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Município de Almeida organiza feira para divulgar os recursos locais

A Câmara de Almeida promove, de 3 a 5 de fevereiro, em Vilar Formoso, a XIV Feira de Caça, Pesca e Desenvolvimento Rural, evento que visa atrair visitantes à região e divulgar os recursos cinegéticos e piscatórios e as potencialidades locais. Bárbara Bandeira e os Quatro e Meia os nomes maiores do programa de animação do evento.

A Feira vai decorrer no pavilhão multiusos de Vilar Formoso e inclui exposições, gastronomia, conferências, concertos, animação e uma rota pelos fornos comunitários do concelho, entre outras atividades. No âmbito do certame realizam-se a Expo Floresta e Canina, a Expo Agropecuária, a Expo Ibérica e a Expo Gastronomia, e uma exposição sobre a evolução da caça, pesca e agricultura desde a pré-história à atualidade, com animação interativa.

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O presidente da Câmara de Almeida, à Gazeta Rural, diz que as “expectativas são altas” para este evento, que em 2021 foi realizado fora de época.

António José Machado diz que a caça e a pesca são dois produtos turísticos. “A caça está mais desenvolvida”, enquanto na pesca” há projeto novos a desenvolver”.

Gazeta Rural (GR): Que expectativas tem para a edição deste ano, tendo em conta as contingências dos últimos dois anos?

António José Machado (AJM): O ano passado realizámos a feira fora da época habitual, devido ao covid, e acabámos por realizá-la meses mais tarde. Foi uma boa experiência para sentir que a população local e os visitantes tinham vontade de a reeditar.

A data deste evento é no início de fevereiro e este ano as expectativas são altas. Voltamos a fazer crescer a feira mais um pouco e, nesse contexto, fazemos também uma aposta nas atracões e na diversidade.

Temos uma exposição sobre a evolução da caça, da pesca e da agricultura, porque este evento também é dedicado ao desenvolvimento rural do concelho. As nossas expectativas são altas, pois a feira tem tido muita procura, especialmente nos dias de sexta e sábado, porque coincide com a feira mensal em Vilar Formoso, que recebe a visita de muitos espanhóis.

É uma feira consolidada, a qual temos dado em todas as edições alguns incrementos, mas estamos também no nosso limite, pois temos de ter a consciência de que a feira tem de dar retorno. Sentimos que não podemos fazer mais investimentos, pelo que tem é que haver melhoria na qualidade e os produtores locais apostarem na feira.

GR: A Caça e a Pesca são dois produtos turísticos do concelho. Que perspetiva tem neste pós-covid?

AJM: A pesca ainda não está a ser desenvolvida o suficiente, mas há projetos que começam a interessar, aos clubes e à própria autarquia, para podermos implementar.

Na caça houve a consciência, que foi sendo passada para as associações, de que tem de dar retorno para o território. O que estava a acontecer nos clubes associativos é que a caça ficava toda no território e temos de ter a abertura suficiente para atrair pessoas de fora, que se tornem sócios e paguem para participar em eventos, como as largadas ou as montarias.

Há, neste momento, projetos de iniciativa privada, que muito me agrada, que se instalaram no território, e permitem, na parte turística, um retorno ainda maior. Os visitantes vêm ao território e ocupam as unidades hoteleiras, sejam casas rurais ou turismo de habitação.

Quanto à pesca, há um caminho a percorrer e temos um potencial enorme com o rio Côa. Há um plano de aproveitamento dos recursos hídricos já feito e temos que, agora, colocá-lo em funcionamento. É intenção da Câmara desenvolver o Côa, mas também a ribeira das Cabras e a ribeira dos Toirões, embora esta precise de um trabalho maior. Contudo, a vontade está incutida nos próprios clubes, que começam a pedir para utilizarem alguns açudes e represas para fazer parques associativos e utilização para caça. Nesta vertente da pesca, penso que no futuro vai ter um crescimento que vai ser associado ao turismo de natureza, que também estamos interessados em desenvolver.

GR: Antes da pandemia, havia pessoas comprarem casas nas aldeias do concelho, que recuperavam, para estarem mais perto de poderem praticar a caça e a pesca. Essa situação mantém-se?

deias.

GR: Esse retorno ao campo já vinha acontecendo, mas aumentou com a pandemia noutras áreas?

AJM: Há uma moda que se vem acentuando de fazer as vidas no interior, nos locais onde lhes são proporcionadas vantagens para poderem estar. Com o covid, o teletrabalho e o trabalho à distância aumentaram. Não estou ciente de que seja a salvação de alguns territórios, nalguns setores é possível, noutros não estou assim tão convencido, porque as empresas ainda têm de ter essa evolução para haver o trabalho à distância.

Mas, temos no território alguns exemplos. Tenho vizinhos que, em situações normais, estariam a trabalhar na Colômbia ou no Brasil e estão cá. Por outro lado, há pessoas que têm a sua vida profissional em Lisboa e Porto e que estão a residir no concelho, por exemplo produtores musicais. Não é um número muito significativo, mas é um bom começo.

AJM: Continua a verificar-se, não só na compra de casas, mas também de propriedades. Alguns já estão a pensar em fazer pequenos investimentos em alojamento locais, não só para sua própria utilização, mas também para venda do produto. Existem em várias localidades, como Nave, Junça e Pailobo, onde muitos dos compradores de casas também são caçadores, mas vêm por causa do descanso, em regiões onde não há muita gente, o que lhes permite estar em contacto com a natureza. Mas tem havido um incremento significativo na compra de casas nas nossas al-

Outros há que apostaram em espaços coworking para fazerem teletrabalho, com acesso a tecnologias. Não temos internet de alta velocidade em todo o concelho, mas temos em alguns locais, e essa é uma aposta que queremos manter, por exemplo no Imaculada Center, em Vilar Formoso, um espaço de coworking e incubação de empresas, para além de outros projetos como as Aldeias Históricas, para Almeida e outras aldeias do concelho.

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