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Festas de Constância à espera de “uma multidão maior”

Vão decorrer de 15 a 18 de Abril

Constância recebe anualmente, no fim de semana da Páscoa, as Festas do Concelho e de Nossa Senhora da Boa Viagem, que atraem muitos milhares de visitantes. O ponto alto acontece na segunda-feira de Páscoa com as cerimónias religiosas, que incluem a bênção dos barcos em pleno rio Tejo.

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Oliveira acredita que também o número de barcos que subirão o rio Tejo até ao Zêzere seja “maior”.

Gazeta rural (Gr): Aproximam-se as grandes Festas do Concelho de Constância. Como serão este ano?

Sérgio Oliveira (SO): As festas estão a ser preparadas nos mesmos moldes de edições anteriores, antes da pandemia, com uma nuance, porque vão ter quatro dias. Estas festas, como é habitual, envolvem toda a comunidade, as associações de cultura e recreio e a população de forma individual, seja no embelezamento das ruas, seja na dinamização das tasquinhas e quiosques de bebidas, num conjunto de iniciativas que, efetivamente, irão marcar o arranque de um novo tempo, em que voltamos à normalidade.

É de 15 a 18 de Abril que a Vila de Constância recebe o seu maior evento anual. As Festas do Concelho e de Nossa Senhora da Boa Viagem têm este ano, em termos de animação, Fernando daniel, Ana Lins e a Banda do Filme Variações como cabeças de cartaz. Contudo, as grandes atrações são as ruas floridas e as embarcações engalanadas que sobem o Tejo até Constância para a tradicional bênção que acontece na confluência do Tejo com o rio Zêzere, que ali desagua. “esperamos que as nossas festas sejam muito mais procuradas do que na última edição, em 2019”

O presidente da Câmara de Constância, em entrevista à Gazeta Rural, diz que depois da pandemia “esperamos este ano uma grande multidão”. Sérgio

Gr: espera umas festas normais ou com alguns constrangimentos?

SO: Por aquilo que tenho visto, e lido, acredito que não serão umas festas completamente normais, pois nos espaços fechados e no setor da restauração terá que se continuar a usar máscara.

Teremos que continuar a ter alguns cuidados nos espaços fechados, mas ao ar livre já não será obrigatório o uso de máscara, embora cada um, individualmente, fará o que entender. Em resumo, diria que ainda não serão umas festas completamente normais, mas comparadas com as que vivemos há uns tempos atrás, será algo muito mais leve.

Gr: Com a multidão de sempre, especialmente na segunda-feira de Páscoa?

SO: Esperamos que este ano seja uma multidão ainda maior, porque estivemos dois anos sem fazer festas, pelo que esperamos que as nossas festas sejam muito mais procuradas do que na última edição, em 2019.

Gr: Já tem uma estimativa do número de barcos que vão chegar

a Constância? O que sente nas pessoas?

SO: Ainda não. Endereçamos os convites e estamos a receber respostas. Presumo que, e isto é senso comum, que não se tendo realizado as festas durante dois anos, acredito que as inscrições serão mais que na última edição em 2019.

Sentimos que há uma grande vontade das pessoas para que as festas se realizem, porque isso faz-lhes falta, pois em termos psicológicos foram dois anos muito difíceis, a que se junta agora a situação de guerra que se vive na Ucrânia, que também é algo que marca o nosso dia a dia. Por tudo isto, entendemos que as pessoas merecem estas festas e estão a trabalhar para que as mesmas se realizem.

Gr: Há uma simbologia nestas festas, que juntam o religioso e o profano?

SO: Isso é algo que as pessoas encaram com naturalidade. A Câmara Municipal é uma instituição laica, obviamente, mas não é isso que nos afasta de termos uma boa colaboração com a paróquia, que sempre existiu. A articulação entre aquilo que é a festa mais comercial e pagã, com as cerimónias religiosas é normal. Vamos continuar a ter a bênção dos barcos, em pleno rio Tejo, e das viaturas. Todos os pontos fundamentais das nossas festas vão acontecer.

Gr: Como foram os últimos dois anos no concelho?

SO: Foram difíceis, tal como no país e no mundo. As autarquias tiveram que acudir a muitas situações, substituindo-se, muitas vezes, à Administração Central. Tivemos que apoiar as associações de cultura e recreio, pois tenho a certeza de que se não o tivéssemos feito algumas teriam fechado portas e não voltariam a abrir. À semelhança do grande esforço que fizemos para apoiar os Bombeiros Voluntários e a Santa Casa da Misericórdia de Constância, para além do apoio que demos a nível individual aos cidadãos, sempre que necessário e nos foi solicitado. Foram dois anos muito desgastantes e é preciso recuar 100 anos para o país ter vivido uma situação semelhante, mas que, no que concerne ao Município de Constância, como já referi, fizemos o que estava ao nosso alcance para acudir a todas as situações e a todas as pessoas que necessitaram de ajuda.

Gr: Há dados que vão indicando a ‘fuga’, ainda que em número muito reduzido, da cidade para o interior, onde hoje há melhores condições de vida. Tem sentido isso em Constância?

SO: Temos verificado o regresso de pessoas, não só de naturais do concelho, que voltaram, bem como de pessoas que viviam em cidades próximas ou na região da Grande Lisboa. Felizmente o Covid não parou as iniciativas no concelho, nem as intervenções municipais no espaço público, nem a iniciativa privada no que concerne à construção de habitação, embora ao nível da cultura e desporto tenha paralisado tudo. Neste momento, Constância tem um volume de processos de licenciamento bastante elevado, e isso aconteceu ao longo dos últimos dois anos. Por exemplo, o Centro Histórico da Vila já não é uma preocupação, pois os edifícios estão a ser reabilitados ou em vias de o ser. Também das freguesias de Montalvo e Santa Margarida têm dado entrada nos serviços da Câmara um grande número de pedido de licenciamento de habitação, com vista à instalação de novas famílias nestas áreas do concelho. São sinais positivos que temos, mas não podemos pensar que, com isto, os nossos problemas estão resolvidos, pois temos que continuar a afirmar Constância como um concelho bom para viver, para investir e para visitar.

Gr: O município vai manter os eventos previstos para este ano, como os dois festivais gastronómicos em maio e Outubro?

SO: Sim. Já em 2021 levamos a cabo o Festival do Javali e em Maio vamos retomar o Festival da Fataça. Temos vindo também a desenvolver um projeto interessante e que pretende dar vida ao Centro Histórico, que é “A Praça Com Vida”, uma iniciativa cultural que se vai realizar, pelo menos, uma vez por mês e que queremos aprofundar com outro tipo de iniciativas, nomeadamente quanto o Cine-Teatro estiver em funcionamento. Um dos objetivos deste mandato é aumentar a oferta cultural e desportiva no concelho.

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