Viagem ao Sobrenatural Roger Morneau

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CAPÍTULO 5 Espíritos em Ação Cerca de duas ou três semanas depois da visita à sala de adoração, tive mais uma oportunidade de discutir acerca de Satanás e seus anjos com o sumo sacerdote. Quando mencionei que eu pensara encontrar pessoas de aparência rude, ele caiu em risos. – Os adoradores de espíritos, bem como os membros de qualquer sociedade, variam muito. Frequentemente, refletem a cultura local. Ao viajar, você poderá notar que, onde é maior o índice de analfabetismo, a superstição prevalece. Essas pessoas farão uso das mais degradantes formas de culto. Em tais casos, os espíritos se deleitam em induzir as pessoas a agirem assim porque sabem que isto entristece o seu grande rival, Cristo – que disse que atrairia todos os homens a Si. Mas, inúmeras vezes através dos séculos, os espíritos têm demonstrado que Ele estava errado. Milhões e milhões já desceram à sepultura sem jamais terem ouvido falar de Seu nome e, menos ainda, crido nEle. Enquanto falava, o sacerdote satanista levantou-se de sua cadeira e começou a andar pela sala. Com as mãos para trás, cruzadas, ele olhava para o chão e, vez por outra, olhava para mim. – Quanto a nós, aqui em Montreal, estamos, por assim dizer, no extremo mais brilhante desse espectro. A natureza nos dotou de faculdades mentais muito superiores às da maioria que vive nesta área. É por isso que o mestre tem até se desviado de sua rotina para nos mostrar a realidade das coisas no mundo dos espíritos. Ele tem um trabalho especial para cada um de nós... e pare de olhar para mim como se não acreditasse no que estou lhe dizendo! Sem dúvida, o meu rosto deve ter aparentado o meu choque com o que ele havia dito até ali. – Por favor, perdoe-me se de alguma forma eu o ofendi – eu disse. – Acredito no que me falou, mas ainda tenho muito a aprender a respeito da vontade do mestre. Tudo o que já presenciei aqui na sua casa de culto é muito novo e diferente daquilo em que fui criado. – Não quis maltratá-lo, acredite – respondeu ele. – E você não me ofendeu. É que, às vezes, eu levo as coisas, provavelmente, de uma maneira muito séria. Mas eu não estava me gabando quando falei a respeito da nossa gente aqui em Montreal. Foi o mestre que me explicou tudo aquilo pessoalmente. A essa altura, ele voltou à cadeira de sua escrivaninha, assentou-se, acendeu um charuto e começou a fumar. Então, continuou: – Quanto a você e seu amigo Roland, foi-me mostrado, há um ano, que eu os encontraria aqui em nossa casa de culto, mas eu já havia me esquecido. Como já contei a vocês, eu estava num hotel, em Chicago, quando um conselheiro-chefe me apareceu, me deu informações a respeito de vocês e me orientou a telefonar com urgência para a pessoa que eu havia deixado encarregada durante a minha ausência. Ele já estava por arruinar todo o trabalho que os espíritos haviam feito para colocar vocês em contato conosco. Telefonei para o homem imediatamente e, antes que eu tivesse a chance de dizer qualquer coisa, ele contou como George havia pedido permissão para trazer você e seu amigo a uma sessão de louvor, e como ele lhe havia negado esse privilégio. É claro que transmiti a ele os desejos do conselheiro-chefe. Em seguida, fiz uma ligação a George para dizer que seria um prazer ter vocês conosco. Como pode ver, o mestre tem grande 34


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