Vivadouro edição junho 2018

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Ano 3 - n.º 39 - junho 2018

Preço 0,01€

Diretor: Miguel Almeida - Dir. Adjunto: Carlos Almeida

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PENEDONO 2018

MEDIEVAL

6, 7 e 8 de JULHO

MEMÓRIA MEMÓRIA DOS DOS TEMPOS TEMPOS MEDIEVAIS MEDIEVAIS


FEIRA MEDIEVAL DE PENEDONO

Carlos Esteves de Carvalho Presidente da Câmara Municipal de Penedono

A vila de Penedono vai viver, uma vez mais, de 4 a 6 de julho, a história de Portugal. O seu centro histórico, de características ímpares, irá ser percorrido por nobres, monges, cavaleiros destemidos, guerreiros com valentia, mercadores, almocreves, jograis e tantos, tantos outros intervenientes. As tabernas vão-se encher de visitantes, as ruas animar-seão com os pregões das vendedeiras, o som das ferramentas de artesãos e os sonoros anúncios dos arautos. Enfim, a Feira Medieval de Penedono acontece… Respeitando o rigor histórico e fidelidade da época que exorta, leva todos aqueles que nela participam a viver um ambiente puramente medieval e a regressarem ano após ano. O encantador cenário histórico que a vila proporciona, a ativa participação das gentes locais, a animação sempre diversificada e constante são motivos que vêm contribuindo para o sucesso alcançado. O Município de Penedono convida-o a viajar neste regresso ao passado e a redescobrir os traços, os feitos e os encantos que forjaram e moldaram a identidade destas gentes. Em Penedono também se vive e respira a história de Portugal.

MEMÓRIA DOS TEMPOS MEDIEVAIS


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Ano 3 - n.º 39 - junho 2018

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Governo encerra Colégio Salesianos de Poiares

> Págs. 14, 15 e 16

Tabuaço

Douro

Tarouca

Tabuaço celebra o São João durante nove dias

Mau tempo - Mais de 240 hectares de vinha ficaram destruídos

Tarouca vive fim de semana entre cultura e desporto

> Pág. 4

> Pág. 6

> Pág. 17 PUB


2 VIVADOURO JUNHO 2018

Editorial

Alerte para o que está bem e denuncie o que está mal. Envie-nos as suas fotos para geral@vivadouro.org

José Ângelo Pinto

Administrador da Vivacidade, S.A. Economista e Docente Universitário Caros leitores,

Volto ao tema da vespa das galhas dos castanheiros, pois é cada vez mais importante que a luta que tem sido conduzida leve a vitórias. Ou seja, não basta neste caso lutar, é preciso também ganhar as lutas e isso é que conduz a resultados. Realizaram-se este ano cerca de 1,000 largadas dos insetos que paratizam os ovos desta vespa, única forma de luta que os investigadores indicam como válida e que resultou noutros países. Em Portugal, no ano de 2015, foram realizados cerca de 35 largadas destes insetos, em todos os locais identificados com a praga, em 2016 foram realizadas cerca de 135 largadas e em 2017 foram realizados 301 lançamentos. Claro que todas estas largadas foram realizadas com base na informação técnica existente e a informação sobre o estado dos ataques, tendo sido cobertos todos os locais que foram identificados até fevereiro deste ano e ainda alguns dos que foram detetados mais tarde. Esta luta é difícil pois a vespa das galhas do castanheiro espalha-se a uma distância muito maior do que o parasita, o que obriga a fazer lançamentos adicionais para compensar. Há diversas entidades que têm lutado contra esta praga, havendo neste momento uma rede Cumprimentos,

Registo no ICS/ERC 126635 Número de Registo Depósito Legal 391739/15 Diretor: Augusto Miguel Silva Almeida (TE-873) 91 643 00 38 miguel.almeida@vivadouro.org Redação: Carlos Almeida 91 200 26 72 carlos.almeida@vivadouro.org Departamento comercial: Carlos Rodrigues Tel.: 962 258 630 Tel.: 910 599 481 Paginação: Rita Lopes Administração e Propriedade do título: Vivacidade, Sociedade de Comunicação Social, S.A. Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Administrador: José Ângelo da Costa Pinto Estatuto Editorial: http://www.public. vivadouro.org/vivadouro Detentores com mais de 10% do capital social: Lógica & Ética, Lda. Sede de Redação:Rua Poeta Adriano Correia de Oliveira, 197 4435-778 Baguim do Monte Tel.: 916 894 360 / 916 538 409 Colaboradores: António Costa, António Fontainhas Fernandes, Guilhermina Ferreira, Manuel Cabral, Paulo Silva, Pedro Ferreira, Ricardo Magalhães, Sandra Neves, Silva Fernandes e Tiago Nogueira. Impressão: Unipress Tiragem: 10 mil exemplares Sítio na Internet: www.vivadouro.org Facebook: www.facebook.com/ jornalvivadouro E-mail: geral@vivadouro.org Agenda: agenda@vivadouro.org

Próxima Edição 18 JULHO

O Canadá comprou 22,6 milhões de euros de vinhos da Região Demarcada do Douro em 2017, representando mais de 50% do valor total das exportações de vinhos portugueses para esse mercado.

NEGATIVO

FOTO: DR

formal estabelecida com base no trabalho e nos recursos dos municípios, que têm sido, de uma forma geral, incansáveis no apoio a esta luta. Só há vitórias se travarmos as lutas e se soubermos lutar com os recursos que temos. No caso da vespa das galhas do castanheiro, tudo o que podia ser feito tem vindo a ser feito pelo que só poderemos esperar pela vitória. No ano passado dei aqui os parabéns a todos os que estão a travar e a ajudar a travar esta luta. Os Municípios do norte e do centro merecem um destaque especial, pois estão a suportar o custo com o lançamento dos parasitas, mas também os técnicos e dirigentes das direções regionais de agricultura do Norte e do Centro que têm dado todo o apoio logístico necessário. Merecem também gratidão coletiva todas as instituições, associações e cooperativas que apoiam não só a logística para a distribuição eficaz dos parasitoides mas também na deteção e referenciação dos focos de infeção. E finalmente uma palavra bem especial para os agricultores que estão sempre prontos para lutar quer seja contra as intempéries quer seja contra simples vespas. A vitória será nossa.

FOTO: DR

POSITIVO

As intempéries que marcaram o final de maio, início de junho, destruíram mais de 240 hectares de vinha sendo de esperar uma quebra na produção deste ano em especial nas zonas de Sabrosa e Alijó.

Sumário: Breves Página 3

“A Economia e o Desenvolvimento do Interior”

Tabuaço Página 4 Vários Concelhos Páginas 6, 7, 8, 9, 19, 20 e 24 Vila Real Página 10 São João da Pesqueira Página 11 Moimenta | Lamego Página 12 Destaque Vivadouro Páginas 14, 15 e 16 Tarouca Página 17 Alijó Páginas 18 e 24 Sernancelhe Página 21 Nacional Página 25 Opinião Página 26 Lazer Página 27

Luís Braga da Cruz Engenheiro Civil

Há cerca de um mês, o INE informou-nos que o PIB só aumentara 2,1% no primeiro trimestre de 2018, o que correspondia a um abrandamento da atividade económica. É já o terceiro trimestre consecutivo em que o PIB português aumenta menos do que a média da União Europeia. Para que, no cômputo de 2018, o crescimento do PIB atinja os 2,3% previstos pelo Banco de Portugal, será necessário que, no resto do ano, a evolução trimestral em cadeia acelere para mais de 0,6%. Isto é um aviso à navegação política e vai condicionar tanto o investimento

público como muitas das medidas de política económica, nomeadamente as que podiam ter impacto no território do interior. Mais uma vez, arriscamos que a contenção orçamental penalize o desenvolvimento do Interior, sendo importante esclarecer em que medida aqueles resultados não deixam de ser o reflexo do desequilíbrio territorial a que nos conduziu o modelo de organização administrativa que adoptámos, ou que não tivemos a coragem de assumir. Recentemente, fomos surpreendidos por uma oportuna tomada de posição, de um grupo de cidadãos num acto de grande responsabilidade cívica, chamado “Movimento pelo Interior”. Assume como ponto de partida: a inversão demográfica do interior e a sua inexorável dinâmica negativa. Mas também a desigualdade produtiva entre interior e litoral, receando como consequência uma maior densificação do litoral. Tudo concorre para comprometer o desenvolvimento equilibrado e negar o princípio constitucional da igualdade de oportunidades. Este Movimento elege o interior como uma causa nacional, porque a todos afecta e responsabiliza. Fui convidado a participar numa das sessões que os promotores deste manifesto submeteram a debate nacional e, por isso, também subscrevo as ideias

que defendem. O diagnóstico e a reflexão apresentados têm o mérito de mostrar que a reversão da situação demográfica já não se consegue resolver pelas vias habituais. As actividades mais óbvias a desenvolver no interior arriscam-se a já não dispor de mão de obra suficiente. Para aí criar nova actividade económica, resta o recurso à imigração, o que significa ser necessário atrair gente de fora para dentro e zelar pela sua sustentação. O mérito do “Movimento pelo Interior” foi ter sabido fazer escolhas, ter evitado alinhar pela via assistencialista e de propor medidas que considera poderem ser mais eficazes, mesmo que envolvam algum radicalismo. Por hoje, limitar-me-ei a enunciar os domínios e a forma de intervenção escolhidos, para poder comentar em próximo artigo alguns dos conteúdos. São três as áreas escolhidas: Política Fiscal; Educação, Ensino Superior e Ciência; e Ocupação do Território pelo Estado. Quanto ao instrumento de política regional a mobilizar, é sugerida uma intervenção de carácter integrada - um Programa Operacional para o Interior (POPI) - nada que a região de Trás-os-Montes e o Alto Douro não tenha já experimentado e com reflexos reconhecidamente positivos. Voltaremos ao assunto.


VIVADOURO JUNHO 2018

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Breves Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego recebe formadores de Cabo Verde

João Pedro Pais abre o São João em Armamar

Ao abrigo de um protocolo celebrado entre o Turismo de Portugal e o governo de Cabo Verde, a Escola de Hotelaria e Turismo do Douro-Lamego recebeu, no dia 14, 8 formadores da Escola de Hotelaria de Cabo Verde. Vêm com o objetivo de frequentar uma ação de formação técnica para formadores. Pretende-se, com esta ação, partilhar boas práticas e incentivar a melhoria e inovação do ensino e, também, dos profissionais formados por aquela escola.

FOTO: DR

FOTO: DR

O artista João Pedro Pais faz em Armamar no próximo dia 22 o espetáculo que marca a abertura das Festas do município em honra de São João. A partir das 10 e meia da noite vão ouvir-se os temas que marcam os vinte anos de carreira que o cantor completa em 2018. Espera-se que entre Armamarenses e visitantes, muitas centenas de pessoas irão lotar o largo do tribunal, palco dos espetáculos das festas.

Destaque para o sector agroalimentar e dos Vinhos em Tabuaço Animais de rua protegidos na Régua O Município do Peso da Régua assinou um protocolo com o Grupo de Proteção de Animais da Régua e com a Associação Companhia dos Animais, de modo a cooperar na esterilização de animais abandonados. Este protocolo prevê que o Município assegure os custos de esterilização de animais abandonados, ao passo que as referidas associações atuarão de modo a encaminhar os mesmos para a adoção.

No âmbito do projecto “Acção Colectiva de Promoção Internacional do Sector dos Vinhos e Agroalimentar da Região do Douro”, Tabuaço acolhe a apresentação dos estudos “Conhecimento dos Mercados Internacionais” e “Cooperação Empresarial”. O Salão Nobre dos Paços do Concelho é palco para a apresentação e avaliação dos resultados obtidos nos estudos realizados, uma acção a decorrer no próximo dia 21 de Junho, às 15 horas. O evento de encerramento conta com a presença de várias entidades, nomeadamente, o Presidente da Câmara Municipal de Tabuaço, a quem caberá a Abertura do colóquio.

Rui Ramalho confirma favoritismo e vence 4ª Rampa de Santa Marta

O Programa Aldeia Segura Pessoas Seguras está atualmente a ser implementado no concelho de Sabrosa, depois de ter sido criado pelo Ministério da Administração Interna em conjunto com a Associação Nacional da Proteção Civil (ANPC) em 2017, na sequência dos grandes incêndios que ocorreram no país.

Exposição elege cão de água português “Best in Show” O júri do concurso da Exposição Canina Nacional de Lamego distinguiu como melhor cão (Best in Show) e vencedor de raça portuguesa o mesmo exemplar. A honra deste feito coube a um Cão de Água Português que superou toda a concorrência num dos maiores eventos realizados no nosso país de divulgação das diferentes raças caninas. Na edição deste ano, para o concurso Best in Show um Samoiedo foi eleito para o segundo lugar, enquanto um Baixote Kaninchen de Pelo Cerdoso ficou na terceira posição. Realizada no Centro Multiusos de Lamego, esta exposição constituiu, mais uma vez, uma oportunidade única de ver, em conjunto, vários exemplares da mesma raça e poder compará-los, em busca do cão perfeito.

Santa Marta de Penaguião voltou a ser este fim-de-semana, dias 16 e 17, a capital do automobilismo nacional, com a realização da sua 4ª Rampa, prova que contou para o Campeonato de Portugal de Montanha e que atraiu à vila centenas de fans do desporto automóvel oriundos de todo o País. Rui Ramalho num Osella PA 2000 EVO2, confirmando o seu favoritismo, foi o mais rápido entre todos e arrebatou o primeiro lugar.

FOTO: DR

Programa “Aldeia Segura Pessoas Seguras” implementado em Sabrosa

23º edição da Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite em Carrazeda de Ansiães O Município de Carrazeda de Ansiães informa que se encontram abertas, até ao dia 21 de Julho, as inscrições para a vigésima terceira edição da Feira da Maçã, do Vinho e do Azeite. As inscrições podem ser efectuadas através do preenchimento da Ficha de Inscrição disponibilizada em www.cmca.pt ou no GAM (Gabinete de Apoio ao Munícipe da Câmara Municipal de Carrazeda de Ansiães).

FOTO: DR

Serviço de Radioncologia do CHTMAD com horário alargado Desde o passado dia 18 de junho, o Serviço de Radioncologia do CHTMAD passou a ter o seu horário alargado em duas horas diárias, que corresponde a 10 horas por semana. Este alargamento de horário deve-se a um crescimento do número de doentes em tratamento nos primeiros 5 meses deste ano, tendo-se realizado mais 1.640 tratamentos que em período homologo do ano anterior, correspondendo a uma taxa de crescimento de 34%. Este crescimento de doentes oncológicos em Radioterapia deveu-se a um aumento do número de doentes provenientes do CHTMAD, mas também de um aumento (face ao mesmo período do ano passado) de doentes provenientes da Unidade Local de Saúde do Nordeste (ULSNE) e Centro Hospitalar Tondela Viseu (CHTV).


4 VIVADOURO JUNHO 2018

Tabuaço

Tabuaço celebra São João com 9 dias de festa O São João de Tabuaço é, porventura, um dos mais afamados do Douro. Este ano a festa acontece ao longo de 9 dias, entre 22 e 30 de junho.

Com 9 dias de festa, pode considerar-se esta a maior romaria do concelho? Tabuaço tem sabido manter as suas tradições, e sendo um concelho tipicamente duriense, as festas

Olhando para as edições anteriores, quais as maiores mudanças para este ano? A Festa de São João é uma festa tradicionalmente popular. Bailarico, sardinhas assadas e os costumes gastronómicos não podem faltar neste evento. Tentamos, como responsáveis pelo cartaz das Festas Sanjoaninas, trazer o que de melhor consideramos, e dentro das possibilidades financeiras da CMT, para não defraudar as expectativas das pessoas. Este ano, as principais mudanças, podemos avançar, serão mesmo nos pontos fundamentais e que mais marcam estas Festas, referimo-nos precisamente à Marcha Luminosa que conta este ano com todas as freguesias representadas, no caso um total de 16 Marchas e Carros Alegóricos. A Procissão em Honra de S. João, que terá lugar no dia 24 às 17h30, e que sucede à Missa Solene, conta este ano com 22 andores, transportados em ombros, e 60 figuras bíblicas, comprovando, assim, que há todo um esforço conjunto envolvido nestas festividades. Vê na organização desta festa um potencial atrativo para os milhares de turistas que percorrem o Douro por estes dias? Sem dúvida. Os turistas que nos visitam querem sentir e experimentar Tabuaço. Assistir, portanto, a estas festas, principalmente nos dias da Marcha Lu-

minosa e da Procissão Solene, é dar aos turistas uma montra viva da nossa Cultura, da nossa tradição e do que melhor existe em Tabuaço. Provam a nossa gastronomia, os nossos vinhos, participam da nossa Cultura, conhecem os nossos costumes e, talvez o mais importante, partilham da essência das gentes do Douro, da sua alegria e da sua devoção.

de nomes como Mónica Sintra, Clemente, Sérgio Rossi, Micaela, entre outros. A destacar também, a actuação das Tunas Académicas, uma presença usual no nosso cartaz precisamente porque temos registado o agrado do público com este espectáculo marcado, acima de tudo, pela interacção com a população.

Qual é a a imagem que espera que esses turistas levem, do seu concelho, no regresso a casa? Levarão, com certeza a melhor imagem. Levarão, acima de tudo, a experiência e a lembrança de um povo com interessantes dicotomias; um povo alegre e devoto, ciente e orgulhoso das suas tradições, um povo que gosta de receber e acolher pessoas, que trata os turistas como se “fossem de casa”. Talvez seja suspeito ao falar deste assunto mas não haverá povo melhor para conhecer e dar a conhecer que as gentes de Tabuaço.

Para aqueles que ainda não escolheram o local onde vão celebrar o S. João, que mensagem quer deixar para quê optem por Tabuaço? Venham e Experimentem Tabuaço. Conheçam as nossas gentes, provem a nossa gastronomia, as noites das Festas de S. João são intermináveis com música, saberes e sabores. Venham a Tabuaço e sintam-se em casa, porque Tabuaço, mais que uma visita, é uma experiência! ■

FOTO: DR

Tabuaço tem já uma longa tradição na realização desta festa, é uma aposta para ser mantida? Nem poderia ser de outra forma. As Festas Sanjoaninas do Concelho de Tabuaço são, sem sombra de dúvida, a festa mais esperada do Concelho e o evento que mais pessoas tem envolvidas na sua organização. Efectivamente, é à Câmara Municipal que se deve a organização do Cartaz mas por trás deste há toda uma organização, principalmente nas freguesias, que faz e da qual depende a Festa de S. João. A Marcha Luminosa, por exemplo, é o ponto alto destas festividades mas que não poderia ser tão luminosa acaso as freguesias não se envolvessem e trouxessem à Festa as suas gentes, com as suas cantigas, arcos e carros alegóricos, alguns deles construídos, efectivamente, pelas próprias populações. Trazer as freguesias à Marcha envolve, acima de tudo, empenho, dedicação, é preciso cativar as pessoas, organizar a marcha que representa a freguesia, fazer ensaios, ensaiar coreografias. É uma festa feita da vontade das pessoas. Só dela depende, a bem da verdade, a realização e o sucesso das Festas Sanjoaninas do Concelho de Tabuaço. É preciso frisar.

religiosas foram sendo mantidas ao longo dos anos e as novas gerações têm feito por manter essas tradições. Isto para dizer que muitas são as romarias no concelho, no entanto, o S. João acaba por ser, como já referi, a maior não por ser a mais importante, porque todas as festas e romarias o são e têm a sua importância na Cultura Tabuacense, mas porque será, efectivamente, a que mais gente envolve na sua organização.

Do extenso programa, quais os momentos que destaca? Como referi anteriormente, a Marcha Luminosa, a Missa Solene a a Procissão em Honra de S. João serão, eventualmente, as actividades em programa que mais pessoas podem atrair. De qualquer das maneiras, há outros momentos muito interessantes: a Feira de Artesanato é uma das actividades que de ano para ano tem atraído mais gente; destacamos ainda a actuação da Gala de Final de Ano da Escola de Sol que conta sempre com “casa cheia” assim como todos os espectáculos da chamada prata da casa, como é o caso da Tuna de Tabuaço, a Banda de Música de Sendim ou a actuação da Universidade Sénior de Tabuaço. Este ano, temos também o espectáculo “Reis da Música Nacional” que, num só espectáculo, conta com a presença

Idosos de Tabuaço são estrelas no Youtube

José Silva, diretor da instituição conta ao VivaDouro que tudo começou em 2010 com uma animadora que o centro contratou e que começou a fazer uns vídeos para mostrar o antes e o depois da instituição. “Esse formato agradou-nos, vimos nessa ferramenta uma forma de nos darmos a conhecer e mostrar o trabalho que aqui fazemos. Quando entraram as duas novas animadoras pedi-lhes que continuassem a fazer os vídeos e realmente têm sido um sucesso”. A instituição, que conta neste momento com 20 idosos, tem um segundo lar onde residem mais 14 e presta ainda apoio domiciliário a 20, contudo,

há sempre tempo para fazer os vídeos, até porque, como nos diz a animadora Ana Raquel Pombo, “eles gostam desta azáfama, de terem que se vestir para o personagem, de tirar fotografias e fazer vídeos, para eles são momentos muito animados e isso fá-los sentirem-se melhor”. O problema, continua a animadora, “é o tempo que vai entre o fim das filmagens e o vídeo estar pronto, estão sempre ansiosos para ver o resultado final”. Um dos últimos êxitos destes atores foi a recriação de um videoclip da música “Despacito” mas, já antes, um vídeo de Natal se tinha transformado viral, contando já com cerca de 250 mil visualizações no Youtube. Deolinda Faria, José Gomes, Francelina de Jesus, o Sr. Matos e o Sr. Gomes são apenas alguns dos idosos que participam nestes filmes e com quem o VivaDouro falou. A alegria com que falam dos vídeos é evidente e deixam logo bem claro, “se não gostássemos não fazíamos”. Para os residentes do centro, participar nestas iniciativas é quase um elixir da vida, “Quando há assim qualquer coisa é uma alegria, parece que até ficamos mais novos, é uma alegria, faz-nos lembrar de quando éramos novos”. Também para os familiares, muitos emigrados e por isso impossibilitados de acompanhar estes idosos de uma forma mais próxima, os vídeos são positivos. “Eles gostam muito de nos ver, ficam felizes por verem que estamos bem e animados”, afirma um dos

elementos do grupo com quem falamos. Ana Raquel, a animadora, confirma que para os “familiares que estão longe, também é uma forma de os verem e o que nos dizem é que também gostam muito dos vídeos”. Para José Silva, estes vídeos são também importantes para o reconhecimento da instituição. “Os vídeos geram milhares de visualizações e isso é importante para a instituição porque normalmente, quando estas instituições são notícia é por maus motivos e neste caso é o contrário. Somos uma instituição de referência na região, basta ver a lista de espera que temos para perceber a quantidade de pessoas que gostava de estar aqui e como é óbvio, esta visibilida-

de também ajuda a esse reconhecimento. Em breve o Centro de Dia de Sendim vai ser ampliado, uma obra que está a decorrer e que irá aumentar a capacidade dos atuais 20 residentes para 36, um investimento que ronda os 2 milhões de euros. Para o diretor, José Silva, “Esta obra pretende dar ainda mais qualidade aos nossos idosos, é a nossa função, proporcionar condições dignas a quem vive connosco, a passagem dos idosos aqui não tem que ser curta. A nossa taxa de mortalidade é muito reduzida, em 2016, por exemplo, tivemos apenas um óbito e eu acredito que as condições que lhes damos e este tipo de iniciativas como os vídeos, ajudam a este registo”. ■ FOTO: DR

Em Tabuaço, a Associação Centro de Dia de Sendim é uma instituição que marca a diferença pela forma como trata os idosos que ali residem. Exemplo dessa diferença são os vídeos com milhares de visualizações que ali são produzidos e colocados nas redes sociais.


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6 VIVADOURO JUNHO 2018

Vários Concelhos

Mau tempo provoca estragos avultados no Douro Chuva forte, vento e granizo no final de maio, provocaram o caos na zona do Pinhão, Alijó. Sabrosa, Moimenta da Beira e Torre de Moncorvo foram outros concelhos afetados pela intempérie.

da Terrincha, local para onde foi enviada uma máquina retroescavadora para ajudar a retirar as massas de terra que ocupam a via, e que barravam a passagem a cerca de meia centena de veículos. O dia 1 de junho, ficou marcado por uma nova queda de granizo que causou estragos avultados em Vilar de Maçada e Sanfins do Douro, freguesias do concelho de Alijó. Quatro dias após a tempestade que destruiu cerca de 200 hectares de vinha na região, Alijó voltou a sentir a força negativa da natureza, sendo de esperar um aumento da área afetada pelo mau tempo.

Para Fábio Félix, um dos responsáveis da página do Facebook, Meteo Trás-os-Montes, e criador da página Luso Meteo, estas situações eram previsíveis “logo a partir das 11/12H do dia 28, quando se começou a ver forte instabilidade, com aguaceiros e trovoada intensa um pouco por toda a região de Trás-os-Montes e Beira Interior”. Para o meteorologista amador, os avisos do IPMA não foram adequados à situação previsível, “olhando aos acumulados das estações, e aos registos dos estragos penso que o aviso laranja seria o mais adequado. No mínimo amarelo era exigido, mas não houve qualquer aviso”. ■ FOTO CA

> N323 foi uma das estradas mais afetadas em Sabrosa FOTO Câmara Municipal de Sabrosa

Segundo José Paredes, Presidente da Câmara de Alijó, “cerca das 17:30 (do dia 28 de maio) começou a cair uma verdadeira tromba de água em especial na vila do Pinhão e ainda na zona das freguesias de Vale de Mendiz e Vilarinho de Cotas”. O autarca, em declarações ao VivaDouro, afirmou que “os estragos são avultados, por exemplo na Quinta do Noval, situada na freguesia de Vale de Mendiz, a produção de vinho deste ano foi praticamente destruída pelo forte granizo que ali caiu”, situação confirmada pelo nosso jornal junto dos responsáveis da propriedade que não prestaram mais declarações por não terem ainda finalizado a contabilização dos danos. José Paredes disse ainda que “o município está solidário com todas as pessoas afetadas, em especial os produtores mais pequenos, disponibilizando-se desde já para custear o primeiro tratamento curativo a que estas situações obrigam”. Contactada pelo nosso jornal, a Junta de Freguesia do Pinhão remeteu qualquer declaração para um comunicado enviado às redações onde se pode ler que “no dia 28 de maio, ao final da tarde, um fenómeno extremo de precipitação na vila do Pinhão que alagou a Rua António Manuel Saraiva em vários pontos, sobretudo na zona da estação ferroviária e na ponte rodoviária da N323/N222 que liga à Régua. Felizmente não há danos pessoais a considerar mas há diversos prejuízos em estabelecimentos comerciais e danos muito avultados nas vinhas envolventes à vila”. No documento pode ainda ler-se que o executivo “salienta a rápida resposta da Proteção Civil que rapidamente ativou não só a corporação de Bombeiros do Pinhão mas também outras corporações do concelho e da região com 78 operacionais e vários veículos de apoio. Esta pronta res-

posta, que contou também com a ajuda de muitos populares, permitiu que por volta das 22h00 a normalidade estivesse praticamente reposta na vila”. Em Sabrosa o mau tempo também se fez sentir de forma violenta, obrigando, inclusivamente, ao corte de algumas vias, em especial a estrada (N323), que liga aquela vila ao Pinhão. Segundo o departamento de comunicação da autarquia sabrosense, contactado pelo nosso jornal, “várias quintas foram afetadas pela queda de granizo” estando neste momento a ser feito um levantamento exaustivo de todos os danos causados para estudar possíveis medidas a tomar. Situada na N323, a Quinta do Junco foi uma das propriedades fortemente afetada pelo mau tempo. Contactada pelo VivaDouro, a responsável de comunicação da empresa proprietária da quinta confirmou que esta foi “uma das situações mais graves de que há registo”, levando a “estragos significativos que ainda estão a ser avaliados”. Ana Margarida Morgado afirmou ainda que “é tempo da região pensar em mecanismos de proteção para situações destas, à semelhança do que já se faz em outras regiões vinícolas do mundo como Bordéus ou Champanhe, em França”, contudo, continua a responsável “esta é uma preparação que deve ser feita pela região como um todo e não por apenas um ou outro proprietário, até porque estes fenómenos são cada vez mais recorrentes”. Também afetado pela chuva intensa foi o concelho de Moimenta da Beira onde choveu com intensidade “durante cerca de meia hora”, informou o autarca José Eduardo Ferreira que, no entanto, se mostrou aliviado por não se registarem “danos de grande relevância, apenas alguns deslizamentos de terras aos quais a Proteção Civil Municipal respondeu prontamente”. Ao VivaDouro o autarca confirmou ainda que “não chegou ao município qualquer aviso por parte do IPMA ou da Proteção Civil Distrital”. Em Torre de Moncorvo o mau tempo chegou apenas no dia 29 de maio mas causando também bastantes preocupações. Os vários deslizamentos de terra que se registaram na Estrada Nacional-103, que liga Torre de Moncorvo a Bragança obrigaram ao corte da via na zona da Quinta

> Vinha afetada pelo granizo


VIVADOURO JUNHO 2018

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Vários Concelhos

NERVIR em Bruxelas com produtores de Vinhos Douro e Porto

Do programa constou a realização de uma Masterclass, no dia 11 de junho, realizada pelo Somellier Steve Bette, em que foi apresentada a região e os vinhos Douro e Porto dos produtores presentes a uma plateia de importadores, jornalistas e opinion makers belgas. A Masterclass, assim como a Prova de Vinhos decorreram num salão do século XIX, no Palais des Colonies, local de fácil acesso e localizado numa zona verde e tranquila em Tervuren e em que estiveram

presentes as empresas, Quinta do Mourão, PNC - Parceiros na Criação, Sobredos (Aneto Vinhos), Quinta dos Lagares, D’Origem Vinhos, Quinta da Barca, Adega de Sabrosa, Monte São Sebastião, Domingos Alves de Sousa, Quinta das Lamelas, Coimbra de Mattos, Vinhos Teoria, Bulas Family Estates, Quinta Dona Doroteia e Excellus; foram muitos os importadores que apreciaram os vinhos do Douro e Porto dos produtores presentes, potenciado assim os negócios, principal objetivo desta missão. No dia 12 de junho, decorreu um almoço com jornalistas da imprensa belga da especialidade, com menu devidamente harmonizado com os vinhos dos produtores Soul Wines presentes; este almoço de imprensa teve lugar no Restaurante INADA. Esta Missão direcionada especificamente a importadores, está inserida num conjunto de ações que vão decorrer no presente ano, nomeadamente com Missões a Nova Iorque e Londres mas também com ações na Região, com a vinda de importadores e

leaders de opinião ao Douro para visita às quintas dos produtores aderentes. O projeto Soul Wines, insere-se no âmbito da candidatura ao Sistema de Incentivos

“Internacionalização das PME - Projetos Conjuntos”, para 2018, organizado pela NERVIR- Associação Empresarial, para promoção dos vinhos Douro e Porto. ■ FOTO: DR

Decorreu de 10 a 12 de junho a Missão Soul Wines Bruxelas, organizada pela NERVIR-Associação Empresarial, com um conjunto de ações direcionadas aos importadores belgas e imprensa especializada.

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VIVADOURO JUNHO 2018

Vários Concelhos

Governo deixa Douro de fora dos investimentos para 2030 A “metodologia do debate técnico e político” do Programa Nacional de Investimentos 2030 foi apresentada (dia 19 de junho) pelo Governo. Há já cerca de 40 projectos listados, metade dos quais ferroviários.

Vinhateiro com cidades históricas espanholas das regiões de Salamanca, Ávila e Madrid. Através do Douro, refere o documento, é possível ligar (ida e volta) o centro do Porto, Salamanca e Madrid em menos de um dia. O investimento referido para resolver este missing link é de 578 milhões de euros. O estudo tem apenas em conta o mercado dos passageiros e não o de mercadorias, constituindo este último um argumento acrescido, uma vez que o Douro é a ligação mais curta desde o porto de Leixões a Espanha e ao resto da Europa. O deputado do PSD, Luís Leite Ramos, em declarações à Lusa, anunciou que parlamentares

dos distritos de Bragança, Guarda, Porto, Viseu e Vila Real vão entregar na Assembleia da República um projecto de resolução sobre a linha ferroviária do Douro. “Esta recomendação visa, essencialmente, garantir que o Governo não vai continuar a fazer um veto de gaveta a todos os estudos que têm sido feitos e vai assumir com toda a frontalidade a análise desta questão”, afirmou o deputado, sublinhando o “potencial” desta via férrea, que hoje só existe entre o Porto e Pocinho, mas cuja modernização e reactivação da ligação a Espanha é uma matéria que “tem sido desvalorizada pelo Governo”. ■ FOTO: CA

O Governo iniciou a discussão pública sobre o Programa Nacional de Investimentos (PNI2030) para definir as prioridades dos investimentos infra-estruturais estratégicos de médio e longo prazo nos sectores da Mobilidade e Transportes, Ambiente e Energia. De acordo com fonte oficial do Ministério do Planeamento e Infraestruturas, serão realizados debates temáticos em todo o país de modo a obter contributos para esse desígnio. O debate arranca com cerca de 40 projectos de investimento já listados, dos quais metade são ferroviários. Entre eles estão a modernização da linha de Cascais, a quadruplicação do troço Braço de Prata - Chelas, a passagem a via larga da linha Espinho – Oliveira de Azeméis, a conclusão da modernização da linha do Algarve e

a duplicação do troço Bombel – Poceirão. A modernização do troço norte da linha do Oeste, entre Caldas da Rainha e Louriçal, bem como a modernização do ramal de Alfarelos à Figueira da Foz, são outros dos projectos previstos e que dão sequência aos investimentos do Ferrovia 2020 (actualmente em curso). Mas essa sequência pode não estar assegurada no caso do Douro. O projecto de electrificação da linha entre a Régua e o Pocinho, bem como qualquer estudo para a reabertura até à fronteira de Barca de Alva estão, para já, descartados pelo actual executivo apesar de um estudo da Comissão Europeia sobre ligações ferroviárias transfronteiriças chamar à atenção para o potencial da reabertura da linha do Douro em termos turísticos e de coesão social. O trabalho, realizado no âmbito das políticas de integração e coesão da comunidade europeia, analisou 365 ligações ferroviárias transfronteiriças, incluindo as que estão em operação, as encerradas e as que estão em falta (missing links), e identificou 48 ligações com maior potencial e geradoras de maiores benefícios económicos. Uma delas é precisamente a que permite ligar o vale do Douro à província de Salamanca, referindo o documento o elevado potencial turístico desta ligação, tanto pelas paisagens, como também por ligar a região vitivinícola do Douro

Joel Sartore fotografa animais do Douro para o projeto Photo Ark Fotógrafo da National Geographic esteve no Douro para retratar algumas das espécies que a sua “arca fotográfica” tinha em falta, como a toupeira-de-água e o chasco-preto, ambos em perigo de extinção.

cauda branca, “vive e nidifica nos murinhos dos socalcos das vinhas do Douro” e também integra a lista de espécies em vias de extinção para as quais o norte-americano quer chamar a atenção com este projecto de dimensões megalómanas. É nas propriedades da Symington que o Cibio tem a decorrer um estudo de monitorização destas aves, bem como de morcegos, “que controlam as pragas”. A Photo Ark está agora a cerca de dois terços

de ser terminada, algo que acontecerá quando as mais de 12.000 espécies animais em cativeiro estiverem totalmente retratadas. A exposição, que desde Outubro de 2017 ocupa várias salas da Galeria da Biodiversidade do Porto, com fotografias, vídeos e materiais educativos, pode ser visitada até 29 de Julho, e já inclui outros animais portugueses ou fotografados em Portugal, como o lobo-ibérico, a girafa-de-angola e a lebre-ibérica. ■ FOTO: DR

Desde Outubro de 2017, a “maior arca fotográfica do mundo” já acolheu mil novas espécies e o animal número 8000 é português. Joel Sartore, o criador da Photo Ark, da National Geographic, esteve em Portugal durante quatro dias no passado mês de Abril, e a toupeira-de-água (Pyrenean desman) ocupa agora um lugar de destaque no projecto que ambiciona a documentação de todas as espécies animais em cativeiro. Foi com Daniela Coutinho, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (Cibio-InBio) da Universidade do Porto, que o fotógrafo viajou por vários pontos do Norte do país em busca de algumas das espécies que tinha em falta. A toupeira-de-água,

capturada durante a noite num pequeno riacho e devolvida ao seu habitat natural por uma equipa de investigadores do Cibio, é um animal nocturno de pequena dimensão e está em vias de extinção. Na Quinta dos Malvedos, uma das propriedades do grupo familiar Symington, conhecido pelos vinhos do Porto, vivem algumas toupeiras-de-água, que estão a ser estudadas por um grupo de investigadores da secção de Lisboa daquele centro de investigação. Segundo a coordenadora executiva para as relações internacionais do Cibio, a população de toupeiras-de-água está “em franco declínio”. “Os números são assustadores”, diz: os estudos mostram que, nos últimos 20 anos, a população deste mamífero insectívoro decaiu perto de 60%. “E quase ninguém o conhece.” A União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) estima que existam apenas 10.000 exemplares em Portugal. Além da toupeira-de-água, “um animal inacreditável”, nas palavras entusiasmadas de Daniela Coutinho, Joel Sartore aproveitou o facto de se encontrar no Douro para fotografar o chasco-preto (Oenanthe leucura), uma ave “muito pequenina” conhecida como “o pássaro do vinho do Porto”. O chasco-preto, cujo macho se caracteriza por uma plumagem escura e uma


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Vários Concelhos

Festival da Cereja de Resende marcado pelo sucesso Resende foi palco para mais um Festival da Cereja onde, o fruto base da economia local foi divulgado em ambiente de festa com milhares de visitantes.

ainda mais a sua venda, dando resposta não só ao mercado nacional como lá para fora, em especial nos países onde existe uma forte presença de portugueses”. No certame, além da cereja a autarquia aproveitou ainda para divulgar os usos e costumes do concelho, bem como o seu doce tradicional, a Cavaca de Resende e o seu artesanato. ■

FOTO: DR

Na véspera do arranque do festival, uma forte chuva ainda assustou a organização, contudo, no dia do arranque o sol ajudou a destacar o brilho das toneladas de cerejas expostas em dezenas de bancas dos produtores locais. Para o autarca de Resende, Garcez Trindade, este festival é importante para a divulgação do produto mais cultivado no seu concelho. “A atividade agrícola da cereja é a que mais contribui para a sustentabilidade económica do nosso concelho e, como deve imaginar, isso significa quase tudo. A promoção da cereja de Resende foi feita à custa deste festival que foi potenciando este produto ano após ano, bem como os visitantes que aqui vêm durante estes dias, que avaliam a confiam neste produto”. O autarca não deixa ficar os créditos ao alheio e afirma que a cereja de Resende “tem um nível de doçura que nos difere das restantes, tornando-a melhor que todas elas”. Para Garcez Trindade, um dos problemas é a falta de escala de produção para uma maior penetração no mercado da exportação, dificuldade que está a ser trabalhada através de

um grupo que engloba várias instituições, entre elas a autarquia local e a Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (UTAD). “Temos uma candidatura em curso aos grupos operacionais no âmbito da produção de cereja que pretende dar origem a um manual de boas práticas no cultivo de forma a uniformizar a produção deste produto ganhando assim escala para expandirmos

Deolinda Monteiro Quinta do Formigal “É muito importante, como produtores, termos esta oportunidade de apresentar os nossos produtos. A nossa cereja é a melhor de todas, tem outro sabor, outra doçura, outra frescura e vem direta dos nossos pomares para aqui”.

José Sala Casa da Obra

> Garcez Trindade, autarca de Resende acompanhado de duas expositoras

“É importante para ajudar a escoar e a divulgar o produto que temos que é, sem dúvida, muito bom. Este ano a quantidade não é muita mas a qualidade é excelente. O nosso micro clima faz sobressair o sabor da cereja”.

Douro representado na 4ª Gala das 7 Maravilhas à Mesa A região duriense estará representada na 4ª Gala das 7 Maravilhas à Mesa com a gastronomia de três concelhos: Alijó, Tarouca e Vila Real. No total foram 182 as mesas candidatas à eleição das 7 Maravilhas à Mesa, tendo o jurí, composto por 77 especialistas e um conselho científico, eleito as 49 finalistas que agora serão colocadas à prova durante 7 galas, a realizar entre os dias 22 de julho e 16 de setembro, e que serão alvo de transmissão televisiva pela RTP. O projeto, desenvolvido em parceria com a AMPV (Associação de Municípios Portugueses do Vinho), e a AHRESP (Associação de Hotelaria, Restauração e Similares

de Portugal), conta ainda com o Apoio Institucional do Ministério da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, do Ministério do Mar, da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da Secretaria de Estado do Turismo e do Turismo de Portugal. O objetivo desta iniciativa é promover o melhor da gastronomia, vinhos, azeite e roteiros turísticos de cada região participante. “Vamos votar o prazer de estar à mesa e também o prazer de ir para lá, de lá chegar, de lá estar. Trata-se por isso de comer, de beber e de andar por roteiros turísticos, desfrutando do melhor que a vida tem para nos oferecer. Queremos harmonizar a gastronomia com os vinhos, mas também com o prazer de percorrer o país, descobrindo os encantos do enoturismo”, afirmou Luis Segadães, Presidente das 7

Maravilhas, na apresentação da edição deste ano que decorreu em Monsaraz. Uma novidade da edição deste ano, comparativamente à primeira edição, realizada em 2011, é a entrada em cena dos vinhos e dos roteiros turísticos, como forma de potenciar a gastronomia nacional. “Era inevitável que as 7 Maravilhas acabassem por entrar no território dos vinhos, que são fator diferenciador incontornável na promoção de Portugal além fronteiras, e regressar ao universo da gastronomia, que já elegemos em 2011 e que agora abre todo um novo leque de oportunidades de promoção ao ser aliado aos vinhos e aos roteiros e experiências que tornam a nossa mesa única no mundo”, afirmou Luís Segadães. Dos três concelhos do Douro que participam desta iniciativa, apenas Alijó irá receber uma das sete galas programadas, será a

12 de agosto e, além da mesa local estarão ainda em competição as mesas de Lajes das Flores, Albufeira, Beira Serra, Seia, Setúbal e Constância. Vila Real será o primeiro concelho a entrar em competição logo na primeira gala, em Reguengos de Monsaraz, já Tarouca só entra na competição a 2 de setembro, na última gala, que se realizará em Lagoa, no Algarve. Ao contrário do que acontece com Vila Real e Alijó, em que o promotor da mesa local é a própria autarquia, em Tarouca essa responsabilidade é do restaurante, A Tasquinha do Matias, situado junto à Ponte Fortificada de Ucanha. A final desta iniciativa que conta ainda com o Alto Patrocínio de Sua Excelência o Presidente da República, realiza-se a 16 de setembro na cidade algarvia de Albufeira. ■


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Vila Real

Domingos Nascimento Presidente da Agência Social do Douro

O ensino superior no Douro Sul e a sua importância para o desenvolvimento social e económico deste território A Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego é o nosso estabelecimento de ensino superior. É nesta Escola que muitos dos nossos conterrâneos têm obtdo a formação superior que há muito ambicionavam. Esta escola, a ESTGL, representa para o Douro Sul, proximidade, qualidade, mudança, desenvolvimento. A qualidade do ensino e a sua adequação às necessidades das empresas e das insttuiççes é certamente o ponto fundamental para o seu sucesso. Ao longo destes já bastantes anos a ESTGL teve um papel relevantssimo nesta região. Lamego tem nesta escola um importante pilar para a sua valorização. A cidade Douro Sul tem nesta insttuição de ensino superior a sua âncora da ciência e do conhecimento. O conhecimento é o grande fator de afrmação dos territórios e de fxação de pessoas. Façamos confluir para a ESTGL as nossas atenççes e estejamos dispon veis para oferecer horizontes e exijamos a construção de ainda cada vez mais novos caminhos para a região. Caminhos promotores de inovação, empreendedorismo e emprego. Importa, por isto, dar ainda mais valor à ESTGL e colocar este estabelecimento de ensino integrado no politécnico de Viseu, no centro das nossas atenççes. Ao futuro da região ajudaria muito termos por cá ensino superior cada vez mais robusto. Empresas, Insttuiççes e Poder Local devemos estar todos mais atentos e atvos na defesa da ESTGL . Façamos desta escola a centralidade da inovação deste território fantástcoo A cidade Douro Sul tem futuro !

Mais de 120 eventos animam verão em Vila Real No final do mês de maio foi apresentado, nos paços do concelho, o programa para o verão 2018 da cidade de Vila Real, composto por mais de 120 eventos, organizados pela autarquia e pelas associações e coletividades locais. Em média será um evento por dia entre junho e setembro, numa agenda que, segundo o autarca vila-realense, Rui Santos, é feita “a pensar nos munícipes mas também nos milhares de turistas que visitam a cidade”, ajudando a dinamizar a economia local, com destaque para o comércio tradicional. “O nosso objetivo é acelerar a felicidade dos vila-realenses”, conclui o autarca. A programação musical arrancou com um concerto dos HMB, no dia 13 de junho. A próxima banda a atuar na cidade serão os The Gift a 22 de junho, seguidos pelos Best Youth e Resistência a 27 e 28 de junho respetivamente. No dia do Emigrante, a 09 de agosto, Matias Damásio será a figura central. Ainda no mês de junho, entre 15 e 16, decorre o festival Rock Nordeste que terá lugar no Parque Corgo e

no Teatro de Vila Real, com entrada livre. Neste festival estão já confirmadas as presenças de Bonga, Manuel Cruz, Capitão Fausto e First Breath After Coma, que atua com a Banda de Música de Mateus. Aquele que será o ponto mais alto das festas, o 49.º Circuito Internacional de Vila Real, acontece entre os dias 22 e 24 de junho. O palco para a etapa portuguesa do campeonato do mundo de carros de turismo (WTCR), é já uma data indispensável para quem planeia visitar a cidade. Durante o mês de junho, vão ainda ser realizadas várias iniciativas à volta dos três santos populares. Para o Santo António, as freguesias do concelho e, pela primeira vez, os agrupamentos de escolas, estão a preparar marchas, que irão desfilar pela principal avenida da cidade. Entre os dias 08 e 13 decorre a Feira de Santo António, e, a 13 de junho, realiza-se ainda a tradicional feira de gado e o tradicional fogo-de-artifício. O São João vai ser festejado também no centro da cidade, numa iniciativa que junta os comerciantes e para o qual vão ver convidados a participar os pilotos que vão disputar as corridas de Vila Real. Para assinalar o São Pedro, realiza-se a tradicional fei-

ra, que inclui os pucarinhos de barro negro, e haverá ainda uma “Noite Negra”, uma festa em que os participantes terão que vestir de preto para homenagear a olaria de Bisalhães, cujo processo de fabrico foi recentemente classificado pela UNESCO. A agenda contempla ainda os projetos “Sons ao Largo”, com concertos que vão ter como palco o largo da Capela Nova, no centro histórico, o projeto “Arruada”, com espetáculos que decorrerão entre os meses de julho e setembro, na praça do município e outros locais do centro da cidade, bem como os Concertos de Verão do Teatro de Vila Real. O mês de setembro arranca com a terceira edição do Pitoresco - Festival de Graffiti e Street Art” e, incluído na agenda de verão, está ainda a maior romaria da região, a festa da Senhora da Pena, que é conhecida pelos seus andores de grandes dimensões. As festas incluem ainda eventos desportivos, como caminhadas, maratonas ou torneios de basquetebol, e as comemorações do 93.º aniversário da elevação de Vila Real a cidade, e são organizadas em conjunto com as escolas e associações culturais e desportivas do concelho. O presidente da autarquia, Rui Santos, referiu que o orçamento da animação preparada para este verão ronda os 130 mil euros, excluindo a organização do Circuito Internacional, que conta com o apoio de fundos comunitários. ■


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São João da Pesqueira

Liberty Seguros com presença na Pesqueira Desde o passado dia 14 de junho que a freguesia de Trevões, em São João da Pesqueira, tem um novo escritório da Liberty Seguros, inaugurado pelo agente Tiago Silva. Para Tiago Silva, agente Liberty Seguros desde 2008 na cidade de Peso da Régua, a abertura deste novo escritório faz sentido pois é aqui que tem as suas raízes e alguns dos seus clientes. “Sou natural deste concelho e resido nesta freguesia, por isso decidimos abrir este escritório aqui, pareceu-nos a aposta certa até porque já temos aqui alguns dos nossos clientes”. A inauguração deste novo espaço comercial é reflexo do empenho, dedicação e trabalho do agente, em Parceria com a Liberty Seguros, pretendendo, desta forma, criar melhores condições de trabalho. Essencialmente, visa receber mais condignamente os clientes e ter melhores instalações de trabalho. Para além disso, significa uma maior exposição para o mercado, ou seja, é um “sinal” claro de que a Empresa Tiago Silva - Mediação de Se-

guros & Serviços Lda., está a abrir portas, está a fazer uma franca aposta em expor-se mais aos clientes e quer continuar a vingar no mercado nos próximos anos. Na inauguração deste novo espaço estiveram presentes alguns directores da Liberty Seguros, bem como a Embaixadora Liberty Seguros, Aurora Cunha, além de outros representantes de Entidades Oficiais e diversos convidados. Parte integrante desta inauguração foi também uma visita ao Património Cultural e Religioso (Igreja Matriz, Património Nacional, Museu de Trevões e Museu de Arte Sacra), da Vila de Trevões. ■

> Tiago Silva e Aurora Cunha

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Moimenta da Beira | Lamego

VIII Jornadas da Cidadania debatem interior em Moimenta A autarquia de Moimenta da Beira organizou as oitavas Jornadas da Cidadania, uma iniciativa que durante os dois dias reuniu cerca de 200 participantes para debater o interior nas áreas da economia e território, apoio social e inclusão para a igualdade. No final desta edição o VivaDouro conversou com a vereadora Susana Lemos para fazer um balanço do evento. Terminadas que estão as oitavas Jornadas da Cidadania, qual o balanço geral que a autarquia faz desta organização? As VIII Jornadas de Cidadania envolveram um grande número de participantes que puderam assistir a 3 painéis com especialistas nas áreas da economia, do desenvolvimento territorial, emprego, envelhecimento ativo, inclusão e igualdade social. São temáticas que espelham preocupações centrais do município e dos parceiros do nosso território, que estiveram envolvidos em toda a organização do evento. Cremos que as comunicações e os debates permitiram valorizar o papel das instituições e qualificar os seus dirigentes, técnicos e todos os participantes em geral, pelo que fazemos um balanço muito positivo. Um dos temas em destaque foi a interioridade e a responsabilidade das autarquias do ponto de vista do emprego e do apoio social. Que ideias destaca deste debate? Foi um debate profícuo, na medida em que se

analisou a situação atual e se destacaram alguns problemas relacionados com a interioridade, mas também se apontaram soluções e propuseram ações concretas que possam contrariar as assimetrias existentes no território nacional. A criação de emprego é uma responsabilidade das autarquias e constitui uma preocupação permanente do Município de Moimenta da Beira. Porém, essa responsabilidade não significa a criação direta de postos de trabalho, mas passa antes por proporcionar condições para que as diferentes organizações criem emprego. No debate reforçou-se a necessidade de se definirem e aplicarem políticas públicas concretas para o interior, que promovam uma verdadeira descentralização, em prol do desenvolvimento e da coesão territorial. Destacou-se igualmente a necessidade de se adotarem medidas “radicais” para contrariar situações limite, quase de não retorno, e que prejudicam não apenas o interior, mas o país na sua totalidade, por não se valorizar e aproveitar o que as regiões do interior têm de melhor, e que é tanto, em tantos domínios. Na intervenção de Jorge Coelho sobre a coesão territorial, o ex-ministro referiu alguns dados que espelham a desigualdade entre o litoral e o interior. O que falta fazer para criar oportunidades que ajudem a fixar e atrair os mais jovens? Qual o papel da autarquia nesse processo? Em Moimenta da Beira entendemos bem o papel de cada um no processo de desenvolvimento, não permitindo a usurpação do espaço que cada parceiro deve ocupar, na respetiva esfera de ação. Uma aposta ainda mais forte nos nossos melhores produtos é essencial para sustentar uma política de investimento, na qual o Município tem um papel cada vez mais preponderante, seja ao nível da definição estratégica, seja no acompanhamento dos diversos projetos em curso. As políticas públicas assumem um papel de facilitação e de equilíbrio entre os diversos interesses legítimos, indispensável à prossecução do interesse comum. É essencial que sejam assumidas decisões de mais longo prazo, que ultrapassem os ciclos políticos,

envolvendo recursos próprios, humanos e materiais, que pertencendo ao concelho e à região, têm sido sistematicamente deslocados para fora dos nossos territórios, tornando-nos, deste ponto de vista, uma região extrativa, com todas as nefastas consequências daí decorrentes. Iniciativas como a organização destas jornadas são importantes para colocar estes temas ao debate público. Acredita que possam também ser o ponto de partida para a mudança que se pretende? Qualquer mudança significativa só se verifica se as pessoas estiverem informadas e este evento tem também esse objetivo, de proporcionar aos participantes a oportunidade de ampliar conhecimentos, mas também a oportunidade de reflexão e de debate público acerca de preocupações reais, o que permite certamente capacitar para a ação. Estas iniciativas não levam à mudança por si só, mas constituem um forte contributo. Mais uma vez, a edição deste ano contou com uma mostra das associações e coletividades do concelho. Considera uma aposta ganha? As instituições do concelho foram sempre envol-

vidas, desde a primeira edição, na organização das Jornadas de Cidadania. Um dos propósitos é precisamente permitir debater problemáticas que apelam à participação ativa e ao envolvimento de todos. O Município valoriza muito a autonomia das instituições e promove permanentemente o trabalho em parceria, em prol da inclusão, da igualdade, da coesão e do desenvolvimento do território e do bem-estar das pessoas. Este envolvimento é o que dá sentido à realização destas Jornadas e é muito valorizado pelas organizações, que mostram sempre muito interesse e toda a disponibilidade para participarem ativamente. Apresentam uma brilhante Mostra de Serviços e Produtos que enriquece grandemente o evento e que reflete bem a qualidade do trabalho que todos desenvolvem, todos os dias, junto dos seus públicos. Para concluir, a próxima edição já está a ser planeada? Sim. Cada edição começa a ser planeada imediatamente a seguir à realização da anterior e envolve sempre a participação dos parceiros sociais em articulação com as diferentes instituições do concelho. ■

> Susana Lemos, José Eduardo Ferreira e Jorge Coelho

Oitava edição do Zigurfest já tem nomes e novidades O oitavo ZigurFest já tem data e nomes, o festival que se realiza na cidade de Lamego regressa entre os dias 29 de agosto e 1 de setembro com algumas novidades. Entre as confirmações já anunciadas temos David Bruno que irá apresentar o seu trabalho mais recente O Último Tango em Mafamude, aos lamecenses. Num tom diferente, mais rock e garage

chegam, diretamente da margem sul, os Moon Preachers. Já da própria Zigur Artists, os Bardino traçam pontos comuns entre o jazz, o prog e o funk. A estes juntam-se ainda a libertação pop-punk de Vaiapraia e as Rainhas do Baile; a “música de pancada” de Scúru Fitchádu; a motrik incessante das Savage Ohms; a house onírica dos Terra Chã; e a ferocidade noise-rock deste empreendimento portuense que dá pelo nome Sereias. “À semelhança do que tem vindo a ser habitual nos últimos anos, este espírito de descoberta volta a estender-

-se à cidade, com a promessa de que voltaremos a visitar locais tão únicos, quanto improváveis”, afirma a organização do festival que se confessa conservadora quanto ao objetivo do evento, “mantemos, como sempre, uma perspectiva de risco que se quer saudável, tentando sempre fazer algo diferente de um ano para o outro. O que não muda é o caminho a seguir. Seguimos de forma paciente, sempre a olhar em frente sob o signo da descoberta, do novo, do desafiante - para nós, para as bandas e para a cidade. Não faria sentido de outra forma e é

por isso que aqui a música se apresenta sem rótulos nem géneros, apenas com a urgência de ser descoberta e experienciada em plena comunhão”, avança a organização. A edição deste ano do Zigurfest conta ainda com duas novidades, a entrada será livre em todos os concertos do festival e, para aqueles que quiserem montar tenda em Lamego durante o mesmo, o campismo será também gratuito. O restante line-up e todas novidades sobre a edição de 2018 serão anunciadas nos início de Julho em conferência de imprensa no Porto. ■


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Destaque VivaDouro

Encerramento de colégio gera revolta na Régua

No concelho de Peso da Régua, uma das instituições de ensino com maior reconhecimento é o Colégio Salesiano de Poiares, situado n tuição afetando alunos, professores, funcionários e a economia de uma zona do interior. Texto e Fotos: Carlos Almeida

O dia 15 de junho foi o último dia de aulas e foi também o último dia de portas abertas para este colégio que funcionava no regime de contrato de associação com o Ministério da Educação. Com as alterações a esses contratos de associação, o colégio perdeu turmas e, devido às novas regras de domiciliação fiscal, os alunos de, por exemplo, Vila Real, já não podem ir para ali estudar. Enquanto quase todas as aldeias do interior perdem serviços e população, para Poiares o percurso era inverso. Ali chegavam alunos, professores, funcionários da Régua, de Vila Real e de outros concelhos próximos. A revolta pelo encerramento foi espelhada numa manifestação que juntou alunos, pais, professores, funcionários, autarcas e muita população. As lágrimas e os rostos fechados, os olhares tristes e os gritos de revolta foram muitos à porta de um colégio que, todos afirmam ser uma instituição de referência no ensino da região. Com 27 anos de serviço, Maria José Magalhães é a funcionária mais antiga do colégio, questionada pela nossa reportagem sobre o sentimento que tem ao ver este estabeleci-

mento encerrar, Maria José ainda esboça uma tentativa de resposta mas as lágrimas logo lhe começam a escorrer pelo rosto e a voz perde-se com elas. “É muito triste… É a gente sentir que no nosso dia-a-dia demos tudo, sentimos o agradecimento dos meninos que passaram por cá e que vamos encontrando na rua, e de repente parece que deixamos de ser úteis, cortaram-nos as pernas. Ficamos sem saber o que fazer da nossa vida”, diz, já recomposta. Também Vitor Pinto, funcionário dos Salesianos de Poiares há seis anos se sente revoltado com esta decisão do Governo. “No fundo é um sentimento de revolta. Como escola fizemos um papel muito importante ao longo destes anos, servimos o Estado e agora esse mesmo Estado está a destruir o nosso projeto, sem qualquer objetivo, é simplesmente o destruir por destruir. É uma camisola que custa tirar. Quando vim para cá gostei do projeto e abracei-o como um projeto de vida. Era isto que eu gostava que todas as escolas fossem e agora estão-nos a deixar na mão porque não nos deixam fazer o nosso trabalho. Simplesmente estão a dizer aos Salesianos que não nos querem cá”.

> Os alunos não contiveram as lágrimas na hora da despedida

Carla Fernandes é professora em Poiares há 20 anos e também a docente nos fala da revolta que sente, “é um sentimento de devastação, angustia e tristeza. Se estivesse a sonhar acordaria sobressaltada. Infelizmente não é uma miragem, é uma realidade com a qual nos temos de deparar neste momento. Não há palavras para descrever o que se sente. Agora é esperar e fazer o que fazem os senhores deputados, eles vivem de ajudas de custo, eu vou viver do subsídio de desemprego, pelo menos enquanto espero que abra um buraco numa escola onde possa entrar.” Antigos e atuais alunos e pais não calam a indignação “O meu pai é antigo aluno, eu sou antigo aluno, os meus irmãos também e a minha filha também já é antiga aluna e eu quero que o meu filho mais novo também estude aqui. Aquilo que pedimos é que se cumpra a Constituição e que nos dêem liberdade de escolher onde queremos que os nossos filhos estudem”, as palavras são de Jorge Teixeira, um dos pais que mais evidencia a sua revolta. “Este colégio é um exemplo, um caso único do combate à desertificação e um caso único em termos de ensino porque consegue fazer com que os alunos queiram vir para cá estudar, consegue trazer gente para esta aldeia e não vêm por outra razão que não a qualidade de ensino que lhe reconhecemos. Se não reconhecesse essa qualidade, como antigo aluno, não colocaria aqui os meus filhos a estudar”, conclui Jorge Teixeira. Num abraço de grupo, tentando minimizar o sofrimento, encontramos quatro alunos do colégio, Francisca Lopes e Lara Sanches de 10 anos e Mariana e Gonçalo com 11 anos. Enquanto nos aproximamos é difícil não perceber que enquanto se abraçam, os 4 alunos choram compulsivamente e a perspetiva de irem estudar para Vila Real e Régua só faz aumentar a sua tristeza. “Sentimo-nos mal, aqui temos mais segurança e conhecemos toda a gente, numa escola maior isso não acontece”, afirma um dos alunos à nossa reportagem, enquanto um outro afirma “aqui a relação com os professores é muito próxima, brincam connosco no recreio e se vêm alguém mais desanimado tentam logo animar”. Desta escola destacam não só a proximidade com colegas e professores mas também a qualidade do ensino, as instalações e o sentimento de segurança que dizem possuir.

> Vista dos campos e pavilhões do colégio

Foi tudo isso que fez com que Carolina Correia opta-se por estudar nesta escola a partir do seu sétimo ano. “Até ao sexto ano andei numa escola pública, só vim para aqui no sétimo ano e, na escola pública não se preocupam com os alunos como aqui. Fui vítima de bullying e a direção da escola não quis saber, mesmo depois de verem o relatório da psicóloga que apontava não só maus tratos psicológicos como mesmo físicos. Acabei por tomar a iniciativa de vir para aqui e aqui fui feliz, não tenho a mínima razão de queixa e, mesmo chegando aqui com todos os problemas que cheguei, todos me receberam da melhor forma, os professores estavam sempre preocupados comigo, senti-me em família”. Atualmente a irmã de Carolina é aluna do colégio e a possibilidade da irmã ter que frequentar a escola onde foi vítima dos colegas preocupa-a. “É triste saber que esta escola vai fechar e ver a minha irmã, que aqui estuda, a ser obrigada a ir para uma escola onde eu sofri o que sofri, preocupa-me muito”. Mudança de escola preocupa Uma das maiores preocupações dos pais


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Destaque VivaDouro

na aldeia que lhe empresta o nome desde que foi criado, há 94 anos. Agora, um decreto governamental ditou o encerramento da insti-

FOTO: CA

é mesmo a mudança de escola para um estabelecimento de ensino público onde a proximidade entre docentes e alunos não é a mesma, bem como os métodos de ensino.

“Tenho dois filhos e os dois estudam aqui. O mais velho anda no 9º ano e já ia sair daqui mas o mais novo está apenas no 5º ano e agora vai ter que ir para a Régua. É mais uma preocupação para mim, mais uma inse-

> Para alunos e famílias a despedida foi de tristeza

gurança. Vai ter que se pôr a pé mais cedo e vai chegar mais tarde, uma situação que pode baixar o seu rendimento até porque vai chegar mais cansado a casa”, afirma Maria José Magalhães. A também funcionária do colégio diz ainda que receia que esta mudança desmotive o filho para os estudos. “Também fico preocupada com o meu filho mais novo porque ele não quer mudar de escola e isso pode desmotivá-lo nos estudos. Aqui os miúdos conhecem-se todos, é como uma família, na Régua as coisas são diferentes e há outros problemas que me preocupam como a segurança dele”. Para a professora Carla Fernandes, esta situação é preocupante porque os alunos estão habituados a um sistema que não irão encontrar na suas novas escolas. “A grande diferença desta escola é que tudo é feito a pensar nos alunos, desde o horário até à forma coma as disciplinas são lecionadas. Os alunos aqui são responsabilizados pelos seus atos e, se, por exemplo, um aluno não quer fazer desporto, pode fazer teatro ou outra atividade qualquer, a certeza é que desde que aqui entram até que saem têm o dia todo ocupado e todos se conhecem, por isso, se um aluno meu falta eu ligo logo aos pais a saber o que se passa, isto se os pais não ligarem primeiro a informar como muitas vezes acontece. Os trabalhos de casa também são feitos aqui e assim, quando saem, têm tempo para estar com a família, que também é muito

importante para o seu desenvolvimento”. No meio da tristeza, com os olhos lacrimejantes e a voz meia embargada, Vitor Pinto confessa-se também preocupado com os alunos que agora são forçados a deixar o estabelecimento de ensino mas espera que estes alunos consigam ser felizes. “Tenham força e sejam felizes. O nosso objetivo aqui era esse, fazê-los felizes, fazer deles homens e mulheres de valor e com valores. Tudo o que nós lhes ensinamos que seja bom para o futuro deles”. Desemprego, uma porta que se abre Para lá dos mais de 200 alunos afetados por este encerramento, o fecho de portas do colégio irá atirar para o desemprego quase 50 pessoas (25 funcionários e 21 docentes), afetando drasticamente a economia desta aldeia do Douro Vinhateiro. “Vai ser uma grande perda para esta e as aldeias vizinhas. Isto toca praticamente todas as famílias porque há sempre alguém que tem um familiar que anda no colégio ou vai perder o emprego”, afirmou Paulo Primo, Presidente da União de Freguesias Poiares-Canelas. Paulo Primo referiu ainda que a maioria dos funcionários é destas localidades e explicou que há também pequenos negócios, como a padaria, a garagem ou venda de produtos agrícolas, que prestavam serviços para a escola. Na região, não existem alternativas de emprego e, por isso, Paulo Primo está “muito preocupado” com as

> Os avós dos alunos também se juntaram ao protesto


16 VIVADOURO JUNHO 2018

Destaque VivaDouro

repercussões sociais. Um desses exemplos é a professora Carla Fernandes que após 20 anos a trabalhar no colégio, com casa comprada nas proximidades, vê agora a saída da aldeia, não como uma forte possibilidade mas como uma certeza. Quando vim para aqui pensei que seria para a vida porque encarei esta escola como uma escola pública com gestão privada, uma escola onde encontrei mais alunos carenciados do que a escola pública onde estava. Acabei por comprar casa aqui e fazer aqui a minha vida, agora é esperar e ver o que o futuro nos guarda. Ir embora não é uma hipótese, é uma certeza se quero trabalhar. Também Maria José Magalhães, funcionária há 27 anos no colégio, se depara agora com o desemprego e todas as angustias que esta situação pode provocar. “Preocupa-me o ficar sem emprego porque não sei que condições terei para sustentar os meus filhos, para por exemplo, os pôr a estudar na universidade. Esta área está cada vez mais despovoada e com o encerramento do colégio a situação pode piorar, até porque não há empregos para toda a gente e as pessoas podem ver-se forçadas a sair daqui”. Autarca indignado com falta de respostas Presente na manifestação que se realizou no último dia de aulas do colégio, estava o autarca reguense José Manuel Gonçalves, que começou por afirmar que ainda acredita que “esta situação pode ser revertida, bastando para isso um decreto, tal como foi feito para o encerramento”. Contudo, o autarca não deixou de criticar duramente os elementos do Governo pela falta de respostas e tempo para discutir este assunto. “Aquilo que quero dizer aos nossos governantes, a partir do nosso concelho, é que, se esta decisão não for revertida, escusam de vir para aqui apregoar a coesão territorial. Isso é uma mentira. Se quiserem ter essas verdadeiras políticas de coesão tinham aqui um exemplo a dar”, continuou o autarca.

José Manuel Gonçalves afirmou mesmo que é uma falácia que se continue a falar de políticas para a coesão territorial quando depois se encerra e retira serviços essências das zonas mais desprotegidas. “Continuamos, do ponto de vista teórico, a apregoar a coesão territorial e depois na prática temos exemplos como este colégio. Este é um colégio de excelência com um projeto que é reconhecido na comunidade local mas também nos grandes centros urbanos da região como Régua e Vila Real, e quando temos muita gente de lá que gostaria de ter aqui os seus filhos a estudar devíamos olhar para esta instituição como um exemplo, um exemplo de excelência, do trabalho e das capacidades de quem aqui trabalha. Não podemos ser cegos e acho que infelizmente estamos mais uma vez a ser cegos. Olhar para um colégio como este, um equipamento destes e o seu projeto educativo sem, de facto, lhe dar o devido valor, é ser cego. Levar equipamentos e serviços dos meios rurais para as cidades é fácil mas aqui acontece o contrário, os alunos das cidades querem vir para aqui estudar porque reconhecem o valor desta escola. Este é um dos exemplos que se deve apresentar quando se fala de desertificação do interior como um exemplo daquilo que se deve fazer para contrariar a tendência. Com este encerramento o que estamos a dizer é que esse trabalho, esse investimento não é necessário. Não admito que alguém, sentado na sua secretária, faça despachos que levem a que isto aconteça. Como autarca não o posso admitir”. Para lá do encerramento, a falta de disponibilidade é, para o autarca reguense, uma falta de respeito para com o Presidente da Câmara mas também com os seus munícipes. “Desde já quero deixar o meu lamento porque até agora nenhum elemento do go-

verno teve disponibilidade para receber um presidente de câmara. Já pedi à Sra. Secretária de Estado, ao Ministro e inclusivamente já interpelei o Primeiro-Ministro sem qualquer resposta até ao momento. Há uns meses recebi o Ministro da Educação na Régua e tive o cuidado de falar sobre este problema, ao que me respondeu que ia encaminhar este caso para a senhora secretária de estado para que ela me recebesse mas até agora não teve 5 minutos para essa reunião, considero inaceitável não receberem o Presidente da Câmara da Régua para discutir, olhos nos olhos este problema, fosse a que horas fosse, fosse dia ou noite, não pus entraves ao horário a que poderia acontecer”, afirmou o autarca, acabando mesmo por concluir que “quando tivermos cá gente do governo, eu não me vou disponibilizar para os receber porque, se não tiveram disponibilidade para me receber a mim daqui para a frente eu também não a terei”. Uma das razões apontadas para o encerramento do colégio, englobado nos contratos de associação, é a despesa que o Estado tem que suportar para o seu funcionamento,

contudo, segundo o autarca e outros presentes na manifestação essa é outra falácia que procura apenas alimentar a opinião pública justificando o injustificável. “Quero ainda sublinhar uma outra coisa, uma daquelas mentiras que, contadas muitas vezes até parecem verdade, isto não é um colégio para ricos, este é um colégio da região com alunos de todos os estratos sociais. Quando verificamos que 50% destes alunos recebem apoio social verificamos que este não é um colégio para ricos. Este colégio não fica mais caro ao Estado, ao contrário do que se diz. Quando fazemos contas devemos fazê-las de forma séria, este equipamento não recebe um cêntimo do Orçamento de Estado, tudo o que aqui está e que aqui é feito é suportado pela comunidade salesiana”, afirmou José Gonçalves. Também Jorge Teixeira, um dos pais presentes no protesto, refere as questões económicas para contestar o encerramento. “É fácil pegar no dinheiro público e injetar nos bancos e pagar altas rendas à EDP, nós não queremos nada disso, queremos uma porta aberta num estabelecimento de ensino que fica muito barato ao Estado”. José Manuel Gonçalves revelou ainda que já chamou os deputados da Assembleia da República, eleitos no círculo de Vila Real para que se juntem a ele nesta luta e que novas medidas de protesto serão discutidas pelo executivo camarário e pela Assembleia Municipal. “Chamei os deputados do nosso distrito com assento na Assembleia da República e disse-lhes que está na altura de fazerem alguma coisa, de se juntarem a nós nesta luta desigual para que consigamos ser ouvidos. Tentamos resolver isto de forma institucional, tentamos alertar quem de direito para o caso, agora é altura de discutirmos outros caminhos e isso será feito em reunião de câmara e na Assembleia Municipal”. ■


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Duas centenas de participantes animaram o 8º Jantar Monástico Na sua oitava edição, o jantar monástico é já parte essencial do programa cultural tarouquense, atraindo muitos visitantes ao concelho que assim têm a oportunidade de ficar a conhecer o Património Cultural do Vale do Varosa. Realizada no Mosteiro de Santa Maria de Salzedas, a oitava edição do Jantar Monástico bloqueou as reservas três semanas antes do evento por estarem completas as 200 inscrições disponíveis. “O Jantar Monástico é já uma marca de Tarouca, ano após ano cresce o interesse por este evento e vem sendo normal que, quase a um mês de distância do evento nos vejamos obrigados a fechar as inscrições por atingir o limite máximo de participantes”, afirmou José Damião, vice-presidente da autarquia tarouquense. A reportagem do VivaDouro esteve no local do evento onde encontrou o Diretor do Museu e Coordenador do Projeto Vale do Varosa, Luís Sebastian que nos falou da dificuldade em organizar este jantar.

“O Jantar Monástico é um jantar temático que já vai na sua oitava edição, como tal, já temos a obrigação de o organizar sem grandes problemas, no entanto, não há dois anos iguais, as pessoas são diferentes, apesar de já termos alguns que repetem a experiência, por isso temos sempre que nos adaptar ao público que temos. Em termos logísticos esta organização é um pesadelo porque temos que servir 200 pessoas, num espaço que não tem estrutura própria para tal, não temos cozinha ou espaço de catering, por exemplo, e isso tem que ser tudo montado aqui de propósito para este evento que apenas acontece uma vez por ano. Obriga a um trabalho muito preciso de organização, ainda para mais porque são muitos elementos, são diversas entidades envolvidas que é necessário coordenar”. Contudo, Luís Sebastian também nos contou que, de ano para ano, alguns aspetos vão sendo melhorados e, o feedback que recebem do público é muito positivo, dando força para repetir no ano seguinte. Quem participa neste evento, participa em algo muito mais vasto do que um simples jantar, o programa começa logo a seguir ao almoço com uma série de visitas aos monumentos do Vale do Varosa, passando por

locais como a Ponte Fortificada de Ucanha, o Mosteiro de São João de Tarouca ou o local onde tudo termina, o Mosteiro de Santa Maria de Salzedas. Para Luís Sebastian, o público que participa nesta iniciativa procura algo diferente, uma experiência que os envolva e de onde possam retirar alguns ensinamentos. “O público que aqui vem procura um dia diferente, uma experiência diferente, vem à procura de conhecimento e de história, isto num ambiente de descontração e convívio, se bem que ao mesmo tempo falamos de coisas sérias. É uma forma das pessoas conhecerem a rede de monumentos do Vale do Varosa, através de visitas guiadas que têm uma base científica séria e fiável. Ou seja, num só dia conseguimos associar o elemento sério ao lúdico”, afirma o diretor do Museu de Lamego, concluindo ainda que o jantar é uma forma de “juntar um grupo alargado de pessoas que festejam a nossa herança cultural, o nosso património cultural, a nossa história, apreciando-a e aprendendo”. Por sua vez, José Damião destaca o elevado número de turistas que este evento atrai e aquilo que essas pessoas levam no regresso a suas casas, mais conhecimento sobre a nossa história, o nosso património e a nos-

Tarouca

sa cultura. “É importante dar a conhecer o nosso património cultural e os nossos monumentos porque, infelizmente, ainda não são muito conhecidos. Os nossos monumentos não são um conjunto de pedras mortas, são locais que nos contam a nossa história e isso é sempre importante recordar. Cerca de 80% dos participantes são de fora o que leva a que as pessoas passem cá o fim de semana e isso é muito bom para os negócios do nosso concelho porque essas pessoas vêm cá e gastam cá o seu dinheiro”. ■

Emblemas da Primeira Liga abrilhantam torneio de futebol em Tarouca Nos passados dias 16 e 17 de junho, a cidade de Tarouca foi palco de um torneio de futebol em juniores, um evento onde participaram, entre outros, o GD Chaves, Os Belenenses e o CD Tondela. O torneio, que se realizou no Complexo Desportivo de Tarouca foi disputado debaixo de muito calor, tanto que os jogos da parte da tarde acabaram por sofrer um ligeiro atraso, tentando assim escapar ao pico de calor. Para Duarte Lobo, coordenador do torneio, “este torneio tem duas valências muito grandes, a primeira é o facto de valorizar este clube, o Sport Clube de Tarouca, que tem apenas quatro anos de existência no futebol de camadas jovens, depois para também valorizar esta modalidade, o futebol, no nosso concelho. Também é importante o facto de trazermos cá estes clubes, a grande maioria destas pessoas não conhecia a nossa cidade e esta é também uma forma de lhes mostrar o que aqui temos”.

Duarte Lobo destacou ainda o apoio da autarquia local na organização do evento, o maior que o clube, com apenas quatro anos de existência, organizou até hoje. “Nunca tínhamos organizado nenhum evento desta dimensão. Da parte do município houve toda a disponibilidade para ajudar nesta organização, e isso é muito importante para nós”. Da parte da autarquia, o Vice-Presidente, José Damião, presente no complexo, sublinhou a importância da prática de desporto, em especial entre os mais novos, “a aposta no desporto é muito importante para nós, por isso apoiar a realização de eventos como este é uma forma de fomentar esta prática entre os mais novos”. Outra ideia partilhada entre o coordenador do torneio e José Damião, é a dimensão dos adversários e a sua preparação. “Uma vez que estas equipas já têm mais tempo de trabalho podemos sempre aprender com eles, no interior já se faz muito e muito bem mas podemos sempre melhorar, em especial no nosso caso que estamos aqui ainda há pouco tempo. Estes atletas estão no seu último ano de formação e há sempre a possibilidade, num evento destes, de se mos-

trarem e conseguirem chegar ao nível profissional por convite de uma destas equipas”, afirma Duarte Lobo, concluindo que, “se quisesse que eles acabassem os jogos felizes teríamos convidado equipas mais fracas, a ideia aqui não é essa, é estimulá-los a fazer mais e melhor, daí trazermos equipas deste patamar. “Terem oportunidade de jogar contra equipas de renome a nível nacional é estimulante para eles, não só para continuarem a praticar desporto como para tentarem fazer cada vez mais e melhor. Não aparece um Cristiano Ronaldo todos os dias mas a presença des-

> Tiago, Luís Correia e Duarte Lobo

tes clubes de primeira liga aqui é importante porque podem ver potencial em algum dos nossos jovens e levá-los para as suas equipas”, concluiu o vice-presidente da autarquia à nossa reportagem. Também Luís Correia, presidente do Sport Clube de Tarouca, não escondia a sua satisfação, “é com grande orgulho que conseguimos trazer estas equipas aqui e ver os nossos atletas a jogar contra eles”, afirmou, concluindo que ”o pensamento é sempre melhorar, ano após ano, e um torneio internacional é algo que está no nosso horizonte”. ■


18 VIVADOURO JUNHO 2018

Alijó

Multiópticas Patrícia Vaz

Optometrista (Ótica Oliveiras Multiopticas Lamego, Peso da Régua, S. João da Pesqueira e Albergaria a Velha)

Toxoplamose Ocular

O presidente da Câmara de Alijó, José Paredes, assumiu a presidência da Agência de Desenvolvimento Regional do Vale do Tua tendo como principal desafio de colocar em marcha o plano de mobilidade e o regresso do comboio. Responsável pelos projetos de desenvolvimento desta zona de Trás-os-Montes, a agência foi constituída nas contrapartidas pela construção da barragem de Foz Tua, com uma presidência rotativa de um ano entre os cinco municípios abrangidos: Murça e Alijó, no distrito de Vila Real, e Mirandela, Vila Flor e Carrazeda de Ansiães, no distrito de Bragança. Além dos cinco municípios, também a EDP, concessionária da barragem Foz-Tua, faz parte da agência financiando vários projetos, o mais emblemático dos quais é o Plano de Mobilidade Turística e Quotidiana, que continua à espera de luz verde para arrancar, apesar das condições estarem reunidas no terreno. Apesar de a rotatividade ser feita ao final de cada mandato, o anterior presidente, Fernando Barros, presidente da Câmara Municipal de Vila Flor, permaneceu no cargo durante dois mandatos na tentativa de resolver o impasse da implementação do Plano de Mobilidade, contudo, mesmo tendo conseguido alcançar um acordo entre as partes, o Tua continua à espera dos prometidos barcos e do comboio. Este Plano de Mobilidade foi a principal contrapartida imposta à EDP, há sete anos, pela construção da barragem, que está concluída, assim como as infraestruturas necessárias para aquele que é apontado como “o projeto mais ambicioso deste território”. Cabe agora ao autarca de Alijó, José Paredes, “garantir que o processo continua a decorrer a bom ritmo de forma a assegurar que todas as contrapartidas exigidas pela construção da

barragem são implementadas no território”. “A agência tem sido um exemplo de união para a região e para o país, um projeto que exige da liderança uma visão não concelhia mas territorial, neste momento a minha missão é defender os interesses das populações dos cinco municípios que integram o Vale do Tua”, considerou. A exploração turística da nova albufeira que resultou da construção da barragem, o regresso do comboio à Linha do Tua, e a mobilidade quotidiana das populações ribeirinhas, são partes integrantes do plano que se pretende que entre em vigor com a maior celeridade. A agência conseguiu um acordo com o Governo para garantir a manutenção e exploração em segurança da linha do Tua, entre a Estação da Brunheda, Carrazeda de Ansiães, e Mirandela. Um projeto que envolve entidades públicas e privadas ficando a gestão a cargo da agência, com a Infraestruturas de Portugal, que continua a ser a dona da ferrovia, garantindo as condições para a manutenção e segurança. A exploração turística foi entregue, com 10 milhões de euros disponibilizados pela EDP, ao operador privado Mário Ferreira, empresário dos passeios de barco no Douro, e que tem as infraestruturas prontas há um ano e estando neste momento a realizar os testes de segurança necessários para reabrir a linha. A incógnita continua a ser quando será dada luz verde pelas entidades oficiais para o projeto avançar no terreno. Serão ainda necessárias outras intervenções ao longo do canal da linha, como a retirada de blocos que ameaçam queda nas encostas do Tua e a prevenção de futuros deslizamentos. Estes trabalhos contemplam a instalação de equipamento informático, através de fibra ótica, para detetar o movimento de blocos ao longo dos taludes, além de drenagens e reabilitação dos carris entre o Cachão e Mirandela. Trabalhos para os quais a EDP afirma ter já disponibilizado cerca de 3,5 milhões de euros. Por esclarecer está ainda a forma como será assegurada, neste projeto, a mobilidade às populações ribeirinhas do rio Tua, já que é uma condição imposta como contrapartida pela construção da barragem. ■ FOTO: DR

Toxoplamose é uma doença infeciosa, congénita ou adquirida, causada por um protozoário designado por “Toxoplasma gondii” e pode provocar danos em diversas partes do organismo, incluindo as diversas estruturas que compõem o globo ocular. O Toxoplasma gondii é considerado um parasita intracelular obrigatório altamente bem sucedido, dado que se encontra amplamente distribuído por todo o mundo e tem uma vasta gama de hospedeiros. A Toxoplamose é igualmente conhecida como a “doença do gato” uma vez que pode ser transmitida pelas fezes deste animal, sendo ele um hospedeiro definitivo. No entanto, os seres humanos e uma grande parte dos mamíferos, aves e répteis são considerados hospedeiros intermediários. Na sua forma adquirida ocorre esta doença através da ingestão de carne crua ou mal cozinhada que contém cistos teciduais do protozoário. Também pode ser adquirida através do consumo de alimentos ou água contaminados com oocistos. A transmissão do parasita durante a gravidez, que corresponde a sua forma congénita, pode manifestar-se como toxoplasmose ocular. A Toxoplasmose ocular é considerada a principal causa de uveíte posterior em todo o mundo. No entanto, podem ocorrer várias lesões na retina que vão ficando cicatrizadas sob a forma de múltiplas áreas branco acinzentadas, ao nível do epitélio pigmentar da retina. Quanto maiores forem as lesões provocadas pela toxoplasmose mais comprometida ficará a visão e, em algumas situações, pode mesmo conduzir à cegueira, se a lesão for na mácula. Na maioria dos casos, a Toxoplasmose ocular é assintomática em parte devido à área de afetação retiniana ou por ausência de manifestação ativa da mesma. Contudo, e considerando que a sua manifestação dependente da localização, do tamanho ou do número de lesões, pode-se verificar os seguintes sinais e sintomas: Diminuição da Acuidade visual; Fotofobia; Dor ocular; Corpos flutuantes (“moscas volantes”); Metamorfopsias (alteração nas formas). No entanto, lesões maiores persistem mais tempo ativas e estão associadas a um maior risco de complicações como por exemplo, descolamento da retina, catarata, edema macular cistóide, glaucoma, reações inflamatórias oculares crónicas e atrofia ótica. Relativamente ao diagnóstico clínico da toxoplasmose ocular, pode ser efetuado através da observação do fundo ocular e de técnicas não invasivas que têm como base radiação infravermelha. Este baseia-se principalmente em achados de uma lesão aguda satélite de lesão cicatricial (lesão patognomónica). No entanto, os exames complementares como a angiografia de fluorescência, a indocianina verde (ICG), tomografia de coerência ótica (OCT) e a ultra-sonografia são essenciais na ajuda do diagnóstico da toxoplasmose ocular e possíveis lesões. Na maioria das vezes, caso a doença seja diagnosticada precocemente, existem tratamentos quem têm com objetivo evitar a multiplicação do parasita no seu período ativo e minimizar os danos na retina e no nervo ótico. No entanto, é necessário ter em atenção que a doença pode voltar a manifestar-se potenciando o aparecimento de mais lesões. Para mais esclarecimento, não hesite em contactar-nos ou visitar na Multiopticas – Óptica Oliveiras Lamego, Régua, São João da Pesqueira e Albergaria-a-Velha, em que teremos todo o gosto em esclarecer qualquer dúvida que possa ter e apresentar a melhor solução para si.

Plano de Mobilidade é prioridade para a presidência de Alijó


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Vários Concelhos

Duas centenas de autores reuniram-se em Tarouca Nos passados dias 25 e 26 de maio, num evento de valorização dos autores, da cultura e de promoção territorial, aproximadamente duas centenas de autores marcaram presença no Vale Varosa, fazendo deste o seu território. As paisagens, o património edificado, o sabugueiro em flor e as gentes de Tarouca deram asas ao imaginário dos autores, sendo tema de conversa, de pintura, de escrita e declamação durante o decorrer do evento. Um evento que gravou mais uma marca no presente e futuro do Vale Varosa, já que são muitos os autores participantes que desejam escrever em prosa, poesia ou conto sobre a beleza, as lendas, a história e as estórias deste deslumbrante Vale. O encontro de autores regionais “Vale a pena” teve inicio com a sessão solene de boas vindas,

na sexta feira dia 25 de maio, no auditório Municipal Adácio Pestana, tendo este momento sido marcado com a colocação de uma placa e designação de um espaço como o “Átrio do Autor”. Durante a tarde de sexta feira decorreram três sessões temáticas, em três locais distintos que abordaram temas como a literatura para a infância, história e etnografia e poesia. No sábado pela manhã, o congresso dos Autores Regionais foi palco para muitos dos presentes apresentarem a sua visão sobre a escrita e a pintura, sobre as tecnologias e a investigação, sobre a relação e a partilha entre autores. No final foi apresentado o Dicionário dos Autores Regionais, um dossier que nunca ficará fechado, onde se encontram registados os dados bibliográficos dos autores. No período da tarde os autores presentes fizeram um passeio pelo território do Vale Varosa, sobre o tema “Literaturismo”, tendo terminado o dia e este evento com a visita e espumante de honra nas caves da Murganheira. A despedida, foi em jeito de gratidão entre todos os membros da organização e participantes, e foi com um “Até já”. ■

Museu do Douro lança concurso internacional de fotografia O Museu do Douro lançou, no final do passado mês de maio, na Régua, um concurso internacional de fotografia que pretende dinamizar e dar visibilidade ao património construído deste território.

A Câmara de Torre de Moncorvo, no distrito de Bragança, vai investir cerca de 170 mil euros na substituição de 804 pontos de iluminação pública por tecnologia LED e telegestão, revelou à Lusa o presidente da autarquia. “No concelho há um parque instalado com cerca de 5.300 luminárias [iluminações] convencionais. Com a substituição de 804 começamos a ter ganhos em eficiência, já que há incidência sobre os equipamentos com maior potência instalada e assim contribuímos para a redução de energias poluentes”, disse o autarca, Nuno Gonçalves. O projeto tem como objetivo reduzir o consumo de energia elétrica na rede pública, obtendo assim uma redução de 70% no consumo de energia nas luminárias intervencionadas. A iniciativa pretende ainda melhorar a

qualidade da iluminação nos espaços públicos, já que as novas lâmpadas têm uma temperatura de “neutra, semelhante à luz do dia”, tornando-se “menos agressivas ao olho humano”. Já a aplicação de sistema de telegestão vai permitir programar a regulação da iluminação durante o período noturno, de uma forma simples e acessível. O projeto de instalação das luminárias é financiado em 85% pelo Programa Operacional de Valorização do Território (POVT). ■ FOTO: DR

O concurso foi apresentado no Dia Internacional dos Museus e tem por objetivo “estimular o contacto com as transformações arquitetónicas recentes sobre o território, levando os seus participantes à descoberta e observação da região”. O Museu do Douro explicou, em comunicado, que se pretende que as fotografias a concurso “transmitam um novo olhar sobre os lugares criados pela arquitetura contemporânea, num Douro carregado de simbolismo histórico”. Além disso, acrescentou, as imagens vão enriquecer a base de dados “Arquivos visuais” do museu, projeto que procura identificar e divulgar a documentação vi-

sual associada à região demarcada mais antiga e regulamentada do mundo. O Dia Internacional dos Museus foi celebrado na unidade museológica do Douro com entrada gratuita e um programa cultural dedicado à fotografia, com enfoque na paisagem e património deste território. Depois da apresentação do concurso internacional de fotografia, seguiu-se uma mesa redonda subordinada ao tema “Fotografia e território”, onde foram abordadas questões relacionadas com os lugares do território duriense que impulsionam a criação de diferentes olhares através da fotografia. O programa cultural terminou com a realização de uma oficina sobre a “Fotografia no século XX”. No Dia Internacional dos Museus, o Museu do Douro associou-se à Direção-Geral do Património Cultural para promover a divulgação do tema “Museus Hiperconectados: novos públicos, novas abordagens”, que tem por objetivo realçar os museus como parte integrante das suas comunidades, da sua herança cultural, da sua paisagem e ambiente. ■

Moncorvo investe 170 mil euros em iluminação LED


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Vários Concelhos

Milhares rumaram a Alfândega da Fé para a Festa da Cereja A cereja é o símbolo de Alfândega da Fé e o motivo de mais uma festa com novidades na cultura e à mesa do concelho transmontano. O fruto tardou a ficar vermelho, devidos às condições do tempo, mas não faltou no fim de semana de 08 a 10 de junho.

da divulgado o projeto “Alfândega da Fé à mesa”, que será coordenado pelo reputado Chefe Marco Gomes, um filho da terra. Alfandega da Fé à mesa pretende dar a conhecer a nossa gastronomia, que é muito rica e tem uma forma muito particular de se confecionar. Porque a gastronomia é também uma forma de atrair mais visitantes e o turismo é uma aposta que queremos, cada vez mais, levar a sério”, afirmou Berta Nunes. As condições climatéricas não foram as ideais durante o certame, a chuva atrapa-

A grande novidade da edição deste ano da Festa da Cereja foi a “nova organização do espaço e a maior aposta nos produtores locais que ficaram distribuídos por ilhas temáticas”, afirmou a presidente da Câmara Municipal, Berta Nunes. À comunicação social a autarca afirmou ainda que esta é “uma festa dos produtos e produtores locais, para que possam divulgar o seu produto”. Durante o arranque do certame foi ain-

lhou “não só pelos espetáculos mas também porque gostamos de apanhar a cereja no dia em que ela vem para aqui e com este clima isso é mais difícil de acontecer”, disse a autarca que apesar disso garante que “a cereja tem qualidade e quem nos visitar vai certamente ficar bem agradado”. Presente na inauguração deste certame este ainda o Ministro da Administração Interna que, no seu discurso, enalteceu a vontade da autarquia local em apostar neste evento como forma de promover o concelho e os seus produtos. ■

Eduardo Tavares Cooperativa de Alfândega da Fé “É neste certame que temos a grande montra para divulgar os nossos produtos, seja a cereja, o azeite ou os enchidos, por exemplo. É importante para o turismo e para a promoção do nosso concelho. Se esta festa tem como mote a cereja, a verdade é que o azeite tem também aqui uma grande importância sendo mesmo o principal motor económico”.

Mário Cancela Produtor de azeite e vinho “É sempre muito importante, pela divulgação dos nossos produtos, como nós, por exemplo, que trazemos aqui os nossos vinhos. Nesta edição vamos apresentar um vinho novo e que nasceu de uma brincadeira minha e que, por pressão de vários amigos, decidi engarrafar cerca de 1000 garrafas”. > Berta Nunes e Eduardo Cabrita durante a visita ao certame

Pedro Bebiano Produtor de enchidos “É importante desde logo porque eu sou natural e residente daqui de Alfândega da Fé, já produzo fumeiro há cerca de 16 anos e até parecia mal não estar presente. Aqui podemos divulgar o nosso produto e fazemos sempre algum negócio também, até porque este negócio tem uns meses mais fracos que estas iniciativas ajudam a melhorar”.


VIVADOURO JUNHO 2018 21

Sernancelhe

10ª Feira Aquiliniana atraiu milhares à Lapa Em dez anos de realização, a Feira Aquiliniana tem sido decisiva para a divulgação do escritor sernancelhense Aquilino Ribeiro e do território que marcou a sua vida e obra. A Lapa, centro de romagem de dimensão mundial, foi um dos lugares cimeiros na mundividência aquiliniana, referida pelo escritor em dezenas de obras, sendo aliás “protagonista” de vários dos seus livros. O VivaDouro esteve à conversa com o Vereador Armando Mateus que nos falou da edição deste ano e da importância em preservar a nossa memória cultural. Terminada que está a edição deste ano da Feira Aquiliniana, qual o balanço geral que a autarquia faz? Nesta décima edição, a Feira Aquiliniana foi um sucesso, atingindo todos os objetivos inicialmente propostos, com a afluência de milhares de visitantes, ultrapassando mesmo as expectativas geradas. A combinação de diversos fatores, tais como a Lapa, que integra a classificação “Aldeias de Portugal” e todo o seu património arquitetónico, a homenagem ao escritor Aquilino Ribeiro e sua obra, o comércio e valorização dos recursos endógenos, a participação massiva dos artesãos e comerciantes de produtos regionais e de instiuições do concelho (ESPROSER , Juntas de Freguesia de Quintela e Carregal), e não menos importante, a componente religiosa, manifestada na mobilização dos peregrinos para a novena a Nossa Senhora da Lapa, que decorreu durante essa semana. Aquilino Ribeiro é a figura maior do passado de Sernancelhe, entende que continua a ser pertinente celebrar a vida e o trabalho do escritor? Com toda a certeza. Para que um escritor se imortalize, é fundamental cultivar a sua obra literária, no fundo lê-la, estudá-la, compreendê-la e difundi-la. É este o nosso grande desafio atual, não só através da feira aquiliniana, do apoio dado a quem o estuda ou faz publicações relacionadas com

a sua obra, mas também através da introdução das suas obras na fase regional da CIM Douro do Concurso Nacional de Leitura ou da promoção de reedições em parceria com a Bertrand Editora, como foi o caso recente de “Cinco Réis de Gente”. Neste contexto, fica ainda a informação de que está prevista para 2019 a reedição de “Terras do Demo”, que comemora os 100 anos da sua edição, uma iniciativa conjunta dos Municípios que integram a Fundação Aquilino Ribeiro. Esta memória pode servir de mote para atrair mais turistas? Claro que sim. Nomeadamente no que toca ao turismo literário, que está em clara ascensão e que é necessário alimentar e valorizar, até no sentido de dar vida aos escritores e à sua obra. Esta é uma festa com forte pendor cultural. É esta também uma forma de dar mais cultura às pessoas? É claramente uma feira que, para além da sua componente cultural, pretende a valorização das tradições, dos usos e costumes e da etnografia. É um evento de cariz popular, com muita música, gastronomia, animação e representação teatral, tudo fatores que engrandecem e reforçam o pendor cultural do evento, num concelho marcado pela interioridade, mas que diariamente se diferencia por uma grande oferta cultural, tentando contrariar esta ideia de que só os grandes centros urbanos podem ter oferta cultural de qualidade. ■

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22 VIVADOURO JUNHO 2018

Alijó

Sons no Parque regressa a Alijó

Tiago Nogueira Jornalista / licenciado em psicologia

Silêncio, começou o Mundial Cachecóis e camisolas ao vento, hinos nacionais cantados pela alma de milhões, lágrimas sentidas, sorrisos gigantes e abraços (e) ternos. Tudo isto em pouco mais de 90 minutos de emoções. A aventura alucinante do Campeonato do Mundo começou, como seria de esperar, na capital da Rússia, com um estádio a fervilhar (78 mil espectadores) e com uma goleada das antigas por parte da seleção anfitriã. Cinco golos sem resposta perante a Arábia Saudita. Seguiram-se mais quinze jogos até ao fim da primeira jornada do Mundial. E o papel de destaque é assumido (para além da “nossa” máquina Ronaldo) pelas grandes surpresas da competição até ao momento. México, Islândia e Suíça. A seleção do médio Héctor Herrera, que, por sinal, fez uma exibição de classe mundial, bateu, por 1-0, a Alemanha, atual detentora do troféu. Para surpresa de todos. De todos menos daqueles que assistiram ao encontro. A formação mexicana demonstrou ousadia e venceu com justiça, praticando um excelente futebol, sobretudo na primeira parte, sendo que as combinações entre Lozano, Carlos Vela e “Chicharito” Hernández podiam ter causado uma sensação ainda maior.

O festival é uma iniciativa da Câmara Municipal, em parceria com a Freguesia de Alijó, que tem como objetivo “ trazer sonoridades diferentes, um pouco na perspetiva de educar e de mostrar algo diferente nesta zona do interior, onde é raro haver eventos deste género”, diz-nos a vereadora municipal Mafalda Mendes. O festival Sons do Parque tem acesso gratuito e nele “participam bandas emergentes, que começam agora a aparecer, não só em Portugal mas também no estrangeiro, como é o exemplo de bandas participantes vindas de Espanha e França, bandas que, muitas delas nem participariam em nenhum festival, porque são desconhecidas e,

tudo isto de uma forma gratuita”. A segunda edição do evento reforça ainda, segundo a vereadora, “a aposta na confluência de vários estilos musicais, desde o rock, à soul passando pelos blues e pelo jazz”. O cartaz inclui os grupos portugueses Marta Ren & The Grovelvets, Monnshiners e Iron Fist Blues, bem como as bandas espanholas Aurora & The Betrayers e Sexy Zebras e os franceses Datcha Mandala, sendo esperado bom tempo durante os dois dias do evento, “estamos a falar de sonoridades diferentes e as pessoas vêm por curiosidade, por isso esperamos claro que o tempo ajude para que as pessoas saiam de casa. O evento vai garantir também, a todos os visitantes, uma zona de restauração com oferta gastronómica e diversos bares da região, até porque “tendo em conta a programação, as pessoas são quase obrigadas a ficar os dois dias o que é muito bom para o negócio local porque as pessoas vão cá ficar a dormir e, durante o dia, passeiam por Alijó, comem nos nossos restaurantes, etc, trazendo assim dinheiro para o nosso concelho”, conclui Mafalda Mendes. ■ FOTO: DR

No entretanto, Islândia e Suíça travaram Argentina e Brasil, respetivamente. Os dois tubarões sul-americanos não conseguiram derrubar as estratégias dos seus adversários, assentes numa excelente organização defensiva e com um aproveitamento criterioso dos lances de bola parada e transições rápidas. Os génios de Lionel Messi, Di María, Coutinho e Neymar não foram suficientes para encher de alegria dois países completamente loucos por futebol e que, juntos, colecionam sete (!) Campeonatos do Mundo. É, de facto, notória a evolução tática do futebol. As equipas com menos recursos individuais têm melhorado muito a nível defensivo. A organização é a palavra de ordem e temos assistido, frequentemente, a jogos muito equilibrados, com alguns empates e várias partidas resolvidas pela margem mínima. Estará a verdadeira magia do futebol a perder para o rigor tático dos tempos modernos?!

Alijó acolhe o Sons no Parque, a 13 e 14 de julho, um festival de música com entrada gratuita que junta bandas nacionais e internacionais e mistura diferentes estilos, desde o rock ao soul, passando pelos blues e pelo jazz.

FOTO: DR

> Marta Ren


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24 VIVADOURO JUNHO 2018

Vários Concelhos

João Salazar Leite As casas de economia social Parte 1 Segue acesa a discussão intrapartidária sobre se Portugal deve aprofundar a incipiente descentralização administrativa ou se, pelo contrário, a dimensão do território é tão pequena que uma tal descentralização se não justifica. Pela minha parte cumpre-me tão só acrescentar alguns argumentos para justificar, que a haver descentralização, ela deve assentar na vontade das populações organizadas e em parcerias com os representantes eleitos em cada região. E para que tal se concretize, não se poderá pôr de lado o papel da economia social, como proporei. Será que algum dia assistiremos à criação a nível das autarquias locais de casas de economia social? Será campo aberto à utopia equacionar, que num local concreto de uma cidade, vila ou aldeia, os habitantes se juntem pondo em comum necessidades, experiências, capacidades individuais e anseios coletivos por forma a transformarem as suas vidas, garantirem que terão resposta para os seus problemas, se não preocuparão diariamente pelo seu futuro e o das suas famílias? A casa de economia social poderá ser essa resposta. A utopia assenta numa base legal, a da Constituição da República Portuguesa, que prevê um setor cooperativo e social de propriedade dos meios de produção, a par dos setores público e privado. Os constituintes acolheram por boas as ideias de António Sérgio, que por sua vez as foi buscar a Georges Fauquet, o delegado francês ao Comité Central da Aliança Cooperativa Internacional, que virou do avesso a Escola de Nîmes, o ideário de Gide, Lavergne, Lasserre e muitos outros, ao afirmar perante os pares de todo o mundo que a República Cooperativa, a Nação Cooperativa, a Ordem Cooperativa não hegemonizaria a economia e a sociedade nacional e a universal, antes ocuparia apenas um setor dentro delas … um terramoto mal aceite, segundo os historiadores da Aliança Cooperativa, mas que em Sérgio resultou numa inversão dos seus escritos, algo que só revela que os verdadeiros líderes devem saber mudar quando novas teorias ou novos factos põem em causa ideias por maior ou menor tempo escritas e disseminadas. Diga-se que Fauquet foi um dos diretores do Departamento de Cooperativas da Organização Internacional do Trabalho, posição onde pode recolher e refletir informação sobre o cooperativismo praticado em diversas latitudes. Portugal tem acompanhado na primeira fila aqueles que constroem o conceito de economia social em torno das 4 famílias jurídicas tradicionais: cooperativas, mutualidades, associações e fundações. Um conceito que a dupla Delors/Mitterrand quis que fosse europeu e que o nosso primeiro comissário europeu, Cardoso e Cunha, foi encarregue de acompanhar nos primeiros passos que deu em Bruxelas, na então DG XXIII da Comissão Europeia. Fica o alerta para que essa teorização não é a única que percorre a Europa a 28, pois a corrente anglo-saxónica prefere, na expressão de Henri Desroche, uma fileira científica à fileira operacional. Para essa fileira científica a economia social estaria mais ligada ao económico do social e presente em expressões como direito social, segurança social, assistência social, planificação social, desenvolvimento social, assuntos sociais, balanços sociais e outras. Esta visão justifica a abertura da economia social à infiltração das sociedades capitalistas tradicionais naquilo que é território das sociedades de pessoas, infiltração já realizada na usurpação da responsabilidade social das empresas, que por exemplo nas cooperativas é algo de inato, já estava presente nos Pioneiros de Rochdale em 1844. Ultimamente nova usurpação é visível na tentativa de tornar hegemónico o conceito de empresa social. Não se pode ser social a tempo parcial, não se pode ser social para ir buscar aos cofres comunitários mais um ou outro financiamento, para logo depois se voltar à acumulação capitalista das mais valias esquecendo o reinvestimento dos excedentes de exercício nas próprias empresas. É por isso que Portugal está na primeira linha da fileira operacional, afirmando que são economia social os modelos jurídicos e não as práticas de mercado. À previsão constitucional, por impulso de um amigo e companheiro de estrada de Sérgio, o Prof. Henrique de Barros, que depois de ter sido Presidente da Assembleia Constituinte foi nomeado Ministro de Estado do 1º Governo Constitucional, foi lançada a discussão de um Código Cooperativo, autónomo dos Códigos Civil e Comercial, Código que viu a luz em 1980 e ainda hoje está em vigor apesar de algumas alterações de conteúdo. Surgiram ao mesmo tempo que o Código um diploma sobre benefícios fiscais a conceder às cooperativas, em cumprimento do que a Constituição estatuiu, depois diplomas complementares ao Código para cada um dos doze ramos cooperativos, e um diploma específico, em 1984, para as cooperativas de interesse público, inspiradas nos escritos de Lavergne, as “régies coopératives”, que Sérgio importou e adaptou. Por volta de 1986 houve quem entre nós tentasse implantar o conceito de economia social a reboque do que se discutia em França, de onde emergiu uma primeira Carta da Economia Social. Não se passou da aprovação de uma Carta portuguesa, que teve diminuta repercussão. Seguiu-se largo período em que, na Europa, o conceito entrou em crise, para ressuscitar por alturas do final da primeira década deste século. Papel de relevo na recriação teve o Parlamento Europeu, com o apoio de retaguarda do Comité Económico e Social europeu. Portugal seguiu o caminho que o Parlamento indicou, na esteira da vizinha Espanha, mas sempre na primeira linha da defesa do setor constitucional de abril. O Governo em funções em 2008 decide externalizar o Instituto António Sérgio do Setor Cooperativo (INSCOOP), que havia sido criado em 1977 para acompanhar o setor cooperativo, para o efeito criando uma cooperativa de interesse público, a CASES – Cooperativa António Sérgio para a Economia Social, já virada para as restantes componentes do conceito, mutualidades, associações e fundações. Ao mesmo tempo criou um Conselho Nacional de Economia Social (CNES) presidido pelo Primeiro Ministro e um Programa de Desenvolvimento da Economia Social (PADES), que incluía medidas de apoio e fomento do setor. Continua na próxima edição...

Barragens do Douro serão avaliadas pela Rede Douro Vivo Constituída por diferentes organizações e coordenada pelo GEOTA, a Rede Douro Vivo foi formalmente apresentada no final do mês de maio na Casa das Artes, no Porto. O projeto Rios Livres, levado a cabo pelo GEOTA (Grupo de Estudo do Ordenamento do Território e Ambiente), já tinha identificado seis cursos de água na Bacia do Douro classificáveis como excepcionais, por correrem sem obstáculos humanos e poluição, um cenário cada vez mais raro em Portugal. Agora, em conjunto com outras dez entidades, entre centros de investigação, organismos do ensino superior e organizações ambientalistas, criou a Rede Douro Vivo que nos próximos anos tentará estudar e propor soluções para protecção de um rio sobrecarregado por múltiplas actividades humanas e em cuja bacia se continuam a planear novas barragens. Para a fundação suíça Mava, financiadora deste e outros projetos de defesa do ambiente na Europa e em África, o Douro Vivo é um projeto que pretende evitar a implementação do programa de construção de novas barragens lançado pelo governo português. Segundo recorda Ana Brazão, coordenadora, no GEOTA, desta iniciativa, o Douro conta já com duas novas barragens, Baixo Sabro e Foz-Tua, estando uma terceira, no Alto Tâmega, já em construção. Tudo isto numa bacia que, segundo os dados conhecidos recentemente, perderá cerca de 14% da sua quantidade de água, nas próximas décadas, por causa das alterações climáticas. No entender dos especialistas, as barragens, bem como as albufeiras que lhes estão associadas, são um dos fatores que mais influencia a qualidade da água. No caso do Douro devemos ainda lembrar os impactes gerados em Espanha (como é exemplo a recente polémica sobre a exploração de uma mina de urânio a céu aberto junto a um dos afluentes do rio), os efeitos da poluição difusa, provocada, muita dela, pela actividade agrícola,

ou com a pressão do turismo, sentida, desde logo no uso intensivo da via navegável. A caracterização desta bacia será, assim, um dos primeiros objectivos da Rede Douro Vivo que integra, entre outras universidades, a UTAD. Rui Cortes, Professor Catedrático e Diretor do Laboratório de Ecologia Fluvial (LEF) da UTAD, afirma que “a equipa de investigação encarou como um desafio aliciante este projeto, dado que visa essencialmente promover a melhoria da conetividade fluvial e a preservação da biodiversidade nos ecossistemas aquáticos. Na verdade, não só a área geográfica, como o objetivo fundamental do trabalho proposto, constituem as preocupações centrais da equipa do LEF, além de que o projeto apela a uma intensa ligação com os stakeholders locais e nacionais, pelo que pode ser um processo efetivo de alteração das políticas vigentes em relação ao ordenamento dos recursos hídricos e vai contribuir potencialmente de modo significativo para que, pelo menos na Bacia do Douro, se atinjam os objetivos preconizados pela Diretiva Quadro da Água, designadamente travar-se a degradação dos ecossistemas aquáticos e melhorar-se o estado ecológico. Acresce ainda o forte desconhecimento do número, efeito ambiental e condições de uso e segurança associados com todas as estruturas que têm sido construídas, pelo que a informação base que vai ser obtida é também de grande relevância”. Segundo Ana Brazão, coordenadora do projeto, em Portugal existem cerca de sete mil estruturas de retenção de água, e só no rio Douro serão cerca de 100, deconhecendo-se, no entanto, quais são ainda usadas e qual o seu estado de conservação. A mesma responsável acredita que Portugal seguirá o exemplo de países como Espanha Suécia ou os Estados Unidos, destruindo barragens para uma renaturalização do território. Na certeza que um rio é mais do que a mancha de água em si, Ana Brasão acredita que também a comunidade que depende do rio deve ser cuidada, por isso, durante os anos em que o projeto estiver ativo, outros parceiros serão convidados a participar, como representantes das comunidades e de actividades como a agricultura ou o turismo. ■


VIVADOURO JUNHO 2018 25

Crescimento do turismo trava no arranque de 2018 Depois de quebrar recordes, o turismo mostra agora um sinal de desaceleração. Ainda assim, continua a crescer. Apenas registou uma quebra em Abril por causa do efeito de calendário da Páscoa e da chuva. O que ajudou Março, prejudicou Abril. A actividade turística registou quedas homólogas em Abril, o que não tem sido comum nos dados do turismo dos últimos anos que têm registado recordes históricos. Mas não são razão para alarme uma vez que estes dados foram prejudicados por efeitos excepcionais: a Páscoa e a chuva. “Estes resultados foram influenciados pelo efeito do calendário do período de Páscoa, dado que em 2018 esta época impulsionou as dormidas na hotelaria essencialmente no mês de Março”, explica o Instituto Nacional

de Estatística (INE) no destaque divulgado esta sexta-feira, 15 de Junho, acrescentando que “em Abril verificou-se ainda acentuada pluviosidade”. No entanto, o INE assinala que, em termos acumulados, a actividade na hotelaria está “com abrandamento desde o início do ano”. Na comparação do desempenho do turismo no primeiro quadrimestre em 2017 e 2018 é possível concluir que há uma desaceleração: entre Janeiro e Abril do ano passado, os hóspedes aumentaram 10,9% e as dormidas 11,2%, comparando com subidas de 3,1% e 1,6% no mesmo período deste ano. Nesta óptica, a desaceleração nas dormidas é transversal a todo o tipo de estabelecimentos. Começando pelos hotéis, que são os que pesam mais no total, desaceleraram de 13,4% para uma subida de 3,9%. No caso dos hotéis-apartamentos, as dormidas estão mesmo a contrair: um aumento de 8,6% em 2017 passou agora a ser uma diminuição de 3%. Quanto ao tipo de turistas, as dormidas de residentes desaceleraram de 5,9% para

os 3,3%. Mas o travão foi mais sentido nas dormidas de não residentes que passaram de um aumento de 13,3% para 1%. Entre os principais mercados do turismo português, as principais quedas registaram-se nos Países Baixos (-12,4%), Reino Unido (-7%) e ainda na Suíça (-3,5%). Por outro lado, o realce positivo vai para as evoluções nos

Nacional

mercados norte-americano (+20,1%), brasileiro (+13,5%) e sueco (+13,4%). No que toca às zonas, a desaceleração também foi transversal a todas as regiões. Ainda assim, apenas as dormidas no Algarve e na Madeira contraíram nos primeiros quatro meses do ano. As restantes continuaram a expandir. ■

Governo aprova Estatuto da pequena Agricultura Familiar

Reprogramação de fundos europeus mais do que duplica verbas para municípios

O Governo aprovou no início do mês de junho, em Conselho de Ministros, o Estatuto da Pequena Agricultura Familiar, que deverá abranger cerca de 100 mil pessoas, 40% dos agricultores portugueses, de acordo com o ministro Capoulas Santos.

A reprogramação do quadro comunitário de apoio Portugal 2020 reforça a dotação para os municípios para mais do dobro, com cerca de 550 milhões de euros.

“É uma medida da maior relevância através da qual esperamos atingir cerca de 40% do universo total dos agricultores portugueses, isto é, cerca de 100 mil agricultores”, afirmou o ministro da Agricultura, Capoulas Santos, na conferência de imprensa que se seguiu à reunião do Conselho de Ministros. Os agricultores que sejam abrangidos por este estatuto terão “acesso prioritário aos fundos comunitários, um regime simplificado em matéria de licenciamento das unidades de produção ao nível da higiene e segurança alimentar”, bem como um “acesso privilegiado aos mercados de proximidade, a um regime específico de contratação pública de proximidade, para escolas, hospitais, Forças Armadas”. As medidas contemplam também um regime de reconhecimento mais fácil das associações

de produtores, linhas de crédito adaptadas, medidas específicas de apoio às atividades nas explorações agrícolas, entre outras, que foram elencadas pelo ministro da Agricultura. O diploma agora aprovado define os critérios de “chefe de exploração agrícola familiar”, disse Capoulas Santos. “Terá de ser alguém que tenha mais de 18 anos, que tenha um rendimento inferior ao quarto escalão do IRS (entre 20 e 25 mil euros), não pode receber mais do que cinco mil euros anuais de ajudas da PAC, tem de ser detentor de uma exploração agrícola, seja enquanto proprietário, rendeiro, usuário, e é obrigatório que nesta exploração a mão-de-obra assalariada não seja superior à mão de obra familiar”, revelou. Capoulas Santos salientou que a criação deste estatuto é uma “velha reivindicação de muitas décadas dos agricultores portugueses” e dá cumprimento a “medidas do programa de Governo para discriminar positivamente este segmento da agricultura”. O regime prevê a constituição de um grupo acompanhamento, onde estão representantes dos vários ministérios que têm a ver com as medidas, as organizações de agricultores, a Associação Nacional de Municípios, e a Associação Nacional de Freguesias, que tem como objetivo acompanhar a implementação das medidas e proceder a uma avaliação anual, acrescentou Capoulas Santos. ■

A reprogramação do quadro comunitário de apoio Portugal 2020 reforça a dotação para os municípios para mais do dobro, com cerca de 550 milhões de euros, disse esta terça-feira o presidente da Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP), Manuel Machado. Aquele montante “mais do que duplica o reforço inicialmente previsto” pelo Governo (cujo valor era de cerca de 200 milhões de euros), sublinhou Manuel Machado, que falava à agência Lusa, hoje, depois de ter participado numa reunião do Conselho Diretivo da ANMP, em Coimbra. O reforço de verbas agora adiantado pelo Governo, após negociações com a ANMP, será distribuído através dos programas operacionais regionais, indicou Manuel Machado. A região Norte é contemplada, de acordo com esta reprogramação do programa europeu Portugal 2020, com cerca de 260 milhões de euros,

sendo destinados para a região Centro perto de 190 milhões euros, enquanto o Alentejo disporá de mais de 100 milhões de euros. Em valores absolutos, o Algarve e Lisboa e Vale do Tejo são as duas regiões menos beneficiadas, com cerca de três milhões de euros e pouco mais de 30 milhões de euros, respetivamente. A ANMP considera que o equipamento de base territorial, que inclui escolas, saúde e património, e a regeneração urbana são duas das áreas mais necessitadas de investimento a fazer no âmbito deste reforço. Igualmente prioritárias são, na perspetiva dos municípios, o ciclo urbano da água em baixa (distribuição), a proteção civil, as áreas de acolhimento empresarial e ‘last mile’ (conclusão de ligações e acessos a parques empresariais), e o Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVERE). ■


26 VIVADOURO JUNHO 2018

Opinião

A aposta na formação superior jovens e famílias neste período de exames, o qual exige um exercício prospetivo sobre as tendências do mercado de trabalho e os desafios da sociedade. Os indicadores mostram que os jovens que obtêm formação universitária têm mais facilidade de inserção no mercado de trabalho e com melhor remuneração. Daí a relevância que a empregabilidade tem assumidoenAntónio Fontainhas quanto critério de escolha. Vejamosa procura de formação Fernandes universitária na áreaagroalimentar, a qualassume um particular Reitor da UTAD interesse na região do Douro.No O tema da escolha do curso su- passado, a agricultura era consiperior e da instituição universitá- derada uma atividade económiria merece particular atenção dos ca pouco relevante e sem futuro,

fruto de políticas públicas erradas. No presente,o posicionamento é diferente e o setoragroalimentar e florestaltem revelado dinamismo, propulsor de novas tecnologias e ganho interesse económico pelos empresários. Perspetiva-se um aumento da procura de formação qualificada nesta área, por diversos motivos. Por um lado, as previsões de aumento da população mundial (FAO estima que a população deverá atingir 8 biliões em 2025 e 9,6 biliões em 2050) que se vai refletir na necessidade de maior produção de alimentos.Por outro lado, o setor depara-se com novos desafios relacionados com as alte-

rações climáticas, a gestão do solo e da água, da segurança alimentar, além das profundas mudanças tecnológicas. Portugal traçou como meta atingir o equilíbrio da balança agroalimentar, em valor, o que exige aumentar a competitividade e a sustentabilidade do setor. O aumento das exportações portuguesas neste setor sugere que há mais produção, mais gente a trabalhar, a inovar, a acrescentar valore, acima de tudo, a ser competitivo numa economia cada vez mais global e aberta. Esta agenda nacional e internacional exige uma nova geração de empresários mais qualificada com formação em soluções tecnoló-

gicas, que passam pela robótica, a imagem assistida por computador, a sensorização, a monitorização ambiental, na linha da chamada agricultura de precisão. Ambicionar o Douro enquanto laboratório vivo e evolutivo obriga mais incorporação de conhecimento, mas também diplomados com mais formação em tecnologias inovadoras, novos serviços de informação e a sistemas de decisão baseados em tecnologias de comunicação. Assim sendo, a decisão de escolher uma formação superior requer uma reflexão prospetiva sobre as tendências futuras do mercado de trabalho e dos desafios da sociedade.

Master of Port estende-se ao Canadá

Manuel de Novaes Cabral Presidente do Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP)

Ser Master of Port é ser um sommelier reconhecido como perito em Vinho do Porto. Aceder ao título, que tantos procuram e a que muitos têm vindo a candidatar-se, exige prestar provas e alcançar a excelência que, como no próprio Vinho do Porto, é requisito essencial. O “Master of Port - Canadá” é organizado pelo Instituto dos Vinhos do Douro e do Porto, I.P. (IVDP) e pela Associação Canadiana de Sommeliers Profissionais (CAPS/ ACSP). O concurso nasceu em França, em 1988, e os sommeliers que têm vindo a participar nesta competição ultrapassam já os 1350. O Master of Port tem-se revelado mais um bom meio

de promoção do Vinho do Porto e da importância a dar à forma de o apresentar e servir. Reconhecer e certificar experts em Vinho do Porto no Mundo é uma missão e uma responsabilidade que gostamos muito de assumir. Depois de dezassete anos com grande adesão em França, é interessante esta iniciativa do concurso no Canadá. Com chegada marcada para o dia de Portugal, e eliminatória no dia de Santo António, os dez sommeliers apurados, que concorrem ao título de Master of Port, andaram uns dias entre o Porto e o Douro. Os quartos de final do Master of Port - Canadá tiveram lugar nas

instalações do IVDP, no Porto. O programa intenso de visitas às Caves, em Vila Nova de Gaia, e a Quintas no Douro foi a preparação ideal para as provas escritas e práticas a que se submeteram no dia 13 de junho. Este grupo de sommeliers, que nos visitou, resulta dos testes de seleção, realizados em maio passado, por vinte e cinco concorrentes das províncias do Quebec, British Columbia, Manitoba, Ontário e Atlantic, tendo sido selecionados dois candidatos de cada região. Tanto a semifinal, que conta com os cinco sommeliers apurados em Portugal, como a final desta edição do Master of Port decorrerão no

próximo ano, no Canadá. Além de outros prémios e do mais importante que é o reconhecimento como sommelier expert de excelência em Vinho do Porto, o vencedor do “Master of Port - Canadá” receberá uma viagem de uma semana a Portugal, com programa especial, a acontecer durante o Port Wine day, em 10 de setembro, no ano seguinte ao fim do concurso. Para já Andrea Eby, Christina Hartigan, Gabrielle Plastre, Leagh Barkley, José Luis Fernández continuam em prova. Ficamos na expectativa de ver quem voltará para nos visitar e comemorar o título conquistado e o Vinho do Porto, numa próxima edição do Port Wine day.

Dia internacional das cooperativas – 7 de julho

Eduardo Graça Presidente da Direcção da CASES

Celebra-se, no primeiro sábado de julho, em todo o mundo, o Dia Internacional das Cooperativas decorrendo, em Portugal, a sessão comemorativa em Mirandela, dia 7 julho, pelas 14,30 horas, no Grande Auditório do Centro Cultural de Mirandela, este ano sob iniciativa da CONFAGRI. Sob o lema “Sociedades Sustentáveis através da cooperação” a mensagem da Aliança Cooperativa Internacional (ACI), afirma com clareza a relevância global do movimento cooperativo: “Representamos 1,2 mil milhões de cooperadores. Não há outro movimento económico, social e político no mundo que, em menos de 200 anos, tenha crescido tanto quanto nós. Mas o crescimento não é o mais importante. Nós

consumimos, produzimos e usamos os recursos que o planeta nos dá, mas de forma solidária com o meio ambiente e com as comunidades. É por isso que somos um parceiro chave para os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas”, afirma o Presidente da Aliança Cooperativa Internacional, Ariel Guarco. O tempo presente exigeque o cooperativismo se não deixe cercar, acantonando-se na defesa dos seus princípios como relíquias do passado, mas se atualize em todos os domínios, desde a adoção, sem preconceitos, de novos modelos de gestão, a um diálogo mais intenso, e estruturado, com os sectores público e privado, até à adoção das novas tecnologias, em prol da intercoope-

ração e da sua relação com o mercado, promovendo, de forma mais eficaz, a sustentabilidade de cada cooperativa e do movimento cooperativo noseu conjunto. O cooperativismo, no contexto da economia social, em Portugal, tem vindo, nos últimos anos, a crescer de forma gradual, afirmando-se como um modelo de empresa, fundado na associação de pessoas que, pela sua própria natureza, desempenham um papel triplo: • Como atores económicos, criam oportunidades de emprego, meios de subsistência e geração de rendimento;

• Como empresas centradas nas pessoas com objetivos sociais, contribuem para a igualdade e justiça social; • Como instituições democráticas, são controladas pelos seus associados, desempenhando um papel de liderança na sociedade e nas comunidades locais. As cooperativas desempenharão, no futuro, um papel cada vez mais relevante para o desenvolvimento económico-social do país competindo-nos promover a sua divulgação e promoção, contribuindo para a sua modernização, crescimento e transparência.

O Douro sabe bem...


VIVADOURO JUNHO 2018 27

B OA S FE ST AS

RECEITA CULINÁRIA VIVADOURO

Piadas de bolso: Numa casa de campo, em pleno Alentejo, uma lâmpada fundiu-se! O pai, não encontrando o escadote, chama.

Escola de Hotelaria e Turismo do Douro - Lamego

CARRÉ DE BORREGO COM ERVAS AROMÁTICAS Ingredientes

- João!!! Oh João!!!

250 Gr de carré de borrego 4 Maçãs vermelhas 2dl de azeite 4 Tomates cherry Q.b. sal Q.b. de pimenta de moinho 3 Dentes de alho 130 Gr de manteiga clarificada Q.b. de ervas de Provence Q.b. Mostarda Q.b. tomilho Folhas de Manjericão “Em nome da Câmara Municipal de Tabuaço desejo um Natal Feliz e ½ molho de salsa pequeno um ano de 2018 pleno de realizações pessoais e profissionais”

Preparação:

Lazer

O Presidente da Câmara

HORÓSCOPO

Maria Helena Socióloga, taróloga e apresentadora

1- Arranjar o carré e temperar com sal, alho, azeite, tomilho. (Carlos André Teles Paulo de Carvalho) 210 929 000 mariahelena@mariahelena.pt 2- Leva-se a corar numa frigideira com azeite, só para que crie uma crosta na carne. 3- Numa tijela deita-se a mostarda, as ervas (aromáticas) um fio de azeite, Amor: Será um período muito bom de entreajuda e em e a manteiga clarificada, passa se com a varinha ate formar uma pasta. que pode receber ou oferecer boas oportunidades a no4- Coloca-se o carré num tabuleiro com o forno pré-aquecido a vas relações de amizade. 180ºc,cobre-se o carré com a pasta e leva-se ao forno cerca de 10 minutos. Saúde: Nesta fase estará muito dinâmico e equilibrado, 5- Saltear os tomates cherry em terá muita energia. Possíveis dores musculares. azeite, alho e sal. 6- Descascar maçãs, cortar aos Dinheiro: Não imponha as suas ideias de uma forma cubos e colocar a cozer num pouco de água. Deixar evaporar a agua e agressiva e tenha em consideração a opinião dos outros. de seguida reduzir a puré. Temperar com um pouco de sal. 7- Dispões-se no prato em forma decorativa, servir com o puré maçã e tomates salteados.

- Tou aqui! - diz o João. - Oh João, sobe aqui óós mês ombros, vamos mudar a lâmpada. Passada uma hora, pergunta o pai: - Atão? Inda na tá, João!? Responde o filho: - Vossemecê não anda à roda como há-de tar, mê pai?! Uma loira está a passear na rua com telemóvel na mão, um ladrão aproxima-se dela, aponta uma arma e diz: – Passa tudo o que tens! A loira questiona: – Mas o seu tem Bluetooth?

Foto: DR

FOTO: DR

Desafio VivaDouro

SOLUÇÕES:

Solução: 11


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FEIRA MEDIEVAL DE PENEDONO LIBERTAÇÃO DO MAGRIÇO O Magriço foi preso em 1417, em Carcassonne, durante uma das batalhas entre os Armagnacs e os Borgonheses (que se desconhece quando), mas foi libertado em Abril de 1418, tendo recebido no dia 29 de Abril de 1418 um dom, isto é, um pagamento por parte do Duque da Borgonha para se reequipar de armamento militar, no valor de 200 francos. Pelo exposto, cumprem-se, celebrando-se este ano, os 600 anos sobre esse evento.

Mercado Medieval

(nobres, cavaleiros destemidos, guerreiros com valentia, mercadores, almocreves, jograis) Comeres e Beberes nas Tabernas do Burgo Cortejo de Exortação e Aclamação dos Doze de Inglaterra Bênção e Investidura da Ilustre Fidalguia da Cavalaria de Portugal Exortação e Aclamação de D. Álvaro Gonçalves Coutinho, O Magriço Torneio D’Armas a Cavalo em Preito de Vassalagem a El-Rey D. João I Tumultos nas Tabernas pelos Cavaleiros Infanções e Vilões do Termo Banquete Medieval por Honras e Mercês ao Magriço de Penedono Assalto ao Castelo de Penedono Grandioso Cortejo pelas Ruas do Burgo Evocação da Libertação do Magriço Espetáculo piromusical

MEMÓRIA DOS TEMPOS MEDIEVAIS



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