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Projeto ‘Craft Turismo Criativo’ promove exposição online

Quatro novas peças - em vidro, vime, barro e linho - podem ser usadas no dia a dia e acrescentam design, inovação e criatividade ao artesanato regional. O próximo passo do projeto é criar um roteiro turístico pelas oficinas artesanais da região.

Uma iniciativa da CIM Viseu Dão Lafões e da ADD

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Projeto ‘Craft Turismo Criativo’ promove exposição online

Quatro novos objetos de design, produzidos de raiz por artesãos da região Viseu Dão Lafões e por uma designer profissional, estão disponíveis para visualização numa exposição online. Este é um dos primeiros resultados do projeto Craft Turismo Criativo, promovido pela Comunidade Intermunicipal (CIM) Viseu Dão Lafões e pela Associação de Desenvolvimento do Dão (ADD).

documenta fotograficamente o processo de trabalho. Na mesma plataforma estão documentadas outras iniciativas desenvolvidas no âmbito deste projeto.

Criar um roteiro turístico pelas oficinas artesanais é o próximo passo

O próximo passo do projeto será a promoção de um “Roteiro Saber-Fazer”, que propõe visitas a oficinas arte-

Os quatro protótipos - em vidro, vime, barro e linho - resul- sanais em articulação com o Património, a Natureza e a tam de um trabalho colaborativo entre os artesãos da região Gastronomia e Vinhos dos cinco municípios integrados e a designer de produto Irena Übler, e que envolveu também no projeto: Aguiar da Beira, Nelas, Mangualde, Penalva do os participantes nas oficinas implementadas pelo projeto. Castelo e Sátão. Em conjunto, desenvolveram e criaram de raiz os quatro no- Este novo roteiro turístico vai entrar na fase de visivos objetos, com base em técnicas, matérias e tradições lo- tas-teste, previstas até 5 de dezembro. Haverá visitas cais. Estes objetos originais, já em produção, foram pensados a oficinas artesanais nos cinco municípios envolvidos, para compor uma mesa de refeição, em casa, ou num hotel ou para contactos com os recursos culturais, patrimorestaurante. Têm assim aplicação prática e podem ser utiliza- niais, de natureza e de gastronomia de cada um. As dos no dia a dia, contribuindo para a valorização do património visitas-teste serão efetuadas por alunos do Instituto imaterial da região de Viseu Dão Lafões. Politécnico de Viseu e por técnicos dos municípios en-

Vidro, cestaria, cerâmica e bordado em linho foram as técni- volvidos. cas aplicadas na criação destes quatro produtos: um conjunto Para o secretário executivo da CIM Viseu Dão Lade lamparinas em vidro; um candeeiro em vime; um jarro em fões, Nuno Martinho, “é com muito prazer que vemos barro; e um caminho de mesa e guardanapos em linho. abrir as portas ao público esta iniciativa, muito foca-

A produção dos objetos teve início em agosto, no seguimento da na qualificação das artes tradicionais ligadas ao das oficinas de cocriação entre artesãos e participantes locais, nosso território. Esperamos que esta exposição e, nas quais se geraram ideias de novos produtos. A prototipagem posteriormente, o roteiro Saber-Fazer, tenham um colocou artesãos locais e Irena Übler – designer e coordenadora grande sucesso, atraindo novos públicos à região do processo de trabalho – a trabalhar de forma colaborativa num Viseu Dão Lafões”. processo de aprendizagem mútuo e enriquecedor, que pretendeu Já o coordenador da ADD, Emanuel Ribeiro, conrevitalizar o saber-fazer artesanal, numa perspetiva evolutiva e sidera que “esta é uma primeira oportunidade de contemporânea. as pessoas terem contacto com o trabalho que de-

O resultado pode já ser apreciado na exposição online “Novas senvolvemos junto dos artesãos. Estamos certos Formas de Artesanato – Design Feito à Mão”, disponível online na de que vai contribuir para valorizar cada vez mais o plataforma própria do projeto. Além dos objetos finais, a exposição nosso artesanato e, através dele, a nossa cultura”.

Opinião

Extinção das Direções Regionais de Agricultura e Pescas | O erro de uma regionalização encapotada

A decisão do governo extinguir as Direções Regionais de Agricultura e Pescas (DRAP), transferindo as competências para as Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR), é um erro grave que porá em causa tarefas essenciais do Estado, traduzindo uma regionalização encapotada, sem fiscalização política e potenciando a obscuridade.

Ao contrário do que sucede com as autarquias locais, em que as transferências de competências administrativas e principalmente de recursos financeiros são acompanhadas da necessária fiscalização política de vereadores e deputados municipais eleitos, o governo opta agora por CCDRs que não têm quaisquer mecanismos de natureza equivalente.

Por seu lado, as CCDR não têm vocação orgânica ou humana para o desempenho de tarefas específicas, mas essenciais, atualmente cometidas às DRAP, casos de licenciamentos (REAP, o REAI e das Pescas), da formação profissional agrária, dos planos de gestão de lamas e monitorização do programa em zonas vulneráveis, dos sistemas de informação agrária, da rede de informação de contabilidades agrícolas, da supervisão do parcelário, da atualização do patrimó-

nio vitícola, da gestão dos sistemas de avisos, ou da manutenção das explorações do Estado detentoras de um inestimável património vegetal, exemplo das coleções nacionais de pereiras e macieiras, entre outras. Prejudicada ficará também a eficácia de atividades inerentes aos investimentos nas explorações agrícolas e nas pescas (PDR 2020, Mar2020, VITIS, Programa Apícola Nacional, Programas Operacionais das Organizações de Produtores, futuramente ao novo quadro comunitário de apoio), bem como para as atividades de controlo das ajudas do 1.º Pilar da PAC.

As diferentes Direções Regionais, sublinhe-se, implementam as medidas de política agrícola, de desenvolvimento rural e das pescas na sua área territorial de intervenção, e muito têm contribuído para garantir os níveis de investimento, pela sua participação direta nas Autoridades de Gestão dos Fundos Agrícolas e das Pescas (PRODER e PROMAR, PDR2020 e MAR2020), indispensáveis para o nosso País.

As alterações que o governo pretende impor, serão trágicas para o Ministério da Agricultura, eliminarão a coesão e a proximidade do sistema em relação a agricultores e pescadores, e condenarão ainda mais o interior a um abandono indigno. Nuno Melo

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