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Portugal vai registar recorde de produção de azeite

Mas com dificuldade em escoar bagaço de azeitona

Portugal vai registar recorde de produção de azeite

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Portugal vai registar a maior produção de sempre de azeite, que poderá rondar as 180.000 toneladas, mas conta com “alguma dificuldade” em escoar o bagaço de azeitona, sobretudo no Alentejo e trás-os-Montes, avançou a Casa do Azeite.

“Não há propriamente excedentes na produção de azeite, até porque Portugal, apesar de ser autossuficiente para o seu consumo interno, ainda tem que recorrer a importações para satisfazer as suas necessidades totais, que incluem as exportações”, explicou a secretária-geral da Casa do Azeite, Mariana Matos. Contudo, a produção de azeite será, “segundo todas as estimativas”, a maior de sempre em Portugal, com cerca de 180.000 toneladas, número que já era esperado, face ao desenvolvimento do setor e ao investimento em novas plantações.

Na atual campanha tem-se verificado, no entanto, dificuldade em escoar atempadamente o bagaço de azeitona devido ao nível da produção e ao facto de esta se concentrar em pouco tempo, nomeadamente, entre os meses de Outubro e Dezembro. As zonas mais afetadas são as de maior produção - o Alentejo e Trás-os-Montes.

“Um lagar só pode funcionar se os bagaços de azeitona forem retirados. Daí que alguns lagares tivessem mesmo que encerrar até que fosse possível o escoamento dos bagaços. Alguns olivicultores optaram por outras soluções, por exemplo, enviar azeitona para lagares espanhóis ou enviar o bagaço de azeitona para extratoras espanholas”, exemplificou Mariana Matos, ressalvando que estas soluções acarretam elevados custos.

Para a secretária-geral da Casa do Azeite, esta situação poderia ser evitada se o setor estivesse “corretamente dimensionado”, com capacidade de tratamento do bagaço de azeitona “em sintonia” com a produção. “Este é um problema sério que tem que ser solucionado, tem que ser permitido o aumento da capacidade das extratoras existentes ou aprovadas novas, sob pena de comprometer todos os esforços que o setor produtivo tem feito nos últimos anos”, apontou.

Para a Casa do Azeite, existem ainda outras alternativas, como a compostagem ou outra valorização dos bagaços de azeitona “na lógica da economia circular, mas que, por si só, não podem ser encaradas como solução, terão sempre que ser soluções complementares ao aumento da capacidade das extratoras”.

Segundo dados do Eurostat, citados pela Casa do Azeite, entre Janeiro e Novembro de 2021, as exportações nacionais de azeite registaram uma quebra de 6,3% em volume para 182.200 toneladas, mas em valor aumentaram cerca de 8% para 562,5 milhões de euros, face ao aumento de preço do azeite. “Como os preços do azeite se mantêm elevados, é de prever um abrandamento das exportações nacionais também em 2022, nomeadamente das exportações de azeite embalado”, concluiu Mariana Matos.

Com atividade desde 1976, a Casa do Azeite é uma associação patronal de direito privado, que representa a quase totalidade das associações de azeite de marca embalado em Portugal.

“carne Ramo Grande” é a nova indicação geográfica de Portugal

A Comissão Europeia aprovou o produto tradicional “Carne Ramo grande”, obtida a partir de bovinos nos Açores, como nova denominação de origem protegida (dOP) da União Europeia (UE), passando a ser uma indicação geográfica preservada.

Em comunicado, o executivo comunitário salientou que “as características gerais da raça são influenciadas pelas condições naturais do arquipélago”, referindo que “as condições climáticas dos Açores, combinadas com a técnica especial de reprodução, permitem o pastoreio durante todo o ano”. “Os conhecimentos e receitas tradicionais de cada uma das ilhas, transmitidos de geração em geração, realçam os sabores e aromas específicos da ‘Carne Ramo Grande’”, adiantou.

Desenvolvida na zona do Ramo Grande, no concelho da Praia da Vitória, na ilha Terceira, a raça está hoje presente em todas as ilhas do arquipélago. A “Carne Ramo Grande” é “de cor vermelho vivo, com tendência a ficar mais intenso em contacto com o ar e com a idade do animal, de consistência firme decorrente da presença de tecido conjuntivo interfascicular em proporção variável e com cheiro aromático intrínseco da espécie”.

Surgiu para representar os empresários agrícolas

Associação quer dar voz a jovens agricultores do Vale do Mondego

Composta por jovens entre os 18 e os 40 anos, a Associação de Jovens Agricultores do Vale do Mondego (AJAVM) surgiu para representar os empresários agrícolas e “comunicar e lutar por questões relacionadas com a agricultura em geral”.

A Associação de Jovens Agricultores do Vale do Mondego (AJAVM) pretende ser uma voz activa dos empresários agrícolas, entre os 18 e os 40 anos, em actividade na bacia hidrográfica do maior rio exclusivamente português. “Neste momento, não existia na região nenhuma associação de jovens agricultores. A nossa associação tem apenas jovens entre os 18 e os 40 anos e a nossa ideia foi juntarmo-nos para ter uma voz activa e conseguir adaptar as nossas condições de instalação à região onde estamos”, disse à agência Lusa diana Valente, presidente da AJAVM. “Muitas vezes as normas de instalação são nacionais, não são adequadas”, adiantou.

Por outro lado, o facto da nova associação poder ser “uma voz activa”, permite aos jovens agricultores do Vale do Mondego - com explorações ao longo do curso do rio, entre a nascente, no distrito da Guarda, até à foz, na Figueira da Foz, distrito de Coimbra - “comunicar e lutar por questões não apenas relacionadas com jovens, mas com a agricultura em geral”, disse.

A AJAVM foi criada com 12 sócios fundadores, ligados à produção de arroz e milho, hortícolas, frutas, batata e bovinos de leite e carne. Pretende representar “todos os concelhos do Vale do Mondego”, acrescentou Diana Valente, que reside em Meãs do Campo (Montemor-o-Velho), é médica veterinária e possui uma exploração agrícola familiar ligada à produção de cereais e bovinos de carne de raças autóctones. “Somos jovens de uma região com um enorme potencial agrícola, pelo que temos a necessidade de projectar o seu futuro e conseguir o seu rejuvenescimento”, referem os fundadores da AJAVM, em nota de imprensa sobre a nova associação.

A Associação de Jovens Agricultores do Vale do Mondego quer “contribuir, por todos os meios, para a valorização técnica, empresarial, cultural e recreativa dos seus associados, nomeadamente através da promoção de cursos, colóquios, estágios, acções de formação profissional, visitas de estudo, convívios ou quaisquer outras actividades de âmbito cultural e recreativo”.

A promoção e organização de “intercâmbios com organizações estrangeiras congéneres” e a representação dos jovens agricultores da região “junto das entidades e instituições oficiais”, são outros dos objectivos enunciados.

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