Viagem ao Sobrenatural Roger Morneau

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CAPÍTULO 9 Estudando em Tempo Emprestado Terça-feira, às 19 horas em ponto, eu já estava na residência do casal Grossé. O foco principal de nossa atenção seria a condição ou o estado dos mortos. Descobri que a Bíblia é muito clara sobre esse assunto e oferece respostas a algumas perguntas, tais como: São os seres humanos possuidores de imortalidade? Podem os mortos louvar o Senhor? Será que a esfera condicional dos mortos se constitui uma fonte potencial de conhecimento? A resposta à primeira pergunta veio em alto e claro som. Somente Deus tem a imortalidade (I Timóteo 6:15,16). Em outras palavras, o homem é mortal, pura e simplesmente. O texto: “Os mortos não louvam o Senhor, nem os que descem à região do silêncio” (Salmos 115:17) respondeu à segunda pergunta com a rapidez de um relâmpago. Quebrou em mil pedacinhos os ensinos religiosos de minha infância. A resposta à terceira pergunta começou a revelar-me o amor e a justiça de Deus em Seu trato com criaturas pobre e mortais como nós. Foi o que encontramos no livro de Jó: “O homem, nascido de mulher, vive breve tempo, cheio de inquietação. Nasce como a flor e murcha; foge como a sombra e não permanece... Os seus filhos recebem honras, e ele o não sabe; são humilhados, e ele o não percebe” (Jó 14:1,2 e 21). Tive uma sensação de tão grande alívio após ler essa passagem, que disse ao casal: “É muito bom saber que os nossos queridos falecidos não estão nem no purgatório sofrendo, nem no Céu vendo as tribulações de seus queridos na Terra, mas estão todos dormindo na sepultura até à manhã da ressurreição”. Foi, então, que o Espírito Santo me deu a compreensão de que a morte é o oposto da vida, um estado de completa extinção da vida, um estado de inexistência. Agora, eu compreendia o total equívoco do conceito de que o homem tem uma alma imortal, especialmente depois de ler o registro da criação de Adão: “Então, formou o SENHOR Deus ao homem do pó da terra e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente” (Gênesis 2:7). Entendi claramente que o fôlego de vida é o meio através do qual Ele vivifica e sustenta a nossa estrutura física. É através dele que o coração bate, o sangue flui, os pulmões se expandem e os membros se movem. E quando Deus remove esse meio, a vida cessa. Ao declarar nas Escrituras que o homem passou a “ser” alma vivente, – ao contrário da crença popular de que o homem recebeu uma alma – Deus neutraliza todas as avenidas que Satanás e seus espíritos demoníacos poderiam usar para desencaminharnos, pretendendo ser e aparecendo como se fossem os espíritos de entes queridos falecidos que, supostamente, partiram para um mais elevado nível de existência. Ao chegarmos à conclusão do estudo sobre o estado do homem na morte, abriu-se diante de mim uma perspectiva completamente nova sobre o caráter de Deus. Fiquei profundamente impressionado diante do pensamento de que o mundo cristão tem representado a Deus de uma forma grandemente má. Para entender e avaliar a minha experiência durante aquela semana, você precisa imaginar nunca ter possuído e nem estudado uma Bíblia. A alegria da vida não é real quando, tão logo você descobre alguma coisa boa para desfrutar, lá vem o pensamento de que amanhã a morte poderá colocar um ponto final em tudo. Você sempre fica frente a 56


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