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Foz Côa aposta nas festividades da Amendoeira em Flor para atração de visitantes àquela região

O município de Foz Côa aposta nas festividades da Amendoeira em Flor, que decorrem entre 17 de fevereiro e 05 de março, tendo reforçado o orçamento para dinamizar a economia e o turismo no concelho. O investimento é de 250 mil euros.

O programa das festividades elaborado para 2023 apresenta um cartaz variado com espetáculos. Fernando Mendes (17 de fevereiro), Diogo Piçarra (18 de fevereiro), Zé Amaro (03 de março) e Nininho Vaz Maia (04 de março) são os destaques. O desfile etnográfico que junta as freguesias e associações do concelho fecha as festividades, sendo considerado pela autarquia “a cereja no topo do bolo”, porque toda a comunidade se junta à iniciativa. O desfile está agendado para o dia 05 de março.

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Para além da festa, o município de Foz Côa oferece aos visitantes história, cultura, natureza, tradições, gastronomia e vinhos, a que se alia uma vasta programação cultural e de animação num território onde as primeiras flores da amendoeira começaram a “rebentar” e a transformar a paisagem deste rincão duriense.

“São as maiores festividades” de Foz Coa

O presidente da Câmara de Foz Côa, à Gazeta Rural, diz que estas “são as maiores festividades” do concelho, reiterando que “o que gastamos neste evento é um investimento”, dado que o concelho recebe muitos milhares de visitantes durantes cerca de um mês. João Paulo Sousa diz que o setor da amêndoa no concelho está a recuperar a sua importância, pois “as fontes de rentabilidade da amêndoa são diversas e a qualidade do fruto impera”

Gazeta Rural (GR): Que perspetiva tem para esta edição da Festa da Amendoeira?

João Paulo Sousa (JPS): É mais uma grande aposta do Município, para dizer que Foz Côa não é só vinho, pois somos a ‘Capital da Amendoeira em Flor’ e estas são as maiores festividades do concelho.

Consideramos que tudo o que gastamos neste evento não é um custo, mas sim um investimento. Tenho vindo a dizer isto ao longo dos anos, porque em três fins de semana, para além da beleza das nossas paisagens, atraímos milhares de pessoas à região e ao nosso território.

O nosso cartaz tem nomes grandes do mundo do espetáculo, mas tem muito mais do que isso, como as pessoas, o associativismo local, as escolas e as freguesias que se organizam para le- varmos a cabo uma grande festa. Só tenho de dar os parabéns a estas pessoas, porque sentem o território da mesma maneira que eu. para além daqueles que se deslocam em excursões ou na sua viatura pessoal. Depois temos o desfile etnográfico, no último dia das festas, em que temos visitantes oriundos de vários pontos do país, de norte a sul, mas especialmente da região norte e do Minho em especial.

GR: Houve uma mudança de paradigma na Festa da Amendoeira em Flor?

JPS: Sim. Temos dois momentos intensos. Durante o dia as atividades decorrem no centro da cidade, para não retirar dali as pessoas, e depois das seis da tarde, no pavilhão da Expocôa, temos toda uma outra vida noturna, que é preciso apoiar, como as atividades para os mais jovens, mas também para as pessoas poderem desfrutar de momentos musicais e daquilo que de bom se faz em termos de gastronomia, como os nossos produtos locais, o vinho, o azeite, a amêndoa, os enchidos, a laranja, entre tantas outras iguarias, pois temos no nosso território produtos de excelente qualidade.

Sabemos que são muitos milhares de pessoas que nos visitam, mas não temos como controlar todos esses fluxos. Muitos destes visitantes não vêm só a Foz Côa, mas percorrem toda a região. O alojamento e a restauração da região ficam lotados durantes cerca de um mês.

GR: O setor da amêndoa do concelho têm aproveitado esta onda?

GR: É possível contabilizar a importância destas três semanas para o concelho e para a região?

JPS: Fazem-me muitas vezes essa pergunta, que tem uma resposta muito difícil. É que este evento tem uma característica muito própria e única, pois é feito ao ar livre e durante três fins de semana, com mais de meia centena de atividades distribuídas por todo o concelho.

JPS: Liderámos este setor durante muitos anos, tornando-nos na ‘Capital da Amêndoa’. Nas últimas décadas, dada a sua rentabilidade, ou não, muitas vezes pagou-se para se plantar vinha e por isso é que nós temos uma grande produção vitivinícola, em detrimento da amêndoa.

Ou seja, conseguimos controlar muitos dos eventos. Sabemos que temos mais de 400 motards a visitar o concelho, mais de duas centenas de ciclistas, inúmeros percursos pedestres, com a participação de muitas centenas de pessoas. Só que, depois, há todo um conjunto de atividades paralelas que não controlamos. Temos uma parceria com a CP em que diariamente sabemos que cerca de 200 pessoas visitam a cidade e o concelho,

Atualmente isso está a mudar. As fontes de rentabilidade da amêndoa são diversas e a qualidade do fruto impera. Não estamos a liderar o mercado, mas damos conta que muitos investidores e produtores, ligados ao vinho e ao olival, estão também a produzir amêndoa. Neste sentido, não sendo a maior fonte de rendimento do setor agrícola, é já um complemento significativo, porque a qualidade da nossa amêndoa é muito boa e um elemento diferenciador.

Nós temos três elementos, - o vinho, o azeite e a amêndoa, - que conferem pujança ao nosso setor primário e, ao mesmo tempo, com vontade de conquistar o futuro.

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