Ano 5 - n.º 63 - junho 2020
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Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida
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TORRE DE MONCORVO DESTINO TURÍSICO SEGURO TORRE DE MONCORVO SAFE TOURISTIC DESTINATION
TORRE DE MONCORVO DESTINO TURÍSTICO SEGURO
A Câmara Municipal de Torre de Moncorvo está a promover uma campanha turística online que pretende divulgar o território e posicionar Torre de Moncorvo como um destino turístico seguro.
> Lagos do Sabor
A campanha pretende promover o património natural, gastronómico e cultural do território e tornar Torre de Moncorvo numa alternativa viável para umas férias seguras em tempo de desconfinamento. O concelho de Torre de Moncorvo fica situado no Douro Superior, sendo as paisagens marcadas pelo Rio Douro e pelos Lagos do Sabor. Estes últimos, criados com a construção da barragem do Baixo Sabor, proporcionam paisagens de cortar a respiração a quem nos visita. É possível, no Cen-
tro de Interpretação Ambiental e de Recuperação Animal conhecer a biodiversidade natural do baixo-sabor. Os amantes do birdwatching podem observar as várias aves e mamíferos existentes na Serra do Reboredo através dos dois observatórios aí instalados. São várias as atividades que se podem desenrolar ao ar livre, nomeadamente percorrer os trilhos que compõem as Rotas do Ferro, um conjunto de 12 percursos pedestres devidamente marcados e que se estendem por várias freguesias do conce-
lho. Destaque ainda para a Grande Rota do Douro Superior que atravessa parte do concelho e com paisagens fabulosas sobre o Rio Douro. Em comunhão com a natureza propomos um passeio a pé ou de bicicleta pela Ecopista do Sabor, com 34 km de extensão, marcada por paisagens bastante díspares ao longo do seu percurso. Se no troço entre Torre de Moncorvo e Carviçais se destacam as vistas sobre o vale do Baixo Sabor e a Serra do Reboredo, no troço de Torre de Moncor-
> Ecopista do Sabor
vo ao Pocinho vislumbrase o Vale do Douro, região demarcada e classificada como património Mundial da Unesco. A Praia Fluvial da Foz do Sabor, localizada onde o rio Sabor desagua no Douro, disponibiliza um imenso e apetecível lençol de água, onde o Douro se abre e penetra pelo extenso vale da Vilariça, podendo apreciar uma paisagem rica de contrastes ou simplesmente ler um livro à sombra de uma das árvores de grande porte aqui existentes.
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Retoma €conómica na região ▪ Turismo, restauração, hotelaria e comércio reabrem portas > Págs. 16, 17 e 18 Entrevista
Tabuaço
Região
Sernancelhe
Entrevista a Carlos Brito, Presidente do Observatório dos Vinhos do Douro e Porto
Autarquia lança campanha "Compre porque É Nosso" para revitalizar a economia local
Ser+Cultura regressa com novo formato e com garantia de medidas de segurança
Inquérito ao associativismo aponta para quebra de atividade e participantes
> Págs. 6 e 7
> Pág. 8
> Pág. 14
> Pág. 26 PUB
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VIVADOURO
JUNHO 2020
Editorial José Ângelo Pinto Administrador da Vivacidade, SA. Economista e Prof. Adjunto da ESTG.IPP.PT
SUMÁRIO: Entrevista Páginas 6 e 7 Tabuaço Página 8 Penedono Página 10 e 12 S. João da Pesqueira Página 11
Caros leitores, Aprender é perceber bem a história, refletir e guardar o conhecimento para aplicar quando for necessário ou fizer sentido. Confesso que vejo tantos políticos experientes que parece que não aprenderam nada com a pandemia e que continuam a ouvir os mesmos de sempre, pessoas desligadas do mundo real que gerem o país em gabinetes e que não percebem nem aprendem nada que possa ajudar as pessoas. Assim, com os velhos do Restelo a aconselhar é difícil os líderes serem líderes. Pois acabam por não ligar com as pessoas! Aprender com o COVID 19 é essencial, pois só poderemos melhorar se percebermos muito bem o que nos aconteceu. Com as anunciadas quebras no PIB, que eu, pessoalmente, estimo em 20%, é essencial que a reabertura económica aconteça e que os políticos percebam que também têm que fazer a sua parte. A sua parte consiste em fazer com que os apoios cheguem de facto às empresas, em vez de demorarem 3 meses a fazer um formulário. Consiste em entenderem que planos muito bem definidos, como os dos apoios da União Europeia às empresas, que só nos vão chegar em 2021 e 2022, não servem para nada pois quando chegarem já tudo ardeu. As pessoas em concreto estão a reagir bem. Estão a consumir e a colocar o seu dinheiro a circular na economia. Estão a fazer turismo. Estão a visitar os amigos e familiares. E estão a conseguir restabelecer a confiança. Com confiança os operadores económicos vão recuperar. Mas percebe-se que é preciso toda a ajuda. E com cuidado. Sempre com muito cuidado.
PRÓXIMA EDIÇÃO 22 JULHO
Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org POSITIVO Após um longo período de paragem, devido à pandemia Covid-19, o turismo no Douro começa novamente a dar sinal da sua vitalidade.
Sabrosa Página 13 Sernancelhe Página 14 Armamar Página 15 Destaque Páginas 16, 17 e 18 Alijó Página 21
NEGATIVO Processo eleitoral da Casa do Douro continua sem data definida enquanto vitivinicultores desesperam por solução
Lamego Página 22 Carrazeda de Ansiães Página 23 Região Páginas 24 e 26 Empresas & Negócios Página 27
Luís Braga da Cruz
Opinião Página 28
Engenheiro Civil
Nacional Página 29 Lazer Página 30
ANUNCIE AQUI Tel.: 962 258 630 | 910 599 481 carlos.rodrigues@vivadouro.org geral@vivadouro.org
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"A VITICULTURA DURIENSE EM 2020" O ano 2020 já é um ano atípico para a viticultura do Douro pelo impacto da COVID-19, importando tomar medidas para que a crise não promova maiores danos na região. Num ambiente de forte intervenção pública para mitigar efeitos negativos em tantas dimensões da economia portuguesa, urge que se evitem consequências negativas na viticultura duriense e também na dimensão social. Faz sentido recordar que o Douro é uma região peculiar e que o momento que atravessamos ainda torna mais complexa a gestão dos seus problemas. Acontece que as duas actividades em que tem assentado o desenvolvimento do Douro - o vinho e o turismo - foram severamente abaladas pela crise, com uma forte quebra na procura. O turismo cessou completamente e as vendas de vinho reduzidas. Apesar da evolução das últimas dezenas de anos, o Douro continua a ter fragilidades que reclamam um esforço de discernimento sobre o que é necessário fazer. A especificidade do Douro e o seu carácter sensível reclamam soluções diferentes de outras regiões vitivinícolas portuguesas. A realidade sócio económica do Douro é segmentada. Os grandes produtores não são autónomos, porque também vivem das uvas produzidas pelos pequenos produtores. Uma nova geração de produtores/exportadores tenta inovar e
afirmar-se. São de pequena e média dimensão, produzem bons vinhos, engarrafando-os e colocando-os no mercado internacional, mas ainda estão numa fase de consolidação da sua actividade. Os de muito pequena dimensão, que são em maior número, produzem para os restantes e, por isso, são muito sensíveis à política de preços praticada. Há viticultores que, perante os elevados custos de tratamento das suas vinhas e a baixa espectativa de remuneração das uvas, tendem a reduzir os tratamentos que a irregularidade climática deste ano recomenda, pondo em risco a qualidade da próxima vindima. Por outro lado, começa a invocar-se a disciplina do mercado e a recomendar-se uma redução no valor do benefício, para acompanhar a redução das vendas. Se tal orientação prevalecesse, o resultado poderia ser dramático para o Douro, com impactos muito negativos a nível social e com provável repercussão em anos seguintes. Uma solução mais prudente, seria anunciar, desde já, a manutenção do benefício ao nível do ano anterior e criar ajudas para reforço do armazenamento capaz de acomodar a produção deste ano. Os excedentes gerados poderiam ser absorvidos pelo mercado em 2 ou 3 anos e assim evitar uma importante quebra de rendimento. Outros estados europeus com actividade vitícola, caso da França, já anunciaram fortes programas de intervenção para queima de excedentes. Faria sentido fazê-lo também entre nós. O recente estudo - “Rumo Estratégico para o setor dos Vinhos do Douro e do Porto” encomendado pelo IVDP à UTAD, faz recomendações muito precisas e rigorosas que, sendo implementadas, contribuiriam para a solução de problemas de natureza estrutural que afectam o Douro. Parece ser o momento oportuno para as avaliar e as pôr em prática.
Registo no ICS/ERC 126635 | Número de Registo Depósito Legal: 391739/15 | Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-241A) miguel.almeida@vivadouro.org Tlm.: 916 430 038 | Redação: Carlos Almeida carlos.almeida@vivadouro.org Tlm.: 912 002 672 | Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 / 910 599 481 | Paginação: Rita Lopes | Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4510-698 Fânzeres | Administrador: José Ângelo da Costa Pinto | Estatuto editorial: www.public.vivadouro.org/vivadouro | NIF: 507632923 | Detentores com mais de 5% do capital social: Lógica & Ética, Lda., Augusto Miguel Silva Almeida e Maria Alzira Rocha | Sede de Redação: Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4510-698 Fânzeres | Sede do Editor: Travessa do Veloso, nº 87 4200-518 Porto | Sede do Impressor: Arcozelo - Vila Nova de Gaia | Colaboradores: André Rubim Rangel, António Costa, António Fontaínhas Fernandes, Beatriz Oliveira, Freire de Sousa, Gilberto Igrejas, Guilhermina Ferreira, José Penelas, Luís Alves, Paulo Costa, Ricardo Magalhães, Sandra Neves e Sílvia Fernandes. | Impressão: Unipress | Tiragem: 10 mil exemplares
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VIVADOURO
JUNHO 2020
Entrevista
Carlos Brito: “Aos durienses dou um conselho concreto: pensem menos que “Para cá do Marão mandam os que cá estão”, porque isola. E de todo não é esse o objetivo neste momento, atualmente vivemos numa aldeia global ” Vice-reitor da Universidade Portucalense, Carlos Brito, é o primeiro presidente do recémcriado Observatório do Vinho do Porto. Defende o desenvolvimento de uma campanha internacional para incentivar o consumo e a reposição do "selo à cavaleiro", obrigatório no gargalo das garrafas até 2018. Texto e fotos: Carlos Almeida Quem é o professor Carlos Brito, e qual a sua ligação ao mundo dos vinhos para chegar ao Observatório? De carreira sou professor universitário, fiz praticamente toda a minha carreira na universidade do Porto, concretamente na faculdade de Economia do Porto, e estou na Portucalense há sensivelmente meio ano, sou recém-chegado. A minha área é marketing e aquilo que fiz ao longo da minha vida foi a carreira típica de um professor universitário, ao mesmo tempo de uma grande ligação ao meio empresarial. Tive uma atividade muito intensa como consultor, dava e dou aulas numa escola de negócios muito conhecida que é a Porto Business School, e, portanto, sempre procurei não ser um professor universitário que a única coisa que conhece são as quatro paredes do seu gabinete. A minha ligação ao vinho do Proto e aos vinhos em geral, vem desde os anos 80 quando fui convidado para ser consultor do Instituto do Vinho do Porto. Na altura o presidente era Leopoldo Mourão. Tinha como missão assegurar à direção o desenvolvim-
ento de um conjunto de estudos sobre o mercado do Vinho do Porto, porque o Instituto tinha e tem muita informação. Portanto, questões de quantidades, de preços de mercado, mesmo dados sobre as exportações das várias empresas exportadoras e dos vários grupos na área do vinho do Porto, nada disso era trabalhado e por isso essa minha ligação começa por volta de 1984/1985. Em 1990 fui fazer o doutoramento para Inglaterra na universidade de Lancaster, e aquilo que estava a investigar tinha a ver com redes de empresas, na altura achou-se que o setor do vinho do Porto era excelente para ser estudado, portanto fiz um doutoramento na área de marketing, aquilo que se chama o marketing relacional (networking marketing) aplicado ao setor do vinho do Porto, o que deu origem à tese. Depois, publiquei um livro com base na tese, que foi editado pelo Instituto do Vinho do Porto (IVP). E mantive sempre uma ligação muito grande aos vinhos, posteriormente trabalhei novamente com o IVDP, com a Casa do Douro, com a Rota do Vinho do Proto, e estendi a outras áreas como a Rota do Vinho do Porto, trabalhei igualmente noutras áreas, nomeadamente com a Comissão dos vinhos verdes. Como é que surge este convite e por parte de quem? Há um processo eleitoral ou é por convite? Formalmente há um processo eleitoral. Formalmente eu sou eleito, creio que em Assembleia Geral. Na prática, há um convite que me é dirigido, concretamente pelo Albino Jorge que foi administrador do grupo Taylor, que entretanto já se reformou. Foi ele que me lançou o desafio. O que é este observatório dos vinhos do Porto e Douro? Eu acho que a expressão que o melhor o caracteriza é um Think Tank, é um organismo (formalmente é uma associação sem fins lucrativos), que tem por objetivo reunir gente que pensa e reflete sobre os vinhos do Douro e Porto, com este carácter de independência face aos principais players. O setor do vinho do Porto é um setor muito sui generis. A
região foi demarcada há mais de 250 anos, mas as exportações do vinho do Porto já vinham antes, desde o século 17, sendo um setor muito tradicional é um setor que foi sempre muito dinâmico, é um setor tipicamente estável, mas sempre a evoluir. É um setor evidentemente estável, mas com um conflito latente entre 2 grandes grupos, o grupo ligado à lavoura, e outro ligado ao comércio. No fundo, o observatório é um órgão que aconselha, que valoriza um bocadinho e quer trabalhar com toda a gente. É essa a função? É essa a função de agregar todos esses players e ser um espaço de reflexão que ajude a reforçar o prestígio, a imagem e a valorização do Vinho do Porto. Atualmente o observatório não tem espaço físico… É um dos objetivos? Neste momento aquilo que temos é o espaço de um dos associados que nos faculta um local e que para já o faz gratuitamente, assim como o apoio administrativo/técnico. A ideia é posteriormente concorrermos a um apoio comunitário para contratarmos gente, e que eventualmente até podemos partilhar com algum dos associados, mas a ideia é de facto manter os custos fixos o mais baixo possível. O observatório neste momento não tem funcionários. Mas é um objetivo, se conseguirmos ter algum apoio de algum programa de apoio à contratação. Neste momento o observatório é o Carlos Brito como presidente e os elementos da direção, o Vasco Mantas, José Martinez Oliveira, Luciano Vieira Pereira, João Pedro Barros, Carlos Pinto Ribeiro, António Carlos Manso, Albino Jorge, António Correia. Como é que deve ser feita essa promoção (do Vinho do Porto)? A promoção é feita por 2 maneiras, por um lado pelas próprias marcas, pelas casas exportadoras ou os produtores engarrafadores que promovem o vinho à sua própria maneira, atendendo à sua própria dimensão. Mas a par da promoção feita
pelas próprias marcas, há a promoção genérica que é feita pelo IVDP. Aquilo que faz é promover o vinho do Porto, portanto a marca coletiva vinho do porto, geralmente num conjunto de mercados prioritários. O IVDP estabelece um conjunto de mercados que acha que têm potencial de crescimento ou já têm muitas vendas. Não faz tanta comunicação “above line”, massificada, não temos muitos meios para fazer grandes campanhas no metro de Londres ou de Paris. Fazemos muito através de provas com opinion makers, estamos a falar muito numa base de prescritores que depois podem funcionar dentro de influenciar a opinião dos vários mercados sobre o vinho. Isto em termos de promoção genérica. Na promoção das marcas, sou capaz de ver uma campanha publicitária em Inglaterra. Mas genericamente é muito na base de opinion makers e prescritores, acho que é o que faz sentido, até pelo seguinte, o vinho do Porto é uma produção limitada, até porque a quantidade de uvas que produzimos está limitada e depois tem outra coisa, o que não for para vinho do Porto vai para vinho de mesa, que também não é desinteressante do ponto de vista de rentabilidade. O vinho do porto implica um investimento que é em stock, à cabeça que não está ao alcance de qualquer um. A grande semelhança do vinho do porto é com o champanhe. O grande objetivo para o vinho do Porto é fazer com que os preços aumentem, não é necessariamente aumentar quantidades de forma muito significativa. Não vejo inconveniente em aumentar 10%, vejo inconveniente em aumentar para o dobro da produção daqui a 5 anos. Prefiro aumentar o preço para o dobro ou até para o triplo, porque a escassez também me ajuda a valorizar, mas para isso preciso de marketing. E depois tenho um outro produto, que não é um subproduto, onde eu posso valorizar totalmente que é o vinho do Douro, o vinho de mesa. E quando eu ligo isto a uma região que tradicionalmente gira muito em torno do vinho, tenho aqui um desafio que não é meramente económico, é um desafio regional e social. No caso do vinho do Douro estamos a falar de uma região que ainda depende demasiado do vinho, e, portanto, o sucesso ou insucesso do vinho, em larga escala, é o sucesso ou insucesso de uma região. Essa promoção deve trabalhar nessa imagem que ajude a um maior consumo…? Essa questão que coloca é muito pertinente, mas ela existe há séculos. Diz-se que o vinho do porto só é consumido por velhos, isto não significa que eu não deva apostar em estratégias inovadoras não só a nível de produto, mas de momentos de consumo. O vinho do Porto alia muito bem, ou deve aliar, a tradição e inovação. Não é tradicionalismo, mas a tradição, que significa autenticidade. E a autenticidade é altamente valorizada pelas classes mais altas e portanto, permite-me trabalhar vinhos premium. Quando eu trabalho tradição, leiam autenticidade, genuinidade, cultura, história, património, isso só me valoriza. Agora eu não posso estar parado, eu tenho de inovar. O vinho do Porto, tem a ver com a tal estabilidade, faz geralmente uma grande inovação por século. O séc. XX inventou o vinho do porto branco. Agora estamos nos rosés. E isto permite-me entrar na parte dos cocktails, momentos de consumo mais relaxados. Só tem um problema, é que eu não faço um cocktail com vintage. E isto dentro daquela minha política da valorização, os cocktails são ótimos, os mais novos bebem mas é barato, portanto pode-me ajudar a escoar, mas a grande estratégia não é só por aí, porque não estou a valorizar. Eu acho que é bom rejuvenescer a imagem. O mundo tem milhões de pessoas, e a produção de vinho do Porto que eu tenho só preciso de uma ínfima parte de milionários que comprem garrafas
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VIVADOURO
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Entrevista de vinho do Porto a milhares de euros. A guerra é muito essa. Não estou a dizer que os tais momentos de consumo descontraídos não sejam importantes, mas a batalha, o desafio é fazer com que uma garrafa que hoje é vendida a 5, seja vendida a 10, … e aquela que é vendida a 100 seja vendida a 350 e por aí fora. E isso significa valorizar. A única coisa que temos que fazer é ter uma política adequada de valorização do produto, e dizer isto é genuíno, não é só uma bebida alcoólica, mas tem história e património, tem características absolutamente únicas, e é assim que eu valorizo. É metendo dentro da garrafa, além do vinho toda a história e toda a cultura. Nós temos pessoas no nosso país com a capacidade de perceber aquilo que estão a consumir? Há gente que sabe aquilo que está a beber. O que eu digo é que provavelmente aquele que paga milhares de euros por uma garrafa não sabe o que está a beber. Temos grandes enólogos que sabem o que estão a beber. Uma coisa é verdade, do ponto de vista do marketing esse é o meu target, em termos de comunicação, mas não é o meu target em termos de consumo. É tudo uma questão de mensagem. Mas não seria importante, que na faixa etária dos 30 anos, ao receber os amigos em casa, se oferecesse um cálice de Vinho do Porto? O mercado português tem características muito especiais e é um dos principais mercados, e tem vindo a crescer. Em Portugal há basicamente 3 razões que levam a comprar vinho do Porto. Nenhum de nós compra vinho do Porto para consumo, compra para oferecer, e aí há espaço para crescer. Depois há os eventos sociais, tem vindo a crescer e acho que há espaço para crescer mais. Depois há as compras feitas por turistas, que compram para levar para fora, o que configura uma situação de exportação. Muito do crescimento vem daí. Eu diria que na parte dos turistas, acho que isto tem vindo a acompanhar o crescimento do turismo, acredito que se tem vindo a fazer um bom trabalho. Na parte do consumo em eventos sociais acho que há espaço para trabalhar o caracter único, principalmente se mete estrangeiros. É claramente uma oportunidade para eu até dar brilho ao evento. Na parte do consumo interno o grande desafio é fazer com que as pessoas vão consumindo ao longo do ano e não apensas em dois momentos, que é Natal e Páscoa. Isso passa muito até porque as pessoas não têm bem consciência de como é que se valoriza. Grande parte dos vinhos valorizam-se muito com o acompanhamento, e muitas pessoas não sabem quais são os melhores acompanhamentos com o vinho do Porto. Como é que o observatório vai passar essa mensagem? Como é que vão perceber a importância do observatório no Douro? Nós tínhamos previsto já um primeiro grande evento em maio, um evento de apresentação publica do observatório, para atrair órgãos da comunicação social, quem é que do setor e, portanto, para passar a mensagem. A ideia agora seria setembro, outubro mas também depende um pouco das vindimas, mas desde já temos de fazer isso. Depois há outra atividade muito importante que é, e vamos começar agora em junho, falarmos com os maiores players. Eles já conhecem o IVDP, a mim e a maioria das pessoas que aqui estão, mas temos formalmente de falar com IVDP, Casa do Douro, Associação de exportadores, ir ao Ministério da Agricultura/Secretaria de Estado e vamos ver quem nos recebem. Estamos aqui para servir. Temos esta característica, não somos um stakeholder, e isso é muito importante. O nosso interesse é a promoção e a valorização do vinho, e quanto mais ele se valo-
rizar beneficia todos. Beneficia os produtores, a lavoura, o comércio, e para isso é que aqui estamos. E fundamentalmente o nosso plano é, quer através de eventos, quer depois através de plataformas tipo sites ou redes sociais. Eu acho que atualmente as redes sociais são mais eficazes e permitem-nos alguma segmentação. Temos de trabalhar redes sociais, temos de estar para onde o futuro vai. E o facto de sermos um vinho com tradição, que eu espero que continue a ser, não quer dizer que somos tradicionalistas ou contra a inovação. A tradição só acrescenta valor. E é no sentido dessa tradição que surge essa petição de reposição do selo à cavaleiro? O selo à cavaleiro é aquele selo que aparece no gargalo da garrafa, e é no fundo o selo do IVDP que certifica que aquele vinho tem características para ser vendido como vinho do Porto. Atualmente existe um certificado semelhante, mas ele está no contrarrótulo, não é visível. A certificação está lá, mas do ponto de vista do consumidor perde-se uma coisa importante, é que ele se torna menos visível e em marketing nós trabalhamos com perceções. Mais do que isso, a própria promoção genérica
logo é o primeiro requisito. Não é com o caracter reivindicativo, mas é uma associação de lavradores, que na minha opinião deve ser de inscrição obrigatória, como forma de dar força à lavoura. Ao longo dos últimos 20,30 anos a Casa Douro não funcionou como devia e é importante que funcione, como forma de equilibrar o poder. Estamos a falar de culturas, de maneiras de estar na vida diferentes. O setor exportador já não são só casas inglesas, mas são dois mundos diferentes, e uma forma de eu contrabalançar é tendo entidades representativas das duas aéreas e ter do meu ponto de vista, o papel importante para o estado que é não toma parte nem de um nem de outro mas equilibra e facilita esse diálogo. Vamos ter eleições e neste momento temos 3 candidatos. Vê nalgum deles capacidade de pegar nisto de outra forma? Não posso responder (risos). Acha que o futuro estará assegurado com esta nova geração? Acho que sim, mas mais do que isto não posso dizer. Vejo o futuro da Casa do Douro com pernas para
enorme, é um vinho muito valorizado. E o vinho do douro, que não é a maior região produtora, mas a que tem maior potencial de valorização. Porque tem características únicas do ponto de vista do terroir, porque está associado a um produto absolutamente único que é o Vinho do Porto, e tem as castas que são absolutamente diferenciadas e, portanto, a última coisa que me passa pela cabeça é começar a produzir, mesmo que pudesse, cabernet sauvignon no Douro. Aquilo que nos distingue são as castas, é a touriga nacional, a touriga francesa, a tinta roriz, entre outras… é aí que nós nos distinguimos. Temos que apostar claramente nas castas nacionais. Há muita margem de progressão no vinho de mesa. E uma coisa muito importante são os canais de distribuição, e é uma coisa que nós temos gerido mal em Portugal. Quando se fala em promoção, pensa-se (e há bocado a minha resposta foi nesse sentido) em comunicação de marketing, mas há um outro aspeto que é a utilização do canal certo. Há mercados que são muito mais importante do que as ações de comunicação que eu posso fazer, é utilizar os canais de distribuição certos. O canal de distribuição é fundamental e nós não temos tido o cuidado necessário. Falava-me dessa lógica de encontrar o parceiro certo, é um bocadinho como aquela lógica de dar a comissão da rolha? Eu não diria que é essa a estratégia. Uma coisa é verdade todos têm de ganhar, e quanto mais todos ganharem mais nós ganhamos. E aquilo que os canais de distribuição têm de perceber é que podem ganhar muito dinheiro com o Vinho do Porto, e fico encantado se eles ganharem muito dinheiro porque eles aqui em Portugal, exportadores e lavoura também vão ganhar.
feita pelo IVDP assentava na imagem do selo, portanto aquilo que se está a alienar é todo um passado de promoção do selo enquanto promoção do vinho do Porto genuíno (para ele esta utilização da palavra genuína é errada porque não há vinho do porto não genuíno). Eu estou a alienar todo um património que do ponto de vista do marketing e da imagem nós deitamos fora um ativo. E se aquilo que nós precisamos é lidar com perceções, eu acho que é um tiro no pé dentro de uma estratégia de valorização porque tínhamos um elemento gráfico simbólico muito visível que o torna distintivo, que estava lá há cerca de 80 anos. Deitamos fora um ativo em termos comunicacionais. Falou vária vezes de dar voz à lavoura do Douro. Como é que isso se faz? Um dos grandes desafios do setor do vinho do Porto é uma distribuição assimétrica do poder. Tenho cerca de 25/30 mil produtores e depois tenho algumas dezenas de casas exportadoras. Tradicionalmente estas casas têm mais poder que qualquer lavrador do Douro. Numa relação de um para um o poder era claramente assimétrico. O exportador podia dispensar um lavrador, o lavrador não podia dispensar a casa que lhe comprava. E, portanto, aquilo que preciso é de uma associação forte, senão depois a coisa não fica balanceada. Concretamente aquilo que eu preciso é de uma casa Douro a funcionar em condições, essa desde
andar, mas também o Douro precisa de uma Casa do Douro forte, a funcionar. E forte não significa reivindicativa e que vá causar problemas, significa um organismo que não só represente e agregue a lavoura, mas também regulamente grande parte de uma forma efetiva aquilo que são as legislações que se aplicam (cadastro, benefício…), é importante isso. Não é só representar interesses, é garantir o bom funcionamento da lavoura na parte que diz respeito ao vinho do Porto e mais, a lavoura precisa de mais competências. Tal como a exportação, o setor comercial, mas eu acho que a lavoura precisa mais. Não só competências a nível da viticultura, da produção da uva, também ao nível da vinificação e ao nível do marketing. Eu acho que ainda há um grande campo para percorrer, e quando esse campo for percorrido eu estou a defender verdadeiramente os interesses da lavoura, porque a lavoura vai ser capaz de valorizar como deve e merece aquele seu produto, mesmo que não lhe ponha uma marca. E é preciso ter conhecimentos. E há muito a mentalidade no Douro de “o meu vinho é o melhor, o pessoal não aprecia”, e aí há algo que está mal, eu tenho de perceber o que o mercado quer. A entrada dessas novas gerações no mercado dos vinhos, mais nos vinhos do Douro, a apostarem na comunicação, pode ser favorável a esse cenário? Pode o vinho de mesa do Douro tem um potencial
Como é que vai ser as exportações no pós covid? Eu admito que no curto prazo os negócios pararam, o pessoal retraiu-se todo. A curto prazo é mau. No médio prazo pode ter grandes oportunidades, desde logo pode ser potenciado pelo turismo rural e os próprios momentos de consumo em casa podem ser muito interessantes. Uma das grandes tendências ao nível do consumo pós-Covid, é aquilo que se chama o comportamento casulo, em que vamos privilegiar a casa como sitio para fazer muitas coisas, nomeadamente consumir e socializar. A casa vai ser muito o centro para muita coisa e eu tenho de usar a casa para promover o vinho do Porto. E o vinho do Porto vai bem num espaço de consumo como o lar, portanto tenho de perceber isto, que os hábitos de consumo vão mudar. O vinho do Porto bebe-se muito bem em casa, mas tenho de fazer com que as pessoas o bebam. Estou convencido que isso vai ser uma ótima oportunidade para o vinho do Porto porque é um vinho que também se bebe muito bem em círculos mais restritos. E quanto mais intimista, mais valoriza o produto. Um concelho, uma palavra, que o observatório possa dar a essa empresa. Resiliência, capacidade de adaptação aos novos ventos. Vai ter que se adaptar rapidamente. Busca de novos mercados, o digital. A tendência do digital já existia, mas acelerou brutalmente em 2 meses. Há que trabalhar o digital, e o digital tem grandes oportunidades nomeadamente para vender vinhos. E é preciso saber. Toda a parte do E-commerce, há muita iliteracia em relação a isso. Há um grande campo para a parte do digital, e o digital tem uma vantagem que é vender para todo o mundo. Aos durienses eu dou um conselho concreto para eles, pensem menos que “para cá do Marão mandam os que cá estão”, porque isola. E de todo não é esse o objetivo neste momento, atualmente vivemos numa aldeia global. ▪
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VIVADOURO
JUNHO 2020
Tabuaço
Autarquia lança campanha de promoção para apoio do comércio local Intitulada “Compre porque É Nosso”, é a mais recente campanha do município de Tabuaço para promover a revitalização da economia local no período pós-Covid. “Todos os anos, na altura do Natal, temos feito uma campanha a apelar à população para que faça as suas compras no comércio local, aproveitando aquilo que é a lógica mais consumista dessa época. Nesta fase, depois de o nosso tecido empresarial e o nosso comércio local terem estado praticamente parados, e alguns mesmo fechados, entendemos que esta poderia ser a forma mais direta de os apoiarmos economicamente. Com isto a nossa ideia é, em primeiro lugar permitir que a retoma económica do nosso tecido empresarial seja mais fácil, depois criar uma cultura maior na aquisição de produtos dentro do nosso próprio concelho que foi crescendo com o facto de haver uma limitação ás deslocações durante o tempo da pandemia, e ainda ajudar algumas famílias que tenham sofrido mais com esta situação permitindo-lhes ter um apoio dentro daquilo que são as suas dificuldades”, afirma, ao VivaDouro, o autarca Carlos Carvalho. Segundo o autarca, a medida que pretende ajudar empresários e famílias, terá a duração de três meses, período semelhante ao que durou o período de confinamento durante a pandemia, sendo os vales descon-
tados até ao valor de 1000€, por agregado familiar. Carlos Carvalho espera ainda que, com a chegada dos emigrantes no verão esta medida venha a ter uma procura crescente. “Aquilo que fazemos no Natal é o sorteio de vales de compras, desta vez, até numa perspetiva de ser mais equitativo, porque para além daquilo que é o apelo a que as pessoas comprem na nossa terra e os nossos produtos, também entendemos que houve famílias a perder rendimentos nesta fase da Covid-19, decidimos dar vales de compras no valor de 5% do total gasto em compras dentro do concelho, que serão usados novamente em compras no nosso comércio local. Criamos isto numa lógica de escalões de 50€ (até 50€ damos 5%, até 100€ outra percentagem, até um limite máximo de 1000€ por agregado familiar). A nossa perspetiva é fazer esta campanha até ao final de setembro numa lógica mensal, até para que as pessoas tenham uma noção prática de como isto irá funcionar, se só fossem descontados os vales no final de três meses seria mais difícil que as pessoas e o comércio percebessem o seu impacto. Durante o mês de junho as pessoas farão as suas compras, na primeira quinzena de julho deslocam-se à câmara municipal com os talões das suas compras que trocam pelos vales que podem depois ser descontados nas compras seguintes num período de três meses, consecutivamente as empresas trazem os vales até à câmara para que lhes seja então pago o valor correspondente. Esperamos também que, com a chegada
> Carlos Carvalho, presidente do município de Tabuaço
do verão e dos nossos emigrantes esta medida tenha um crescimento de procura”. Carlos Carvalho afirma ainda que esta é uma medida que se junta a outras já criadas tanto pelo Governo como pela CIM Douro, ajudando a minimizar o efeitos da pandemia no tecido empresarial local. “Há diversas medidas que foram lançadas pela CIM e mesmo pelo Governo no apoio às famílias e empresas, contudo nós pensamos que aqui, no nosso município, podíamos ir um pouco mais longe e esta medida vai ao encontro dessa ideia, é um apoio praticamente imediato e que as pessoas irão realmente sentir. Esta é uma forma que temos de tentar minimizar o número de empresas que possam vir a fechar porque algumas já antes do Covid, e tendo em conta a nossa realidade, enfrentavam algumas dificuldades. Neste período tão difícil devemos estar ao lado das nossas famílias e das nossas empresas e é isso que tentamos demonstrar com esta medida”. ▪
Elza Costa –A Tulipa e Cepa Doce Isto não é fácil para ninguém. Já sabíamos que ia ter que ser um dia de cada vez como estamos a fazer e nota-se que de dia para dia vai evoluindo um bocadinho mas aqui em Tabuaço notamos que as pessoas têm ainda um pouco de receio. Nós servimos muito para fora, o serviço de take-away, as pessoas optam por vir buscar para levar para casa, já era um serviço que tínhamos mas que as pessoas usavam pouco, normalmente faziam a refeição no nosso espaço, agora essa situação inverteu-se. As pessoas ainda têm algum receio até porque recentemente foi reportado mais um caso no nosso concelho e como é um meio muito pequeno as pessoas acabam por se cruzar na rua mas acredito que de dia para dia as coisas vão melhorar. Esta iniciativa da autarquia é boa, é muito semelhante a uma que costuma acontecer por altura do Natal. Por pouco que seja é sempre bom, tanto para o cliente como para nós.
Ana Maria Ferraz – A Gracinha As pessoas ainda têm muito medo. Estivemos fechados durante um mês e meio e muita gente também esteve em casa, por isso também não ganharam dinheiro e como este não é um bem essencial não é a primeira preocupação das pessoas. Esta medida da autarquia é fundamental e nota-se já que as pessoas estão a aderir mas nesta fase inicial ainda temos que ser nós a lembrar-lhes de guardarem os talões para depois trocarem pelos vales de desconto. No nosso espaço garantimos toda a segurança, desde logo porque ninguém entra sem máscara e na entrada temos gel desinfetante disponível para os nossos clientes. O provador é higienizado cada vez que é utilizado e a roupa que é experimentada fica num espaço reservado durante 24 horas. Esta loja já existe há 27 anos, portanto as pessoas daqui também já nos conhecem bem e confiam em nós, tal como nós confiamos nelas, somos praticamente como uma família. Inicialmente pensei que fosse pior mas as pessoas começam a vir. Obviamente que a não realização de casamentos e batizados, por exemplo, nos afeta bastante porque a roupa que vendemos para esse tipo de situações gera mais dinheiro do que a roupa casual que vendemos para o dia a dia.
Carla Araújo – Ótica Santos Nós só estivemos fechados nas duas últimas semanas de março. O mês de abril foi mau também porque as pessoas não saiam de casa mas o mês de maio já correu muito bem, melhor até do que esperava e o mês de junho também está a correr bem. As pessoas começam a voltar ao normal. Nota-se ainda algum receio nas pessoas, mais numas do que noutras como é óbvio mas ainda se nota, o que também poderá estar relacionado com o facto de termos uma população mais idosa que também é de maior risco como sabemos. O aparecimento deste último caso reportado também aumentou um pouco o receio mas como se sabe que a pessoa em questão está em isolamento não causa tanta preocupação. As pessoas ficaram muito satisfeitas com esta iniciativa da autarquia e tudo o que venha nesta altura é uma ajuda importante, é uma iniciativa muito boa. No caso do comércio local faz muita diferença.
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VIVADOURO
JUNHO 2020
Penedono
A Feira Medieval de Penedono não se realizará este ano! A pandemia causada pela COVID-19, que nos leva a restrições na realização de grandes iniciativas e a dimensão social deste nosso evento, recomenda-nos o bom senso, um assumido estado de maturidade e um pleno espírito de cidadania
Seria já nos próximos dias 3, 4 e 5 de julho que, na evocação das “Memórias dos Tempos Medievais”, a vila Penedono iria embarcar num rebuliço medieval, trazendo às ruas os pregões dos almocreves, a música dos bobos, os gritos dos guerreiros e os clamores da justiça medieval. Num cenário encantador, que conta sempre com a participação das pessoas locais, os nobres, monges, mercadores, jograis e cavaleiros destemidos voltariam a invadir as ruas que circundam o castelo, nunca faltan-
do igualmente as tendas de mercadores com produtos locais e as variadas tabernas de iguarias da época. Na nossa liça os combates apeados e a cavalos seriam uma realidade… Mas não, este ano nada disto irá acontecer. Estamos conscientes do prejuízo para a nossa economia local, bem como, para o reforço da afirmação e divulgação do nosso concelho, mas este ano é a saúde que valorizamos, a salvaguarda da saúde pública de todos nós, certos que estamos da muita, muita gente que nos visita na nossa Feira Medieval. Mas, no respeito que a nossa terra nos merece e face à grandeza e valor do evento que recriamos, limitarmo-nos a dizer que não fazemos, não é suficiente para nós! Queremos dar a informação, encenando-a: «O Rei de Portugal, D. João I manda redigir o mandado régio com a proibição da realização de mercados no Reino pelos motivos de todos sabidos e chama o cavaleiro Álvaro Gonçalves Coutinho, “o Magriço”, para ser portador do documento real ao seu pai Gonçalo Vasques Coutinho, Alcaide de Penedono» Para o próximo ano queremos e vamos
voltar mais fortes na realização, mais fortes na afirmação e mais forte na identidade. Marquem nas vossas agendas:
Feira Medieval de Penedono, dias 2, 3 e 4 de julho de 2021. Com serenidade e confiança vamos esperar por todos vós. ▪
> Carlos Esteves de Carvalho, presidente do município de Penedono
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JUNHO 2020
VIVADOURO
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São João da Pesqueira
Município atribui vouchers no âmbito do Dia Mundial da Criança e do programa Universidade Júnior 2020 Ainda que os meses de junho e julho de 2020 sejam meses de contingência social em virtude da Pandemia Covid 19, o Município de S. João da Pesqueira não querendo deixar de homenagear as suas crianças, nem premiar os seus jovens, mantendo em simultâneo as suas preocupações socioeconómicas com a sustentabilidade dos
estabelecimentos comerciais do território, decidiu converter as habituais atividades inerentes ao Dia Mundial da Criança e à semana de Atividades na Universidade do Porto (UP) em Vales Monetários com validade até 31 de outubro de 2020. Assim, todas as crianças dos 0 aos 9 anos de idade e os alunos (as) que se
destacaram em cada turma do 6.º ao 11.º ano de escolaridade, em virtude dos resultados escolares alcançados no ano letivo 2018/2019, receberam um Vale num valor correspondente ao desenvolvimento das atividades habituais com a única obrigatoriedade de utilização no comércio local, podendo ser utilizado de uma só vez,
ou em várias vezes em diversos estabelecimentos comerciais e em produtos do interesse de cada Munícipe premiado. Certo de que esta medida é do agrado de todos o Município faz votos de que esta opção proporcione compras proveitosas e espera regressar em breve às habituais atividades. ▪
APP de S. João da Pesqueira já disponível O Município de S. João da Pesqueira já tem uma nova aplicação disponível para IOS e Android, com toda a informação do Concelho. Esta nova ferramenta totalmente grátis, disponibilizada pelo Município de S. João da Pesqueira, vai permitir aceder a temáticas de cariz turístico e cultural (onde comer, onde ficar, o que fazer), assim como a notícias, eventos, contatos e todo o tipo de informações úteis, assegurando também uma relação privilegiada e direta com os munícipes
dado que permite disponibilizar alguns serviços, como por exemplo sugestões, registos de ocorrências e muito mais. Ainda, quem tiver esta APP no seu smartphone ou tablet receberá garantidamente notificações, por exemplo sobre a agenda de eventos do concelho, para que nada lhe passe despercebido! Para obter a aplicação é muito simples: bastar aceder à plataforma Android (Google Play) ou Iphone (App Store) conforme o seu dispositivo móvel e
pesquisar “S. João da Pesqueira”. Fique com S. João da Pesqueira à distância de um click!
Descubra tudo o que se passa no “Coração do Douro” descarregando já a sua aplicação gratuita! ▪
Município lança plataforma online de venda de produtos locais A Câmara Municipal e a Capital Douro – Associação Industrial, Comercial e Serviços, de S. João da Pesqueira, uniram esforços e lançaram uma plataforma online denominada “Coração do Douro Marketplace”, de forma a proporcionar assim, a todos os empresários locais que o pretendam, a possibilidade de terem uma atividade comercial online para minimizar os efeitos económicos negativos desta pandemia e de terem, no futuro, um canal alternativo que permita gerar receita através do aumento do mercado potencial gerado por essa presença digital. A Plataforma de comércio eletrónico proposta, será implementada, geri-
da e suportada por um parceiro que garantirá o seu funcionamento sem necessidade de que os produtores/ fornecedores tenham formação ou conhecimentos técnicos. Além disso, não terá qualquer custo para as empresas aderentes. Será possível divulgar e vender online todos os produtos e serviços do Concelho: Vinho, Azeite, Compotas, Castanhas, Refeições, Alojamento, Roupa, Serviços de cabeleireiro, serviços culturais, etc. Em breve será possível adquirir produtos específicos de S. João da Pesqueira e da Região do Douro que, antes da crise causada pela pandemia da
COVID-19, não estavam disponíveis online. Ou seja, os consumidores em qualquer parte do País, ou do Mundo, passam a ter acesso aos mesmos diretamente dos produtores. Esta aposta está alinhada com a neces-
sidade de reforço da digitalização das empresas e do aumento da sua competitividade, em especial das Micro e Pequenas Empresas, uma vez que são as mais vulneráveis às crises económicas e financeiras. ▪
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VIVADOURO
JUNHO 2020
Penedono
Luís Melfe abandona vereação da autarquia O vereador Luís Melfe apresentou, no passado dia 3 de junho o pedido de renúncia ao seu mandato de vereador na Câmara Municipal de Penedono, tendo já sido substituído por Vanessa Saraiva. O VivaDouro falou com o autarca penedonense, Carlos Esteves de Carvalho para perceber o que muda com esta alteração na sua equipa. Qual o motivo que levou à exoneração do vereador Luís Melfe? A 30 de maio decidi revogar o despacho que havia assinado em outubro de 2017, despacho esse de nomeação de vereador a tempo inteiro de Luís Melfe. Entendi prescindir agora, da sua situação em permanência, face à sua ausência total e afastamento de toda a atividade autárquica durante mais de setenta dias, sem menção justificativa alguma, em silêncio absoluto. Considerei esta situação completamente inaceitável, até pela carga política que tinha a sua estada na câmara. Focalizando-me unicamente na situação pandémica em que mergulhámos em meados de março (os serviços municipais passaram a funcionar praticamente a 15% do normal sendo garantidos unicamente os serviços essenciais e atendimentos mínimos), ela constituiu o enfrentar de uma situação de todo inédita, com preocupações envolventes e globais e de alguma sobrecarga emocional a todos os níveis. Eu
diria até que, aliás cheguei a afirmá-lo algumas vezes, para mim enquanto autarca, este era realmente o maior desafio que havia já vivenciado. Exarei o despacho em plena consciência e ciente da total justiça do meu ato. Hoje volvidos praticamente quinze dias, mantenho esse mesmo sentir. Ficou surpreendido com a sua demissão? Tenho de admitir que a renúncia, ou melhor a demissão do seu mandato de vereador me surpreendeu, até porque havia sido eleito diretamente pelo eleitorado penedonense. Mas são opções pessoais que temos logicamente de respeitar, sobre as quais não tenho de opinar. Está em causa o programa eleitoral sufragado em 2017? De modo algum, os nossos propósitos e objetivos da candidatura, mantêm-se bem presentes, até porque são o que é mais importante no desempenho da gestão da autarquia. Entendamos que o que se passou ao nível do executivo foi a concretização da vontade de um interveniente político. O trabalho diário da Câmara continua a executar-se com a mesma vontade e determinação, sem distrações provocadas por situações pontuais e pessoais, até por razões do momento impar que hoje vivemos. O executivo municipal, de imediato, foi refeito com o assumir de funções da agora vereadora, Vanessa Saraiva, a quem conferi posse a 4 de junho. O VivaDouro contactou ainda o vereador demissionário que se escusou a responder às nossas questões por "não querer alimentar qualquer desentendimento. ▪
JUNHO 2020
VIVADOURO
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Sabrosa
Funcionários do município solidários com restauração do concelho Mais de 100 funcionários do município de Sabrosa abdicaram este mês de receber o subsídio de alimentação em troca de “Vales Refeição” a utilizar nos restaurantes e Snack-bares do concelho. Esta medida tem o apoio da câmara municipal, que comparticipa esta iniciativa de forma a que cada funcionário possa ter acesso, por cada vale apresentado, a uma refeição completa, ajudando desta forma a restauração local no regresso à
atividade, depois destes espaços terem estado encerrados devido à COVID-19. Os Vales podem ser utilizados até 31 de dezembro de 2020 em qualquer um dos estabelecimentos aderentes. Para os funcionários aderentes, esta iniciativa é uma forma de contribuir na ajuda da retoma da economia local, que fornecerá desta forma mais de duas mil refeições aos mesmos. O presidente da Câmara Municipal
de Sabrosa, Domingos Carvas, regozija-se com esta medida, dizendo-se “orgulhoso pela iniciativa e adesão, que denota por parte dos funcioná-
rios municipais um grande sentido de responsabilidade social que a todos deixa satisfeitos e que fará a diferença no setor da restauração local.” ▪
Dia Mundial da Criança assinalado com oferta de livro sobre Fernão de Magalhães e outras lembranças O Município de Sabrosa assinalou este ano o Dia Mundial da Criança com a oferta do livro “Magalhães – O CircumNavegador”, de Luísa Ducla Soares, um marcador com uma mensagem do presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, e uma lembrança “doce” a todas as crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo do concelho de Sabrosa. Devido às regras impostas no estado
de pandemia que vivemos atualmente, e não sendo possível organizar um evento para ser partilhado por todas as crianças, o município foi ao encontro de todas as crianças do pré-escolar e primeiro ciclo de escolaridade fazendo esta oferta individualmente, ou junto das crianças que se encontram em jardins de Infância, entretanto já a funcionar. Ainda no âmbito da comemoração
deste dia, o projeto Reeducar+ promoveu uma iniciativa que passou por colocar nas ruas da vila de Sabrosa cartazes alusivos aos direitos das crianças, de forma a chamar a atenção da comunidade local para este tema. Esta equipa ofereceu também aos alunos abrangidos pelo projeto uma lembrança simbólica, assinalando também desta forma esta data, que ser quer diferente e especial. ▪
Computadores e tablets cedidos a alunos do concelho
Município abre Posto de Informação Turística na estrada Sabrosa – Pinhão
Em articulação, o Município de Sabrosa e o Agrupamento de Escolas Miguel Torga distribuíram e cederam, a título de empréstimo, equipamentos informáticos (computadores e tablets) a todos os alunos, previamente identificados, para acompanharem as aulas em casa. Com a situação de pandemia que se vive atualmente por ultrapassar, e com todas as atividades letivas e não
Abriu no passado dia 8 de junho ao público o Posto de Informação Turística – PIT localizado na estrada municipal 323, Sabrosa – Pinhão. Esta infraestrutura, que reabilita a antiga “Casa do Cantoneiro”, é uma obra do município de Sabrosa, que cria assim um posto de informação ao turista em plena entrada do Alto-Douro vinhateiro. A partir de agora será possível obter ali, a quem visita este território, de forma acessível, informação sobre o território e ofertas turísticas, ter acesso a mostras de vinhos e comprar vários dos produtos endógenos que o concelho de Sabrosa tem para oferecer. O PIT pode ser visitado todos os dias entre as 09h30 e as 18h30, de segunda a sexta feira, e das 10h00 às 18h30, aos sábados e domingos. Para o presidente da Câmara Municipal de Sabrosa, Domingos Carvas, este é “um investimento estratégico no desenvolvimento turístico do território, que potencia a atratividade de quem o visita, com consequências
letivas em estabelecimentos escolares suspensas para grande parte dos alunos, foi necessário e urgente estabelecer uma estratégia para manter os alunos em aprendizagem à distância e o uso de material informático tornou-se imperativo. Havendo alunos que careciam desse material, foram entregues os últimos equipamentos e acessos à internet aos mesmos, estando todas as situações identificadas resolvidas. ▪
diretas no incremento no fluxo de turistas e das receitas turísticas geradas”. Depois da obra de requalificação dos Miradouros nesta estrada, a abertura deste Posto de Informação Turística, e a conclusão da Requalificação desta via panorâmica, permitem a Sabrosa receber atualmente os seus visitantes com atratividade e segurança, algo há muito desejado e que é agora uma realidade. ▪
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VIVADOURO
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Sernancelhe
A Cultura regressa a Sernancelhe com “Esperança” No ano em que acontece a sexta edição, o Ser+Cultura teve que se adaptar a uma nova realidade, cumprindo todos os requisitos para uma visita segura a Sernancelhe. Este evento assumirá apenas uma vertente expositiva ao ar livre, será alargado a toda a vila de Sernancelhe e terá a duração de cerca de dois meses, com início a 10 de julho. O VivaDouro falou com o vereador Armando Mateus que nos explicou como será efetuada a adaptação do Ser+Cultura este ano. A pandemia da Covid-19 obrigou a uma remodelação da programação cultural do município de Sernancelhe para este ano. Que alterações foram feitas a essa programação? Antes de mais devo afirmar que tem sido muito penoso e difícil para o município estar tão limitado nas questões dos programas culturais. Obviamente que, sendo Sernancelhe uma marca, e sendo a Terra da Castanha uma imagem que tem ganho território e visitantes através da programação cultural, consideramos que chegou
o momento de apresentar alternativas neste setor. Como tal, e pela impossibilidade de organizarmos um Ser+Cultura na íntegra, que incluía diversos espetáculos em simultâneo, de música, teatro, exposições, etc, aliados a uma forte vertente gastronómica, decidimos desafiar alguns colaboradores que trabalharam connosco neste acontecimento, bem como a algumas associações e artistas plásticos, para criarmos uma exposição temática. A novidade passa por lhe dar visão de futuro, de esperança, neste período conturbado de pandemia, numa exposição totalmente ao ar livre e numa área de implantação mais alargada, contemplando nomeadamente o espaço envolvente ao edifício dos Paços do Município e também a avenida das tílias. Os centros lúdicos de Sernancelhe, desenvolvidos pelo programa CLDS 4G, são um parceiro de destaque nesta exposição. Compostos por cerca de 300 elementos da população sénior do concelho, e simultaneamente aquela com maior risco no contexto pandémico, propõem-se a elaborar manualmente peças em crochê, bastante coloridas, dando esse sinal de esperança e alegria, para revestirmos monumentos e todas as árvores da avenida das tílias. Esta exposição tem ainda outro intuito, que já estava presente na organização do Ser+Cultura, que é incentivar e impulsionar e dinamizar o comércio lo-
> Armando Mateus, Vereador da Cultura do Município de Sernancelhe
cal do centro histórico. Ao alargarmos esta exposição e a sua área de trabalho para toda a vila, também estamos a alargar esse mesmo conceito. O propósito é este: uma exposição com o tema “Esperança” que venha trazer dinâmica ao nosso comércio, à hotelaria e à restauração e ao turismo em geral. Como irão decorrer as diferentes exposições do evento? O ponto de partida será a loja interativa de turismo, onde será disponibilizado um mini guide com o itinerário, com a indicação dos pontos de exposição, com uma breve apresentação do artista ou associação, e dando a conhecer o conceito expositivo de cada instalação artística. As exposições localizam-se nos lugares já referenciados como a área envolvente aos Paços do Concelho, prolongando-se pela nova Avenida das Tílias, uma artéria bastante comercial e que foi recentemente requalificada, terminando no centro histórico com a envolvência dos seus monumentos, da biblioteca, do museu, fazendo com que o visitante ao passar e ao contemplar estas exposições, possa também usufruir de uma esplanada para tomar um café, entrar num restaurante para fazer uma refeição ou adquirir algum artigo no nosso comércio local, dinamizando desta forma o setor económico. No fundo este evento pretende não só atrair visitantes ao concelho mas também dinamizar o comércio local, numa altura de grande dificuldade? Esse é o intuito. Esta exposição “espe-
rança” pretende ser uma manifestação cultural, da qual estamos sedentos, trazendo os visitantes novamente até Sernancelhe, revitalizando assim o nosso comércio, a hotelaria e a restauração. Esta exposição terá a presença de vários artistas que têm trabalhado connosco ao longo das últimas 5 edições do Ser+Cultura, tendo todos eles alguma ligação ao nosso concelho, como é habitual neste evento. Como o evento apresenta uma duração de cerca de dois meses, e caso se verifiquem condições de estabilidade e segurança, podem ocorrer algumas reformulações como a promoção de pequenos espetáculos em esplanadas ou pequenos espaços. Por agora, face à realidade e aos condicionalismos, é isto que vamos organizar, uma exposição totalmente ao ar livre, com um itinerário definido onde as pessoas conseguem manter os espaços de segurança. Sendo nesta fase uma questão importante, a autarquia garante que estão reunidas todas as questões de segurança para quem se deslocar a Sernancelhe durante este período? Uma das razões para que a segurança esteja garantida é que o percurso se inicia na loja interativa de turismo, espaço homologado pelo Turismo de Portugal com o selo “Clean and Safe”, onde serão prestadas todas as informações e indicações. Depois, em todos os pontos de paragem, serão disponibilizados dispositivos de higienização, bem como a sinalética que recomenda o uso obrigatório de máscara e a manter o distanciamento social. ▪
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VIVADOURO
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Armamar
Apresentação do (PRO) ATIVAR marca arranque do projeto
Feira Quinzenal decorreu sem problemas
Foi apresentado, no passado dia 15, no auditório da Fundação Gaspar e Manuel Cardoso (FGMC) o (PRO) ATIVAR, o projeto CLDS-4G aprovado no âmbito do Programa Operacional, Inclusão Social e Emprego (POISE). No ato estiveram o Presidente da Câmara Municipal, João Paulo Fonseca, representantes da FGMC e Lina Marques, interlocutora distrital do CLDS-4G, entre outros convidados. Dadas as restrições impostas pelo COVID-19 o momento foi partilhado em direto via rede social Facebook da Autarquia.
A Feira Quinzenal voltou a realizarse em Armamar, depois de suspensa dois meses devido à pandemia do COVID-19. A manhã de feira decorreu sem problemas. Feirantes e consumidores vinham preparados para o figurino que se impõe e que a Câmara Municipal, através do Serviço de Proteção Civil, definiu num plano de contingência próprio para a feira.
As atividades previstas no plano de ação para os próximos 36 meses de duração do projeto começaram logo no dia seguinte, 16 de junho. O (PRO) ATIVAR compreende um conjunto de ações, em itinerância pelas localidades do município, e mobiliza diversos agentes. O POISE dirige-se a iniciativas que concretizem intervenções integradas em territórios vulneráveis, pela promoção da inclusão e integração social, e pelo combate à pobreza e discriminação. ▪
No recinto estiveram militares da GNR, técnicos dos serviços de fiscalização e da Proteção Civil da Autarquia, para dar orientações e ajudar no cumprimento do plano de contingência. A Autarquia congratula-se e agradece o comportamento exemplar de todos, na certeza de que assim se pode ir retomando alguma da normalidade do dia a dia. ▪
Armamar Sim retomado dia 8
Festas do Município - São João 2020
O serviço de transporte de passageiros Armamar Sim retomou o funcionamento na passada segunda-feira, 8 de junho. O modelo de funcionamento mantémse o mesmo, com exceção da lotação dos autocarros que foi reduzida para cumprir o estabelecido pelas autoridades de saúde, no âmbito do combate à pandemia do COVID-19. A esse respeito, a Câmara Municipal garantiu que as necessidades de trans-
MENSAGEM DO PRESIDENTE DA CÂMARA MUNICIPAL DE ARMAMAR Caras e caros Armamarenses, Este ano a Festa do São João de Armamar, um dos eventos mais queridos e sempre aguardado com enorme expetativa, não se irá realizar. Tendo em conta a prioridade da proteção da saúde pública, a Câmara Municipal de Armamar, em conjunto com os restantes municípios que integram a Comunidade Intermunicipal do Dou-
porte serão todas asseguradas, mesmo que isso implique que determinada carreira tenha que ser percorrida mais que uma vez. Recorde-se que o serviço Armamar Sim foi suspenso em meados de março, conforme um leque de medidas tomadas pela Autarquia para fazer face ao estado de pandemia então decretado. Pode consultar os percursos e horários deste serviço no sítio da internet do município. ▪
ro, cancelou os eventos festivos neste período. Estou convicto que com esta medida estamos a contribuir para que, todos juntos, possamos voltar a conviver e a festejar o mais rápido possível. Tenho a certeza de que em 2021 estaremos mais unidos que nunca! Tudo faremos para que os festejos em honra de São João continuem a ser um marco cultural no concelho e na região. ▪
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VIVADOURO
JUNHO 2020
Destaque
Turismo, restauração, hotelaria e comércio com esperança na retoma Após mais de 2 meses de confinamento e portas fechadas, muitas atividades económicas começam agora a retomar a sua vida normal, contudo a realidade mudou e as adaptações são muitas. O VivaDouro falou com diferentes agentes económicos e entidades para perceber o que muda nesta nova normalidade. Um dos setores mais importantes para o Douro é, atualmente, o turismo. Só no ano passado terão passado pelo Douro mais de 1,5 milhões de turistas, um número que este ano não será certamente alcançado com as respetivas consequências que isso trará para a região. Luís Pedro Martins, presidente da Entidade Regional de Turismo (TPNP), esteve pela primeira vez presente numa confer-
> Luís Pedro Martins, presidente do TPNP
ência desde o início da pandemia na cidade de Lamego onde se constatou que neste momento o Douro é um lugar seguro, ou seja, pode e deve-se visitar. À margem do encontro, em declarações ao nosso jornal, o responsável do TPNP afirmou que “as expectativas nos últimos dias tornaram-se mais positivas, estive há muito pouco tempo aqui na região numa press trip que percorreu a Nacional 2 e já
nos cruzamos com muitos operadores e empresários que finalmente já nos deram boas notícias, nomeadamente que estiveram durante dois meses a cancelar reservas e nos últimos dias têm já estado a fazer reservas, o que é perfeitamente natural considerando que hoje o turista vai procurar este tipo de destino. As questões de saúde, privacidade e tranquilidade vão colocar o foco na baixa densidade, em territórios como o Douro. Eu acho que vai ser precisamente por aqui que vamos começar a recuperar. Estamos com boas expectativas mas é claro que depende de outros fatores como por exemplo a data de abertura das fronteiras, em especial nesta região, com Espanha”. Para Luís Pedro Martins a região tem muito a ganhar, em especial pelo tipo de turismo que recebe e que vão ao encontro das atuais preocupações do visitante: espaços pequenos onde a garantia de segurança é quase total. “Uma vantagem é o tipo de alojamento que as pessoas irão procurar que será certamente um alojamento mais horizontal e não tanto na vertical, como é o caso das grandes unidades de hotelaria.
Embora nós queiramos dizer aos turistas que até nesses grande hotéis conseguimos encontrar a segurança necessária. Uma grande percentagem das unidades que estão a receber o selo “Clean & Safe” é da região do Porto e Norte, já são cerca de 3 mil. O concelho que eu dou aos empresários, em especial do ramo da hotelaria é que procurem o selo “Clean & Safe”, mas que não se fiquem apenas por aí. Esse selo é importante, mas mais do que isso é a aplicação das regras que levam à atribuição desse selo, podendo ir até um pouco mais longe, por exemplo, podemos também ser proativos nessa matéria porque tudo o que seja dar tranquilidade aos turistas é positivo e obviamente permite que estejam mais descontraídos a usufruir da experiência que fazem no país”. Para o TPNP a estratégia não passa apenas pela promoção da região extra fronteiras, com esta nova realidade abre-se um novo mercado, o interno, que, devido à sua proximidade geográfica normalmente é mais marginalizado. “Neste momento contamos com os turistas nacionais e quando falo destes falo dos de fora da região, mas também dos da região do Porto e Norte, e há muitos que desconhecem o Douro e as potencialidades que tem esta região com as suas paisagens, a oferta de experiências, de gastronomia, de vinhos e de património. Eu tenho dito que, se de facto quiserem ter férias inesquecíveis não é preciso ir para muito longe, aqui conseguem-se encontrar locais com segurança, que é aquilo que todos queremos hoje, mesmo para as famílias podendo mostrar aos mais novos as potencialidades da nossa região”. Anfitrião do encontro, Ângelo Moura, autarca lamecense, acredita que a região tem tudo para retomar a sua atividade em força, fazendo desta adversidade uma oportunidade, fundada naquilo que nenhuma outra região tem para oferecer: os seus produtos e a resiliência das suas gentes. “As expectativas são muitas, em qualquer período de crise surgem sempre oportunidades. Eu penso que para o Douro esta poderá ser uma oportunidade definitiva, temos tudo para vencer do ponto de vista económico. Temos todos os atributos para ser um destino de excelência: a vinha, o vinho, a fruticultura, a cultura, a história, a monumentalidade e essencialmente a conjugação de todos estes fatores numa atividade enoturística com entidades e unidades de excelência. Temos que conseguir estabelecer uma rede que conjugue todas as entidades, privadas mas também as públicas, de forma a catapultar o Douro como destino de excelência que é.
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VIVADOURO
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Destaque
> Ângelo Moura - Presidente CM Lamego
Nenhuma outra região nos dá a segurança de evitar a propagação ou o contágio da Covid-19, o que pode levar a que as pessoas também procurem destinos mais próximos. Muitas vezes procuramos ir para o exterior perdendo a noção do que está mesmo ao nosso lado e esta pode ser uma oportunidade de mudar isso”. Para o autarca, a situação difícil em que algumas empresas se viram afundar neste período pode ser uma oportunidade para se reinventarem, acima de tudo pela confiança que podem transmitir ao visitante. “Estamos de facto numa situação muito difícil paras as micro, pequenas e médias empresas, e até mesmo para as grandes. Estes 2 meses de confinamento obviamente redundam num prejuízo enorme mas também aguçam o engenho e a arte para que sejam capazes de levar a uma maior afirmação da região. Estão criadas todas as condições para que o Douro seja considerado um destino seguro em termos de turismo por isso estou claramente esperançado nesta retoma. É necessário e fundamental que a região se mostre como um destino de confiança”. Restauração expectante na retoma A restauração foi uma das áreas em que o confinamento mais se fez sentir. A ausência de turistas e emigrantes, em especial durante o período da Páscoa, deixaram o setor abalado e a retoma vai sendo feita de forma lenta. Em Armamar, José Correia é proprietário do Cantinho da Manuela, um restaurante familiar que celebrou o seu segundo aniversário em plena pandemia, um período que descreve como muito complicado, em especial devido à ausência dos emigrantes que costumam encher as ruas da vila na Páscoa. “Foi uma fase muito complicada, em especial porque apanhou o período da Páscoa em que já estávamos a contar que seria boa para o negócio depois de um
início de ano que já é mais parado normalmente. Já tínhamos mercadoria comprada e tivemos que andar a ligar para os fornecedores para suspender ou mesmo cancelar as entregas”. Para este empresário a retoma está a ser feita de uma forma lenta e ainda com muita desconfiança por parte dos poucos clientes que se vão sentando nas poucas mesas que agora a sala dispõe. “Estamos a trabalhar a um terço da nossa capacidade. Recebemos poucos clientes para já e o que sentimos é que as pessoas ainda não têm muito à vontade, ainda sente algum receio, como se estivéssemos todos a desconfiar uns dos outros. O que esperamos é que agora o cliente comece a ter confiança em nós, em especial o cliente aqui de Armamar que já nos conhece”. Ao VivaDouro José Correia destaca ainda o apoio da autarquia que, nesta fase de reabertura forneceu máscaras e gel desinfetante gratuitamente aos comerciantes. “O município deu apoio com o fornecimento de máscaras e gel desinfetante, um apoio à medida do município, também temos que olhar para a nossa realidade, somos um município pequeno e o apoio foi dado à medida da nossa dimensão”. Também na cidade de Peso da Régua a retoma na restauração começa a ser uma realidade. Localizado nos antigos armazéns da CP, o restaurante Castas e Pratos retomou já a sua atividade, motivado pelas reservas que começam a chegar depois de meses onde o telefone só tocava para cancelamentos. “É um passo que será difícil até porque há ainda muita falta de turismo e o nosso espaço, em específico, é muito vocacionado para o turismo mas tínhamos que abrir e o telefone começou finalmente a tocar com reservas, ao contrário do que acontecia até agora em que só tocava para cancelar reservas.
Sabemos que será um regresso muito diferente daquilo que tínhamos perspetivado para este ano que seria um ano com uma subida acima dos dois dígitos”, afirma Manuel Osório, sócio-gerente do espaço. O empresário conta à nossa reportagem que nesta reabertura serão tomadas todas as medidas de proteção e higiene, até porque afirma, “o cliente olha com mais desconfiança e vai olhar mais para a segurança do que propriamente para a comida ou para os vinhos, por exemplo, e essa vai ser a nossa aposta. Vamos ter implementadas uma série de medidas que vão desde as mais faladas como o frequente lavar das mãos, ou ainda mais frequente do que aquilo que já fazíamos, ao uso de máscara e o distanciamento das mesas, mas também o menu em QR Code, os tapetes de desinfeção, um medidor a laser de temperatura, etc. Os nossos colaboradores vão realizar testes Covid e já lhes pedimos que tenham mais cuidado na sua vida social porque não queremos ser um foco de contágio, é uma situação que não é fácil mas todos eles estão conscientes disso e dispostos a colaborar connosco para que tudo corra pelo melhor”. Manuel Osório afirma ainda que espera a “rápida retoma da atividade no Aeroporto Francisco Sá Carneiro, porta de entrada de milhares de turistas na região do Douro, e na reabertura da fronteira terrestre com Espanha”, estes, conclui, “serão fatores fundamentais para o sucesso desta retoma”. Reservas começam a chegar à hotelaria Situada em Torre de Moncorvo a Casa Dona Maria Luiza é uma unidade de turismo rural situada com 12 quartos, onde o contacto com a natureza é uma constante.
Gonçalo Matos é o responsável por esta unidade que, apesar de fechada ao público geral continuou a laborar durante o período de pandemia. “Nestes últimos três meses nunca tivemos efetivamente fechados porque temos alguns contratos com clientes que decidimos manter, como por exemplo com a CP para os seus funcionários ao abrigo da Estratégia Nacional para a Mobilidade, contudo para os restantes clientes estivemos encerrados. A partir do dia 14 de março sentimos uma queda em cascata ao nível das reservas, apenas recebíamos cancelamentos. O mês de abril foi muito estranho, o pessoal da CP que fica connosco já é nosso conhecido mas mesmo com eles notouse uma grande diferença porque havia sempre alguma desconfiança e mesmo eles não se sentiam à vontade a circular ou estar ao pé de nós porque durante o dia acabavam por contactar com diversas pessoas no comboio”. O cenário mudou a partir do momento em que o Governo decretou o fim do Estado de Emergência, conta-nos Gonçalo. “A partir do momento em que as pessoas puderam começar a circular começamos a receber reservas. Logo no primeiro dia recebemos uma reserva de um grupo do Porto que vinham de barco mas acabamos por recusar por considerarmos que ainda não tínhamos reunidas todas as condições para os receber”. Esta unidade hoteleira vê o seu trabalho dividido por dois tipos de clientes, “durante o inverno trabalhamos essencialmente com clientes nacionais, em especial pessoas que vêm para esta região em trabalho e pernoitam connosco, no resto do ano é que recebemos muitos estrangeiros, em especial turistas que vêm a Foz Côa ver as gravuras e acabam por vir dormir a Moncorvo. Também há cerca de três anos foi criada
> José Correia - Restaurante o Cantinho da Manuela
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Destaque a rota Portugal de Lés a Lés que é feita em troços off-road e é muito procurada por estrangeiros, como a nossa casa fica nesse trajeto hospedamos muitos turistas que a vêm percorrer, em especial austríacos, alemães e ingleses”. O responsável por este turismo rural conta que “para esta retoma estamos a ter todos os cuidados, desde o uso de máscaras e luvas, a desinfeção de todas as áreas comuns e todo o tipo de superfícies em que as pessoas possam tocar. As expectativas são altas até porque o que se sente é que as pessoas estão a tentar fugir aos grandes centros onde há sempre mais gente. Já temos também o selo “Safe & Clean” e aquilo que notamos quando agora recebemos algum contacto é que as pessoas perguntam logo se já o temos, dá-lhes uma maior sensação de segurança”. Palácio do Gelo retoma atividade Locais de habitual grande afluência, os centros comerciais foram dos últimos espaços a retomar a sua atividade normal. Na cidade de Viseu o Palácio do Gelo nunca chegou a estar totalmente fechado devido à existência de um hipermercado nas suas instalações, contudo, a restante atividade do centro comercial foi retomada na última fase de desconfinamento, que aconteceu a 1 de junho. Cristina Lopes, diretora do espaço, conta à nossa reportagem que durante o período em que estiveram praticamente encerrados o tempo foi aproveitado para implementar as medidas de segurança impostas pela DGS para a reabertura. “Nós nunca estivemos verdadeiramente encerrados porque, como se sabe, há lojas que por serem consideradas essenciais nunca encerraram, como é o caso do hipermercado que aqui temos. Ao longo deste período tivemos que nos
ir adaptando de forma gradual às recomendações da DGS. Foi um processo gradual e mesmo antes da declaração do Estado de Emergência tínhamos adotado uma série de medidas, em especial relacionadas com a questão da limpeza e da higienização dos espaços, em especial com a colocação de dispensadores de álcool gel em diferentes pontos do nosso espaço. Antes da reabertura a 1 de junho implementamos outras alterações, nomeadamente circuitos de circulação para as pessoas para permitir que não haja uma convergência de pessoas nos mesmos locais, sendo que já existe uma limitação no acesso de acordo com as normas estabelecidas para este tipo de espaços. Definimos também locais de entrada e saída no shopping evitando assim que as pessoas se cruzem nesse momento, colocamos infografia ao longo de todo o shopping alertando para os cuidados que as pessoas devem ter, nomeadamente a utilização de máscara que passou a ser obrigatória. Por outro lado, ao nível da renovação de ar dentro do próprio centro as recomendações é que ela seja feita de forma regular, contudo nós estamos a fazê-la de forma permanente, ou seja, há injeção de ar novo a todo o momento. Isto tem um impacto significativo nos nossos consumos mas entendemos que é desta forma que conseguiremos assegurar a segurança de todos os nossos clientes. Ao nível da área de restauração também foram implementadas uma série de medidas, como por exemplo a existência de apenas uma cadeira por mesa, fomentando assim o distanciamento social. O shopping está pronto a receber todos, temos todas as medidas implementadas e fomos mais além daquilo que éramos obrigados”. Cristina Lopes fala agora numa retoma gradual em que a adaptação terá de ser
> Manuel Osório e Edgar Gouveia - Castas e Pratos
> Gonçalo Matos - Casa Dona Maria Luiza
feita por todos, desde os lojistas aos clientes que se deslocam ao espaço comercial. Nos primeiros dias a afluência de clientes tem sido a esperada e a administração espera agora que, aos poucos, as pessoas possam ir ganhando confiança e regressando em maior número até porque o impacto económico foi grande num ano em que se esperava um forte crescimento. “Este é um caminho que será percorrido de forma gradual por todos, houve um período de 2 meses e meio em que, excluindo o hipermercado, estivemos fechados e isso tem os seus impactos, quer para nós quer para cada um dos lojistas que compõe o nosso espaço até porque vivemos de pessoas e do consumo que elas fazem. Gradualmente vamos regressando à normalidade e penso que assim continuará desde que os números da pandemia se mantenham estáveis a nível nacional, essa é a grande questão para que não haja um retrocesso de tudo isto.
> Cristina Lopes - Diretora do Palácio do Gelo
Nos primeiros dias os números estão de acordo com aquilo que tínhamos previsto. O Início deste ano estava a ser ótimo e seria um ano de atingirmos novos objetivos, novas coisas. Efetivamente houve uma quebra mas continuamos a querer crescer e chegar aos nossos objetivos. Sabemos que será um ano difícil, que com tudo isto as pessoas ficaram afetadas e que irão levar algum tempo até regressarem aos seus hábitos normais de consumo, e mesmo esses hábitos irão mudar. Estamos a regressar não à normalidade mas a uma "nova normalidade", sabemos disso, mas as pessoas não irão deixar de fazer compras por isso elas irão voltar ao shopping e vamos ter que nos ir adaptando ao longo do tempo. A nossa preocupação foi dar segurança e confiança às pessoas e isto leva o seu tempo, não esperamos que a retoma aconteça de um momento para o outro, acreditamos, que de uma forma sustentada iremos atingir os nossos objetivos. ▪
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Alijó
Município investe 144 mil euros na Escola Básica de Favaios
Autarquia iniciou distribuição gratuita de máscaras sociais à população
O Presidente da Câmara Municipal de Alijó, José Rodrigues Paredes, assinou o contrato de execução da empreitada de conservação e reparação da Escola Básica de Favaios. A obra resulta de um investimento de cerca de 144 mil euros e tem um prazo de execução de oito meses. Esta intervenção prende-se com a ne-
O Município de Alijó iniciou no passado dia 9 de junho, a entrega de máscaras sociais certificadas a todas as Juntas de Freguesia, que ficarão responsáveis por fazer a distribuição por cada um dos habitantes do nosso Concelho. Estas máscaras são reutilizáveis e estão devidamente certificadas pelo CITEVE, cumprindo todas as orientações emanadas para este tipo de produto. O Presidente da Câmara, José Paredes, e a restante vereação fizeram a distribuição pelas 14 Juntas de Freguesia. O objetivo do Município de Alijó é a cobertura integral de todas os munícipes com este equipamento de proteção individual, estando a sua distribuição a cargo das Juntas de Freguesia. A dis-
cessidade de proporcionar melhores condições de conforto aos alunos, satisfazer os níveis de desempenho e as exigências funcionais contemporâneas e assegurar a longevidade do património arquitetónico existente. A nova solução vai adequar a construção antiga às novas exigências funcionais dos estabelecimentos de ensino. ▪
tribuição teve início, durante o mês de maio, com a entrega de máscaras sociais aos alunos que retomaram as aulas presenciais. As Corporações de Bombeiros do Concelho também receberam máscaras sociais, que foram feitas por costureiras voluntárias, a quem agradecemos o seu valoroso contributo. Esta ação de distribuição de máscaras de proteção vem de encontro às recomendações da Direção-Geral da Saúde para o uso generalizado de máscara em espaços coletivos fechados, como supermercados e transportes públicos, a par das medidas de distanciamento social, higienização das mãos e outras medidas de prevenção da propagação do novo Coronavírus. ▪
Câmara moderniza iluminação pública no Concelho Foi assinado o contrato de requalificação da iluminação pública no Concelho de Alijó, que consiste na substituição das luminárias existentes por iluminação LED, permitindo uma poupança muito significativa. Este projeto de eficiência energética resulta de um investimento de cerca de 519 mil euros, comparticipado por fundos comunitários. O Presidente da Câmara de Alijó, José Rodrigues Paredes, explica que este investimento representa “uma aposta em tecnologias que permitem baixar a fatura com a energia, tendo em conta os encargos consideráveis que a iluminação pública tem nas despesas anuais de energia do município, e que também contribuem para a redução das emissões de carbono”. Além de reduzir os consumos energéticos e os custos anuais associados ao consumo de energia elétrica, a mo-
dernização da iluminação pública vai permitir melhorar as condições de segurança e comodidade dos utilizadores
de vias e espaços públicos. Segue-se a necessária análise pelo Tribunal de Contas para atribuição do vis-
to indispensável ao início dos trabalhos, que terão um prazo de execução de oito meses. ▪
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VIVADOURO
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Domingos Nascimento
Eduardo Pedroso
Presidente da Agência Social do Douro
Responsável pelas Estatísticas e Base de Dados da CASES
O Douro é um território de alto valor acrescentado! As oportunidades estratégicas estão aí! Há um contexto incerto e aparentemente duradouro. No mundo, na Europa, em Portugal e na nossa região. Há um momento, curto, para a ação. Ação para a necessária adaptação a esta nova realidade e de aproximação aos novos cenários. Não nos iludamos quanto às mudanças psicossociais. Elas vão alterar as perceções e as opções. Na procura turística, na procura de produtos que a região produz excelentemente. As mudanças, para a região, não serão necessariamente más. Pelo contrário. Chegou da pior forma o reconhecimento das virtudes deste território. Há no ar um conjunto de oportunidades estratégicas para o Grande Douro: A necessidade crescente de lazer confinado. A associação deste território ao conceito de saúde e bem estar. A certeza de ser uma região de produções altamente diferenciadas. O Douro é um território de alto valor acrescentado! Mas só conseguiremos ter sucesso se tratarmos bem os que cá vivem, com melhores cuidados de saúde, com melhor compensação para o trabalho. Importa também que sejamos capazes de pensar em escalas sustentáveis. Considero, muitos consideramos, existirem patamares estruturantes para a consolidação do nosso desenvolvimento: A produção agrícola de excelência; o turismo de exceção; a aproximação da ciência residente nas instituições de ensino superior às dinâmicas económicas e sociais do território; trazer para cá projetos impactantes, criadores de emprego altamente qualificado, e, por último, a reorganização das respostas em saúde. Falta um, fazer da atividade cultural uma grande bandeira- a música, as artes-plásticas, etc. o Douro é excelência! O Douro é diversidade! O Douro é elevada qualidade!
“Apresentação das 100 maiores Cooperativas de 2018 No âmbito das suas atribuições, compete à Cooperativa António Sérgio para a Economia Social (CASES) “recolher os elementos referentes às cooperativas ou organizações do setor cooperativo que permitam manter atualizados todos os elementos que se lhes referem (…)” (Art.º 4.º, n.º 4, alínea e) dos Estatutos). Nesse sentido, dando continuidade a uma prática iniciada pelo anterior INSCOOP, a CASES dá cumprimento àquela disposição através, entre outros instrumentos, da realização do ranking das 100 maiores Cooperativas de 2018, que será divulgado no nº 9 da revista digital da CASES, “Leituras & Debates” na véspera do dia Internacional das Cooperativas que é celebrado, a nível global, no próximo dia 4 de julho. Este estudo coincide assim, neste ano de 2020, com o dia Internacional das Cooperativas e, embora em níveis diferentes, estes dois eventos são momentos importantes para a afirmação e visibilidade de um sector com uma longa e rica história que, pela sua relevância, se encontra delimitado na Constituição da República em pé de igualdade com os sectores público e privado. À semelhança da linha editorial anterior, esta publicação pretende divulgar os dados estatísticos mais relevantes relativos às 100 maiores Cooperativas Portuguesas ordenadas pelo volume de negócios e às 20 maiores Cooperativas de Crédito ordenadas pelo total do ativo líquido. Para uma visão mais concreta da diversidade e riqueza do setor cooperativo também as cinco maiores cooperativas por ramo cooperativo são apresentadas. Este novo estudo procurou apresentar também informação mais detalhada e analítica, incluindo novos indicadores e uma secção dedicada aos contributos das 100 maiores cooperativas de 2018 para alguns dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas inseridos na Agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável. Estes objetivos preveem ações variadas que abrangem, entre outras, a erradicação da pobreza e da fome, o combate às mudanças climáticas, a promoção da dignidade e da igualdade e o crescimento económico e social inclusivo. A sua concretização requer uma ação à escala mundial de governos, sociedade e empresas, sendo que, o sector cooperativo, enquanto conjunto de organizações fundadas pela força de valores e princípios de cooperação, ajuda mútua e solidariedade, mas também enquanto motor do crescimento económico e do emprego, tem um papel crítico a desempenhar e um interesse próprio em contribuir para alcançar esses objetivos de sustentabilidade, como aliás evidenciado no relatório. Pretende-se, desta forma, disponibilizar informação estatística sobre o setor cooperativo aos dirigentes, cooperadores e trabalhadores do setor, aos estudiosos que se debruçam sobre o tema e ao público em geral, na esperança de contribuir para a visibilidade do trabalho deste sector que, estando presente em diversas áreas de atividade e do tecido empresarial nacional, muito contribui para dar resposta às necessidades da população. Por último, importa referir que a disponibilidade, quantidade e qualidade da informação necessária para a elaboração de relatórios como este depende da colaboração das cooperativas no momento de submissão dos atos de comunicação obrigatória, em concreto através do preenchimento dos vários campos do Portal de Credenciação da CASES, pelo que se estende um agradecimento especial a todas as cooperativas que permitiram a realização deste documento.
Lamego
Cuidadores informais podem requerer subsídio de apoio O Governo selecionou 30 municípios para o desenvolvimento de projetos-piloto que permitirá aos cuidadores informais nele residentes solicitar o Estatuto do Cuidador Informal junto dos serviços da Segurança Social. Lamego integra este restrito lote, tendo já sido formalizada a implementação deste estatuto no concelho. A prestação deste subsídio foi desenhada como uma medida de combate à pobreza, à qual têm direito apenas as famílias de baixos rendimentos. Desde o dia 1 de abril, os cuidadores informais residentes em Lamego têm a possibilidade de pedir aquele Estatuto para terem direito a um subsídio que varia entre os 248,20€ e os 343,50€.
Este valor é calculado para garantir que, juntos, o cuidador e o cuidado tenham um rendimento nunca inferior a um Indexante de Apoios Sociais (IAS), que este ano é de 438,81€. Para qualquer esclarecimento, os interessados podem contactar o Gabinete de Ação Social do Município de Lamego. O novo Estatuto do Cuidador Informal assegura o acompanhamento, o aconselhamento, a capacitação e a formação para o cuidador. Nestes concelhos, foram atribuídos profissionais de referência, da área da Saúde e da Segurança Social, que executam um plano de intervenção. Entre estas medidas, destaca-se a “identificação dos cuidados a prestar pelo cuidador informal, bem como a informação de suporte a esses cuidados”, bem como a “avaliação da qualidade de vida e sobrecarga do cuidador informal ou o acesso a medidas de saúde e apoio social promotoras da autonomia, da participação e da qualidade de vida da pessoa cuidada”. ▪
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VIVADOURO
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Carrazeda de Ansiães
Autarquia celebra Dia da Criança com entrega de Happy Box Como forma de comemorar o Dia Mundial da Criança, que se celebrou no passado dia 1 de junho, o município de Carrazeda de Ansiães entregou a todas as crianças do ensino pré-escolar e 1º ciclo uma prenda, a chamada Happy Box. Esta Caixa de Felicidade contém materiais didáticos como um caderno de atividades, um puzzle e um jogo sobre o Museu da Memória Rural, permitindo às crianças uma aprendizagem divertida sobre o antigamente. Impedidas as comemorações deste dia devido à pandemia, esta foi a forma encontrada para trazer alguma alegria e diversão a cerca de 260 crianças do município. ▪
Câmara distribui 7 500 máscaras Município cria Equipa comunitárias reutilizáveis à população de Sapadores Florestais Os munícipes do concelho de Carrazeda de Ansiães receberam máscaras comunitárias adquiridas pelo Município. A sua distribuição foi efetuada diretamente nas residências e ficou a cargo dos presidentes das Juntas de Freguesia e da Câmara Municipal. As máscaras distribuídas são reutilizáveis e aprovadas pelo CITEVE - Centro Tecnológico Têxtil e Vestuário, que lançou o Selo “Máscaras – COVID-19 Aprovado” e segue as especificações
técnicas da Direção-Geral da Saúde para as Máscaras Comunitárias, classificadas com o nível 3, que correspondem a máscaras destinadas à promoção da proteção de grupo. Esta é mais uma medida instituída pela autarquia que visa contribuir para uma maior segurança da saúde pública. Estas máscaras de uso individual têm um papel fundamental para combater o COVID-19, pois permitem prevenir o possível alastramento do vírus, se utilizadas corretamente. ▪
Foi assinado no passado dia 29 de maio, o protocolo de colaboração entre a Associação Florestal do Vale do Douro Norte e o Município de Carrazeda de Ansiães. Esta parceria visa a criação de uma equipa de sapadores florestais, que terão a sua área de atuação no concelho de Carrazeda de Ansiães, podendo ser mobilizados para outras zonas se o Instituto de Conservação da Natureza
e Florestas (ICNF) assim o determinar. A equipa de sapadores terá funções de prevenção de incêndios florestais, ações de silvicultura preventiva, vigilância de áreas e apoio ao combate de incêndios e posterior rescaldo, bem como a sensibilização de público. O protocolo irá teve inicio no dia 1 de junho e vigorará por um ano, podendo ser renovado automaticamente por períodos iguais. ▪
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VIVADOURO
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Região
Granizo arrasou produção de maçã, vinho, cereja e sabugueiro no Douro Sul A chuva intensa e o granizo que caíram no último fim de semana de maio destruíram a produção de maçã, cereja, vinha e sabugueiro na região do Douro Sul, mais concretamente nos concelhos de Armamar, Moimenta da Beira e Tarouca. Produtores estimam que cerca de 80% da produção esteja perdida. Durante cerca de uma hora as pedras de granizo, de tamanho semelhante a bolas de golfe, cairam com intensidade nos concelhos de Armamar, Moimenta da Beira e Tarouca deixando um rasto de destruição que a Diretora Regional da Agricultura e Pescas do Norte, Carla Alves, estima ascender a dezenas de milhões de euros, após visita às zonas afetadas. No dia 2, em visita aos pomares afetados, Carla Alves afirmou, em exclusivo ao VivaDouro, que o cenário era “desolador, vimos muitos prejuízos nestes três concelhos”. Segundo a Diretora Regional, foram já enviados “alguns dados para o ministério que reportam, no caso da maçã, cerca de 35 mil toneladas perdidas o que significa um prejuízo de cerca de 16 milhões de euros”. “Se bem que em Moimenta da Beira e Armamar falamos essencialmente de maçã, em Tarouca há outras culturas também muito afetadas, sobretudo a vinha, a cerejeira e o sabugueiro, é um conselho mais diversificado a nível de culturas. É desolador mas estou certa que a minha presença aqui serve para me inteirar destes prejuízos e levar à tutela estas preocupações, servindo também para me solidarizar com os autarcas que têm estado sempre na primeira linha deste apoio aos agricultores”, afirmou Carla Alves à nossa reportagem. Também os autarcas falam em desolação e desespero por parte dos agricultores que vêm assim grande parte da sua produção perdida, a terceira em 4 anos. “Como autarca é um cenário desolador para todos nós. Nos últimos 4 anos o nosso concelho foi fustigado por 3 intempéries que acabaram por causar prejuízos em cerca de 80% da nossa produção de maçã. Isto é um cenário que se vem repetindo ano após ano e aquilo que está a acontecer é que os próprios produtores de maçã estão a ficar numa situação económico-financeira bastante difícil”, afirma João Paulo Fonseca, autarca armamarense. Em Tarouca a produção é mais diversificada e mais culturas foram afetadas o que leva o autarca, Valdemar Pereira a temer o abandono das terras e ao êxodo da população caso nada seja feito. “É com muita tristeza que assisto a isto, é um panorama desolador. Em visita às vinhas, aos pomares e mesmo à flor de sabugueiro percebemos que está tudo perdido.
Na maçã falamos de 80 a 90% de perda de produção, no sabugueiro são 20 a 30% e a vinha andará pelos 70%, o que quer dizer que os nossos produtores têm aqui um ano de trabalho inteiro que vêm ir por água abaixo. Já não bastava a situação de pandemia que estamos a viver e com a qual a economia local ficou muito fragilizada, senão ainda esta situação. Olhamos hoje para os agricultores e percebemos que eles estão desesperados, precisam mesmo que o Governo os ajude, e tenho a certeza que a Diretora Regional irá fazer chegar essa preocupação. Já temos uma desertificação forte e se nada for feito então o interior vai ficar mesmo sem ninguém porque não há forma de dar volta a isto se não for com ajudas”. Já em Moimenta da Beira, onde a quase totalidade da produção de maçã foi perdida, o autarca, José Eduardo Ferreira, reivindicou medidas de apoio para a proteção dos pomares, antes mesmo da próxima época. “É urgente que os nossos fruticultores tenham apoios para poderem avançar, antes da próxima época, com a cobertura dos seus pomares”. Reivindicação partilhada pelos homólogos de Armamar e Tarouca. João Paulo Fonseca, em Armamar, afirma mesmo que transmitiu essa preocupação à DRAPN, acreditando que a solução passa por apoios à proteção das colheitas. “A preocupação que transmiti à Diretora Regional da Agricultura, essencialmente, foi que para além dos apoios diretos, que nós pensamos que não irão chegar porque o Ministério da Agricultura tem uma comparticipação nos seguros agrícolas e portanto defende essa tese que já dá o apoio, sensibilizasse a Ministra para o passo que temos que dar para o futuro naquilo que são os mecanismos de proteção dos pomares em relação não só ao granizo, mas essencialmente. Não queremos continuar nesta senda de catástrofes naturais que põe em causa a produção de uma maçã que é reconhecida no mercado e que pode vir a perder esse espaço porque, deixando de fornecer esses mercados durante 3 anos em 4, com certeza que os próprios clientes irão procurar maçã de outras regiões e eventualmente até fora do país e não é isso que nós queremos. O que queremos é que haja investimentos para o futuro de proteger estas culturas. A solução passa pela proteção e pela prevenção até porque percebemos que hoje os investimentos agrícolas já são efetuados numa lógica empresarial com grandes empresas e grandes comercializadores, quer na área da maçã ou mesmo do vinho, e nós não podemos, de forma alguma, continuar vulneráveis aquilo que são os fenómenos da natureza, que não controlamos e que causam não só este prejuízo direto mas também o indireto nos mercados que deixamos de fornecer. Não tenho dúvidas disso”. Em Tarouca, Valdemar Pereira segue a mesma linha reivindicativa, para o autarca tarouquense essas medidas devem ser apoiadas pelo Governo com financiamento a fundo perdido e empréstimos a longo prazo. “O futuro passa pela prevenção. Devemos fazer um projeto de forma a que venha considerar aquilo que é o granizo, ou o excesso de
> DRAPN em visita aos concelhos de Armamar e Tarouca calor, que passe pela prevenção e, se essa proteção passa pelas redes protetoras, então que seja isso. É esta solução que os municípios vão apresentar ao Ministério da Agricultura e que deve ser apoiado em 50% a fundo perdido e os outros 50% em pagamentos diluídos por 10 anos”. No final da visita aos três concelhos afetados, Carla Alves, mostrou-se em linha com os autarcas, afirmando que existem já linhas de financiamento às quais os agricultores podem recorrer. “O que nos parece é que a vontade que existe é de elaborar um plano estratégico para o futuro. Não basta lamentar quando isto acontece, vamos ter é que pensar em fazer um trabalho de prevenção e a ideia é estudar, com o ministério, uma forma de apoiar esse plano estratégico e que pode passar pelas linhas que já existem do PDR2020, que já está no seu términus, mas também pelo fundo do BEI que é um instrumento financeiro novo que o ministério assinou com 4 instituições bancárias antes da pandemia que no fundo são 200 milhões com garantia dada pelo MA, ao qual os agricultores podem recorrer com pagamentos até 10 anos. Este acesso seria também uma forma interessante e importante para aqueles agricultores numa ótica mais empresarial. Tanto uma situação como outra poderão ser complementares. Serão candidaturas feitas diretamente nas instituições bancárias mas é preciso que esse
acesso ao crédito não seja dificultado, até porque existe a garanta do ministério. De qualquer forma nesta visita aquilo que é importante reportar à tutela é que se trata de grandes concelhos agrícolas, de gente que trabalha aqui de uma forma muito profissional, com um investimento muito forte. Num ano que estamos a viver, com todos os problemas causados também pela pandemia, penso que o Governo será solidário”. Questionada sobre se ainda vale a pena apostar na agricultura, a Diretora Regional mostrouse bastante otimista em relação ao futuro do setor, afirmando mesmo que este é fundamental para o país, dando como exemplo o trabalho feito pelos agricultores durante o período da pandemia. “Estamos a falar do setor primário, um dos mais importantes. Depois de atravessarmos este período da pandemia é um setor que se destaca e que nunca parou e que tem sido extraordinariamente importante. Numa altura em que fechamos fronteiras, em que o país está sozinho, temos que nos alimentar. A agricultura tem que ser encarada como um setor de especial interesse, um dos principais da nossa economia. Temos que tentar ser autossuficientes, isso é fundamental para o país. Acredito que o Governo será sensível a isto e mostramos ao país que nunca paramos e que continuamos a produzir e a levar os alimentos à mesa dos portugueses”. ▪
Patrícia Carvalho – Produtora
Mário Almeida – Produtor
Não perdi a totalidade porque tenho uma parte coberta com a rede anti granizo, senão a tivesse teria perdido tudo. O agricultor precisa de ser ouvido porque o nosso país sem agricultura não é nada, todos nós precisamos de comer. Eu e o meu marido decidimos dedicar-nos a isto a tempo inteiro e uma situação destas é muito desmotivadora, não só pela parte financeira mas porque todos os dias nos levantamos para tratar da nossa produção com amor e depois acontece uma situação destas.
Não é fácil, para quem vive disto e faz vida disto, acordar de manhã e perceber que está tudo perdido é muito difícil. Emocionalmente não é fácil viver isto. Nós fazemos isto com paixão, para se produzir bem e bom tem que ser assim. Para nós isto é gravíssimo. Fica difícil incentivar um filho ou um jovem a apostar na agricultura depois de passar por uma situação destas, é uma área que requer muito trabalho, muita dedicação para ter um resultado destes.
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Unidade de Saúde Pública do ACES Douro I Cláudia Gouvinhas Manuel Marques da Cruz Médicos Internos de Formação Específica de Saúde Pública Unidade de Saúde Pública do ACeS Douro I
O sol já espreita: queimaduras solares, recomendações, verdades e mitos. Queimaduras solares e tratamento O Sol é uma dádiva gratuita imprescindível à vida e influencia de uma forma muito positiva o nosso bem-estar geral, a nossa saúde e humor. Com a chegada do tempo quente, vêm os dias de praia, as atividades ao ar livre, os passeios na montanha, assim como os essenciais cuidados com a exposição solar. A exposição exagerada da pele aos raios ultravioleta resulta em queimadura solar. Se esta exposição for continuada, leva a alterações crónicas tais como espessamento da pele, rugas, certas lesões e ao cancro. Como uma resposta protetora após exposição à luz do sol, os melanócitos (células que estão na pele) produzem melanina (um pigmento) em maior quantidade, causando o conhecido "bronzeado". Os sinais e sintomas de queimadura solar aparecem habitualmente entre 1 a 24 horas após a exposição solar excessiva. As alterações na pele variam desde eritema leve (mais conhecido por escaldão), a dor, edema, dor ao toque na pele e bolhas Exposições ao sol devem ser evitadas até que a queimadura solar cure completamente. Compressas de água fria e anti-inflamatórios em comprimidos ajudam a aliviar os sintomas, assim como os tratamentos locais na pele (como por exemplo a aplicação de aloé vera e produtos à base de vaselina). As áreas com bolhas devem ser tratadas de forma semelhante a outras queimaduras mais profundas, devendo por isso recorrer ao seu centro de saúde. A sua equipa de saúde familiar saberá como tratar essas queimaduras mais profundas/graves. Não rebente as bolhas, nem aplique álcool, manteiga ou óleos gordos.
Recomendações A prevenção é mesmo a palavra de ordem. Assim, tendo por base as orientações da Direção Geral da Saúde aconselham-se as seguintes medidas preventivas: • Evitar a exposição prolongada ao sol entre as 10 e as 15 horas; • Aumentar a ingestão de líquidos (água ou sumos de fruta naturais, sem adição de açúcar), evitando bebida alcoólicas; • As crianças com menos de seis meses não devem ser sujeitas a exposição solar e deve evitar-se a exposição direta ao sol de crianças com menos de três anos; • Sempre que andar ao ar livre, usar roupas que evitem a exposição direta da pele ao sol; • Usar chapéu, de preferência de abas largas, e óculos que ofereçam proteção contra a radiação UVA e UVB. Esta proteção aplica-se, também, às crianças; • Usar sempre protetor solar, de preferência com fator de proteção igual ou superior a 30, e renove a sua aplicação sempre que estiver exposto ao sol (de 2 em 2 horas). Quando regressar da água do mar ou piscina voltar a aplicar protetor solar. Verdades e mitos É verdade que o sol em excesso causa alterações no DNA das células, aumentando o risco de desenvolver cancro de pele; É verdade que nos primeiros dias de praia e de exposição solar convém utilizar um fotoprotetor com um índice de proteção mais elevado. É mito que a pele bronzeada é sinónimo de pele saudável. A pele bronzeada está, na verdade, a criar uma defesa. É mito que o protetor solar impede o bronzeamento. O fotoprotetor é um aliado do bronzeado, porque bloqueia os raios ultravioleta, que são os responsáveis pelo envelhecimento da pele. É mito que em dias de céu com muitas nuvens não é preciso usar protetor solar. Nesses dias deveremos ter mais cuidado, porque a sensação de calor é-nos dada pelos raios infravermelhos, que em dias de muitas nuvens não chegam ao solo, ou seja, nesses dias, não sentimos calor. No entanto, os raios ultravioleta conseguem atravessar as nuvens e queimar a nossa pele. É mito que em pele escura não há a necessidade de aplicar protetor solar. Todos os tipos de pele estão sujeitos aos efeitos prejudiciais da exposição ao sol e, por isso, a proteção é indispensável. Neste Verão proteja-se a si e aos seus. Tenha especial atenção aos idosos e crianças. Hidrate-se. Lembre-se: O sol é seu amigo, mas respeite-o!
Região
Associações perspetivam quebra de atividade e participantes A Associação Vale d’Ouro (ASCVD) lançou, durante o mês de maio, um inquérito junto do movimento associativo da região. Esta iniciativa pretendeu obter um retrato estatístico de como o movimento associativo atravessou o período de pandemia, compreender os desafios do futuro e avaliar o impacto financeiro. Ao inquérito, composto por 27 questões, responderam 80 instituições. As questões estavam agrupadas em três temas: a caracterização dos inquiridos, o impacto da pandemia e o período pós-pandemia.
Caracterização global das instituições
Das instituições que responderam ao inquérito, a grande maioria tem como principal área de atuação a cultura, seguindo-se ação social e o desporto. Resultou ainda, dos dados recolhidos, que 24% das associações atuam em mais do que uma área. Os concelhos de Alijó, Peso da Régua e Vila Real foram os que mais respostas registaram. Das entidades participantes, mais de 52% não tem colaboradores com contrato de trabalho e 54% têm até 20 voluntários.
Efeitos da pandemia na atividade da instituição No que se refere ao efeito da pandemia na atividade das associações, 81,3% reportaram uma paragem absoluta ou uma afetação significativa da atividade que se refletiu também no funcionamento administrativo. Em 68% das instituições, as atividades previstas já não se realizarão este ano sendo a declaração do Estado de Emergência ou a impossibilidade de adaptação a meios digitais as principais causas. A previsão de receitas e despesas entre março e maio foi, em 85% das instituições, muito afetada ou mesmo sem qualquer movimento. Por outro lado,
a quantificação do impacto da pandemia segue uma distribuição relativamente equivalente: se 14% das associações dizem ser negligenciável, mais de 21% aponta para perdas superiores a €2500. Ainda que 34,5% das associações não tenha recorrido às medidas de apoio do Governo, por outro lado, o apoio excecional à família, o layoff simplificado e a submissão de candidaturas para resposta à pandemia foram mecanismos utilizados em 54,6% dos casos. Quando questionadas sobre se o apoio do Governo ou da autarquia foi suficiente, 67,7% das instituições respondeu negativamente. A generalidade das instituições manteve o número de voluntários (69,7%) e o número de colaboradores remunerados (79,4%). No apoio ao esforço público de resposta á pandemia apenas 38% das instituições desenvolveram atividades específicas mas a esmagadora maioria (84,8%) respondeu não lhe ter sido solicitada colaboração no esforço de mitigação da pandemia.
A retoma
A resposta ao momento em que a instituição prevê retomar a atividade foi também distribuída de forma equivalente por várias opções. Se 30,2% indicou não ser possível prever o reinício de atividade, apenas 7% apontaram maio. Em 12,6% dos casos, a retoma de atividade apenas acontecerá em 2021. Já as medidas de proteção necessárias à retoma de atividade causam dúvidas a 53,8% das instituições que fazem depender o regresso à natureza das disposições que venham a ser impostas. Olhando para a sustentabilidade da instituição, 49% das associações que responderam ao inquérito, consideram que esteja muito ou bastante comprometida considerando que compete às autarquias locais (28%) o apoio necessário. O reforço de programas de apoio e do Governo central reúne, respetivamente, a opção de 16% e 13% das associações. Ainda assim, 79,7% das associações refere que o planeamento e orçamento de 2021 será alterado em função da situação de pandemia. Quanto questionadas sobre o ano de 2021, 60,6% das associações refere que a pandemia afetará muito ou bastante o planeamento e o orçamento e 88,3% afirma que o número de atividades e parti-
cipantes será mais reduzido. Também ao nível dos recursos humanos, 81,2% das instituições refere que o número de colaboradores remunerados será reduzido. A última questão prende-se com uma perspetiva a mais longo prazo sendo que 36% das associações responderam que pretendem manter a sua atividade sem alteração, mas adaptando-se às novas realidades e disposições que venham a ser impostas. Em 26% das instituições a missão e os objetivos poderão ser revistos e em 13% dos casos será realizada uma reorganização interna. Apenas 5% das associações referem não prever alterações significativas. De acordo com Luís Almeida, presidente da ASCVD os resultados obtidos fazem “um retrato bastante interessante do movimento associativo e da sua reação à pandemia. Tivemos 80 respostas de 13 concelhos diferentes, o que me parece ser bastante abrangente”. Quanto aos dados recolhidos há resultados que não surpreendem Luís Almeida: “era expectável que a generalidade das associações retomasse a atividade com cautelas ou não retomasse, de todo, isso demonstra responsabilidade e cautela por parte dos nossos dirigentes associativos”. Ainda assim há situações que preocupam: “há um número muito baixo de associações que teve acesso aos apoios e eu não tenho a certeza que não tivesse sido porque não precisassem, é certo que eles não estavam especificamente desenhados para o movimento associativo, mas era possível usufruir de algumas medidas”. Sobre as questões relativas ao futuro, o presidente da associação mostra-se preocupado, mas esperançoso: “óbvio que ouvirmos uma associação dizer que vai reduzir atividade, colaboradores ou que espera ter menos participantes é sempre mau. As associações são uma pedra basilar da nossa democracia, da nossa cultura e da nossa identidade e numa altura que alguns destes pilares parece que estão a ser questionadas, é muito importante que as associações se mantenham fortes e determinadas. Somos entidades resilientes e é precisamente essa leitura que faço quando vejo tantas a dizer que vão continuar, adaptando-se às novas realidades”. Os esultados completos deste inquérito serão publicados na página da associação (www.associacaovaledouro.pt) e nas redes sociais. ▪
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Empresas & Negócios
Quinta da Salada, um paraíso intimista na centralidade do Douro Saindo da cidade de Peso da Régua com destino a Lamego pela antiga Nacional 226-1 encontra a Quinta da Salada, uma propriedade com cerca de 8 hectares de vinhedos, em pleno coração da Região Demarcada do Douro. Na posse da família há mais de 200 anos, foi recentemente alvo de intervenções de modernização, ao nível dos vinhedos e do seu edificado, por forma a adequar a propriedade para a receção de turistas e proporcionar-lhes uma experiência única rodeados de natureza e vinhedos. À chegada à quinta somos recebidos pela proprietária Leonor Osório para uma conversa que tem como testemunhas uma piscina e a paisagem que se estende em vinhedos até ao Rio Douro. “Esta quinta é da minha família há mais de 200 anos, sou uma apaixonada pelo Douro, sempre fui e foi assim que este projeto nasceu”, confessa-nos logo a iniciar a conversa para depois resumir o projeto em poucas palavras. “Sempre tive o sonho de, depois de sair da industria farmacêutica onde trabalhei muitos anos, fazer algo aqui na quinta onde há 15 anos já tínhamos feito algumas obras na casa principal. O projeto sempre passou por ter aqui um espaço mais reservado e intimista, daí também recusarmos muitos pedidos que temos de grupos para virem fazer visitas ou almoços, o objetivo é que os nossos clientes estejam aqui em paz. Há pessoas que querem uma maior proximidade, outras preferem um maior recatamento, mediante isso também nós nos adaptamos. Já aconteceu estarmos com clientes a beber um Porto e a conversar até mais tarde
no wine bar”. O projeto está ainda numa fase inicial, arrancou no final de 2019 e este ano tem estado praticamente parado devido à pandemia, contudo, Leonor olha para o futuro com o brilho que o sol ilumina os vinhedos que circundam a casa. “Não há muitas quintas no Douro que tenham a centralidade que nós temos (estamos muito próximos da Régua e de Lamego, e mesmo de Vila Real) e que consigam ter esta tranquilidade e este carácter intimista que nós damos a este projeto. Grande parte dos turistas que nos procuram vêm à procura de uma experiência e isso consegue-se com alguma proximidade entre nós e eles, respeitando sempre a sua intimidade mas estando sempre disponíveis para uma conversa agradável. Vivemos aqui um ambiente familiar que as pessoas apreciam bastante”. O período da pandemia foi difícil, reservas canceladas e contas fixas a serem pagas não foram fatores desmotivadores, tendo esta fase sido aproveitada para ultimar alguns pormenores para que tudo esteja a 100% assim que os hóspedes comecem a chegar. “Na fase inicial foi um pouco complicado porque não sabíamos bem como agir, agora já temos uma noção melhor dos cuidados que devemos ter, o que nos permite trabalhar com maior tranquilidade. As reservas que tínhamos da Booking foram todas canceladas mas durante este período fomos sempre recebendo algumas solicitações, não só de portugueses mas também de alguns estrangeiros residentes em Portugal que procuravam espaços assim mais isolados e tranquilos onde pudessem passar algum tempo, poucas mas a verdade é que existiram. Em termos financeiros esta situação é muito complicada, não só pelo investimento que foi feito mas também pelos serviços que temos de manter como internet, luz, etc., e ainda o Lay-off em que acabamos por pagar uma parte dos solários às funcionárias”. Para quem ficar hospedado nesta unidade,
> Leonor Osório, proprietária da Quinta da Salada Leonor tem preparados uma série de serviços zantes que usamos, são todos da ‘Rituals’. Nos sempre com vista ao descanso e ao contacto quartos usamos um aroma mais relaxante, nas com a natureza, tal como as refeições que são salas usamos um mais energizante, jogamos sempre baseadas na gastronomia tradicional com esses aspetos. São pormenores que fada região. zem a diferença. “Em termos de serviços proporcionamos algu- Quanto às refeições, normalmente o almoço é mas visitas aos nossos clientes, provas de vi- à base de saladas e sandes, não fazemos uma nhos, picnics ( que podem fazer aqui na quinta refeição verdadeiramente dita. ou para levarem no seu passeio). Depois temos O jantar funciona sempre com três sugestões também várias parcerias com empresas de que temos: o arroz de pato, um folhado de animação turística que permitem aos nossos alheira ou o bacalhau com broa, o cliente esclientes usufruírem de atividades como canoa- colhe o prato e comem todos o mesmo, não gem, passeios de bicicleta, e outros. temos um funcionamento tipo restaurante, Um serviço que ainda não está implementado caso desejem podem pedir outros pratos típimas que estamos já a finalizar, e que esse sim cos da região como o rancho, uma feijoada, por é diferenciado, é a possibilidade dos nossos exemplo. clientes fazerem uma massagem no meio da O pequeno almoço é estilo continental, mas à vinha onde colocamos a marquesa e um guar- moda da quinta, onde servimos as nossas comda-sol, será uma experiência diferente que cer- potas, fruta, sumo natural, panquecas, bolo catamente agradará bastante os nossos clientes. seiro… um serviço mais diferenciado. Fazemos Uma atração diferenciada que temos também tudo com muito amor e dedicação”. e que agrada muito em especial as crianças é Nesta retoma pós-pandemia nada fica ao acaum burro mirandês, e ainda uma ovelha. so e Leonor assegura que todos os cuidados Outro elemento diferenciador são os aromati- são rigorosamente respeitados. “Ao nível de medidas preventivas de higiene e segurança cumprimos todas as recomendações e fomos mesmo mais longe. Temos 4 aparelhos de ozono que usamos em todas as divisões sempre que terminamos a limpeza normal. Para os funcionários temos as máscaras e as viseiras bem como luvas, quer para servir o pequeno almoço quer para as limpezas, serviço para o qual também temos batas que depois são lavadas e passadas a altas temperaturas na lavandaria”. ▪
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Opinião António Fontaínhas Fernandes Reitor da UTAD
As instituições de ciência e de ensino superior são uma âncora de atratividade e de fixação de talento, além de desempenharem um papel decisivo no desenvolvimento das regiões. O Douro é um bom exemplo, onde uma nova geração de empresários “made in UTAD” tem tido um papel decisivo na conhecida revolução dos vinhos, comprovada pela crescente notoriedade que têm vindo a ganhar a nível mundial. A presença de ensino superior numa região também era um indicador de fixação de população. No interior Norte, Vila Real e Bragança eram as únicas ci-
Gilberto Igrejas Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I. P. (IVDP)
A Porto & Douro Magazine apresenta-se como um instrumento de comunicação e promoção dos vinhos do Douro e do Porto A opção do IVDP pelo formato digital insere-se no seu mais amplo objetivo de sustentabilidade: já vai longe a era do papel e a Porto & Douro Magazine, ao ser editada apenas em formato digital, cumpre este desiderato. No tempo presente, toda a informação que nos chega é condicionada por algoritmos. Em tudo o que pesquisamos deixámos indelével, neste mundo assustadoramente orwelliano, a nossa pegada digital. Os algoritmos fazem adivinhar o nosso comportamento social, condicionam a nossa atitude perante o mundo e moldam o nosso pa-
Helena Teles
Chefe da Estrutura Sub-regional de Vila Real da CCDR-N e do Gabinete Técnico Missão Douro
A antiguidade da cultura da vinha e os valores únicos e identitários associados a esta atividade documentam não só o trabalho secular do homem duriense na construção desta paisagem de Valor Universal Excecional, mas também a sua inegável capacidade de ultrapassar dificuldades, num percurso feito de contrariedades, crises e batalhas ganhas. A pandemia, que no início deste ano assolou o globo, trouxe, mais até do que seria expectável, elevados prejuízos aos principais setores de atividade
O esvaziamento de um país dades que aumentavam de população, em contraste com o crescente esvaziamento e envelhecimento demográfico do interior, com particular incidência no Douro. Mas, os recentes resultados publicados pela PORDATA, mostram que a atração de jovens pelas instituições de ensino superior, por si só, não é suficiente para estancar o crescente esvaziamento populacional. Efetivamente, a PORDATA refere que entre 2008 e 2018 Vila Real diminuiu cerca de quatro mil estudantes e dois mil habitantes, registando, contudo, um aumento de população estrangeira. Em 2010, Vila Real tinha cerca de 19 mil estudantes nos estabelecimentos de ensino, desde o pré-escolar até ao universitário, mas, passados dez anos, diminuiu para cerca de 15 mil. Refere também uma redução do número de estudantes do ensino superior, embora na UTAD estejam matriculados
mais de sete mil estudantes, um número superior ao publicado. Indubitavelmente, existem indicadores preocupantes que mostram a tendência de perda da população, sobretudo a mais jovem, verificando-se que existem 161 idosos por cada 100 jovens. Mas, em contraste, regista-se um aumento considerável do número de empresas. Hoje, mais do que nunca, as políticas de cidades passam por novas dinâmicas de atração de empresas, que vão muito além da aposta em infraestruturas. Torna-se necessário continuar esta trajetória de atrair empresas, para dinamizar a criação de emprego qualificado que, consequentemente, irá traduzir-se na fixação de pessoas. Assim, do próximo quadro comunitário esperam-se novas dinâmicas que apostem mais na competitividade, na qualificação das pessoas e, em meu entender, na criação de ecossistemas regionais de inovação,
a exemplo das regiões mais competitivas da Europa. Esta é uma condição indispensável para que venham a surgir, a médio prazo, sinais que evidenciem a inversão do que se tem vindo a verificar nas últimas décadas. Resta, assim, aguardar pelo plano de recuperação económica e social, pois o plano de estabilização social e económica, apresentado pelo Governo, não contempla as instituições de ensino superior, centrando-se nas famílias e empresas, para ultrapassar as dificuldades do desemprego e da perda de rendimento, apoiando a retoma da atividade económica. Uma nota final relativa ao principal motor da economia do Douro: o vinho. Os apoios anunciados para as empresas do sector são consensualmente escassos, prevendo-se tempos difíceis e preocupantes para a região.
Porto & Douro Magazine – um instrumento de promoção drão de consumo. E, sem nos apercebermos, estamos a ler uma notícia ou a ver um anúncio de publicidade por indicação do algoritmo e não de acordo com a nossa escolha pessoal. É justamente nesse enquadramento que a informação deve prevalecer e aí se funda a razão de ter renascido a utilização de newsletters como veículos de informação e promoção. É o retomar do antigo desígnio de que uma mensagem deve ser entregue, deve chegar ao destinatário e por ele ser compreendida e aceite por ser verdadeira. É despiciendo sublinhar a importância das newsletter enquanto instrumentos de comunicação, num mundo em que o tempo é escasso, quando muita da informação nos é veiculada por redes sociais, e quando o correio eletrónico é tão volumoso que deixa “desarrumada” alguma informação relevante que nos chega pelas mais diversas vias. A comunicação que é exercida fora das redes sociais mantém o seu
lugar, não apenas pelo alargamento do alcance público que consegue, mas também pelo vínculo e pela rotina que se cria na sua leitura ao se usufruir de um veiculo eficiente, pelos seus tipos de conteúdo, pela linguagem simples que é utilizada, pela sua estrutura amigável e tempo certo em que chega. Uma newsletter surge, assim, como um resumo de informação de um período limitado e orienta o leitor para uma leitura voluntária, com assuntos que aprofundará, se o pretender, nas fontes que são aí transmitidas. Foi este o preciso contexto em que a Porto & Douro Magazine foi concebida: Não para ser instrumento de comunicação interna do próprio Instituto, mas, outrossim, para se afirmar como um instrumento de comunicação com a Região Demarcada do Douro, com as suas gentes, com as suas empresas, com os poderes públicos locais, com o consumidor, com o
público em geral. Uma oportunidade para o Instituto comunicar fora das redes sociais, dar a conhecer as notícias mais destacadas, dar eco de notícias internacionais que possam ter relevância. Num mundo no qual a informação passa pela quantidade de estímulos que recebemos, onde alguns vivem num frenesim de momentos em que tudo se avalia pela competição, o desafio de uma newsletter é competir com o tempo livre do seu destinatário; não compete com outros meios de comunicação. Ao lançar a Porto & Douro Magazine não o fizemos por impulso isolado, tendo claro o objetivo que pretendemos atingir: constituir um veículo de promoção da Região Demarcada do Douro, das Denominações de Origem Porto e Douro, que constitui a razão da nossa existência enquanto Instituto Público que tem essa Missão.
Alto Douro Vinhateiro, uma história de resiliência desta região, em particular à vitivinicultura e ao turismo, cujos níveis de desenvolvimento e sustentabilidade se ressentiram, por força do confinamento a que estivemos obrigados. A história repete-se e o momento exige um olhar sobre o passado, sobre a forma como a crise filoxérica se transformou num fator determinante de transformação da paisagem, nomeadamente ao nível da sistematização e armação da vinha, da organização da produção e da comercialização, sendo este, entre muitos outros, um exemplo catalisador de novas estratégias e medidas que nos permitam ultrapassar mais uma crise. Mais uma vez é posta à prova a resiliência do território duriense numa chamada cole-
tiva à necessidade de repensar o futuro, a partir do conhecimento, vivências e experiências do passado. Prova disso são já as inúmeras iniciativas que os atores e entidades regionais têm vindo a desenvolver, visando não só um retrato atento e aprofundado da nova realidade socioeconómica, mas sobretudo a criação um modelo de ação que permita mitigar os efeitos decorrentes desta crise. Neste alinhamento, e tendo em conta que o Alto Douro Vinhateiro Património Mundial engloba uma área territorial tão vasta e tão segmentada do ponto de vista institucional, a CCDR-N, enquanto sua Entidade Gestora, assume-se como um parceiro ativo para um projeto regional integrado e alinhado com os novos desafios.
Assim e a par do trabalho diário de gestão e monitorização do território e da missão de proteção e salvaguarda dos valores e atributos que conferem Valor Universal Excecional a esta paisagem, todos estamos convocados para reforçar a concertação em torno de um outro objetivo comum essencial – o do crescimento e desenvolvimento da região. Haverá, pois, que prosseguir o combate aos constrangimentos acumulados e que atender a novas prioridades decorrentes dos estrangulamentos surgidos com esta grave crise, sempre no sentido último de assegurar maior sustentabilidade económica aos diferentes setores de atividade e melhor qualidade de vida às populações.
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Nacional
Turismo de Portugal investe 2M€ em campanha para o mercado interno #TuPodes, Visita Portugal é a nova campanha do Turismo de Portugal que desafia os portugueses a viajarem pelo país e que converte o VisitPortugal em VisitaPortugal. Um investimento de dois milhões de euros e que vai estar em exibição até ao final deste ano, nos meios digitais, televisão, rádio e imprensa nacional e regional. A campanha visa ser uma “mensagem emotiva dedicada a Portugal e aos portugueses por quem nos visita, se apaixona pelo país e sonha cá voltar”. Esta mensagem é materializada num filme, com a duração de 2´40”, protagonizado por turistas de várias nacionalidades que desde Londres, Nova Iorque, Paris, Madrid e Rio de
Janeiro, interpretam em português e com os seus sotaques, um dos grandes clássicos mundiais, “Only You”, dos The Platters, que assim é cantado pela primeira vez em português. Segundo o instituto público, “os personagens do filme simbolizam os turistas internacionais, que desde as suas cidades, sonham regressar a Portugal e enquanto não o podem fazer, dirigem aos portugueses um apelo para que se deixem contagiar por essa vontade de explorar os sons, os sabores, as paisagens, o património e os afetos de Portugal”. “Visitar Portugal significa encontrar a nossa cultura, o nosso património, as nossas raízes, conhecer as diferentes regiões do país, a sua diversidade, mas também experimentar as atividades e a oferta que estão disponíveis ao longo de todo o território”, diz ainda o TdP. A segunda fase da campanha prevê que sejam os profissionais de turismo a convidar os portugueses a experienciarem a sua oferta. Seja uma visita guiada a um museu, uma aula de surf, um passeio num parque natural, a descida de um rio, uma cami-
Trabalhar e viver no interior: Governo destina 20 milhões de euros para espaços de cowork Objetivo é criar espaços de trabalho partilhado que ajudem a atrair novos trabalhadores para as cidades do interior. A pandemia da Covid-19 tem feito despertar a vontade de muitos em viver longe das grandes cidades e procurar zonas menos densificadas no interior. E há cada vez mais incentivos neste sentido. Ainda antes de rebentar a crise, o Governo tinha criado um regime de novos benefícios para quem queira mudar-se, e agora decidiu reforçar os apoios, destinando 20 milhões de euros, a criação de espaços de cowork (trabalho partilhado) no interior do país. Em paralelo, há também um apoio à contratação em regime de teletrabalho nestas zonas do país no valor de 219 euros por pessoa. Esta medida pretende reduzir as desvantagens do teletrabalho e consta do Programa de Estabilização Económica e Social (PEES) e será financiada com fundos europeus, através do FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. A instalação destes espaços de cowork deverá envolver os municípios e as infraestruturas tecnológicas locais. “Prevê-se que a implementação destes espaços tenha elevado potencial de captação dos novos nómadas digitais e de millennials, entre ou-
tros, promovendo a prática do teletrabalho, em especial nas cidades do Interior”, refere o Governo, no PEES publicado em Diário da República. Estes espaços de trabalho partilhado, segundo argumenta o Executivo socialista liderado por António Costa, “visam reduzir as desvantagens do teletrabalho, nomeadamente o isolamento, fator frequente de desmotivação. Por outro lado, estimulam a partilha de experiências, ideias, bem como constituem fator de estímulo à economia local”. ▪
nhada na montanha ou atividades numa quinta ou num enoturismo.” #TuPodes, visitar o teu mar, o teu património, a tua cultura, a tua gastronomia, serão algumas das mensagens que os profissionais do turismo vão dirigir aos portugueses”. No início de julho, vai estar também disponível uma plataforma digital de suporte à conversão da campanha nacional, mas também das campanhas regionais, e que agrega uma oferta diversificada de inúmeras experiências turísticas em todo o país.
Uma plataforma que “vai proporcionar aos portugueses a descoberta do país e das regiões, através de benefícios que motivem a utilização dos serviços prestados pelas empresas de animação turística. A visibilidade que será dada aos serviços destas empresas vai também dinamizar o tecido empresarial das regiões e apoiar o esforço de comercialização destas empresas através de ofertas especificamente dirigidas ao turista nacional que não é o seu cliente habitual”, explica o Turismo de Portugal. ▪
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Lazer Conversa entre alentejanos: 4
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semecê foi ao dentista E diz o primeiro: - E ouvi dizer que você ar-
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rancou dois dentes no mesmo dia. Porquê?
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troco de 100 euros.
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Amor: Deixe de lado as tristezas e aproveite melhor os momentos bons que a vida lhe oferece. Saúde: Estará mais pessimista e isso terá como efeito sentir-se frequentemente apática e em baixo. Dessa forma, a melhor maneira de melhorar a sua saúde será começar por modificar o seu estado de espírito, assumindo uma postura mais confiante. Dinheiro: Período sem alteração nas finanças.
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210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt
SOLUÇÕES: 4
Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora
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cada extração, mas o dentista não tinha
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1. Descasque e lave as batatas. Corte-as em pedaços pequenos e coloque-as num tacho com água. Deixe cozinhar cerca de 15 minutos, ou até que estejam bem cozidas. 2. Entretanto, limpe a malagueta de sementes, pique-a e corte o alho-francês em fatias finas. Reserve. 3. Escorra as batatas e, numa taça, esmague-as com a ajuda de um esmagador de batatas. 4. Adicione o ovo, as sardinhas escorridas, a malagueta, o alho-francês, os coentros picados e a farinha. Tempere com sal e pimenta e esmague mais um pouco, misturando todos os ingredientes. 5. Forme bolinhos e leve ao frio. 6. Aqueça o azeite numa frigideira antiaderente e cozinhe os bolinhos durante cerca de 3 minutos de cada lado. 7. Sirva com as limas partidas em gomos.
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Explica o segundo: - Eram cinquenta euros
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- É verdadi - responde o outro alentejano.
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300 g batatas para cozer 1 malagueta vermelha 250 g (1 unid.) alho-francês 1 ovo M 240 g (2 latas) sardinhas em azeite Pingo Doce ½ molho de coentros frescos 1 c. de chá sal qb pimenta preta 6 c. de sopa farinha 1 c. de sopa azeite 120 g (2 unid.) limas
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RECEITA CULINÁRIA
Bolinhos de sardinha
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Vários são os locais de onde se vislumbram paisagens inesquecíveis que se estendem até aos concelhos vizinhos. Imperdível é a passagem pelos miradouros do Vale do Sabor e S. Gregório, nos Estevais, de Santa Bárbara, na Lousa, de Nossa Senhora do Castelo, em Urros, da Fraga do Cão, na Serra do Reboredo ou do Alto da Barca ou Fevereira, no Peredo dos Castelhanos.
> Miradouro da Fraga do Câo
> Amêndoa Coberta de Moncorvo (IGP)
O município pretende também dar a conhecer a variada e riquíssima gastronomia existente, onde se salientam os pratos confecionados com os peixes do rio e o borrego da churra da terra quente, produto com denominação de origem protegida. (DOP). Não menos saboroso é a posta, as omeletes e migas de espar-
gos e a tradicional caldeirada da ribeira. Na doçaria destacam-se as Amêndoas Cobertas de Moncorvo, um produto com Identificação Geográfica Protegida (IGP) e uma das Sete Maravilhas Doces de Portugal, a doçaria de amêndoa e os canelões. É inegável a riqueza cultural desta vila e que pode
> Interior da Igreja Matriz
ser apreciada através de uma visita ao património edificado, onde se destaca a Igreja Matriz de Torre de Moncorvo, Igreja da Misericórdia, Porta da vila e o centro histórico, assim como aos vários museus existentes. Com esta campanha o Município de Torre de Moncorvo pretende demons-
trar que é uma alternativa aos destinos turísticos de massa, podendo numa só visita apreciar o que de mais belo há na natureza, conhecer a história e a cultura do concelho e provar as iguarias gastronómicas que tão bem nos caracterizam. www.cm-moncorvo.pt