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Sernancelhe realiza mostra de sopas e encontro de ranchos folclóricos

O Exposalão, em Sernancelhe, volta a ser palco de um evento que marca o calendário nesta época do ano, que este ano integra as comemorações do Douro – Cidade Europeia do Vinho 2023.

O Festival das Sopas, que decorrerá de 17 a 19 de fevereiro, vai receber 18 instituições do concelho que darão a provar sopas diversas, confecionadas com produtos locais, bem como um Encontro de Ranchos que, este ano, recebe grupos folclóricos nacionais, mas também da vizinha Espanha, nomeadamente de Vigo. Um evento que junta o melhor da gastronomia local, com a mais genuína tradição popular e que inclui uma exposição etnográfica e artesanato.

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O vereador da Cultura da Câmara de Sernancelhe, à Gazeta Rural, diz que este evento “pretende dar continuidade à tradição, hábitos e costumes do município”. Armando Mateus salienta também a importância de “valorizar todos os nossos produtos endógenos”.

Gazeta Rural (GR): O Festival das Sopas e Encontro de Ranchos é um evento que já ganhou o seu espaço, sendo hoje uma das referências desta época do ano na região?

Armando Mateus (AM): Esta é mais uma edição que pretende dar continuidade a esta tradição, hábitos e costumes do município de Sernancelhe, também muito ligado à gastronomia, porque estamos a falar de um festival de sopas.

Pretendemos valorizar todos os nossos produtos endógenos, desde logo a castanha, muito utilizada na nossa cozinha com a sopa e o caldo, e que tem uma diferença. A sopa é mais um creme, enquanto no caldo já tem a adição de outras leguminosas, como o feijão, mas também enchidos, carnes de porco e fumados, o que dá uma sopa rica para esta terras de altitude e de frio, que no inverno de outros tempos aconchegam o estômago das nossa gentes. Neste festival incluímos também a etnografia, não só local, com ranchos folclóricos da Beira, de outras regiões do país e este ano com a novidade, numa decisão pensada há algum tempo, que é a presença de um rancho da região de Vigo, o que dará outro colorido ao nosso Encontro de Ranchos, com outras tradições e costumes.

Estamos também a manter aquilo com que sempre pautamos, que é uma organização pensada para que as pessoas se sintam seguras, acomodadas e confortadas com as 18 sopas que vão estar em prova.

GR: Este evento tem vindo a recuperar velhas tradições gastronómicas, hoje tão em voga, mas também alguns alimentos que entravam na confeção das sopas?

AM: Sim. As 18 instituições e parceiros que vão estar presentes na feira, com as sopas, estão distribuídos pelas 13 freguesias e lugares do concelho, o que faz com que dentro deste território de 222 kms2 exista uma diversidade e até costumes distintos. Temos localidades de montanha, onde são privilegiados o feijão, a castanha e os enchidos, portanto, estamos a falar de zonas mais frias, com a confeção de sopas com mais sustento, depois temos freguesias e aldeias em zonas mais baixas, junto ao rio Távora, onde se privilegiam as hortícolas, com a famosa sopa de cebola de Ferreirim, ou a sopa de peixe do rio, de Faia e Vila da Ponte. Cada localidade do nosso concelho acaba por ter alguma particularidade.

Esta feira também tem esse intuito de incentivar e promover a compra dos produtos locais e faz com que pequenos produtores se sentiam cada vez mais motivados para a produção de hortícolas, leguminosas e outros, como batatas e cebolas, para depois fazerem parte dos ingredientes para a confeção de sopas, porque estamos a falar em mais de três mil litros de sopas que serão produzidos durante o fim de semana, onde são esperados alguns milhares de pessoas. É neste festival que se pode valorizar o incentivar os pequenos produtores, adquirindo-lhes esses produtos.

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