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Cientistas da UMinho retardam deterioração de frutos com um produto das colmeias
from Gazeta Rural nº 400
by Gazeta Rural
Possível através do própolis
Uma equipa da Escola de Ciências da Universidade do Minho está a estudar uma forma de retardar a contaminação microbiana e o amadurecimento pós-colheita da fruta. isto é possível através do própolis, uma resina biológica criada por abelhas para proteger as suas colmeias e utilizada na indústria farmacêutica, cosmética e em higiene e saúde oral, principalmente pelas suas propriedades antimicrobianas e antioxidantes. Os resultados na UMinho são promissores.
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O estudo mostra que pode ser possível mitigar o aparecimento de doenças e/ou retardar o apodrecimento microbiano em maçãs, peras e tomates cherry, mas também a degradação natural durante o seu armazenamento e comercialização com recurso a este produto biológico. No caso de doenças dos frutos causadas por microrganismos fitopatogénicos, este processo de retardação pode passar por pulverizar as árvores, mas os cientistas também testaram soluções à base de própolis após a colheita dos frutos. Com isto, observou-se uma redução no avanço dos focos de infeção induzida.
Em Portugal, o estudo sobre as potencialidades do própolis na área agroalimentar é limitado. Por isso, esta investigação representa um importante passo para a sua valorização no setor, desde logo fazendo chegar esta informação a apicultores e agricultores. “Apesar do interesse crescente por produtos naturais, as propriedades de outros produtos da colmeia são relativamente desconhecidas dos apicultores portugueses, o que faz com que o própolis tenha sido pouco valorizado no nosso país. Por outro lado, os requisitos de qualidade apertados e quantidades elevadas requisitadas pela indústria farmacêutica podem desmotivar os apicultores dada a estimativa de produção: 500g de própolis por colmeia e por ano”, explicam as investigadoras.
Além disso, a utilização do própolis apresenta algumas vantagens para a biodiversidade e para o ambiente, uma vez que pode levar à diminuição do uso de pesticidas e fungicidas, mas também pode representar um avanço contra o desperdício alimentar.
A condução deste estudo ficou a cargo de Cristina Almeida Aguiar, Ana Cunha, Leonor Tunes Pereira, Ana Beatriz Carneiro e Lucas Falcão Peixoto, investigadores do Centro de Biologia Molecular e Ambiental (CBMA) da Escola de Ciências da UMinho.