha do Matias, local onde iremos fazer o nosso repasto. Antes de entrar vemos um pouco mais acima na rua uma figura que nos parece estranha a todo este contexto que

Ao chegar perceberam que a realidade era outra e foram bem acolhidos pela proprietária da casa que alugaram, e temos um restaurante a 42 passos da porta de casa", conta Julia entre sorrisos.

O objetivo agora é ficar por aqui pelo menos um ano enquanto tratam de todas as burocracias e procuram um local para construírem uma casa e fixaram-se. "Pode não ser exatamente aqui em Ucanha mas será certamente nesta região.

Finalizada a conversa com Julia é hora de percorrer os tais 42 passos que ela contou até à entrada do restaurante onde Filomena Matias, a proprietária do espaço, já nos aguarda.

Entramos e após os cumprimentos iniciais recebemos um ultimato, primeiro sentam-se e comem, depois conversamos. Na ementa, composta por pratos típicos da região, sobressai um deles, milhos à Matias, um prato que atrai muita gente a este espaço e que certamente nos irá

Dos muitos turistas que ali chegam, Mena, como é conhecida por aqui, destaca “a ponte, a torre e a beleza da aldeia” como principais fatores de atração turística. "Esta é uma aldeia atrativa não só por isso mas também pelas questões gastronómicas" (risos).

Mena conta-nos que a procura por alojamento tem sido crescente de ano para ano, não só portugueses mas também estrangeiros, "e muitos com vontade de se fixarem por aqui para fugirem à confusão das grandes cidades".

A calma que se vive na aldeia é, para a empresária, "um fator diferenciador e de atratividade, que as pessoas apreciam bastante.

Antes de deixarmos a Tasquinha do Matias e Ucanha, tentamos saber qual o segredo do prato que acabamos de degustar, e de outros que vão passando para as mesas à nossa volta, Sem hesitar, Filomena responde com um sorriso rasgado, "é o amor que eu tenho em cozinhar, a minha maior paixão é fazer comida. Tudo o que faço é com muito carinho, não é apenas uma questão de passar a receita e ter os produtos da nossa horta”.

Sem a receita mas de barriga cheia é hora de nos despedirmos de Ucanha, a viagem não será longa até à próxima aldeia mas aqueles milhos não nos saem da cabeça.

43 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO
Julia McKillop
“Vimos vários locais e certo dia vimos um vídeo sobre Ucanha, ficamos encantados.”
Filomena Matias
“O projeto das aldeias vinhateiras não mudou muito a aldeia, ela vai mudando consoante o nosso trabalho.”

HÁ GENTE NAS ALDEIAS

Especial Aldeias Vinhateiras

Localizada também no concelho de Tarouca, a Aldeia Vinhateira de Salzedas destaca-se pelo imponente mosteiro cisterciense e pelo Bairro do Quelho, conhecido anteriormente como Judiaria de Salzedas, um “primitivo aglomerado urbano gerado em torno do mosteiro medieval”.

À nossa espera está Cátia Custódio, secretária da Junta de Freguesia que nos recebe precisamente em frente ao mosteiro, perante o qual nos sentimos ainda mais pequenos, tal a sua dimensão.

Depois dos habituais cumprimentos iniciais Cátia convida-nos para um café no café-mercearia que a sua mãe explora. Sentados numa das mesas do espaço, chega o café. Por ali está também uma senhora que por agora desconhecemos o nome, as rugas que lhe caracterizam o rosto guardam mil e uma histórias que começa a debitar na primeira oportunidade que lhe é dada e que invariavelmente vão terminar numa interjeição, "antigamente é que era!".

O seu nome é Maria Piedade Reis e ainda voltaremos a falar com ela, por agora a nossa interlocutora será Cátia Custódio que nos fala um pouco da vivência nesta aldeia.

"Viver em Salzedas já não é o que era, apesar dos esforços que vamos fazendo por manter uma vida ativa, quando ouvimos as histórias dos mais velhos ficamos sempre com alguma inveja do que já se viveu por estas ruas".

Quando o projeto das Aldeias Vinhateiras chegou a Salzedas, Cátia ainda não frequentava sequer o ensino básico, não tem recordações do "antes" mas pode

aumentando o número de turistas que nos visitam”.

O entusiasmo que vamos sentindo nas palavras de Cátia esmorece na frase com que termina a ideia anterior, "acho que futuramente os turistas vão estar a visitar uma aldeia vazia".

O desânimo da secretária da junta ao proferir tal afirmação é evidente e sustentado nos números recentemente publicados dos Censos 2021 e que revelam que na última década a aldeia perdeu 50% dos seus jovens.

Do seu ponto de vista as causas são a falta de opor tunidades profissionais e habi tações em condições de serem alugadas ou vendidas. "Já várias pessoas comentaram comigo que gostariam de regressar a Salze das mas não têm condições para o fazer porque depois iriam sem pre ter custos elevados para ir trabalhar, por exemplo, porque teriam que se deslocar para fora daqui".

Em Salzedas há alojamento tu rístico, essencialmente assente em alguns projetos de alojamen to local, mas "lamentavelmente", afirma Cátia, "não há um restau rante onde as pessoas possam entrar e comer se tiverem vonta de durante a sua visita".

"Temos aqui diferentes pontos de interesse, desde o Mosteiro às nossas ruas, passando por miradouros ou a ponte romana. Este ano começamos também a criação dos trilhos em alguns pontos da freguesia. Tudo atividades que os turistas podem usufruir ao longo de dois ou três dias, mas depois não têm onde comer o que acaba por limitar o seu tempo de estadia connosco".

A pandemia trouxe mais gente à aldeia, desde logo turistas em busca de descanso e tranquilidade. "Foi curioso notar também, durante esse tempo que aqueles salzedenses que estão fora mas vêm cá regularmente, ao fim de semana, por exemplo, deixaram de vir sozinhos e começaram a trazer colegas de trabalho e amigos que vinham descobrir a nossa aldeia".

E os olhos de Cátia voltam a brilhar, orgulhosa de saber que tantos querem conhecer a aldeia onde nasceu.

ainda não será com ela que vamos falar em seguida. À nossa espera já está Bruno Cruz um ex-emigrante que regressou este ano à sua terra natal. Depois de 14 anos na Suíça decidiu regressar quando o filho chegou à idade escolar, "foi uma decisão pensada porque se ele iniciasse a escola lá provavelmente já não regressaríamos".

Trabalhou sempre no ramo da hotelaria e chegou a diretor do hotel onde trabalhava. "Era suposto ter vindo já há dois anos mas surgiu esse convite e deci-

“Nasci aqui e aqui fui criada, nunca saí daqui, nem quero.”

agora viver os impactos da sua implementação.

"Na altura era muito nova e os meus pais estavam emigrados. O mais visível deste projeto é a recuperação de casas e arruamentos que foi feita, assim como a promoção turística que, ano após ano, vem

A conversa aproxima-se do fim, foi um carrossel de altos e baixos entre o orgulho na aldeia que a viu nascer e o lamento de a ver ficar cada vez mais vazia e envelhecida. Por ali ainda continua Maria Piedade que está atenta ao que Cátia nos vai contando, mas

tunidade única de ter essa experiência profissional". Em Salzedas dedica-se a outro negócio, "aqui tenho uma agência funerária".

A experiência que Bruno traz da sua vida na Suíça não lhe deixam grandes dúvidas, "a aposta no turismo pode mudar completamente a realidade de uma aldeia como Salzedas. A aldeia onde o hotel que geria tinha 230 habitantes mas a dinâmica que ali se vivia era impressionante, muito por responsabilidade dos turistas que ali se deslocavam".

Confessa que ainda está numa fase de assentar ideias após o seu regresso, mas na sua cabeça fervilham já alguns projetos ligados ao turismo. "O problema é a questão financeira mas adorava pegar em algumas das casas da aldeia e recuperá-las para projetos de turismo".

"É pena não termos aqui casas que ofereçam mais serviços aos turistas que aqui chegam sem termos que os chamar, a nossa história e em espacial o mosteiro já são pontos de grande atração turística para a aldeia. Aqui não precisamos nem queremos turismo de massas, queremos aquele turista

44 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
Cátia Custódio, secretária da Junta de Freguesia
“Viver em Salzedas já não é o que era, apesar dos esforços que vamos fazendo por manter uma vida ativa.”
Bruno Cruz Carolina Pinto e Maria Piedade

que vem sozinho ou em pequenos grupos familiares ou de amigos, é esse o perfil do turista que queremos aqui".

Para Bruno Cruz, uma das soluções para criar emprego e atrair gente à aldeia seria a aposta nos produtos locais, naquilo que a terra produz e nos produtos que a partir daí se podem criar.

“Temos aqui quem faça criação de porcos e poderia explorar os fumeiros, quem tem cabras podia apostar nos queijos, temos a baga do sabugueiro e os vinhos, compotas, e outros produtos, muita coisa que se podia fazer aqui para fomentar uma dinâmica diferente na aldeia. Tudo isso está cá, temos que saber aproveitar".

Enquanto a conversa se prolongava fomos caminhando pelas vielas apertadas do Bairro do Quelho que, apesar do avançado estado de abandono de algumas casas deixa ainda perceber o seu estilo, muito caracterizado pelas varandas em madeira e paredes de pedra.

De regresso ao café de Graça Ferreira já nos espera Carolina Pinto que, logo no início da conversa deixa um mote, "gosto muito da minha terra e só tenho pena de um dia morrer e deixar tudo isto aqui". A afirmação faz ecoar algumas gargalhadas a quem nos ouve e Maria Piedade, que ainda por ali está ex clama, "é, depois vens cá fazer umas visitas", a gar galhada é geral e nem nós nos conseguimos conter. Definindo-se como "salzedense de gema", pergun tamos a Carolina o que isso significa. "Nasci aqui e aqui fui criada, nunca saí daqui, nem quero".

Tal como Maria da Piedade já nos havia afirmado algumas vezes, também Carolina Pinto afirma que "antigamente é que era bom".

"Antigamente era tudo mais bonito, havia ranchos e bailes, brincávamos ao Carnaval, havia sempre festa porque havia muita mocidade, agora os mais novos não ficam cá. Temos um grupo que habitual mente sai para cantar as janeiras, somos meia dú zia".

Carolina Pinto conta-nos que gos ta de ver os turistas a passearem pelas ruas de Salzedas, "sempre trazem alguma animação", e sempre que há algum evento na igreja "temos que ir ver", afirma, terminando invariavelmente com um "mas antigamente é que era".

Carolina lamenta a falta de gente na aldeia, para ela essa é a razão para que agora também haja menos atividade

por aquelas ruas durante o ano, "por isso é que gostamos de ver aqui os turistas, sempre trazem alguma animação. Podem até não falar muito mas pelo menos vamos vendo umas caras diferentes".

Trabalhou durante 21 anos numa fábrica de carnes em Travanca, "até que o joelho começou a dar problemas" e se reformou. Agora passa os dias entre a horta e as conversas com as amigas.

A conversa com Carolina Pinto chega ao fim entre muitos risos. Antes de sair, já junto à porta do café olha para a rua, virando-se depois para traz enquanto afirma, "estão a ver? Não anda aqui ninguém na rua, antigamente havia sempre gente por aqui".

Ao balcão do café está Graça Ferreira, a proprietária do espaço que enquanto falamos recebe e atende os dois clientes que entretanto chegaram, possivelmente vindos do trabalho no campo, como denuncia a lama que trazem nas botas e as mãos calejadas.

Graça trabalhou durante muitos anos na empresa Murganheira, uma das maiores empregadoras do concelho de Tarouca. Deixou o seu trabalho para ficar a gerir o café-mercearia que pertence aos sogros que, devido à idade avançada, o iam fechar.

Aldeia Vinhateira de

Salzedas

Criar um negócio numa aldeia como estas não é fácil, por isso quem o quer fazer devia ser valorizado".

Para Graça, um dos problemas da aldeia é não ter nada onde o turista possa gastar o seu dinheiro para que este fique na aldeia, "nem uma loja de recordações temos, o que é que o turista vai levar daqui? Nada, não há nada que possa levar porque não há nenhum comércio virado para esse tipo de cliente".

O êxodo populacional não é um fenómeno de hoje, já tem décadas e quanto mais no interior e mais pequeno seja a freguesia, mais esse fator é notado. "No tempo em que andava na escola, na minha turma éramos 14, hoje estamos cá três, os restantes foram-se todos embora, ou para o estrangeiro ou para as grandes cidades em Portugal".

Apesar disso, Graça espera que os turistas "continuem a vir. Animam os dias por aqui e sempre dão ar de algum movimento, só era mesmo preciso que houvesse aqui um restaurante sempre aberto e uma loja para que gastassem aqui dinheiro”.

No entender de Graça, o projeto das Aldeias Vinhateiras foi muito positivo para Salzedas, lamenta contudo que "não tivesse havido apoios para as pessoas investirem em negócios, só se preocuparam com a recuperação de casas e ruas, deviam ter pensado mais a longo prazo e ajudar algumas pessoas a criar o seu próprio negócio, talvez hoje as coisas fossem diferentes".

Outro lamento relativamente ao projeto, que continuam a elogiar, é a não continuação da realização do Festival das Aldeias Vinhateiras, "foi uma festa bonita que encheu a aldeia de gente e animação mas nunca mais fizeram nenhu-

Graça é um daqueles exemplos de faz-tudo, está na banda e no rancho, no coro da igreja e no grupo de cantares das janeiras, é catequista, "faço tudo e mais alguma coisa", afirma com um sorriso.

tive lá 20 anos e não foi uma decisão fácil, também havia algumas coisas que para mim já não estavam a fazer muito sentido porque com a entrada de pessoas mais novas fomos alterando alguns métodos que para nós, mais velhos, apesar de eu não me considerar velha, não encaixamos bem".

Graça Ferreira lamenta que a aldeia esteja cada vez mais vazia, em especial de jovens, para a agora empresária uma das razões que leva a este declínio é a falta de apoios para se criarem pequenos negócios que poderiam ser importantes na criação de emprego mas também de riqueza.

"Aqui faltam muitos apoios, queremos remodelar o café mas não conseguimos empréstimo, e mesmo para quem quiser iniciar um negócio, devia haver algum tipo de apoio que ajudasse nesse momento.

A falta de jovens "faz com que as tradições se vão perdendo", lamenta Graça enquanto recorda que desde muito nova passou a integrar o rancho e a banda, "era uma forma de passearmos e nos divertirmos".

Antes de sairmos, Maria Piedade "rouba" novamente a nossa atenção. O café onde estamos agora pertencia ao seu pai, na altura era um sapateiro e ela recorda os tempos difíceis em que tinha que andar por ali a ajudar o seu progenitor com os recados.

"Eram tempos duros, mas havia muito respeito pelos mais velhos e desde novos tínhamos responsabilidades, se fazíamos alguma asneira ficávamos fechados em casa para aprender".

O dia vai longo, a temperatura vai baixando à medida que o sol se põe e a chuva teima em ir caindo a espaços. Apesar da conversa animada é hora de nos fazermos à estrada e deixarmos Salzedas.○

45 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO
“É pena não termos aqui casas que ofereçam mais serviços aos turistas que aqui chegam.”
Graça Ferreira
“Eram tempos duros mas havia muito respeito pelos mais velhos.”

Opinião

A Região precisa e a população agradece

Em declarações recentes à comunicação social, o Reitor da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD), Professor Emídio Gomes, sublinhou que o processo de submissão de uma nova oferta formativa da UTAD – o curso de Mestrado Integrado em Medicina (MIM) – há muito se referia como essencial, não só para a instituição, mas também pela importância e desenvolvimento potencial que trará para a região.

Vem esta submissão quase a “talho de foice”, num momento em que, condicionado ou não por uma situação complexa

de saúde nacional e internacional, o País reforça as queixas contra o Serviço Nacional de Saúde (SNS) e os serviços associados de prestação de cuidados de saúde às populações.

Não é de todo consensual a opinião entre a população, as estruturas governativas centrais e regionais, a classe médica e as suas organizações sindicais e a Ordem, quanto à necessidade ou não de formação de médicos. Regista-se um aumento do número de novos médicos formados (com destaque também para o aumento do número de especialistas), mas a própria Ordem reconhece que o esforço formativo não se tem traduzido numa situação de equilíbrio, seja na relação entre o SNS, os sistemas privado e social, ou ain-

da no tratamento do País como um todo, sendo evidentes as fragilidades de grandes parcelas do território. Tal é visível na deslocalização de muitas especialidades médicas para regiões com maior densidade populacional, que, como todos sabemos, é na faixa litoral ocidental do País. A organização curricular preconizada para o MIM da UTAD prevê a inserção dos novos estudantes, logo a partir do 1º ano, nas estruturas de prestação de serviços de saúde do SNS, o que vem reforçar o seu papel junto das populações. Os médicos que colaborarão na docência terão uma oportunidade única para fazer investigação translacional, levando novo conhecimento para as suas práticas clínicas, melhorando

Um ano auspicioso em perspetiva

Um ano a findar, com um balanço muito positivo para as duas denominações de origem que nos aproximam, outro prestes a iniciar-se, e que se antevê auspicioso. Desde logo porque será iluminado por toda a dinâmica da Cidade Europeia do Vinho 2023, que nos convoca a todos a participar. No Douro e pelo Douro, a favor da projeção dos 21 municípios da região, dos vinhos - que sustentam a realidade socioeconómica local - e do enoturismo português.

O ano de 2022 espalhou no nosso caminho um contexto externo algo adverso, mas os números de vendas e exportações dos vinhos do Douro e Porto acabaram por atingir patamares animadores. A Região Demarcada do Douro (RDD) representa 70% das exportações de vinhos com denominação de origem e 44% das exportações de vinho. E até a pequeníssima quebra do Vinho do Porto deve ser

vista com olhos benévolos, pois que, comparativamente, 2021 foi um ano histórico no que respeita a exportações. Apesar de novembro ter piorado os números das exportações de Porto em 2022, quando comparando com o período homólogo de 2021, podemos destacar que em termos de volume de negócios as exportações deste ano estão ainda acima das registadas em 2019 – esse que foi um ano positivo para as exportações de Porto.

O trabalho voltou a ser árduo este ano. No sentido da diversificação do consumo, da conquista de novos públicos (mais jovens) e do reforço na formação de profissionais, para que o Vinho do Porto seja cada vez mais uma opção para os renovados perfis de consumidores. Esforços que, durante parte do ano, trabalharam de braço dado com as atividades destinadas a assinalar os 20 anos Alto Douro Vinhateiro.

Mas, no Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP, IP), é já 2023 que nos move. Para agregar cada vez mais todas as sensibilidades associativas durienses, na promoção de debates profícuos e

aglutinadores, tendo sempre em mente o progresso da RDD, a criação de riqueza e uma distribuição mais equitativa de todos os proveitos.

E é por isso que a recomposição do Conselho Interprofissional, onde estão representadas quatro associações do setor, se afigura mais um passo para envolver o maior número de stakeholders no futuro da regulação, fiscalização e controlo dos vinhos Douro e Porto. Sempre na busca da convergência de interesses da produção e do comércio, e na defesa da Região Demarcada, com disciplina e fiscalização, e, também, aprimorando o recenseamento dos viticultores - orientações-chave do início do mandato que ver-se-ão fortalecidas.

A estratégia em marcha assenta em quatro eixos fundamentais: investir nas pessoas; desenvolver a gestão; explorar a tecnologia e reforçar a proximidade.

Nesse sentido, no IVDP estimularemos ainda mais a adoção das melhores práticas vitivinícolas e uma política de promoção e internacionalização ambiciosa, que tão bons resultados têm alcançado, ano após ano.

os seus currículos e criando “pools” de conhecimento, absolutamente necessárias para o avanço das Ciências Médicas.

Com a aprovação do MIM, será possível a fixação de quadros altamente especializados na região, que melhorarão a acessibilidade e a qualidade dos serviços de saúde, e a fixação de novas empresas, relacionadas com a prestação de serviços de saúde. Com o potencial aumento da empregabilidade, resultando em alterações inegáveis na demografia regional, com a criação de um novo destino científico, económico e social – Health Hub – que a população precisa, Portugal agradece e, acrescentaria, a região já merece. ○

A modernização e a inovação são, por isso, linhas de força adicionais para garantir a sustentabilidade do território. A qual passa, igualmente, por colocar a ciência ao serviço da prática agrícola, para facultar maiores ganhos de eficiência e redução de custos. E abrindo portas a novos métodos de trabalho, que trazem o condão da otimização dos tempos dos ciclos de trabalho e, na peugada, iniciativas de simplificação e modernização administrativa, algumas das quais já no terreno.

A pensar no futuro, o IVDP está a melhorar os processos de certificação, com tempos de resposta mais apertados, uma melhor qualidade de serviço prestado, e uma redução dos custos operacionais.

O novo ano e a dinâmica da Cidade Europeia do Vinho 2023 chegarão assim em boa altura. Para que consigamos tirar o melhor partido do aumento de notoriedade internacional da região, e para que o momento trabalhe na solidificação do seu desenvolvimento e das suas gentes. Com reflexos no turismo, património, gastronomia e realidade vitivinícola do Douro.○

António

A reforma

A discussão sobre a “reforma do Estado” em Portugal tem-se assemelhado muitas vezes a uma cornucópia de consensos vãos e frustrações endémicas. Estamos genericamente de acordo quanto aos princípios universais da “racionalidade” e “transparência” desse Estado e às suas funções de “coesão territorial” (vindo sempre à tona o “Interior”...), mas temos fracassado há décadas em dar passos concretos na reorganização e democratização deste grande “condomínio”.

Por razões diversas e que muitas vezes a

razão desconhece, o Estado que herdamos continua a ser tradicionalmente centralizado, verticalizado e perdulário do potencial do “país real”. Por isso, é pouco dado às práticas do diálogo entre políticas e agentes, à prestação de contas e à proximidade e adaptação aos territórios. Mais do que na carência de recursos, é aqui que tem radicado o falhanço do nosso modelo de desenvolvimento.

Neste contexto, deve ser aplaudida com benigna expectativa a medida consagrada pela recente resolução do Conselho de Ministros no sentido do reforço da territorialização do Estado, através da integração dos seus serviços desconcentrados nas comissões de

coordenação e desenvolvimento regional (CCDR).

Esta medida não visa nem novas “centralizações”, nem uma quimioterapia ou cura de emagrecimento. Visa integrar, dando coerência, inteligência e eficiência à atuação do Estado nas regiões. Não se trata de extinguir a já rarefeita máquina territorial do Estado... Certamente que oportunidades de racionalização não deverão ser descuradas.

Esta reforma territorial do Estado não pode também ser “desnatada”, operando uma centralização na capital de funções estratégicas e alijando na periferia guichets anódinos para expediente administrativo. Do mesmo modo, não deve ser reduzido o

nível de intervenção dos dirigentes dos organismos regionais, após a sua integração nas CCDR, capacidade que decorre diretamente do seu estatuto público. Importa racionalizar o Estado, mas recusando um modelo empobrecedor da desconcentração.

Este processo é fundamental se quisermos dar um salto qualitativo na atuação dos poderes públicos. Os desafios de hoje - da transição climática e energética, da demografia, da inovação, da digitalização, do envelhecimento e da inclusão - são cada vez mais complexos, exigindo soluções fora das habituais “gavetas” departamentais. Não evoluir na organização do Estado é comprometer o cumprimento desses desafios históricos. ○

46 VIVADOURO DEZEMBRO 2022
da CCDR-NORTE Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP) Carla Amaral Pró-reitora para o Ensino e Qualidade da Universidade de Trás-os-Montes e Alto

MARQUÊS DE SOVERAL Homem do Douro e do Mundo

Acinco de Outubro de 1922 falecia, em Paris, Luís Maria Pinto de Soveral, - o Marquês de Soveral, ilustre personagem duriense e um dos portugueses mais relevantes na história da diplomacia portuguesa.

Ocorre este mês o centenário do seu falecimento.

A Câmara Municipal de S. João da Pesqueira, a Confraria Queirosiana de Vila Nova de Gaia e a Associação dos Amigos de Pereiros, de S. João da Pesqueira, constituíram-se em Comissão Organizadora para a comemoração

Repouso eterno

Luís Maria Pinto de Soveral - Marquês de Soveral, frequentou em vida os salões reais da Europa, conviveu com a alta sociedade da época e as mais altas personalidades políticas e diplomáticas do seu tempo.

Foi sepultado como um príncipe na Cripta da Igreja de Saint Pierre de Chaillot, e anos depois transladado para jazigo particular no Cemitério Pére Lachaise, um dos mais conhecidos cemitérios de Paris, inaugurado em 1804, com uma área de 44 ha, (50 campos de futebol).

Se o Marquês de Soveral conviveu com as elites da época, tem no Pére Lachaise a companhia de cerca de cem famosos, o que torna este cemitério hoje, uma das principais atrações turísticas de Paris - dois milhões de turistas/ano.

Pére Lachaise, de seu nome Francois d’Aix, foi um sacerdote católico e confessor de Luís XIV.

Destacamos algumas das personalidades que aí repousam :

Alan Kardec - (1804-1869) - (de seu nome Hippolypte Léon Denizard Rivali)

Balzac) Escritor

Camille Pissarro - (1830-1903) (de seu nome Jacob Abraham Camille Pissarro) Pintor - impressionismo

Camus - (1912 - 1982) (de seu nome Marcel Camus) Cineasta Carolina de Bragança - (1822-1901)

Princesa imperial do Brasil Chopin - (1810-1849) (de seu nome Frederic Chopin) Músico

Colette - (1873 - 1954) Escritora Delacroix- (1798-1863) - (de seu nome Ferdinand Victor Eugene Delacroix) Pintor - romantismo

Edith Piaf - (1915-1963) - (de seu nome Edith Giovanna Gassion)

Cantora e compositora

Georges Meliés - (1861-1939) - (de seu nome Marie Georges Jean Meliés) Cineasta e ilusionista

Isadora Duncan - (1877-1927)

Dançarina americana

Jim Mdorrisson - (1943 - 1971) Músico

Joaquim Murat - (1767 - 1815)

Marechal do Império Napoleónico e Rei de Nápoles

Educador, autor, codificador do espiritismo                Alphonse Daudet - (1840-1897) Escritor Annie Girardot - (1931-2011) Actriz Auguste Comte - (1798-1857) - (de seu nome Isidore Auguste M. F. Xavier Comte) Filósofo - Positivismo

Balzac - (1799-1850) (de seu nome Honoré de

La Fontaine - (1621-1695) (de seu nome Jean de la Fontaine)

Poeta e fabulista

Laura Marx - (1845-1911) - Filha de Carl Marx

Militante comunista

Luís de Bourbon - Duas Sicílias - (1824 - 1897)

Conde de Acquila

Luís Maria de Bourbon - Duas Sicílias -

(1845 - 1909) Conde de Roccaguglielma

Luís Maria Pinto de Soveral - Marquês de Soveral - (1851 - 1922)

Diplomata português

bro de 2023.

Contactado o VIVADOURO, jornal mensário da e para a região do Douro, a Comissão Organizadora, encontrou a maior recetividade para durante os doze meses da comemoração do centenário acompanhar os diversos eventos, mas também dar a conhecer, o “Homem do Douro e do Mundo” através de entrevistas, reportagens e depoimentos.

Aqui deixamos o nosso agradecimento pela disponibilidade e colaboração.. ■

Marcel Marceau - (1923-2007)  Actor, mímico Marcel Proust - (1871-1922) - (de seu nome Valentin Louis G. Eugéne Marcel Proust) Escritor

Maria Schneider - (1952-2011) Actriz Massena - (1758-1817) - (de seu nome André Massena) Marechal do Império Napoleónico  Moliére, (1622-1673) - (de seu nome Jean Baptiste Poquelin) Escritor Oscar Wilde - (1854-1900) - (de seu nome Oscar Fingal O’Flarhertic Wills Wilde) Escritor irlandês

Oscar Wilde morreu falido e os seus amigos apenas puderam pagar um enterro de sexta classe. O amigo e seu agente literário Robert Ross conseguiu, com a venda das suas obras, anular a falência e comprar uma sepultura no cemitério Pére la Chaise.

Posteriormente a sua amiga Helen Carew ofereceu o monumento, esculpido por Jacob Epstein. Ao longo dos anos, as fãs de Oscar Wilde, visitam o seu túmulo e deixam mensagens e marcas de beijos em batom vermelho. Apesar de pesadas multas previstas para quem pratique tais actos, não tem sido possível travar esta prática.

As autoridades viram-se obrigadas a colocar um vidro a volta do túmulo, onde ficam agora as marcas de baton.

Pére la Chaise - (1624 - 1709) Sacerdote católico, teólogo e confessor de Luís XIV, deu o nome ao Cemitério onde repousa o Marquês de Soveral

Pierre Abelard - 1079 - 1142) e Heloísa de Argenteuil - (1090 - 1164)

Filósofo e teólogo — Freira e escritora Casal de amantes Rossini - (1792 - 1862) - (de seu nome Gioacchino Rossini) Compositor de ópera   Sarah Bernardt - (1844-1923)  Actriz

Sully Prudhomme - (1839-1907) Escritor, (Prémio Nobel)

Victor Noir - (1848 - 1870)

Jornalista e lutador contra o regime imperial e defensor da liberdade. Foi assassinado na véspera do seu casamento, por Pierre Bonaparte, sobrinho neto do Imperador Napoleão Bonaparte

No seu túmulo uma estátua de bronze, realista, mostra Victor Noir tal como foi abatido, com a boca aberta, mãos inertes, e a cartola caída ao lado.

A estátua mostra, de forma clara, uma grande erecção post mortem, o que levou a que essa saliência fosse considerada pelas mulheres, (no séc.XX), como símbolo sexual, sendo habitual sentarem-se sobre a saliência da erecção.

Vivant Denon - (1747-1825)

Diplomata, arqueólogo, pintor e escritor Yves Montand - (1921-1991) Actor e cantor Zenobe Gramme - (1826-1901)

Inventor belga

MARQUÊS de

José Cardoso Rodrigues

Câmara Municipal de S. João da Pesqueira

J. Gonçalves Guimarães Confraria Queirosiana Alberto Silva Fernandes Associação dos Amigos de Pereiros

Marquês de Soveral, homem “encantador, urbano, polido e espirituoso. Adorava mulheres e era tido como o melhor dançarino da Europa”.

Virgínia Cowles - Jornalista ameriCana

47 DEZEMBRO 2022 VIVADOURO
Comissão Organizadora:
DEZEMBRO
CENTENÁRIO do
SOVERAL Centenário // 3 VIVADOURO
2022
do Centenário do Marquês de Soveral, com diversos eventos para o período de Outubro de 2022 a Outu-

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