CAPÍTULO 11 O Sábado Bíblico Eu havia prometido ao meu patrão que descobriria as razões por que Cyril guardava o sábado bíblico. Para poupar espaço, vou omitir os estudos bíblicos que tivemos na quinta e sexta-feiras, exceto o estudo sobre o sábado. De início, Cyril afirmou que as Escrituras Sagradas falam do sábado bíblico como sendo o sétimo dia da semana. – Na realidade, o quarto mandamento do Decálogo, escrito pelo próprio Deus, recomenda que nos lembremos de guardar o dia de sábado. O chamado a lembrar se deve, provavelmente, ao fato de que os homens têm, talvez por causa de suas muitas atividades diárias, a tendência de esquecer até algumas das coisas mais importantes da vida. Abrimos, então, as nossas Bíblias e juntos lemos o quarto mandamento: “Lembra-te do dia de sábado para o santificar. Seis dias trabalharás e farás toda a tua obra. Mas o sétimo dia é o sábado do SENHOR, teu Deus; não farás nenhum trabalho, nem tu, nem o teu filho, nem a tua filha, nem o teu servo, nem a tua serva, nem o teu animal, nem o forasteiro das tuas portas para dentro; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus, a terra, o mar e tudo o que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o SENHOR abençoou o dia de sábado e o santificou” (Êxodo 20:8-11). Fiquei admirado ao descobrir que o mandamento que ordena observar o dia que Deus abençoou era bem diferente daquele do catecismo católico, com o qual eu estava acostumado. Na verdade, imediatamente, eu disse ao casal Grossé: – Estes não são os mandamentos que eu memorizei quando pequeno. E continuei lendo, no mesmo capítulo: “Eu sou o SENHOR, teu Deus, que te tirei da terra do Egito, da casa da servidão. Não terás outros deuses diante de Mim. Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima nos céus, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto; porque Eu sou o SENHOR, teu Deus...” (Êxodo 20:2-5). Na realidade, eu li todos os Dez Mandamentos e achei-os muito mais minuciosos do que as versões dos catecismos que eu havia conhecido. – É difícil crer que estes são os mandamentos de Deus – deixei escapar. Cyril, usando de fineza e, ao mesmo tempo, sem lhes diminuir a solenidade, disse que esses eram de fato os mandamentos que Deus havia dado aos hebreus através de Moisés. Ele afirmou, então, na forma de uma pergunta que abriu e escancarou a questão diante da minha mente: – Roger, não quero dar a impressão de um metido e convencido, mas seria possível que os mandamentos com os quais você se familiarizou sejam mandamentos de algum outro deus? Então, como que por iluminação, minha mente visualizou a assim chamada “sala de adoração aos deuses”: o querubim caído, o deus dos demônios, havia em eras passadas conspirado contra os mandamentos de Deus para desencaminhar a família humana. Imaginei, então, os habitantes do mundo inteiro sendo enredados pelo artista-mestre do engano. Voltando ao estudo do sábado bíblico, fiquei abalado com a grande ênfase que o Senhor colocou sobre o sétimo dia da semana como o dia a ser honrado. “E, havendo 67