PROJETO
[re]VIVER Centro atenção
a
de mulher
Josiane Lemes Agenor
PROJETO
[re]VIVER Centro atenção
a
de mulher
Josiane Lemes Agenor Orientadora Profª Drª Mirela Pilon Pessatti
Trabalho final de graduação apresentado à Universidade São Francisco como requisito parcial para obtenção do título de bacharel em Arquitetura e Urbanismo
Universidade São Francisco Curso de Arquitetura e Urbanismo/ Campus Itatiba 2019
A
utorizo a reprodução e divulgação deste trabalho por qualquer meio para fins de estudos e pesquisa, desde que citada a fonte. Email: josiane.lemes@mail.usf.edu.br
D
edico este trabalho à nós, todas as meninas e mulheres que já fomos e ainda somos prejudicadas de alguma forma diante desta sociedade ainda muito injusta, mas que mesmo assim continuamos a lutar como guerreiras para conquistar nosso espaço tão merecido.
Agradecimentos
A
gradeço primeiramente à Deus por me dar a oportunidade de existir e viver momentos únicos. Foram cinco anos de muita luta, garra e força de vontade que mostraram pra mim mesma que tudo pode se tornar real se você é capaz de encarar desafios.
guida. Sem deixar de mencionar a Aline
À minha família por sempre ter tor-
te dessa trajetória não somente da Univer-
cido pelas minhas conquistas e em espe-
sidade, mas todos aqueles que fizeram ser
cial a minha irmã Ana Claudia por me dar
possível chegar onde estou (um agradec-
todo o apoio e ajuda sempre que preciso
imento especial à professora Paula Vilma
e por acreditar que esse sonho é possível.
que me marcou com toda sua sabedoria e
Agradeço
ao
meu
namorado
e o Vinicius pela parceria desde o primeiro semestre, vocês foram essenciais ! Agradeço até minha chefe e companheiros
de
trabalho
pela
paciência
nos dias que apareci virada (HAHA). Aos meus professores que fazem par-
Er-
amizade ao longo de todo meu ensino mé-
ick, por aguentar todas as crises de es-
dio). E a minha orientadora Mirela pela
tresse e ansiedade sempre ao meu lado
paciência e dedicação em todas as assesso-
me dando a calma e incentivo que eu pre-
rias com suas referências, pois sem isso esse
cisava, acreditando sempre no meu po-
projeto não caminharia com tanta leveza.
tencial e me fazendo superar obstáculos. Aos meus amigos que mesmo distan-
Sem minha
deixar
grande
de
gratidão
mencionar pela
Manu
tes por conta dessa correria, sempre torcem
Cunhas
por mim e me passam toda energia positi-
que me disponibilizou todas as ilus-
va necessária pra continuar de cabeça er-
trações utilizadas ao longo do caderno.
do
grupo
“Outras
Meninas”
“
O objetivo não é que as mulheres tirem o poder das mãos dos homens, pois isso não mudaria nada. A questão é exatamente
destruir
essa
noção
de
poder.” Simone de Beauvoir
1 2 3 4 5 6 7
INTRODUÇÃO
14|17
TEMA
18|31
OBJETIVOS
32|35
REFERÊNCIAS DE PROJETOS
36|49
ÁREA DE ESTUDO
50|63
PROJETO
64|89
BIBLIOGRAFIA
90|94
Resumo
N
essa sociedade brasileira, firmada por variadas religiões, costumes e crenças, o sexo feminino é visto com inferioridade em relação ao masculino, sendo a elas ensinado e destinado sempre trabalho de caráter caseiro e materno, havendo fases em que as mesmas podiam sequer trabalhar de forma independente. No contexto urbano essa prioridade aos homens não se faz diferente pois grande parte das mulheres que estão inseridas no mercado de trabalho, não recebem tanto valor quanto os homens que estão desempenhando a mesma função seja no salário recebendo menos ou na carga horária da jornada de trabalho. Pensando no aspecto de que é necessário que as meninas sejam qualificadas para alcançarem melhores lugares no mercado de trabalho, o projeto que será desenvolvido no município de Bragança Paulista, no interior de São Paulo, tem por principal objetivo oferecer a elas um centro de atenção com foco em cursos profissionalizantes e atividades que possam gerar renda de alguma forma, além da criação de um abrigo que apoiará vitímas de qualquer tipo de violência e moradoras de rua.
13
1
Introdução
Introdução
U
16
ltimamente o papel da mulher na sociedade tem sido alvo de grandes discussões e os motivos não são novos, pois desde antigas gerações nessa sociedade, o sexo feminino não é enxergado com as mesmas prioridades e regalias que o masculino, seja na profissão onde os homens ganham mais exercendo a mesma função; em casa onde meninas são responsáveis por atividades domésticas e cuidados com filhos ou nas ruas onde quem precisa tomar cuidado com o que se veste são as mulheres e não os homens que precisam respeitar e dar o merecido espaço. (LEMES, 2018) Devido a essas e outras razões, surgem movimentos político- sociais denominados feminismo contemporâneo durante o séc XX, que buscam lutar pelos direitos da mulher de ser o que quiser ser e conquistar seu devido espaço nessa sociedade hoje tão machista e agressiva e alcançar liberdade no mercado de trabalho. (SANTOS, 2018) Após tanto tempo vivendo com dependência de pais e/ou maridos, as mulheres estão ocupando cada vez mais espaço no mercado de trabalho, porém isso não é sinônimo de ganhar reconhecimento uma vez que, de acordo com Lilian Rolim em seu artigo “A inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro”, mes-
INTRODUÇÃO
mo sendo a maior porcentagem da população em idade ativa no Brasil (somando pouco mais de 50%), ainda é menor em relação à independência econômica (total de 43%), sendo essas: donas de casa, mulheres grávidas ou mães solteiras e outras que optam por não estar no mercado de trabalho. (ROLIM, 2018) A Constituição Federal em seu art. 5º, determina que “homens e mulheres são iguais em seus direitos e deveres”, porém mesmo com o crescimento das conquistas femininas na sociedade, a desigualdade entre os gêneros ainda é assustadora, e o pior dessa relação é que muitas mulheres são mortas simplesmente por serem mulheres ou terem opiniões diferentes daquelas impostas. Pensando nesse aspecto, surge a necessidade de desenvolver um centro de atenção destinado às mulheres que será implantado no município de Bragança Paulista, onde terá como programa principal a junção de atividades que promovam saúde, bem estar, lazer e qualificação profissional as envolvidas, garantindo melhores condições de vida e segurança.
17
2
Tema
20
fonte
Blog
Franscisco
Miranda:
Mulheres
trabalhando
na
indĂşstria
com
a
chegada
do
sistema
capitalista
TEMA
Tema A mulher no mercado de trabalho Por anos ocupando o papel de submissas, as mulheres foram vistas com inferioridade sob o sexo masculino, possuindo sempre a função de donas de casa, mães e em muitos casos, sem poder sequer gerar sua própria renda exercendo trabalhos fora de casa. Após tanto tempo sofrendo com essa desigualdade de gêneros, as meninas começam a conquistar um valor maior na sociedade, tanto no mercado de trabalho ganhando a chance de ocupar melhores cargos, quanto nas ruas onde lentamente puderam caminhar sozinhas e ganhar a liberdade de usarem trajes que as façam se sentir bem.. A inserção da mulher no mercado de trabalho se iniciou junto ao período da 1ª guerra mundial em 1915, quando os homens saíram para as lutas e elas precisaram assumir os negócios e a posição, até então, masculina no mercado para gerar renda para a família. Mesmo após o fim da guerra, as mulheres sentiram necessidade de seguir adiante com esse processo de gerar seu dinheiro, a princípio pelo cuidado com os filhos e com a impossibilidade de seus maridos de voltarem aos trabalhos depois da guerra, dando fim ao conceito de “sexo frágil”. (DI OLIVEIRA, 2016)
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22
De acordo com o autor Amauri Mascaro Nascimento, no séc XVIII a mão de obra feminina ficou ainda mais intensa com o surgimento da revolução Industrial, que trouxe consigo as indústrias, onde o trabalho era livre e a mão de obra muito barata, infelizmente até então esta era a única razão para os donos de indústria darem preferência para os trabalhos da mulher, fazendo com que sua carga horária muitas vezes fosse de até 16 horas trabalhadas diariamente. O que leva a reconhecer que, mesmo que a presença feminina já estivesse ficando mais sólida no mercado, ainda existia muito preconceito e discriminação e os melhores cargos ainda eram para os homens, tal situação encontrada até os dias atuais. De acordo com a matéria “Mulher no Brasil: A luta pela igualdade de gênero e raça” por Nathalia Di Oliveira, nesse período apenas 14,7% da população economica-
1879 Mulheres são aceitas em faculdades
Resolução de salários iguais para ambos os sexos
1919
1934 Mulheres ganham direito ao voto
mente ativa eram mulheres sendo que 84,1% eram responsáveis por serem donas de casa, restando ainda 1,2% das mulheres que não possuíam nenhuma função, estimando-se serem as crianças e as idosas que já não tinham mais condições de serem inseridas no mercado.
O feminismo no Brasil e no mundo Não há uma definição certa para a palavra feminismo, uma vez que ele poder ser encarado com tanta flexibilidade e por ter marcado de diversas formas a história tanto do Brasil quanto do mundo quando o assunto são as mulheres ( ZIRBEL, 2007). Vamos nos referir aqui ao feminismo como um movimento político que tem por ideia principal defender um conjunto de opiniões e direitos tanto no nivel público quanto no privado.
Aprovado o estatudo da mulher casada
1962
1977 Aprovada Lei do divórcio
Forças armadas passam a aceitar mulheres
1980
TEMA
Por conta da injustiça machista e desigualdade, surgem os Movimentos Feministas que têm por objetivo lutar pela sociedade mais igualitária. Tanto o feminismo liberal quando se apoia que a mulher seja “igual” ao homem com os mesmos direitos e deveres; quanto o materialista, onde a causa é para as meninas se livrarem da opressão masculina procurando por direitos de igualdade (SANTOS, 2018), a fim de evitar qualquer padrão baseado em normas de gêneros e raça, em suma, busca a libertação da mulher para que ela seja quem ou o que quiser ser, deixando de ser apenas sombra para ganhar valor, voz e reconhecimento pela sociedade no geral, não somente em frente ao sexo oposto. Foi através da criação desses movimentos que começaram a se formar grupos em defesa das questões de interesse feminino, de forma a causar em-
1985 Primeira delegacia da mulher
Reinvidicado de mais mulheres na política
1996
2006 Criada Lei Maria da Penha
poderamento e educação feminista. Dando ainda um adendo ao fato de, inicialmente, de acordo com relatos de Simone Bauvoir no surgimento dos movimentos e das criações de novas instituições a respeito do tema, era considerado que apenas mulheres brancas e européias participariam, porém a escritora e filósofa mostra que o feminismo é justamente para todas, surgindo mais pra frente o Movimento Negro na qual se inseriam todas as raças que anteriormente não eram agrupadas e houve também partindo disso, a criação de estudos de genêros. Foi quando em 1975, surgiu o conhecido “Ano da mulher”, terceiro momento que marcou toda a década seguinte com o feminismo no Brasil; ele não foi capaz de acabar com o machismo e a opressão, porém contribuiu para estimular ainda mais a luta pelos seus direitos como o de votar, pela liberdade
Primeira presidente mulher é eleita
2010
2015 Aprovada Lei do feminicidio
Transexuais recebem direito a nome social
2018
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24
sexual, métodos contraceptivos, de poder trabalhar e além de tudo, poder dizer NÃO. Todas as iniciativas desenvolvidas pelos grupos eram pacíficas, pois em nenhum momento procuravam gerar brigas, pelo contrário, suas lutas eram com palavras buscando sempre os direitos de liberdade e igualdade, havendo momentos que a forma de se comunicar era através de congressos e peças teatrais que levavam para a população e para a politíca os temas discutidos, incluindo a discriminação racial. Hoje diante do sec. XXI, já é possível observar que as mulheres já conseguem ocupar grandes lugares nessa sociedade, contudo, ainda é preciso implantar métodos que qualifiquem ainda mais essas profissionais para que consigam chegar mais longe e serem respeitadas como merecem e precisam ser, excluindo de vez a discriminação e preconceito contra as meninas e os movimentos que as rodeiam.
As Leis a favor dos direitos femininos Em 1932, com a influência de diversos movimentos criados, surge a primeira lei da Constituição Federal que visa pro-
mover benefícios para o sexo feminino, que são utilizadas até nos dias atuais como por exemplo, licença maternidade, e remuneração igual para funções iguais sem distinção de sexo; porém continua a exploração da mão de obra feminina através salários mais baixos do que deveriam e jornadas excessivas de trabalho, sem deixar de mencionar a quantidade de tempo que além de tudo precisam ser destinadas aos afazeres domésticos e cuidados com filhos, tais atividades que são poucos homens que se responsabilizam. A Lei Maria da Penha criada em 2006, visa a proteção de vítimas de violência doméstica criando métodos que sejam capazes de manter distância entre o agressor e a vítima. Em seu artigo 30 a Lei prevê que, independente de casos de violência, toda mulher terá direito ao acesso à saúde, educação, cultura e trabalho, sem considerar sua crença, raça ou classe. Todas essas funções serão inseridas no projeto do Centro de atenção à Mulher, buscando criar formas que traga interação e profissionalismo às pessoas que estarão envolvidas no programa tendo como impacto a maior inserção delas no mercado de trabalho e independência tanto financeira quanto nas suas escolhas pessoais .
Ao lado Infográfico 1: Mulheres como vítimas de violência
Fonte IBGE Editado pela autora
Justificativa
Sem instrução
HOMEM
MULHER
6.2%
3.3%
Fundamental 29,3% 20.6% incompleto Fundamental 11,7% 9.7% dados de diversascompleto fontes a respeito do tema, foi possível observar Médio incompleto 6.8% 5.9% geral, as mulheres recebem menos oportunidades no mercado de tra-
Ao analisar que no Brasil em completo 33.7% balho do que os homens ocupandoMédio até 2010 apenas 43%29,4% das vagas, mas quando consegSuperior incompleto 4.6% 6.4% uem se inserir em algum posto, trabalham mais horas semanais que eles sendo no gerSuperior completo 12.1% 20.4% al a carga horária masculina de 41 horas, enquanto as mulheres trabalham cerca de 56 horas e recebem cerca de 30% a menosÀREA ás vezes exercendo funções, além MERCADO até DE as mesmas AFAZERES JORNADA SEMANA TRABALHO DOMÉSTICOS de também passarem 10 horas a mais que eles se dedicando aos afazeres domésticos (A+B) (A) (B) (PNAD, IBGE 2011), piorando ainda mais a situação para as mulheres negras que sãoHomens reHomens Mulheres Homens Mulheres Mulher sponsáveis por 52% dos cargos de domésticas. Esses mostram aquele conBRASIL 42.6h dados 36.9h 10.3h que 21.8h 52.9h 58.7h Alagoas 41h 34.6h 54.2h 63.1h ceito da antiguidade de que as garotas são responsáveis pela casa,13.2h ainda 28.6h não mudou.
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Gráfico 1: Relação de pessoas desocupadas em São Paulo no ano de 2018
Amapá
44h
38.8h
12.0
23.3h
56h
Ceará
42h
36.8h
12h
24.7h
54h
61.5h
SÃO PAULO
43.7h
38.9h
9.9h
20.8h
53.5h
59.8h
54.8h
61.9h
Gráfico Pernambuco
2: Rendimento médio em13.3h São Paulo no 41.4h 37.4h 24.5h ano de 2018
fonte IBGE 2018 Editado pela autora
62.1h
fonte IBGE 2018 Editado pela autora
RENDIMENTOS Homens
Mulheres
Mulheres
R$2.500
Homens
R$3.500
R$0
R$500
R$1.000
R$1.500
R$2.000
R$2.500
R$3.000
R$3.500
No Brasil, dados de 2018 mostram que na média o salário dos homens chegam a quase R$3,500, enquanto o das meninas caem para R$2,500 em alguns dos casos exercendo até a mesma função como mostrado no gráfico 2.
R$4.000
Fundamental completo Médio incompleto
11,7%
9.7%
6.8%
5.9%
Médio completo
29,4%
33.7%
Superior incompleto
4.6%
6.4%
JUSTIFICATIVA
Tabela 1:completo Horas semanais dedicadas ao mercado de trabalho 20.4% e afazeres domésticos no Brasil pela Superior 12.1% fonte IBGE 2011 Editado pela autora
ÀREA
população de 16 anos e mais
MERCADO DE TRABALHO (A)
AFAZERES DOMÉSTICOS (B)
JORNADA SEMANAL (A+B)
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
Homens
Mulheres
BRASIL
42.6h
36.9h
10.3h
21.8h
52.9h
58.7h
Alagoas
41h
34.6h
13.2h
28.6h
54.2h
63.1h
Amapá
44h
38.8h
12.0
23.3h
56h
62.1h
Ceará
42h
36.8h
12h
24.7h
54h
61.5h
SÃO PAULO
43.7h
38.9h
9.9h
20.8h
53.5h
59.8h
Pernambuco
41.4h
37.4h
13.3h
24.5h
54.8h
61.9h
Quando feita essa relação com outros países, pode-se atentar ao fato de que todos os RENDIMENTOS que estão presentes no gráfico, segue essa mesma ordem de que as mulheres são sempre as que Homens Mulheres recebem menos. No Brasil, apenas 19,9% cumprem trabalho remunerado, enquanto na perspectiva masculina, 37% ganham pelos seus serviços e apenas 5,9% passam pelo desemprego. Gráfico 3: Relação de carga horária remunerada no ano de 2011 fonte 42%PNAD 2011 Editado pela autora 58%
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Dados dos censos demográficoS do IBGE mostram que, em 1950, apenas 13,6% das mulheres possuíam renda de alguma forma, enquanto nessa mesma fase, o índice dos homens empregados chegava a 80,8%. 60 anos depois, os dados de 2010 mostraram que a participação feminina mais que triplicou, passando para 49,9%. Entre os homens, por outro lado, os dados caíram para 67,1% e ainda assim existe uma grande diferença nas oportunidades de trabalho entre os envolvidos na pesquisa. Mais uma forte questão a ser considerada é o fato de que as mulheres, de acordo com o IBGE, são as que mais estudam, os índices de garotas analfabetas caíram muito nos últimos anos principalmente quando relaciona-se esses dados aos homens, e mesmo com tanta dedicação, ainda são inferiorizadas. Tabela 2: Nível de escolaridade entre homens e mulheres no Brasil no ano de 2014 fonte ENAD 2014 Editado pela autora
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HOMEM
MULHER
Sem instrução
6.2%
3.3%
Fundamental incompleto Fundamental completo Médio incompleto
29,3%
20.6%
11,7%
9.7%
6.8%
5.9%
Médio completo
29,4%
33.7%
Superior incompleto
4.6%
6.4%
Superior completo
12.1%
20.4%
A tabela mostra com clareza dados de 2014 apontados pelo ENAD, que evÀREA MERCADO DE AFAZERES JORNADA S idenciam que as mulheres possuem maior formação de nível médio e superiTRABALHO DOMÉSTICOS (A+B or que os homens, totalizando mais de eles, o que na te(A)8% de diferença entre (B) oria resultaria em melhores ofertas de empregos e salários de acordo para o Homens Mulheres Homens Mulheres Homens sexo feminino, porém isso não aparece na prática, uma vez que os homens ocuBRASIL 42.6h 36.9h 10.3h 21.8h 52.9h pam maiores cargos de caráter públicos e políticos em empresas de grande porte. Alagoas
41h
34.6h
13.2h
28.6h
54.2h
Amapá
44h
38.8h
12.0
23.3h
56h
Ceará
42h
36.8h
12h
24.7h
54h
JUSTIFICATIVA
No Brasil em 2016, de acordo com o IBGE, a mulheres só ocupavam pouco mais de 37% das vagas de gerência, enquanto os homens ocupavam quase o dobro disso, como mostra o infográfico ao lado. É visível também que desde 2012, essas vagas ocupadas pelas mulheres caíram em pouco mais de 2%, o que leva a crer que os homens mesmo com menor formação acadêmica, ainda ocupa os maiores cargos nessas empresas e consequentemente o melhor salário.
Em pesquisa através de entrevista com mulheres de diversas idades e regiões do Brasil, o IBGE conseguiu levantar os aspectos que mais geram incomodo para o sexo feminino, sendo que em maior porcentagem fica a dificuldade em conseguir cuidados de qualidade para a saúde (18%) e também em se inserir no mercado (16%), além dos casos de violência (14%) havendo ainda incômodo em relação a independência e a grande jornada de trabalho
Gráfico 4: Relação em porcentagem de homens e mulheres em cargos de gerência. fonte IBGE 2018
29 Gráfico 5: Quais as piores coisas de ser mulher? fonte IBGE 2018. Editado pela autora
Infográfico 2: Relação entre mulheres brancas e negras no mercado de trabalho fonte BID 2016
30 Os estudos apontam ainda o agravamento dos dados para as mulheres negras que buscam se inserir no mercado de trabalho. A figura relaciona as disparidades entre as mulheres brancas e mulheres negras demonstrando principalmente a grande diferença entre os salários mínimos entre elas e a porcentagem de quem consegue alcançar o ensino superior, chocando a diferença de 14% entre as mulheres que conseguem se formar. O índice de desemprego é quase o dobro para as negras, sendo que quando conseguem ocupação, 21,6% ocupam vagas de serviços domésticos, enquanto somente 13,5% de mulheres brancas ocupam essas vaga (PNAD em
2009). Enquanto que em empresas de grande porte, apenas 2,1% de mulheres negras ocupavam cargos de gerência até 2010, de acordo com análises do BID. E isso se relaciona com a herança escravista dessa sociedade, trazendo desde a antiguidade desigualdades e preconceitos que até hoje se faz presente e longe de ser aniquilado. Ao lado, o infográfico divulgado também pela BID, mostra em quais aspectos e o quanto as mulheres representam dentro de uma empresa até 2016.
Infográfico 3: Cargos de gerência Editado pela autora
3
Objetivos
OBJETIVOS
Objetivos Gerais O objetivo do trabalho será a implantação de um Centro de atenção às mulheres da cidade de Bragança Paulista, no interior de São Paulo. A proposta será de atender as necessidades das meninas e mulheres nas áreas educativas, de lazer e saúde.
Objetivos Específicos 1.Propor 2.Trabalhar blico mo
alvo e através
àreas
de
usos
35 coletivos
com geração de rendas para o púformação suficiente para o mesdo setor de empoderamento
3.Proporcionar
proteção e conforto para vítimas em situação de fragilidade através de habitações
4.Gerar
um “percurso do empoderamento” analisando as necessidades de cada usuária e seus dependentes
5.Reservar materiais
espaços para desenvolvidos
Figura 1: Mulheres em protesto fonte Arquitetas invisíveis
exposições dos pelas meninas
4
ReferĂŞncias projetuais
A casa da mulher brasileira Ficha Ténica Localização A primeira casa implantada foi em Campo Grande, em seguida a de Brasília Arquitetos Marcelo Pontes, Raul Hilfiger e Valéria Laval. Ano de projeto 2015
Figura 2: Fachada principal do projeto
Fonte Archdaily
38 Figura 3: Praça central do projeto Fonte Archdaily
Figura 4: Vista da praça central do projeto Fonte Archdaily
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Essas edificações têm como objetivo integrar (em um único local) e ampliar os serviços públicos existentes voltados ao atendimento às mulheres em situação de violência, tendo como características a cobertura levemente ondulada e as cores verde, amarela (da bandeira brasileira) e roxa (ideia de proteção e acolhimento das mulheres), além de um pátio interno, em torno do qual se desenvolvem as diversas atividades ali reunidas no entorno, por exemplo, Tribunais de Justiça, Delegacia da Mulher, Ministério Público, áreas de alojamento, brinquedoteca e refeitório, entre outros. Além de possibilitar que toda a população feminina do entorno possa ser beneficiada com as atividades que são desenvolvidas na casa Como ponto negativo que foi possível analisar no projeto, é o fato de a brinquedoteca estar pouco relacionada com o restante do projeto. E também as áreas de atendimento não possuírem um layout diferenciado, assim como as áreas que são públicas que não são abertas, mas sim espaços utilizados como iluminação para as edificações. Figura 5: Fachada principal com iluminação Fonte Archdaily
39
Figura 6: Planta baixa com divisĂŁo dos setores Fonte Subsecretaria da Mulher de Campo Grande
40
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Figura 7: Organograma e programa Fonte Subsecretaria da Mulher de Campo Grande
41 A intenção do programa é que as mulheres vítimas de agressão (ou que estejam sujeitas a ela) recebam nessas casas desde os atendimentos nas áreas de saúde, justiça, segurança pública, assistência social, até oportunidades de conseguir autonomia financeira em relação aos seus companheiros que, muitas vezes, são também os agressores. O projeto básico, informa Fontes, é o
mesmo para todas as unidades, mas ele será ajustado às condições de cada terreno podendo ser adaptada a metragem, distribuição dos ambientes e etc. O que será possível de aproveitar para o projeto que será desenvolvido no TFG, é o programa de necessidades, sendo usado como base as áreas mínimas identificadas no projeto.
Centro de Oportunidades para Mulheres Ficha Técnica Localização Ruanda, África Arquitetos Sharon Davis Design Ano de projeto 2013 Àrea total 2200,0m²
Figura 8: Fachada do projeto Fonte Archdaily
42
Figura 10: Interior das moradias temporárias Fonte Archdaily
Figura 9: Fachada do projeto
Fonte Archdaily
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Figura 11: Horta cultivada pelas mulheres envolvidas Fonte Archdaily
Em ambiente semi-rural, as mulheres se dedicam a pequenas propriedades de subsistência, buscando água fresca, e provendo lenha como combustível. O projeto nada mais é que pavilhões circulares distribuídos pela área do terreno e essa organização dos edifícios foi pensada para trazer segurança a mais de 300 mulheres que fazem parte deste programa. Essas estruturas do centro são desenhadas segundo o Palácio do histórico de King, no sul da Ruanda, onde as moradias fazem parte de uma tradição indígena que a região tinha, porém foi se perdendo. No programa do projeto, prevê atividades voltadas para o plantio e cultivo de matérias orgânicas, e cuidados com criações, além de fazer a comercialização desses produtos, incentivando o aprendizado de uma competência que pode gerar sua renda. O projeto conta ainda com espaços comunitários para visitantes e aos usuários dali, visando a integração das mulheres e desenvolvimento de atividades culturais e sociais como festas e encontros. Pensando nas meninas com classe renda mais baixa ou vítimas de violência, foi proposto espaços de alojamentos que podem ser usados ainda por pessoas que querem conhecer as iniciativas do projeto.
43
Figura 12: Implantação geral Fonte Archdaily
Figura 13: Planta baixa Fonte Archdaily
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Figura 14: Elevação 1 Fonte Archdaily
REFERÊNCIAS PROJETUAIS Figura 15: Elevação 2 Fonte Archdaily
Figura 16: Corte 1 Fonte Archdaily
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Figura 17: Corte 2 Fonte Archdaily
Kemang Medical Care Ficha Técnica Localização Jacarta, Indonésia Arquitetos Aboday Architects Ano de projeto 2008 Àrea total 6500,0m²
Figura 18: Fachada do projeto
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Fonte Archdaily
Figura 19: Fachada do projeto Fonte Archdaily
Figura 20: Claraboia Fonte Archdaily
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Figura 21: Interior do projeto Fonte Archdaily
O projeto foi destinado ao exclusivo tratamento e cuidados de mulheres e crianças, e o arquiteto visando que o gasto maior fosse com equipamentos e não tanto com a construção, pensou numa fachada simples unindo painéis de concreto com vidros coloridos, partindo da técnica das cores que influenciam na qualidade da recuperação dos pacientes de acordo com a energia que cada uma é capaz de passar. Em seu programa básico, a clínica vai contar com lobby de recepção em cada andar, onde cada um terá uma especialidade, como tratamento in vitro, internação, exames, setor pediátrico e etc. No projeto, priorizou-se a iluminação, criando maneiras de ser a mais natural possível. Pensando nessa questão, no terreno ao fundo do projeto, ao invés de ser destinado a mais uma edificação, optou-se por criar uma grande área de vegetação, o que facilita a entrada dessa luz, além de os pacientes e acompanhantes desfrutarem de uma área mais natural no aguardo do fim dos tratamentos. Conta ainda com a implantação de clarabóias filtrando a luz natural principalmente na área do lobby principal.
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Figura 22: Elevação 1 Fonte ArchDaily
48 Figura 24: Planta de situação Fonte ArchDaily
Figura 25: Circulação e térreo Fonte ArchDaily
REFERÊNCIAS PROJETUAIS
Figura 23: Elevação 2 Fonte ArchDaily
49 Figura 26: Planta do primeiro pavimento Fonte ArchDaily
Figura 27: Planta do segundo pavimento Fonte ArchDaily
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Ă rea de Estudo
O Município Figura 28: Localização
Fonte Google Maps editado pela autora
A
cidade a ser trabalhada será Bragança Paulista que está localizada na região leste do estado de São Paulo, próxima à divisa do estado de Minas Gerais e a 90km de distância da capital São Paulo. Sua população atual é de 166.750 habitantes, sendo que 97% desse total, vivem na área urbanizada do município (IBGE 2018).
52 Até 2010, sua área territorial era de 512,621 km²
Sua população é de 166.750 habitantes.
72.081
são
homens
74.663
são
mulheres
ÁREA DE ESTUDO Seu surgimento se deu em meados de 1797, quando ainda era conhecida por Jaguari, onde ficou importante para os bandeirantes por marcar o ciclo do ouro brasileiro. Partindo disso começou a ser habitada por quem aproveitava as terras férteis para a pecuária e agropecuária a princípio com pouco mais de 4 mil habitantes no local. (PASTANA, 2018) Mapa 1: Evolução da malha urbana Fonte Prefeitura do municipio de Bragança. Editado pela autora
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Hoje, o município de Bragança Paulista conta apenas com o Projeto Guardiã Maria da Penha, que visa capacitar agentes civis para fazer visitas e cadastros das vítimas de violência o qual segundo a guarda civil, já tinha realizado 108 visitas até maio de 2018 (Portal da Prefeitura de Bragança, 2018) e com o projeto Centro de Referência Especializado de Assistência Social (CREAS), que é o primeiro contato médico das mulheres após sofrerem a agressão e serem encaminhadas para a delegacia da mulher. Dentro da área de trabalho, se encontra apenas um CRAS que é responsável por desenvolver atividades sociais e educativas para 25% da população do município, uma vez que no geral, a cidade conta com apenas 4 CRAS para atender toda a população, sendo que nenhum desses são voltados para a questão do desenvolvimento de atividades para mulheres e meninas da região. Todos os equipamentos que o município oferece é voltado para as vítimas de algum tipo de agressão, mas sofre com a carência de iniciativas que visem o crescimento da mulher no mercado de
Figura 29: Mapa geral do município Fonte Google Earth
ÁREA DE ESTUDO
trabalho através de cursos profission- sidade de implantar o projeto no local alizantes e atividades que desenvol- a fim de facilitar para as envolvidas o vam habilidades relacionadas a renda. devido acesso aos serviços procurados. Após fazer a análise de parte da De acordo com a vereadora Beth Chedid: revisão do plano diretor, uma forte car“[...] Esse é o triste retrato da violência acterística foi a falta de infraestrutura doméstica em nosso município. Por isso, vervoltada para a temática escolhida, há eadoras, temos que colocar a mão na massa, claros apontamentos de que faltam eqtrabalhar com nossos jovens para que eles uipamentos de exames femininos como não sejam futuros agressores. Precisamos ultrassom, mamografia e papanicolau, fazer alguma coisa para que nossa sociedade e nos poucos locais que são realizados realmente coíbam essa prática abusiva conos procedimentos, o espaço é pequeno tra mulher. Estamos elaborando um projeto e não há infraestrutura adequada pois para trabalhar esse tema. É uma triste realas edificações destinadas ao atendiidade que temos que mudar em Bragança”. mento não foram construídas para essas funções e diversas vezes pela alta demanda de procura, acabam não conseguindo suprir a necessidade da população, além de faltar incentivos de prevenção à saúde. Sequer há divulgação adequada desse setor, então partindo desse princípio, percebe-se a neces-
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O recorte A àrea a ser trabalhada é voltada para a região norte da cidade, onde se localiza o bairro Águas Claras abrangendo para Henedina Cortez, etc. O mapa a seguir, mostra a relação do município em questão à vulnerabilidade, onde se insere questões de renda, condições sociais e carências de infraestrutura. É notável o quanto a zona norte necessita de atenção para implementação de equipamentos públicos, áreas de lazer e saúde. Mapa 2: Vulnerabilidade da cidade
Fonte Prefeitura do municipio de Bragança. Editado pela autora
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No caso da saúde, há alguns pontos de atendimento e auxílio como UBS e também Unidade de Pronto atendimento, mas ainda assim, em alguns setores, não conseguem atender toda a demanda pelo bairro ser muito populoso e serem poucos os equipamentos destinados para este fim.
ÁREA DE ESTUDO No zoneamento da área, analisa-se a direção que norteia o crescimento da região, o que pode causar especulação pela valorização do espaço servindo principalmente como ponto positivo para o desenvolvimento do projeto. É perceptível também o quanto as zonas industriais crescem conforme o leito do rio, o que se torna prejudicial para a conservação do mesmo havendo necessidade de propor intervenções ao longo da disciplina de Projeto Integrado. Mapa 3: Macro-Zoneamento
Mapa desenvolvido em Projeto Integrado. Editado pela autora
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Em relação aos usos da área é de predominância as áreas residenciais com alguns equipamentos comerciais e algumas edificações de uso misto Um ponto positivo do recorte é a implantação de equipamentos que se referem a educação, sendo considerado escolas de ensino fundamental, médio e técnico. Por outro lado, poucos são os lotes onde os usos sejam de saúde, cultura ou lazer, levando os moradores da área procurarem em outra região mais próxima. Mapa 4: Uso do solo
Fonte: Mapa desenvolvido em Projeto Integrado. Editado pela autora
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ÁREA DE ESTUDO Em médIa, a região toda é configurada com um gabarito baixo de 1, 2 e até 3 pavimentos, com exceções dos novos conjuntos habitacionais que estão configurados na faixa de 4 e 5 pavimentos. O que se enxerga daqui a diante, é a necessidade de adensar um pouco mais a habitação, para que os espaços vazios sejam destinados ao lazer e atividades gerais que atendam ao público. Mapa 5: Gabarito
Mapa desenvolvido em Projeto Integrado. Editado pela autora
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No recorte trabalho, é possível notar que no geral, as construções se encontram em boas condições,e em alguns pontos específicos, edificações mais precárias devido a construção irregular e autoconstrução. Em alguns dos bairros foi possível perceber que, nas vias principais,são onde estão as construções com melhores condições, e assim que as vias secundárias e locais vão aparecendo, mais precárias vão se tornando as construções. Fazendo-se chegar a conclusão de que, de certa forma, o território está elitizado. Mapa 6: Condições físicas do recorte
Mapa desenvolvido em Projeto Integrado. Editado pela autora
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ÁREA DE ESTUDO No quesito educação, existem várias escolas espalhadas pela região, principalmente de ensino infantil, mas não deixando faltar instituições de ensino médio e técnico. A maior problemática da área encontrada foi a ausência de equipamentos de lazer e cultura, pois estão aglomerados no centro da cidade que já está consolidado. Dentro da área do recorte, apenas na Estação dos Curitibanos que é possível encontrar academias ao ar livre, que não são utilizadas por conta da falta de cuidados e um parque que os moradores sequer sabiam da existência. Mapa 7: Equipamentos públicos
Mapa desenvolvido em Projeto Integrado. Editado pela autora
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Mapa...: Condições Físicas
Figura 30: O terreno escolhido em vista aérea
Fonte Google Earth editado pela autora
Legenda Indicação dos cortes Rua José Dominice Rua Voluntário Antenor Escola ensino fundamental SABESP Terreno escolhido
O terreno O terreno escolhido para ser implantado o centro de atenção se localiza pelos acessos da rua Voluntário Antenor e rua José Dominici. A escolha dele se deu pela sua proximidade com o UPA e o Posto Bom Jesus, que atendem parte da população e oferecem exames de especialidades o que facilita sua relação com o projeto, além de uma escola de ensino fundamental, que também pode gerar parceria com o projeto em questão. A sua área total é de aproximadamente 16mil m², possibilitando criar um espaço que atenda as mulheres não somente do bairro como também do seu entorno.
ÁREA DE ESTUDO Figura 31: Vista do terreno pela R. José Dominice Fonte Acervo da autora
Figura 32: Vista do terreno pela R. Voluntário Antenor Fonte Acervo da autora
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Figura 33: Acesso não finalizado pela prefeitura Fonte Acervo da autora
Figura 34: Rua Voluntário Antenor Fonte Acervo da autora
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Figura 35: Corte esquemático do terreno original Fonte Acervo da autora
Figura 36- Foto do terreno Fonte Acervo da autora
Figura 37- Foto do terreno Fonte Acervo da autora
Figura 38- Foto do terreno
Figura 39-Foto do terreno
Figura 40-Foto do terreno
Figura 41- Foto do terreno
Fonte Acervo da autora
Fonte Acervo da autora
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Fonte Acervo da autora
Fonte Acervo da autora
Ă REA DE ESTUDO Figura 42- Foto do terreno
Figura 43-Foto do terreno
Figura 44-Foto do terreno
Figura 45- Foto do terreno
Fonte Acervo da autora
Fonte Acervo da autora
Fonte Acervo da autora
Fonte Acervo da autora
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Figura 46- Foto do terreno Fonte Acervo da autora
Figura 47- Foto do terreno Fonte Acervo da autora
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Projeto
CONCEITO E PARTIDO
Acolhimento
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Autonomia financeira
Educação profissional
Saúde
Delegacia da mulher
Lazer
Cultura
O conceito
O partido
O projeto tem por principal conceito, proporcionar o EMPODERAMENTO feminino através da educação, e também o CONVÍVIO para todas àquelas que passam por situações parecidas. Sem abrir mão do ACOLHIMENTO das vítimas não só da violência, mas de todos os impactos que as fazem chegar na situação de precisar de algum tipo de ajuda.
De forma a alcançar os conceitos, serão distribuídos blocos que farão o percurso do empoderamento, onde desde a entrada principal vão avistar a praça, o maior ponto de convívio do projeto, mostrando que nele será possível serem acolhidas passando segurança através dos diversos ambientes criados numa mesma praça. Todos os blocos estarão no entorno dessa praça, tornando-a centralizada fazendo com que seja também o maior ponto de visão e referência do projeto. Onde será possível acontecer eventos e apresentações em seu “palco” elevado.
Figura 48- Estudos de insolação e ventos
Estudos Bioclimáticos
PROJETO
Fonte Acervo da autora
A principal direção dos ventos é vindo do Oeste do terreno, influenciando na disposição dos blocos e na localização da praça central, trazendo como sensações áreas com melhor insolação e sensação térmica, criando “multi ambientes”. Em relação a insolação, influenciou principalmente na disposição do bloco de Acolhimento, onde todos os quartos ficaram rotacionados para o norte.
69 Eixos de visão
Cada equipamento distribuído na implantação do projeto terá um campo de visão principal. Logo na rua de acesso, será possível enxergar a praça central e também apreciar a praça criada na entrada. Pelos pavimentos superiores do setor de empoderamento, e nas sacadas do setor de acolhimento, a visão será para a praça central e no mirante a visão será para a arborização e para os containers coloridos distribuídos na topografia com grande desnível .
Figura 49- Campos de alcances visuais Fonte Acervo da autora
SETORIZAÇÃO
Figura 51- Setorização: ADM Fonte Acervo da autora
Setor Administrativo e coordenação Essa área será responsável pelas questões de organização do projeto e cadastros de todas as envolvidas
Figura 52- Setorização: Apoio a mulher
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Setor de Apoio á Mulher Será aqui o lugar onde estará implantada a delegacia da mulher, onde elas passarão por avaliações e acompanhamentos psicológicos, assim como toda a organização para se instalarem no setor de Acolhimento
Setor de Empoderamento Nesse setor acontecerá todas as atividades responsáveis pelo empoderamento de todas as envolvidas. Acontecerão oficinas, aulas , contará ainda com uma biblioteca com espaço para estudos e brinquedoteca, tais atividades num bloco de dois pavimentos. Setor de Acolhimento Aqui as mulheres que passaram por avaliação, poderam se hospedar por tempo limitado (até conseguirem condições de autonomia), as suítes vão contar com módulos diferentes e conzinha/lavanderia compartilhadas, no bloco de três pavimentos
Fonte Acervo da autora
Figura 53- Setorização: Empoderamento Fonte Acervo da autora
Figura 54- Setorização: Acolhimento Fonte Acervo da autora
PROJETO
PROGRAMA DE NECESSIDADES SETOR
ADM/Coordenação
Apoio à mulher
AMBIENTE
QUANTIDADE
ÁREA
Recepção
1
30m²
Coordenação
1
24m²
Administração/Arquivo
1
24m²
Sala de reuniões
1
20m²
Banheiros
1
17m³
Recepção
2
30m²
Delegacia da mulher
1
18m²²
Avaliação
1
10m²
Apoio psicossocial
1
18m²
Sala de reuniões
1
20m²
Copa/Descanso funcionários
1
28m²
Banheiros
2
20m²
Banheiros PNE
1
6m³
Ambulatório
Empoderamento
Acolhimento
80m²
Sala de exames
1
62m²
Lanchonete
1
14m²
Salas multiuso
8
36m²
Salas de oficinas
3
58m²
Depósitos de materiais
2
12m²
Biblioteca
1
117m²
Banheiros
6
17m²
Banheiros PNE
6
6m²
Apto. 1 quarto
6
27m²
Apto. 2 quartos
6
71m²
Apto. 3 quartos
3
86m²
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IMPLANTAÇÃO com térreo
PLANTAS e fachadas
TIPOLOGIAS DOS APARTAMENTOS
ou 27m²
82
0
5
7
10
PROJETO
TIPOLOGIAS DOS APARTAMENTOS
83
71m²
0
5
7
10
TIPOLOGIAS DOS APARTAMENTOS
86m² 84
0
5
7
10
PROJETO
CORTES DA HABITAÇÃO
85
0
5
7
10
CORTES
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PROJETO
Corte AA Escala 1:500
Corte BB Escala 1:500
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ESTRUTURA Pela necessidade de criação de módulos no setor de habitação, optou-se por utilizar estrutura em container, que além de sustentável ainda possilita que o edifício se expanda até 7 pavimentos. Foram utilizados containers de 40 pés (12m de comprimento), tendo de largura cada módulo 2,5m e de pé direito 2,9m Para resolver a questão acústica e térmica, foi usado lã de pet entre as paredes, formando um sanduíche. Figura 51- Container High Cube Fonte Acervo da autora
88 Figura 53- Módulos de container Fonte Acervo da autora
Figura 52- Detalhamento térmico e acústico do container Fonte Acervo da autora
PROJETO De forma a fazer ligação entre os materiais, nos demais setores foi escolhido utilizar pilares e vigas em estrutura metálica e laje de 16cm em estrutura de concreto queimado. Toda a fachada é fechada em paredes de vidro e na fachada norte recebe proteção solar em brise horizontal colorido.
Figura 54- Detalhe de viga e laje Fonte Acervo da autora
Figura 55- Perspectiva estrutural Fonte Acervo da autora
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Referências bibliográficas
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
Referências Bibliográficas LIVROS| ARTIGOS 1.“ARTE E ESPAÇO- Uma situação política do séc XXI” OLIVEIRA, Bruno, CUNHA Maria, RENA Natacha.Último acesso em 15 de março de 2019. 2. “Estudos Feministas e Estudos de Gênero no Brasil: Um debate”, ZIRBEL, Ilze. Dissertação de mestrado. Ultimo acesso em 1 de junho de 2019. 3.“Enfrentamento à violência contra a mulher”, Secretaria especial de Políticas para as mulheres, 2007. Último acesso em 20 de março de 2019 4.“Trabalho Feminino x Nível de Escolaridade“, JESUS, Carla S. B.; BARBOSA, Robson de J. S. Último acesso em 30 de março de 2019. SITES 1. Associação Fala mulher, disponível em <www.falamulher.org.br> 2. Blog Francisco Miranda, disponível em https://chicomiranda.wordpress.com 3. Câmara municipal de Bragança Paulista; Disponível em <https://camarabp.sp.gov.br/noticia>. 4. CEPAL- Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe; disponível em <https://www.cepal.org/pt-br>. Último acesso em 20 de março de 2019
Figura 56- Mulheres em protesto fonte: Arquitetas invisíveis
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5. FARINASSO, G. C. et al. Arquitetas Invisíveis. Coletivo. Disponível em: <https://www.arquitetasinvisiveis.com/ pg>. Último acesso em 23 de março de 2019 6. IBGE Instituto Brasileira de Geografia e Estatística, disponível em <https://www.ibge.gov.br> .Último acesso em 26 de março de 2019 7. Portal da cidade de Bragança Paulista, disponível em <https:// www.braganca.sp.gov.br/>. Último acesso em 31 de março de 2019 8. ROLIM, L. A inserção da mulher no mercado de trabalho brasileiro. Disponível em https://www.cartacapital.com. br Último acesso em 27 de março de 2019 9. QG Feminista disponivel em https://medium.com/qg-feminista/o-feminismo. Último acesso em 30 de março de 2019.
Ilustrações: Manu Cunhas Capas: Autoria própria Impressões e encadernação: MD Digital Ícones disponíveis em Freepik para dowload gratuito
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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